Intertextualidade Gabarito
Intertextualidade Gabarito
Intertextualidade Gabarito
A)
Questão 6
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.
(J. Darione – M. Leigh – Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy
D) Guerra, 1972.)
Questão 8
Leia o texto e examine a ilustração:
Óbito do autor
E)
(....) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do
mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi.
Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era
Questão 7
solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui
Leia estes textos.
acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos!
Texto 1
Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que
chovia − peneirava − uma chuvinha miúda, triste e
constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles
fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no
discurso que proferiu à beira de minha cova: −” Vós, que o
conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a
natureza parece estar chorando a perda irreparável de um
dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade.
Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras
que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor
crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas;
tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (....)
Texto 2
Sonho Impossível
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender (Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.
Sofrer a tortura implacável Ilustrado por CândidoPortinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil,
1943. p.1.)
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de
Tocar o inacessível chão
Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor:
É minha lei, é minha questão
a) Apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto
Virar esse mundo
verbal.
Cravar esse chão
b) Retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
Não me importa saber
c) Distorce a cena descrita no romance.
Se é terrível demais
d) Expressa um sentimento inadequado à situação.
Quantas guerras terei que vencer
e) Contraria o que descreve Machado de Assis.
Por um pouco de paz
Vôte! Brinca com ele...
Questão 9 Sapo cururu é senador da República.
BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. 20ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
Texto I
O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e só no
primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias No texto de Bandeira está explícito o procedimento de
de violação de direitos dos idosos em todo o País. intertextualidade caracterizado pelo diálogo que um texto
Para especialistas da área, o aumento no número de estabelece com outro, o que faz desse poema:
denúncias pode ser consequência do encorajamento dos a) uma paródia da cantiga popular “sapo cururu”, em que
mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode elementos da canção são mantidos e outros acrescentados
refletir uma onda crescente de violência na sociedade e com o intuito de satirizar um senador da República.
dentro das próprias famílias. b) uma paráfrase, pois, embora haja modificações, os
Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso são sentidos do texto fonte são mantidos, o sapo cururu não é
o mínimo que um país deve estabelecer. O Brasil está personificado.
ficando para trás e é preciso levar em consideração que o c) um hino popular em que se observa que o termo “vôte”
País envelhece (tendência mundial) sem estar preparado não é restrito ao falar cuiabano, pois o autor do texto era um
para arcar com os desafios, como criar uma rede de nordestino que vivia em São Paulo e compôs esse poema nas
proteção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte primeiras décadas do século XX.
às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes. d) um plágio, pois o autor faz cópia de um texto já existente
(Disponível em: www.folhadelondrina.com.br.) e isso não é aconselhável.
e) uma apropriação indevida de texto alheio, procedimento
Texto II comum entre os escritores modernistas.
Questão 11
Texto 1
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba-do-campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o matita-pereira
TOM JOBIM. Águas de março. O Tom de Jobim e o tal de João
Bosco (disco de bolso). Salvador: Zen Produtora, 1972 (fragmento).
Texto II
A inspiração súbita e certeira do compositor serve ainda de
Imagem disponível em: www.brasil.gov.br.
exemplo do lema antigo: nada vem do nada. Para ninguém,
nem mesmo para Tom Jobim. Duas fontes são
Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do
razoavelmente conhecidas. A primeira é o poema O caçador
Estatuto do Idoso
de esmeraldas, do mestre parnasiano Olavo Bilac: “Foi em
a) apresentam vantagens em relação às de outros países.
março, ao findar da chuva, quase à entrada/ do outono,
b) são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos.
quando a terra em sede requeimada/ bebera longamente as
c) alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60
águas da estação [...]”. E a outra é um ponto de macumba,
anos.
gravado com sucesso por J. B. Carvalho, do Conjunto Tupi:
d) precisam ser revistas em razão do envelhecimento da
“É pau, é pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por cima de
população.
tudo”. Combinar Olavo Bilac e macumba já seria bom; mas
e) contrastam com as condições de vida proporcionadas
o que se vê em Águas de março vai muito além: tudo se
pelo País.
transforma numa outra coisa e numa outra música, que
recompõem o mundo para nós.
Questão 10 NESTROVSKI, A. O samba mais bonito do mundo. In: Três canções de
SAPO-CURURU Tom Jobim. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
Ao situar a composição no panorama cultural brasileiro, o
Sapo-cururu Texto II destaca o(a)
Da beira do rio. a) diálogo que a letra da canção estabelece com diferentes
Oh que sapo gordo! tradições da cultura nacional.
Oh que sapo feio! b) singularidade com que o compositor converte referências
Sapo-cururu eruditas em populares.
Da beira do rio. c) caráter inovador com que o compositor concebe o
Quando o sapo coaxa, processo de criação artística.
Povoléu tem frio. d) relativização que a letra da canção promove na concepção
tradicional de originalidade.
Que sapo mais danado, e) resgate que a letra da canção promove de obras pouco
Ó maninha, Ó maninha! conhecidas pelo público no país.
Sapo-cururu é o bicho
Pra comer de sobreposse.
Sapo-cururu
Da barriga inchada.