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Intertextualidade Gabarito

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GABARITO_ Exercícios sobre intertextualidade,

interdiscursividade e paródia no ENEM – profª Glauce


Questão 1 B) a justificativa das ações militares encontra sentido apenas
Cidade grande nos argumentos de Osama Bin Laden.
Que beleza, Montes Claros. C) ambos apoiam-se num discurso de fundo religioso para
Como cresceu Montes Claros. justificar o sacrifício e reivindicar justiça.
Quanta indústria em Montes Claros. D) ambos tentam associar a noção de justiça a valores de
Montes Claros cresceu tanto, ordem política, dissociando-a de princípios religiosos.
ficou urbe tão notória, E) ambos tentam separar a noção de justiça das justificativas
prima-rica do Rio de Janeiro, de ordem religiosa, fundamentando-a numa estratégia
que já tem cinco favelas militar.
por enquanto, e mais promete.
Carlos Drummond de Andrade. Questão 3
Quem não passou pela experiência de ler um texto e
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca- defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos
se a conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno
A) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes
referir-se à própria linguagem. textos:
B) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora I. Quando nasci, um anjo torto
outros textos. Desses que vivem na sombra
C) ironia, que consiste em dizer o contrário do que se pensa, Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida
com intenção crítica. ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de
D) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu Janeiro: Aguilar, 1964.
sentido próprio e objetivo.
E) prosopopeia, que consiste em personificar coisas II. Quando nasci veio um anjo safado
inanimadas, atribuindo-lhes vida. O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
Questão 2 A ser errado assim
No dia 7 de outubro de 2001, Estados Unidos e Grã- Já de saída a minha estrada entortou
Bretanha declararam guerra ao regime Talibã, no Mas vou até o fim.
Afeganistão. BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Cia. das
Leia trechos das declarações do presidente dos Estados Letras, 1989.
Unidos, George W. Bush, e de Osama Bin Laden, líder
muçulmano, nessa ocasião: III. Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
George Bush: Vai carregar bandeira.
Um comandante-chefe envia os filhos e filhas dos Estados Carga muito pesada pra mulher
Unidos à batalha em território estrangeiro somente Esta espécie ainda envergonhada.
depois de tomar o maior cuidado e depois de rezar muito. PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara,
Pedimos-lhes que estejam preparados para o sacrifício 1986.
das próprias vidas. A partir de 11 de setembro, uma
geração inteira de jovens americanos teve uma nova Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade
percepção do valor da liberdade, do seu preço, do seu em relação a Carlos Drummond de Andrade por
dever e do seu sacrifício. Que Deus continue a abençoar A) reiteração de imagens.
os Estados Unidos. B) oposição de ideias.
C) falta de criatividade.
Osama Bin Laden: D) negação dos versos.
Deus abençoou um grupo de vanguarda de muçulmanos, a E) ausência de recursos.
linha de frente do Islã, para destruir os Estados Unidos. Um
milhão de crianças foram mortas no Iraque, e para eles isso Questão 4
não é uma questão clara. Mas quando pouco mais de dez
foram mortos em Nairóbi e Dar-es-Salaam, o Afeganistão e
o Iraque foram bombardeados e a hipocrisia ficou atrás da
cabeça dos infiéis internacionais. Digo a eles que esses
acontecimentos dividiram o mundo em dois campos, o
campo dos fiéis e o campo dos infiéis. Que Deus nos proteja
deles.
Adaptados de O Estado de S. Paulo, 8/10/2001.
Pode-se afirmar que
A) a justificativa das ações militares encontra sentido apenas
nos argumentos de George W. Bush.
O anúncio publicitário está intimamente ligado ao ideário de Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de
consumo quando sua função é vender um produto. No texto Minha Vida de Infância, descreve os pés dos trabalhadores.
apresentado, utilizam-se elementos linguísticos e
extralinguísticos para divulgar a atração “Noites do Terror”, Pés disformes. Pés que podem contar uma história.
de um parque de diversões. O entendimento da propaganda Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Pés
requer do leitor semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como
A) identificação com o público-alvo a que se destina o rios. (...) Pés sofridos com muitos e muitos quilômetros de
anúncio. marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era
B) avaliação da imagem como uma sátira às atrações de distingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces,
terror. muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e
C) atenção para a imagem da parte do corpo humano doente.
selecionada aleatoriamente. (PORTINARI, Cândido. Retrospectiva. Catálogo MASP)
D) reconhecimento do intertexto entre a publicidade e um
dito popular. As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza
E) percepção do sentido literal da expressão e do homem americano e a crítica social foram temas que
“noites do terror”, equivalente à expressão inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História.
“noites de terror”. Dentre estas imagens, a que melhor caracteriza a crítica
social contida no texto de Portinari é
Questão 5

A)

Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um


intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica,
painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição
provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da
Espanha. Na charge, publicada no período de carnaval,
recebe destaque a figura do carro, elemento introduzido por
Iotti no intertexto. Além dessa figura, a linguagem verbal
contribui para estabelecer um diálogo entre a obra de
Picasso e a charge, ao explorar
A) uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, B)
esclarecendo-se o referente tanto do texto de Iotti quanto da
obra de Picasso.
B) uma referência ao tempo presente, com o emprego da
forma verbal “é”, evidenciando-se a atualidade do tema
abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo chargista
brasileiro.
C) um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a imagem
negativa de mundo caótico presente tanto em Guernica
quanto na charge.
D) uma referência temporal, “sempre”, referindo-se à C)
permanência de tragédias retratadas tanto em Guernica
quanto na charge.
E) uma expressão polissêmica, “quadro dramático”,
remetendo-se tanto à obra pictórica quanto ao contexto do
trânsito brasileiro.

Questão 6
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.
(J. Darione – M. Leigh – Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy
D) Guerra, 1972.)

A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro


da humanidade. É correto concluir que os dois textos:
a) Afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.
b) Concordam que o desarmamento é inatingível.
c) Julgam que o sonho é um desafio invencível.
d) Têm visões diferentes sobre um possível mundo melhor.
e) Transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.

Questão 8
Leia o texto e examine a ilustração:
Óbito do autor
E)
(....) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do
mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi.
Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era
Questão 7
solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui
Leia estes textos.
acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos!
Texto 1
Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que
chovia − peneirava − uma chuvinha miúda, triste e
constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles
fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no
discurso que proferiu à beira de minha cova: −” Vós, que o
conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a
natureza parece estar chorando a perda irreparável de um
dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade.
Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras
que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor
crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas;
tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (....)

(QUINO. O mundo da Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1999. P. 3)

Texto 2
Sonho Impossível
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender (Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.
Sofrer a tortura implacável Ilustrado por CândidoPortinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil,
1943. p.1.)
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de
Tocar o inacessível chão
Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor:
É minha lei, é minha questão
a) Apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto
Virar esse mundo
verbal.
Cravar esse chão
b) Retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
Não me importa saber
c) Distorce a cena descrita no romance.
Se é terrível demais
d) Expressa um sentimento inadequado à situação.
Quantas guerras terei que vencer
e) Contraria o que descreve Machado de Assis.
Por um pouco de paz
Vôte! Brinca com ele...
Questão 9 Sapo cururu é senador da República.
BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. 20ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
Texto I
O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e só no
primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias No texto de Bandeira está explícito o procedimento de
de violação de direitos dos idosos em todo o País. intertextualidade caracterizado pelo diálogo que um texto
Para especialistas da área, o aumento no número de estabelece com outro, o que faz desse poema:
denúncias pode ser consequência do encorajamento dos a) uma paródia da cantiga popular “sapo cururu”, em que
mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode elementos da canção são mantidos e outros acrescentados
refletir uma onda crescente de violência na sociedade e com o intuito de satirizar um senador da República.
dentro das próprias famílias. b) uma paráfrase, pois, embora haja modificações, os
Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso são sentidos do texto fonte são mantidos, o sapo cururu não é
o mínimo que um país deve estabelecer. O Brasil está personificado.
ficando para trás e é preciso levar em consideração que o c) um hino popular em que se observa que o termo “vôte”
País envelhece (tendência mundial) sem estar preparado não é restrito ao falar cuiabano, pois o autor do texto era um
para arcar com os desafios, como criar uma rede de nordestino que vivia em São Paulo e compôs esse poema nas
proteção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte primeiras décadas do século XX.
às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes. d) um plágio, pois o autor faz cópia de um texto já existente
(Disponível em: www.folhadelondrina.com.br.) e isso não é aconselhável.
e) uma apropriação indevida de texto alheio, procedimento
Texto II comum entre os escritores modernistas.

Questão 11
Texto 1
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba-do-campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o matita-pereira
TOM JOBIM. Águas de março. O Tom de Jobim e o tal de João
Bosco (disco de bolso). Salvador: Zen Produtora, 1972 (fragmento).

Texto II
A inspiração súbita e certeira do compositor serve ainda de
Imagem disponível em: www.brasil.gov.br.
exemplo do lema antigo: nada vem do nada. Para ninguém,
nem mesmo para Tom Jobim. Duas fontes são
Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do
razoavelmente conhecidas. A primeira é o poema O caçador
Estatuto do Idoso
de esmeraldas, do mestre parnasiano Olavo Bilac: “Foi em
a) apresentam vantagens em relação às de outros países.
março, ao findar da chuva, quase à entrada/ do outono,
b) são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos.
quando a terra em sede requeimada/ bebera longamente as
c) alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60
águas da estação [...]”. E a outra é um ponto de macumba,
anos.
gravado com sucesso por J. B. Carvalho, do Conjunto Tupi:
d) precisam ser revistas em razão do envelhecimento da
“É pau, é pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por cima de
população.
tudo”. Combinar Olavo Bilac e macumba já seria bom; mas
e) contrastam com as condições de vida proporcionadas
o que se vê em Águas de março vai muito além: tudo se
pelo País.
transforma numa outra coisa e numa outra música, que
recompõem o mundo para nós.
Questão 10 NESTROVSKI, A. O samba mais bonito do mundo. In: Três canções de
SAPO-CURURU Tom Jobim. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
Ao situar a composição no panorama cultural brasileiro, o
Sapo-cururu Texto II destaca o(a)
Da beira do rio. a) diálogo que a letra da canção estabelece com diferentes
Oh que sapo gordo! tradições da cultura nacional.
Oh que sapo feio! b) singularidade com que o compositor converte referências
Sapo-cururu eruditas em populares.
Da beira do rio. c) caráter inovador com que o compositor concebe o
Quando o sapo coaxa, processo de criação artística.
Povoléu tem frio. d) relativização que a letra da canção promove na concepção
tradicional de originalidade.
Que sapo mais danado, e) resgate que a letra da canção promove de obras pouco
Ó maninha, Ó maninha! conhecidas pelo público no país.
Sapo-cururu é o bicho
Pra comer de sobreposse.

Sapo-cururu
Da barriga inchada.

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