Guia de Internacional Privado - Enviado P
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Guia de Internacional Privado - Enviado P
A POLITÉCNICA
Escola Superior Aberta
GUIA DE ESTUDO
Direito Internacional Privado
Curso de Ciências Jurídicas
(7º Semestre)
Moçambique
FICHA TÉCNICA
Organização e Edição
Escola Superior Aberta (ESA)
Elaboração
Ernesto Luís Cuambe (Conteúdo)
xxx (Revisão Textual)
APRESEN TAÇÃO
Caro(a) estudante
Este guia tem por finalidade orientar os seus estudos individuais neste
semestre do curso. Ao estudar a disciplina de Direito Internacional Privado
A Equipa da ESA
Curso de Ciências Jurídicas – Direito Internacional Privado – Semestre 7
ÍNDICE
generalidades
3. A Fraude a Lei
6. A Questão Previa
Obrigações e Contratos
Sucessões
Objectivos
Cada país tem no âmbito de sua ordem jurídica interna normas de direito
internacional privado. Tal norma é produto da actividade legislativa de cada
Estado soberano, competindo cada qual regular quando sua norma de
direito material deve regular uma relação com conexão internacional e
quando não deve, abrindo espaço para a aplicação do direito estrangeiro.
2CORREIA, A. Ferrer: “Lições de Direito Internacional Privado I”. Editora: Almedina . Coleção:
Manuais Universitários. Reimpressão da Edição de Outubro/2000
3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional_privado
4
Agenor Pereira de Andrade. Manual de Direito Internacional Privado. 6ª Ed.. Sugestões literárias:
Minas Gerais, 1987, p. 25
5 Material didático - http://www.loveira.adv.br/material/st.htm
PILLET: "é o ramo do direito público que tem por objecto fixar a
nacionalidade dos indivíduos, determinar o direito de que gozem os
estrangeiros e resolver os conflitos de leis relativos ao nascimento e
respeito dos direitos".
7 http://cscleitongdasilva.blogspot.com/2014/03/principios-e-natureza-juridica-do.html
Escolas
- Escola Francesa: Diz que o DIP possui cinco objectos: conflito de leis;
conflito de jurisdição; direitos adquiridos; nacionalidade e condição jurídica
do estrangeiro.
A disciplina tem por objecto o estudo sobre a solução dos conflitos de leis
no espaço, através da definição da lei aplicável e do foro competente para os
casos conectados a ordenamentos jurídicos de mais de um país, com base
na dogmática jurídica contemporânea.
Cada país tem o seu corpo próprio de leis, seu sistema, sua ordem. O
fenómeno é, pois, da pluralidade de ordenamentos jurídicos, específicos
para cada povo, o que pode provocar conflitos quando particulares de um e
de outro povo se relacionam (casamento, por exemplo). Não são,
necessariamente, conflitos de repúdio e não-aceitação, mas conflitos entre
leis que regulam um mesmo fato jurídico.
1.22.6. Globalização
Muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos XV
e XVI com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste contexto
histórico, o homem europeu entrou em contacto com povos de outros
continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais.
9 http://geoprofessora.blogspot.com/search/label/Globalização
Idade Média
No séc. XIII aparece a Glosa de Acúrcio, nos termos da qual o juiz podia
aplicar qualquer tipo de lei. Abandonou-se a ideia de lex fori no tocante
especialmente À matéria dos contratos e preconizou-se em relação a esta
questão que se aplicaria a lei do lugar da sua conclusão, introduzindo-se
assim a “lex contratus”.
Os estudiosos do direito romano dos séculos XI, XII e XIII eram conhecidos
como glosadores, devido às glosas que introduziam nos antigos textos
romanos, em que os comentavam, procurando encontrar a melhor
interpretação das antigas leis. O texto de Aldricus é um produto desta época
e deste tipo de estudos e comentários. A escola italiana teve como
precursor, ainda no séc. XIII, o romanista Accursius. Aos glosadores
seguiu-se nos séculos XIV e XV a escola dos pós-glosadores, modernamente
denominados “comentaristas”. Foi a escola que determinou que os delitos
devem ser submetidos à lei do lugar de sua perpetração (lex loci delicti),
norma hoje adotada no Direito Internacional Privado como regra básica
não só no campo do Direito Penal, como também para a responsabilidade
civil. Entre os pós-glosadores, destaca-se a obra de Bártolo de sassoferato,
um dos mais eminentes criadores da teoria e das normas do D.I.P., que
viveu de 1314 a 1357, tendo lecionado Direito sucessivamente em Bolonha,
Pisa e Perugia. Bártolo distinguiu entre os direitos reais e os direitos
pessoais, noção importante para a elucidação de muitas questões em que
ocorrem conflitos. Bártolo estabeleceu que a lei do lugar do contrato é
adoptada para as obrigações dele emanadas; e em matéria testamentária
decidiu que as formalidades obedecem ao lugar onde foi elaborado o ato de
última vontade. Bártolo foi o grande propulsor do D.I.P.
5- DOUTRINAS MODERNAS:
Joseph Story
Muitas das suas idéias foram facilmente absorvidas pela actual codificação.
Para a capacidade das pessoas, optou pela lei do domicílio, tendo como
excepção apenas as regras para a capacidade de contratar, porquanto
achava coreto ser a lei do lugar do contrato. Fixou-se na máxima latina lex
rei sitae para os bens imóveis.
Em síntese, Story adoptou o domicílio como regra geral, inclusive para bens
móveis que obedeciam à lei do domicílio, ressalvadas apenas as regras
quanto aos imóveis e quanto aos atos de celebração do casamento.
Savigny
Toda relação jurídica deveria ter uma sede, o seu centro de gravidade
através do qual se projetava a vontade dos interessados.
Mancini
10
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional_privado
As fontes 11
A Lei;
Os Tratados Internacionais;
O Costume;
A Jurisprudência;
A Doutrina;
1.27.1. Leis territoriais e extraterritoriais
A fonte mais utilizada e que mais instrumentos possuem para a solução dos
conflitos de leis no espaço é o Código Civil (artigo 14º - 65º).
a) Quanto à substância e efeitos das obrigações, pela lei do lugar onde forem celebrados, salvo convenção em
contrário;
b) Quanto ao modo do seu cumprimento, pela lei do lugar onde este se realizar;
c) Quanto à forma externa, pela lei do lugar onde forem celebrados, salvo nos casos em que a lei
expressamente ordenar o contrário.
A aplicação do direito estrangeiro não se faz por ato arbitrário do juiz, mas
em decorrência de mandamento legal da legislação interna. Reputa-se a
norma estrangeira com força coactiva igual à brasileira. As partes, em
princípio, não podem renunciar ao seu império. Sua obrigatoriedade é de
11
Denise Soareshttp://epereira.awardspace.com/7p/Direito%20Internacional%20Privado.pdf
Devem ser assinados e ratificados aprovados pelos órgãos dos Estados com
poderes para o efeito (Ex: Parlamento, Governo, etc.).
1.27.3. Costume
1.27.4. Jurisprudência
Entendemos como jurisprudência a autoridade das coisas julgadas do
mesmo modo e de forma reiterada. Decisões de tribunais brasileiros
resolvendo conflitos de leis no espaço, ou seja, determinando o direito
aplicável, ainda são raras.
Entre nós não tem a jurisprudência força obrigatória, mas tem prestígio por
representar o pensamento do Judiciário.
1.27.5. A Doutrina
Doutrina: Compreende opiniões ou pareceres dos jurisconsultos sobre a
regulamentação adequada das diversas relações sociais, consiste ainda nos
artigos, escritos científicos, etc. Que se debruçam sobre os problemas
jurídicos.
É uma fonte importante, uma vez que propõe soluções para os problemas e
influência legisladores, juízes e aplicadores das normas em geral.
1 - A lei pessoal do apátrida é a do lugar onde ele tiver a sua residência habitual ou, sendo
menor ou interdito, o seu domicílio legal.
Pessoas colectivas
1 - A pessoa colectiva tem como lei pessoal a lei do Estado onde se encontra situada a sede
principal e efectiva da sua administração.
4 - A fusão de entidades com lei pessoal diferente é apreciada em face de ambas as leis pessoais.
A lei pessoal das pessoas colectivas internacionais é a designada na convenção que as criou ou
nos respectivos estatutos e, na falta de designação, a do país onde estiver a sede principal.
Pessoa Física
a) Teoria da Incorporação:
É aplicável a lei do local da constituição da pessoa jurídica. Nesse caso para
os sócios que constituem (fundam) a empresa a vantagem é de terem a
faculdade de constituir pessoa jurídica conforme o direito de sua escolha,
ainda que o exercício de suas actividades ocorra em outro país.
É preciso notar que existem ainda casos em que este princípio tende a
colidir com outros, pelo que urge ver, nessas situações se ele cede face a
outros valores.
Este princípio exprime a ideia de unidade do sistema jurídico ou, por outras
palavras, significa que no seio de um mesmo ordenamento jurídico não
devem existir antinomias ou contradições normativas.
d) Problema das questões prévias: há, destarte, casos que, para serem
decididos, pressupõem a resolução necessária de uma outra questão
fortemente ligada ao caso de que se trata. Deste problema das questões
prévias iremos tratar mais tarde.
Ex:
Haverá boa administração da justiça pelo juiz nacional quando por via do
alargamento das normas de conflito o juiz terá de criar uma uniformização.
Elas são bilaterais, os elementos de conexão remetem, quer para o
ordenamento jurídico estrangeiro quer para a lei interna e são normas
bivalentes porque tentam abranger todos os ordenamentos jurídicos.
Uma vez adquirido (o direito), adquirido está, este princípio assenta toda a
sua estrutura no direito romano (ex.: arts. 29º e 63º CC), uma vez capaz
sempre capaz. Aceita-se estas situações por segurança jurídica e
estabilidade.
Direito adquirido
Não temos uma expressão normativa tão ampla que abrange todas as
situações, por isso, quando não existe solução vai-se aos princípio do
Direito Internacional Privado, que são princípio formais porque vão ajudar
a solucionar essas questões.
Implica que o juiz nacional tenderá a salvar o negócio para que não sejam
frustradas as expectativas das partes.
Atende ao vínculo forte que existe entre as coisas imóveis e o Estado onde
estão situadas, daí que se mande aplicar a lei do lugar da situação das
mesmas, pois só assim fica salvaguardada a exequibilidade prática das
decisões judiciais;
O juiz, para dar a solução mais adequada ao caso, deve aplicar a lei que
melhor conhece (a «lex fori»), pois assim ficaria facilitada
consideravelmente a tarefa do juiz e garantir-se-ia o acerto das decisões (e é
óbvio que a probabilidade de erro judiciário é maior quando o juiz deixa de
pisar o chão firme do ordenamento jurídico local). Contudo, isso entraria
em colisão frontal com o princípio da paridade de tratamento das ordens
jurídicas estaduais e com o princípio da harmonia jurídica internacional,
uma vez que alarga o campo de aplicação da «lex fori». O nosso sistema não
simpatiza muito com este princípio (não havendo grandes expressões dele
no nosso ordenamento jurídico) e, assim sendo, este só deve ser aplicado
quando não comprometa a harmonia jurídica internacional, não sendo,
portanto, este princípio, susceptível de generalização, caso contrário,
iríamos voltar a cair no princípio da territorialidade.
Segundo este princípio deve ser aplicada a lei do estado com melhor
competência, sendo que esse será o que em melhores condições se
achar para impor o acatamento dos seus preceitos. É neste princípio
que está subjacente a atribuição de competência á lex rei sitae (lei da
localização das coisas) em matéria de direitos reais, mas ele pode
levar as normas de DIP a afastar a aplicação de uma lei tida como
competente quando for de recear que da aplicação da mesma
resultem decisões desprovidas de valor prático por não serem
reconhecidas no estado em que se destinam normal a produzir os
seus defeitos.
O instituto foi criado em 1926 como órgão auxiliar da Sociedade das Nações,
tendo sido objecto de reformulação em 1940, após dissolução desta
organização, com base num acordo multilateral - o Estatuto orgânico do
UNIDROIT.
1.34.1. Actividades
Política legislativa
OBJECTO:
SUJEITOS:
ORGÃOS JURISDICCIONAIS
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
Já se disse que o DIP tem por função dirimir conflitos de leis no espaço no
âmbito de relações jurídico-privadas absolutas ou relativamente
internacionais. Agora, para desempenhar essa função, o DIP socorre-se das
chamadas “normas de conflitos” (que vêem previstas no CC, desde o
artigo 25º ao 65º). Todavia, o DIP é ainda composto pelas normas de DIP
stricto sensu (que vêem previstas do artigo 14º ao 24º CC):
São regulados pela lei pessoal dos respectivos sujeitos, salvas as restrições
estabelecidas na presente secção – Consequência Jurídica
1. Solução Bilateralista:
2. Solução Unilateralista:
Artigo 46, nº1 (Código Civil)13 “O regime da posse, propriedade e demais direitos reais é definido
pela lei do Estado em cujo território as coisas se encontrem situadas”.
13
Decreto-Lei 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Consequência Jurídica
Consequência jurídica: consista na declaração de aplicabilidade de
preceitos juridico-materiais da lei que for designada pelo elemento de
conexão - exemplo, artigo 46º/1 "é definida pela lei do Estado (...)"
Elemento de Conexão
As regras de conexão: são as normas estabelecidas pelo Direito
Internacional Privado que indicam o Direito aplicável às diversas
situações jurídicas conectadas a mais de um sistema legal.
Três espécies:
a) Pessoais (nacionalidade, domicílio e residência);
b) Reais (local onde está situado o bem móvel ou imóvel); e
c) Conducistas (autonomia das partes, celebração do contrato, execução
do contrato e local onde foi cometido ato ilícito).
Os Elementos de Conexão podem ser:
e) Lei escolhida pelas partes - vontade (Nos casos permitidos pela lei, que
não contrariam a ordem pública)
Território ou lugar – Lei pessoal (pessoas colectivas) – Ex: art. 33º, nº2.
Território ou lugar - Lei do país onde a matrícula tiver sido efectuada - Ex: art. 46º,
nº3.
Território ou lugar - Lei do lugar da primeira publicação da obra - Ex: art. 48º, nº1.
Território ou lugar - Lei do país da sua criação - Ex: art. 48º, nº1.
Território ou lugar - Lei do Estado em que o acto é celebrado Ex: art. 50º
1. A pessoa colectiva tem como lei pessoal a lei do Estado onde se encontra
situada a sede principal e efectiva da sua administração.
LEX FORI
14 https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional_privado
Previsão
Conceito quadro Elemento de Conexão Legal
Pessoas Singulares
Início da personalidade jurídica Lei pessoal dos sujeitos - Nacionalidade Art. 26º -31º
C. Civil
Estado Civil dos indivíduos Lei pessoas dos sujeitos - Nacionalidade
(singulares)
Capacidade civil dos indivíduos Lei pessoas dos sujeitos - Nacionalidade Art. º 33, nº1
e 2, C. Civil
Pessoas Colectiva
Capacidade da Pessoas Colectiva Lei pessoas dos sujeitos - Território
Constituição, funcionamento e Lei do Estado onde se encontra situada a sede Art. º 33,
competência dos seus órgãos das principal e efectiva da sua administração nº2
pessoas colectivas (Território)
Modos de aquisição e perda da Lei do Estado onde se encontra situada a sede Art. º 33, nº1
qualidade de associado e os principal e efectiva da sua administração e 2, C. Civil
correspondentes direitos e deveres da
pessoa colectiva.
Responsabilidade da pessoa colectiva, Lei do Estado onde se encontra situada a sede Art. º 33, nº1
bem como a dos respectivos órgãos e principal e efectiva da sua administração e 2, C. Civil
membros, perante terceiros
Transformação, dissolução e extinção da Lei do Estado onde se encontra situada a sede Art. º 33, 2,
pessoa colectiva. principal e efectiva da sua administração C. Civil
DIP e Direitos de família
Regulação dos bens e das relações a eles Lei do país em que estiverem situados Art. 46º, nº1
concernentes
Regulação dos bens móveis que ele Lei do país em que for domiciliado o Art. 46º, nº2
trouxer ou se destinarem a transporte proprietário
para outros lugares
Regulação dos bens móveis submetidos Lei do país onde a matrícula tiver sido Art. 46º, nº3
a um regime de matrícula efectuada
De acordo a:
Conexão única:
Conexão múltipla
Alternativas
Conexões cumulativas
Cumulativas:
Podemos ver que ambas visam fazer apreciar por 2 sistemas jurídicos as
condições de validade do mesmo acto. Porem enquanto na conexão
cumulativa o acto só é valido se o mesmo for admitido simultaneamente por
várias normas de conflito. Podemos ver que na APLICAÇÃO COMBINADA,
existe entre os 2 sistemas jurídicos uma distribuição ou repartição de
competências, tendo nestas situações, que determinados pressupostos de
validade do acto, ser apreciados por um sistema jurídico, e outros
pressupostos serem analisados por outro sistema jurídico diferente. Art.
49CC.
Nacionalidade
Domicílio
15Há uma certa discussão em saber se o conceito e compreensão de domicílio em direito internacional
é o mesmo trazido no código civil.
Maior proximidade
A lei dos pais onde as coisas estão situadas (designadamente as coisas
imóveis) é a que está em melhor posição para indicar o respectivo regime.
O juiz, para dar a solução mais adequada ao caso, deve aplicar a lei que
melhor conhece (a «lex fori»), pois assim ficaria facilitada
consideravelmente a tarefa do juiz e garantir-se-ia o acerto das decisões.
Por via deste princípio leva-se à maximização da aplicação da lei material
do foro.
Haverá boa administração da justiça pelo juiz nacional quando por via do
alargamento das normas de conflito o juiz terá de criar uma uniformização
Implica que o juiz nacional tenderá a salvar o negócio para que não
sejam frustradas as expectativas das partes.
Uma vez adquirido (o direito), adquirido está, este princípio assenta toda
a sua estrutura no direito romano (ex.: arts. 29º C.C.), uma vez capaz
sempre capaz. Aceita-se estas situações por segurança jurídica e
estabilidade.
Toda lei tem sua força em determinado local e tempo. Em regra, uma
norma tem vigência até que outra a revogue. A sucessão de leis no tempo
traz diversos problemas para a aplicação do Direito, porquanto a norma
anterior incidiu sobre determinadas situações e, por outro lado, a lei
revogadora está pronta para incidir.
17
Lei do lugar onde o caso é discutido ou analisado.
Podemos ver que as várias normas vêm tomar lugar de outras normas,
interferindo assim em relações jurídicas pré existentes, como é o caso que
decorre de uma sucessão de leis, colocando-se portanto, o problema de
determinar se essa relação jurídica deverá ser disciplinada pela lei nova ou
pela lei existente á data da sua constituição.
Aqui põe-se a questão de saber qual a regra de conflitos deve ser aplicada
(se a lei nova se a lei antiga), quando entre o momento em que a questão é
Caso não esteja perante nenhum dos casos previstos no Art. 53º. C. C, então
o Prof. Ferrer Correia defende que é a actual lei pessoal que é aplicada, ou
seja, a lei relevante para resolução dos problemas do Conflito Móvel, é a lei
pessoal de cada uma das partes, pelo que, a lei aplicável é a lei vigente no
momento em que a situação esta a ser apreciada.
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
VALLADÃO, Haroldo, "Direito Internacional Privado", v. 1, Ed. Freitas Bastos, 4ª ed., 1974.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional_privado
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
No fim da disciplina os estudantes deverão ser capazes de:
3. A Fraude a Lei
Proença, José João Gonçalves: “Direito Internacional Privado – Parte Geral”, 1ª Edição, Editora:
19
Quando se declara inaplicável a lei estrangeira por ter ocorrido fraude à lei,
isto não afeta apenas situações em que a lei estrangeira invocada seja
chocante à ordem pública do foro, para isto o Princípio da Ordem Pública
seria suficiente, não havendo razão para se reconhecer a outra teoria.
Porém, abrange todas as situações em que as partes não poderiam, no plano
interno, contratar de forma contrária ao disposto na lei.
d) Intenção fraudatória.
A fraude à lei deve ser considerada tão somente quando o objetivo seja
evitar a aplicação de normas cogentes e imperativas, principalmente no
plano interno e um pouco mais raro no plano internacional. Portanto, a
chave da questão é a intenção dos agentes de mascarar a situação, de forma
a dar aparência de cunho correto, tentando contabilizar a vantagem
esperada.
A sanção mais grave da lei contra uma fraude é o não reconhecimento pelo
direito interno de uma sentença em negócio jurídico mediante a prática da
fraus legis e por via de consequência, não surtirá quaisquer efeitos jurídicos
no país. Por outro lado, sempre cabe ao juiz ponderar os interesses
conflitantes no caso concreto. Assim sendo, a reação adequada contra a
fraude à lei nem sempre será a desconsideração total pela lex fori.
Art.º 21º - Fraude à lei.20 “Na aplicação das normas de conflitos são irrelevantes
as situações de facto ou de direito criadas com o intuito fraudulento de evitar a
aplicabilidade da lei que, noutras circunstâncias seria competente”.
Caso Baufremont-Bibesco
A condessa de Carman-Chimay, Henriette Valentine de Riquet, de
nacionalidade belga, casou-se com o príncipe francês de Bauffremont. A
belga adquiriu, com o casamento, a nacionalidade francesa. Posteriormente
separou-se, na França, onde, naquela época, não era permitido o divórcio.
Pelo fato de não estar o vínculo matrimonial totalmente dissolvido, a
condessa não poderia se casar novamente.
20
Decreto-Lei n.º 47344/66, de 25 de Novembro (Código Civil)
Fundo do caso
Decisão
A decisão do tribunal está correta? Não, pois o Estado não pode anular
actos praticados em outro. Pode tão somente não reconhecer o acto
praticado: essa é a conseqüência prática da evasão de direitos. Em
contrapartida, Bauffremont deveria ter intentado uma acção na Alemanha e
a conseqüuncia da fraude à lei, com vista a anulação do casamento.
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
U NID A D E T E MÁ TI C A 4: O D I P E A P L I C A Ç Ã O D O D I R E IT O
MA TER IA L ES TR A N GE IR O
Objectivos
Soluçao Doutrinal
“Se a legislação competente constituir uma ordem jurídica territorialmente unitária, mas nela
vigorarem diversos sistemas de normas para diferentes categorias de pessoas, observar-se-á
sempre o estabelecido nessa legislação quanto ao conflito de sistemas.”
“A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.”. Assim,
embora submetida a questão à jurisdição brasileira, concernente à produção
das provas dos fatos ocorridos no país estrangeiro, deverão ser aplicadas as
normas estrangeiras, desde que não sejam inadmissíveis segundo a lei
moçambicabna.
Sistema Anglo-saxónico
Sistema Germânico
Sistema Anglo-saxónico
Sistema Germânico
Assim é que a aplicação do direito estrangeiro não se faz por ato arbitrário
do juiz, mas em decorrência de mandamento legal da legislação interna.
Reputa-se a norma estrangeira com força coativa igual à brasileira.
1. Pressupostos
A excepção só se aplica aos actos jurídicos praticados em território
moçambicano ou no território de outro Estado, onde vigora regra
idêntica à do artigo 28º do Código Civil moçambicano.
Por indivíduo incapaz à face da sua lei pessoal.
Indivíduo que, em princípio, seria capaz se fosse aplicável a lei
moçambicana (ou local)
2. Justificação
21
ALBERTO DOS REIS, Processos Especiais, vol. II, reimpressão, Coimbra Editora, Coimbra, p.141
22
Código de Processo Civil artigo 1.100.º, n.º 2,
Nos termos dos artigos 771.º, alíneas a), c) e f), e 1.100.º, o pedido de
revisão de sentenças estrangeiras proferidas contra cidadãos estrangeiros
só pode ser impugnado com algum dos fundamentos seguintes:
23
CPC - artigos 771.º, alíneas a), c) e f), e 1.100.º
Sistema imposto com o fim de analisar a aplicação da lei do país em que irá
ser executada a sentença.
Utiliza-se dos tratados como basilar, não existindo esse entre os dois
Estados, sequer será possível a homologação.
Por exemplo, para que o cidadão ou cidadã estrangeiro esteja com a sua
documentação e estado civil regularizados perante as conservatórias em
Moçambique, é necessário que seja proposto o devido procedimento
judicial para que a sentença de divórcio estrangeira seja válida no país.
CAPÍTULO XII
ARTIGO 1094.º
Necessidade da revisão24
ARTIGO 1095.º
Tribunal competente
ARTIGO 1096.º
b) Que tenha transitado em julgado segundo a lei do país em que foi proferida;
e) O réu tenha sido devidamente citado, salvo tratando-se de causa para que a lei
moçambicana dispensara a citação inicial; e, se o réu foi logo condenado por falta
de oposição ao pedido, que a citação tenha sido feita na sua própria pessoa;
ARTIGO 1097.º
ARTIGO 1098.º
Contestação e resposta
ARTIGO 1099.º
Discussão e julgamento30
ARTIGO 1100.º
ARTIGO 1101.º
ARTIGO 1102.º
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
Assim, ordem pública é a moral básica de uma nação, medida pela sensibilidade
média da sociedade. São os valores da sociedade como um todo em determinada
época, levando em consideração, quando se trata de Direito Internacional Privado,
a base social, política e jurídica, enquanto que para o Direito Interno considera
apenas as questões jurídicas.
Relatividades/Instabilidade,
Contemporaneidade, e
Factor exógeno
c) Factor exógeno: o acto ou sentença estrangeira que violar a ordem pública será
barrado e repelido, não sendo aceite pelo ordenamento Moçambicano.
32
33
1. Não são aplicáveis os preceitos da lei estrangeira indicados pela norma de conflitos, quando
essa aplicação envolva ofensa dos princípios fundamentais da ordem pública internacional do
Estado português.
2. São aplicáveis, neste caso, as normas mais apropriadas da legislação estrangeira competente
ou, subsidiariamente, as regras do direito interno Moçambicano.
Parte da doutrina acredita que existem duas ordens públicas distintas, uma
interna e outra, internacional. Outra parte acredita que há uma só ordem
pública, porém com duas aplicações, cabendo, tão-somente, definir se a
incidência será no campo de direito interno ou no campo do Direito
Internacional Privado.
A primeira (interna) noção refere-se aos princípios de base, ou, como muitos
chamam, ao Código moral e ético estabelecido e respeitado num sistema jurídico
particular, e visa colocar freio ou limitar autonomia das partes.
34
DOLINGER, Jacob. Direito Internacional Privado Parte Geral. 5ª ed. Ampliada e atualizada. Rio de
Janeiro: Editora Renovar, 1997.
No plano interno,
No plano internacional e
No plano dos direitos já adquiridos no exterior.
Assim, o que esse primeiro nível da ordem pública regula é o que pode e o
que não pode ser pactuado pelas partes em seus contratos. Entretanto,
como é sabido, a ordem pública, também em sua acepção internacionalista,
é volúvel, alterando-se com as mudanças dos costumes, mentalidades e
interesses, de modo que caberá ao aplicador da lei determinar, de acordo
com a filosofia moral vigente à época de sua apreciação judicial.
Sua vigência e validade dependem da lex fori de cada país admiti-lo como
elemento de conexão. Se o Estado admite a autonomia da vontade das
partes como elemento de conexão, é aplicável a lei designada pelas próprias
partes, levando em consideração a sua vontade subjetiva, permitida no
sistema jurídico, talvez não objetivada pelo legislador.
Não temos uma expressão normativa tão ampla que abrange todas as
situações, por isso, quando não existe solução vai-se aos princípio do
Direito Internacional Privado, que são princípio formais porque vão ajudar
a solucionar essas questões.
Uma vez adquirido (o direito), adquirido está, este princípio assenta toda a
sua estrutura no direito romano (ex.: arts. 29º), uma vez capaz sempre
capaz. Aceita-se estas situações por segurança jurídica e estabilidade.
A Teoria dos Direitos Adquiridos nos diz que se um indivíduo adquire
determinado direito em determinado Estado ele continuará tendo como
direito adquirido em quaisquer outros Estados, por uma questão de boas
relações internacionais, já que não há tratado neste sentido.
Caio Mário da Silva Pereira, entende assim, que tal direito é incorporado ao
património do seu titular, que sejam já realizados ou os que ainda
dependem de um prazo para o seu exercício, ainda que sejam os
subordinados ou os que por uma condição inalterável ao arbítrio de outrem.
Antoine Pillet afirma que é necessário existir respeito pelos actos jurídicos
que tenham sido realizados em conformidade com as leis do país alienígena
(estrnageiro), caso contrário, o comércio internacional tornar-se-ia inviável e
os Estados não tem interesse em dificultar os contratos internacionais.
Actividades
36 DOLINGER, Jacob – Direito Internacional Privado, parte geral, 9ª edição actualizada, Renovar, 2008
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
U NID A D E TE M Á T IC A 6: PR OB LE M A D A Q UE STÃ O PR É V I A
Objectivos
6.4. Caracterização
Por exemplo, sucessão legal de um suíço que falece com último domicílio
na Suíça e deixando bens em Moçambique. A questão principal é a
determinação dos sucessíveis e das suas quotas hereditárias. O art. 62º C.C.
(Moçambique) remete para a lei Suíça. O art. 457º CC suíço estabelece
como primeira classe de sucessíveis legais os descendentes dos autos da
sucessão. Pode discutir-se se dada pessoa é ou não filho do autor da
sucessão. É uma questão prévia relativa à filiação.
6.6. Requisitos:
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
Dessa forma, qualificar é saber com clareza como e qual instituto é aplicável
à situação apresentada.
A viúva maltesa nada herdaria pela lei francesa, mas seria contemplada com
a quarta parte dos bens se fosse aplicada a legislação vigente em Malta. O
seu advogado começou sua defesa pelo questionamento se tratava de direito
de família ou sucessões. Para este, sua tese era de que a solução se
encontrava no direito de família, devendo ser buscada no regime
matrimonial, portanto, a lei maltesa.
Exemplo:
Aqui é possível pelo menos à primeira vista, descobrir através das normas
de conflito do foro, qualquer regra material susceptível de regular a questão
privada internacional em causa. E isto, apesar de se verificar que a questão
admite tutela porque, em si mesma considerada, pode ser reconduzida a
uma das categorias típicas da tutela admitidas em abstracto, em cada uma
das ordens jurídicas conectadas com a situação privada internacional.
Este direito atribuído à Coroa Britânica tem natureza pública sendo possível
aproximá-lo de um direito real. Portanto, por simplificação, dir-se-á que se
trata de uma norma que, caracteriza na ordem jurídica em que se insere,
respeita aos direitos reais. Todavia, esta mesma norma, correctamente
interpretada na ordem jurídica em que se insere, abrangeria apenas, bens
situados na Inglaterra.
Surge assim, um vácuo de normas, falta de normas ou, dito de outro modo,
um conflito negativo de qualificação.
Não tem nenhuma norma quanto àquela questão então não é matéria
sucessória, é de direitos reais, logo falha em termos de função e conteúdo.
Há uma falha de qualificação.
Critérios de Hierarquia
1) O critério sobre a substância afasta a qualificação da forma do
negócio;
2) A qualificação real prevalece sobre a qualificação pessoal;
3) A qualificação do regime matrimonial prevalece sobre a qualificação
sucessória;
4) A qualificação especial afasta a qualificação geral.
Quando a lei estrangeira designada pelo DIP do foro, designa por seu turno,
para regular o caso, a própria lei do foro, ou uma outra lei, trata-se de um
conflito negativo de normas, e a sua solução é o Reenvio.
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988.
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
8. O Reenvio
8.1. O Reenvio e o Conflito das qualificações
Exemplos:
L1 L2 L2 L1 (“lex fori”)
L1= (Lex Fori/Lei do Foro)= L1: Lei do país onde está sendo julgado o caso
sub Júdice (caso em apreço)
L1 L2 L3 (lex domicili)
O problema do reenvio deve ser colocado perante o DIP da “lex fori” e
tratado neste enquadramento como problema de interpretação do direito
local, de modo a abranger a própria integração do direito vigente.
Quando a lei estrangeira designada pelo DIP do foro, designa por seu turno,
para regular o caso, a própria lei do foro, ou uma outra lei, trata-se de um
conflito negativo das qualificações.
Forgo era um cidadão da Baviera que vivera em França longa vida e aqui
falecera intestado. Apareceram a habilitar-se-lhe à sucessão (constituída
por valores mobiliários existentes em França) certos parentes colaterais
afastados, que de facto herdariam segundo a lei vigente na Baviera, mas não
segundo a lei francesa: em face desta lei, os bens seriam para o Estado. A
primeira fase do processo findou com a decisão de que a lei aplicável era a
lei Bávara (lei do domicílio de origem do de cujus), em virtude de o
hereditando não ter chegado a adquirir um domicílio legal em França. A
partir daqui entrou a discutir-se sobre se o direito Bávaro não deveria
aplicar-se na sua totalidade; sobre se a primeira ª norma desta legislação, q
se impunha reconhecer e acatar, ñ era a q devolvia, em matéria de sucessão
mobiliária, para a lei do domicílio de facto ou residência habitual do autor
da herança, a qual vinha a ser, no caso, precisamente a lei francesa. E assim
o entendeu a Court de Cassation.
1- É quando o foro decide que é aplicável 1. O D.I.P. do foro, ao aplicar norma, não
a legislação estrangeira, se a legislação poderá isolar-se do direito estrangeiro,
estrangeira atentar para seu D.I.P é pois estão interligados com o direito
julgar novamente o caso; internacional privado;
2- O D.I.P do foro é competente para 2. A aceitação pelo foro do país estrangeiro
julgar o caso, não tendo necessidade do não significa perda de soberania, é na
D.I.P. estrangeiro julgar o caso, pois verdade a obediência à regra conflitual do
isto significaria renunciar sua foro;
soberania; 3. Aceitar o D.I.P não decorre apenas de
3- A aceitação do Reenvio só se Cortesia Internacional, mas é seguir
justificaria em função da “Cortesia também uma norma juridicamente
Internacional”, o que demonstra o fundamentada;
desprezo a norma jurídica; 4. Quando dois países se julgarem
4- Aceitar o Reenvio porque a norma incompetente para o caso concreto,
estrangeira não é competente para aplicar-se-á a lex fori, de forma
aplicar ao caso, e se o outro país se subsidiária;
julgar também incompetente isso 5. O fato de o reenvio não evitar soluções
causaria um círculo vicioso; diferentes, não quer dizer que haja recusar
5- O reenvio não evitaria decisão o reenvio;
diferente;
Esta tese conduz à recusa total do reenvio, sendo que essa recusa é
fundamentada pelo próprio carácter instrumental das normas de conflito
(que visam indicar o direito material aplicável às relações jurídico privadas
internacionais);
L1 (lei do foro) L2 L3
37PROENÇA, José João Gonçalves: “Direito Internacional Privado – Parte Geral”, 1ª Edição,
Editora: Brochado, Universidade de Lusíada, Lisboa, 1992. Pag. 183.
Daqui resulta que a referência material é enunciada como regra geral. Mas
não resulta a adopção da tese da referência material, visto que se admite
“preceito em contrário”, isto é, que se aceite a devolução nos casos em que a
lei o determine. Isto verifica-se desde logo nos arts. 17º, 18º, 36º/2 e 65º/1
in fine CC.
II. Que a remissão possa não ser entendida como uma referência
material;
L1 (lei do foro) L2 L3
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
o Capacidade
o Representação
Declaração negocial.
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
A lei pessoal aplica-se aos bens que não se acham integrados em qualquer
soberania estatal.
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 198
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
Conexões objectivas
Nacionalidade (cidadania)
Residência habitual (Domicilio)
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
Filiação
Constituição do vínculo - Artigo 56º e 52º do C.C
Relações entre pais e filhos com lei nacional comum - Artigo 57º,
nº1 do C.C
Relações entre pais e filhos sem a lei nacional comum, mas com
domicílio comum - Artigo 57º, nº1 do C.C.
Relações entre pais e filhos sem a lei nacional comum, nem domicílio
comum - Artigo 57º, nº1 do C.C
Actividades
REFERÊNCIAS
Leituras Obrigatórias
Legislação Principal
Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil)
Leituras Complementares
MACHADO, João Baptista: “Lições de Direito Internacional Privado”.
Edit. Almedina, Coimbra, 1988
Legislação Complementar
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de
Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns artigos do Código Comercial de
Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005);
Objectivos
Sucessão testamentária
Neste tipo de sucessão devem distinguir-se 3 (três) situações:
Actividades
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR