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Poesia e Poema

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Poesia e poema

1- Leia este poema, escrito por Manuel Bandeira:

O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato.
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

In: Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.


1 - O autor narra um acontecimento que o impressionou. A que fato ele se refere?

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2 – Transcreva o verso que sinaliza que o fato é relatado na 1ª pessoa:

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3 – Os poemas, normalmente, tem a finalidade de emocionar, utilizar da subjetividade do eu lírico para


alcançar o leitor. Neste caso, a finalidade do poema foi emocionar? Qual seria a finalidade? Justique
sua resposta.
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4 – No poema, há uma série de ações, na 2ª estrofe, que remetem ao comportamento animal,


transcreva-as abaixo:

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5 – Os poemas são caracterizados por serem divididos em estrofes (conjunto de versos) e versos
(linhas que compõem o poema). Este poema apresenta quantas estrofes e versos?

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6 – Deduza: O que a expressão “Meu Deus” significa no contexto do poema?

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7 – Explique o título do poema.

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8 – O poema de Manuel Bandeira foi escrito no ano de 1947. Atualmente vivemos no ano de 2022,
transpondo tal temática para atualidade, você acredita que este poema é ainda atual para época que
vivemos? Justifique sua resposta elaborando um pequeno texto acerca da temática do poema e da
realidade em que estamos inseridos.

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INTERPRETAÇÃO da poesia:
Meus amigos
quando me dão a mão
sempre deixam
outra coisa
presença
olhar
lembrança calor
meus amigos
quando me dão
deixam na minha
a sua mão

INTERPRETAÇÃO

1.Quantas estrofes e quantos versos tem o poema?

2. O poema tem rimas finais? Tem rimas internas?

3. A “presença” dos amigos que fica nas mãos do poeta marca – se por duas sensações: uma

física e uma psicológica. Identifique – as.

4. É possível afirmar que os traços dessa presença são tão fortes que o poeta não consegue

separá – los. Que recurso ele teve de empregar para expressar esse fato?

5. Na última estrofe, o poeta omite intencionalmente uma palavra que já ocorreu no texto.

Qual palavra?

6. A palavra mão tem muitos significados em português. Atribua a ela um significado

adequado em cada frase:

a) Tinha ótima mão para cerâmica.

b) O poder passou às mãos da oposição.

c) Cuidado! Esta rua não dá mão à esquerda!

d) Acho que esta sua redação tem mão de seu pai…

EM BUSCA DE UM CONCEITO DE POESIA E POEMA

Há várias definições possíveis para a poesia. A seguir, leia como o mexicano Octavio Paz (1914-1998) a
retratou: A poesia é conhecimento, salvação, poder, abandono. Operação capaz de transformar o mundo, a
atividade poética é revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um métodos de libertação interior. A
poesia releva este mundo; cria outro. Pão dos eleitos; alimento maldito. Isola; une. Convite à viagem;
regresso à terra natal. Inspiração, respiração, exercício muscular. Prece ao vazio, diálogo com a ausência: o
tédio, a angústia e o desespero a alimentam. Oração, ladainha, epifania, presença. Exorcismo, conjuro,
magia. [...] Expressão histórica das raças, nações, classes. Nega a história: em seu seio todos os conflitos
objetivos se resolvem e o homem finalmente toma consciência de ser mais que passagem. Experiência,
sentimento, emoção, intuição, pensamento não dirigido. Filha do acaso; fruto do cálculo. Arte de falar de
uma forma superior; linguagem primitiva. Obediência às regras; criação de outras. [...] Voz do povo, língua
dos escolhidos, palavra do solitário. [...] PAZ, Octavio. O arco e a lira. Tradução de Olga Savary. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1982. p. 15 Foto de Denise Mot Como toda a literatura, a poesia revela um saber
que não é científico, um conhecimento sobre quem somos, o que sentimos, qual é o nosso lugar no mundo.
Como sugere Octavio Paz, a poesia pode ser capaz de transformar nossa maneira de ser e nos libertar dos
modos estereotipados de sentir a vida. Por meio da poesia, é possível experimentar novas relações entre as
palavras, viajar para lugares nunca imaginados, sonhar. A poesia não tem função utilitária, não tem uso
imediato, mas, por meio dela, desvenda-se algo fundamental para o ser humano: pensar de modos
alternativos, sobre si mesmo e sobre a realidade. O poema é um elaboração textual que expõe os sentimentos
ou o ponto de vista de um “eu”. De maneira mais geral, podemos considerar poema todo texto escrito em
versos que expressa os sentimentos ou a perspectiva de um eu lírico, que é uma espécie de personalidade
assumida pelo poeta quando ele escreve seus poemas e não corresponde, necessariamente, à sua própria
personalidade. O eu lírico, também chamado de sujeito poético, não pode ser confundido com o autor do
poema, embora, em muitos casos, expresse as ideias do próprio escritor; em outros casos, pode haver um
distanciamento entre ambos, como neste poema de Vinicius de Morais, em que o eu lírico representa uma
voz feminina: A PORTA Eu sou feita de madeira Madeira, matéria morta Mas não há coisa no mundo Mais
viva do que uma porta. Eu abro devagarinho Pra passar o menininho Eu abro bem com cuidado Pra passar o
namorado Eu abro bem prazenteira Pra passar a cozinheira Eu abro de supetão Pra passar o capitão. Só não
abro pra essa gente Que diz (a mim bem me importa...) Que uma pessoa é burra É burra como uma porta. Eu
sou muito inteligente! Eu fecho a frente da casa Fecho a frente do quartel Fecho tudo nesse mundo Só vivo
aberta no céu! MORAES, Vinícius. A arca de Noé. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1991, 85 p.
Os exemplos mostram que o escritor escolhe qual personagem ele vai criar para dar voz à sua escrita poética.
Faz isso quando opta por um eu lírico, que tanto pode ser masculino ou feminino, tal como no poema de
Vinícius de Moraes, um objeto. Em sua origem, os poemas eram cantados e acompanhados pelo som da lira,
instrumento de cordas de cujo nome deriva a palavra “lírica”, usada para denominar, de forma ampla, a
poesia. Especialmente na Antiguidade e na Idade Média, quando a escrita era privilégio de poucos, era
importante que os poemas fossem rimados e tivessem ritmo definido, pois sua sonoridade auxiliava os que
os ouviam a decorá-los e a transmitilos. É interessante pensar que, mesmo com a difusão da escrita e a
circulação de poemas em jornais, livros, revistas, e atualmente na internet, o poema cantado permanece com
grande força. Alguns críticos literários veem as letras de canção e o rap como poemas.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – COMPREENDENDO A RIMA EM POEMAS Com atenção, leia todo o
conteúdo do texto abaixo e responda a questão 1:

AS RIMAS E SUAS COMBINAÇÕES A RIMA consiste em combinações sonoras que podem ocorrer em
qualquer lugar dos versos de um poema, dependendo da escolha do poeta. As rimas têm a função de atribuir
aos textos mais sonoridade, ritmo e musicalidade. Além disso, elas obedecem a diversas classificações. As
rimas que acontecem dentro do verso é chamada de rima interna. E as rimas que acontecem no final do verso
é chamada de rima externa. Veja essas classificações nos exemplos a seguir: O PENSAMENTO O ar. A
folha. A fuga. No lago, um círculo vago. No rosto, uma ruga. INFÂNCIA Um gosto de amora Comida com
sol. A vida Chamava-se “Agora”. ALMEIDA, Guilherme. Poesia vária. São Paulo: Cultrix, 1947. Nesses
poemas, também chamados de Haicais, as rimas internas no primeiro texto são lago / vago; e no segundo
texto são comida / vida. Já as rimas externas, no primeiro texto são fuga / ruga; e no segundo texto são
amora / agora. No que diz respeito às rimas externas, existem outras classificações. Observe os tipos de
rimas dos seguintes poemas: a) Rimas emparelhadas ou paralelas: quando se sucedem de duas a duas
(AABB). b) Rimas alternadas ou cruzadas: quando, de um lado, rimam os versos ímpares (o primeiro com o
terceiro etc.) e, de outro, os versos pares (ABAB). (Alvares de Azevedo) c) Rimas intercaladas ou
interpoladas: quando o primeiro verso rima com o quarto, e o segundo com o terceiro verso (ABBA). d)
Rimas encadeadas: quando as palavras que rimam se situam no fim de um verso e no início ou meio de
outro. 1. Classifique o tipo de rima externa dos poemas abaixo em rima emparelhada, alternada e
intercalada: POEMA I Amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É um contentamento
descontente É dor que desatina sem doer É um não querer mais que vem querer É solitário andar por entre a
gente É nunca contentar-se de contente É cuidar que se ganha em se perder. [...] (Luís Vaz de Camões)
POEMA II Bola na trave não altera o placar Bola na área sem ninguém pra cabecear Bola na rede pra fazer o
gol Quem não sonhou em ser o um jogador de futebol? [...] (Skank) POEMA III [...] Brasil, um sonho
intenso, um raio vívido De amor e de esperança, à terra desce Se em teu formoso céu, risonho e límpido A
imagem do Cruzeiro resplandece [...] (Hino Nacional do Brasil – escrito por Francisco Manuel da Silva)
PoemasTexto I
Mãe (Sérgio Capparelli)

De patins, de bicicleta, nas cores do arco-íris,

de carro, de avião, no rugido de um leão;

nas asas da borboleta na graça de um golfinho

e nos olhos do gavião; e no germinar do grão.

de barco, de velocípedes, Teu nome eu trago, mãe,

a cavalo num trovão, na palma da minha mão.

1) Sobre o poema MÃE, marque (V) para verdadeiro e (F) para falso:

a) ( ) Ele é composto de 12 estrofes e 1 verso. b) ( ) Ele é composto de 1 estrofe e 12 versos.

c) ( ) Fala sobre o amor da mãe para o filho. d) ( ) Fala sobre o amor do filho para a mãe.

2) Que palavras conferem rima ao poema?

Texto II Poesia (Carlos Drummond de Andrade)

Gastei uma hora pensando um verso Ele está cá dentro

que a pena não quer escrever. e não quer sair.

No entanto ele está cá dentro Mas a poesia desse momento

inquieto, vivo. inunda minha vida inteiro.

3) Leia estes versos - “Gastei uma hora pensando um verso/que a pena não quer escrever” – e faça o que se
pede:

I) A palavra PENA significa: a) Papel b) Caneta c) Pincel d) Borracha

II) Se ele pensou e não escreveu, o que ele criou foi: a) poema b) poesia c) rima d) estrofe

4) Que lugar o poeta determina quando escreve “No entanto ele está cá dentro”?

E o eco respondeu

Texto III lá de dentro da caverna:

Ingenuidade (Elias José) _ TE AMO!

Na boca da caverna TE AMO!

gritei vibrando TE AMO!

_ TE AMO! E eu, ingênuo acreditei...

TE AMO!

TE AMO!

Texto IV

5) Sobre o poema Ingenuidade, determine:

a) O número de versos -
b) O número de estrofes -

6) Em que o eu lírico, ingenuamente, acreditou

7) Reescreva o primeiro verso do poema, substituindo a palavra BOCA por outra, sem que haja perda do
sentido original do verso:

Matinê (Neusa Sorrenti)


Você é muito mais doce
Ah, minha bela menina!
Do que melado
Quando te vejo
De cana.
É tão bom!

Ah, minha doce menina!


Você é muito mais bela
Quando te vejo
Que flor
É um problema.
De papel crepon.

Você é bem mais difícil


Ah, minha doce menina!
Que o dinheiro
Quando te vejo
Pro cinema.
É bacana!

8) Com que o eu lírico compara a menina do poema?

9) No início das estrofes, o eu lírico atribui à menina algumas características. Que características são essas?

10) Que palavras compõem as rimas do poema Matinê?

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