Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Jair Rossi Frota

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 38

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE

JAIR ROSSI FROTA

ANALISE COMPARATIVA ENTRE ARGAMASSA ESTABILIZADA E


ARGAMASSA CONVENCIONAL PREPARADA EM OBRA PARA
REVESTIMENTO

ARIQUEMES - RO
2020
JAIR ROSSI FROTA

ANALISE COMPARATIVA ENTRE ARGAMASSA ESTABILIZADA E


ARGAMASSA CONVENCIONAL PREPARADA EM OBRA PARA
REVESTIMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de
Engenharia Civil da FAEMA como
requisito parcial à obtenção do título
de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Esp. Bruno Dias de


Oliveira

ARIQUEMES-RO
2020
FICHA CATALOGRÁFICA
JAIR ROSSI

ANALISE COMPARATIVA ENTRE ARGAMASSA ESTABILIZADA E


ARGAMASSA CONVENCIONAL PREPARADA EM OBRA PARA
REVESTIMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso para a


obtenção do grau em Engenharia Civil da
Faculdade de Educação e Meio
Ambiente – FAEMA.

Banca examinadora

Professor Orientador Esp.: Bruno Dias de Oliveira


Faculdade de educação e meio ambiente – FAEMA

Professor: Lincoln de Souza Lopes


Faculdade de educação e meio ambiente – FAEMA

Professora Mestre: Silênia Priscila da Silva Lemes


Faculdade de educação e meio ambiente – FAEMA

ARIQUEMES- RO
2020.
À minha família por sempre acreditar que
seria possível, e todo suporte incondicional
dado ao longo de toda essa jornada. Aos
meus orientadores deste trabalho, pelo
apoio e transmissão de conhecimento. Aos
amigos e minha namorada pelo apoio e
paciência nas vezes que os troquei pelo
trabalho, sempre com muito incentivo e
apoio para que eu nunca desanimasse.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, a Deus que fez com que meus objetivos fossem alcançados,
durante todos os meus anos de estudos, por ter permitido que eu tivesse saúde
e determinação para não desanimar durante a realização deste trabalho.
A minha mãe, Cintia por todo apoio e pela ajuda, que muito contribuiu para a
realização desde trabalho.
A toda minha família, que me incentivaram nos momentos difícil e
compreenderam a minha ausência enquanto eu me dedicava a realização deste
trabalho.
A minha namorada Leticia Vitoria, que fez uma enorme diferença, me dando
confiança e força para seguir em frente, dia após dia, e por ter sido parceira e
paciente o tempo todo.
Aos meus amigos, Willian Ribeiro, Gabriel Aguetoni, Gabriel Bueno, Bruno
Costa, João Vitor Reis, Nicolas Hubner e Henrique Prudêncio, que sempre
estiveram ao meu lado, pela amizade incondicional e pelo apoio demonstrado ao
longo de todo o período de tempo em que me dediquei a este trabalho.
Aos meus colegas de curso, com quem convivi intensamente durante os últimos
anos pelo companheirismo e pela troca de experiencias que me permitiram
crescer não só como pessoa, mas também como formando.
A instituição de ensino Faema, essencial no meu processo de formação
profissional, pela dedicação, e por tudo o que aprendi ao longo dos anos do
curso.
A todos os professores, por todo os conselhos e ajuda durante os meus estudos
e elaboração do meu TCC.
Quero agradecer o meu professor orientador Prof. Bruno Dias de Oliveira, pelo
empenho dedicado ao meu projeto de pesquisa.
A professora e coordenadora, Prof. Mestre Silênia Priscila, por todo apoio e
paciência ao longo da elaboração do meu projeto final e também gostaria de
deixar um agradecimento especial a Prof. Adriana Ema por ter me orientado e
por ter desempenhado tal função com dedicação.
“A engenharia é a arte de dirigir as grandes
fontes de poder na natureza para o uso e
conveniência do homem”

Thomas Tredgold
RESUMO

A argamassa é um dos materiais mais utilizados na construção civil, já que é


possível aplica-la com diversas funções, como por exemplo em alvenaria
estrutural, revestimento interno, fachadas, entre outros. Portanto, este trabalho
tem por objetivo comparar os tipos de argamassa, já que de acordo com a forma
de preparo, a argamassa pode ser industrializada (estabilizada) ou preparada
diretamente na obra. Além de revisão bibliográfica foram realizados testes,
acompanhamento de desempenho em obras na cidade de Ariquemes-RO, com
base na norma brasileira ABNT NBR 13281 que fala sobre características de
argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos, e pesquisa
de opinião, para realização deste trabalho. Assim, foi possível constatar que a
argamassa estabilizada, um produto úmido e pronta para uso, tem uma grande
vantagem, pois quando empregada ela possui o mesmo comportamento das
argamassas comuns, além de possuir uma vantagem logística sobre a mesma,
já que, não necessita de equipamento de mistura ou grande espaço no canteiro
de obras e requer também, menos tempo e mão de obra para seu preparo, além
de apresentar uma trabalhabilidade de até 3 dias. Apesar de ainda existir um
tradicionalismo em relação as obras civis, a competitividade tem exigido das
empresas do ramo um diferencial para manterem-se no mercado. Diante disso,
conclui-se que o planejamento e estudo de cada componente é de grande
relevância e garante menor desperdício e evita grandes surpresas no orçamento
final. Quando comparadas as argamassas, é possível notar que a indústria que
trouxe a tecnologia para este produto, veio sim para somar e garantir melhor
desempenho e custo-benefício a obra.
Palavras-chaves: Argamassa Estabilizada. Argamassa preparada em obra.
Vantagens. Características e Propriedades. Comportamento.
ABSTRACT

Mortar is one of the most used materials in civil construction, since it is possible
to apply it with various functions, such as structural masonry, internal lining,
facades, among others. Therefore, this work aims to compare the types of mortar,
since according to the form of preparation, the mortar can be industrialized
(stabilized) or prepared directly on the job. In addition to bibliographic review,
tests were carried out, performance monitoring in works in the city of Ariquemes-
RO, based on the Brazilian standard ABNT NBR 13281, which talks about mortar
characteristics for laying and covering walls and ceilings, and opinion polls, to be
carried out this work. Thus, it was possible to verify that the stabilized mortar, a
wet product and ready for use, has a great advantage, because when used it has
the same behavior of ordinary mortars, besides having a logistical advantage
over it, since it does not need mixing equipment or large space on the
construction site and also requires less time and labor for its preparation, in
addition to having a workability of up to 3 days. Although there is still a
traditionalism in relation to civil works, competitiveness has required companies
in the industry to make a difference in order to remain in the market. Therefore, it
is concluded that the planning and study of each component is of great relevance
and ensures less waste and avoids major surprises in the final budget. When
comparing mortars, it is possible to note that the industry that brought the
technology for this product did come to add and guarantee better performance
and cost-benefit to the work.
Keywords: Stabilized mortar. Mortar prepared on site. Benefits. Features and
Properties. Behavior.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Propriedade das argamassas no estado fresco e endurecido...........23


Tabela 2: Comparativo de vantagens e desvantagens das argamassas..........24
Tabela 3: Materiais utilizados na produção da argamassa................................27
Tabela 4: Composição de custos de produção da argamassa convencional ...27
Tabela 5: Composição de custo argamassa estabilizada..................................28
Tabela 6: Resistência a compressão..................................................................30
Tabela 7: Classificação da resistência a compressão das argamassas conforme
NBR...................................................................................................................31
LISTA DE GRAFICO

Gráfico 1: comparação dos custos de materiais, de mão de obra e gerais, entre


as argamassas estabilizada e preparada em obra............................................29
Gráfico 2: pesquisa de opinião sobre a qualidade das argamassas ................32
Gráfico 3: pesquisa de opinião sobre a utilização das argamassas relacionada
ao desperdício na obra .....................................................................................33
Gráfico 4: pesquisa de opinião sobre produtividade .........................................33
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: teste de compressão argamassa estabilizada.....................................30


Figura 2: teste de compressão argamassa convencional...................................31
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13
2. OBJETIVOS............................................................................................... 15
2.1 OBJETIVO PRIMARIO ........................................................................... 15
2.2 OBJETIVO SECUNDARIO ..................................................................... 15
3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 16
3.1 ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO ..................................................... 16
3.2 TIPOS DE PREPARO E FORNECIMENTO DA ARGAMASSA ............. 17
3.2.1 Argamassa convencional preparada na obra .......................................... 17
3.2.2 Argamassa industrial estabilizada ........................................................... 18
3.2.3 Chapisco ................................................................................................. 19
3.2.4 Emboço ................................................................................................... 19
3.2.5 Reboco .................................................................................................... 20
3.2.6 Argamassa fina estabilizada para interiores ............................................ 20
3.3 A RELEVÂNCIA DE MATERIAIS QUALIFICADOS EM OBRAS CIVIS ..... 21
3.4 PROPRIEDADES ....................................................................................... 22
3.5 OTIMIZAÇÃO ............................................................................................. 23
3.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DE ARGAMASSAS
ESTABILIZADAS E ARGAMASSAS PREPARADAS NA OBRA ...................... 24
4. METODOLOGIA ........................................................................................ 25
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 26
5.1 COMPARAÇÃO ENTRE ARGAMASSA ESTABILIZADA E ARGAMASSA
CONVENCIONAL PREPARADA EM OBRA .................................................... 26
5.2 ANÁLISE COMPARATIVA DAS PROPRIEDADES ................................... 29
5.2.1 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO .......................................................... 29
5.3 PESQUISA DE OPINIÃO ....................................................................... 32
5.3.1 Argamassa estabilizada x argamassa convencional preparada em obra 32
6 CONCLUSÃO ............................................................................................ 34
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 35
13

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, a globalização e a tecnologia da informação têm aumentado


a competição mercadológica influenciando todos os setores empresariais a
investirem mais recursos na criatividade, planejamento e gestão para superarem
os desafios atuais e manterem-se competitivas no mercado.
O setor da construção civil, apesar de representar uma boa parte da
economia de um país, nota-se que no Brasil, quando comparado a outras
industrias, caminha lentamente no aspecto tecnológico e o que domina é o
tradicionalismo dos procedimentos. Segundo Bernardes (1996), este atraso
tecnológico do setor, existe principalmente devido a mão de obra desqualificada,
imprecisão de orçamentos e prazos, materiais de baixa qualidade e também
devido ao tradicionalismo que dificulta as alterações. Apesar disso, para Balarine
(1997), e Gonzalez; Formoso (1999), a geração de empregos e rendas da
construção civil permite uma grande movimentação dos recursos do país.
O Brasil, por ser um país em desenvolvimento, apesar da recessão
econômica atual, mostra número crescente de empreendimentos em construção
civil (MONTEIRO FILHA et al., 2010). O IPEA (2011) considera que o ramo da
construção civil é um grande gerador de empregos, principalmente para mão-de-
obra com baixa qualificação.
Toda a obra necessita de planejamento para que sua construção e
execução satisfaçam os objetivos e metas estabelecidos no projeto. Portanto,
sabe-se que a falta deste planejamento adequado pode trazer uma série de
problemas, como o aumento de custos e desperdícios nas obras civis.
Nesse sentido, para Goldman (2000), planejar é o que garante um maior
sucesso de qualquer empreendimento. Isto permite adaptar e aplicar
conhecimentos dos diversos setores da empresa na construção. A obra civil é
constituída de vários instrumentos, etapas, materiais, operários, dentre outros.
A argamassa é um destes componentes da construção que recentemente tem
despertado interesse da indústria e do meio acadêmico, especialmente quanto
às novas possibilidades de compostos e modos de preparo.
Na obra civil a argamassa é um dos produtos mais utilizados, sendo que,
é um dos que necessita um maior espaço físico para sua produção e
armazenagem. Conforme o Fórum da Construção (2013), a argamassa
14

convencional que é preparada no campo de obra gera em média 5% de


desperdício, o que faz com que algumas construtoras optem pela argamassa
estabilizada com intuito de redução dos custos gerados por essas perdas. A
argamassa estabilizada vem da indústria para o campo de obra já preparada e
estabilizada para sua utilização e pode ser manuseada por até 72 horas,
seguindo as variantes do aditivo e da dosagem adotada (RENGEL, 2015).
Com o propósito de melhorar a qualidade, padronizar os resultados dos
serviços, bem como reduzir custo de mão de obra, algumas construtoras testam
a aplicação de argamassas estabilizadas em suas obras. (RENGEL, 2015).
Para saber a real relação de custo e benéfico entre as argamassas pronta
estabilizadas e argamassas preparadas na obra que demonstrem as vantagens
e desvantagens de cada solução, são necessários ainda, alguns estudos
comparativos.
Diante do exposto, este trabalho apresenta um estudo para agregar
informações a todos aqueles que buscam maior conhecimento sobre os pontos
analisados como fortes ou fracos, entre uma e outra argamassa, segundo
testados previamente de forma a pontuar as características e comportamentos
de cada uma na sua aplicação na obra.
15

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO PRIMARIO


Realizar uma avaliação do produto argamassa estabilizada para
revestimento (AER) e argamassa convencional, em produção e aplicação em
obras, através do acompanhamento em canteiro de obras. Tendo como base as
determinações que constam na ABNT NBR 13281:2005.

2.2 OBJETIVO SECUNDARIO

• Avaliar os produtos argamassa estabilizada para revestimento (AER) e


argamassa convencional em uso nas obras.
• Analisar comportamento mecânico das argamassas.
• Quantificar os custos atuais das argamassas estabilizada e convencional
preparada em obra.
• Qualificar os materiais utilizados no traço das argamassas estabilizada e
convencional preparada e obra.
16

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO

De acordo com a associação de normas técnicas – ABNT, NBR


13281:2005 a argamassa é uma mescla homogênea que consta de agregados
miúdos, ou seja areia, aglomerante e agua, que pode conter ou não aditivos, e
que proporciona aderência e endurecimento no revestimento das obras, onde
sua dosagem pode ser realizada no local da obra ou em instalações adequadas.
Conforme, Carasek (2007), argamassas são misturas homogêneas de
aglomerantes, areia e água contendo ou não aditivos, utilizados em construção,
que garante aderência e endurecimento aos revestimentos.
As argamassas estabilizadas que são produzidas industrialmente e
entregues para a construtora no local da obra de acordo com a requisição da
mesma, são fabricadas geralmente para cumprir funções específicas nas obras.
Portanto, as indústrias têm oferecido tanto argamassas para concreto,
como para contra piso, argamassas intermediárias e argamassas estabilizadas
(SANTOS, 2012).
Existem diversas classificações de argamassas, elas variam de acordo
com alguns critérios que estão relacionados a suas características físicas, a
forma como é preparada, entre outros, como natureza do aglomerante, forma
que foi preparada, fornecida e sua função.
As argamassas para contra piso são compostas de areia e cimento, e são
utilizadas para dar um melhor acabamento e regularizar as superfícies dos pisos.
Já as argamassas intermediárias, que são compostas por água, areia e cal, são
geralmente utilizadas para assentamento e reboco de paredes. Nesse caso,
como esta composição não possui cimento, o período de utilização pode ser
maior, pelo fato da lentidão no endurecimento da argamassa.
A argamassa estabilizada, que é mais amplamente produzida e entregue
nas obras hoje em dia, possui em sua composição uma mistura de água, areia,
cimento e estabilizantes (aditivos) que podem estabilizar a argamassa por
aproximadamente 72 horas. A argamassa estabilizada possui características de
umidade com certa plasticidade. Já a argamassa convencional, produzida no
local da obra pode ser utilizada por cerca de 3 a 4 horas somente. Por isso, de
17

forma a aumentar o tempo de possibilidade de manuseio da argamassa, a


indústria agrega aditivos retardadores e incorpora ar ao produto (NETO, 2010).
Para Carasek (2007), as incumbências de um revestimento são
principalmente:
-Proteger a alvenaria e a estrutura externa contra intemperismo;
-Compor o complexo de vedação das construções, proporcionando, em
valores aproximados, 30% de isolamento térmico, 50% de isolamento acústico,
de 70 a 100 % de estanqueidade a água, além de proteção ao fogo e resistência
a deterioração;
-Regularizar superfície de componentes da vedação e assistir como
estrutura para acabamentos decorativos, contribuindo para a aparência do
edifício.

3.2 TIPOS DE PREPARO E FORNECIMENTO DA ARGAMASSA

3.2.1 Argamassa convencional preparada na obra

De acordo com a ABNT, NBR 13529: 2013, a argamassa preparada em


obra é aquela em que os materiais que a compõe são determinados na própria
obra, onde são medidos em volume ou massa, e podem ser compostas por um
ou mais aglomerante.
Para que a argamassa seja preparada os materiais utilizados são medidos
e transportados até o equipamento de mistura. Segundo a NBR 13529:2013 os
equipamentos necessários são misturador de concreto, carriola, pás e peneiras.
A produção dessa argamassa preparada na obra é constituída de
materiais aglomerante (cimento Portland e/ou cal), água, agregados, podendo
ou não ter adição de aditivos. Recena (2008) afirma que o grande problema é a
dosagem que é feita, geralmente, de forma inadequada pelo operário, o que
afeta as características importantes para a qualidade do revestimento.
Além disso, faz-se necessário para esse tipo de argamassa, uma
demanda maior de espaço e mão de obra, uma vez que todo processo produtivo
e armazenamento do material é feito no local, desde de o deslocamento pelo
canteiro de obras até a preparação.
18

3.2.2 Argamassa industrial estabilizada

Para Panarese (1991), as argamassas estabilizadas, ou seja,


industrializadas, são preparadas em centrais dosadora e composta com aditivo,
que geralmente melhoram a sua trabalhabilidade, e seguem um apurado
controle de qualidade. Essa argamassa é transportada por caminhões betoneira,
semelhantes ao transporte de concreto. Seu armazenamento na obra é feito em
recipientes de plástico, podendo ser caixas d’agua, deixando protegidos do sol
e vento, sendo adicionada uma fina lâmina d’agua que permite que a argamassa
tenho durabilidade para ser trabalhada em até 72 horas dependendo do traço
utilizado.
Desta forma o rígido controle no processo de produção e dos materiais,
faz com que, patologias sejam evitadas devido a possíveis erros na dosagem,
além disso, o tempo de utilização desta argamassa é uma das grandes
vantagens, porque se comparada com as argamassa produzidas na obra, onde
a mesma tem que ser utilizada em até 3 a 4 horas, a argamassa industrializada
estabilizada tem até 72 horas para ser aplicada, assim aumentando o
rendimento do produto e do serviço prestado pelo trabalhador e evitando
desperdício. Segundo (Shmid 2011), este rendimento pode ser de até 35%
maior, já que o trabalhador pode realizar suas atividades ininterruptamente, uma
vez que não tem que esperar a produção da argamassa.
Um aspecto muito positivo é que pelo fato de a argamassa estabilizada
ser mais leve que a argamassa feita na obra, ela carrega menos o edifício e
assim pode resultar em economia na hora de projetar e executar a fundação, ou
aumentar a estrutura em locais com limitações de carga no solo.
Assim como sua linha de aditivos que também pode agregar pontos
positivos na produção da argamassa, como por exemplo o aditivo MasterAir 710,
onde o mesmo agrega ar que impossibilita a entrada da água, e forte contra
agentes agressivos.
Segundo Diprotec (2010), os aditivos estabilizadores possuem na maioria
das vezes, componentes com capacidade de controlar a fluidez da argamassa
estabilizada. Dessa forma, atuam também no controle do calor de hidratação não
deixando os cimentos ou argamassas chegar a altas temperaturas, que
19

geralmente ocasionam fissuras e futuras permeabilidades, quedas de resistência


e baixas na durabilidade.
As substancias mais utilizadas nestes aditivos são: carboidratos
(açucares), ácidos hidroxi-carboxílicos e de carboxílicos, fosfatos e sais de
chumbo e de zinco. Na absorção desses aditivos orgânicos, os grãos de cimento
impedem a hidratação, formando os salinos insolúveis sobre os grãos do
aglomerante (VANDERLEI, 2013).
A aplicação da argamassa estabilizada poderá ser utilizada para
assentamentos, emboços e rebocos internos e externos, rejunte de telhas,
regularização de pisos, sacadas, soleiras e marquises, entre outros (SANTOS,
2012).

3.2.3 Chapisco

Utilizado como início de estrutura e alvenaria, cumpre o papel de


aumentar a aderência entre o revestimento de argamassa à base, bem como
estandardizar a absorção entre bases sobrepostas. É processado tanto de forma
industrial como rolado ou projetado e sua aplicação pode ser realizada de
diversas maneiras, manualmente, como com rolo de textura, colher de pedreiro,
desempenadeira dentada ou de forma mecânica com projetores de argamassas.
Esta aplicação é o que garante uma maior aderência a base. (LEMOS, 2010).
Em sua camada de aproximadamente 5 mm de espessura máxima, o
chapisco reveste normalmente superfícies de concreto e de alvenaria, para, em
seguida, ser realizada a aplicação de emboço ou massa única. (WALID 2009).
É justaposto ao substrato previamente úmido o bastante para que a cura
da argamassa não se afete pela absorção de água. (WALID, 2009).

3.2.4 Emboço

Com o objetivo de realizar vedações e alinhamentos da parede, em


espessura média de 1,5 a 2,5 cm, é a etapa de revestimento da alvenaria
seguinte à aplicação da camada de chapisco, e por recomendação não aplicado
diretamente na parede. (LEMOS, 2010).
20

O emboço, realizado com apenas uma camada de argamassa, é aplicado


somente após a adesão do chapisco, onde em sua aplicação a superfície deve
estar molhada, bem como áspera para possibilitar a aderência do reboco.

3.2.5 Reboco

Por último, a argamassa é utilizada como reboco em paredes de alvenaria,


uma camada de revestimento mais utilizada para agregar acabamento na
parede, ou seja, não cumpre uma função necessária em algumas situações
(WALID, 2009).
A técnica de aplicação bem como a argamassa elegida devem atender,
ao mesmo tempo, as funções de emboço e reboco (LEMOS, 2010).
A aderência do emboço leva em torno de 24h, somente após este período
onde ocorre o firmamento dos peitoris e marcos é que o reboco pode ser
aplicado.
Com aspecto parecido com superfície rasa, e sem empeno algum, é
importante também, para um melhor resultado, que a secagem do reboco ocorra
de forma lenta e gradual e, por isso, ele deve ser protegido contra o impacto do
sol ou do vento (WALID 2009).
Como pode-se perceber a argamassa é utilizada em diferentes etapas do
revestimento de parede, inicialmente cumprindo função de chapisco, logo de
emboço e por fim, em seu acabamento, como reboco.
Outra categoria de argamassa, também muito utilizada em obras civis,
cumpre função em ambientes internos e já vem em sacos com a mistura
realizada na própria indústria e disponibilizada em forma de argamassa fina, para
a venda, que acrescido de água está pronta para manuseio.

3.2.6 Argamassa fina estabilizada para interiores

Composta por cal hidratada e areia classificada, é um material de fácil


manuseio com grande estabilidade, já que, as medidas e misturas são feitas de
forma industrial, e o operário necessita apenas adicionar água para a sua
utilização (WALID, 2009).
21

Para cumprir com um padrão de qualidade das funções de revestimento


fino e escolher o fornecedor adequado, a argamassa estabilizada deve ter
características imprescindíveis, tais quais: trabalhabilidade, aderência,
regularizar deformações, resistência, durabilidade e impermeabilidade (WALID
2009).

3.3 A RELEVÂNCIA DE MATERIAIS QUALIFICADOS EM OBRAS CIVIS

Conforme KOTLER (2000 p. 408) sempre que a empresa presta um


serviço é avaliado a qualidade de tal. Se os prestadores de serviços estão
despreparados, não demonstram conhecimento ou não passam confiança sobre
o que está sendo vendido, ou até mesmo submetendo o cliente a grandes
períodos de espera desnecessários, poderá gerar insegurança para adquirir um
serviço ou um produto com esta empresa.
O termo “qualidade” é citado por Garvin (1992) como um conceito amplo
e que pode possuir várias interpretações. E dessa forma é necessário
entendimento adequado sobre o conceito para que a qualidade venha assumir
um papel estratégico.
De maneira geral, o padrão de qualidade e seus atributos são mais
utilizados em processos gerenciais e industriais, onde são aplicados preceitos e
normas para alcançar os resultados desejados. Já nas obras civis,
especialmente nas obras de grande infraestrutura, pode-se observar a sua
ampla aplicação.
O padrão de qualidade em obras civis, se dá pela necessidade de
controlar resultados baseado em critérios técnicos para inspeção dos serviços,
como por exemplo, estruturas, revestimentos e instalações, de forma que se
consiga uma organização no canteiro de obras. Como proposta, pode ser
elaborado um método de pontuação para analisar o sistema da obra (WALID,
2009).
Ao chegar um material na obra, é necessário realizar uma verificação do
mesmo. No caso da argamassa, por exemplo, é preciso conferir o pedido,
analisando o aspecto geral quanto a granulometria, cor, cheiro, matéria orgânica,
algum tipo de impureza dentre outros, de forma a avaliar e atestar a qualidade
da mesma.
22

Uma questão interessante para se utilizar como exemplo é a verificação


da areia que chega no caminhão, que geralmente o profissional ou a equipe
responsável por receber e atestar o material, não presta a devida atenção a
qualidade do material, que interfere diretamente na qualidade da argamassa, e
no resultado final da obra (WALID, 2009).
Outro exemplo relacionado a produção da argamassa é a importância da
qualidade e a homogeneidade dos materiais que a compõe. Por padrões de
qualidades, podemos observar que é natural uma argamassa industrializada
possuir uma melhor homogeneidade e assim proporcionar maior qualidade a
obra, porém, há possibilidade, mesmo confeccionando uma argamassa na obra,
de obter um alto padrão de qualidade do material, desde que as medidas e
proporções sejam rigorosamente respeitadas.
Um problema frequente na qualidade da argamassa se dá quando a existe
debilidade na união entre a pasta de cimento e o agregado, que ocorre quando
se encontram outras coisas misturadas com a areia, como por exemplo, produtos
vegetais ou animais. A argamassa junto do torrão se dilata e se contrai devido
ao grau de umidade, gerando vesículas a medida que vai se desagregando
gradativamente (CINCOTTO, 1988).

3.4 PROPRIEDADES

Em todos os segmentos industriais são exigidos padrões de propriedades


específicos dos produtos para atender as necessidades dos clientes devido à
grande competitividade e evolução tecnológica. Na construção civil, a
normalização de propriedades para matérias de construção, como no caso da
argamassa, também tem sido analisada, devido a crescente exigência de
qualidade no setor.
Registrada em normas muito antigas como a NBR 13529/95, já eram
tratadas como fundamentais as propriedades de aderência e endurecimento de
argamassas por seu grande campo de aplicação. Cabe mencionar, que ao
passar dos anos, outras propriedades tem sido tomadas em conta, para a
escolha do material mais adequado ao padrão de qualidade necessário aos dias
atuais.
23

Segundo Jantsch (2015), dependendo da etapa e função a ser utilizada a


argamassa, são exigidas propriedades especificas de desempenho, em aspecto
físico, químico e mecânico, considerando a variabilidade de estado fresco a
endurecido, já que requerem performances diferentes. No Brasil, as normas
estabelecidas pela a ABNT NBR 13281 são as vigentes para os critérios de
propriedades utilizados atualmente. Na tabela 1, é apresentado as propriedades
das argamassas em estado fresco e endurecido.

Tabela 1 - Propriedade das argamassas em estado fresco e endurecido

Estado fresco Estado endurecido


Teor de ar incorporado Aderência
Trabalhabilidade Capacidade de absorver
deformações
Retenção de água Resistencia Mecânica
Aderência inicial Resistencia ao desgaste
Retração na secagem Durabilidade
Fonte: Costa, 2016
Em estado fresco as propriedades apresentadas na Tabela 1, são
observadas ao início da produção onde a argamassa ainda está sendo
manuseada, enquanto que em estado endurecido, as propriedades são
avaliadas quando já aplicadas na obra e requer bom desempenho ao final. Em
ambas as fases, a argamassa deve respeitar a estas propriedades que são
essenciais para a sua qualidade.

3.5 OTIMIZAÇÃO
Na atualidade, as indústrias tem se adequado a reais necessidades da
sociedade em geral, devido aos impactos provocados ao meio ambiente pela
produção. Neste ponto, além da redução de custo, a produtividade deve ser
otimizada, no controle de qualidade industrial dos recursos requeridos na obra.
De acordo com Corrêa (2010), a industrialização da construção civil no
Brasil, iniciou a partir da necessidade de reduzir custos e desperdícios na
produção, mediante a modernização de processos construtivos.
24

O desperdício de matérias devido à má organização e mão de obra


desqualificada são problemas muito comuns na obra e que geram um alto custo
desnecessário. O maior controle de recursos na gestão da obra, é relevante para
se obter a melhor qualidade com o menor custo final e evitar grandes percas.
Políticas estratégicas aplicadas por um profissional que se atente aos cálculos
adequados dos matérias necessários e um melhor direcionamento da mão de
obra em campo resulta em cumprimento de prazos e custos pré-estabelecidos
sem que ocorra defasagem na qualidade do produto final.

3.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DE ARGAMASSAS


ESTABILIZADAS E ARGAMASSAS PREPARADAS NA OBRA
Para uma melhor compreensão das características analisadas neste
trabalho, segue uma tabela comparativa das vantagens e desvantagens
identificadas entre as argamassas estabilizada e convencional.

Tabela 2: Comparativo de Vantagens e desvantagens das argamassas


VANTAGENS DESVANTAGEM
➢ Pronta para uso;
➢ Menor custo de mão de obra;
➢ Menor custo total; ➢ Maior custo de material;
➢ Dispensa local para produção na ➢ Menor resistência a
obra; compressão.
➢ Dispensa mão de obra para
preparo;
➢ Fácil armazenagem;
➢ Dispensa transporte do material
ESTABILIZADA no canteiro de obras;
➢ Melhor homogeneidade;
➢ Melhor plasticidade;
➢ Maior qualidade no resultado
final do revestimento;
➢ Maior tempo de
trabalhabilidade;
➢ Evita desperdícios;
➢ Maior controle do orçamento.
25

➢ Preparada em obra;
➢ Maior custo de mão de obra;
➢ Maior custo total;
➢ Necessita local para produção
➢ Menor custo de material; na obra;
➢ Maior resistência a compressão. ➢ Necessita mão de obra para
preparo;
➢ Necessita maior espaço para
armazenagem.
➢ Necessita transporte do
CONVENCIONAL material no canteiro de obra;
PREPARADA EM ➢ Menor homogeneidade;
OBRA ➢ Menor plasticidade;
➢ Menor qualidade no resultado
final do revestimento;
➢ Pouco tempo de
trabalhabilidade;
➢ Suscetível a grande
desperdício;
➢ Menor controle do orçamento.

DIFERENÇA ➢ Materiais utilizados;


MINIMA OU ➢ Equipamentos utilizados.
NULA.
Fonte: Santos (2009); Casali, Neto e Andrade (2012), Adaptado.
Identificou-se nesta tabela mais vantagens competitivas na escolha da
argamassa estabilizada considerando os principais pontos para otimização de
recursos e qualidade final da obra comparada com a argamassa convencional,
que em oposto, apresentou várias desvantagens.

4. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho, foram acompanhados os


processos de produção e desempenho de qualidade da argamassa estabilizada
na central de produção de uma empresa na cidade de Ariquemes-RO, e de
argamassa convencional no próprio canteiro de obra, onde foram analisadas as
variações quantitativas e qualitativas, bem como, levantamento de custos dos
26

materiais utilizados através de preço de mercado também praticado nessa


cidade e planilha SINAP.
Como amostra foram retirados de alguns traços um corpo de prova para
ser analisado em laboratório, em uma empresa privada da cidade de Ariquemes-
Ro, em meados de Agosto de 2020, com o auxílio de um engenheiro desta
mesma empresa, foram retirados como amostra de alguns traços, 6 corpos de
prova, sendo 3 de argamassa estabilizada e 3 de argamassa convencional. Cada
corpo de prova foi preparado com argamassa constituído em forma de cilindro
maciço, medindo Ø 10X20CM e pesando 3,600kg, tendo pequena variação
conforme o agregado, os corpos de prova foram elaborados seguindo as
diretrizes da ABNT NBR 5739:1994. Foi utilizado como equipamento a Prensa
Hidráulica Manual com Indicador Digital na realização dos testes quanto as
propriedades de resistência.
Em canteiro de obras, foram realizado um acompanhamento dos produtos
desde a sua chegada, e logo armazenagem e aplicação.
De acordo com a RESOLUÇÂO Nº 510, de 07 de abril de 2016 este
trabalho não tem objetivo de publicação. Porém, com intuito de agregar mais
valor ao trabalho, que não será enviado para análise e publicação do
CEP/CONEP, foram avaliadas, também, as opiniões de acadêmicos do curso de
engenharia civil, bem como de docentes e profissionais da área de construção,
em relação aos dois tipos de argamassa, considerando seu conhecimento sobre
o comportamento durante a aplicação e no resultado final em obra.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 COMPARAÇÃO ENTRE ARGAMASSA ESTABILIZADA E


ARGAMASSA CONVENCIONAL PREPARADA EM OBRA

As comparações entre as argamassas foram realizadas tomando em


conta os processos de produção, desempenho e custo de cada uma
considerando como medida base para 1m³. Inicialmente, cabe uma listagem de
materiais e custos desta produção, utilizando apenas uma referência para a
estabilizada, já que não é possível acesso e divulgação da formula de dosagem.
27

Segundo Nunes (2014), os materiais utilizados na produção de argamassa são


os seguintes, descritos na tabela 2.

Tabela 3: Materiais utilizados para a produção da argamassa

Fonte: Nunes (2014), adaptado.

Segue a lista de materiais utilizado e custos na produção da amostra


adotada para a realização deste trabalho. Adota-se como dados de base planilha
do SINAP de custos dos materiais utilizados, somente a produção de argamassa
convencional, já que a estabilizada obedece a sigilo empresarial de formula de
dosagem e foi utilizado composição pronta realizada pela própria empresa na
amostra para o teste.
Tabela 4: Composição de custos de produção da argamassa
convencional

Fonte: Sinapi, 2020


28

Tabela 5: Composição de custo argamassa estabilizada

FONTE: Autor, 2020

A tabela 5, apresenta dados coletados de uma empresa de Ariquemes-


Ro, única nesta cidade que trabalha com este tipo de produto e que faz uso do
sigilo empresarial de receita e identificação
Com esta pesquisa, pode-se pensar que os materiais utilizados são
basicamente os mesmos, tendo maior variação no processo de produção em si
de cada uma das argamassas. Ambas devem utilizar areia, cimento e água, ou
seja, varia essencialmente o tipo de preparo, considerando as proporções e
variações de aditivos adotadas na empresa ou na obra. Quando somados os
custos, a argamassa convencional se mostra mais cara em relação a
estabilizada, o que é representado pelo alto custo de mão de obra. Para WALID
(2009), a argamassa pode ser estabilizada, quando produzida de forma
industrial, ou pode ser, de forma convencional, preparada diretamente na obra.

O gráfico 1 Silva; Nakakura (2012) apresenta em comparativo dos custos de


materiais de mão de obra e de custos gerais para cada tipo de argamassa.
29

Gráfico 1: comparação dos custos de materiais, de mão de obra e gerais,


entre as argamassas estabilizada e preparada em obra

Os cálculos de Silva, demonstram que de uma forma geral, no local e


tempo levantados os dados, o custo da argamassa estabilizada é menor em
relação a comum. Esta diferença está dada, em grande parte pelo alto custo de
mão de obra para a argamassa convencional em relação a estabilizada onde
este, supera a alta dos custos de materiais para estabilizada. Portanto mesmo
tendo custo menor de materiais a argamassa convencional pode não compensar
em relação ao seu custo total.

5.2 ANÁLISE COMPARATIVA DAS PROPRIEDADES

Os resultados das propriedades apresentados aqui, foram obtidos de


testes em 3 (três) corpo de prova considerando a resistência a compressão das
argamassas estabilizada e convencional como pode ser observado nas figuras
1 e 2.

5.2.1 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO

Segue a tabela 6 onde apresenta os resultados de resistência a


compressão.
30

Tabela 6: resistência a compressão


Tipos de CP 1 CP 2 CP 3 Média
Argamassa
Argamassa 7,79 MPa 6,80 MPa 7,10 MPa 7,23 MPa
estabilizada
Argamassa 12,69 Mpa 10,60 Mpa 9,50 MPa 10,63 Mpa
convencional

Fonte: autor 2020

Segue as figuras 1 e 2 dos testes realizados de resistência a compressão.

Figura 1: teste de compressão argamassa estabilizada

Fonte: autor 2020


31

Figura 2: teste de compressão argamassa convencional

Fonte: autor 2020

Analisando a tabela das argamassas ensaiadas a convencional


apresentou maior resistência a compressão com média de 10,63 Mpa, enquanto
a argamassa estabilizada apresentou média de 7,23 Mpa.
A NBR 13281 (ABNT, 2014) especifica os valores para classificar a
resistência a compressão das argamassas. Portando neste caso classifica-se a
argamassa estabilizada P5 e a convencional como P6. Segue na tabela 7.

Tabela 7: classificação da resistência a compressão das argamassas


conforme NBR

Fonte: ABNT NBR 13281, 2014


32

5.3 PESQUISA DE OPINIÃO

5.3.1 Argamassa estabilizada x argamassa convencional preparada em


obra

A pesquisa foi encaminhada via online a um grupo de acadêmicos e


docentes do curso de engenharia civil, e a profissionais da área de construção
sem graduação academia, onde 25 destes responderam ao questionário de
opinião.
Considerando que a pesquisa foi realizada no ano de 2020, entre os 25
participantes, 80% responderam que são acadêmicos de engenharia civil, 12%
profissionais formados em engenharia civil e 8% profissionais sem formação
acadêmica.
Seguem os gráficos de resultados de algumas perguntas realizadas na
pesquisa.

Grafico 2: pesquisa de opinião sobre a qualidade das argamassas

Fonte: Autor 2020


Este gráfico demonstra a preferência pela argamassa estabilizada de 96%
entre os entrevistados com relação a qualidade em comparação com a
argamassa convencional.
33

Gráfico 3: pesquisa de opinião sobre a utilização das argamassas


relacionada ao desperdício na obra

Fonte: Autor 2020


A maioria dos entrevistados acreditam também, que optar pela argamassa
estabilizada pode reduzir desperdícios na obra. Portanto, optar pela argamassa
estabilizada garante uma otimização dos recursos que é difícil controlar com a
convencional.

Gráfico 4: pesquisa de opinião sobre produtividade

Fonte: Autor 2020


34

Sobre a trabalhabilidade das argamassas, 88% acredita que a


estabilizada garante melhor produtividade, enquanto que 12% acreditam não
afetar neste quesito.
Esta pesquisa demonstrou que de forma geral, na opinião dos
participantes, a argamassa industrial estabilizada se destaca em relação a
argamassa convencional, já que consideram maiores vantagens em sua
produtividade e custo final, ou seja, tanto no quesito desperdício, quanto em
relação as propriedades questionadas.

6 CONCLUSÃO

Quando se trata de competitividade as empresas da área de construção


civil, se vê então, obrigada a avaliar cada componente da obra. Em especial, a
argamassa pode interferir muito, já que é bastante utilizada em diversas funções
na obra. Em uma relação custo benefício, a argamassa estabilizada se
comparada com a convencional, apresenta uma melhor performance nas
características aqui consideradas. Tanto na praticidade de uso na obra e menor
custo geral devido a economia com mão de obra, quanto no seu bom
desempenho na obtenção de um revestimento de qualidade. A escolha do
material mais adequado deve ser feita, portanto, com muita cautela e atenção
pelo profissional responsável na gestão dos recursos. É o engenheiro civil quem
deve estar preparado para atender a estas necessidades da obra.
Com este trabalho, pode-se concluir que o ponto chave é que cada
material, se escolhido corretamente, é o que vai garantir a satisfação do
resultado final da obra, tanto para a construtora quanto para o cliente que a
encomendou esperando os melhores resultados. E considerar também que não
é regra, nem questão de certo e errado, mas sim uma questão de avaliação de
cada obra de forma individual, considerando as possibilidades locais
apresentadas ali. Então, a relação custo benefício é importantíssima na tomada
de decisão, entre a argamassa estabilizada e a convencional para uma
determinada obra, em que esta possa atender os resultados qualitativos
almejados sem extrapolar o orçamento desejado.
35

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

APFAC. Argamassas de Reboco e Monomassas. Monografia: 2008. 45f.


Monografia: Argamassas de Reboco, Monomassas e ETICS. Disponível em:
<http://www.apfac.pt/monografias/Monografia%20Rebocos%20e%20Monomas
sas% 20v1Mai08.pdf>. Acesso em: 07 out. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento de


paredes e tetos de argamassas inorgânicas: especificação. NBR 13529. Rio de
Janeiro, 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Argamassa


para assentamento e revestimento de paredes e tetos - determinação da
retenção de água. NBR 13277: Rio de Janeiro, 2005 a. 3p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Argamassa


industrializada para assentamento de paredes e revestimento de paredes e teto.
Especificação. NBR 13281. Rio de Janeiro, 1995.

BAUER, E. Dosagem de Argamassas. Relatório Técnico. Laboratório de Ensaio


de Materiais, Universidade de Brasília, Brasília, Junho, 1998

BERNARDES, M. M. E. S. Método de Análise do processo de Planejamento da


produção de empresas construtoras através do estudo de seu fluxo de
informação: proposta baseada em estudo de caso. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre. 1996.

BERNARDES, M. Planejamento e Controle da Produção para Empresas de


Construção Civil. Editora LTC. Rio de Janeiro: 2003.

CASALI, J. M.; NETO A. M.; ANDRADE, D. C. de, ARRIAGADA, N. T. Avaliação


das propriedades do estado fresco e endurecido da argamassa estabilizada para
revestimento. In: IX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DE
36

ARGAMASSAS, 2011, Belo Horizonte. Anais eletrônicos. Disponível em:


<http://www.gtargamassas.org. br/eventos/file/426-avaliacao-das-propriedades-
do- estado-fresco-e-endurecido -daargamassa-estabilizada-para-revestimento>.
Acesso em: 27 set. 2017
RELATÓRIO DE VERIFICAÇÃO DE PLÁGIO

DISCENTES: Jair Rossi Frota


CURSO: Engenharia Civil
DATA DE ANÁLISE: 18.11.2020
RESULTADO DA ANÁLISE

Estatísticas

Suspeitas na Internet: 5,33%


Percentual do texto com expressões localizadas na internet

Suspeitas confirmadas: 3,22%


Confirmada existência dos trechos suspeitos nos endereços encontrados

Texto analisado: 90,99%


Percentual do texto efetivamente analisado (frases curtas, caracteres especiais, texto
quebrado não são analisados).

Sucesso da análise: 100%


Percentual das pesquisas com sucesso, indica a qualidade da análise, quanto maior,
melhor.
Analisado por Plagius - Detector de Plágio 2.4.11
quarta-feira, 18 de novembro de 2020 13:07

PARECER FINAL

Declaro para devidos fins, que o trabalho do discente JAIR ROSSI FROTA, n. de
matrícula 23731, do curso de Engenharia Civil, foi APROVADO na verificação de
plágio, com porcentagem conferida em 5,33%. Devendo o aluno fazer as correções
que se fizerem necessárias.

(assinado eletronicamente)
HERTA MARIA DE AÇUCENA DO N. SOEIRO
Bibliotecária CRB 1114/11
Biblioteca Júlio Bordignon
Faculdade de Educação e Meio Ambiente

Assinado digitalmente por: Herta Maria de A?ucena


do Nascimento Soeiro
Razão: Faculdade de Educação e Meio Ambiente
Localização: Ariquemes RO
O tempo: 19-11-2020 12:47:59

Você também pode gostar