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EDUCAÇÃO EMOCIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Uma revisão biblioigráfica

Andréa Valéria Cavalcante Nascimento1

INTRODUÇÃO
O vínculo familiar é algo importantíssimo para o desenvolvimento das crianças e
jovens, infelizmente este vínculo vem sendo a cada dia mais fragilizado, o que pode ocosionar
sérias consequências na juventude e na vida adulta. (CARDEIRA, 2012).
Educar tornou-se, portanto, um processo uníssono entre família e escola. A escola
deve estar em unidade tanto com a família como com a comunidade escolar que a cerca.
Infelizmente o que ocorre muitas vezes é uma responsabilização de apenas um dos lados e
muitas discussões quanto à quem compete trabalhar a socialização e a educação das crianças
e jovens, quando na verdade deveria haver um trabalho conjunto para tal fim.
Fato é que as crianças passam cada dia mais horas na escola e membros da família
como os avós, que antigamente eram corresponsáveis pela educação dos netos, atualmente
também passam mais horas no trabalho ou ainda são ativos no mercado de trabalho, sendo
assim é natural que as escolas tenham cada vez mais desempenhado um importante papel
no desenvolvimento das relações interpessoais, da socialização e das interações relacionais.
Deste modo é imprescindível que os professores, família e comunidade trabalhem em
conjunto para um desenvolvimento global do indivíduo, daí a proposta de intervenções
desde a educação infantil. (CARDEIRA, 2012).
Compreendendo-se a escola como um espaço de socialização é de se esperar que ali
hajam conflitos como bullying, conflitos relacionais e problemas de autoesma por exemplo.
Trabalhar as competências cognitivas e emocionais é a forma mais eficaz de combater ou
mediar tais conflitos, auxiliando assim os estudantes a desenvolver relações mais positivas,
lembrando-se sempre que o empenho da escola não desresponsabiliza o papel primordial da

1
Psicóloga e pós-graduada em Terapia Cognitivo-comportamental pela Faculdade Santo Agostinho – FSA.
Discente do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA de E-mail:
andreeacavalcante@hotmail.com
família. (CARDEIRA, 2012).
Objetivou-se, portanto, investigar quais as principais estratégias metodológicas,
pedagógicas e didáticas utilizadas pelos professores para auxiliar o desenvolvimento da
inteligência emocional dos alunos de Educação Infantil, o que foi realizado por meio de uma
pesquisa de campo, qualitativa, exploratória e que utlizou como instrumento de coleta de
dados uma revisão bibliográfica
O presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica de
cunho qualitativo com o objetivo de investigar quais as principais estratégias metodológicas,
pedagógicas e didáticas utilizadas pelos professores para auxiliar o desenvolvimento da
inteligência emocional dos alunos de Educação Infantil. Teve o intuito de elucidar
questionamentos como: De que forma se dá o processo de educação emocional ou
desenvolvimento da inteligência emocional das crianças na Educação Infantil?; Há relação
entre a precocidade do início desta educação emocional e os resultados e internalização de
práticas de autorregulação, autocontrole e melhor convivência em sociedade?; Qual o
conhecimento dos professores a respeito da educação emocional e as principais práticas
utilizadas pelos mesmos?. Foram à tais prerrogativas que o presente trabalho se debruçou.

O que é Educação Emocional e sua importância


A temática desenvolvida no presente projeto surgiu da observação e compreensão da
escola como um espaço de socialização, no qual o proceso de educar deva ocorrer em
unidade, tanto com a família como com a comunidade escolar que a cerca. Infelizmente o
que ocorre muitas vezes é uma responsabilização de apenas um dos lados e muitas
discussões quanto à quem compete trabalhar a socialização e a educação das crianças e
jovens, quando na verdade deveria haver um trabalho conjunto para tal fim.

Ao observar até mesmo o contexto histórico da educação da humanida é possivel notar


claramente que a escola tem um papel fundametal na formação humana, não se restringindo
unicamente à transmissão de conteúdos. Neste contexto é que surge a necessidade de se
trabalhar nas escola as competências cognitivas e emocionais como uma forma mais eficaz
de combater ou mediar tais conflitos, bem como auxiliar os estudantes a desenvolver
relações mais positivas, o que, obviamente não desresponsabiliza o papel primordial da
família. (CARDEIRA, 2012).

O presente trabalho objetivou então investigar se os professores da Educação Infantil


conhecem os preceitos da Educação Emocional e sua importância para o desenvolvimeto
integral de seus alunos e se já os aplicam de forma estruturada em suas práticas pedagógias
cotidianas, bem como as implicações de tais práticas no desenvolvimentos dos alunos, e no
seu rendimento acadêmico.

Um breve histórico da Educação Emocional

Em uma sociedade que por muito tempo mediu a inteligência basicamente de forma
quantitativa, o conceito de Inteligência Emocional vem fazer cair por terra a unicidade dos
coeficientes intelectuais, ou testes de QI. Quando se analisa as crianças da atualidade e sua
velocidade, conexão e precocidade para com as tecnologias e o alcance dos marcos de
desenvolvimentos esperados para as diferentes fases da infância, percebe-se o quanto é
necessário atualizar também o meios de avaliar e estimular estas novas habilidades, bem
como estas diferentes e atuais formas de aprender.

Neste contexto surge o conceito de Inteligência Emocional que, segundo Steiner


(2001), refere-se à capacidade de lidar com as emoções a fim de desenvolver seu poder
pessoal e a qualidade da vida ou meio em que se vive. Já Souza (2018), afirma que
Inteligência Emocional seria “a capacidade de entender com a inteligência e controlar a
emoção de modo crítico, contribuindo para o desenvolvimento emocional, intelectual e
social.”. Objetivando assim o desenvolvimento de habilidades tais como assimilação,
compreensão, percepção e controle das emoções.

Para se falar em educação emocional é necessário primeiro saber reconhecer e


diferenciar as diversas fases do desenvolvimento humano e quais os comportamentos
esperados para cada um desses momentos, levando em conta as particularidades de cada
indivíduo. (CARDEIRA, 2012).

Ademais pesquisas como a de Vassimon e Colagrossi (2017) apontam que o


desenvolvimento das competências socioemocionais das crianças tanto no contexto escolar
como nos demais âmbitos da sociedade pode ser um fator determinante para o seu sucesso
e que a exposição das crianças às práticas de desenvolvimento de habilidades
socioemocionais, melhoram substancialmente o comportamento das mesmas no
relacionamento com os demais, bem como na própria estrutura cerebral o que por
conseguinte reflete diretamente no desenvolvimento acadêmico.

Cardeira (2012, Apud Ramos 2007) destaca que a inteligência emocional pode ser
desenvolvida a partir de várias condições como a melhoria na qualidade das relações
interpessoais estabelecidas em casa, das relações no trabalho, o uso de técnicas de
relaxamento, meditação e a prática de yoga, práticas tais que, segundo a autora, podem
aumentar o bem-estar e consequentemente as emoções positivas como felicidade,
satisfação, alegria e prazer, sentimentos que interferem na produtividade e sucesso laborais,
e trazendo ao contexto desta pesquisa, espera-se que também possam promover o sucesso
acadêmico.

Estudos atuais demonstram que a exposição das crianças às práticas de


desenvolvimento de habilidades socioemocionais, melhoram substancialmente o
comportamento das mesmas no relacionamento com os demais, bem como na própria
estrutura cerebral o que, por conseguinte, reflete diretamente no desenvolvimento
acadêmico. (VASSIMON E COLAGROSSI, 2017).

Rêgo e Rocha (2009) por sua vez destacam que um bom desenvolvimento não é
determinado apenas pelo QI (Coeficiente de inteligência), mas principalmente pelo que os
mesmos denominam de QE (Coeficiente Emocional) afirmando ainda que o intelecto não
pode dar o melhor de si sem a inteligência emocional. Não há como sobrepor a razão à
emoção, é necessário um equilíbrio entre ambas.

O conhecimento dos docentes a cerca da Educação Emocional

Em sua pesquisa Almeida (2018) entrevistou professoras do Ensino Infantil e


Fundamental de uma determinada escola indagando-lhes sobre seus conhecimentos a cerca
da Educação Emocional e dentre as entrevistadas, 60% afirmaram já ter ouvido falar. Indagou
também sobre a utilização de tais prática em sala de aula e quais recursos ou estratégias
utilizadas, dentre as entrevistadas 60% afirmaram que desenvolviam sim estratégias de
Educação Emocional tais como utilização de filmes, música, contos e livros paradidáticos. A
pesquisa destaca ainda que 65% das entrevistadas consideram uma importante temática a
ser trabalhada em sala de aula.

Behrens e Machado (2005) alertam para importância da formação continuada de


professores, do autoconhecimento dos mesmos e principalmente para a inclusão da
temática Educação Emocional nos currículos escolares. As autoras destacam importantes
experiências relatadas por Antunes (2001) o qual afirma que os professores podem reservar
pequenos espaços para o desenvolvimento emocional dos alunos, estimulando-os a refletir
sobre as próprias emoções e nomeação dos sentimentos, bem como aproveitar e mediar
situações de conflitos vividos no cotidiano escolar. Antunes sinaliza para a necessidade de se
vivenciar o que ele denomina de “alfabetização emocional” desde os primeiros anos de vida
dos indivíduos.

Goleman (1995) também traz uma série de estratégias em seu livro Inteligência
Emocional, como o jogo “Quadro da cooperação”, um jogo que objetiva trabalhar o controle
dos sentimentos, o respeito ao próximo, a cooperação, a solidariedade e a superação do
conflitos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pode observar, diversas são as estratégias para se trabalhar a inteligência
emocional em sala de aula e a própria BNCC (2018) traz em suas diretrizes uma série de
orientações e expectativas para se trabalhar esta área.

Fica claro então a necessidade nas escolas da busca pelo equilíbrio, respeito ao
próximo, valorização do ser humano e harmonia nas relações, o que pode ser proporcionado
pelas práticas de Educação Emocional. No entanto durante a presente pesquisa não
observou-se muitos trabalhos especificamentes voltados especificamente para a relação
entre as práticas de Educação Emocional no contexto da Educação Infantil, que faz mister a
necessidade de mais pesquisas nesta área tendo em vista a importância desta etapa da
educação no desenvolvimento infantil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. Alfabetização emocional. 2 ed. São Paulo: Terra, 1996.


ALZINA, R. (Coord.) Edução e Bem estaBem estar. Barcelona: Editorial Práxis, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
CARDEIRA, A. R. Educação Emocional em Contextão Emocional em Contexto Emocional.
Psicologia. PT. O Portal dos Psicólogos, 2012.
COLAGROSSI, A. L. R. ; GEÓRGIA, V. A aprendizagem socioemocional pode transformar a
educação infantil no brasil. Revista Construção Psicopedagógica, 25 (26): 17-23.
BEHRENS, M. A. ; MACHADO, I. J. de A. B. Os saberes docentes na educação emocional.
Revista Diálogo Educacional, vol. 5, núm. 16, septiembre-diciembre, 2005, pp. 1-12.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil.
HOHMANN, M. e WEIKART, D. (2007). Educar a Criança. (4ª ed.). Lisboa: Fundação Caloustre
Gulbenkian.
GOLEMAN, Daniel. O cérebro e a inteligência emocional [recurso eletrônico] : novas
perspectivas / Daniel Goleman ; tradução Carlos Leite da Silva. - Rio de Janeiro : Objetiva,
2012.
PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]
: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.
2ª. ed.
STEINER, Claude; PERRY Paul. Educação emocional: um programa personalizado para
desenvolver sua inteligência emocional. 11. ed. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2001.
SOUZA, R. de C. Da C. As contribuições da Educação Emocional para o desenvolvimento
integral na educação infantil. UFPB. João Pessoa, 2018.
RÊGO, C. C. de A. B. e ROCHA, N. M. F. Avaliando a educação emocional: subsídios para um
repensar da sala de aula. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 17, n. 62, p. 135-
152, jan./mar. 2009.

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