CENTRO DE CINCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E POLTICA

SOC 1302

2008.2

ANTROPOLOGIA CULTURAL
a

PROF : SANTUZA CAMBRAIA NAVES

CARGA HORRIA TOTAL:

60 HORAS

CRDITOS:

PR-REQUISITO(S):

SALA:

OBJETIVOS

O objetivo desta disciplina apresentar ao aluno as questes e a metodologia da

antropologia denominada cultural, ou social. Um primeiro objeto de reflexo
a antropologia como campo de conhecimento, visando recortar o lugar dessa rea
no universo das cincias sociais e humanas em geral. Como essas questes se
constituram historicamente, principalmente a partir do final do sculo XIX,
importante, num primeiro momento, reconstituir a histria do conceito de cultura,
profundamente ligada tentativa de pensar a alteridade (ou as diferenas culturais)
atravs de uma perspectiva relativista. Ser analisada a principal tcnica de
investigao que se cria no incio do sculo XX a partir do relativismo cultural: a
pesquisa etnogrfica (que envolve a escuta do nativo e a observao
participante). A ltima unidade do curso ser dedicada abordagem de alguns
temas privilegiados pela reflexo antropolgica.

EMENTA

CULTURA COMO SISTEMA DE SIGNIFICACAO. CULTURA COMO

EXPRESSAO POLITICA DA INSERCAO SOCIAL DOS DIFERENTES
GRUPOS QUE COMPOEM A SOCIEDADE. CULTURA E DISTANCIA
SOCIAL. A IMPORTANCIA DA UTILIZACAO DO CONCEITO DE CULTURA
PARA COMPREENSAO DA RELACAO ENTRE DIFERENTES GRUPOS
SOCIAIS. BIBLIOGRAFIA: MINNER, HORACE. O RITUAL DO CORPO
ENTRE
OS
SONACIREMA.
DATIL.
DAMATTA,
ROBERTO.
"ANTROPOLOGIA
E
HISTORIA",
IN:
REVITALIZANDO:
UMA
INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA SOCIAL. PETROPOLIS, VOZES, 4A.
EDICAO. 1984. GEERTZ, CLIFFORD. "O IMPACTO DO CONCEITO DE
CULTURA SOBRE O CONCEITO DE HOMEM". IN A INTERPRETACAO
DAS CULTURAS. RIO DE JANEIRO, ZAHAR, 1978. SANTOS, JOSE
REGINALDO G. DOS. "A OBSSESSAO PELA CULTURA". MARCIA DE
PAULA E MARIA ESTER MOREIRA (COORDS) CULTURA. SUBSTANTIVO
PLURAL. RIO DE JANEIRO, CCBB/EDITORA 34, 1996. LAPLANTINE,
FRANCOIS. APRENDER ANTROPOLOGIA. SAO PAULO: BRASILIENSE,
1991. LABURTHE-TOLRA, PHILIPE E WARNIER, JEAN-PIERRE.
ETNOLOGIA-ANTROPOLOGIA. PETROPOLIS: ED. VOZES, 1997.

PROGRAMA

O programa da disciplina Antropologia cultural contempla 4 (quatro) unidades. A

primeira O campo da Antropologia visa introduzir o aluno nas questes prprias
da antropologia. A segunda A descoberta do outro e a gnese da idia de
cultura procura reconstituir historicamente o surgimento do pensamento
antropolgico a partir das indagaes recorrentes, principalmente a partir da
descoberta do Novo Mundo, sobre as diferenas culturais. A terceira
Etnocentrismos e relativismo cultural lida com a perspectiva relativista,
fundamental para a compreenso antropolgica da alteridade. A quarta e ltima
unidade Temas privilegiados na reflexo antropolgica (a construo e o lugar
do indivduo em diferentes sociedades) discute temas como a construo do
indivduo e da famlia modernos.

AVALIAO

BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL

A avaliao ser feita em funo de trs provas realizadas em sala de aula, sem
consulta. A primeira (G1), marcada para o dia 10 de setembro (quarta-feira), ser
divulgada antes do prazo final para cancelamento de disciplina. A segunda prova
(G2) ser realizada no dia 24 de novembro (segunda-feira). Tambm podero influir
na avaliao seminrios e outras modalidades de trabalho. O aluno ser dispensado
de realizar a Prova Final escrita (terceira avaliao) se obtiver mdia maior ou igual
a seis (6,0), quando seus dois primeiros graus forem maiores ou iguais a trs (3,0) e
a mdia destes for maior ou igual a seis (6,0).

1a unidade: O campo da Antropologia

DaMatta, Roberto. 1987. A antropologia no quadro das cincias. In
Relativizando: uma introduo antropologia social, pp. 17-58.
2a unidade: A descoberta do outro e a gnese da idia de cultura
Laplantine, Franois. 1991. A pr-histria da Antropologia: a descoberta das
diferenas pelos viajantes do sculo XVI e a dupla resposta ideolgica dada
daquela poca at nossos dias. In Aprender Antropologia. So Paulo:
Brasiliense, pp. 63-74.
Cuche, Denys. 1999. Gnese social da palavra e da idia de cultura. In A noo
de cultura nas cincias sociais. Bauru: EDUSC, pp. 17-31.
a
3 unidade: Etnocentrismos e relativismo cultural
Rocha, Everardo. 2006. Pensando em partir. In O que etnocentrismo. So Paulo,
Brasiliense, pp. 7-22.
Lvi-Strauss, Claude. 1975. Raa e Histria. [captulos 1 a 61]. In Antropologia
estrutural dois. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1975, pp. 328-366; ou In
Coleo Os Pensadores. vol. L. So Paulo, Abril Cultural, 1976.
Cuche, Denys. 1999. Concluso em forma de paradoxo: Um bom uso do
relativismo cultural e do etnocentrismo. In A noo de cultura nas cincias
sociais. Bauru: EDUSC, pp. 237-244.
a
4 unidade: Temas privilegiados na reflexo antropolgica (a construo e o lugar
do indivduo em diferentes sociedades)
Laplantine, Franois. 1991. O sculo XVIII: inveno do conceito de Homem. In
Aprender Antropologia. So Paulo, Brasiliense, pp. 54-62.
Geertz, Clifford. 1978. O impacto do conceito de cultura sobre o conceito de
homem. In A interpretao das culturas. Rio de Janeiro, Zahar, pp. 45-66.
Lvi-Strauss, Claude. 1982. A famlia. In Shapiro, Harry L. In Homem, cultura e
sociedade. So Paulo, Martins Fontes.
Clastres, Pierre. 2003. O arco e o cesto. In A sociedade contra o Estado. So
Paulo, Cosac & Naify, pp. 117-143.

BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR

Lvi-Strauss, Claude. Raa e cultura. In O olhar distanciado. Lisboa,

Edies 70, pp. 21- 49.
Geertz, Clifford. 2001. Os usos da diversidade. In Nova luz sobre a
Antropologia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar. pp 8-85.
DaMatta, Roberto. 1990. Voc sabe com quem est falando?. Um ensaio
sobre a distino entre indivduo e pessoa no Brasil. In Carnavais,
malandros e heris. Para uma sociologia do dilema Brasileiro. Rio de
Janeiro, Guanabara, pp. 146-204.
Montaigne, Michel de. 1972. Dos canibais. In Ensaios. Coleo Os
2

Pensadores, vol. XI. So Paulo, Abril Cultural, pp. 104-110.

Vernant, Jean-Pierre. 1987. O indivduo na cidade. In Indivduo e poder.
P. Veyne, J.-P. Vernant, Louis Dumont, P. Ricoeur, F. Dolto, F. Varela
e G. Percheron. Lisboa, Edies 70, pp. 45-63.

CENTRO DE CIENCIAIS SOCIAIS

DEPARTAMENTO SOCIOLOGIA E POLTICA

SOC 1305
2NA

2008.2

TEORIA ANTROPLOGICA: TEORIAS DA CULTURA

CARGA HORRIA TOTAL:

60 HORAS

CRDITOS:

04

Profa. Sonia Maria Giacomini

2 feira F124

4 feira F122

Horrio: 13:00 s 15:00

OBJETIVOS

A aquisio de instrumentos conceituais de anlise da problemtica da cultura, tal

como constituda na formao da tradio antropolgica.
Fornecer uma introduo geral s correntes mais importantes do pensamento
antropolgico anglo-americano, tendo como parmetro a constituio terica do
conceito antropolgico de cultura, em particular no que concerne a sua articulao
com as questes metodolgicas envolvidas no debate entre cincia e histria. Tal
nfase justifica-se pelo fato de que esse debate central para o estabelecimento do
campo terico e institucional da antropologia, bem como para a delimitao da
especificidade desta no mbito das cincias sociais e humanas contemporneas

EMENTA

PROGRAMA E
BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL

Vertentes do pensamento antropolgico. A polmica entre o evolucionismo e o

difusionismo: o mtodo comparativo, a histria cultural e o estudo da difuso. A
crtica boasiana. A Escola de Cultura e Personalidade. O funcionalismo de
Malinowski. O interpretativismo norte-americano e a escrita da cultura. Novas
perspectivas.

I - Especificidade terica e condies de surgimento da antropologia

LVI-STRAUSS, Claude. Lugar da antropologia nas cincias sociais e problemas
colocados por seu ensino. In: Antropologia estrutural. Rio de Janeiro,
Tempo Brasileiro, 1996, 5a ed., pp. 385-424.
CLASTRES, Helne. Primitivismo e cincia do homem no sculo XVIIIin:
Discurso Revista do Depto de Filosofia do FFLCH da USP, 13 (s/d)
II -

A idia de evoluo e o estabelecimento terico institucional do

evolucionismo social
DAMATTA, Roberto. Antropologia e Histria: Introduo: Histria da
Antropologia: a) o evolucionismo. In Relativizando: uma introduo
Antropologia Social. Petrpolis, Vozes, 1982. (pp. 86-101).
TYLOR, Edward Burnett. A cincia da cultura [1871]. In Evolucionismo cultural/
Textos de Morgan, Tylor e Frazer. Celso Castro (Org.) Rio de Janeiro,
Ed. Zahar, 2005
MORGAN, Lewis H. A Sociedade Antiga [1877]. In Evolucionismo cultural/

Textos de Morgan, Tylor e Frazer. Celso Castro (Org.) Rio de Janeiro,

Ed. Zahar, 2005
III - A crtica metodolgica ao evolucionismo e seu impacto nas antropologias
americana e britnica. A histria cultural e o estudo da difuso. O historicismo
de Franz Boas.
BOAS, Franz. As limitaes do mtodo comparativo em Antropologia [1896]. In
Castro, Celso (Org.) Antropologia Cultural/Franz Boas. Rio de Janeiro,
Zahar Ed. 2004.
RIVERS, William Halse. A anlise etnolgica da cultura<1911>, in: Oliveira,
Roberto C. (org.) A antropologia de Rivers. So Paulo, UNICAMP,
1991.
IV - O Culturalismo boasiano e a Escola de Cultura e Personalidade.
BOAS, Franz. Antropologia Cultural/Franz Boas. In Castro, Celso (Org.). Rio de
Janeiro, Zahar Ed. 2004. .
SAPIR, Edward. Cultura autntica e espriain: Pierson, D. (org.) Estudos de
organizao social, tomo II. So Paulo, Martins Editora, s/d.
BENEDICT, Ruth. Configuraes de cultura in: idem
MEAD, M. A padronizao do comportamento sexual; Inadaptado;
Concluses. In: Sexo e Temperamento. So Paulo, Perspectiva, 1979
(pp.267-276; 277-292; 293-302) (seminrio)
V - A revoluo malinowskiana e o funcionalismo britnico
DURHAM, E.R. Introduo: Uma nova viso de Antropologia. In: E.R. Durham
(org.). Bronislaw Malinowski. Antropologia. So Paulo, tica, 1986.
(Coleo Grandes Cientistas Sociais, no. 55) (pp. 7-22)
MALINOWSKI, B. Introduo: o assunto, o mtodo e o objetivo desta
investigao; O significado do Kula. In: Durham, E.R. (org.),
Op.cit. (pp. 24-48 e 107-116) (seminrio)
MALINOWSKI, B. A lei e a ordem primitivas. In: Durham, E.R. (org.),
Op.cit.(pp.49-67)

VI - Reflexes e Desdobramentos atuais.

GONALVES, Jos Reginaldo Santos. A obsesso pela cultura. In: Mrcia Paiva
e Maria Ester Moreira (orgs), Cultura, substantivo plural. Rio de Janeiro/So
Paulo, CCBB/ Editora 34, 1996.
ALVAREZ, Sonia, DAGNINO, Evelina, Escobar, Arturo. Introduo. O cultural e
o poltico nos movimentos sociais latino-americanos. In: ALVAREZ,
Sonia, DAGNINO, Evelina, Escobar, Arturo (orgs.), Cultura e poltica
nos movimentos sociais latino-americanos. Belo Horizonte, Ed.
UFMG, 2000.

AVALIAO

A avaliao do aluno ser realizada atravs de duas provas (valendo

respectivamente como G1 e G2), seminrios e fichamentos sobre a bibliografia
adotada e tambm da participao em sala de aula.
1 Avaliao G1: 1 de outubro
2 Avaliao G2: 19 de novembro
Prova Final: 26 de novembro

BIBLIOGRAFIA

Indicada junto com as unidades do programa.

PRINCIPAL
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR

MERCIER, Paul. Descobertas (partes I a IV). In: Histria da Antropologia. Rio

de Janeiro, Eldorado, 1974. (pp. 55-86)
WILLIAMS, Raymond. Cultura. In: Palavras-chave. SP: Boitempo Editorial,
2007.
MERCIER, Paul. Descobertas (partes I a IV). In: Histria da Antropologia. Rio
de Janeiro, Eldorado, 1974. (pp. 55-86)
MOURA, M.M. Nascimento da Antropologia Cultural. A obra de Franz Boas. So
Paulo, Hucitec, 2004
SAHLINS, M. Cultura e Razo Prtica: dois paradigmas da teoria antropolgica.
In: Sahlins, M. Cultura e Razo Prtica. Rio de Janeiro, Zahar, 1979
(pp.68-142) (seminrio).

CENTRO: CCS
DEPARTAMENTO: SOCIOLOGIA E POLTICA
SOC 1328

2008.2

Antropologia da Arte
Profa. Santuza Cambraia Naves
CARGA HORRIA TOTAL: 60
HORAS

CRDITOS: 4

PR-REQUISITO(S): Nenhum

OBJETIVOS

Acompanhar as discusses antropolgicas sobre arte e sociedade (ou arte e cultura)

ao longo dos sculos XX e XXI.

EMENTA

A antropologia da arte no sculo XX. A antropologia da arte em dilogo com o

modernismo. Arte e estruturalismo (Claude Lvi-Strauss). Arte como ao coletiva
(Howard Becker). Modos de produo e percepo artsticos (Pierre Bourdieu).
Consideraes contemporneas sobre arte e cultura.

PROGRAMA

O curso divide-se em seis partes. A primeira unidade dedicada a uma reflexo

mais geral sobre os principais fundamentos tericos da antropologia da arte,
contemplando o sculo passado e o momento atual. Na segunda unidade, lida-se
com as concepes de arte de alguns antroplogos do perodo modernista, como
Franz Boas e Roger Bastide. A partir da terceira unidade, contemplam-se alguns
aspectos da teoria estruturalista da arte. A quarta unidade reservada para a
discusso da arte como ao coletiva, de acordo com a teoria de Howard Becker.
Na quinta, analisam-se as categorias construdas por Pierre Bourdieu para o
entendimento da criao e da percepo artsticas. A sexta parte do curso discute, a
partir da perspectiva de vrios autores contemporneos, a relao entre arte e
cultura.

AVALIAO

A avaliao ser feita por meio de duas provas realizadas em casa, com consulta. A
primeira (G1), cujas questes sero distribudas aos alunos no dia 10 de setembro
(quarta-feira), dever ser entregue professora impreterivelmente no dia 22 de
setembro (segunda-feira) e seu resultado ser divulgado antes do prazo final para
cancelamento de disciplina. A segunda prova (G2), cujas questes sero
distribudas no dia 24 de novembro (segunda-feira), dever ser entregue no dia 3 de

dezembro (quarta-feira). Tambm podero influir na avaliao seminrios

realizados pelos alunos de textos que constam na bibliografia bsica ou
complementar do programa. O aluno ser dispensado de realizar a prova final
escrita (terceira avaliao) se obtiver mdia maior ou igual a seis (6,0), quando seus
dois primeiros graus forem maiores ou iguais a trs (3,0) e a mdia destes for maior
ou igual a seis (6,0).

BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL

1 unidade: A antropologia da arte no sculo XX

DIAS, Jos Antnio B. Fernandes. Arte e antropologia no sculo XX: modos de
relao. In Etnogrfica, vol. V (1), maio de 2001, pp. 103-129.
2 unidade: A antropologia da arte em dilogo com o modernismo
BOAS, Franz. Prefcio, Introduo e Artes grficas e plsticas: o elemento
formal na arte, In Arte primitiva. Lisboa, Fenda, 1996[1927], pp. XIII-XIX;
1-55.
PEIXOTO, Fernanda Aras. Roger Bastide e o modernismo: dilogo interessantssimo. In Dilogos brasileiros: uma anlise da obra de Roger Bastide.
So Paulo, Editora da Universidade de So Paulo, 2000, pp. 45-92.
3 unidade: Arte e estruturalismo (Claude Lvi-Strauss)
CHARBONNIER, Claude. A arte e o grupo, Trs diferenas, Arte natural e
arte cultural e Da arte como sistema de signos. In Entrevistas com Claude
Lvi-Strauss. Campinas, Papirus, 1989, pp. 53-103.
LVI-STRAUSS, Claude. Caduveo. In Tristes trpicos. Lisboa/Portuglia
Editora; So Paulo/Livraria Martins Fontes, s/d, pp. 193-241.
__________. A cincia do concreto. In O pensamento selvagem. Campinas,
Papirus Editora, 1989, pp. 15-49.
__________. Abertura. In O cru e o cozido mitolgicas. So Paulo,
Brasiliense, 1991, pp. 9-38.
4 unidade: Arte como ao coletiva (Howard Becker)
BECKER, Howard S. Mundos artsticos e tipos sociais. In Arte e sociedade:
ensaios de sociologia da arte. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1977, pp. 9-26.
__________. Arte como ao coletiva. In Uma teoria da ao coletiva. Rio de
Janeiro, Zahar Editores, 1977, pp. 205-222.
5 unidade: Modos de produo e percepo artsticos (Pierre Bourdieu)
BOURDIEU, Pierre. Modos de produo e modos de percepo artsticos. In A
economia das trocas simblicas. So Paulo, Perspectiva, 1987, pp. 269-294.
BOURDIEU, Pierre. A gnese histrica da esttica pura. In As regras da arte:
gnese e estrutura do campo literrio. So Paulo, Cia. das Letras, 2002, pp.
319-347.
6 unidade: Consideraes contemporneas sobre arte e cultura
GEERTZ, Clifford. A arte como um sistema cultural. In O saber local: novos
ensaios em antropologia interpretativa. Petrpolis, Vozes, 2001, 4a ed., pp.
142-181.
LAGROU, Elsje Maria. Antropologia e arte: uma relao de amor e dio. In Ilha
Revista de Antropologia. Florianpolis, vol. 5, n 2, dezembro de 2003.
GELL, Alfred. The problem defined: The need for an anthropology of art. Art
and agency: an anthropological theory. Oxford, Clarendon Press, 1998.
Traduo de Paulo Henriques Britto.
INGOLD, Tim. Aesthetics is a cross-cultural category. Key debates in
Anthropology. Londres e Nova York, Routledge, 1996, pp. 249-293.

Traduo de Paulo Henriques Britto.

MARCUS, George E. e MYERS, Fred R.. The traffic in art and culture: an
introduction. In The traffic in culture: refiguring art and anthropology.
Edited by George Marcus and Fred R. Meyers. Berkeley/Los
Angeles/London, University of California Press, 1995, pp. 1-51. Traduo de
Paulo Henriques Britto.
LAGROU, Elsje Maria. Resenha do artigo de Peter Gow intitulado Compulso
visual: desenhos e imagens nas culturas da Amaznia Ocidental. In
Antropologia em primeira mo. Florianpolis, 1995, pp. 1-16.
GOW, Peter. Visual compulsion: design and image in Western Amazonian
cultures. In Antropologia em primeira mo. Florianpolis, 1995, pp. 17-32.

BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR

MERQUIOR, Jos Guilherme. A delimitao do conceito de arte e A teoria da

msica, ou a arte como crtica da cultura. In A esttica de Lvi-Strauss. Rio
de Janeiro/Braslia, Tempo Brasileiro/Editora Universidade de Braslia,
1975, pp. 17-69.
SIMONIS, Yvan. O estruturalismo, lgica da percepo esttica. In Introduo
ao estruturalismo: Claude Lvi-Strauss ou A paixo do incesto. Lisboa,
Moraes Editores, 1979, 2a edio, pp. 235-250.
CASTRO, E. B. Viveiros de & ARAJO, Ricardo Benzaquen de. Romeu e Julieta
e a origem do Estado. In Arte e sociedade: ensaios de sociologia da arte.
Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1977, pp. 130-169.
PANOFSKY, Erwin. Introduo e A Antiguidade. In Idea: a evoluo do
conceito de Belo. So Paulo, Martins Fontes, 2000, pp. 7-34.

CENTRO UNIVERSITRIO DE CIENCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E POLTICA

SOC 1343
2NA

2008.2

ANTROPOLOGIA DA VIOLNCIA
CARGA HORRIA TOTAL:

60 HORAS

CRDITOS:

04

Professor: Paulo Jorge Ribeiro

Dias: 3 e 5 09:00 s 11:00h Sala F308
PR-REQUISITO(S):

OBJETIVOS

Nenhum

Este curso visa examinar algumas temticas presentes na agenda

da questo da violncia e da criminalidade urbana brasileira,
primordialmente tendo como cenrio o Rio de Janeiro contemporneo. Ser
almejado aqui perceber a cidade como uma experincia narrada e vivida a
partir de diferentes perspectivas, j que possvel conceber o entorno
urbano como um territrio povoado por diferentes outros que ameaam
constantemente a vida social indo desde a vulnerabilidade social at
temores morais, atravessados os termos pela desconfiana generalizada
ante as instituies. A cidade, assim, assume o rosto da inevitabilidade da
violncia, estando os dois termos convertidos em sinnimos, em imaginrio
indissocivel e intercambivel.
Neste cenrio, possvel serem enfatizadas duas dimenses que a
questo pode ser enfrentada: a primeira, referente a impossibilidade
intelectual e poltica de serem separadas as anlises da violncia e da
criminalidade urbana violenta de seus usos polticos e das articulaes com
o poder; a segunda, buscando perceber como os processos sociais
mediante os quais o medo nas sociedades contemporneas est se
constituindo, fundamentalmente tendo em vista sua vinculao com as
formas de sociabilidade e interaes culturais.

EMENTA

PROGRAMA

Ao buscar analisar a cidade e a violncia, ser o intuito deste curso

perceber algumas das construes das imagens, redes, circuitos e
processos da ordem e da violncia na sociedade brasileira. Isto porque a
definio e a conferncia de significados aos processos em curso nesta
sociedade so, a partir desta perspectiva, partes integrantes das prprias
polticas de verdade presentes nas questes que aqui sero abordadas.
1a parte: Mapeando questes: violncia, poder e ordem
Nesta primeira parte sero observadas algumas das contribuies
clssicas a respeito da anlise dos fenmenos da violncia. Estas sesses
introdutrias buscam desnaturalizar fenmenos como o poder e a violncia,
almejando historiciz-los e demarc-los conceitualmente.
2 parte: Os mltiplos cdigos interpretativos da violncia brasileira
Ser almejada nestas sesses a visualizao de algumas temticas
caras ao pensamento social brasileiro contemporneo, tendo em vista as
temticas da violncia. A partir da, pretende-se responder s seguintes
indagaes: quais os regimes discursivos que a violncia construda no

10

contexto brasileiro? Os enunciados produzidos a partir da podem construir

nossa realidade do fenmeno da violncia? possvel dissociar a violncia
dos discursos do senso comum?
3 parte: A violncia como drama cotidiano na Cidade Maravilhosa
Nestas sesses ser privilegiado o Rio de Janeiro como cenrio
onde so travadas batalhas pelas imagens da violncia e da ordem no
Brasil contemporneo. A partir da anlise de alguns autores significativos
que tomam o Rio de Janeiro como arena interpretativa, ser pretendido
discutir no somente a violncia do Rio de Janeiro, mas a prpria crise de
sociabilidade do Brasil hodierno.
4a parte: Imagens deslocadas: narrativas, alegorias e cenrios possveis da
violncia carioca

AVALIAO

A literatura brasileira produz contemporaneamente vrias narrativas a

respeito da violncia, principalmente a produzida pelos escritores que tm como
cenrio o Rio de Janeiro. Pretende-se analisar aqui como estes perfis urbanos
terrveis so construdos atravs destas narrativas ficcionais, da formulando
questes ao imaginrio da violncia e da sociabilidade carioca.
1 Avaliao: 18 de setembro
2 Avaliao: 18 de novembro
3 Avaliao: Seminrios
Prova final: 2 de dezembro

BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL

ELIAS, Norbert. Sugestes para uma teoria dos processos civilizadores, in

O processo civilizador - Vol. 2. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor,
1994.
WIEVIORKA, Michel. O novo paradigma da violncia. Tempo Social. Vol.
9, maio 1997.
CARVALHO, Maria Alice R. de. Violncia no Rio Discursos semnticos
e institucionais dos discursos sobre o Mal. Comunicao&Poltica.
Rio de Janeiro, Cedebra, 1995.
DAMATTA, Roberto. Os discursos da violncia no Brasil, in Conta de
Mentiroso: sete ensaios de antropologia brasileira. Rio de Janeiro,
Rocco, 1994.
VELHO, Gilberto. Violncia, reciprocidade e desigualdade: uma
perspectiva antropolgica, in Gilberto Velho e Marcos Alvito (orgs.)
Violncia e cidadania. Rio de Janeiro, FGV/Ed. UFRJ, 1997.
ZALUAR, Alba. Trabalhadores e bandidos: identidade e discriminao, in
A mquina e a revolta. So Paulo, Brasiliense, 2 edio, 1994.
SOARES, Lus Eduardo e CARNEIRO, Leandro Piquet. Os quatro nomes
da violncia. Lus Eduardo Soares (org.) Violncia e poltica no Rio
de Janeiro. Rio de Janeiro, Relume-Dumar, 1996.
SILVA, Hlio e MILITO, Cludia. Silncio, in Vozes do meio-fio. So
Paulo, Relume-Dumar, 1995.
ALMEIDA, Luiz Fernando. De olhos bem abertos. Rio de Janeiro, Ed. FGV,
2003.
FONSECA, Rubem. Feliz ano novo, in Feliz ano novo. Rio de Janeiro,

11

Artenova, 1975.
__________. O cobrador, in O cobrador. So Paulo, Companhia das Letras, 1994
(1979).
LINS, Paulo. Cidade de Deus. So Paulo, Companhia das Letras, 1997.

Filmografia1:
Pixote
Como Nascem os Anjos
A Grande Arte
O Matador
Notcias de uma guerra particular
Palace II
Cidade de Deus
O invasor

Tropa de elite
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR

Devido ao teor exploratrio deste curso, as sugestes bibliogrficas

podero ser alteradas a partir dos interesses especficos da turma. A
bibliografia auxiliar tambm ser distribuda a partir dos interesses de
pesquisa dos alunos.

A filmografia ser tambm alterada a partir da dinmica anteriormente observada,

fundamentalmente tendo em conta os filmes e documentrios que tambm tematizem as
questes abordadas no decorrer do curso.

12

CENTRO UNIVERSITRIO: CCS

DEPARTAMENTO: SOCIOLOGIA E POLTICA
SOC 1355

2008.2

Leitura e Anlise em Teoria Antropolgica

CRDITOS: 04
CARGA HORRIA TOTAL: 60 HORAS

PR-REQUISITO(S): Nenhum
Prof. Ricardo Benzaquen
OBJETIVOS

A disciplina tem a inteno de problematizar a noo de Pessoa, que surge na

Escola Sociolgica Francesa como uma das categorias que tornam possvel a vida
social. Trata-se, portanto, de chamar a ateno simultaneamente para a riqueza e a
precariedade desta e de qualquer outra- categoria, em condies de se transformar,
adquirir os mais diferentes sentidos e, conseqentemente, articular-se com
constelaes conceituais que conhecem desenhos variados e extremamente instveis

EMENTA

O primeiro objetivo da disciplina o de fornecer uma avaliao inicial acerca do

tratamento dispensado por Marcel Mauss relao indivduo/sociedade, razo pela
qual ela ir privilegiar tanto o estudo mais geral- da questo das categorias no
mbito da sociologia francesa, quanto a anlise do seu texto sobre a Noo de
Pessoa, procurando-se depois

examinar a repercusso que aquele tratamento

obteve em diferentes reas de investigao. Desse modo, na segunda parte do

curso, a nfase ser posta na discusso de autores como Jean-Pierre Vernant, Julian
Pitt-Rivers, Marshall Sahlins, Louis Dumont e Michel Leiris, os quais,
influenciados de maneira diversa por Mauss, tentam estender, ou seja, traduzir e
inevitavelmente alterar a sua reflexo para outras experincias de pesquisa, como a
Grcia clssica, as sociedades mediterrneas e a moderna civilizao ocidental.

PROGRAMA

Primeira Parte:
1- O Problema das Categorias na Escola Sociolgica Francesa.
2- A Noo de Pessoa na Obra de Marcel Mauss.
3- Indivduo, Graa e Equilbrio na Tradio Clssica.
4- Personalidade, Honra e Graa na Antropologia do Mediterrneo.

Segunda Parte:
5- Cultura como Cultivo: Louis Dumont e a herana germnica.
6- Consumo, Moda e Pecado Original: a civilizao ocidental segundo

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Marshall Sahlins.
7- O Homem das Multides: individualismo e sociedade de massas na
experincia moderna.
8- Os Selvagens de Paris: surrealismo, efervescncia e personalidade no
sculo XX.
AVALIAO

Conforme o critrio 7 e de acordo com a Resoluo 01/2005 da PUC. Os dois graus

de qualificao tm o mesmo peso na mdia final. Cada grau composto das notas
de um trabalho relacionado pesquisa eleitoral e de uma prova terica.

BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL

Clifford, James. Sobre o surrealismo etnogrfico, in A Experincia Etnogrfica

(org. por Jos Reginaldo Gonalves). Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 1998.

Dumont, Louis. Uma variante nacional: o povo e a nao em Herder e Fichte, in

O Individualismo. Rio de janeiro, Rocco, 1985.

Durkheim, mile. O individualismo e os intelectuais, in A Cincia Social e a

Ao. So Paulo, Bertrand, s/d.

Leiris, Michel. Espelho da Tauromaquia. So Paulo, Cosac & Naify, 2001.

Mauss, Marcel. A Noo de Pessoa, in Sociologia e Antropologia. So Paulo,

Cosac & Naify, 2003.

Peristiany, J. G. Honra e Vergonha: valores das sociedades mediterrnicas. Lisboa,

Fundao Calouste Gulbenkian, 1971.

Poe, Edgar Allan. O homem das multides, in Fico, Poesia & Ensaios. Rio de
janeiro, Nova Aguilar, 1981.

Sahlins, Marshall. Cultura na Prtica. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2004.

Vernant, Jean-Pierrre. O indivduo na cidade, in Indivduo e Poder. Lisboa,

Edies 70, s/d.

BIBLIOGRAFIA
COMPLEMEN
TAR

Baudelaire, Charles. A Modernidade de Baudelaire (org. por Teixeira Coelho). Rio

de janeiro, Paz e Terra, 1988.

14

Benjamin, Walter. Sobre alguns temas em Baudelaire, in Charles Baudelaire: um

lrico no auge do capitalismo. So Paulo, Brasiliense, 1989.

Campbell, Colin. A tica Romntica e o Esprito do Consumismo Moderno. Rio de

Janeiro, Rocco, 2001.

Dumont, Louis. Individualismo apoltico: Kultur nas Consideraes de Thomas

Mann, in Indivduo e Poder (vrios autores). Lisboa, Edies 70, s/d.

Durkheim, mile. Representaes individuais e representaes coletivas, in

Sociologia e Filosofia. Rio de Janeiro, Rocco, 1970.

Durkheim, mile e Mauss, Marcel. Algumas formas primitivas de classificao,

in Mauss, Marcel, Ensaios de Sociologia. So Paulo, Perspectiva, 1999.

Gumbrecht, Hans Ulrich. Em 1926. Vivendo no Limite do Tempo. Rio de Janeiro,

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Meier, Christian. Poltica e Graa. Braslia, Editora Universidade de Braslia, 1997.

Mauss, Marcel. Sociologia e Antropologia. So Paulo, Cosac & Naify, 2003.

Pitt-Rivers, Julian. La ley de la hospitalidad, Tres in Ensayos de Antropologia

Estructural. Barcelona, Editorial Anagrama, s/d(a).

___. Derecho de asilo y hospitalidad sexual en el Mediterrneo, in Tres Ensayos

de Antropologia Estructural. Barcelona, Editorial Anagrama, s/d(b).

Simmel, Georg. La moda, in Sobre la Aventura. Barcelona, Ediciones Pennsula,

2002.

Vernant, Jean-Pierre. A bela morte e o cadver ultrajado, in Discurso, nmero 9,

1979.

___.Psykh: duplo do corpo ou reflexo do divino?, in Entre Mito e Poltica. So

Paulo, Edusp, 2001.

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Obs. A bibliografia poder sofrer alteraes, previamente discutidas com a turma,

no decorrer do semestre. Registre-se, porm, que qualquer novo texto que
venha a ser considerado ser utilizado, basicamente, na sua traduo para o
portugus.

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