Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

145 BJD

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19

Brazilian Journal of Development 16680

ISSN: 2525-8761

Malária e a eficácia diagnóstica para o controle da doença

Malaria and diagnostic effectiveness for disease control


DOI:10.34117/bjdv9n5-145

Recebimento dos originais: 10/04/2023


Aceitação para publicação: 15/05/2023

Crislene Costa Carvalho


Graduanda em Farmácia
Instituição: Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA)
Endereço: Rua Magno Arsolino, nº 4941, Cidade Nova, Porto Velho - RO,
CEP: 76810-550
E-mail: cccriscarvalho9@gmail.com

Greiciele Lima de Oliveira


Graduanda em Farmácia
Instituição: Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA)
Endereço: Rua Magnólia, nº 3884, Conceição, Porto Velho - RO, CEP: 76808-296
E-mail: cielemanu@gmail.com

Ygor Riquelme Antunes


Mestre em Biologia Experimental
Instituição: Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA)
Endereço: Rua das Araras, nº 241, Eldorado, Porto Velho - RO, CEP: 76811-678
E-mail: prof.ygor.riquelme@fimca.com.br

RESUMO
Introdução: Este trabalho pretendeu relatar e demonstrar como funciona a malária dentro
do organismo da vítima, sendo que esta consiste em uma patologia grave e infecciosa que
causa febre crítica ao hospedeiro causada através de protozoários do gênero Plasmodium
que precisam se estabelecer dentro das células (eritrócitos) para realizar seu ciclo
biológico. É sabido ainda que existem quatros espécies deste protozoário que podem
causar infecção aos seres humanos. São eles: P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P.
ovale, e que seu principal vetor é o mosquito fêmea do gênero Anopheles. Objetivo:
Sabendo disso, a presente proposta de pesquisa teve por objetivo demonstrar a
importância do diagnóstico precoce enquanto pilar da saúde publica para o controle da
malária, buscando assim esclarecer os diagnósticos que podem ser realizados para poder
maximizar as chances de controle desta patologia, bem como seu tratamento.
Metodologia: Este projeto buscou relatar uma abordagem com características qualitativa-
exploratória-descritiva, usando dados e informações disponíveis na Bibliotecas e
Periódicos da CAPES, Revistas Virtuais da SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), também em base de dados indexadas – de Farmácia além de acervo próprio e
outras obras bibliográficas encontradas na internet. Resultados: Com estas informações
adquiridas foi possível demonstrar como os profissionais que atuam na assistência de
saúde podem exercer melhor suas funções de forma mais abrangente frente ao
enfrentamento da malária com vistas à ampliação do cuidado à saúde através dos
diagnósticos e que deste modo possa haver uma contribuição para que se melhore o
conhecimento e tenha processos cada vez mais estruturados e fluidos. Considerações

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16681
ISSN: 2525-8761

Finais: Contudo, tendo como embasamento estes conhecimentos sobre as ações de


funcionamento da malária e seus agentes, uma realização de ações farmacêuticas foi
buscada para que se visassem através do diagnostico uma prevenção mais estabelecida,
de modo que isso pudesse cumprir as metas definidas obtendo assim uma melhor
compreensão a respeito do tema abordado, contribuindo assim para uma melhor
aplicabilidade de destes processos neste contexto tão importante para os fármacos que
atuam neste segmento.

Palavras-chave: Malária, epidemiologia, saúde pública, diagnostico, Plasmodium.

ABSTRACT
Introduction: This work intends to report and demonstrate how malaria works inside the
victim's body, which consists of a serious and infectious pathology that causes critical
fever to the host caused by protozoa of the genus Plasmodium that need to establish
themselves inside the cells (erythrocytes ) to carry out its biological cycle. It is also known
that there are four species of this protozoan that can cause infection in humans. They are:
P. falciparum, P. vivax, P. malariae and P. ovale, and that their main vector is the female
mosquito of the genus Anopheles. Objective: Knowing this, the present research proposal
aimed to demonstrate the importance of early diagnosis as a pillar of public health for
malaria control, thus seeking to clarify the diagnoses that can be performed in order to
maximize the chances of controlling this pathology, as well as as your treatment.
Methodology: We aimed to report an approach with qualitative-exploratory-descriptive
characteristics, using data and information available in CAPES Libraries and Periodicals,
Virtual Magazines of SciELO and Virtual Health Library (BVS), also in indexed
databases - Pharmacy in addition to its own collection and other bibliographic works
found on the internet. Results: With this information acquired, it was possible to
demonstrate how professionals who work in health care can better perform their functions
in a more comprehensive way when facing malaria with a view to expanding health care
through diagnoses and that, in this way, there may be a contribution to improving
knowledge and having increasingly structured and fluid processes. Final Considerations:
However, based on this knowledge about the functioning actions of malaria and its agents,
we sought to carry out pharmaceutical actions that aimed, through diagnosis, at a more
established prevention, so that it could meet the defined goals, thus obtaining a better
understanding regarding the topic addressed, thus contributing to a better applicability of
these processes in this context, which is so important for the drugs that act in this segment.

Keywords: Malaria, epidemiology, public health, diagnosis, Plasmodium

1 INTRODUÇÃO
A malária é uma patologia grave e causa problemas de saúde pública a nível
mundial, expondo cerca de 40% da população em mais de 100 países (WHO, 2011). Tais
problemáticas acabam gerando uma redução considerada no Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) para estas nações que acabam sofrendo com as infecções causadas pelos
insetos.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16682
ISSN: 2525-8761

O Relatório Mundial sobre Malária de 2020, da Organização Mundial da Saúde


(OMS), revela que foram registrados, 241 milhões de casos da doença e 627 mil mortes.
Os números representam cerca de 14 milhões a mais de notificações e 69 mil óbitos, se
comparados com as taxas de 2019 (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE,
2019).
Esta patologia é uma doença infecciosa cujo agente etiológico é um protozoário
do gênero Plasmodium. Sabe-se ainda que as espécies associadas à malária humana são:
P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale. Plasmódios que infectam macacos
também podem causar doença em seres humanos, como o P. knowlesi e o P. simium,
sendo este último já detectado no Brasil (GUIA PRATICO TRATAMENTO DE
MALÁRIA 2021).
O principal vetor desta patologia é o mosquito do gênero Anopheles, um inseto
que se encontra em aproximadamente 80% do país e cuja incidência tem em quase toda
sua totalidade (99% dos casos), relacionados diretamente com a área da Bacia Amazônica
(SEVERINI, 2015). Registros do ano de 2020 evidenciam um total de 145.188 casos de
malária, comparando com o ano de 2019, quando foram registrados 157.452 casos da
doença, houve uma redução de 7,8%. Diferente do observado em relação ao totalde casos
de malária notificados no País, o número de casos de malária por Plasmodium falciparum
e malária mista aumentou no período. Em 2019 haviam sido registrados 17.140 casos
desta espécie e em 2020 foram registrados 23.757, um aumento de 38,6% (BRASIL,
2021).
Tendo isso como base, o presente projeto buscou relatar as formas mais atuais do
cenário médico para o diagnóstico da malária, buscando assim melhorar a rapidez no
atendimento, bem como no tratamento da mesma, visando assim explanar o potencial da
atenção farmacêutica no tratamento, prevenção e diagnóstico de inúmeras patologias,
dentre elas as parasitárias, fazendo o uso de técnicas inovadoras que estão sendo aplicadas
na obtenção de novas formas farmacêuticas no combate e controle da malária
(BARREIRO, 2009).

2 JUSTIFICATIVA
A relação da malária e a importância do diagnostico eficiente para o controle da
patologia dentro dos centros de saúde que nem sempre era o adequado desde o momento
da chegada destes no hospital até a alta médica, sabendo que neste intervalo de tempo o

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16683
ISSN: 2525-8761

processo de recuperação é crucial para que haja a recuperação total deste (SANTOS et
al., 2021).
Com isso em mente, sabe-se que a malária é uma das principais doenças
correlacionadas com gravidades dentro da saúde pública, atingindo principalmente os
continentes Africano e Americano, sendo que no Brasil a região norte é o local de alta
endemicidade dessa patologia (SILVA, 2014). Neste cenário, a relevância da pesquisa
busca demonstrar, por meio da revisão bibliográfica e a relação da malária e a importância
do diagnostico eficiente para o controle da patologia dentro dos centros de saúde é vista
como determinante para a recuperação deste.
Neste contexto abordado, sabe-se ainda que o Brasil registrou nos últimos anos
um crescimento exponencial em relação aos números de casos nesta região. Estados como
Rondônia, Acre e Amazonas são as principais regiões afetadas com percentual 38,6%
(BRASIL, 2021). Mesmo com os avanços tecnológicos no desenvolvimento de
diagnóstico ainda é utilizado como padrão ouro da gota espessa, por concentrar maior
quantidade de sangue desemoglobinizado em uma área relativamente pequena, a gota
espessa aumenta a probabilidade de encontrar parasitos, o que a torna o método de eleição
para o diagnóstico de malária (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2010).
Contudo, dentro deste cenário espera-se contribuir para um melhor diagnostico
eficiente para o controle da patologia utilizando os conhecimentos em saúde, além de
práticas técnico-científico e ético dos profissionais de saúde envolvidos.

3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Descrever a malária e seus tipos, além de explanar melhor a respeito da
importância diagnóstica para o seu controle e os processos de tratamento.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Explicar sobre as características diagnósticas da malária;
• Compreender a importância do diagnóstico precoce para o controle da
doença.
• Demonstrar a real relevância do diagnóstico precoce e a necessidade de
uma suspeição clínica de malária nas regiões endêmicas.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16684
ISSN: 2525-8761

4 METODOLOGIA
O processo metodológico que foi utilizado para realização deste trabalho tratou-
se de uma revisão literária de artigos e documentos direcionados para o compreendimento
da malária e a eficácia diagnóstica para o controle desta patologia, além de enfatizar a
importância do farmacêutico nesta patologia, abrangendo ainda mecanismos de
prevenção e estratégias para o controle e diminuição da enfermidade.
O presente trabalho foi direcionado à pesquisa qualitativa, pois foram utilizados
dados quantitativos, com foco na interpretação e compreensão dos fenômenos e objetos
relacionados para o compreendimento da malária e a eficácia diagnóstica para o controle
desta patologia. Nesse sentido, realizou-se um estudo que privilegia a qualidade e não a
quantidade, explorando assim a singularidade de cada aspecto temático e o avanço do
cuidado dos pacientes.
Neste contexto, entendeu-se após realização da leitura e compreensão das
literaturas dispostas para este estudo, houve uma análise e discussão, considerando a
apresentação e intepretação dos dados coletados, comentando e discutindo sobre os
avanços adquiridos dentro deste campo de conhecimento. Vale a pena ressaltar que a esta
análise teve por finalidade estabelecer uma compreensão dos dados coletados, confirmar
ou não os pressupostos da pesquisa e/ou responder às questões formuladas, assim como
ampliar o conhecimento sobre o assunto pesquisado, articulando-o ao contexto cultural
do qual faz parte.
Contudo, a coleta de dados ocorreu por meio de buscas em literaturas dispostas
nas bases de dados veiculados pela Internet, como Bibliotecas e Periódicos da CAPES,
Revistas Virtuais da SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), também em base de
dados indexadas – de Farmácia além de acervo próprio. Os Descritores em Ciências da
Saúde (DECS) empregados serão: Malária; Epidemiologia; Saúde Pública. O
delineamento temporal será os anos de 2012 a 2022.
Por fim, quanto aos objetivos e fontes de pesquisa, utilizou-se da opção
exploratória, pois houve levantamentos, leituras e aproximações de pesquisadores por
meio de pesquisas bibliográficas. Quanto à abordagem, foi utilizada a indução, pois assim
é possível recorrer a observação e a análise bibliográfica para chegar às conclusões do
projeto.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16685
ISSN: 2525-8761

5 REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 MALÁRIA
5.1.1 Agente Etiológico
A malária é uma doença infecciosa cujo agente etiológico é um protozoário do
gênero Plasmodium. As espécies associadas à malária humana são: P. falciparum, P.vivax,
P. malariae e P ovale. A etiologia analisa o ciclo biológico dos plasmódios em humanos,
que podem ocorrer de duas formas: hospedeiro vertebrado nos humanos inicia-se quando
esporozoítos infectantes são inoculados nos humanos pelo mosquito vetor que
permanecem inoculados cerca de alguns minutos até alcançar a corrente sanguínea. Para
os plasmódios se desenvolverem nas células hepáticas ocorre certotempo dependendo da
espécie (TAUIL, 2016).
Ainda de acordo com Tauil (2016) o desenvolvimento do parasito nas células do
fígado requer aproximadamenteuma semana para o P. falciparum e P. vivax e cerca de
duas semanas para o P. malariae. Nas infecções por P. vivax e P. ovale, alguns parasitos
se desenvolvem rapidamente, enquanto outros ficam em estado de latência no hepatócito,
sendo que ao ocorrer esse fato, ocorre o que chamamos de hipnozoítos, são responsáveis
pelas recaídas tardias da doença, que ocorrem após períodos variáveis de incubação. As
recaídas são, portanto, ciclos pré-eritrocíticos e eritrócitos consequentes da esquizogônica
tardia de parasitos dormentes no interior dos hepatócitos (MARINA, 2014).
E, a outra forma, Hospedeiro invertebrado ocorrendo no mosquito, durante o
repasto sanguíneo, o anofelino (fêmea) ingere as formas sanguíneas do parasito, mas
somente os gametócitos serão capazes de evoluir no inseto, dando origem ao ciclo
sexuado ou esporogônico (BRASIL, 2010).
Os parasitas que transmitem a malária pertencem ao filo Apicomplexa, do gênero
Plasmodium. Através de últimos estudos feitos sobre o tema conclui-se que são
conhecidas cerca de 150 espécies causadoras de malária, porém apenas quatro parasitam
o homem: Plasmodium falciparum, P. vivax, P.malária e P. ovale (BRASIL, 2021).

5.1.2 Ciclo da Malária


De acordo com de Fortuna (2018), após a picada, a fêmea Anopheles sugam os
gametócitos, que sofrem fecundação, e a formação do zigoto que penetram nas células
intestinais e se incitam.Dentro do cisto ocorre a esporogônio, chegando uma fase que
arrebentam o cisto e os esporozoítos migram para as glândulas salivares do inseto. A

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16686
ISSN: 2525-8761

partir daí o Anopheles é capaz de infectar outras vítimas e dar continuidade ao ciclo,
conforme pode ser vista na figura 11.

Figura 1- Ciclo biológico do Plasmodium

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/multimedia/figure/ciclo-de-vida-do-plasmodium

Os autores apontam que as formas infectantes do parasita, esporozoítos


infectam o homem através da picada do mosquito fêmea do gênero Anopheles. Através
da corrente sanguínea vão até os hepatócitos, onde se multiplicam através de
reprodução assexuada. Em excesso nos hepatócitos, são liberados, caindo novamente
na corrente sanguínea e invadindo as hemácias. Nas hemácias, tornam- se trofozoítos.
Através da Esquizogonia, cada trofozoíto origina cerca de 36 células filhas, chamadas
de merozoítos. Os merozoítos provocam a lise da hemácia, e ficamlivres no sangue.

1
Figura 1- Ciclo biológico do Plasmodium
Legenda: Demostra as várias formas do protozoário no inseto vetor (Anofelinos) e no ser humano, em 1.
Ao se alimentar de sangue, a fêmea do mosquito Anopheles infectada pelos plasmódios inocula os
esporozoítos no hospedeiro humano, 2. Os esporozoítos infectam as células do fígado, 3. Os esporozoítos
amadurecem para esquizontes, 4. Os esquizontes se rompem, liberando merozoítos, sua replicação
começa no fígado é chamada de ciclo exoeritrocítico, 5. Os merozoítos infectam os eritrócitos, o parasita
se multiplica assexuadamente (o chamado ciclo eritrocítico). Os merozoítos se desenvolvem em
trofozoítos em estágio de anel, alguns se amadurecem para esquizontes. 6. Os esquizontes se rompem,
liberando merozoítos, 7. Alguns trofozoítos se diferenciam em gametócitos, 8. Ao se alimentar de sangue
o mosquito Anopheles ingere os gametócitos masculinos (microgametócitos) e femininos
(macrogametócitos), dando início ao ciclo esporogônico, 9. No estômago do mosquito, os microgametas
penetram nos macrogametas, produzindo zigotos, 10. Os zigotos se tornam móveis e alongados,
evoluindo para oocinetes, 11. Os oocinetes invadem a parede do intestino do mosquito, onde se
desenvolvem em oocistos, 12. Os oocistos crescem e rompem e liberando os esporozoítos, os quais se
deslocam para as glândulas salivares do mosquito. A inoculação dos esporozoítos em um novo
hospedeiro humano começando um novo ciclo de vida da malária. Fonte: Manual MSD,2022.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16687
ISSN: 2525-8761

Podem assim, invadir novas hemácias, como anteriormente, ou invadir células jovens.
(BRASIL, 2016).

5.1.3 Agente Transmissor


A malária naturalmente é transmitida ao homem pelas fêmeas do mosquito
Anofelino, de gênero Anopheles, parasitas com esporozoítos em suas glândulas salivares,
inoculam estas formas infectantes durante o repasto sanguíneo por meio da atividade
hematófaga (GOMES et al., 2011).
Segundo Rodrigues et al., (2018) a atividade hematófaga ocorre principalmente
ao amanhecer e ao anoitecer, pois é o período que ocorre a multiplicação das larvas em
ambientes da água paradaquando já existe contaminação do vetor ele inocula as formas
infectantes do protozoário, também conhecida por esporozoítos, que alcança a corrente
sanguínea erapidamente, buscam as células hepáticas, os hepatócitos para amadurecerem.
Esta etapa é conhecida como fase pré-eritrocítica, pois tem início com a proliferação dos
merozoítos dentro das hemácias até que elas explodam, levando o protozoário a ser
liberado no sangue e entra em contato com a outra hemácia, conforme pode ser visto na
figura 2. Observe:

Figura 2: Ciclo do parasita.

Fonte: Adaptado de BRASIL (2016).

5.1.4 Patogenia
Apenas o ciclo eritrócito assexuado é responsável pelas manifestações clínicase
patologia da malária. A partir da destruição dos eritrócitos e consequente liberaçãodos
parasitos e de seus metabolitos na circulação provocam uma resposta aohospedeiro,
determinando alterações morfológicas e funcionais no indivíduo. Aqui demonstra-se
alguns possíveis mecanismos, sendo: Lesão capilar por deposição de imunocomplexos,

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16688
ISSN: 2525-8761

no caso do malariae; Toxidade resultante da liberação de citosinas; Destruição dos


eritrócitos parasitados (MORERIZ, 2011).

5.1.5 Quadro Clinico


Os principais sintomas apresentados são êmeses, mal-estar, cefaleia, mialgia,
calafrios, cansaço, febre alta e sudorese. A malária grave pode ser fatal em casos de
doenças malignas, ou seja, P. falciparum, que apresenta como sintomas: Insuficiênciarenal
com redução da diurese, sonolência excessiva, distúrbios, icterícia, convulsõesque podem
evoluir para um quadro de coma e até chegar a óbito (FONSECA 2017).
Uma fase sintomática inicial caracteriza-se pelo mal-estar, cefaleia, cansaço e
mialgia. Estes sintomas são comuns a muitas outras infecções. Neste cenário, segundo
Rodrigues et al., (2018), o ataque paroxístico é geralmente acompanhado de calafrios e
sudoreses. Esta fase dura de 15 minutos a uma hora, sendo seguida por uma fase febril,
com temperatura corpórea podendo atingir 41°C ou mais. Após o período de duas a seis
horas, ocorre defervescência da febre e o paciente apresenta sudorese profusa e fraqueza
intensa, depois de algumas horas, os sintomas desaparecem, dados mostrados na tabela
1.

Quadro 1: Variação temporal de cada tipo de malária

Parasito P. vivax P. falciparum P. malariae P.ovale

Dias de
12-17 dias 9-14 dias 18-40 dias 16-18 dias
Sintomas

Fonte: Período de Incubação (BRASIL, 2016)

A periodicidade está no temo em duração dos ciclos eritrócitos de cada espécie de


plasmódio: P. falciparum, P.vivax, e P. ovale (malária terçã) e 72 horas para P. malariae
(malária quartã). Portanto, a constatação dessa regularidade é pouco comum nos dias
atuais, o que torna o padrão mais observado é o da febre irregular cotidiana (DE AGUIAR
et al., 2022).

5.2 DIAGNÓSTICO DA MALÁRIA


Diferentes técnicas laboratoriais são utilizadas para o diagnóstico da malária, por
exemplo, a pesquisa de plasmódio em exame de gota espessa corada pelo método de
Walker, esfregaço de sangue periférico e os testes rápidos de diagnóstico. Apesar de todos

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16689
ISSN: 2525-8761

os métodos diagnósticos para a malária existentes atualmente, a gota espessa é o padrão


ouro. Dentre todos os parâmetros que verificam a qualidade do método, a técnica do
microscopista é fundamental para um exame fidedigno (BRASIL, 2021).
Tendo como embasamento Bero (2013) para que haja a ratificação da suspeita
desta patologia é solicitada uma demonstração do parasito bem como de seus outros
componentes, que são coletados através de uma amostra com o sangue do paciente
afetado pela enfermidade. Neste cenário atual, é sabido que existem diversos métodos
para a realização de um diagnóstico laboratorial de malária. Observe cada um deles a
seguir:

5.2.1 Hemoscopia (microscopia)


Para Galardo et.al (2015) o uso deste método diagnóstico é realizado praticamente
todos os dias nos centros de saúde. Este procedimento consiste basicamente na
constatação direta (leitura) das amostras sanguíneas coletadas nas lâminas de vidro em
que estão os plasmódios. Esta leitura só é possível graças ao uso do microscópio
maximizado em 1000X e pode ser aprontada através do formato de gota espessa (GE) ou
então através de esfregaço, onde pós-secada e corada usando o método de Giemsa ou de
Walker.
Deste modo, o resultado poderá ser alcançado em pouco tempo (cerca de meia
hora) após a coleta. Contudo, sabe-se ainda que este método requer funcionários
capacitados e treinados, principalmente na leitura, cuja finalidade precisa ter o
reconhecimento do Plasmodium e seus tipos (DE AGUIAR et al., 2022).

5.2.2 QBC® (Quantitative Buffy Coat)


A realização deste tipo de método de microscopia de fluorescência tem como seu
fundamento basilar a construção de um gradiente denso e condensado com crescimento
mecânico das hemácias dentro de um ducto de micro hematócrito. Deste modo, ao usar
um microscópio de luz ultravioleta, podem ser vistos determinados tipos de
microrganismos fluorescentes dentro de eritrócitos não fluorescentes. Vale ressaltar que
o uso deste método é facilmente executável, além de ter uma interpretação rápida, com
duração de cerca de dez minutos. Por fim, é necessário que haja o uso de equipamentos
de qualidade e especiais, além de uma experiência considerável que vise realizar a
distinção entre as espécies de plasmódios (MARINA, 2014).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16690
ISSN: 2525-8761

5.2.3 Testes sorológicos


De acordo com Moreno (2014) é sabido que os estudos contendo as respostas
imunológicas da malária têm possibilitado o descobrimento de anticorpos específicos
para as mais distintas espécies de Plasmodium, bem como os estágios do parasito em que
ele se encontram nos seres humanos. Assim, os testes sorológicos acabam possuindo uma
resposta imunológica observando fatores como o grau de exposição aos antígenos do
parasito.
Deste modo, sabe-se que os residentes em locais endêmicas desta patologia têm
anticorpos circulantes nos organismos mesmo que ainda não tenha ocorrido uma infecção
concorrente. Portanto, as realizações destes testes buscam detectar os anticorpos contra
Plasmodium, mas vale a ressalta que este não é um método ideal para que haja um
diagnóstico clínico da malária (SANTOS et al., 2021).

5.2.4 Métodos imunocromatográficos (testes rápidos)


Os testes rápidos, também conhecidos como métodos imunocromatográficos
buscam realizar a detectação das proteínas do Plasmodium em eritrócitos lisados,
utilizando assim diversos tipos de anticorpos mono ou policlonais, já que em sua grande
maioria das vezes, acaba expondo uma gota sanguínea a anticorpos conduzidos contra
antígenos parasitários alvos. Deste modo, entende-se que são testes descomplicados
execução no campo, e o tempo destes procedimentos podem ser feitos em até 15 minutos.
A respeito da interpretação dos resultados obtidos vale ressaltar que isso não depende do
observador, mas têm minimizada esta sensibilidade nos casos de baixas parasitemias, já
que estes não quantificam a densidade da infecção, além disso o custo acaba sendo maior
ao de uma GE (MORERIZ, 2011).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16691
ISSN: 2525-8761

Quadro 2: Testes rápidos mais usados.


PARASIGHT ® ICT PF/PV
OPTIMAL ®
E ICT P.F. (AMRAD-ICT)
Os dois testes têm como alvo maior Este tipo de teste busca O teste Optimal tem como método
fazer a detecção da proteína 2 que é realizar a detecção do realizar detecção da lactato
abundante em histidina das fases Plasmodium falciparum desidrogenase específica de Plasmodium
assexuados e gametócitos novos de (PfHRP2), além do outro (pLDH). Este teste busca encontrar a
Plasmodium falciparum (PfHRP2). antígeno que pode ser enzima intracelular, que é produzida
Deste modo, eles não identificam as expressado pelas outras exclusivamente pelo próprio parasito
infecções mistas ou provocadas por espécies de Plasmodium. vivo, e pode ser expressada através de
outras espécies. Assim, o antígeno Dentro deste aspecto vale fases tanto assexuados como sexuados.
poderá permanecer na corrente ressaltar que este teste não Neste cenário, observa-se uma etapa
sanguínea ao longo de 28 dias após o realiza detecção de infecções específica do Plasmodium falciparum e
clearance das formas assexuadas mistas. uma outra fase para um gênero
causadas pelo tratamento, bem como específica. Assim, este teste busca
resultados falsos positivos podem realizar a diferença entre o diagnóstico
aparecer. Contudo, o aparecimento do de malária por Plasmodium falciparum e
fator reumatoide na corrente sanguínea por outras espécies, já que não é possível
do paciente pode vir a gerar um identificar infecções mistas, apenas
resultado falso positivo. indicar o cenário atual da infecção atual.
Fonte: Adaptado de Hierarquia das necessidades de Maslow (1943)

5.2.5 Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)


Para Galardo et.al (2015) os genomas das espécies de Plasmodium, e sabido estes
podem parasitar os seres humanos e assim técnicas para a detecção do DNA do
Plasmodium passaram a ser fomentadas através da Reação em Cadeia da Polimerase.
Com a utilização deste procedimento a variabilidade genética dos parasitas pode ser
melhor estudada, possibilitando assim encontrar a diferença das infecções e recaídas, bem
como a avaliação genética da resistência aos profissionais farmacêuticos que tratam da
malária.
Seguindo os estudos de Moneriz (2011) vale destacar ainda que a PCR pode
realizar a detecção das parasitemias muito baixas, desde que elas sejam associadas com a
GE, pois elas acabam por mostrar as inflamações mistas e que não foram reveladas com
o teste de hemoscopia. Contudo, acredita-se que a eficácia da PCR pode ser melhorada
realizando assim uma amplificação do DNA, pois a primeira etapa consiste no uso do
molde e na segunda acaba ocorrendo a amplificação do produto, ocorrendo assim sua
observação das placas de eletroforese. Por fim, vale ressaltar que este procedimento e
usado em laboratórios de grande complexidade devido ao uso de equipamento, segurança
e tecnologia (BERO, 2013).

5.2.6 Confiabilidade diagnóstica


Para Andrade (2020), a sensibilidade e um fator determinante na experiência de
um microscopista, onde este pode encontrar no exame da GE cerca de 50 parasitos/µL de

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16692
ISSN: 2525-8761

sangue, ou 0,001% de hemácias infectadas. No cenário cotidiano, estes resultados são


ainda menores, onde alguns microscopistas encontram 500 parasitos/µL, ou 0,01% de
hemácias infectadas. Deste modo, entende-se que a sensibilidade do QBC é oscilante
podendo ocorrer dentre 41% e 93% e quando há o uso da parasitemia pode chegar até
90% para Plasmodium falciparum, e menor para as outras espécies.

5.2.7 Procedimentos, segurança e avaliação sobre o diganostico da malária


A melhor preparação para o diagnóstico de malária é obtida com amostra de
sangue colhida diretamente por punção digital ou venosa sem anticoagulante. Após a
coleta, a lâmina deve ser mantida em temperatura ambiente para secagem da gota de
sangue ou também utilizar estufa de 37ºC ou lâmpada de 25-40 watts sob placa de vidro
(BRASIL, 2021).
Por ser um procedimento que envolve sangue, o diagnóstico laboratorial da
malária requer muita atenção às regras de biossegurança. Assim, no ato da coleta de
sangue, preparação/coloração das lâminas e descarte de material contaminado deve- se
observar atentamente todas as medidas de prevenção de contaminação individual e
coletiva (SEVERINI, 2015).
Um diagnóstico rápido e preciso é essencial para o gerenciamento eficaz da
malária. Este diagnóstico não só alivia o sofrimento, mas também diminui a transmissão
entre os indivíduos de uma comunidade. Pode ser feito pela demonstração do parasito ou
de antígenos no sangue periférico do paciente. A Organização Mundial de Saúde
preconiza tanto o diagnóstico clínico, quanto o laboratorial, como norteadores da
terapêutica da doença (BRASIL, 2009).
No exame de gota espessa ou esfregaço sanguíneo, a determinação da densidade
parasitária deve ser realizada em todo paciente com malária, principalmente nos
portadores de P. falciparum, conforme se segue no quadro abaixo:

Quadro 3: Método semiquantitativo expresso em “cruzes”


Parasitos por campo Cruzes Parasitos por µl
40 a 60/100 +/2 200 - 300
1 + 301 - 500
2 -20 ++ 501 – 10.000
21 – 200 +++ 10.001 – 100. 000
+ 200 ++++ 100.000 ou mais
Fonte: Manual de Diagnóstico Laboratorial da Malária, SVS/MS (2009).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16693
ISSN: 2525-8761

O diagnóstico da gota espessa depende dos seguintes fatores como: Habilidade


técnica no preparo da lâmina, seu manuseio e coloração; Competência e cuidados por
parte do microscopista; Qualidade ótica e iluminação do microscópio; Capacidade de
detecção de parasitemia igual ou superior a 10 e 20 parasitos/ microlitrode sangue quando
100 campos microscópicos são examinados por microscopistas devidamente treinados
(GONCALVES, 2014).
O pDHL, permite diferenciar o P. falciparum das outras espécies que entre a fase
aguda e convalescença da infecção, uma de sua desvantagem é não permitir o diagnóstico
de uma infecção mista. Com a extensa utilização da PCR para diagnostico de outras
doenças, as técnicas de extração e purificação de DNA, foram apropriadas e
simplificadas. Em virtude de custo elevado, o diagnóstico PCR é restrito aos
laboratórios de pesquisa (LACERDA et al., 2012).

5.3 TRATAMENTO
Dentre os métodos conhecidos para o combate à malária, sabe-se que hoje o
principal tratamento para o controle desta patologia consiste na interrupção da
esquizogonia sanguínea, têm como alvo maior realizar uma medida terapêutica que
busque realizar uma erradicação de forma latentes do parasita evitando suas recaídas
(BRASIL, 2016).
Para Fortuna (2018) quando o tratamento do paciente começar a ser realizado
deve-se ter algumas informações como parâmetros, tais como: a gravidade da patologia,
o tipo e a espécie do plasmódio, e deve-se considerar ainda os riscos e não riscos, custo
da medicação, idade, entre outros.
De acordo com Severini (2015) existem algumas metodologias importantes que
vem sendo implantadas no tratamento da malária como a tafenoquina que ainda está
em processo de análise das evidências científicas sobre a sensibilidade e especificidade
do teste quantitativo da atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) e
evidências de eficácia e segurança da tafenoquina para tratamento da malária, para
avaliação da sua incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS).
Neste sentido, a preocupação basilar relacionado com a tafenoquina consiste no
grande risco para que haja anemia hemolítica aguda (AHA) em pacientes com
deficiência de G6PD (atividade da enzima < 30% do normal), que pode ocasionar em
mortes de pessoas com uma quantidade menor que 10% de atividade enzimática

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16694
ISSN: 2525-8761

normal, e que são inclusos após duas revisões sistemáticas com metas e analises
(SILVA, 2014).
Contudo, ainda sobre este caso, vale ressaltar que os desfechos avaliados
buscaram fazer uma comparação de tafenoquina contra a primaquina e foi possível
perceber que não houve identificação de discrepâncias estatísticas na prevenção de
recaídas entre os pacientes de tratamento dos indivíduos, e, portanto, a tafenoquina e
possivelmente tão eficaz e boa quanto à primaquina (SEVERINI, 2015).

Quadro 4: Dados informativos de tafenoquina


Tipo Medicamento
Princípio ativo Tafenoquina
Nome comercial Kozenis®
Comprimidos revestidos, contendo 150 mg de tafenoquina, é apresentado em embalagem
Apresentação
com 2 (duas) unidades
Detentor do registro GlaxoSmithKline Brasil Ltda
Fabricante Piramal Enterprises Limited
Indicado para a cura radical (prevenção de recidiva) de malária por Plasmodium vivax,
Indicação aprovada
em pacientes com 16 anos de idade ou mais que estejam recebendo cloroquina como
na Anvisa
terapia para a infecção aguda por P. Vivax
Indicação proposta Cura radical (prevenção de recidiva) de malária por Plasmodium vivax
Todos os pacientes devem ser testados para deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase
(G6PD) antes da prescrição. Deve ser concomitantemente administrado com cloroquina
Posologia e Forma no primeiro ou segundo dia da administração de cloroquina. Deve ser administrado com
de Administração alimentos para aumentar a absorção sistêmica e para minimizar os efeitos colaterais
gastrointestinais. Uma dose única de 300 mg (dois comprimidos de 150 mg de
tafenoquina) é recomendada.
Fonte: Bula do medicamento Kosenis® aprovada pela Anvisa (2020)

5.3.1 Tratamento da Plasmoduim vivax e Plasmoduim falciparum


5.3.1.1 Tratamento da plasmoduim falciparum
De acordo com Moreno (2014) os casos mais graves de malária grave (e casos até
de morte) são causadas por P. falciparum, seja por ruptura espontânea ou traumática do
baço, complicações respiratórias ou anemia grave, especialmente em pacientes com
doenças concomitantes, pacientes debilitados e desnutridos.
Sabendo disso, é sabido que o tratamento para a malária falciparum é realizado
com o artemeter 20mg+ lumefantrina 120mg por 3 dias com doses pela manhã e pela
noite, associado com primaquina de 5mg ou 15mg que deve ser administrada em dose
única, dependendo do peso do paciente, o uso dessa medição com a artemisinas garante
a eliminação dos gametócitos maduros circulantes na periferia, bloqueando assim a
transmissão para os vetores, interrompendo o ciclo da doença (BRASIL, 2016).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16695
ISSN: 2525-8761

5.3.1.2 Tratamento da Plasmoduim vivax


Em contrapartida, Bero (2013) destaca que o tratamento para a malária vivax é
realizado com cloroquina por três dias e utiliza-se também primaquina por sete dias. No
Brasil o esquema de sete dias é usado para melhorar a adesão à primaquina. Além disso,
também não é raro que formas complicadas de malária vivax (como icterícia ou
sangramento) estejam associados a infecções, tais como a dengue.
A primaquina tem também ação sinérgica com a cloroquina contra formas
assexuadas. Portanto, quando a primaquina não é utilizada, o clareamento da parasitemia
é mais lento e é maior a chance de recrudescência, isto é, o exame microscópico de
seguimento positivar, geralmente dentro dos primeiros 42 dias após início do tratamento
(WHO, 2011).
Essa é a razão pela qual se faz a cloroquina profilática nas gestantes durante toda
a gravidez, já que não se pode usar a primaquina nesse grupo populacional. É utilizada a
tabela para tratamento por peso para evitar possíveis recaídas. (BRASIL, 2020).
Neste contexto, ainda que o gametócito não seja visto ao exame da gota espessa,
a primaquina deve ser administrada de forma sistemática, exceto em menores de 6 meses
e gestantes, segue a tabela a seguir seguindo um modo de tratamento da plasmoduim vivax
e plasmoduim falciparum (BERO, 2013).

Quadro 5: Tratamento da Plasmoduim vivax e Plasmoduim falciparum

Fonte: Adaptado de BRASIL (2016).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16696
ISSN: 2525-8761

6 CONCLUSÃO
A título de conclusão é possível compreender que a questão diagnostica da malária
tem sido cada vez mais discutida e por isso e necessário o entendimento e a compreensão
dos métodos usados atualmente para que se possa realizar uma intervenção mais rápida e
precisa, tendo em vista que isto pode decisivo para o paciente e cabe ao farmacêutico o
saber para poder efetuar estes procedimentos e metodologias neste contexto.
Com isso em mente, tendo em vista todos estes fatores mencionados anteriormente
e seu elo com à bibliografia escolhida e à metodologia desenvolvida, visam elucidar
claramente o papel do farmacêutico nesta situação, que é crucial tanto na parte prática
como teórica, e, por isso, espera-se que o estudo possa demonstrar como é o
acompanhamento do farmacêutico para melhorar o diagnóstico da doença.
Portanto, dentro deste contexto, as leituras bibliográficas possibilitaram uma
análise detalhada da malária e seus tipos, e podemos analisar os principais fatores de risco
para os hospedeiros, bem como os estilos de cada um dos tipos de malária que acomete o
paciente por essa doença, possibilitando dessa maneira uma abordagem sistêmica e
direcionada a sanar os problemas melhorando assim a compreensão das condições de
saúde dos pacientes.
Contudo, com os objetivos acima alcançados, uma melhor interpretação e análise
foram encontradas, capazes de promover e dar ênfase a saúde dos pacientes, ademais de
priorizar as ações relacionadas ao combate e o diagnóstico precoce da malária. Por fim,
buscou-se visar assim principalmente o diagnóstico e a prevenção, aspecto basilar para
que os prognósticos da doença possam ser melhorados, tendo assim um maior e melhor
controle de novas ocorrências desta patologia.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16697
ISSN: 2525-8761

REFERÊNCIAS

BARREIRO, E. J.; Bolzani, V. S. Biodiversidade: Fonte potencial para descoberta de


novos fármacos. Química Nova. 2009, 680.

BERO, J. et al. In vivo antimalarial activity of Keetia leucantha twigs extracts and in vitro
antiplasmodial effect of their constituents. Journal of Ethnopharmacology, v. 149, p.
176-183, 2013.

BRASIL, Guia Pratico Tratamento De Malária, 2021. Acessado em 20 de fev de 2023.


Disponivel em:https://www.gov.br/saude/centrais-de conteudo
/malaria/guia_tratamento_malaria_pdf/view.

BRASIL, Organização Pan-Amenricana de Saúde. RAVREDA/AMI newsletter abr-


jun 2019. Brasília: OPAS, 2019 acesso em 26 fevereiro de 2019]. Disponível em:
http://www.opas.org.br/prevencao/temas_documentos_detalhe.cfm?id=50&iddoc=149

BRASIL, Organização Pan-Americana da Saúde. Estratégia e plano de ação sobre e-


saúde [Internet]. 51º Conselho Diretor da OPAS, 63ª Sessão do Comitê Regional da OMS
para as Américas; de 26 a 30 de setembro de 2019; (resolução CD51.R5) [consultado em
10 de fevereiro de 2023]. Disponível em:
http://www.paho.org/hq/option=com_download&gid=&Itemid=270.

DE AGUIAR, G. M. S. C., Picoli, M. E. F. da S., & Ananias, F. (2022). Comportamento


epidemiológico da Malária no período entre 2010 e 2020, no Brasil: Epidemiological
behavior of Malaria in the period between 2010 and 2020, in Brazil. Brazilian Journal of
Development, 8(11), 73299–73315. https://doi.org/10.34117/bjdv8n11-167

GALARDO, A.K.R. et al. Anopheles darlingi and Anopheles marajoara (Diptera:


Culicidae) susceptibility to pyrethroids in an endemic area of the Brazilian Amazon.
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 48, p. 765-769, 2015.

GONCALVES, L. A.; CRAVO, P.; FERREIRA, M. U. Emerging Plasmodium vivax


resistance to chloroquine in South America: an overview. Memorias do Instituto
Oswaldo Cruz, v. 109, n. 5, p. 534-539, 2014.

MARINA, C.F. et al. Efficacy and non target impact of spinosad, Bti and temephos
larvicides for control of Anopheles spp. in an endemic malaria region of southern
Mexico. Parasites & Vectors, v. 7, p. 1-10, 2014.

MONERIZ, C. et al. Parasitostatic effect of maslinic acid. I. Growth arrest of Plasmodium


falciparum intraerythrocytic stages. Malaria Journal, v. 10, p. 1-140, 2011.

MORENO, M. et al. Infection of laboratory-colonized Anopheles darlingi mosquitoes by


Plasmodium vivax. The American Journal of Medicine and Hygiene, v. 90, p. 612-
616, 2014.

SANTOS, R. W. F. dos, Pinto, D. S., Santos, C. N. dos, França, K. F. de C., Ferreira, L.


Y. M., Santana, V. H. da S., Santos, R. C. F. dos, & Júnior, E. de A. (2021). A importância
do diagnóstico laboratorial para erradicação da malária: uma revisão de literatura / The
importance of laboratory diagnosis for malaria eradication: a literature review. Brazilian
Journal of Development, 7(12), 112379–112386. https://doi.org/10.34117/bjdv7n12-158

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023


Brazilian Journal of Development 16698
ISSN: 2525-8761

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL).


SIVEP-MALÁRIA - Sistema de informação de vigilância Epidemiológica - Notificação
de casos. Dados epidemiológicos de malária, nacional, em 2016. [Base de dados em
internet] [Acessado em 07 de dezembro de 2022]. Disponível em:
[http://dw.saude.gov.br], 2016.

SEVERINI, C.; MENEGON, M. Resistance to antimalarial drugs: An endless world war


against Plasmodium that we risk losing. Journal of Global Antimicrobial Resistance,
v. 3, p. 58-63, 2015.

SILVA, A.P.B.; SANTOS, J.M.M.; MARTINS, A.J. Mutations in the voltage-gated


sodium channel gene of anophelines and their association with resistance to pyrethroids
- a review. Parasites & Vectors, v. 7, p. 1-14, 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). World Malaria Report 2012.


Reported malaria deaths 1990-2011, New perspectives. Geneva. Disponível em:
http://www.who.int/malaria/publications/world_malaria_report_2012/en/index.ht ml
Acessado em 20/11/2022.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.5, p. 16680-16698, may., 2023

Você também pode gostar