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Atos 9.10-19a - Os Planos de Deus

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Atos 9.

10-19a - Os planos de Deus

Introdução

O Evangelho continua a avançar no mundo, Jerusalém e Judéia haviam sido


evangelizadas com sucesso pelos apóstolos. De Samaria em diante,
estamos vendo a igreja dando frutos e alcançando os perdidos. Paralelo a
isso, Deus está levantando novos obreiros, pois as igrejas de multiplicaram
pelas mãos dos crentes, mas para a continuidade e cuidado das
comunidades, precisavam de pastores para guiá-las com a pregação e
ensino da Palavra de Deus.

Tudo isso não está acontecendo por acaso, mas segundo o plano divino,
decretado antes da fundação do mundo. O próprio envio do Messias, o
Salvador, foi decretado e cumprido pelo propósito de Deus (Gálatas 4.4–7).

E, agora, Seu plano chega até Damasco. Os Apóstolos estão em Jerusalém,


a 250 km dali, então, quem está pregando o Evangelho e fazendo discípulos?
A igreja continua fazendo isso. Os crentes, individualmente, cumprindo a
Grande Comissão de Jesus Cristo.

Existem duas coisas importantes na sua vida cristã. Os crentes se reunirem


para ouvir a Palavra e depois saírem para pregá-la. Ambas as coisas são
propósito de Deus para a sua vida.

Guiados por Deus

E precisamos ser guiados por Deus para ter direção. Por isso, outra coisa
importante a ser entendida é como Deus falou e como Deus fala hoje, a fim
de nos usar na Sua obra. No v.10 vemos que Deus falou com Ananias em uma
visão. Será que se não tivermos uma visão de Jesus quer dizer que não
devemos sair para fazer a obra?

O fato da igreja do primeiro século estar pregando o Evangelho sem visão


nenhuma, antes de Ananias, é a evidência que temos de que estão
obedecendo a Palavra que Jesus disse: “Portanto, vão e façam discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis
que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” (Mateus 28.19–20,
NAA). A Palavra tem poder suficiente para mudar nosso coração,
pensamentos e nos colocar em ação.

Página 1. Exportados do Software Bíblico Logos, 10:13 20 de agosto de 2024.


Ainda assim, precisamos orar por nós. Veja que no v.13, Ananias hesita
diante da ordem de Deus. A fama de Paulo era conhecida, como o próprio
Ananias disse para Deus e também como lemos no restante do capítulo 9 de
Atos, acerca do medo dos irmãos em recebê-lo. E o próprio Paulo afirmou
esse desafio na sua correspondência com os Gálatas (Gl 1.13). Paulo foi uma
grande provação para a igreja, mas depois, foi transformado em uma grande
bênção para a ela. Mas, para isso, Deus usou um crente, como Ananias, na
vida de Paulo.

Deus quer usar nossas vidas, mas, isso pode dar trabalho e nos tirar dos
nossos planos e agendas. Você está disposto a obedecer e cumprir a
vontade de quem deu sua vida por você e lhe deu a Palavra, que diz “Ide”?

Somos a geração com mais acesso à Bíblia que já existiu, será que Deus não
nos pedirá contas disso?

A escolha soberana de Deus

Como foi dito, Paulo foi uma grande provação, mas também uma grande
bênção para a igreja. E isso não foi mérito dele, como lemos no v.15, mas sim
porque ele era, como nós, um “instrumento escolhido”, do original, “um vaso
de eleição”.

Vaso refere-se a ser instrumento, que levaria algo, no caso o Evangelho, para as
pessoas. A palavra aqui está corretamente usada no sentido figurado, conforme
o original grego, que quer dizer que a pessoa foi escolhida para um propósito, e,
portanto, ela é um instrumento deste propósito.

Escolhido, ou eleito, fala do ato de Deus de escolher Paulo para usá-lo no


Ministério. A palavra grega refere-se ao ato de escolher em si, usada para
Deus, fala acerca da decisão que Ele tomou na eternidade passada,
decretando que Paulo seria o apóstolo dos gentios. Paulo não seria
consultado para este fim, a decisão não estava em Paulo, mas em Deus.
Paulo não poderia escolher outra coisa, que não a vontade de Deus. A graça
é irresistível. Vemos isso na Bíblia na história de Jonas, por exemplo. Ele
queria outra coisa, mas, por fim, prevaleceu a vontade de Deus.

Todavia, como sabemos, para ele ser um apóstolo Paulo precisava antes de
mais nada ser um crente convertido, certo? Não há obreiro cristão verdadeiro
que não seja convertido.

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Mas, resta uma pergunta: e se Paulo não quisesse ser crente? Como você
responderia a esta questão? Será que Deus agiu neste caso só porque era
Paulo? Mas Deus agiria de forma diferente com as pessoas? E o mais
importante: o que a Bíblia diz sobre isso?

A mesma palavra grega usada para “escolhido” para o v.15 que diz:
“instrumento escolhido”, é usada em 2 Pedro 1.10: “Por isso, irmãos,
procurem, com empenho cada vez maior, confirmar a vocação e a eleição de
vocês; porque, fazendo assim, vocês jamais tropeçarão.”

Por que a Bíblia fala essas coisas? Devemos aceitar o que ela diz? Talvez você
não entenda plenamente a eleição. No meio batista temos duas
interpretações sobre eleição, e mantemos respeito quanto a isso. Para os
batistas gerais, a eleição se dá por presciência divina acerca de quem vai
aceitar Jesus e, para os batistas particulares, a eleição aconteceu por
misericórdia divina, porque no estado decaído e morto no pecado, desde o
Éden, ninguém aceitaria Cristo, antes, se oporia a ele, como fez Saulo; então,
Deus tem misericórdia e salva incontáveis pessoais por graça, a fim de que
não pereçam todos.

Nós batistas, todavia, não “atualizamos a Bíblia”, tirando o que ela ensina
acerca de predestinação e eleição.

Mas, uma das lições que aprendemos da conversão de Paulo é que a


salvação tem origem em Deus e não no homem. Deus toma a iniciativa e leva
a salvação ao seu destinado fim. Paulo não foi perguntado, ele foi convertido.

Claro que Deus não força as pessoas, Ele garante que elas vão querer
livremente Jesus Cristo, que elas não só terão o desejo, como se
arrependerão e farão a decisão de estar ao lado dEle. Ele faz isso através
da regeneração, ou seja, dando nova vida ao pecador, é preciso nascer de
novo, como disse Jesus à Nicodemos em João 3.

A conversão é obra do Espírito Santo: “Ele prosseguiu e me disse: — Esta é a


palavra do SENHOR a Zorobabel: “Não por força nem por poder, mas pelo
meu Espírito”, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Zacarias 4.6, NAA).

O primeiro ato do nascido de novo, do regenerado, é se arrepender dos seus


pecados e confiar, ou seja, crer em Jesus para salvação. Antes, na condição
de morto espiritual não tinha condições de fazer isso, precisamente como
vemos na vida de Saulo – e na nossa.

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Os reformadores assim sistematizaram este entendimento, chamando-o de
“Doutrinas da Graça”, usando um acróstico, em inglês, “TULIP”, abaixo:

T - Depravação Total (Total Depravity)


U - Eleição Incondicional (Unconditional Election)
L - Expiação Limitada (Limited Atonement)
I - Graça Irresistível (Irresistible Grace)
P - Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints)

Normalmente citamos somente o último ponto, que fala que a salvação não
pode ser perdida. Mas, conhecer os demais é que nos fará entender o motivo
de não perdermos a salvação. Segue a explicação de cada ponto:

• T - Depravação Total (Total Depravity): O ser humano foi totalmente


manchado pelo pecado e não consegue realizar nenhum bem
espiritual de si mesmo, somente pela graça de Deus. A vida de Paulo
é o exemplo disso, ele era absolutamente mal, perverso e não queria
Cristo por Sua própria vontade. “E o Senhor Deus ordenou ao
homem: — De toda árvore do jardim você pode comer livremente,
mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve
comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente
morrerá.” (Gênesis 2.16–17, NAA); “Porque o salário do pecado é a
morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus,
nosso Senhor.” (Romanos 6.23, NAA).
• U - Eleição Incondicional (Unconditional Election): Deus escolheu
pessoas, como Paulo e nós, antes da fundação do mundo, ou seja,
antes de fazermos qualquer coisa boa ou má, então, não foi por
mérito nosso, mas pelo exercício da Sua misericórdia e direito
soberano. “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado
a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como
propiciação pelos nossos pecados.” (1João 4.10, NAA); “Nós
amamos porque ele nos amou primeiro.” (1João 4.19, NAA);
“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu
o ressuscitarei no último dia.” (João 6.44, NAA).
• L - Expiação Limitada (Limited Atonement): Jesus morreu
eficazmente pelas pessoas que virão a crer. “— Não peço somente
por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por
meio da palavra que eles falarem,” (João 17.20, NAA)

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• I - Graça Irresistível (Irresistible Grace): a graça de Deus é irresistível,
como foi com Paulo na estrada para Damasco. “Ele caiu por terra e
ouviu uma voz que lhe dizia: — Saulo, Saulo, por que você me
persegue? Ele perguntou: — Quem é o senhor? E a resposta foi: — Eu
sou Jesus, a quem você persegue.” (Atos dos Apóstolos 9.4–5, NAA)
• P - Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints): A salvação
não se perde, por isso, os santos perseverarão até o fim e serão
salvos da ira daquele Último Dia. “Todos odiarão vocês por causa do
meu nome; aquele, porém, que ficar firme até o fim, esse será salvo.”
(Mateus 10.22, NAA). Os que foram salvos vão perseverar e ficar
firmes, pela obra de Deus. A nova natureza que recebemos nos
inclinará sempre à santidade. Este último ponto é certeiro: a salvação
não se perde. Mas isso é assim em função dos pontos anteriores
apresentados acima.

Conclusão

Concluindo, Deus fez uma grande obra de salvação e comissionamento na


vida de Paulo. Quando Ananias chama Saulo de “irmão”, isso confirma que
este foi recebido na comunhão da igreja. A imposição de mãos sobre Paulo
opera, por ordem de Deus, a cura da cegueira dele (que deu amostra de sua
cegueira espiritual que o abatia antes de Cristo) e a consagração e ordenação
ao ministério da Palavra - por isso entende-se que este enchimento do
Espírito Santo que Paulo recebeu aqui vai além do enchimento do ES de EF
5, que é por meio salmos, hinos, cânticos, comunhão e Palavra, presente
especialmente na participação do Culto a Deus. Mas um enchimento que
capacitasse Paulo para a pregação apostólica e para os sofrimentos que
iriam enfrentar, e seriam muitos.

Resta um esclarecimento: Paulo ouviu o Evangelho ou foi convertido sem


ouvir a mensagem? Claro que ele ouviu. A prova de que ele conhecia a
mensagem do Evangelho é o motivo dele perseguir a igreja. Ele também viu o
martírio de Estêvão. Ele não se converteu sem pregação. A semente estava lá
e em dado momento Deus a fez germinar pela graça. Esta também é nossa
esperança quanto aos que pregamos, oramos para que Deus faça germinar a
mensagem semeada. Não temos como fazer isso, confiemos em Deus e
façamos nossa parte, que é entregar a mensagem e que Deus nos ajude,
amém!

Pr. Leandro Hüttl – Material de apoio para os líderes dos GDs da Betel.

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