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“Mario Sergio Cortella – Sabe, Renato, ao pensar neste nosso encontro, eu me dei conta de que a ideia para

conversa surgiu quando fiquei pensando no conceito de idiota. O termo aparece em comentários indignados,
cada vez mais frequentes no Brasil, como ‘política é coisa de idiota’. O que podemos constatar é que acabou
se invertendo o conceito original de idiota, pois a expressão idiótes, em grego, significa aquele que só vive a
vida privada, que recusa a política, que diz não à política. No cotidiano, o que se fez foi um sequestro
semântico, uma inversão do que seria o sentido original de idiota.” A palavra política deriva do grego
politikós, e é oriunda do termo pólis, cidade-Estado. Refere-se à arte de governar, de gerir a cidade;
A cada temporalidade e contexto, o conceito adquire diferentes nuances, já que se relaciona com os
problemas que nascem do convívio dos indivíduos: “a política trata da convivência entre diferentes” (Hannah
Arendt);
Política, poder e Estado são conceitos que estão relacionados, mas possuem significados distintos: a política
são os meios pelos quais um indivíduo ou grupo se organiza, exerce o poder ou o conquista (o poder está
presente em todas as relações sociais que estabelecemos com indivíduos, instituições e a coletividade). Já o
Estado é um modo de exercer o poder e a forma como se organizam os sistemas políticos (o termo surge no
final da Idade Média e se consolida na modernidade).

A partir do final do século XVI, em Portugal, Castela, França e Inglaterra, além de outros Estados europeus, os
monarcas haviam se tornado a própria expressão do poder. As alterações se processaram em momentos
diferentes, conforme as características históricas de cada região europeia.
Na Península Ibérica, a chamada Reconquista (séculos XI-XV) contribuiu para a centralização política dos
reinos de Portugal e Castela.
Na França, a Guerra dos Cem Anos contra a Inglaterra (1337-1453) e as Guerras de Religião (século XVI)
permitiram o enquadramento e a subordinação do clero e da nobreza.
Na Inglaterra, a mesma Guerra dos Cem Anos, a Guerra das Duas Rosas (1455-1489) e a Reforma Anglicana
(século XVI) também enfraqueceram a nobreza e o clero, e permitiram o avanço do poder monárquico. Em
todos os casos, ocorria a transformação dos antigos vassalos em súditos, evidenciando o poderio dos Estados
Absolutistas.

• A primeira manifestação histórica do Estado moderno foi o Absolutismo, caracterizado pela


unidade territorial e pela concentração do poder na figura do rei. O Estado Absolutista, que
predominou na Europa entre os séculos XVI e XVIII, fundamenta-se na centralização do
controle das atividades econômicas, da prática da justiça e do comando sobre o exército
nacional. Um exemplo do poder absoluto conferido aos soberanos ocorreu na França, no
reinado de Luís XIV, o “Rei Sol”, cuja concentração dos poderes ficou imortalizada na frase
L’État c'est moi! (O Estado sou eu!).

No século XVII, a Inglaterra foi palco de revoluções lideradas pela


burguesia, com o objetivo de limitar o poder dos reis.
A primeira delas foi a Revolução Puritana (em referência à ação dos puritanos – calvinistas ingleses), de 1640 a
1660, culminando com a execução do rei Carlos I e a ascensão do parlamentar puritano e militar Oliver
Cromwell. Em seu governo, instaura uma república autoritária e, posteriormente, dissolve o Parlamento,
alçando ao posto de “Lorde Protetor”.
O fim do absolutismo se deu com Revolução Gloriosa, em 1688, quando Guilherme III é proclamado rei, após
ter aceitado a Declaração de Direitos (Bill of Rights) de 1689, que limitava sua autoridade e dava mais
poderes ao Parlamento. Ficava, portanto, o poder do rei subordinado ao Parlamento. As conquistas
burguesas exigiram do rei a convocação regular do Parlamento, sem o qual ele não poderia fazer leis ou
revogá-las, cobrar impostos ou manter um exército. Instituiu-se ainda o habeas corpus a fim de evitar as
prisões arbitrárias; a partir de então, nenhum súdito poderia ficar preso indefinidamente sem ser acusado
diante dos tribunais, a não ser por meio de denúncia bem-definida. Tais ideias subverteram as concepções
políticas no século XVII e XVIII. A Revolução Gloriosa, além disso, favoreceu o desenvolvimento do capitalismo.
A partir de então, foram tomadas várias medidas favoráveis ao crescimento das manufaturas, das empresas
rurais e da indústria naval. Tudo isso contribuiu para a liderança econômica e política da burguesia inglesa e
para a Revolução Industrial.

“A Revolução Inglesa [no século XVII] tornou possível pela primeira vez à sociedade, e dentro dela particularmente aos
homens de propriedade, a conquista e o gozo da liberdade civil e política. A garantia dessa liberdade (concebida como
natural), desses direitos civis e políticos, era agora assegurada pelos próprios indivíduos (transformados em cidadãos), e
não mais por uma autoridade monárquica de origem divina ou humana.
A teoria da liberdade civil e política foi formulada por John Locke, o primeiro grande filósofo do liberalismo, na segunda
metade do século XVII, com base nos resultados decorrentes da Revolução de 1640 e 1688”. “A Declaração de Direitos
de 1689 foi fruto da primeira revolução burguesa, a Revolução Inglesa que compreendeu a Revolução Puritana, o
Commonwealth e a Revolução Gloriosa. Iniciou-se em 1640 e terminou em 1688, dando origem ao primeiro país
capitalista do mundo, constituído como monarquia constitucional de matriz liberal.
[...] O período revolucionário se encerra com a promulgação, pelo Parlamento, do Bill of Rights inglês de 1689, no qual
se estabelecem, ao lado da declaração de direitos, a soberania parlamentar, a monarquia limitada, a cidadania burguesa
e a política externa imperialista, o que representou profundas mudanças na organização política, social e econômica da
Inglaterra”.
(LIMA, 2017).

A teoria liberal do Estado

Logo após a Revolução Gloriosa, o filósofo inglês John Locke (1632-1704), considerado o fundador do liberalismo
político, publica suas reflexões em Dois Tratados sobre o governo civil, que estabelecem uma distinção entre o público e
o privado, trazem uma concepção de que o parlamento deve subordinar-se a outras instituições e que o Estado deve
garantir o livre exercício da propriedade. “O pensamento burguês busca a separação entre Estado e sociedade
enquanto conjunto das atividades particulares dos indivíduos, sobretudo as de natureza econômica. O que se quer é
separar definitivamente o público do privado, reduzindo ao mínimo a intervenção do Estado na vida de cada um. Por
outro lado, essa separação deveria reduzir também a interferência do privado no público, já que o poder procura outra
fonte de legitimidade que não seja a tradição e as linhagens de nobreza”. (ARANHA; MARTINS, 2009).

“A Declaração de Direitos de 1689 foi fruto da primeira revolução burguesa, a Revolução Inglesa que compreendeu a
Revolução Puritana, o Commonwealth e a Revolução Gloriosa. Iniciou-se em 1640 e terminou em 1688, dando origem
ao primeiro país capitalista do mundo, constituído como monarquia constitucional de matriz liberal.
[...] O período revolucionário se encerra com a promulgação, pelo Parlamento, do Bill of Rights inglês de 1689, no qual
se estabelecem, ao lado da declaração de direitos, a soberania parlamentar, a monarquia limitada, a cidadania burguesa
e a política externa imperialista, o que representou profundas mudanças na organização política, social e econômica da
Inglaterra”.

“A Revolução Inglesa [no século XVII] tornou possível pela primeira vez à sociedade, e dentro dela particularmente aos
homens de propriedade, a conquista e o gozo da liberdade civil e política. A garantia dessa liberdade (concebida como
natural), desses direitos civis e políticos, era agora assegurada pelos próprios indivíduos (transformados em cidadãos), e
não mais por uma autoridade monárquica de origem divina ou humana.
A teoria da liberdade civil e política foi formulada por John Locke, o primeiro grande filósofo do liberalismo, na segunda
metade do século XVII, com base nos resultados decorrentes da Revolução de 1640 e 1688”. (FLORENZANO, 2007. p.
116-118).
A proposta socialista

“O século XIX foi marcado pelo crescimento da industrialização na Europa, por uma grande exploração dos
trabalhadores e por uma série de lutas para conquistar direitos que limitassem abusos: como jornada de
trabalho, descanso semanal, melhores salários, melhores condições de vida e trabalho.
Para Marx e Engels, a sociedade capitalista dividia-se em classes: a dos proprietários, latifundiários e
burgueses, que detinham os meios de produção, e a dos trabalhadores e camponeses, que só possuíam
capacidade de trabalho para vender em troca de salário e eram explorados por aqueles. Haveria uma disputa
permanente entre os dois polos da sociedade, uma luta de classes.

Diante dessa situação de extremos, os dois teóricos alemães propunham a via revolucionária, com a abolição
da propriedade privada, especialmente dos meios de produção (máquinas, terrenos, matérias-primas etc.).
Com isso, não haveria mais empresas particulares, os trabalhadores deixariam de ser explorados e deixaria de
ser praticada a mais-valia. Tudo passaria a ser propriedade do Estado que, representando a população, faria a
redistribuição de
toda a riqueza social produzida. Estaria implantado o socialismo com os trabalhadores, antes explorados, no
poder. O movimento que mudaria as regras das sociedades capitalistas deveria partir dos operários das
fábricas. Organizados, eles fariam uma revolução socialista. A luta entre as classes de trabalhadores e os
proprietários definiria as transformações que deveriam ocorrer. Quando as desigualdades sociais fossem
suprimidas e a riqueza nacional produzida coletivamente garantisse condições dignas de vida a toda a
população, estaria alcançado um novo estágio: o comunismo”. (CABRINI; CATELLI JR.; MONTELLATO, 2007).

As revoluções socialistas
Além da experiência, em 1871, da Comuna de Paris, a primeira revolução socialista ocorreu em 1917, na
Rússia – a Revolução Russa; Marx havia falecido mais de 30 anos antes, em 1883. Engels morreu em 1895.
Outros países, como Cuba, China, Albânia, Hungria, Alemanha Oriental e Coréia do Norte, também adotaram
regimes socialistas ao longo do século XX. É preciso salientar, porém, que, entre as propostas revolucionárias
de Marx e Engels e a realidade de sua execução nos diferentes países, houve uma grande distância, pois, ao se
concretizarem, as ideias tiveram de “moldar-se” às reais condições de cada sociedade em que foram
implantadas.

• Em 1917, na Rússia, após a deposição do governo imperial do czar Nicolau II, os


revolucionários deram início a um governo republicano sob o comando de Alexandre
Kerensky, de tendência moderada, reformista (governo provisório). Pouco depois, contudo,
os líderes socialistas revolucionários, Vladimir llitch Lênin (1870-1924) e Leon Trótski (1879-
1940),defensores das ideias de Karl Marx e Friedrich Engels, ganharam força e apoio do
movimento operário e de vários setores da sociedade russa;
• No mesmo ano, instalou-se um governo revolucionário, com Lênin na presidência. Entre as
primeiras medidas tomadas pelos integrantes desse governo estavam a nacionalização de
indústrias e bancos e a reforma agrária. Vários países opunham-se ao regime socialista russo
e apoiaram reações internas contra ele. O resultado foi anos de guerra civil, em que
morreram milhões de pessoas;

Consolidado, o processo revolucionário russo expandiu-se para países vizinhos e, em 1922, formou-
se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Englobando 14 nações, além da Rússia, transformou-se
no país mais extenso do mundo. Em 1924, após a morte de Lênin, Joseph Stálin assumiu o poder, governando
com grande centralismo e de maneira ditatorial até 1953; A partir de 1928, a economia soviética foi totalmente
socializada. Durante todo o período de existência da União Soviética (URSS), principalmente a partir de 1950,
os governos defensores do capitalismo, liderados pelos Estados Unidos, combateram a influência das ideias
socialistas/comunistas sobre outros países;

Assim, houve reação contra os governos socialistas cubano, chileno e nicaraguense, na América; contra
a Revolução Chinesa; e os governos do Vietnã do Norte e da Coréia do Norte, na Ásia; e contra Angola e
Moçambique, na África, entre outros. Era o período da Guerra Fria (décadas de 1950 a 1990), quando a
constante ameaça de uma guerra nuclear dividiu o mundo entre os países que defendiam o modelo
socialista e aqueles que defendiam o modelo capitalista norte-americano;
• Em 1991, os governos dos 15 Estados que compunham a União Soviética optaram pelo seu
desmembramento e, após 70 anos, iniciou-se um processo de abertura da economia e a adesão ao
regime capitalista. Em 1994, mais da metade da economia da antiga União Soviética já funcionava
com base no regime de propriedade privada” (CABRINI; CATELLI JR.; MONTELLATO, 2007).

O anarquismo
“Ainda no século XIX, outra corrente ideológica derivada da teoria socialista foi o anarquismo. Em linhas gerais, os
anarquistas defendiam:
● a supressão de toda e qualquer forma de governo e do próprio Estado;
● a abolição da propriedade privada;
● a instalação de uma sociedade sem classes, na qual não existiriam desigualdades sociais, e que seria
alcançada pelo “espontaneísmo revolucionário” dos trabalhadores;
● a instauração de uma sociedade na qual não existiriam nem opressores nem oprimidos;
● a superação do capitalismo e instalação imediata da sociedade comunista, sem necessidade, ao
contrário do que afirmavam Marx e Engels, de uma etapa intermediária na qual o Estado ainda seria
necessário (a chamada ditadura do proletariado)”.
● Entre os principais teóricos da corrente anarquista, destacaram-se, no século XIX,
o francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e o russo Mikhail Bakunin
(1814-1876).

A crise de 1929

A crise de 1929, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior crise do capitalismo financeiro. O colapso
econômico teve início em meados de 1929, nos Estados Unidos, e espalhou-se por todo o mundo capitalista; a produção
industrial estava em alta, mas a capacidade de consumo da população não acompanhava esse crescimento. A crise
econômica teve uma combinação de vários fatores, incluindo a superprodução e a especulação desenfreada no mercado
de ações. As ações na Bolsa de Valores de Nova York foram mantidas artificialmente, baseadas em pura especulação, e
não em investimentos reais (resultando em quebradeira de empresas, bancos e da produção agrícola). O Estado adotou
uma postura mais ativa, implementando políticas econômicas e sociais com o objetivo de estabilizar a economia, criar
empregos e promover o desenvolvimento econômico. Esse processo de intervenção opõe-se às concepções liberais, que
defendem a não intervenção do Estado na economia e na sociedade. Na visão liberal, o Estado deve ter um papel mínimo
na economia, deixando-a funcionar de acordo com as leis de mercado e a iniciativa privada.

Décadas de discordância: 1920-1940


A maior crise econômica da história do capitalismo, na década de 1930, pôs fim às certezas econômicas e sociais dos anos
1920. Bancarrota, desemprego e miséria social em massa caracterizaram os Estados Unidos depois do colapso financeiro do
país em outubro de 1929. Diante do que mais tarde foi chamado de ‘Grande Depressão’, o Estado, então, retomou as
propostas reformistas da era progressista, implementando um programa de intervenção Estatal em todas as áreas da
economia e sociedade. [...] Anteriormente, as políticas nacionais sob os governos dos republicanos [...] caracterizaram-se
pela retomada de posições econômicas abertamente favoráveis ao livre mercado e à classe empresarial e contrárias à
regulação estatal. Muitas das tendências econômicas evidentes na primeira década do século XX – investimentos de
capitais em larga escala, integração dos bancos com corporações, concentração e fusão de empresas – continuaram
nos anos 1920. A especulação nos mercados financeiros tornou-se cada vez mais popular e lucrativa” (PURDY,
2015. p. 197-201). O empobrecimento repentino e o clima de pessimismo nos Estados Unidos e na Europa
afetaram a credibilidade da população na democracia liberal. Greves, passeatas e agitações ocorreram em
muitos países, especialmente na França e na Alemanha.

Na Europa, a crise levou à instabilidade política e social, contribuindo para o surgimento de regimes autoritários.
Renunciando ao liberalismo econômico, o Estado estadunidense passou a interferir na economia, regulando a
produção e a distribuição de produtos, e impondo regras protecionistas para resguardar a economia nacional de
mercadorias e capitais estrangeiros. Nos Estados Unidos, o governo de Franklin Roosevelt adotou, em 1933, o
New Deal (Novo Acordo) – um conjunto de medidas de intervenção direta do Estado na economia (DOMINGUES,
2018).
No contexto do New Deal, foi criada em 1935, nos Estados Unidos, a agência federal WPA (Work Projects
Administration). Seu objetivo era fornecer trabalho para os desempregados durante a Grande Depressão. A
agência (WPA) implementou uma série de projetos destinados a construir estradas, pontes, escolas, hospitais e
outros projetos de utilidade pública. Além disso, o New Deal incluiu outras medidas de intervenção estatal, como
o fornecimento de crédito aos agricultores, com o objetivo de reativar a economia e combater os efeitos da crise
econômica.

“O Estado de bem-estar social (Welfare State) foi o modelo adotado pelas grandes economias
liberais na primeira metade do século XX. A crise capitalista de 1929, o desemprego, a inflação, o crescimento do
movimento operário, a emergência dos regimes antiliberais e a competição entre as grandes corporações
monopolistas foram alguns dos fatores que contribuíram para sua emergência”.
A base intelectual do Estado de bem-estar social é a obra “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”,
publicada pelo economista britânico John Maynard Keynes em 1936. Contrariando a ortodoxia liberal, Keynes
afirmava que o Estado deveria intervir no domínio econômico para garantir o pleno emprego, estimular a
produção e o consumo, mediar as relações de trabalho e ampliar a política de assistência.
Após a Segunda Guerra Mundial, foram criadas, para a reconstrução europeia, novas instituições: Fundo
Monetário Internacional (FMI); Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). A
Conferência de Bretton Woods foi um passo decisivo neste aspecto: “[...] O fundamento do consenso de Bretton
Woods era a crença no capitalismo liberal, ainda que à custa de fortes intervenções de governos e bancos
centrais para salvaguardar a estabilidade e sustentabilidade dos mercados, sob a liderança dos Estados Unidos”
(SCHWARTZ, 2008).
No âmbito da Política, a ideia era criar uma sociedade menos vulnerável às crises do sistema. O pilar desse
modelo estaria na política do pleno emprego: o Estado deveria enfatizar políticas de geração de emprego, com o
objetivo de criar o vínculo social necessário para a estabilidade, a coesão social e a democracia.
No final da década de 1960, o Estado de bem-estar social começou a sofrer críticas diante da inadequação dos
gastos públicos com a previdência, causados pelo aumento do desemprego e pela recessão econômica mundial,
que culminou na crise do petróleo de 1973” (SILVA, 2016. p. 154-155).
“Durante a década de 1970, alguns políticos e teóricos economistas – como Friedrich Hayek e Milton Friedman –
passaram a defender a desvinculação da economia e da política, conduzida pela diminuição da intervenção do
Estado na economia, o neoliberalismo. Dentre as propostas:
• as atividades industriais, comerciais e financeiras e as relações entre patrões e empregados
não deveriam ser regulamentadas pelo Estado;
• privatização das empresas estatais (pertencentes ao Estado): as empresas estatais deveriam
ser vendidas para os empresários;
• redução da cobrança de impostos sobre lucro e riqueza: as empresas e as pessoas ricas
investiriam mais na economia se pagassem menos impostos;
• equilíbrio do orçamento do país: os gastos sociais com saúde e educação deveriam ser
reduzidos para equilibrar as contas públicas.
Foi nessa época que defensores das ideias neoliberais e representantes da chamada ‘Nova Direita’ assumiram o
poder no Reino Unido e nos Estados Unidos: Margareth Thatcher e Ronald Reagan” (VAINFAS, 2015).

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