Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Cartografias Da Consciencia Várias

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 8

1

CARTOGRAFIA DA CONSCINCIA PROPOSTA POR ROBERTO ASSAGIOLI Para Assagioli, (1888-1974), o centro da vida psquica o Self, sede das mais altas potencialidades humanas, parcialmente individual e parcialmente universal, do qual o eu apenas um reflexo (TABONE, 2008) O psiquiatra italiano Roberto Assaglioli desenvolveu em oposio Psicanlise, uma teoria chamada Psicossntese, que prope uma psicoterapia holstica, cujo objetivo permitir pessoa o acesso ao acervo a todas as reas de sua sub-personalidade. Ele apresenta um diagrama com a representao total da psique. Desse modo, introduz trs divises, que representam o passado, o presente e o futuro. - O INCONSCIENTE INFERIOR que representa o passado psicolgico na forma de complexos reprimidos e de memrias esquecidas, a regio mais distante do Self. - O INCONSCIENTE MDIO onde encontra-se todas as habilidades e estados da mente que podem ser traduzidos livremente para o nosso campo de conscincia. Nessa regio so elaboradas as atividades mentais e imaginativas comuns, antes de nascerem para a luz da conscincia. - O SUPRACONSCIENTE a regio do nosso futuro evolucionrio, onde recebemos nossas intuies e aspiraes superiores. Segundo Assagioli a fonte dos sentimentos mais altos e sublimes. A CARTOGRAFIA DA CONSCINCIA PROPOSTA POR KEN WILBER Em seu trabalho Ken Wilber (1952), compara o espectro da conscincia com o espectro eletromagntico. (TABONE,2008). Wilber realiza uma tentativa de integrao de conhecimentos, tanto das escolas psicolgicas convencionais quanto das abordagens da conscincia das culturas ocidental e oriental. Os trs nveis maiores do espectro da conscincia apresentado por ele: 1- NVEL DO EGO Neste nvel a reunio da persona com a sombra alarga o campo da conscincia. Segundo ele as terapias ocidentais so dirigidas ao ncleo do ego, com o objetivo de fortalecer o ego, desenvolver uma auto-imagem mais precisa e tornar consciente o inconsciente. 2- NVEL EXISTENCIAL Neste nvel, o homem eliminou a dicotomia psique-soma e seu sentido de identidade se ampliou. As terapias indicadas so: Reich, Anlise Existencial, Hatha Yoga, Psicodrama, Bionergtica. 3- NVEL TRANSPESSOAL Neste estgio, o senso de identidade se expande e este o nvel das ocorrncias de percepo extra-sensorial como: precognio, clarividncia, telepatia viagem astral e as experincias vindas do Inconsciente Coletivo de Jung. As terapias e tcnicas para esse nvel so; Terapia Junguiana, Visualizao Criativa, Meditao e todas as tcnicas teraputicas de orientao transpessoal. 4- NVEL DA MENTE Nesse nvel final do spectrum coloca-se em movimento a energia da busca e do reconhecimento da sua verdadeira identidade, que a unio com a energia bsica do universo. MODELO ESPECTRAL DA CONSCINCIA DE KEN WILBER A cartografia da conscincia de Ken Wilber contm, tal como a de Grof, trs nveis bsicos e interativos da conscincia, constitudos por diversos subnveis ou faixas, que em seu conjunto ele denomina o espectro da conscincia, e que se inicia na fragmentao da Conscincia Absoluta, a Conscincia Csmica das tradies espirituais : 1. NVEL DA MENTE trata-se da conscincia universal, origem do espao, tempo, matria, energia, vida e conscincia. Nas tradies espirituais conhecida como

Deus, Yav, Tao, Brahman, conscincia csmica, Allah, entre outros nomes. a base intemporal, hologrfica e no-local de todos os fenmenos temporais, inclusive nossas mentes individuais. Por ser a origem de todas as coisas, este o fundamento e o primeiro nvel da conscincia pessoal. Neste nvel, pessoas que atingiram o despertar, se identificam com o todo e entram em comunho com a energia bsica do universo. 2. NVEL EXISTENCIAL Trata-se de um movimento da mente csmica rumo diversificao, onde ela assume uma multiplicidade ilusria de formas, entre as quais a nossa conscincia individual. Neste nvel, a conscincia csmica d lugar a divises e dualidades que no so reais, mas apenas aparentes. Desta forma nos percebemos como uma conscincia individual, separada da fonte, tal como uma onda que se sobressai no mar. Por meio desta diversificao, que percebemos como fragmentao, nos identificamos com nosso organismo, criando uma identidade pessoal, gerando o nvel existencial, e nele um homem desindentificado com o cosmos ( Pierre Weil denomina este fenmeno de fantasia da separatividade e neurose do paraso perdido ). 3. NVEL DO EGO A fragmentao continua, a ponto das pessoas sequer se identificarem com todo seu organismo. Deixamos o corpo de lado e passamos a nos identificar somente com nossa mente. Criamos uma oposio mente/ corpo. No dizemos eu sou um corpo, mas eu tenho um corpo. E a esse Eu que tem um corpo, chamamos de ego. o nascimento da oposio psique versus soma. Wilber de forma brilhante, resume sua teoria da evoluo do espectro da conscincia da seguinte forma, pg 153 de O Espectro da Conscincia: De maneira simplista podemos encarar tudo isso assim: A energia mobilizada no Nvel da Mente pura, sem forma ( isto , vazia), atemporal, infinita, mas, quando se eleva atravs dos nveis do espectro, comea a desintegrar-se, assumindo imagens e formas dualsticas. Consequentemente, cada nvel se caracteriza pela natureza da desintegrao dualstica que nele ocorre. Assim sendo, no Nvel Existencial, a energia desintegrou-se e fragmentou-se em energia do eu versus energia ambiental; na Faixa biossocial, a energia do eu comea a tomar forma, recolhendo os adornos e coloridos daquele nvel; ao passo que no Nvel do Ego ela se desintegrou ainda mais em energia corprea versus energia psquica. O Nvel da Sombra representa simplesmente uma continuao da desintegrao, onde a prpria energia psquica se cinde e fragmenta Psicologia e Psicoterapia Transpessoal: Novo Paradigma Integrador Embora a maior parte destes processos represente novos princpios no arsenal teraputico ocidental, na realidade eles so antigos; desde tempos imemoriais, eles tem tido um papel importante nas prticas xamnicas, em rituais de cura e em ritos de passagem. Eles esto sendo agora, redescobertos e reformulados em termos cientficos modernos. ACARTOGRAFIA DA CONSCINCIA PROPOSTA POR ROGER WOOLGER O Dr. Roger Woolger Ph.D. um dos pioneiros na rea da Psicologia Transpessoal. Sua cartografia intitulada Flor de Ltus. Cada uma de suas ptalas representa um dos planos do complexo Krmico. 1- BIOGRFICO, refere-se a dados histricos desta vida interligadas ao complexo. 2- PERINATAL, refere-se a memrias intra-uterinas e do parto. 3- EXISTENCIAL, refere-se a questes do momento atual. 4- ARQUETPICO, refere-se a compreenso do Karma e misso para essa vida.

5- SOMTICO, refere-se a sintomas fsicos ligados ao complexo. 6- VIDAS PASSADAS, refere-se ao drama de existncias anteriores onde ocorreu o

bloqueio fsico e o psicolgico. Woolger segue a viso de Jung, onde a individuao um processo de unificao dos opostos da psique. Woolger (1988) no seu livro As Vrias Vidas da Alma escreve que: O inconsciente tambm um depsito de memrias de vidas passadas. O inconsciente utiliza fantasias e simbolismos para facilitar a emergncia de contedos traumticos procura de catarse e integrao. Geralmente s so acessadas aquelas memrias que estamos preparados para integrar na personalidade consciente. Na nossa conscincia mais profunda abrangente somos seres mltiplos, que temos muitas personalidades dentro de ns. A medida que o inconsciente acessa os contedos mais sombrios, h mais liberao, mais integrao em direo luz e conseqente transformao. (Woolger, 1988, p.34) 33 A CARTOGRAFIA DA CONSCINCIA PROPOSTA POR STANISLAV GROF Stanislav Grof (1931), psiquiatra checo norte americano, prope uma cartografia da conscincia em quatro nveis: ABSTRATO E ESTTICO - onde ocorre uma alterao senso-perceptiva PSICODINMICO - para melhor compreender esse nvel, ele introduz um novo conceito que chamou de Sistema COEX (sistema de experincias condensadas) ou seja: uma constelao de memrias, que so experincias vivenciadas em vrias etapas da vida do indivduo que possuem a mesma ou muito similar carga de energia. Os sistemas COEX so princpios gerais da organizao da psique humana e se assemelham s idias de Jung sobre os complexos psicolgicos. PERINATAL E INCIO DAS EXPERINCIAS TRANSPESSOAIS como seu nome indica relativa todos os fenmenos que acontecem ao redor do parto. NVEL TRANSPESSOAL Grof concluiu que as experincias transpessoais representam fenmenos originados nos nveis mais profundos do inconsciente. Segundo ele as experincias transpessoais no so limitadas aos estados psicodlicos. Elas ocorrem tambm em sesses de psicoterapia ou espontaneamente na vivncia do paciente por uma experincia de intensidade fora do comum, seja ela mstica ou sexual. Em uma vivncia transpessoal o senso de identidade se expande para alm da sua imagem corporal. STANISLAV GROF E OS ESTADOS ALTERADOS DE CONSCINCIA Nasceu em Praga, Checoslovquia, onde tambm recebeu seu treinamento cientfico, a titulao M.D. da Charles University School of Medicine e a titulao Ph.D (Doutor em Filosofia na Medicina) da Academia Checoslovquia de Cincias. Psiquiatra com mais de cinqenta anos de experincia em pesquisa com estados incomuns de conscincia, induzidos por substncias psicodlicas ou por tcnicas como a Respirao Holotrpica, mtodo de terapia e auto explorao desenvolvido por ele junto com sua esposa Christina. Holotrpico significa orientado para a totalidade/inteireza (do grego Holos que quer dizer totalidade, inteireza e Trepein que quer dizer indo em direo a algo). A Respirao Holotrpica uma combinao de respirao mais rpida com msicas evocativas e trabalhos corporais de liberao energtica. Nesses estados holotrpicos, pode-se transcender as fronteiras do ego vrias vezes. O campo da

conscincia acessa contedos de outras dimenses, ligados a histria pessoal, ao inconsciente pessoal, inconsciente coletivo, aspectos da natureza, sequncia de morte e renascimento, sem perdermos o contato com a realidade diria. Nas suas experincias, proporcionava aos pacientes contato com acontecimentos do perodo gestacional, traumas vividos durante a passagem do parto e at recordaes de experincias anteriores (reencarnaes passadas). Essas experincias ajudam a desenvolver um senso de sentido e objetivo vida, ajuda a superar crises existenciais e despertar uma viso mais compassiva para consigo, com a humanidade e com todo o planeta. A pesquisa dos estados holotrpicos revela que, de uma forma ainda inexplicvel as experincias transpessoais ocorrem durante o processo de autoexplorao individual profunda e se transforma em uma experincia extra-sensorial de vrios aspectos do universo como um todo. As pessoas que tiveram essas experincias no s as acharam autnticas e convincentes, como forneceram insight e relatos surpreendentemente corretos sobre acontecimentos histricos, detalhes especficos das culturas, aspectos anatmicos e bioqumicos do corpo, hbitos incomuns de animais e outros. (GROF, 2007, p.80). Observa-se no trabalho de Grof o reconhecimento da importncia dos aspectos espirituais da mente, da transpessoalidade do psiquismo, tanto para a identificao das patologias que fogem a dimenso biogrfica, quanto para os fundamentos tericos- metodolgicos de uma psicologia que leva o homem a sua constituio csmica. Em entrevista dada Revista Omega (2002), Grof diz: difcil reconciliar conceitos como Conscincia Csmica, reencarnao ou iluminao espiritual com os princpios bsicos da cincia materialista. Porm no impossvel fazer uma ponte sobre o hiato entre cincia e religio se as duas forem compreendidas corretamente. .. A falha em diferenciar espiritualidade de religio provavelmente a mais importante fonte mal-entendidos concernentes relao entre cincia e religio (GROF, 2007, p.5) Portanto, Grof percebe nos insights vivenciados pelos seus pacientes a sensao de clarificao repentina. a revelao da identidade do indivduo com o divino, o segredo supremo que se encontra em todas as tradies espirituais. Para ele a conexo com realidades mais elevadas e o conhecimento libertador do vazio, possibilita tolerar aquilo que de outra forma seria insuportvel. Cada um de ns contm a informao sobre todo o Universo e toda a sua existncia e temos o potencial de acessar e experimentar todas as suas partes (GROF,2007, p.75). Grof coloca a espiritualidade como sendo uma dimenso importante da existncia e tornar-se consciente desse fato um desenvolvimento desejvel na vida humana. Para alguns, esse processo toma a forma de experincias incomuns que podem ser dramticas e perturbadoras, com isso ele e Christina criaram o termo emergncias espirituais para essas crises de transformaes. Diante da jornada pessoal e profissional, compartilhando juntos, veio a idia de Christina de fundar a Spiritual Emergence Network, que uma associao mundial que d apoio s pessoas que esto tendo experincias de passar por crises de transformao. CARTOGRAFIA DE STANISLAV GROF 1 Nvel: ABSTRATO E ESTTICO Denominado por Grof tambm como Barreira sensorial. Esse nvel acessado sempre antes de iniciar uma explorao mais

profunda. Inicia-se com diversas experincias sensoriais inespecficas, como vises bsicas de cores e padres geomtricos, audio de sinos ou buzinas, sensaes tteis em vrias partes do corpo, gostos ou cheiros. Estas sensaes, segundo Grof, no parecem ter nenhum significado simblico mais profundo, no sendo relevantes para a auto-explorao e constituindo apenas uma barreira sensorial. 2 Nvel: REMEMORATIVO-BIOGRFICO OU INCONSCIENTE INDIVIDUAL Nesse nvel da auto-explorao, qualquer coisa da vida da pessoa em questo pode emergir do inconsciente e tornar-se o contedo da experincia, seja um conflito no resolvido, uma memria reprimida que no foi integrada, ou algum tipo de gestalt psicolgica incompleta. 3 Nvel: PERINATAL Relaciona-se com o perodo pr-natal do indivduo (regresso fetal) e o momento do parto biolgico. O estudo desse nvel, segundo o autor, revela a origem de uma srie de sndromes psicopatolgicas como tendncia ao suicdio, ansiedade, comportamentos agressivos dentre muitos outros. Esse nvel dividido em quatro sub-nveis: Matrizes perinatais bsicas (MPB): um, dois, trs e quatro. Cada sub-nvel est associado memria de um momento especfico da vida pr-natal, desde a unio simbitica com a me at a passagem pelo canal de parto e o nascimento. 4 Nvel: TRANSPESSOAL Senso de identidade expandido alm da identificao com a imagem corporal, transcendncia de percepo do espao e do tempo, dentre vrias outras caractersticas. O autor descreve trs nveis na dimenso transpessoal da psique, cada qual com vrios sub-nveis que por sua vez constituem dezenas de classes de experincia. Extenso experiencial dentro da realidade e do espao-tempo consensuais. - Experincias em que h transcendncia de limites espaciais. Exemplo: Experincias de Unidade com e Vida e com Toda a Criao; - Transcendncia dos limites de tempo linear. Exemplo: Experincias de Evoluo planetria; - Introverso fsica e estreitamento da conscincia. Exemplo: Experincias de rgos tecidos ou clulas; Extenso experiencial alm da realidade e do espao-tempo consensuais. Exemplo: Experincias da conscincia csmica Experincias transpessoais de natureza paranormal - Vnculos sincrnicos entre conscincia e matria (sincronicidades); - Acontecimentos paranormais espontneos. Exemplo: mediunidade fsica; - Psicocinese intencional. Exemplo: curas medinicas direcionadas; O grau mais profundo observado em experincias transpessoais considerado o vcuo-supracsmico ou O vazio. uma experincia de carter extremamente paradoxal, pois esse vazio, ao mesmo tempo em que vazio contm toda a existncia em estado potencial. MATRIZES PERINATAIS Perinatal um termo criado pela psicologia transpessoal e significa em torno do nascimento. Portanto, experincias perinatais so experincias relacionadas a todo o processo do nascimento, desde a concepo at o momento imediatamente aps o parto. Estas experincias concretas, pelas quais todos os seres vivos passam, influenciam profundamente o desenvolvimento e a vida adulta do ser, pois ficam registradas em nossa memria e criam padres de comportamento que tendem a

repetir essas experincias ao longo da vida, caso no tenham sido plena e satisfatoriamente vivenciadas. Para fins de compreenso, dividimos estas experincias perinatais em quatro etapas ou quatro momentos e as chamamos de matrizes perinatais. Uma pessoa pode ficar literalmente presa em uma ou mais destas matrizes, at que esta seja perfeitamente compreendida e integrada na psique. Apresento abaixo um esquema onde se pode observar cada matriz relacionada a seu padro de comportamento saudvel (quando plenamente integrada) ou o patognico correspondente, bem como, vises e sensaes coletadas em trabalhos com estados ampliados e conscincia. Matriz Perinatal I Chamada tambm de ocenica o momento onde o feto pequeno e o espao no tero materno grande. Quando a gravidez desejada, o estado de sade da me bom e o ambiente familiar estvel costumamos encontrar imagens de vastas regies sem fronteiras, acompanhadas de uma incrivelmente prazerosa sensao de liberdade; identificao com galxias, estrelas ou seres marinhos, como golfinhos ou baleias. As memrias intra-uterinas imperturbadas podem tambm abrir vises da natureza segura e provedora, linda e incondicionalmente amorosa: a me terra. A experincia do tero bom tambm pode abrir perspectivas paradisacas como o Reino dos Cus, descrito pelas diferentes culturas. Em seu aspecto negativo ou em experincias de tero mau, temos memrias de sensaes de ameaa e sentimos que estamos sendo envenenados. Surgem imagens retratando guas poludas e depsitos de lixo, onde nos encontramos mergulhados. Isto acontece em casos de ingesto de substncias txicas como cigarros, bebidas alcolicas e demais drogas ou, mesmo, devido a problemas de sade da me, estados de medo, raiva, brigas familiares, etc. Situaes como eminncia de um aborto, natural ou intencional, so geralmente conectadas a sensaes de ameaa universal e vises apocalpticas do fim do mundo. Consequncias associadas da vida psnatal: Aspecto positivo: capacidade de reproduzir sentimentos de felicidade e liberdade, prazer fsico, relaes compensadoras de amizades, namoros, admirao pela beleza e pela arte, respeito pela natureza ... Aspecto negativo: sintomatologia paranide, sentimentos de unio mstica com foras malficas, sensaes de estar impuro ou doente, hipocondria, devaneios e percepo confusa da realidade. Matriz Perinatal II Tambm conhecida como inferno sem sada o momento prximo ao parto, quando o bebe grande, o espao no tero pequeno e as contraes comearam, mas a sada ainda no se mostra possvel. Esta etapa sempre percebida como difcil. As memrias intra-uterinas desta matriz nos remetem a sensaes de estarmos sendo esmagados por rolos compressores, engolidos por feras gigantescas ou presos nos tentculos de enormes polvos. Joseph Campbell comenta a respeito desta matriz como sendo o tema universal da jornada do heri: Reviver completamente este estgio do nascimento, onde o tero est contraindo, mas o colo ainda no est aberto, uma das piores experincias que um ser humano pode ter. S. Grof Campos de concentrao, masmorras, hospcios, animais presos em armadilhas, Cristo perguntando a Deus porque o abandonou... Este estado de escurido e desespero conhecido como a noite escura da alma e um importante

estgio da abertura espiritual, se for vivenciado em sua profundidade, trazendo efeitos purificantes e libertadores. Consequncias associadas na vida ps-natal: Aspecto integrado: capacidade para enfrentar situaes difceis da vida, como doenas, assaltos, acidentes, etc. Aspecto mal integrado: sensaes de um mundo sem sentido, severas depresses, sensaes irracionais de culpa e inferioridade, fuga diante de situaes difceis, alcoolismo, etc... Matriz Perinatal III Conhecida como inferno com sada, trata-se do momento do parto propriamente dito; o momento em que o colo se abre e o bebe far o esforo necessrio para atingir a liberdade. Esta fase extraordinariamente rica e dinmica. As memrias nesta fase so associadas com batalhas, cenas sangrentas de violncia, confronto com impulsos sexuais, cenas de orgias, sabat de feiticeiras, etc..., em uma mistura de excitao, ansiedade, agresso, dor e contato com materiais biolgicos normalmente repulsivos. um importante momento de encontro com os impulsos obscuros de nossa personalidade, a sombra, descrita por Jung. Consequncias associadas na vida ps-natal: Aspecto integrado: sexualidade positiva, reintegrao da sombra, capacidade de gerar autoconfiana e confiana em seu processo, positividade diante da vida, conscincia de seus potenciais e fora interior. Aspecto no integrado: elementos sadomasoquistas e escatolgicos, desvios sexuais em geral, automutilao, neurose obsessiva compulsiva, asma, tiques nervosos e gagueira. Obs.: Os cesariados simplesmente so privados de vivenciarem esta matriz, formando-se uma lacuna em sua psique. comum trabalharmos com pessoas cesariadas que simplesmente no sabem como sair de uma situao. Matriz Perinatal IV Conhecida como a sada o momento imediatamente aps o parto, quando o mdico corta o cordo, d o famoso tapinha e coloca a criana nos braos da me. Esta matriz, assim como a primeira, depende de uma boa conduo, sendo um momento de crucial importncia; representa o emergir para o mundo, traz memrias de chamas purificadoras e identificao mitolgica com a fnix. O fogo purificador consumindo tudo o que corrompido e trazendo as sombras luz. um momento de morte e renascimento, pois aquele ser aqutico, que vive em um local escuro e protegido, alimentado por um cordo, morre, dando lugar a um ser terrestre e independente, que respira e se alimenta s suas prprias custas e vive na luz. Aspectos negativos so observados quando aps tanto esforo, luta, morte e renascimento a criana no bem recebida ou rejeitada ou no pode ter contacto imediato com a me (precisa ir para encubadeira); ou mesmo por negligncia e insensibilidade por parte dos mdicos sobre a importncia deste momento e, principalmente, pela falta de conhecimento de que estes registros ficaro marcados na memria daquele ser... Consequncias associadas na vida ps-natal: Aspecto integrado: capacidade de vencer obstculos, sensao de saciamento, contentamento diante da vida, capacidade de gerar f na existncia e boa vontade. Aspecto no integrado: sentimentos de destruio, no reconhecimento, delrios messinicos, exibicionismo, necessidade de chamar ateno para si, dificuldade de contacto afetivo, fsico e/ou emocional.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS. GROF, S., A Aventura da Autodescoberta. So Paulo, Summus Editorial, 1997. GROF, S., A Mente Holotrpica. Rio de Janeiro, Rocco, 1994.

Você também pode gostar