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RRAg-1001221-91 2021 5 02 0031

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PROCESSO Nº TST-RRAg - 1001221-91.2021.5.02.

0031
ACÓRDÃO
(8ª Turma)
GMSPM/icnb/bbs

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


INTERPOSTO PELO RECLAMANTE – REGÊNCIA PELA LEI Nº.
13.467/2017 - HORAS EXTRAS. REGIME 12X36. MINUTOS QUE

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1005C5FE3501D13EBE.
ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 333 DO TST E DO § 7º DO ART. 896 DA
CLT - MULTA NORMATIVA. ART. 896, “A” E “C”, DA CLT –
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. BENEFICIÁRIO
DA JUSTIÇA GRATUITA. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE.
OBSERVÂNCIA DA ADI Nº 5.766 DO STF. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 333 DO TST E DO § 7º DO ART. 896 DA CLT.
TRANSCENDÊNCIA NÃO RECONHECIDA. Nega-se provimento
ao agravo de instrumento quando não demonstrada a
viabilidade do processamento do recurso de revista. Agravo
de instrumento a que se nega provimento.
II - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO
ESTADO DE SÃO PAULO - REGÊNCIA PELA LEI Nº 13.467/2017 –
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE
SERVIÇOS. ENTE PÚBLICO. AUSÊNCIA DE PROVA DE
FISCALIZAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. TESE FIRMADA PELO STF EM
SEDE DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 246. TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA RECONHECIDA. Constatada possível violação do
inciso I do artigo 373 do CPC, merece provimento o agravo de
instrumento para determinar o processamento do recurso de
revista. Agravo de instrumento a que se dá provimento.
III – RECURSO DE REVISTA DO ESTADO DE SÃO PAULO -
REGÊNCIA PELA LEI Nº 13.467/2017 – RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. ENTE PÚBLICO.
AUSÊNCIA DE PROVA DE FISCALIZAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. TESE
FIRMADA PELO STF EM SEDE DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA
246. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. O Supremo
Tribunal Federal, ao examinar a ADC-16/DF e o RE-760931/DF
(leading case do Tema nº 246 do Ementário de Repercussão
Geral), firmou tese no sentido de que a inadimplência da
empresa contratada não transfere ao ente público tomador
de serviços, de forma automática, a responsabilidade pelo
pagamento dos encargos trabalhistas e fiscais, sendo
necessário verificar, caso a caso, a eventual ocorrência de
culpa da Administração Pública. Embora o tema nº 1.118
ainda esteja pendente de julgamento, o Supremo Tribunal
Federal tem reiteradamente cassado decisões da Justiça do
Trabalho em que se atribui a responsabilidade subsidiária ao
ente público, em razão de este não ter se desincumbido do
encargo de demonstrar a efetiva fiscalização do contrato.
Julgados do STF. Considerando que o Supremo Tribunal
Federal delineia o alcance dos seus precedentes vinculantes
por meio de suas reclamações, constata-se que a mera
ausência de prova quanto à fiscalização do contrato não
induz à responsabilização do Poder Público. Caso contrário,
estar-se-ia diante da possibilidade de novas condenações do
Estado por simples inadimplemento, em desrespeito à tese
fixada na ADC 16. Transcendência política reconhecida.
Recurso de revista de que se conhece e a que se dá
provimento.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista com Agravo n°


TST-RRAg-1001221-91.2021.5.02.0031, em que é Agravante e Recorrido ROBERTO JEFFERSON DE SOUZA
MOURA e Agravado e Recorrente ESTADO DE SÃO PAULO e é Agravado e Recorrido ESSENCIAL SISTEMA
DE SEGURANÇA LTDA.

O reclamante interpõe agravo de instrumento (fls. 1.318/1.335) contra a decisão


de fls. 1.284/1.290, mediante a qual foi denegado seguimento ao seu recurso de revista (fls. 1.252/1.263).
O segundo reclamado (ESTADO DE SÃO PAULO) interpõe agravo de instrumento
(fls. 1.339/1.342) contra a decisão de fls. 1.284/1.290, mediante a qual foi denegado seguimento ao seu
recurso de revista (fls. 1.264/1.283).
Contraminutas às fls. 1.339/1.342 e 1.379/1.397 e contrarrazões aos recursos de
revista às fls. 1.343/1.358 e 1.359/1.377.
O Ministério Público do Trabalho oficiou pelo prosseguimento do feito (fls.
1.404/1.405).
É o relatório.

VOTO

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I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE

1 – CONHECIMENTO

Conheço do agravo de instrumento por estarem presentes os pressupostos legais


de admissibilidade, entre os quais a representação processual (fls. 58) e a tempestividade (ciência da
decisão denegatória em 25/11/2022 e interposição do apelo em 7/12/2022), sendo inexigível o preparo.

2 – MÉRITO

2.1 – HORAS EXTRAS. JORNADA 12X36. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA.


MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO
REGIME

O Regional denegou seguimento ao recurso de revista com fulcro no art. 896, “c”,
da CLT e na Súmula 296, I, do TST.
O reclamante impugna a decisão denegatória e reitera a argumentação
apresentada no referido apelo. Sustenta que é inválido o acordo de compensação de horas. Afirma que
trabalhou no regime 12x36 exercendo habitualmente hora extras, assim como, antecipava e prorrogava
a sua jornada diariamente e laborava nos dias de folga. Renova suas alegações de divergência
jurisprudencial e contrariedade ao item IV da Súmula 85 do TST. Alega, ainda, violação do inciso III do
artigo 5º da Constituição da República, artigo 59-B da CLT e do inciso XIII do artigo 7º da Constituição da
República.
Sem razão.
O Regional assim decidiu:

“Das horas extras. Minutos que antecedem a jornada de trabalho. Escala 12x36.
Descaracterização
Insurge-se o reclamante contra a r. decisão de origem que indeferiu o pagamento de horas
extras a partir da 8ª hora diária, afirmando que o regime de compensação 12x36 restou
descaracterizado pela extrapolação habitual da jornada.
Sem razão.
Os elementos de prova colhidos durante a instrução processual revelaram que o reclamante
antecipava e prorrogava sua jornada em 15 minutos a fim de realizar a vistoria do posto e a troca de
uniforme, laborando das 06:45 às 19:15 horas, com uma hora de intervalo, em escala 12x36.
Nesse passo, deve ser salientado que o reclamante não se insurge quanto à validade da escala
com frequência distribuída no modelo de 12x36, e sim apenas sustenta a descaracterização da
compensação pelo habitual labor extraordinário.
Ocorre que, ao contrário do que alega o recorrente, os §§ 1º e 4º da 42ª cláusula da convenção
coletiva da categoria estabelecem expressamente que a realização de uma hora extra por dia e o
labor em até quatro folgas por mês não descaracterizam a jornada de trabalho 12x36 (v.fls. 107).
Como os minutos antecipados e prorrogados pelo reclamante são inferiores à tolerância
estabelecida pela norma coletiva, o MM. Juízo de origem andou bem ao reconhecer a validade da
jornada de trabalho em regime de 12 horas de trabalho por 36 de descanso. Nego provimento.” (fl.
1238)

O Tribunal Regional concluiu pela validade do regime 12x36 praticado pelo


reclamante, assentando que a entrada antecipada e a prorrogação da jornada na saída em 15 minutos
diários não é motivo suficiente à descaracterização da jornada de trabalho prevista na norma coletiva.
Registrou que os §§ 1º e 4º da 42ª cláusula da Convenção Coletiva da Categoria
estabelecem expressamente que a realização de uma hora extra por dia e o labor em até quatro folgas
por mês não descaracterizam a jornada de trabalho 12x36, consignando, nesse sentido, a inexistência
de horas extras habituais.
Esta Corte Superior tem adotado o entendimento no sentido de que a
inobservância do intervalo intrajornada e minutos que antecedem e sucedem a jornada não
descaracterizam, por si só, o regime de trabalho de 12x36 estabelecido em norma coletiva.
Nesse sentido, seguem precedentes e julgados:
"RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 11.496/2007. JORNADA 12X36. HORAS
EXTRAS DECORRENTES DA INOBSERVÂNCIA DO LIMITE PREVISTO NO ART. 58, § 1º, DA CLT (MINUTOS
RESIDUAIS). NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME ESPECIAL DE COMPENSAÇÃO. 1 - Discute-se nos
autos se a condenação em horas extras decorrente da inobservância do limite previsto no art. 58, §
1º, da CLT (minutos residuais) tem o condão de descaracterizar a jornada 12x36 prevista em norma
coletiva. 2 - Sobre a matéria, a jurisprudência desta Corte tem entendido que a extrapolação do

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limite de 10 minutos diários para registro de ponto previsto em lei, por si só, sem a evidência de
efetiva prestação de serviços pelo obreiro, não torna inválido o regime especial 12x36, pois, nesse
caso, o empregado encontra-se simplesmente à disposição do empregador, resultando respeitada a
carga máxima diária de trabalho real (12 horas). 3 - Julgados desta SBDI-1 e de Turmas do TST. 4 - Na
presente hipótese, não consta do acórdão da Turma, tampouco dos trechos do acórdão do Tribunal
Regional nele reproduzidos, nenhuma informação acerca da efetiva prestação de labor pelo
reclamante nos minutos residuais. 5 - Logo, ao manter incólume o regime 12x36 previsto em norma
coletiva, a Turma recorrida decidiu em consonância com iterativa e notória jurisprudência desta
Corte Superior, circunstância que torna os arestos paradigmas imprestáveis à demonstração de
divergência jurisprudencial, de modo a atrair a incidência do disposto no art. 894, § 2º, da CLT. 6 - Por
sua vez, não se vislumbra contrariedade à Súmula 444 do TST, pois a jornada especial de trabalho foi
ajustada mediante instrumento normativo, revelando-se, portanto, plenamente válida, nos
expressos termos do verbete em questão. Recurso de embargos não conhecido." (E-ARR-11529-
24.2016.5.03.0106, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relatora Ministra Delaide
Alves Miranda Arantes, DEJT 17/11/2023)

"AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA COM AGRAVO. REGÊNCIA DA


LEI Nº 13.015/2014. ELASTECIMENTO HABITUAL DA JORNADA EM RAZÃO DE 15 MINUTOS RESIDUAIS
DIÁRIOS. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE JORNADA 12X36. O cabimento de recurso de
embargos contra acórdão de Turma se restringe às hipóteses previstas no art. 894, II e § 2º, da CLT,
não se considerando atual a divergência superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal
Superior do Trabalho. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgR-E-ARR-384-
75.2015.5.12.0034, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Walmir
Oliveira da Costa, DEJT 12/04/2019)

"EMBARGOS EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA - REGÊNCIA PELA LEI Nº


13.015/2014 - JORNADA DE TRABALHO. REGIME 12 X 36. SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA.
Inviável a admissão do recurso de embargos quando constatada a conformidade do acórdão
turmário com a jurisprudência do TST, firme no sentido de que a supressão do intervalo intrajornada,
por si só, não descaracteriza o regime de trabalho na escala 12 x 36. Recurso de embargos não
conhecido." (E-ED-RR - 1067-27.2011.5.05.0009, Relator Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 23/9/2016)

"I - RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. JORNADA 12X36. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA.


TROCA DE UNIFORME E SUPRESSÃO DO INTERVALO. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME. 1. O
Tribunal Regional entendeu pela validade da jornada 12x36, prevista em norma coletiva, não
obstante a supressão do intervalo intrajornada e minutos para troca de uniforme. 2. O contrato de
emprego foi firmado na vigência da Lei nº. 13.467/2017 e a prestação de horas extras habituais não
descaracteriza o regime de compensação de jornada. (art. 59-B, parágrafo único, da CLT) . 3. O
acórdão regional se encontra em consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido
de que a inobservância do intervalo intrajornada e minutos para troca de uniforme não
descaracterizam, por si só, o regime de trabalho de 12x36 previsto em norma coletiva. Precedentes.
Recurso de revista não conhecido. (...)" (RR-20405-32.2021.5.04.0019, 8ª Turma, Relatora Ministra
Delaide Alves Miranda Arantes, DEJT 19/02/2024)

"RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014.


JORNADA 12X36 PACTUADA MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. CONCESSÃO IRREGULAR DE
INTERVALO INTRAJORNADA. EXTRAPOLAÇÃO DOS MINUTOS RESIDUAIS DIÁRIOS. INVALIDADE NÃO
CARACTERIZADA. O Regional reformou a sentença para considerar válida a adoção do sistema de
trabalho com escalas 12x36, sob o fundamento de que esse regime está previsto nas normas
coletivas da categoria dos vigilantes e as horas extras realizadas pelo reclamante limitavam-se ao
tempo gasto antes do início da jornada (15 minutos por dia de trabalho) e aos intervalos intrajornada
não usufruídos (uma hora por dia de trabalho), parcelas que já abrangem o objeto da condenação. A
SBDI-1 desta Corte tem firme jurisprudência no sentido de que a inobservância do intervalo
intrajornada não descaracteriza o regime de 12x36 previsto em norma coletiva, ensejando apenas o
pagamento das horas correspondentes. Da mesma forma, a extrapolação dos 10 minutos diários que
antecedem e sucedem a jornada de trabalho, previsto artigo 58, § 1º e na Súmula 366 desta Corte,
não tem o condão de invalidar a escala 12X36 ajustada mediante norma coletiva, em razão da
diferença existente entre eles e a ocorrência de sobrejornada . Isso porque, enquanto na primeira
hipótese o empregado apenas está à disposição do empregador, na segunda ele efetivamente presta
trabalho suplementar. Recurso de revista conhecido e desprovido " (RR-20694-96.2015.5.04.0011, 5ª
Turma, Relator Ministro Breno Medeiros, DEJT 31/8/2018)

"RECURSO DE REVISTA. (...) VALIDADE DO REGIME 12X36. I - O Tribunal Regional consignou que
a adoção da escala 12X36, à qual o recorrente se submetia, está prevista nos instrumentos coletivos
da categoria, a exemplo da cláusula 37ª da CCT 2012/2014, motivo pelo qual reconheceu a validade
do referido regime, na esteira da Súmula 444 do TST. II - Com esteio na prova testemunhal e
documental, a Corte local detectou que havia extrapolação da jornada, nos termos do artigo 58, § 1º,
da CLT, uma vez que o recorrente chegava 20 minutos antes do horário registrado no cartão ponto e
saía 20 minutos depois, perfazendo o total de 40 minutos destinados à rendição, tendo alertado que
não havia prestação habitual de horas extras ou de "dobras". III - Por isso, deu parcial provimento ao
recurso ordinário do recorrente para condenar a reclamada ao pagamento de diferenças de horas
extras além da 12ª, observado o tempo destinado à rendição, arbitrado em 40 minutos, respeitados
os dias efetivamente laborados. IV - Nesse contexto, sobressai a certeza de que os julgados trazidos
a cotejo são inespecíficos, à luz da Súmula nº 296, I, do TST, pois versam sobre hipóteses em que,
comprovadamente, havia prestação habitual de horas extras, suscetível de descaracterizar o
regime 12X36, aspecto que não guarda similitude fática com a controvérsia enfrentada no acórdão
impugnado. V - Com efeito, a condenação ao pagamento de diferenças de horas extras oriundas
dos minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho, a teor do artigo 58, § 1º, da CLT, é
fruto de construção jurisprudencial, consubstanciada na Súmula 366/TST . VI - Sendo assim, não há
como conferir a esses minutos residuais o condão de invalidar a escala 12X36, diante da nítida
distinção entre eles e a ocorrência de sobrejornada, porque na primeira hipótese o empregado se
encontra à disposição do empregador, enquanto na segunda ele efetivamente presta horas
suplementares, em relação às quais é que se põe como adequada a conclusão sobre a habitualidade
da sua prestação . VII - Recurso de revista não conhecido (...)" (RR-1001-79.2015.5.09.0014, Relator
Ministro Antonio José de Barros Levenhagen, 5ª Turma, DEJT 23/6/2017)

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO ANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.


MINUTOS RESIDUAIS DIÁRIOS. EXTRAPOLAÇÃO. ESCALA DE 12X36. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA.
DESCARACTERIZAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. A jurisprudência desta Corte Superior é firme no sentido
de que a existência de minutos residuais diários, ainda que extrapolado o limite previsto no art. 58, §
1º, da CLT, não tem o condão de descaracterizar o regime de jornada 12x36, acarretando apenas o
pagamento das horas correspondentes. Precedentes. Incidência do disposto no art. 896, § 7º, da CLT.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1005C5FE3501D13EBE.
Recurso de revista de que não se conhece. (RR-108100-71.2010.5.17.0011, 1ª Turma, Relator Ministro
Walmir Oliveira da Costa, DEJT 04/10/2019)

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. LEIS NºS 13.015/2014


E 13.467/2017. REGIME DE JORNADA DE TRABALHO 12 X 36. ACRÉSCIMO DE MINUTOS RESIDUAIS.
INTERVALO INTRAJORNADA. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE JORNADA 12X36. ÓBICE DA
SÚMULA Nº 333 DO TST E DO ART. 896, §7º, DA CLT. AUSÊNCIA DE TRANSCENDÊNCIA. A
jurisprudência do Eg. Tribunal Superior do Trabalho tem se assentado sob o entendimento de que
circunstâncias como a supressão do intervalo intrajornada e a extrapolação do limite do art. 58, §1º,
da CLT, por si só, não importam em descaracterização do regime de jornada 12x36. Precedentes.
Óbice da Súmula nº 333 do TST e do art. 896, §7º, da CLT. Agravo de instrumento a que se nega
provimento. (...) (RRAg-94-58.2021.5.11.0008, 3ª Turma , Relator Ministro Alberto Bastos Balazeiro,
DEJT 17/02/2023)

(...) RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. IN 40 DO TST. EXTRAPOLAÇÃO HABITUAL DA


JORANDA EM RAZÃO DE 15 MINUTOS RESIDUAIS DIÁRIOS. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE
JORNADA 12X36. Esta Corte tem entendido que em circunstâncias como a do presente caso, em que
não se configure a extrapolação da jornada de doze horas com a prestação de labor efetivo, não há
descaracterização do regime 12x36. No caso concreto, embora o trabalhador estivesse à disposição
do empregador no período de 15 minutos diários além da jornada de 12 horas, em tal situação não
havia prestação da sua força de trabalho em prol do empregador, haja vista que tais minutos eram
gastos apenas com a troca de uniforme, a ensejar o pagamento tão somente das horas equivalentes
nos termos da parte final da Súmula 366 desta Corte. Recurso de revista conhecido e provido. (...)
(ARR-384-75.2015.5.12.0034, 6ª Turma, Relator Ministro Aloysio Correa da Veiga, DEJT 10/08/2017)

"(...) 3. COMPENSAÇÃO DE JORNADA. ESCALA DE 12X36. ACRÉSCIMO HABITUAL NA JORNADA.


MINUTOS RESIDUAIS DEFERIDOS EM JUÍZO. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE
JORNADA 12X36. I. É entendimento desta Corte que a inobservância do intervalo intrajornada, bem
como a existência de minutos residuais diários, ainda que extrapolado o limite previsto no art. 58, §
1º, da CLT, por si só, não tem o condão de descaracterizar o regime de jornada 12x36. II. Agravo
interno de que se conhece e a que se nega provimento. (...) (Ag-AIRR-597-36.2015.5.02.0042, 7ª Turma
, Relator Ministro Evandro Pereira Valadão Lopes, DEJT 10/03/2023)

"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO AUTOR. ACÓRDÃO DO REGIONAL


PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.467/2017. EXTRAPOLAÇÃO HABITUAL DA JORNADA EM RAZÃO DE
MINUTOS RESIDUAIS. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE JORNADA 12X36. Discute-se nos
autos se a extrapolação da jornada de trabalho em 14 minutos residuais descaracteriza ou não o
regime de jornada 12x36. O Tribunal Regional consignou que o acréscimo de 14 minutos residuais
(por dia) na jornada de trabalho e a supressão do intervalo intrajornada não são capazes de invalidar
o regime de trabalho 12x36 adotado pela ré. Esta Corte tem entendido que, em circunstâncias como
as das horas in itinere, da supressão do intervalo intrajornada, da inobservância da redução ficta da
hora noturna e do limite de dez minutos previsto no artigo 58, § 1º, da CLT, em que não se configure
a extrapolação da jornada de doze horas com a prestação de labor efetivo pelo trabalhador, não há
descaracterização do regime 12x36. No caso dos autos, embora o empregado estivesse à disposição
do empregador no período de 14 minutos diários além da jornada de 12 horas, nesse tempo não
havia prestação de serviço em prol do empregador, tendo em vista que tais minutos eram usados
apenas com a troca de uniforme, a ensejar tão somente o pagamento das horas equivalentes nos
termos da parte final da Súmula 366 desta Corte: "será considerada como extra a totalidade do
tempo que exceder a jornada normal". Precedentes. Agravo de instrumento conhecido e desprovido.
(...) (AIRR-11245-77.2016.5.03.0021, 8ª Turma , Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte,
DEJT 16/11/2022).

"(...) RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. IN 40 DO TST. EXTRAPOLAÇÃO HABITUAL DA


JORNADA EM RAZÃO DE 15 MINUTOS RESIDUAIS DIÁRIOS. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE
JORNADA 12X36. Esta Corte tem entendido que em circunstâncias como a do presente caso, em que
não se configure a extrapolação da jornada de doze horas com a prestação de labor efetivo, não há
descaracterização do regime 12x36. No caso concreto, embora o trabalhador estivesse à disposição
do empregador no período de 15 minutos diários além da jornada de 12 horas, em tal situação não
havia prestação da sua força de trabalho em prol do empregador, haja vista que tais minutos eram
gastos apenas com a troca de uniforme, a ensejar o pagamento tão somente das horas equivalentes
nos termos da parte final da Súmula 366 desta Corte . Recurso de revista conhecido e provido. (...)"
(ARR-384-75.2015.5.12.0034, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, Publicação: DEJT
10/8/2017, destaquei)

"RECURSO DE REVISTA. (...) 2. JORNADA 12X36 HORAS. O Tribunal Regional consignou que "A
extrapolação da jornada, no caso dos autos, decorreu unicamente do tempo à disposição
reconhecido (15 minutos), o qual, além de não ser expressivo, não configura tempo efetivamente
laborado", razão pela qual afastou a pretensão recursal de desconsideração da jornada no
sistema 12x36 respaldada em norma coletiva. Considerando esse contexto fático, qual seja o de que
o labor extraordinário de quinze minutos não é expressivo de modo a descaracterizar a escala de
trabalho avençada por meio de norma coletiva, não se divisa a indicada afronta literal aos
dispositivos invocados e sequer contrariedade à Súmula mencionada no recurso, na forma exigida
pelas alíneas "a" e "c" do artigo 896 da CLT. Recurso de revista não conhecido" (RR-11899-
19.2015.5.15.0004, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, 8ª Turma, DEJT 11/5/2018)

De todo modo, sabe-se que o entendimento vinculante do STF decorrente do


julgamento do ARE 1121633, Tema 1046 da tabela de repercussão geral, é de que: "São constitucionais
os acordos e as convenções coletivos que, ao considerarem a adequação setorial negociada, pactuam
limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas, independentemente da explicitação especificada de
vantagens compensatórias, desde que respeitados os direitos absolutamente indisponíveis".
Assim, tendo sido o regime estabelecido por norma coletiva válida, por não se
tratar de situação que vilipendie direito indisponível do trabalhador, deve permanecer a autonomia
negocial das partes envolvidas, tal como dispõe o inciso XXVI do artigo 7º da Constituição da República.
Logo, o acórdão regional está em consonância com a jurisprudência desta Corte
Superior, no sentido de que a inobservância do intervalo intrajornada e minutos para troca de uniforme

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1005C5FE3501D13EBE.
não descaracterizam, por si só, o regime de trabalho de 12x36 previsto em norma coletiva. Incidência
dos óbices do § 7º do art. 896 da CLT e da Súmula 333 do TST.
Ademais, arestos oriundos de Turmas do TST não autorizam o processamento do
recurso de revista, nos termos do art. 896, “a”, da CLT.
Dessa forma, mostra-se inviável o processamento do recurso de revista, não
havendo como reconhecer a transcendência da causa (artigo 896-A da CLT), em qualquer de suas
modalidades.
Nego provimento.

2.2 – MULTA NORMATIVA

O Regional denegou seguimento ao recurso de revista com fulcro na Orientação


Jurisprudencial 111 da SbDI-1 do TST.
O reclamante impugna a decisão denegatória e reitera a argumentação
apresentada no referido apelo. Sustenta que as infrações às cláusulas das normas coletivas, ainda que
parciais, implicarão em multa cumulativa, por dia e por cláusula, conforme previsão contida nas
convenções coletivas de 2016/2017, 2018, 2019 e Termo Aditivo de 2020. Renova suas alegações de
divergência jurisprudencial e violação do inciso XXVI do artigo 7º da Constituição da República.
Sem razão.
O Regional consignou a respeito:

“Da Multa Normativa

Aduz o recorrente que faz jus ao percebimento da multa convencional, pois o recorrido
desrespeitou as cláusulas convencionais que versam sobre horas extras, PLR e folgas laboradas.
Pugna pela reforma.
O apelo não prospera.
Invoca a prefacial a aplicação da Cláusula 70 da CCT 2019 e referida Cláusula traz expresso em
seu parágrafo segundo que a multa prevista na convenção coletiva só terá eficácia se for aplicada em
ação judicial, com assistência do sindicato profissional do interessado (fls.122).
Logo, não sendo esta a hipótese dos autos, improcede sua aplicação.
Rejeito.” (fl. 1239)

Como se vê, o Regional, conferindo validade à norma coletiva, afastou o pedido


de aplicação da multa por não se tratar a hipótese dos autos de situação prevista na cláusula 70 da CCT
2019, qual seja, propositura de ação judicial com assistência do sindicato profissional. Logo, incólume o
art. 7º, XXVI, da CR.
Ademais, aresto proveniente do mesmo órgão prolator da decisão recorrida não
autoriza o processamento do recurso de revista, nos termos da alínea “a” do art. 896 da CLT.
Diante desse quadro, não há como reconhecer a existência de transcendência em
qualquer de suas modalidades.
Nego provimento.

2.3 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA


GRATUITA. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. OBSERVÂNCIA DA ADI Nº 5.766 DO STF

O Regional denegou seguimento ao recurso de revista diante do efeito vinculante


da decisão proferida em controle direto de constitucionalidade, nos termos do § 2º do artigo 102 da
Constituição da República.
O reclamante impugna a decisão denegatória e reitera a argumentação
apresentada no referido apelo. Sustenta que o beneficiário da justiça gratuita é isento do pagamento de
honorários sucumbenciais. Renova suas alegações de divergência jurisprudencial e violação do inciso
LXXIV do artigo 5º da Constituição da República. Alega, ainda, violação do inciso III do artigo 1º da
Constituição da República; dos incisos XXXV, LIV e LV do artigo 5º da Constituição da República e do
caput do artigo 7º da Constituição da República.
Sem razão.
“Dos honorários advocatícios
A Lei 13.467/2017 alterou profundamente a sistemática pertinente à cobrança de despesas
processuais, especialmente no que se refere aos honorários advocatícios e honorários periciais,
como se observa pela leitura dos artigos 790-B e 791-A, ambos da CLT, estabelecendo que o

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beneficiário da justiça gratuita seria responsável pelo pagamento dos honorários devidos ao perito
nomeado pelo Juízo, na hipótese de ter sido sucumbente no objeto da perícia, bem como pela
quitação dos honorários advocatícios ao patrono da parte contrária, desde que tenha recebido,
mesmo que em processo diverso, valores capazes de suportar a despesa.
Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 5766, em sessão realizada em
20/10/2021, declarou a inconstitucionalidade das disposições que autorizavam a cobrança de
honorários advocatícios e honorários periciais do beneficiário da justiça gratuita, nos seguintes
termos:
‘O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente o pedido formulado na ação
direta, para declarar inconstitucionais os arts. 790-B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), vencidos, em parte, os Ministros Roberto Barroso
(Relator), Luiz Fux (Presidente), Nunes Marques e Gilmar Mendes. Por maioria, julgou
improcedente a ação no tocante ao art. 844, § 2º, da CLT, declarando-o constitucional,
vencidos os Ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Redigirá o acórdão o
Ministro Alexandre de Moraes. Plenário, 20.10.2021 (Sessão realizada por videoconferência -
Resolução 672/2020/STF).

De acordo com o artigo 102, §2º, da Constituição Federal, as decisões definitivas de mérito,
proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações
declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal. Desta forma, a decisão proferida pelo STF no julgamento da
ADI 5766 deve ser observada por todos os órgãos do Poder Judiciário.
A leitura da ata publicada pelo Supremo Tribunal Federal evidencia que todo o parágrafo
quarto do artigo 791-A da CLT foi declarado inconstitucional, e não apenas parte de seu texto, não
sendo possível, portanto, determinar o pagamento dos honorários de sucumbência ao trabalhador
beneficiário da justiça gratuita.
Contudo, a maioria desta E. Turma entende, com base no conteúdo do voto vencedor proferido
na mencionada ADI 5766, que apenas a expressão ‘desde que não tenha obtido em foi objeto juízo,
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa’ da declaração de
inconstitucionalidade, de modo que o parágrafo 4º do artigo 791-A da CLT subsiste com redação
semelhante à do artigo 98, § 5º, do CPC, sendo possível a execução das obrigações decorrentes da
sucumbência se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o
credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, ou seja, se o credor comprovar que a condição econômica do trabalhador
vencido se transformou a ponto de não mais justificar a manutenção da gratuita.
Muito embora entenda que se deveria seguir o texto expresso da ata de julgamento da ADI
5766 e não o teor do voto vencedor para se dar cumprimento do disposto no artigo 102, § 2º, da
Constituição Federal, ressalvo minha posição pessoal e acolho a orientação colegiada, a fim de
declarar que os honorários advocatícios são devidos pelo autor, mas devem permanecer em
condição suspensiva de exigibilidade pelo prazo de dois anos, competindo ao credor demonstrar que
cessou a condição de miserabilidade que ensejou a concessão da justiça gratuita.
Mantenho, assim, a r. sentença, quanto à condenação do reclamante ao pagamento de
honorários sucumbenciais, em relação aos pedidos julgados improcedentes.” (fls. 1238/1240 – g.n)

O Tribunal Regional, no acórdão recorrido, ao condenar a parte autora,


beneficiária da justiça gratuita, ao pagamento de honorários sucumbenciais e reconhecer a suspensão
de exigibilidade desses honorários, decidiu de acordo com o entendimento proferido pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADI nº 5.766.
O § 4º do artigo 791-A da CLT deve ser aplicado em conformidade com a tese
vinculante citada, de forma que a exigibilidade das obrigações advindas da sucumbência deve ser
suspensa e somente poderá ser exigida se demonstrado, no caso concreto, que a situação de
insuficiência de recursos da parte beneficiária da justiça gratuita deixar de existir nos dois anos
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão.
É pacífico, nesta Corte Superior, o entendimento de que a suspensão da
exigibilidade é condição aplicável ao beneficiário da justiça gratuita, independentemente da posição que
a parte ocupe na lide.
Nesse sentido os seguintes precedentes:

"RECURSO DE REVISTA. VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


SUCUMBENCIAIS. EMPREGADOR BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. POSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO
DA EXIGIBILIDADE (ART. 791-A, § 4º, DA CLT) TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. 1. Cinge-se a
controvérsia em saber se também o empregador a quem foram concedidos os benefícios da justiça
gratuita tem direito à suspensão da exigibilidade da obrigação da pagar os honorários advocatícios
sucumbenciais nos termos do § 4º do art. 791-A da CLT. 2. Após o julgamento dos embargos de
declaração na ADI nº 5.766 pelo Supremo Tribunal Federal, firmou-se o entendimento no sentido de
que permanece hígido o princípio da sucumbência, de modo que é a exigibilidade da obrigação que
fica vinculada à concessão ou não dos benefícios da justiça gratuita. Se não deferidos, é exigível de
imediato. Por outro lado, se concedidos, embora a parte seja condenada ao pagamento de
honorários advocatícios, a exigibilidade fica suspensa pelo período de dois anos subsequentes ao
trânsito em julgado da decisão. 3. Cumpre observar que a disciplina jurídica imposta pela Lei nº
13.467/2017 revela-se mais equânime e não distingue entre autor e réu no que se refere à
possibilidade de suspensão do pagamento dos honorários sucumbenciais, bastando que seja
atendido o requisito legal concernente ao deferimento dos benefícios da justiça gratuita. 4. Ao revés,
a racionalidade que norteia o § 4º do art. 791-A da CLT é a de que, diante da fragilidade econômica da
parte beneficiária da justiça gratuita, impõe-se a suspensão da obrigação pelo prazo legal com vistas
a permitir que recupere sua capacidade econômica e, assim, em momento futuro, possa efetuar a
satisfação do crédito. 5. Sinale-se que a concessão dos benefícios da justiça gratuita não resulta na
liberação definitiva da responsabilidade pelos honorários sucumbenciais, na medida em que a
situação econômica diz respeito ao estado da parte por ocasião do processo, podendo ser alterado
com o passar do tempo. Quem é beneficiário da Justiça Gratuita hoje, poderá deixar de ser no
período legal de suspensão de exigibilidade. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-643-
79.2019.5.12.0018, 1ª Turma , Relator Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior, DEJT 21/10/2022).

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"AGRAVO. RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.467/2017. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA NA DECISÃO AGRAVADA. Este Relator
proveu o recurso de revista da reclamante para afastar a condenação ao pagamento dos honorários
advocatícios, aplicada em razão da previsão contida no art. 791-A, § 4º, da CLT. Ocorre que, em
sessão realizada no dia 20/10/2021, o STF, ao examinar a ADI nº 5766, julgou parcialmente
procedente o pedido formulado para declarar a inconstitucionalidade do referido dispositivo,
precisamente da fração: "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo,
créditos capazes de suportar a despesa". Logo, deve ser parcialmente provido o agravo a fim de
retificar o alcance dado ao provimento do recurso de revista para determinar que a condenação da
parte reclamante ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais deverá permanecer sob
condição suspensiva de exigibilidade, nos moldes previstos no art. 791-A, § 4º, da CLT, sendo vedada
a utilização de créditos oriundos do presente processo ou de outra demanda para fins de pagamento
da verba honorária. Agravo parcialmente provido" (Ag-RRAg-49-08.2020.5.12.0058, 5ª Turma , Relator
Ministro Breno Medeiros, DEJT 05/08/2022).

"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. RECLAMADA. LEI Nº 13.467/2017.


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. CONTROVÉRSIA SOBRE O CRITÉRIO DE
SUCUMBÊNCIA (SE QUANTO AOS PEDIDOS INTEGRAIS OU A PARTE DOS PEDIDOS). 1 - Deve ser
reconhecida a transcendência jurídica quando se mostra aconselhável o exame mais detido da
controvérsia devido às peculiaridades do caso concreto. O enfoque exegético da aferição dos
indicadores de transcendência em princípio deve ser positivo, especialmente nos casos de alguma
complexidade, em que se torna aconselhável o debate mais aprofundado da matéria. 2 - A
controvérsia recursal gira em torno da interpretação a ser emprestada à norma artigo 791-A, § 3º, da
CLT (introduzida pela Lei nº 13.467/2017), tendo em vista que o TRT, pelo acórdão recorrido, indeferiu
o pagamento de honorários advocatícios pela parte autora ao fundamento de que não há pedidos
julgados totalmente improcedentes ("[...] tem-se que não são devidos honorários sucumbenciais pela
parte autora, visto que não há pedidos julgados totalmente improcedentes, não comportando
reparos a sentença no ponto."). 3 - De acordo com o artigo 791-A, § 3º, da CLT (introduzido pela Lei nº
13.467/2017, "Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência
recíproca, vedada a composição entre os honorários". De outro lado, o artigo 86, caput e parágrafo
único, do CPC preconizam que " Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas. Parágrafo único. Se um litigante sucumbir
em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários." 4 -
Interpretando as referidas normas, esta Corte Superior já se manifestou no sentido de que os
honorários de sucumbência recíproca devem ser arbitrados apenas nos casos em que houver
indeferimento total de um pedido específico , não se aplicando quando o pedido for acolhido
parcialmente, em valor inferior ao que for pleiteado; em outras palavras, a procedência parcial
necessária à configuração de sucumbência recíproca não se verifica em razão de deferimento do
pedido em valor inferior ao pleiteado na petição inicial. 5 - Isso porque, como também tem decidido
esta Corte Superior, os valores indicados na inicial consistem em mera estimativa para fins de
fixação do rito processual, não tendo o condão de limitar o valor da condenação, não podendo
igualmente servir de parâmetro para apuração de eventual sucumbência recíproca. 6 - A reforçar
esse raciocínio, cumpre mencionar a diretriz traçada pelo STJ na edição da Súmula nº 326 daquela
Corte, segundo a qual, "Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior
ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca". 7 - A parte reclamante, portanto, deve
ser condenada ao pagamento de honorários sucumbenciais apenas em relação aos pedidos
totalmente improcedentes, sendo indevida a condenação referente aos pedidos nos quais tenha
obtido êxito parcial. 8 - No caso dos autos, indevido o pagamento de honorários sucumbenciais pela
parte autora em razão da ausência de pedidos julgados totalmente improcedentes. 9 - Agravo de
instrumento a que se nega provimento. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. BENEFÍCIO
DA JUSTIÇA GRATUITA. TESE VINCULANTE DO STF. 1 - Há transcendência política quando se constata
que o acórdão recorrido não está conforme a tese vinculante do STF. 2 - No TRT foi deferido o
benefício da justiça gratuita para a reclamada, a qual foi condenada ao pagamento dos honorários
advocatícios de sucumbência; a Corte regional afastou a hipótese de suspensão da exigibilidade pelo
prazo de dois anos sob o fundamento de que o art. 791-A, § 4º, da CLT somente se aplica à parte
reclamante; porém, o art. 791-A, § 4º, da CLT se refere expressamente ao beneficiário da justiça
gratuita (independentemente da posição que ocupe nos polos da lide), pelo que, ao afastar a
aplicação do art. 791-A, § 4º, da CLT, o TRT acabou por violar o dispositivo da lei federal na parte em
que foi considerada constitucional na tese vinculante pelo STF. 3 - Aconselhável o provimento do
agravo de instrumento para melhor exame do recurso de revista quanto à alegada violação do art.
791-A, § 4º, da CLT. 4 - Agravo de instrumento a que se dá provimento. II - RECURSO DE REVISTA.
RECLAMADA. LEI Nº 13.467/2017. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. BENEFÍCIO
DA JUSTIÇA GRATUITA. TESE VINCULANTE DO STF. 1 - No TRT foi deferido o benefício da justiça
gratuita para a reclamada, a qual foi condenada ao pagamento dos honorários advocatícios de
sucumbência; a Corte regional afastou a hipótese de suspensão da exigibilidade pelo prazo de dois
anos sob o fundamento de que o art. 791-A, § 4º, da CLT somente se aplica à parte reclamante;
porém, o art. 791-A, § 4º, da CLT se refere expressamente ao beneficiário da justiça
gratuita (independentemente da posição que ocupe nos polos da lide), pelo que, ao afastar a
aplicação do art. 791-A, § 4º, da CLT, o TRT acabou por violar o dispositivo da lei federal na parte em
que foi considerada constitucional na tese vinculante pelo STF. 2 - O STF decidiu que a tese
vinculante oriunda de ação de controle concentrado de constitucionalidade produz efeitos a partir
da publicação da parte dispositiva do acórdão em sessão especial do Diário de Justiça e do Diário
Oficial da União (ADI 4.167/ED). 3 - Por essa razão, a Sexta Turma do TST vinha julgando os processos
que tratam de honorários advocatícios sucumbenciais desde a publicação da certidão de julgamento
da ADI 5.766, na qual constou que o STF, " por maioria, julgou parcialmente procedente o pedido
formulado na ação direta para declarar inconstitucionais os arts. 790-B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da
Consolidação das Leis do Trabalho". A compreensão inicial foi de que teria sido declarada a
inconstitucionalidade da íntegra do art. 791, § 4º, da CLT, conforme também entenderam decisões
proferidas pelo próprio STF em autos de reclamações constitucionais (entre outras, Rcl. nº 51.627-PR,
Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE de 30/03/2022; Ag.Reg.RE nº 1.346.749-MG, Rel.ª Min.ª Cármen Lúcia, DJE
de 17/03/2022; Rcl. nº 51.129-SC, Rel. Min. Dias Toffoli, DJE de 07/01/2022). 4 - Porém, em julgamento
de embargos de declaração na ADI 5.766, o STF registrou que o pedido naquele feito foi somente de
declaração da inconstitucionalidade da expressão " desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa ", constante no § 4º do art. 791-A da CLT,
tendo sido apenas essa a matéria decidida no particular. 5 - Na decisão proferida na Reclamação
53.350, o Ministro Alexandre de Moraes (redator para o acórdão da ADI 5.766) esclareceu que "o que
esta CORTE vedou foi o automático afastamento da condição de hipossuficiência da parte como
consequência lógica da obtenção de valores em juízo, e não a possibilidade de haver condenação em
honorários advocatícios (os quais podem ser arbitrados, ficando sob condição suspensiva de
exigibilidade)". Destacou que não podem ser automaticamente utilizados créditos recebidos na
própria ação trabalhista, ou em outra ação trabalhista, para pagamento dos honorários advocatícios

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sucumbenciais. 6 - Em síntese, a conclusão do STF foi de que deve ser aplicado o art. 791-A, § 4º, da
CLT nos seguintes termos: "§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, (...) as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente
poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que
justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário". 7 - No caso concreto, consta no acórdão recorrido, trecho transcrito, que o TRT afastou
a incidência do § 4º do art. 791-A da CLT por entender que a norma nele contida somente se aplicaria
à parte autora. 8 - Deve ser provido parcialmente o recurso de revista para reconhecer que o
dispositivo de lei federal se aplica à parte beneficiária da justiça gratuita (independentemente da
posição que ocupe nos polos da lide) e aplicar a tese vinculante nos termos da ADI nº 5.766 com os
esclarecimentos constantes no julgamento dos embargos de declaração pelo STF. 9 - Recurso de
revista de que se conhece e a que se dá provimento parcial" (RRAg-220-56.2019.5.12.0039, 6ª Turma ,
Relatora Ministra Katia Magalhaes Arruda, DEJT 11/11/2022).

"AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO REGIONAL


PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.
BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. ARTIGO 791-A, § 4º, DA CLT. ADI 5766. DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO MANIPULATIVA COM EFEITOS SUBSTITUTIVOS - REDUÇÃO DE
TEXTO. SUPRESSÃO DA EXPRESSÃO: "DESDE QUE NÃO TENHA OBTIDO EM JUÍZO, AINDA QUE EM
OUTRO PROCESSO, CRÉDITOS CAPAZES DE SUPORTAR A DESPESA". TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA.
RECONHECIMENTO. I. Agravo interno em que se alega que a condenação da parte beneficiária
da justiça gratuita ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência viola a garantia
fundamental de assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovem insuficiência de recursos.
II . Divisando que o tema "Honorários advocatícios sucumbenciais. Beneficiário da justiça gratuita"
oferece transcendência política e diante da possível violação do 5º, LXXIV, da Constituição da
República, o provimento ao agravo interno é medida que se impõe. III. Agravo interno de que se
conhece e a que se dá provimento para reformar a decisão em que se negou provimento ao agravo
de instrumento e determinar o processamento do recurso de revista. RECURSO DE REVISTA.
ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
SUCUMBENCIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. ARTIGO 791-A, § 4º, DA CLT. ADI 5766.
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO MANIPULATIVA COM EFEITOS SUBSTITUTIVOS
- REDUÇÃO DE TEXTO. SUPRESSÃO DA EXPRESSÃO: "DESDE QUE NÃO TENHA OBTIDO EM JUÍZO,
AINDA QUE EM OUTRO PROCESSO, CRÉDITOS CAPAZES DE SUPORTAR A DESPESA". TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA. RECONHECIMENTO. I. Oferece transcendência política a causa em que a síntese
normativo-material apresentada refletir a contrariedade pelo Tribunal Regional, a súmula ou
orientação jurisprudencial do TST, a súmula do STF, a decisão vinculante proferida pelo STF em
controle concentrado de constitucionalidade ou a decisões que, pelos microssistemas de formação
de precedentes, de recursos repetitivos, de assunção de competência ou de repercussão geral,
possuam efeito vinculante ou sejam de observância obrigatória. Constata-se a transcendência
política da questão devolvida a esta Corte Superior, em que se discute os efeitos da declaração
parcial de inconstitucionalidade do art. 791-A, § 4º, da CLT, que dispõe sobre a condenação do
beneficiário da justiça gratuita em honorários advocatícios. Nesse caso, há que se garantir a
observância e a eficácia da decisão vinculante proferida pelo STF na ADI 5766, situação que se ajusta
com exatidão à finalidade teleológica da norma contida no art. 896-A, § 1º, I, da CLT. II. O Supremo
Tribunal Federal, em Sessão Plenária realizada no dia 21/10/2021, finalizou o julgamento da ADI 5766.
Entre a linha de posicionamento que sustentava a inconstitucionalidade total do § 4º do art. 791-A da
CLT - capitaneada pelo Ministro Edson Fachin - e a vertente interpretativa que defendia a
constitucionalidade do dispositivo, desde que observados certos parâmetros de expressão
monetária - abraçada pelo então Relator, Ministro Roberto Barroso - , prevaleceu corrente
intermediária conduzida pelo Ministro Alexandre de Moraes; o que resultou na declaração de
inconstitucionalidade parcial do § 4º do art. 791-A da CLT, mediante a fixação da tese de que é "
inconstitucional a legislação que presume a perda da condição de hipossuficiência econômica para
efeito de aplicação do benefício de gratuidade de justiça, apenas em razão da apuração de créditos
em favor do trabalhador em outra relação processual, dispensado o empregador do ônus processual
de comprovar eventual modificação na capacidade econômica do beneficiário ". Na parte conclusiva
da fundamentação do voto prevalente, o Ministro Alexandre de Moraes, Redator Designado,
consignou os termos em que declarada a inconstitucionalidade parcial, com redução de texto, do art.
791-A, § 4º, da CLT: "julgo PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido para [...] declarar a
inconstitucionalidade da expressão' desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro
processo, créditos capazes de suportar a despesa', constante do § 4º do art. 791-A [...]. A declaração
parcial de inconstitucionalidade deu-se, portanto, na forma do que a doutrina e a prática da Corte
Constitucional italianas denominam decisão manipulativa com efeitos substitutivos e redução de
texto. III. No presente caso, o Tribunal Regional condenou a parte reclamante - beneficiária da justiça
gratuita - à obrigação de pagar honorários sucumbenciais ao advogado da parte reclamada. Nesse
contexto, atendidos os demais requisitos de admissibilidade, destacando-se que a transcendência
política resulta da necessidade de preservação de decisão de natureza vinculante do STF, há que se
conhecer do recurso de revista, por violação do art. 5º, LXXIV, da Constituição da República, e, no
mérito, dar-lhe parcial provimento, para determinar a adequação do acórdão recorrido aos termos
da decisão vinculante proferida na ADI 5766, com a suspensão da exigibilidade das obrigações
decorrentes da condenação em honorários sucumbenciais até que se demonstre a perda da
condição de vulnerabilidade econômica da parte beneficiária da justiça gratuita; sem o
condicionamento dessa suspensão à obtenção em juízo (ainda que em outro processo), de créditos
capazes de suportar a despesa referente aos honorários advocatícios. IV. Recurso de revista de que
se conhece e a que se dá parcial provimento" (RR-434-82.2020.5.13.0007, 7ª Turma , Relator Ministro
Evandro Pereira Valadao Lopes, DEJT 04/11/2022).
Nesse contexto, o acórdão regional está em sintonia com a atual jurisprudência
desta Corte, o que inviabiliza o processamento do recurso de revista, na forma do § 7º do artigo 896 da
CLT e da Súmula 333 do TST.
Assim, sendo inviável o processamento do recurso de revista em razão do óbice
apontado, não há como se examinar a transcendência da matéria.
Nego provimento.

II – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO ESTADO DE SÃO

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PAULO

1 – CONHECIMENTO

Conheço do agravo de instrumento por estarem presentes os pressupostos legais


de admissibilidade, entre os quais a representação processual (Súmula 436 do TST) e a tempestividade
(ciência da decisão denegatória em 30/1/2023 e interposição do agravo de instrumento em 24/1/2023),
sendo inexigível o preparo.

2 – MÉRITO

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. ENTE


PÚBLICO. AUSÊNCIA DE PROVA DE FISCALIZAÇÃO. ÔNUS DA PROVA

O Regional denegou seguimento ao recurso de revista com fundamento no § 7º do


artigo 896 da CLT e nas Súmulas 331, V, e 333 do TST.
O segundo reclamado impugna a decisão denegatória e reitera a argumentação
apresentada no referido apelo. Sustenta que não está pacificado o tema sobre o ônus da prova, pois foi
reconhecida a repercussão geral pelo STF (Tema 1.118). Destaca o entendimento do STF nos julgamentos
da ADC 16 e do RE 760.931 e afirma que a decisão regional viola as referidas decisões vinculantes.
Assinala que há precedentes contrários à decisão proferida nos embargos E-RR 925-07.2016.5.05.0281.
Acrescenta que a inversão do ônus da prova, assim como o acolhimento do pleito da parte autora com
base na inexistência de provas nos autos da efetiva fiscalização do contrato de terceirização de serviços,
implica, necessariamente, na atribuição de culpa presumida ao ente público. Renova suas alegações de
divergência jurisprudencial, contrariedade à Súmula 331, V, do TST e violação do § 2º do artigo 102 da
Constituição da República; do inciso I do artigo 818 da CLT; do inciso I do artigo 373 do CPC; dos incisos I
e III do artigo 927 do CPC e do § 1º do artigo 71 da Lei nº 8.666/93.
Ao exame.
Por verificar possível contrariedade aos precedentes qualificados firmados pelo
STF, identifico que a questão objeto do recurso de revista oferece transcendência política hábil a
impulsionar o apelo, nos termos do inciso II do § 1º do artigo 896-A da CLT.
Inicialmente, registre-se que o acórdão regional foi publicado na vigência da Lei nº
13.467/2017.
Registre-se, ainda, que o segundo reclamado atendeu ao disposto no inciso I do §
1º-A do artigo 896 da CLT (fls. 1.274/1.276).
Na fração de interesse, o Regional consignou:

“Da análise dos autos, verifica-se que o recorrente Estado de São Paulo afirmou na contestação
e repetiu nas razões do recurso ordinário que realizava a fiscalização da primeira reclamada. No
entanto, os documentos juntados são insuficientes para comprovar que efetivamente realizava a
fiscalização, tanto é assim que o reclamante precisou se socorrer do Poder Judiciário para obter o
cumprimento dos seus direitos trabalhistas que foram lesados pela primeira reclamada, o que revela
que o recorrente, Estado de São Paulo, era omisso no que concerne à fiscalização do cumprimento
das obrigações elementares do contrato de trabalho por parte das empresas que atuavam em seu
favor.
Vale notar que os documentos juntados com a contestação são insuficientes para comprovar a
devida fiscalização sobre as obrigações trabalhistas do reclamante, sobretudo porque inexistente
comprovação em relação a todas as verbas contratuais devidas durante a prestação de serviços,
bem como daquelas decorrentes da extinção do contrato de trabalho.
Incide ao caso, pois, a Súmula 331, IV e V, do C.TST, que ora se transcreve:
[...]
Acrescente-se, no mais, que o próprio artigo 67 da Lei de Licitações determina que a execução
do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada de maneira regular e efetiva, como segue:
[...]
Esclareço que o ônus de comprovar a efetiva fiscalização sobre a empresa prestadora de
serviços recai sobre o ente da administração pública, e não sobre o trabalhador. Isso porque é a
tomadora de serviços que tem a obrigação legal de realizar os atos necessários ao escorreito
acompanhamento do contrato (art. 67 da Lei 8666/93), possuindo, consequentemente, a
documentação necessária à defesa de seus interesses.
Ademais, não é possível, sequer em tese, comprovar documentalmente o ato puramente
omissivo. Não há forma lógica de exigir da parte que comprove a não ocorrência da fiscalização, ou o
não acompanhamento do pagamento das parcelas trabalhistas previstas na legislação, pois isso
equivaleria a exigir da parte que produzisse prova negativa, pertinente à inocorrência de uma
conduta esperada. Ao contrário, o que se prova é a conduta comissiva, o próprio pagamento, a
fiscalização.
Assim, por demonstrada a omissão do recorrente, não se cogita do afastamento da
responsabilidade subsidiária que lhe foi imposta. Saliento que, ao contrário das pretensões recursais,

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a natureza jurídica do apelante (pessoa jurídica de direito público) não obsta o reconhecimento da
responsabilidade subsidiária em debate. No mais, diversamente do que quer fazer crer o recorrente,
os documentos colacionados à defesa nada comprovam a título da efetiva fiscalização das obrigações
trabalhistas mencionadas em suas razões de apelo, na medida em que dizem respeito apenas à
contratação da primeira reclamada e aos desdobramentos legais do referido contrato; tanto é assim
que foram julgadas procedentes várias verbas trabalhistas no presente caso, tendo em vista as
irregularidades cometidas e o não pagamento a que tinha direito o empregado. Nada a reparar,
portanto.” (fls. 1.243/1.244)

O Supremo Tribunal Federal, ao examinar a ADC-16/DF e o RE-760931/DF (leading


case do Tema nº 246 do Ementário de Repercussão Geral), firmou tese no sentido de que a
inadimplência da empresa contratada não transfere ao ente público tomador de serviços, de forma
automática, a responsabilidade pelo pagamento dos encargos trabalhistas e fiscais, sendo necessário
verificar, caso a caso, a eventual ocorrência de culpa da Administração Pública. Na ocasião desses
julgamentos, a excelsa Corte não firmou tese explícita a respeito da distribuição do ônus da prova, o que
constitui objeto do tema nº 1.118.
Noutro giro, a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais do TST, em
composição plena, quando da análise do feito TST-E-RR-925-07.2016.5.05.0281 (Rel. Min. Cláudio
Mascarenhas Brandão, DEJT de 22/5/2020), concluiu, majoritariamente, ser do ente público o ônus de
demonstrar que fiscalizou o cumprimento das obrigações contraídas pela empresa contratada.
Embora o tema nº 1.118 ainda esteja pendente de julgamento, o Supremo
Tribunal Federal tem reiteradamente cassado decisões da Justiça do Trabalho em que se atribui a
responsabilidade subsidiária ao ente público, em razão de este não ter se desincumbido do encargo
de demonstrar a efetiva fiscalização. A título de exemplo os seguintes julgados da Suprema Corte: Rcl
51483 / RS, Relator Ministro Alexandre de Moraes, DJE nº 16, em 28/01/2022; Rcl 48371 AgR, Relator
Ministro Roberto Barroso, DJe-034 em 22-02-2022).
Assim, considerando que o Supremo Tribunal Federal delineia o alcance dos seus
precedentes vinculantes por meio de suas reclamações, constata-se que a mera ausência de prova
quanto à fiscalização do contrato não induz à responsabilização do Poder Público, cabendo ao
reclamante o encargo de comprovar a omissão do ente público quanto à sua obrigação de fiscalizar.
Caso contrário, estar-se-ia diante da possibilidade de novas condenações do Estado por simples
inadimplemento, em desrespeito à tese fixada na ADC 16.
Essa é a jurisprudência que prevalece nesta Oitava Turma, como ilustram os
seguintes julgados:

"I - AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO


ESTADO DA BAHIA. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
ENTE PÚBLICO. CULPA IN VIGILANDO. ÔNUS DA PROVA. Constatado equívoco na decisão agravada
quanto à responsabilidade subsidiária do ente público, há de se prover o agravo para que se possa
adentrar no exame do agravo de instrumento. Agravo provido. II - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO ESTADO DA BAHIA. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA
RECONHECIDA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. CULPA IN VIGILANDO. ÔNUS DA
PROVA. Demonstrada possível violação do art. 71, § 1.º, da Lei 8.666/93 impõe-se o provimento do
agravo de instrumento, para se determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de
instrumento provido. III - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO ESTADO DA BAHIA.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. CULPA IN VIGILANDO. ÔNUS DA PROVA. 1. No caso,
a responsabilidade subsidiária do ente público foi mantida em face da ausência de prova de que o
reclamado tenha fiscalizado o contrato de prestação de serviços. 2. No entender desta Relatora, pelo
princípio da distribuição dinâmica do ônus da prova, esse ônus processual deve recair sobre a parte
que possua melhores condições para a sua produção. Essa regra, inclusive, foi incluída no
Anteprojeto de Código Brasileiro de Processo Coletivo, ao prever, em seu art. 11, § 1.º, que "o ônus
da prova incumbe à parte que detiver conhecimentos técnicos ou informações específicas sobre os
fatos, ou maior facilidade em sua demonstração". Em caso de terceirização, a Administração Pública
possui o dever de licitar e de fiscalizar o contrato. Da mesma forma, à luz do princípio da publicidade
e das normas das Leis 8.666/93 e 9.784/99, o gestor possui o dever legal de documentação, sendo
expressamente incumbido de formalizar e documentar o processo administrativo relativo à licitação
e acompanhamento do contrato. Assim, o ente público é quem, inequivocamente, reúne as
condições necessárias para demonstrar o cumprimento das obrigações legais. Além disso, por se
tratar de fato negativo, incumbir esse encargo à parte autora implica ônus excessivamente difícil, ou
até mesmo impossível, pois não é detentora dos meios documentais para demonstrar se houve ou
não negligência no desempenho do dever que cabe exclusivamente ao gestor público. 3. Todavia,
prevalece no âmbito da Oitava Turma, em sua atual composição, o entendimento de que o
Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 760.931, e de reclamações constitucionais
posteriores, firmou tese de que é pressuposto à responsabilidade subsidiária a prova da culpa, a
qual não pode ser presumida apenas em razão do inadimplemento dos créditos pelo prestador
de serviços, tratando-se de ônus que cabe ao reclamante. 4. Assim, tendo o Tribunal Regional
decidido apenas em razão da distribuição do ônus da prova, sem o registro de culpa do ente público
no caso concreto, deve ser afastada a sua responsabilidade subsidiária. Ressalva de entendimento da
Relatora. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-1905-91.2017.5.05.0612, 8ª Turma, Relatora
Ministra Delaide Alves Miranda Arantes, DEJT 28/04/2023 - destaques acrescidos).

"RECURSO DE REVISTA DO ENTE PÚBLICO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.


RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. TRANSCENDÊNCIA RECONHECIDA. Considerando a
existência de decisão proferida pelo excelso Supremo Tribunal acerca da matéria, em caráter

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vinculante, nos termos do artigo 927 do CPC, deve ser reconhecida a transcendência da causa.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA CONDUTA CULPOSA.
PROVIMENTO. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADC nº 16, ao declarar a
constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, firmou posição de que o mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte da empresa prestadora de serviços não
transfere à Administração Pública, de forma automática, a responsabilidade pelo pagamento do
referido débito. Ressaltou, contudo, ser possível a imputação da mencionada responsabilidade,
quando evidenciada a sua conduta culposa, caracterizada pelo descumprimento de normas de
observância obrigatória, seja na escolha da empresa prestadora de serviços (culpa in eligendo), ou na
fiscalização da execução do contrato (culpa in vigilando), não podendo decorrer de mera presunção
da culpa. Tal entendimento, saliente-se, foi reafirmado por ocasião do julgamento do RE 760931 -
Tema 246 da Tabela de Repercussão Geral da excelsa Corte. Sobre a comprovação da culpa, o STF
tem entendido que ela somente pode decorrer do exame dos elementos probatórios existentes no
processo, aptos a revelarem a conduta negligente da Administração Pública e o nexo de causalidade
com o dano sofrido pelo trabalhador, sendo do empregado o encargo de comprovar a omissão do
ente público quanto à sua obrigação de fiscalizar. Não se pode olvidar que, no tocante ao encargo
probatório, a SBDI-1, no julgamento do E-RR-925-07.2016.5.05.0281, de relatoria do Ministro Cláudio
Brandão, em 12.12.2019, por entender que o STF não teria decidido sobre a questão, firmou
entendimento de que cabe à Administração Pública demonstrar a ausência de culpa quanto ao
inadimplemento das verbas trabalhistas devidas pela prestadora de serviços, considerando a sua
aptidão para produção da prova. A despeito de a aludida questão ainda estar pendente de
julgamento no STF, verifica-se que a referida Corte, em sede de reclamação, tem cassado as decisões
da Justiça do Trabalho em que atribuída a responsabilidade subsidiária do ente público por não ter
se desincumbido do encargo de demonstrar a efetiva fiscalização. Registre-se, ademais, que destoa
do comando contido nas decisões da ADC n° 16 e do RE 760931 a responsabilização do ente público
amparada na ineficiência ou ineficácia da fiscalização, porquanto isso implica atribuir-lhe a
responsabilidade subsidiária de forma automática, em razão do mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas. Importante salientar que as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal em regime de repercussão geral, por força de sua natureza vinculante, mostram-se de
observância obrigatória por parte dos demais órgãos do Poder Judiciário, que devem proceder à
estrita aplicação de suas teses nos casos submetidos à sua apreciação, até mesmo para a
preservação do princípio da segurança jurídica. Desse modo, tem-se que, ao julgar os recursos
envolvendo a matéria tratada no referido Tema 246 da Tabela de Repercussão Geral do STF, esta
egrégia Corte Superior Trabalhista deve mitigar a análise dos pressupostos recursais para priorizar,
ao final, a aplicação da tese jurídica firmada por aquela Suprema Corte acerca da questão, tendo em
vista que esse é o escopo buscado pelo sistema de precedentes judiciais. Na hipótese, depreende-se
da leitura do acórdão recorrido que o egrégio Tribunal Regional, em descompasso com a decisão
do STF, reconheceu a responsabilidade subsidiária da Administração Pública, sem que fosse
efetivamente demonstrada a sua conduta culposa, tendo decidido com base na inversão do
ônus da prova. Ao assim decidir, acabou por responsabilizar o ente público de forma
automática, procedimento que destoa do entendimento sufragado no julgamento da ADC n° 16
e do RE 760931 (Tema 246), bem como na Súmula n° 331, V. Recurso de revista de que se conhece e
a que se dá provimento (...)" (RRAg-101148-75.2019.5.01.0021, 8ª Turma, Relator Ministro Guilherme
Augusto Caputo Bastos, DEJT 28/04/2023).

No presente caso, o Tribunal Regional imputou ao ente público o ônus da prova


acerca da fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas pelo prestador de serviços
terceirizados.
Nesse sentido, registrou que “Esclareço que o ônus de comprovar a efetiva
fiscalização sobre a empresa prestadora de serviços recai sobre o ente da administração pública, e não sobre
o trabalhador.” (fls. 1.244).
Como se observa, a Corte de origem responsabilizou o ente público de forma
automática, porque decidiu com base na inversão do ônus da prova, consignando a ausência de provas
quanto à fiscalização eficaz, procedimento que destoa do entendimento firmado no julgamento da ADC
16.
Demonstrada possível violação do inciso I do artigo 373 do CPC deve ser superada
a negativa de seguimento recursal e dado prosseguimento ao exame do recurso de revista.
Dou provimento ao agravo de instrumento para mandar processar o recurso de
revista e determinar a consequente reautuação do feito, prosseguindo, desde logo, o exame do referido
apelo.

III – RECURSO DE REVISTA DO ESTADO DE SÃO PAULO

a) Conhecimento
Presentes os pressupostos legais de admissibilidade, entre os quais a
representação processual (Súmula 436 do TST) e a tempestividade (ciência do acórdão regional em
8/10/2022 e interposição do recurso de revista em 27/10/2022), sendo inexigível o preparo.

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. ENTE


PÚBLICO. AUSÊNCIA DE PROVA DE FISCALIZAÇÃO. ÔNUS DA PROVA

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1005C5FE3501D13EBE.
Pelos motivos consignados no provimento do agravo de instrumento, conheço do
recurso de revista, por violação ao inciso I do artigo 373 do CPC.
b) Mérito

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. ENTE


PÚBLICO. AUSÊNCIA DE PROVA DE FISCALIZAÇÃO. ÔNUS DA PROVA

Conhecido o recurso de revista por violação ao inciso I do artigo 373 do CPC, a


consequência lógica é o seu provimento.
Dou provimento para eximir o segundo reclamado ESTADO DE SÃO PAULO da
responsabilidade subsidiária que lhe foi imposta.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por


unanimidade: I - conhecer e negar provimento ao agravo de instrumento do reclamante; II - dar
provimento ao agravo de instrumento do segundo reclamado ESTADO DE SÃO PAULO para determinar
o processamento do recurso de revista; e por maioria: III - conhecer do recurso de revista por violação
do inciso I do artigo 373 do CPC e, no mérito, dar-lhe provimento para eximir o segundo reclamado
ESTADO DE SÃO PAULO da responsabilidade subsidiária que lhe foi imposta.
Brasília, 26 de junho de 2024.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

SERGIO PINTO MARTINS


Ministro Relator

Firmado por assinatura digital em 08/07/2024 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura
de Chaves Públicas Brasileira.

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