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Textos

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Texto 1: Construtora que não concedeu licença-maternidade deve

indenizar trabalhadora em mais de R$ 150 mil.

Diretora de construtora deve receber indenização por danos morais e


materiais em razão de ter prestado serviço durante a licença-
maternidade. Em sentença proferida na 87ª Vara do Trabalho de São
Paulo-SP, a juíza Paula Maria Amado de Andrade pontua que
empregador que priva empregada mãe de convívio com o bebê comete
ato ilícito e discriminatório, pois impõe à profissional regra que pode
afetar a saúde.

Na decisão, a magistrada pondera que licença-maternidade não é um


favor do legislador nem do empregador. Ela fala sobre as taxas de
natalidade para o desenvolvimento da família e dos países, o papel da
mulher e as contrapartidas necessárias nesse contexto. “É a mulher
quem engravida e a ela deve ser conferido o direito de exercer
plenamente a maternidade sem ter que se preocupar em resolver
problemas do trabalho nesse período que, por si só, já demanda de
maneira absurda o físico e o mental”.

Para a julgadora, a conduta ilícita da empresa caracteriza lesão aos


direitos da personalidade. E, além do valor de R$ 147 mil referente ao
dano moral, condenou a ré a pagar danos materiais, correspondente
aos salários do período equivalente à licença. Ela explica que não há bis
in idem, “vez que o benefício previdenciário seria suficiente apenas na
hipótese de a autora ter permanecido em casa, totalmente afastada do
trabalho, dedicando-se exclusivamente aos cuidados com o bebê”.
Cabe recurso.

Texto 2: Viúva tem legitimidade em Ação para anular registro de


Nascimento

O colegiado analisou se o cônjuge supérstite teria legitimidade para


promover ação anulatória de registro de nascimento em razão de
falsidade ideológica. Relator, o ministro Marco Aurélio Bellizze
ressaltou que a ação negatória de paternidade prevista no art. 1.601 do
CC tem como objeto a impugnação de paternidade do filho e possui
natureza personalíssima. Isto é, a legitimidade exclusiva do pai em
registrar.

Por outro lado, o ministro lembrou que o art. 1.604 do CC prevê a


possibilidade de reivindicar estado contrário ao que resulta do registro
civil por meio de ação anulatória quando demonstrada falsidade ou
erro. “Não havendo que falar em caráter personalíssima da demanda
anulatória, pois pode ser promovido por qualquer interessado”,
destacou.

Diante disso, para o ministro, a viúva do pai registral tem legitimidade


ad causam para figurar no polo ativo da ação anulatória de registro civil
alegando a existência de falsidade ideológica em razão de ter o bisavô
supostamente ter registrado o neto como filho.

Assim, conheceu e proveu o recurso para reconhecer a legitimidade ad


causam da recorrente para figurar no polo ativo da ação, determinando
o retorno dos autos à origem.

Texto 3: STJ: A ausência de alegações finais da defesa constitui um


vício insanável.

No julgamento do HC 659188 / SP, a Quinta Turma do STJ (Supremo


Tribunal de Justiça), julgou que a falta de alegações finais não indica
apenas uma deficiência, mas sim uma verdadeira ausência de defesa,
resultando na anulação do processo, conforme o enunciado nº 523 da
Súmula do Supremo Tribunal Federal.

Eis o julgado:

PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. 1. MANDAMUS


SUBSTITUTIVO DO RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA.
2. PRISÃO EM FLAGRANTE. GUARDAS MUNICIPAIS. AUSÊNCIA DE
ILEGALIDADE. FLAGRANTE FACULTATIVO. ART. 301 DO CPP. 3.
AUSÊNCIA DE PROVA TESTEMUNHAL. IRRELEVÂNCIA. NORMA
IMPONDO A PRODUÇÃO. INEXISTÊNCIA. 4. ALEGAÇÕES FINAIS DA
DEFESA. REITERAÇÃO DOS MEMORIAS DA ACUSAÇÃO. PEDIDO DE
CONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DE ALEGAÇÕES DEFENSIVAS. PEÇA
ESSENCIAL. VÍCIO INSANÁVEL. 5. AUSÊNCIA DE DEFESA. SÚMULA
523/STF. NULIDADE DO PROCESSO. 6. HABEAS CORPUS NÃO
CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.

1. Diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, o STJ


passou a acompanhar a orientação do STF, no sentido de ser
inadmissível o emprego do writ como sucedâneo de recurso ou revisão
criminal, a fim de que não se desvirtue a finalidade dessa garantia
constitucional, sem olvidar a possibilidade de concessão da ordem, de
ofício, nos casos de flagrante ilegalidade.

2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, não há se falar em


constrangimento ilegal na prisão em flagrante realizada pelos guardas
municipais, haja vista se tratar de flagrante facultativo, o qual pode ser
realizado por qualquer do povo, nos termos da primeira parte do art.
301 do CPP.

3. O ordenamento jurídico não impõe a produção de prova testemunhal


no processo penal, motivo pelo qual sua não produção não tem
repercussão sobre a legalidade da ação penal. Assim, "a ausência de
prova testemunha presencial não é causa de nulidade" ( RHC
13.771/SP, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em
16/10/2003, DJ 24/11/2003).

4. Ao se limitar a reiterar os memoriais da acusação, com pedido de


condenação, a defesa não apresentou alegações finais em benefício do
paciente, o que, como é de conhecimento, é causa de nulidade no
processo penal. Com efeito, "as alegações finais consubstanciam-se em
termo essencial do processo penal, razão pela qual, a sua ausência
implica em vício insanável que requer a sua declaração de nulidade, por
ofensa aos princípios constitucionais da ampla defesa e do
contraditório" ( HC 107.317/ES, Rel. Ministra Jane Silva
(Desembargadora Convocada do TJ/MG), Sexta Turma, julgado em
01/07/2008, DJe 25/08/2008).
5. A ausência de alegações finais não revela mera deficiência, mas
verdadeira ausência de defesa, ensejando a nulidade do processo, nos
termos do enunciado n. 523 da Súmula do Supremo Tribunal Federal.
De fato, "a ausência de alegações finais defensivas leva à nulidade do
processo desde a fase em que deveriam ter sido oferecidas" ( REsp
1512879/MA, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA,
julgado em 20/09/2016, DJe 06/10/2016).

6. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para anular


a ação penal desde a fase das alegações finais.

Texto 4: TST limita pagamento de horas in itinere até a entrada em vigor da


Reforma Trabalhista
A Lei nº 13.467/2017 (1), a chamada “Reforma Trabalhista”, em vigor desde
11 de novembro de 2017, trouxe inúmeras alterações na legislação
trabalhista, dentre elas a exclusão do pagamento das horas in itinere (art. 58,
§ 2º da CLT).
Antes da Reforma Trabalhista, o tempo de trajeto era contabilizado na
jornada de trabalho e caso ultrapassasse a sua jornada, havia a
obrigatoriedade de pagamento de horas extras, desde que o local fosse de
difícil acesso ou não servido de transporte público.
A Lei nº 13.467/2017 excluiu expressamente tal benesse, trazendo a seguinte
previsão ao art. 58, § 2º da CLT:
“Art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência
até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno,
caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo
empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo
à disposição do empregador.”
Ocorre, no entanto, que as demandas trabalhistas que discutem o direito às
horas in itinere no período anterior à vigência da Lei nº 13.467/2017 devem
ser regidas pelas normas previstas à época, tendo em vista que as normas de
ordem material não retroagem.
Muito se questionou, principalmente com relação aos contratos de trabalho
que estavam em curso quando da entrada em vigor da referida Lei, se os
empregados que recebiam benefícios previstos em Lei (CLT), como as horas in
itinere, permaneceriam recebendo-os, ou se, diante da exclusão legal da
obrigatoriedade de pagamento dos benefícios, poderiam cessar o pagamento
ou concessão.
Várias foram as decisões judiciais, algumas mantendo o direito ao benefício
sob o fundamento do direito adquirido, já outras entendiam que os
empregados tinham direito ao benefício somente enquanto não havia
entrado em vigor a Reforma Trabalhista, excluindo-os a partir da data de
entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017.
Texto 5: É incompatível com a Constituição Federal (CF) estabelecer
preferência, na ordem de classificação de concursos públicos, em favor de
candidato já pertencente ao serviço público.
A CF prevê, expressamente, no art. 19, III (1), que “é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros
ou preferências entre si” e o ato normativo com aquele conteúdo possui o
nítido propósito de conferir tratamento mais favorável aos candidatos que já
são servidores da unidade federativa.
Na hipótese, a norma não assegura a seleção de candidatos mais experientes.
Ao contrário, possibilita que um candidato mais experiente, proveniente da
administração pública federal, municipal ou, ainda, da iniciativa privada, seja
preterido em prol de um servidor estadual com pouco tempo de serviço,
desde que pertença aos quadros da unidade federativa. A medida, portanto, é
inadequada para a seleção do candidato mais experiente, viola a igualdade e a
impessoalidade e não atende ao interesse público, favorecendo injustificada e
desproporcionalmente os servidores estaduais.
O art. 37, I e II, da CF (2) assegura ampla acessibilidade aos cargos e empregos
públicos a todos os brasileiros que preencham os requisitos legais, por meio
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
realizado de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego,
ressalvada a hipótese de nomeação para cargo em comissão de livre
nomeação e exoneração.
A regra de acessibilidade a cargos e empregos públicos prevista no dispositivo
visa conferir efetividade aos princípios constitucionais da isonomia e da
impessoalidade, de modo que a imposição legal de critérios de distinção entre
os candidatos é admitida tão somente quando acompanhada da devida
justificativa em razões de interesse público e/ou em decorrência da natureza
e das atribuições do cargo ou emprego a ser preenchido. No ponto, o
Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que é inconstitucional o ato
normativo que estabelece critérios de discriminação entre os candidatos de
forma arbitrária ou desproporcional (3).
Com esses fundamentos, o Plenário, por maioria, confirmou a medida
cautelar e, convertendo o feito em análise de mérito, julgou procedente o
pedido formulado, para declarar a inconstitucionalidade do art. 10, §§ 1º e 2º,
da Lei 5.810/1994 (4) do estado do Pará, o qual estabelecia preferência, na
ordem de classificação de concursos públicos, em favor de candidato já
pertencente ao serviço público estadual paraense. Vencido o ministro Marco
Aurélio, que julgou o pedido improcedente.
Texto 6: Pessoa jurídica de direito privado e sanção de polícia - RE
633782/MG
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas
jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de
capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço
público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
O fato de a pessoa jurídica integrante da Administração Pública indireta
destinatária da delegação da atividade de polícia administrativa ser
constituída sob a roupagem do regime privado não a impede de exercer a
função pública de polícia administrativa.
O regime jurídico híbrido das estatais prestadoras de serviço público em
regime de monopólio é plenamente compatível com a delegação, nos
mesmos termos em que se admite a constitucionalidade do exercício
delegado de atividade de polícia por entidades de regime jurídico de direito
público. Isso porque a incidência de normas de direito público em relação
àquelas entidades da Administração indireta tem o condão de as aproximar
do regime de direito público, do regime fazendário e acabar por desempenhar
atividade própria do Estado.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao desdobrar o ciclo de polícia, entende
que somente os atos relativos ao consentimento e à fiscalização são
delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder
de coerção do Poder Público. Segundo a teoria do ciclo de polícia, o atributo
da coercibilidade é identificado na fase de sanção de polícia e caracteriza-se
pela aptidão que o ato de polícia possui de criar unilateralmente uma
obrigação a ser adimplida pelo seu destinatário.
Apesar da substancialidade da tese, verifica-se que, em relação às estatais
prestadoras de serviço público de atuação própria do Estado e em regime de
monopólio, não há razão para o afastamento do atributo da coercibilidade
inerente ao exercício do poder de polícia, sob pena de esvaziamento da
finalidade para a qual aquelas entidades foram criadas.
A Constituição da República, ao autorizar a criação de empresas públicas e
sociedades de economia mista que tenham por objeto exclusivo a prestação
de serviços públicos de atuação típica do Estado, autoriza,
consequentemente, a delegação dos meios necessários à realização do
serviço público delegado, sob pena de restar inviabilizada a atuação dessas
entidades na prestação de serviços públicos.
Por outro lado, cumpre ressaltar a única fase do ciclo de polícia que, por sua
natureza, é absolutamente indelegável: a ordem de polícia, ou seja, a função
legislativa. A competência legislativa é restrita aos entes públicos previstos na
Constituição da República, sendo vedada sua delegação, fora das hipóteses
expressamente autorizadas no tecido constitucional, a pessoas jurídicas de
direito privado.
Em suma, os atos de consentimento, de fiscalização e de aplicação de sanções
podem ser delegados a estatais que possam ter um regime jurídico próximo
daquele aplicável à Fazenda Pública.
Na espécie, cuida-se de recurso extraordinário contra acórdão do STJ o qual
prestigiou a tese de que somente os atos relativos ao consentimento e à
fiscalização seriam delegáveis.
Diante disso, o Tribunal, por maioria, ao apreciar o Tema 532 da repercussão
geral, conheceu e deu provimento a recurso extraordinário para reconhecer a
compatibilidade constitucional da delegação da atividade de policiamento de
trânsito à empresa, nos limites da tese jurídica objetivamente fixada pelo
Pleno.
Texto 7: Caso de empresa laranja (falsidade ideológica)
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior
Tribunal de Justiça, o crime de uso, quando cometido pelo próprio agente que
falsificou o documento, configura "post factum" não punível, vale dizer, é
mero exaurimento do crime de falso. Impossibilidade de condenação pelo
crime previsto no art. 304 do Código Penal.
A alteração do contrato social não constitui novo crime, já que a finalidade do
agente já havia sido atingida quando da primeira falsificação do contrato
social. O contrato social não pode ser equiparado a documento público, que é
criado por funcionário público, no desempenho das suas atividades, em
conformidade com as formalidades previstas em lei. Extinção da punibilidade
dos acusados, em face da prescrição da pretensão punitiva, baseada nas
penas em concreto, restando prejudicada a condenação.
Texto 8: Direito de família
Apelam, de um lado, a autora e, de outro lado, o espólio, Abigail e Marcos. A
autora ratifica o agravo retido (fls. 455/459) contra decisão que reconheceu a
impossibilidade jurídica do reconhecimento do casamento dela com o
falecido.
Afirma que a sentença é nula porque não apreciou seus pedidos. Insiste em
que provou, sim, que era casada com Cláudio e, portanto, o casamento dele
com Abigail deve ser considerado nulo e, consequentemente, o testamento
deve ser invalidado. Alega que o prazo prescricional se deve contar da morte
de Cláudio, porque, antes disso, ela não sabia que ele era casado com outra.
Reitera agravo retido contra decisão que pronunciou a impossibilidade
jurídica do reconhecimento do casamento dela com o falecido.
O espólio, Abigail e Marcos querem que a autora pague custas e despesas
processuais, assim como honorários advocatícios de 15% sobre o valor da
causa para cada advogado dos litisconsortes (em vez de serem rateados).
Afirmam que ela não é pobre e pedem que o benefício da justiça gratuita seja
revogado.
Trata-se de embargos infringentes interpostos tanto pelo varão como pela
virago contra V. Acórdão proferido em ação de reconhecimento e dissolução
de união estável. Pretende o varão, com base no voto vencido da lavra do
Eminente Desembargador Erickson Gavazza Maques, limitar a incidência dos
alimentos somente sobre o salário base. A virago, por seu turno, visa ao
prevalecimento do voto vencido da lavra do Exmo. Sr. Des. Mônaco da Silva,
para o fim de incidência do percentual arbitrado a título de alimentos sobre
todas as verbas, com exceção do FGTS .
IHD ajuizou a presente ação visando o reconhecimento de alegada união
estável havida com SMS e partilha de bem imóvel amealhado na constância
da união. Relatou, na inicial, terem se conhecido no mês de janeiro de 2007 e
que, após, passaram a conviver em união estável, tendo inclusive, celebrado
casamento religioso na Mesquita Islâmica IBIB em 15/07/07. Acrescentou que
no período da união adquiriram um imóvel e que a requerida abandonou o lar
em janeiro/08, negando-se a promover a justa partilha do imóvel que
adquiriram.

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