Antropologia. Correntes
Antropologia. Correntes
Antropologia. Correntes
Licenciatura em Sociologia
2º ano Pos Laboral
Trabalho de Pesquisa de
Antropologia Cultural De
Moçambique ser apresentado na
Faculdade de Ciências da Sociais e
Filosófica, a ser entregue ao Prof.
Doutor Martinho Pedro
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4
3. Abordagem Difusionalista......................................................................................... 9
4. Abordagem Estruturalista........................................................................................ 10
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 14
INTRODUÇÃO
O presente trabalho surge no âmbito da Cadeira de Antropologia Cultural de
Moçambique que tem como o seguinte tema: As correntes teóricas da Antropologia.
Onde temos como Objectivo compreender as diferentes as correntes teóricas da
Antropologia no pensamento cultural.
qualquer capacidade ou hábito adquirido pelo homem como membro de uma sociedade
(Tylor apud Laraia 2002, p. 25).
A preocupação central de Tylor era reconhecer a cultura como um fenômeno da
natureza humana, independente da biologia ou da teologia. Introduziu a noção de unidade
psíquica da espécie humana, definindo como tarefa para antropologia o estabelecimento
de uma escala de civilizações. O problema destes argumentos era “a idéia de a cultura
desenvolver-se de maneira uniforme, de tal forma que era de se esperar que cada
sociedade percorresse etapas que já tinham sido percorridas pelas sociedades mais
avançadas” (Laraia, 2002, p. 34).
As teorias antropológicas evolucionistas chegaram acompanhadas pelas teorias de
evolução biológica e foram reafirmadas pela noção positivista da história. Desta forma,
adquiriram grande popularidade e, ainda hoje, é muito frequente ouvirmos suas teses
serem resgatadas para explicar a diferença entre as sociedades.
As escolas teóricas ulteriores, nas quais tanto a antropologia quanto o conceito de
cultura conquistaram maturidade e destaque científico, foram extremamente críticas aos
métodos de investigação e as conclusões das teses evolucionistas.
Reagiram incontestes à admissão de que as sociedades humanas pudessem ser
escalonadas em termos de superioridade ou inferioridade. Seus pesquisadores
denunciavam o preconceito ideológico dos evolucionistas ao utilizarem como critério
comparativo para aferição de desenvolvimento das sociedades humanas justamente
aqueles quesitos nos quais a sociedade europeia se destacava como a tecnologia e o
progresso econômico. Além do mais, lançavam dúvidas quanto a excelência do
desenvolvimento social
exaltado pelo ocidente.
Na perspectiva da corrente teórica anteriormente mencionada, alguns traços
importantes merecem destaque como o progresso indefinido; a seleção natural; a linha de
evolução parte do simples e chega ao complexo, do igual ao diferente.
Diante dessas considerações, temos que destacar que a tendência teórica da qual
estamos tratando, a evolucionista, pressupõe que as mudanças por que a humanidade
passa, seguem leis definidas e que são aplicáveis para todas as sociedades humanas. Os
teóricos evolucionistas se baseavam no método dedutivo, ou seja, do geral para o
particular. Através do método dedutivo, há, a priori, a\premissas que são entendidas
como verdades gerais e, assim, buscam-se novos conhecimentos. Como diz (CASTRO,
2004, p. 15),
7
De tal forma, ficam claras as críticas que a corrente teórica sofreu, fundamentada
pelo exemplo já mencionado, o teutoamericano Franz Boas Esse antropólogo criticava o
determinismo geográfico do método comparativo/evolucionista, por conseguinte negava
a existência de uma linha de evolução geral no desenvolvimento cultural da humanidade.
Na atualidade, os estudos antropológicos contemplam novos conhecimentos, o
que refuta as generalizações do método comparativo evolucionista, ou seja, rejeita a visão
etnocêntrica do pensamento evolucionista. Essa desarticulação trouxe benesses para os
estudos antropológicos, cuja ocupação abarca investigações bastante diversas. Ora busca
compreender as origens das desigualdades sociais nas formas de cultura,
tecnologia, economia, gênero e tantas outras.
1.1.1. Defensores da teoria Evolucionista
Visão Evolucionismo
Período Século XIX
Característi Sistematização do conhecimento acumulado sobre os “povos primitivos”; predomínio
cas do trabalho de gabinete.
Temas e Unidade psíquica do homem. Evolução das sociedades das mais
Conceitos
“primitivas”para as mais “civilizadas”. Busca das origens . Estudos de
Parentesco/Religião/Organização Social. Substituição conceito de raça pelo de
cultura.
3. Abordagem Difusionalista
Segundo Lapla 1ntine (2003), a terceira das escolas antropológicas se preocupa em
entender as semelhanças existentes entre grupos culturais geograficamente distantes.
Desse modo, seria possível encontrar um passado comum a essas culturas. Os
antropólogos difusionalistas acreditavam que os objetos e costumes partilhados entre
sociedades distantes eram resultado do processo de imitação e assimilação cultural que
aconteciam durante a colonização e negociações que se estabeleciam entre os povos.
A visão difusionista é uma abordagem na antropologia que procura explicar a
semelhança entre culturas e elementos culturais através da ideia de difusão cultural. Em
outras palavras, os difusionistas acreditam que certos traços culturais, tecnologias ou
ideias podem ter se espalhado de uma sociedade para outra ao longo do tempo,
influenciando a forma como diferentes culturas se desenvolvem.
Essa abordagem se baseia na premissa de que as semelhanças culturais observadas
entre grupos que estão geograficamente separados podem ser atribuídas à troca de
informações, contato ou migração entre esses grupos. A visão difusionista foi
especialmente proeminente nas primeiras fases do desenvolvimento da antropologia, mas
gradualmente caiu em desuso devido a críticas e à crescente compreensão da
complexidade das interações culturais.
3.1.Existem duas principais perspectivas dentro do difusionismo
3.1.1. Difusionismo Unilinear
De acordo com (Laplantine (2003), essa perspectiva propõe que a difusão cultural
ocorre em uma única direção, ou seja, as culturas mais "avançadas" ou "desenvolvidas"
influenciam as culturas menos desenvolvidas. Isso frequentemente levava a
interpretações eurocêntricas, nas quais as culturas europeias eram consideradas como
fontes de influência para outras culturas.
3.1.2. Difusionismo Multilinear
Essa visão reconhece que a difusão cultural pode ocorrer em várias direções e
entre várias culturas. Ela é menos eurocêntrica do que o difusionismo unilinear e busca
entender as trocas culturais complexas que podem ter ocorrido ao longo da história
humana. No entanto, a visão difusionista enfrentou críticas significativas. Muitos
antropólogos argumentaram que as semelhanças culturais podem ter se desenvolvido
1
LAPLANTINE, François. “O campo e a abordagem antropológicos”. In: ______Aprender Antropologia.
5ª edição. São Paulo: Brasiliense, 2003
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RIVIÈRE, C. Introdução à Antropologia, Edições 70, Lisboa, [2000], pp 11 – 32.
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CONCLUSÃO
Concluindo o estudo das correntes antropológicas é fundamental para
compreender a evolução da disciplina e as diferentes abordagens utilizadas para explorar
a diversidade e complexidade das culturas humanas. Cada corrente antropológica oferece
uma perspectiva única sobre como entender as sociedades, as culturas e as relações
humanas. Ao examinarmos essas correntes em conjunto, é possível chegar a conclusões
importantes sobre o desenvolvimento da antropologia e suas contribuições para nossa
compreensão do mundo.
O estudo das correntes antropológicas nos lembra de que não há uma única
abordagem que seja completa o suficiente para capturar toda a complexidade da
experiência humana. Cada corrente contribui com uma peça valiosa para o quebra-cabeça
da compreensão cultural, permitindo-nos abordar a diversidade cultural de maneiras mais
holísticas e informadas.
O desenvolvimento das correntes antropológicas ao longo do tempo reflete a
evolução do pensamento e das abordagens na disciplina da antropologia. Cada corrente
surgiu como resposta a desafios teóricos e metodológicos do seu tempo, contribuindo
para uma compreensão mais profunda da diversidade cultural e das complexidades das
sociedades humanas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CASTRO, Celso. Apresentação. In: BOAS, Franz. Antropologia cultural. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2004, p.7-23.
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América Lisboa, 1999.
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LARAIA, Roque. Cultura – um conceito antropológico. 19ª edição. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006
LAPLANTINE, François. “O campo e a abordagem antropológicos”. In:
______Aprender Antropologia. 5ª edição. São Paulo: Brasiliense, 2003
MARCONI, Maria de Andrade e PRESOTTO, Zelia Maria Neves (2006).
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SANTOS, A. Antropologia Geral: Etnografia, Etnologia, Antropologia Social,
Universidade Aberta, Lisboa, 2002
RIVIÈRE, C. Introdução à Antropologia, Edições 70, Lisboa, [2000], pp 11 – 32.