Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

CT 30

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 32

2 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

almente O consumo de água e a incidência de • Redução de 40% a 60% no uso de


doenças da parte aérea, aumentando a fungicidas: por não molhar a folhagem e
produtividade e a qualidade dos frutos. Em 2002, a os frutos e não lavar o fungicida aplicado,
área irrigada de tomateiro por gotejamento atingiu diminui a incidência de doenças da parte
620 ha, devendo, segundo previsão das indústrias aérea.
de processamento, aumentar expressivamente nos
• Maior flexibilidade no uso da fertirrigação:
próximos anos.
os fertilizantes são aplicados junto às
raízes das plantas, em regime de alta
A viabilidade econômica do gotejamento somente
freqüência conforme as necessidades das
é plenamente atingida quando o manejo da
plantas, aumentando a eficiência de uso
irrigação e da fertirrigação é realizado de forma
pelas plantas.
eficiente e racional. Por favorecer que os
nutrientes sejam fornecidos de forma parcelada, • Incremento na receita líquida do produtor
atendendo às necessidades das plantas, a entre 20% e 30%.
fertirrigação contribui para que a fertilidade do
solo seja mantida num nível próximo ao ótimo Alguns inconvenientes associados ao gotejamento
durante todo o ciclo da cultura, maximizando a são: maior custo inicial por unidade de área (R$
absorção de nutrientes pelas raízes. 6.000 a 10.000 t/ha contra R$ 3.500 a 5.000 t/ha na
aspersão); possibilidade de entupimento dos
Esta circular é destinada a produtores e técnicos gotejadores; necessidade de remoção das linhas de
ligados à área de produção de tomate para gotejadores ao final de cada safra. Entretanto, o
processamento industrial. Tem por objetivo maior custo do sistema é compensado por um
apresentar informações básicas, assim como incremento na receita total, enquanto que
aspectos relevantes e atuais sobre o manejo da problemas de entupimento podem ser evitados
água de irrigação e da fertirrigação por com o tratamento da água e o manejo adequado da
gotejamento. fertirrigação.

Sistema por Gotejamento


Características do Sistema
O sistema de irrigação por gotejamento é
Vantagens do Sistema
constituído, de forma geral, por: conjunto
As principais vantagens do gotejamento,
motobomba; cabeçal de controle (sistema de
comparado à aspersão, para a irrigação do
filtragem, sistema de injeção de fertilizantes);
tomateiro são:
unidade de distribuição de água (linha adutora,
linhas de distribuição, linhas laterias, gotejadores,
• Incremento de produtividade entre 20% e
válvulas, acessórios). Válvulas reguladoras de
40%: rendimentos de 100 a 140 t/ha
pressão, anti-vácuo e de final de linha devem ser
podem ser facilmente obtidos.
utilizadas para um melhor funcionamento do
• Menor gasto de- água: utiliza entre 20% e sistema e maior eficiência da irrigação.
40% a menos de volume água, por não
molhar toda a superfície do solo e O sistema pode ser automatizado por meio de
apresentar maior eficiência de irrigação. painéis controladores, válvulas hidráulicas e
sensores (Fig. 1). Freqüentemente são utilizados
• Maior eficiência (25% e 40%) no uso de controladores básicos, onde são programados
água pelas plantas: 25 a 35 gramas de apenas as datas, os horários e a duração das
fruto por quilograma de água. irrigações. Para tais controladores, a duração das
irrigações devem ser
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 7

medidor de pH). O uso do ácido fosfórico deve fabricantes de gotejadores recomendam filtros
ser evitado, pois possui baixo poder entre 75 e 150 µm (200 e 100 mesh,
acidificante, pode formar precipitados na respectivamente). Alguns tipos de gotejadores
presença de cálcio e pode conter quantidades toleram partículas de até 600 µm (20 mesh).
expressivas de ferro solúvel.
Partículas de silte (2 a 50 µm) e de argila « 2
Outra medida preventiva que pode ser adotada µm) não provocam, via de regra, problemas de
quando as concentrações de ferro, manganês e entupimento de gotejadores de fluxo turbulento,
sulfetos na água de irrigação estiverem acima dos pois fluem facilmente pelas passagens de água.
limites mínimos aceitáveis (Tabela 1) é a cloração Todavia, águas barrentas podem provocar
da água, mantendo-se cerca de 1 mg/L de cloro obstrução gradativa em alguns tipos de
residual livre. Neste caso, os precipitados gotejadores, devendo ser evitadas. Neste caso,
resultantes da oxidação devem ser filtrados antes a água deve ser submetida a um processo de
de adentrarem o sistema de irrigação. sedimentação ou de floculação antes
de ser utilizada.
O processo mais eficiente para a remoção de
ferro da água de irrigação é o da aeração seguido Os filtros de disco e de tela são indicados para
de filtragem ou decantação. Antes que adentre o eliminar praticamente quaisquer tipos de sólidos
tanque de decantação, a água é submetida a suspensos, mas são facilmente obstruídos por
uma completa aeração para oxidar o ferro à materiais orgânicos. Os filtros de areia retêm
forma insolúvel. A incorporação de oxigênio à grandes quantidades de sólidos suspensos e de
água pode ser realizada aspergindo a água ou materiais orgânicos antes de serem obstruídos.
fazendo com que a água passe sobre uma série Apesar de reterem partículas menores que 100
de defletores. µm (depende do diâmetro do elemento filtrante),
os filtros de areia devem ser seguidos por um
A obstrução parcial de gotejadores porpreci- filtro secundário de tela ou discos para evitar que
pitados químicos pode ser muitas vezes revertida partículas de areia do próprio filtro entrem no
injetando-se ácido durante 30 a 60 min no sistema (Fig. 2).
sistema, numa concentração que reduza o pH da
água para 4,0. Problemas mais sérios de
entupimento podem, em alguns casos, ser
minimizados reduzindo-se o pH da água para 2,0.
Após a aplicação do ácido, deve-se irrigar em
excesso e com a pressão mais elevada possível
para a limpeza final
das tubulações e gotejadores.

Aspectos Físicos
As partículas inorgânicas suspensas e os
materiais orgânicos presentes na água podem
causar a obstrução dos gotejadores. O problema
pode ser eliminado filtrando-se a água e lavando-
se a linha de gotejadores periodicamente. O uso
de válvulas de final de linha, em cada lateral,
possibilita que a lavagem seja automática. A Fig. 2. Conjunto de filtros de areia e de disco, com
maioria dos sistema de retrolavagem automática.
8 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

Partículas de maior diâmetro e densidade, como 10 e 20 mg/L, se injetado de uma a duas vezes
areia grossa, são eliminadas por filtros do tipo por semana durante os últimos 30 minutos da
ciclone, centrífugos ou tanques de sedimentação. irrigação. Problemas graves de obstrução podem
Problemas com detritos vegetais (folhas, galhos ser minimizados realizandose uma supercloração
etc.) podem ser reduzidos com o uso de telas na (100 a 500 mg/L) e deixando-se a solução por 24
captação de água. horas dentro da tubulação. Para maior eficiência,
o cloro deve ser usado em água com pH entre 5,5
o uso de água com quantidade excessiva de
e 6,5. O hipoclorito de sódio ou de cálcio, o gás
materiais em suspensão requer a lavagem
cloro e o ácido hipocloroso são as principais
freqüente do elemento filtrante para não provocar
fontes.
perdas excessivas na pressão do sistema.
Nesses casos, os filtros com retrolavagem
automática são recomendados. Necessidade de Água das Plantas

Aspectos Biológicos
O desenvolvimento de algas e bactérias, A quantidade de água necessária
inclusive dentro da tubulação, pode causar para a irrigação do tomateiro varia de 350 a 500
problemas de obstrução de gotejadores. A mm, dependendo das condições climáticas, da
proliferação de algas é estimulada pela presença cultivar e do sistema de irrigação. O uso diário de
de nutrientes aplicados pela fertirrigação. Vários água, chamado de evapotranspiração da cultura e
gêneros de bactérias, por outro lado, quando na expresso em mm/dia, engloba a lâmina de água
presença de substâncias como sulfetos, ferro, transpirada pelas plantas e a água evaporada do
manganês e argila, produzem mucilagem (Iodo) solo.
que podem obstruir os gotejadores. Ativo
O tomateiro apresenta quatro estádios distintos de
desenvolvimento de bactérias pode ocorrer
desenvolvimento com relação às necessidades
mesmo quando a concentração de ferro,
hídricas: inicial, vegetativo, frutificação e
manganês ou sulfetos na água é baixa (0,2
maturação. A duração de cada estádio depende,
mg/L).
principalmente, da cultivar e das condições
A cloração é o tratamento mais indicado para o edafoclimáticas predominantes. Informações
controle de algas e bactérias; todavia, é caro e sobre turno de rega, coeficiente de cultura, tensão
requer manejo cuidadoso. O cloro residual livre no crítica de água no solo e profundidade efetiva do
final da linha de gotejadores deve ser entre 0,5 e sistema radicular das plantas nos diferentes
2,0 mg/L, se injetado de forma contínua durante a estádios de desenvolvimento são apresentadas na
irrigação, ou entre Tabela 2.

1 Valores recomendados para a região do Cerrado.


2 Plantio convencional e direto de mudas em palhada, respectivamente. 3 O menor valor
refere-se ao início do estádio.
Fonte: Adaptado de Marouelli & Silva (2001) e Marouelli et aI. (2001).
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 9

Estádio Inicial Estádio de Frutificação


Atualmente, os plantios de tomate são realizados O estádio de frutificação, que se prolonga até o
utilizando-se de mudas. Assim, o estádio inicial início da maturação, é o mais crítico quanto à
vai do transplante das mudas até o deficiência de água no solo. A deficiência de água
estabelecimento inicial das plantas. Irrigações reduz a viabilidade de pólen e o tamanho de
em excesso podem favorecer a maior incidência frutos, comprometendo ã produtividade; enquanto
de doenças e comprometer o estande. Por outro o excesso, especialmente em sistema por
lado, a falta de água prejudica o pegamento das gotejamento superficial, favorece a ocorrência de
mudas. doenças de solo e da parte aérea.

o transplante deve ser realizado em solo É o estádio em que o tomateiro atinge a


previamente irrigado. A lâmina de água a ser máxima demanda de água, devendo a umidade
aplicada antes do transplante deve ser suficiente do solo permanecer próxima à capacidade de
para elevar a umidade da camada de solo entre O campo. Períodos prolongados de deficiên
e 40 cm até a capacidade de campo. Dependendo cia hídrica, seguidos de irrigação em excesso,
do tipo e da umidade inicial do solo, deve-se podem causar danos fisiológicos, como
aplicar uma lâmina líquida entre 1 O e 20 mm para rachaduras de fruto. Apesar de ser um aspecto
solos de textura grossa e entre 20 e 50 mm para genético associado à variedade, a rachadura de
os de texturas média e fina. Para melhor formação fruto pode ser favoreci da pela alternância entre
do bulbo molhado, a lâmina total deve ser períodos prolongados de deficiência hídrica e
fracionada e aplicada durante 2 a 3 dias. irrigação em excesso. Do ponto de vista prático, o
emprego de cultivares sabidamente resistentes às
rachaduras e o manejo da irrigação de maneira a
Após o transplante, as irrigações devem ser evitar o estabelecimento de déficits hídricos
freqüentes (1 a 2 dias), procurando-se manter a severos são as principais estratégias de controle.
umidade da camada superficial do solo (O a 20
cm) próxima à capacidade de campo.

Estádio de Maturação
Estádio Vegetativo É o período entre o início da maturação de frutos e
O estádio vegetativo compreende o período entre a colheita. Neste estádio há uma sensível redução
o estabelecimento inicial das plantas e o início da do uso de água pelas plantas (20% a 30%).
frutificação. É o estádio menos crítico do Irrigações em excesso prejudicam a qualidade de
tomateiro quanto ao déficit hídrico. A deficiência fruto, aumentando a incidência de apodrecimento
moderada de água favorece o desenvolvimento de frutos, prejudicando a coloração, reduzindo o
do sistema radicular, permitindo maior eficiência teor de sólidos solúveis totais, a acidez e sua
na absorção de água e nutrientes pelas raízes. conservação na planta.

Limitações no crescimento das plantas, Já a ocorrência de déficit hídrico prolongado ou


resultantes da ocorrência de déficits hídricos estresse salino, durante o início do estádio de
moderados, têm pequeno efeito na produção, maturação, pode afetar a consistência e a
desde que o suprimento de água no estádio de coloração dos frutos. Por outro lado, o tomateiro
frutificação seja adequado. Irrigações em apresenta tolerância moderada à concentração
excesso, tanto neste quanto nos estádios de sais na solução do solo. Assim, a irrigação
seguintes, podem favorecer maior incidência de com água ligeiramente salina (até 2,0 dS/m),
doenças, além de favorecer a lixiviação de durante o estádio de frutificação e de maturação,
nutrientes, especialmente de nitrato. desde que
10 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

manejada de forma adequada e em solo com boa de serem utilizados e não requerem o uso de
drenagem, produz frutos com maior teor de equipamentos; porém, apresentam menor
sólidos solúveis e produtividade próxima precisão que os métodos do balanço hídrico e o
da potencial. da tensão.
Para uniformizar a maturação e aumentar o teor A seguir são apresentados dois métodos, com
de sólidos solúveis dos frutos, as irrigações diferentes graus de precisão, para o manejo da
devem ser realizadas adotando-se um turno de irrigação por gotejamento na cultura do tomateiro.
rega maior que no estádio anterior e paralisadas Do ponto de vista do produtor, é altamente
vários dias antes da colheita. Para solos de desejável a possibilidade de antever as datas das
cerrado, maior rendimento de polpa é obtido irrigações, visto ser possível programar as
quando as irrigações são realizadas a cada 4 a 6 práticas culturais e as necessidades de trabalho.
dias, a partir do início da maturação dos frutos, e Assim, os dois métodos apresentados utilizam
paralisadas com 40% a 50% de frutos maduros turnos de rega fixo em cada estádio de
(cerca de 2 semanas antes da colheita). Por outro desenvolvimento da cultura.
lado, máxima produção de frutos pode ser
atingida irrigando-se a cada 1 a 3 dias até 80% a
Método do Turno de Rega Simplificado
90% de frutos maduros (cerca de 1 semana antes
O cultivo do tomateiro na região do Cerrado é
da colheita) .
realizado principalmente na época em que a
A suspensão brusca das irrigações em períodos ocorrência de chuvas é pouco significativa. Sob
de alta radiação solar pode provocar, em algumas tais condições, a variabilidade da
cultivares, problemas de escaldadura de frutos, evapotranspiração de ano para ano é menor que
especialmente se as irrigações nas duas semanas na estação chuvosa, o que torna viável manejar a
anteriores à suspensão forem realizadas em irrigação a partir de dados climáticos históricos.
regime de alta freqüência e em quantidades
excessivas. O método, que não requer a utilização de
equipamentQs para o manejo da água, permite
Manejo da Água de Irrigação estimar o turno de rega e o tempo de irrigação,
para cada estádio de desenvolvimento do
tomateiro, conforme as condições climáticas
o manejo da água de irrigação engloba uma série
médias da região (temperatura e umidade relativa
de procedimentos para responder quando e
do ar), o tipo de solo a ser cultivado, a
quanto irrigar. Vários são os métodos para o
profundidade efetiva do sistema radicular da
manejo da irrigação. Os métodos do balanço
cultura e as características do sistema de
hídrico e o da tensão da água do solo baseiam-se
irrigação.
na avaliação, em tempo real, de parâmetros
O procedimento para a utilização do método é
relacionados à planta, ao solo e ao clima, e
apresentado passo a passo a seguir:
permitem um controle preciso da irrigação.
Requerem, todavia, equipamentos para medição
Passo 1: Determinar, pela Tabela 3, a eva-
da umidade do solo (tensiômetros, sensores
potranspiração de referência (ETo) confor
capacitivos, blocos de resistência elétrica etc.)
me os dados históricos médios de temperatura e
e/ou da evapotranspiração (tanque Classe A,
umidade relativa do ar disponíveis na região.
termômetros, higrômetros, radiômetros etc.).
Estes dados podem, muitas vezes, ser obtidos
Métodos baseados em dados históricos de
nos escritórios locais de extensão rural ou
evapotranspiração são fáceis
prefeituras.
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 11

Obs: Valores de Eto nos intervalos de umidade relativa e temperatura apresentados podem ser obtidos por interpolação linear.
Fonte: Valores obtidos a partir da equação de Ivanov (Maroulli et al., 2001)

Passo 2: Determinar, pela Tabela 2, o coeficiente pendicularmente à linha de plantio permite uma
de cultura (Kc) para cada estádio de avaliação visual da profundidade.
desenvolvimento das plantas.
Passo 5: Determinar o tipo de solo.
Passo 3: Determinar a evapotranspiração da
cultura (ETc) para cada estádio de Para fins de manejo é necessário conhecer a
desenvolvimento: capacidade de armazenamento de água do solo
para, em função da evapotranspiração da cultura,
ET c = Kc x ET o (equação 1) determinar o intervalo entre irrigações em cada
estádio de desenvolvimento das plantas.
em que:
ETc = evapotranspiração da cultura (mm/dia); Para o uso do presente método, a caracterização
Kc = coeficiente de cultura (adimensional); do solo é feita com base na textura e estrutura.
ET o = evapotranspiração de referência (mm/dia). Muitas vezes o produtor já dispõe da análise da
textura do solo a ser irrigado, sendo uma
Passo 4: Determinar a profundidade efetiva do informação freqüentemente requerida por bancos
sistema radicular (Z) para cada estádio da cultura para a liberação de financiamentos agrícolas. A
partir da classe textural, fornecida pela análise,
Para esta determinação, não se deve considerar deve-se utilizar o seguinte critério:
todo o perfil do solo explorado pelas raízes, mas
apenas a profundidade efetiva, que corresponde à • Solo tipo I: solos de textura grossa
camada onde se encontram cerca de 80% das (areia, areia franca, franco arenoso).
raízes. Na Tabela 2 são apresentadas sugestões
• ·Solo tipo II: solos de textura média (franco,
de profundidades médias nos diferentes estádios
franco siltoso, franco argiloarenoso, silte) e os
do tomateiro.
de cerrado (exceto os de textura grossa).

Entretanto, diversos fatores, tais como textura de • Solo tipo III: solos de textura fina (franco
solo, fertilidade, práticas culturais, solos rasos, argilo-siltoso, franco argiloso, argila arenosa,
irrigações muito freqüentes e horizontes de solo argila siltosa, argila, muito argiloso), exceto os
fortemente diferenciados, podem afetar o de cerrado.
desenvolvimento das raízes. Para uma melhor
estimativa da profundidade efetiva, é aconselhável Há casos em que a estrutura do solo é tão ou
avaliar o sistema radicular no próprio local de mais importante que a textura. Por exemplo, os
cultivo. A abertura de uma trincheira per - solos de cerrado, com altos teores de argila
12 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

apresentam, em geral, baixa capacidade de gotejadores da primeira e ultima lateral ,


armazenamento de água (média de 1,2 mm/cm) estando as quatro outras igualmente espa -
devido ao elevado grau de agregação das çadas.
partículas. Assim, os solos de cerrado de textura
fina devem ser considerados, para efeito de
_
cálculos da irrigação no método de manejo ora Ue = _q 25% (equação 2)
apresentado, como do tipo II. _
_ q1OO%
Passo 6: Determinar, pela Tabela 4, o turno de em que:
rega conforme a ETc, profundidade efetiva do Ue = uniformidade de emissão (decimal);
sistema radicular e textura do solo, para cada q25% = média das 25% menores vazões
estádio da cultura. Os valores médios de turno de medidas;
rega, para a região do Cerrado, são também
C1,oo% = média das vazões de todos os
apresentados na Tabela 2.
gotejadores.
A uniformidade de emissão, determinada pela
Passo 7: Determinar a eficiência de irrigação do equação 2, expressa a variabilidade de vazão
sistema. dos gotejadores devido à qualidade do processo
de fabricação do gotejador (coeficiente de
A eficiência de irrigação é dependente da variação), a variações de pressão (coeficiente de
uniformidade de emissão dos gotejadores, das descarga do emissor) e a problemas de
perdas devido à percolação profunda não entupimentos.
controlável e das perdas menores, controláveis,
como escoamento superficial, vazamentos e Adicionalmente, a vazão média dos gotejadores,
perdas resultantes de irrigações inadequadas. Por medida a cada safra, deve ser comparada com a
serem previsíveis e controláveis, as perdas vazão média determinada imediatamente após a
menores devem ser evitadas, realizando-se a instalação do sistema de irrigação. Vazões
manutenção preventiva do sistema e manejando- significativamente inferiores podem ser um
se a irrigação de forma adequada. indicativo de problemas de pressão ou de
entupimento de gotejadores.
Em sistemas de irrigação bem dimensionados é
comum obter-se uniformidade de emissão entre Perdas por percolação profunda não controlável,
0,85 e 0,90. Todavia, em vez de se utilizar o valor para irrigação de alta freqüência, podem ocorrer
da uniformidade definida na elaboração do projeto mesmo em sistemas adequadamente manejados.
e fornecido pela empresa revendedora, A eficiência associada a estas perdas (Es) é
recomenda-se sua determinação diretamente no função principal do tipo de solo. Para solos do tipo
campo, pelo menos no início da safra. Isto pode I, recomenda-se Es = 0,90; para solos do tipo II,
ser realizado medindo-se a vazão dos gotejadores Es = 0,95; e para solos do tipo III,
em condições normais de operação do sistema. Es = 1,00.

A uniformidade de emissão em nível de campo é Sistemas devidamente dimensionados e


calculada pela equação 2, medindo-se, por com manutenção adequada apresentam
exemplo, a vazão de 10 gotejadores ao longo de eficiência (Ue x Es) entre 80% e 90%.
6 linhas laterais dentro de um setor de irrigação. Todavia, é comum se observar no campo
Os gotejadores, incluindo-se o primeiro e o sistemas operando com eficiência entre 50% e
último de cada lateral, devem estar igualmente 75%, seja em razão do dimensionamento
espaçados ao longo das laterais. Devem-se inadequado, do uso de equipamentos de baixa
avaliar os qualidade ou da manutenção inadequada
(principalmente entupimento).
14 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

Passo 8: Determinar a lâmina total de água a ser em que:


aplicada por irrigação em cada estádio de Vt = volume total de água a ser aplicado por
desenvolvimento das plantas. irrigação (m3);
Ai = área irrigada por vez (ha).
LTN = Etc x TR (equação 3)
Ue X Es Passo 10: Calcular o tempo de irrigação para
aplicação da lâmina de água total necessária:
em que:
L TN = lâmina de água total necessária por Ti = 60 x L TN x SI x Sg (equação 5)
Vg
irrigação (mm);
TR = turno de rega (dia). em que:
Ti = tempo de irrigação (min);
Passo 9: Calcular o volume total de água a ser SI = espaçamento entre laterais (m);
aplicado por irrigação: Sg = espaçamento entre emissores (m);
Vg = vazão do gotejador (Llh).
Vt = 10 x L TN x Ai (equação 4)

Exemplo 1: Determinar a freqüência e o tempo de Passo 6: Pela Tabela 4, para ETc = 5,2 mm/dia,
irrigação para a seguinte condição. Z = 30 cm, solo tipo II e estádio de frutifica -
• Local: Brasília/DF; ção, o turno de rega recomendado no mês de
• Classe textura I do solo: argila julho é de TR = 1 dia.
(cerrado) ;
Passo 7: Para o presente exemplo, considerar
• Mês: julho;
uma uniformidade de emissão de Ue = 0,85 (fita
• Temperatura média do ar: 20°C;
gotejadora). Para solo do tipo II , a eficiência
• Umidade relativa média do ar: 55%;
associada as perdas por percolação profunda não
• Estádio: frutificação (início);
controlável é de Es = 0,95.
• Área irrigada por vez: 2 ha;
• Espaçamento entre linhas de gotejado Passo 8: Para ETc = 5,2 mm/dia, TR = 1 dia, Ue =
res: 1,2 m; 0,85 e Es = 0,95, tem-se que a lâmina total
• Espaçamento entre gotejadores: 0,20 m; . necessária é de:
Vazão do gotejador: 1,1 L/h.
L TN -5,2 mm / dia x 1 dia = 6,4mm
0,85 x 0,95
Passo 1: Pela Tabela 3, para a temperatura de
20°C e umidade relativa de 55%, obtém-se ETo = Passo 9: O volume total de água necessário por
5,5 mm/dia. irrigação para aplicar uma lâmina de L TN
= 6,4 mm em uma área de Ai = 2 ha é de:
Passo 2: Pela Tabela 2, para o estádio de
frutificação, tem-se Kc = 0,95.
Vt = 10 x 6,4 mm x 2ha = 128 m3

Passo 3: Pela equação 1, para Kc = 0,95 e


Passo 1 0: Para espaçamento entre as linhas
ETo = 5,5 mm/dia obtém-se:
laterais de 1,2 m, espaçamento entre gotejado-
ETc = 0,95 x 5,5 mm/dia = 5,2 mm/dia
res de 0,20 m e vazão de gotejador de 1,1 L/h,
tem-se que o tempo de cada irrigação, após a
Passo 4: Pela Tabela 2, a profundidade efetiva no
completa pressurização do sistema, é de:
início do estádio de frutificação é de Z = 30 cm.
Ti=60x 6,4mm x1,2mxO,2m =84min
Passo 5: O solo, de cerrado com classe textural 1,1 L/h
argila, deve ser enquadrado como do tipo II.
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 15

Método do Tanque Classe A com Turno de


Rega Fixo
A precisão do método do "Turno de rega simpli-
ficado" pode ser melhorada calculando-se a ETo
em tempo real, e não com base em dados
climáticos históricos. Neste método, o turno de
rega é computado utilizando-se a Tabela 4, de
maneira semelhante ao método anterior.

o método do tanque Classe A (Fig. 3) é um dos


mais práticos e utilizados para se determinar a ET
o em tempo real. Utilizando-se coeficientes
empíricos, a ETo é estimada a partir da evapora-
ção do tanque por meio da seguinte relação:
Fig. 3. Tanque de evaporação Classe A para estimativa
da evapotranspiração do tomateiro (solo nu).
ETo = Kp x Eca (equação 6)

em que: Passo 1: Determinar, diariamente, a


Kp = coeficiente de tanque (adimensional); evapotranspiração de referência (ETo) pelo
Eca = evaporação do tanque Classe A (mm/dia). método do tanque Classe A * .

Os valores de Kp podem ser determinados a partir Passos 2 a 7: Seguir os mesmos passos do


da Tabela 5, conforme a velocidade do vento, método do "Turno de rega simplificado". Caso
umidade" relativa do ar e tamanho da bordadura o manejo da irrigação seja realizado
ao redor do tanque. Os passos necessários para o
manejo da irrigação são sintetizados a seguir:
* Podem-se utilizar outros métodos para estimar a
ETo em tempo real. No mercado existem estações
agro-meteorológicas automáticas de ETo.

Tabela 5. Coeficiente Kp para o tanque Classe A conforme a bordadura, umidade relativa do ar e velocidade do
vento.

*R: posição do tanque - menor distância do tanque ao limite da bordadura (grama ou solo nu).
16 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

utilizando-se uma planilha eletrônica ou cultivada. Já os valores de TR apresentados na


programa de computador disponível no mercado, Tabela 2 podem requerer ajustes em razão de
usar valores variáveis de Kc dentro de cada variações na capacidade de retenção de água
estádio da cultura (Fig. 4). entre solos apresentando a mesma textura.

Passo 8: Determinar a lâmina total de água a ser


aplicada por irrigação em cada estádio de Ajustes nos valores de TR e Kc podem ser
desenvolvimento das plantas. feitos monitorando-se a tensão ou teor de
água no solo com o auxilio de tensiômetros (Fig. 5)
n
ou outro tipo de sensor. Devem-se instalar duas
Σ Etc i estações de monitoramento em pontos
LTN = i=1______ (equação 7)
Eu x Es representativos da área. Em cada estação, instalar
um sensor a 50% da profundidade efetiva do
em que: sistema radicular e outro ligeiramente abaixo das
L TN = lâmina de água total necessária por raízes. Para solos de cerrado, sugerem-se as
irrigação (mm); profundidades de instalação de 10 e 30 cm até a
n = número de dias entre irrigações consecutivas início da floração e a 20 e 50 cm após este estádio.
(i > 1 dia). Os sensores devem ser posicionados a uma
distância entre 7 e 1 5 cm do colo da planta e do
Passos 9 e 10: Seguir os mesmos passos do
gotejador, sendo a maior distância para solos de
método do "Turno de rega simplificado".
textura fina.
Adequação de TR e Kc
Os valores de Kc e TR fornecidos nas Tabelas 2 A quantidade de água aplicada é considerada
e 4, respectivamente, podem não ser totalmente insuficiente quando a tensão antes da irrigação,
adequados para condições específicas de cultivo. indicada pelos tensiômetros mais superficiais, for
Por exemplo, valores de Kc podem variar sistematicamente maior que a tensão crítica de água
ligeiramente dependendo das condições no solo recomendada para o tomateiro na Tabela 2.
climáticas, condições de cultivo, freqüência de Neste caso,' deve-se fazer um ligeiro aumen
irrigação e variedade

Fig. 4. Curva de coeficiente de cultura (Kc) para tomateiro para processamento irrigado por gotejamento superficial.
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 17

No caso de a tensão indicada pelos tensiômetros


superficiais ser muito maior que a tensão
recomendada (> 50%) e a tensão dos tensiô-
metros profundos muito baixa (< 10 kPa), deve-se
reduzir o intervalo entre irrigações. Tal
constatação é um indicativo de que o solo não
tem capacidade de reter toda a água aplicada e
que está ocorrendo perda de água (e de
nutrientes) por drenagem profunda.

Fertilizantes para Fertirrigação

Os nutrientes mais utilizados via fertirrigação são


aqueles com maior mobilidade no solo como o
potássio e, principalmente, o nitrogênio. Para o
to (entre 5% e 10%) no valor de Kc e, assim, tomateiro, a aplicação de fósforo e cálcio via
aumentar a quantidade de água aplicada nas irrigação, ainda que apresente risco potencial de
irrigações subseqüentes. Por outro lado, se a entupimento de gotejadores, pode ser vantajosa.
tensão, indicada pelos tensiômetros mais
profundos, atingir valores inferiores a 20 kPa, Várias fontes de nutrientes podem ser utilizadas
deve-se reduzir o valor de Kc e, assim, diminuir a para a fertirrigação (Tabela 6), considerando-se
irrigação. Tal procedimento permitirá que os que a solubilidade, a conveniência de uso, a
valores de Kc sejam ajustados para as condições concentração de nutrientes, a disponibilidade no
específicas de cultivo, as quais podem variar com mercado e o custo são os principais fatores a
a cultivar, as práticas de cultivo e o sistema de serem considerados na escolha. Dentre os fertili-
plantio. zantes sólidos, existem aqueles usados na

Tabela 6. Teores médios de nutrientes e solubilidade em água a 20°C dos principais fertilizantes utilizados
para fertirrigação.

A concentração de nutrientes e a solubilidade dos fertilizantes podem variar dependendo do fabricante.


Fonte: Adaptado de Burt et aI. (1995) e Montag (2001).
18 Tomateiro para. Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

fertilização convencional e os específicos para fertirrigação durante o estádio de frutificação,


fertirrigação, com maiores níveis de pureza e quando a demanda por cálcio é expressiva. O
solubilidade. problema do nitrato de cálcio e, principalmente, do
nitrato de potássio é o alto custo.
Muitos dos fertilizantes sólidos para adubação
convencional, especialmente os granulados, são O sulfato de amônio, que contém nitrogênio
manufaturados utilizando-se substâncias para amoniacal, pode ser utilizado como fonte de
evitar que absorvam umidade com facilidade, não enxofre na fertirrigação. Já a uréia, que contém
devendo ser utilizados para fertirrigação. Além nitrogênio na forma amídica, é o fertilizante com
disso, o uso de fertilizantes não totalmente menor custo por unidade de nitrogênio, sendo
solúveis não garante que a quantidade final de por isso um dos mais utilizados.
nutriente aplicado seja igual à quantidade de
nutriente indicada no rótulo do fertilizante.
Dentre as formas de nitrogênio, a nítrica é a
preferencialmente utilizada pelas plantas, sendo
Existem no mercado formulações sólidas NPK +
absorvida pelas raízes e translocada de imediato
micras próprias para fertirrigação. A desvantagem
para a parte aérea da planta. A amoniacal,
é que, além de apresentarem custo mais elevado
preferida pelas plantas mais jovens, é translocada
que dos fertilizantes individuais, não satisfazem,
após supridas as exigências das raízes ou
muitas vezes, as necessidades nutricionais da
transformada para a forma nítrica. A forma
cultura. O recomendado é que o produtor, com o
amídica não é utilizada diretamente pelas plantas,
devido conhecimento e/ou assistência, possa
mas somente após ser transformada em amônio e
preparar as soluções com base nas reais
posteriormente em nitrato. Assim, um balanço
necessidades da cultura.
entre as formas nítrica e amoniacal (ou amídica) é
recomendado para maximizar o desenvolvimento
Outra opção são os fertilizantes líquidos, que
da cultura, especialmente sob temperaturas
podem conter somente um nutriente ou diferentes
abaixo de 15 De, em que a taxa de nitrificação é
concentrações de NPK + micros. Embora
reduzida. Em termos gerais, a quantidade de
práticos, devido à conveniência de manuseio,
nitrogênio na forma amoniacal (ou amídica) deve
apresentam custo muito mais elevado que o dos
ser semelhante à da forma nítrica, ou seja, 50%
fertilizantes sólidos.
para cada.
Fertilizantes Nitrogenados
Os fertilizantes nitrogenados apresentam, via de A uréia e, principalmente, o amônio apresentam
regra, alta solubilidade em água (Tabela 6). Os alta capacidade de acidificação do solo, não
mais utilizados para fertirrigação são o nitrato de devendo ser utilizados como fontes isoladas de
potássio, de cálcio e de amônio, o sulfato de nitrogênio em solos com pH abaixo de 5,5. Para
amônio e a uréia. O nitrogênio, presente nessas esses solos, a fração de nitrogênio na forma
fontes, pode estar disponível nas formas nítrica, nítrica deve representar pelo menos 2/3 do total
amoniacalou amídica. aplicado. No caso do tomateiro cultivado em solos
de cerrado com pH devidamente corrigido (5,5 a
O nitrato de potássio é um excelente produto 6,5) cujo cultivo não seja realizado por mais de
para a fertirrigação, pois contém nitrogênio, na dois a. três anos seguidos na mesma área, a
forma nítrica, e potássio. O nitrato de cálcio fração de nitrogênio na forma nítrica pode ser
contém cálcio e nitrogênio, na forma nítrica, reduzida a 1/3 sem que a produtividade seja
sendo útil para a afetada.
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 19

A forma nítrica é a que apresenta maior cloreto indicado para fertirrigação apresenta
susceptibilidade à lixiviação, por permanecer coloração branca.
totalmente livre na solução do solo. Já o
nitrogênio amoniacal é retido pelas cargas O sulfato de potássio é uma fonte de custo
negativas das partículas de argila e matéria ligeiramente menor que o nitrato de potássio.
orgânica, estando pouco sujeito à lixiviação. A Apresenta, porém, menor solubilidade que o
uréia apresenta alta mobilidade no solo; todavia, nitrato e o cloreto de potássio. Não deve ser
é transformada rapidamente nos primeiros 5 a 10 aplicado em água rica em cálcio nem misturado
cm do solo para a forma amoniacal. A lixiviação com fertilizantes contendo este elemento, pois
poderá ser significativa após a nitrificação do pode provocar precipitação e entupir os
amônio. gotejadores.

A vantagem da uréia em relação ao sulfato de O potássio, elemento menos móvel que o


amônio na fertirrigação por gotejamento é sua nitrogênio, é adsorvido pelas cargas negativas das
maior penetração no perfil do solo, o que minimiza partículas de argila e matéria orgânica. Pode, no
a volatilização de nitrogênio (< 5%). Perdas entanto, ser parcialmente lixiviado quando
significativas de nitrogênio (>40%) podem ocorrer, aplicado em excesso, especialmente em solos
especialmente em solo e água com pH acima de arenosos com baixo teor de matéria orgânica.
7, devido à transformação do amônio em amônia
gasosa. Além de menos sujeita à volatilização
(< 5%), a forma nítrica pode reduzir substan-
cialmente a volatilização se aplicada juntamente Fertilizantes Fosfatados
com nitrogênio na forma amoniacal. As fontes solúveis de fósforo para fertirrigação são
o fosfato monoamônico (MAP), o fosfato di -
amônico (DAP), o fosfato monopotássio (MKP) e o
Fertilizantes Potássicos ácido fosfórico. Esses fertilizantes são mais caros
As principais fontes de potássio para fertirrigação que os utilizados para aplicação convencional,
são o cloreto e o nitrato de potássio (Tabela 6). O como os fosfatos naturais, superfosfato simples e
nitrato de potássio é um produto excelente para triplo.
fertirrigação, porém apresenta custo muito mais
O fósforo é um elemento pouco móvel no solo,
elevado que o cloreto de potássio. A potencial
com baixo potencial de lixiviação, especialmente
desvantagem do cloreto de potássio é a presença
em solos de textura média e fina. Fertilizantes
do íon cloreto, que pode causar problemas de
fosfatados, mesmos aqueles altamente solúveis,
toxicidade às plantas de tomate quando aplicado
são rapidamente transformados em formas menos
em excesso ano após ano (acima de 2,0 meq/L).
solúveis de fósforo, tendendo a acumular na
Este limite, devido à fácil lixiviação do cloreto, é
camada superficial do solo (5 a 15 cm), princi-
improvável de ser atingido em regiões com
palmente quando o pH do solo se situa fora da
precipitação acima de 1.000 mm por ano.
faixa entre 6,0 e 6,5.

A fertirrigação com fósforo pode causar


Deve-se evitar, todavia, utilizar o cio reto de
problemas de entupimento de gotejadores
potássio de coloração rosa, normalmente usado
decorrente da precipitação de sais insolúveis,
em adubação convencional. Este fertilizante,
principalmente quando injetado em água com pH
embora apresente boa solubilidade, fornece uma
acima de 7,5 e concentração de cálcio acima de
solução com certo grau de oleosidade e de
60 mg/L. O risco pode ser minimizado reduzindo-
resíduos que pode levar à obstrução de filtros e
se o pH da água durante a
gotejadores. O
20 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

aplicação de fósforo para valores entre 5,0 e enxofre às plantas é realizado usualmente por
6,0, por meio da injeção de ácidos. meio dos fertilizantes carreadores dos
macronutrientes primários, não sendo, via de
Apesar do risco potencial de entupimento de regra, considerado no programa de
gotejadores, da reduzida mobilidade do fósforo no fertirrigação ou adubação convencional.
solo e do maior custo das fontes de fósforo
solúveis, a aplicação de fósforo via água de
irrigação pode ser viável e proporcionar Fertilizantes com Micronutrientes
incrementos significativos de produtividade, Os sulfatos são as fontes solúveis de zinco,
principalmente em solos com teor de fósforo manganês, cobre e ferro de custos mais
abaixo de 20 mg/L. reduzidos para fertirrigação. Todavia, são pouco
eficientes quando aplicados via irrigação, por
Fertilizantes com Cálcio, Magnésio e serem retidos na camada superficial do solo.
Enxofre
O suprimento de cálcio e magnésio às plantas é,
As fontes mais eficientes de cobre, ferro e zinco
normalmente, realizado por meio da calagem,
via irrigação são as formas quelatizadas. Os
com a aplicação de calcário dolomítico ou
quelatos movem-se no perfil do solo, juntamente
calcítico, ou por ocasião do plantio, usando
com a água, disponibilizando os micronutrientes
fertilizantes contendo tais elementos.
às raízes. O alto custo é a principal desvantagem
O cálcio é absorvido em grandes quantidades pelo para o uso das formas quelatizadas para
tomateiro (70 a 140 kg/ha), sendo responsável fertirrigação.
pelo bom desenvolvimento radicular e
O bórax e o ácido bórico são as fontes de
fortalecimento da parede celular. A fertirrigação
boro mais comuns. O bórax apresenta baixa
com cálcio a partir do florescimento elimina a
solubilidade a frio, o que Limita a utilização. De
ocorrência de podridão apical e a necessidade de
um modo geral, a maneira mais prática e
pulverizações foliares de cálcio. As fontes mais
econômica de fornecer micronutrientes às
comuns são o nitrato e o cloreto de cálcio, sendo
plantas é via adubação de plantio ou foliar.
o cio reto a fonte de mais baixo custo. A aplicação
de cálcio, no entanto, pode acarretar problemas
Compatibilidade de Fertilizantes
de entupimento de gotejadores, não devendo ser
Para evitar problemas de precipitação e de
realizada no mesmo dia da aplicação de qualquer
entupimento de gotejadores, recomenda-se
fonte de sulfato, nitrato ou fósforo.
avaliar a compatibilidade dos fertilizantes entre si
e com a água a ser utilizada. Um teste simples
Aplicações de magnésio via irrigação não pode ser feito misturando o(s) fertilizante(s) a
implicam, em geral, ganhos de produtividade, ser(em) injetado(s) com a água de irrigação em
além do risco potencial de formar compostos um recipiente, na mesma taxa de diluição a ser
insolúveis e causar a obstrução de filtros e utilizada. Deve-se agitar a solução por alguns
gotejadores. Caso necessário, pode ser utilizado o minutos e observar, por cerca de uma hora, a
sulfato ou o nitrato de magnésio. ocorrência de precipitados e a turbidez da
solução. Se a solução permanecer clara e
transparente, será provavelmente seguro injetar
O enxofre apresenta alta mobilidade no solo,
os fertilizantes testados no sistema de irrigação.
existindo várias fontes solúveis para fertirrigação,
como o sulfato de amônio e o de potássio. Algumas regras básicas de compatibilidade a
Todavia, o fornecimento de serem observadas durante a mistura e a
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 21

injeção de fertilizantes incluem: • Os ácidos e os fertilizantes acidificados são


compatíveis com micronutrientes na forma
• Colocar inicialmente no tanque de mistura de sulfatos até de 1,5% (em peso), mas são
entre 50% a 70% da água requerida para a incompatíveis com os quelatizados.
mistura.
• Não injetar fertilizantes contendo cálcio em
• Misturar os fertilizantes líquidos à água
água com mais de 300 mg/L de carbonato
antes de adicionar os fertilizantes sólidos
ácido (HCO3) e pH acima de 7,5, sob o
solúveis.
risco de precipitar sais de cálcio.
• Adicionar fertilizantes sólidos lentamente na
água mantendo a solução agitada para • Evitar a injeção de fertilizantes contendo
evitar formação de aglomerados que cálcio, magnésio e enxofre, pois podem
dificultem a solubilização. formar compostos insolúveis.
• Adicionar os ácidos lentamente na água e
• Não injetar fertilizantes nitrogenados na
nunca água ao ácido.
forma nítrica em água contendo cálcio e
• Não misturar fertilizantes contendo sulfato magnésio, pois a elevação do pH da água
com fertilizantes nem água contendo poderá precipitar esses elementos.
concentrações de cálcio acima de 400 mg/L
ou de magnésio acima de 240 mg/L. O
resultado será a formação de gesso Manejo da Fertirrigação
insolúvel que irá entupir filtros e Dosagem de Nutrientes
gotejadores. A dosagem total de nitrogênio é normalmente
calculada a partir da produtividade esperada do
• Não injetar fertilizantes fosfatados em água
tomateiro, considerando que para cada tonelada
com concentração de cálcio acima de 60
de fruto a ser produzida deve-se aplicar cerca de
mg/L, sob o risco de formar precipitados de
2,0 kg de nitrogênio. Por exemplo, se a
fosfato de cálcio.
produtividade esperada é de 120 t/ha, a dosagem
• Não misturar fertilizantes fosfatados com total de nitrogênio a ser aplicada será de 240
produtos contendo magnésio e ferro sob o kg/ha.
risco de se formar fosfato de magnésio ou
As dosagens de potássio e de fósforo devem ser
de ferro, que são insolúveis.
determinadas conforme a análise química do solo
• Usar somente ácido fosfórico com alto grau e a produtividade esperada de frutos. Na Tabela
de pureza para minimizar o risco de 7 são apresentadas recomendações de adubação
obstrução de gotejadores. para uma

Tabela 7. Sugestão de adubação de fósforo e potássio, para solos de cerrado, segundo o nível de disponibilidade
dos nutrientes no solo, para uma produtividade esperada do tomateiro de 85 t/ha.

* Método de Mehlich.
Obs.: mg/L = 1 ppm.
Fonte: Adaptado de Fontes (2000).
22 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

produtividade de 85 t /ha. Se a produtividade Recomendações para o parcelamento de


esperada for acima de 85 t /ha, deve-se aplicar nutrientes via fertirrigação, ao longo do ciclo de
uma quantidade adicional de potássio e fósforo desenvolvimento do tomateiro, são apresentadas
para suprir a maior extração de nutrientes pelas na Tabela 8. As quantidades são indicadas de
plantas. Sugere-se aplicar 4,0 kg de K20 e 1,0 kg forma relativa, sendo que a quantidade a ser
de P 205 para cada tonelada de fruto produzido aplicada por fertirrigação é determinada a partir da
acima das 85 t /ha. dosagem total recomendada de cada nutriente.

Para cálcio deve-se aplicar, além da quantidade


necessária para que a saturação de bases do
Freqüência da Fertirrigação
solo (V %) atinja 70%, uma dosagem entre 40 e
A freqüência da fertirrigação depende, dentre
70 kg/ha de Ca via fertirrigação a partir do
outros fatores, do tipo de fertilizante e do solo.
florescimento.
Fertilizantes com maior potencial de lixiviação,
como os nitrogenados, devem ser aplicados mais
freqüentemente que aqueles com menor
Parcelamento dos Nutrientes potencial, como os potássicos. Todavia, para não
Por razões econômicas, nem todos os nutri- aumentar o uso de mão-de-obra, e em razão de
entes necessitam ser aplicados via fertirrigação as principais fontes de nitrogênio e potássio
no cultivo do tomateiro. Sugere-se aplicar na poderem ser misturadas e aplicadas
adubação de plantio: 15% do nitrogênio e do simultaneamente, geralmente se adota a mesma
potássio total requerido; 50% a 100% do fósforo; freqüência. Para gotejamento em solos de textura
saturar o complexo de troca do solo para 70%; média e fina, a fertirrigação pode ser realizada'
100% dos demais macro e micronutrientes. semanal

1 % de nutriente a ser aplicada em cada fase da cultura em relação à quantidade total recomendada. 2 Aplicar
todo o fósforo em pré-plantio caso a análise de solo indicar P > 20 mg/dm3.
3 % em relação ao total a ser aplicada via fertirrigação.
4 Aplicar a quantidade necessária para que a saturação de bases atinja 70%.
Fonte: Adaptádo de Marouelli et aI. (2001).
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 23

mente. Em solos de textura grossa, duas vezes nal, mas nunca no mesmo dia para não
por semana. A freqüência da fertirrigação para provocar problemas de precipitação na
fósforo e cálcio pode ser sema tubulação.

Exemplo 2: Calcular a quantidade de A dosagem de nitrogênio, computada conforme a


nutrientes a ser aplicada por fertirrigação ao previsão de produtividade, é de 250 kg/ha (2,0
longo do ciclo cultural do tomateiro para a kg/t x 125 t/ha). Pela Tabela 7, para um solo com
seguinte situação: 85 mg/dm3 de potássio e 18 mg/dm3 de fósforo,
obtémse que a dosagem é de 150 kg/ha de K20
• Ciclo da cultura: 115 dias e 500 kg/ha de P205. A dosagem total de K20
será de 310 kg/ha
• Produtividade esperada: 125 t/ha
[150 kg/ha + 4,0 kg/t x (125 t/ha - 85 t/ha)) e a de
• Solo: classe textural argilosa (cerrado) P 205 de 540 kg/ha
[500 kg/ha + 1,0 kg/~ x (125 t/ha - 85 t/ha)).
• Freqüência de irrigação: 1 a 3 dias

• Freqüência de fertirrigação: 1 vez por


A quantidade de nutriente a ser aplicada
semana
por semana (Tabela 9) é calculada multiplicando-
• Análise de solo: 85 mg/dm3 de K; se a dosagem total recomendada do nutriente
18 mg/dm3 de P pela quantidade relativa indicada na Tabela 8 em
cada fase, para um cultivo com ciclo de 115 dias.
• Dosagem de cálcio via fertirrigação:
50 kg/ha

Tabela 9. Quantidade de nitrogênio, potássio, fósforo e cálcio, em kg/ha/semana, a ser aplicada via fertirrigação,
ao longo do ciclo de desenvolvimento do tomateiro, referente à solução do exemplo 2.

Preparo e Aplicação da Solução O procedimento de aplicação de fertilizantes via


Para evitar que fertilizantes sólidos causem água de irrigação envolve três fases; na primeira
problemas de obstrução de filtros e gotejadores, e na terceira, deve-se somente irrigar, e na
os fertilizantes devem ser previamente dissolvidos segunda fertirrigar. A primeira permite equilibrar a
em um tanque secundário, obedecendo às pressão do sistema de irrigação, de modo a
limitações de compatibilidade entre os garantir maior uniformidade de distribuição dos
fertilizantes. Nesse tanque, a solução deve ser fertilizantes. A segunda fase, em que o fertilizante
deixada em repouso por 24 horas para que é efetivamente aplicado, não deve ser inferior a
resíduos não solúveis sedimentem no fundo do 10 minutos. A terceira fase deve ser suficiente
tanque. Somente a solução clara, transparente e para lavar completamente o sistema de irrigação,
livre de resíduos deve ser transferida para o para minimizar problemas de corrosão,
tanque de solução. entupimento de gotejadores, desenvolvimen
24 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

to de microorganismos no sistema e para por práticas inadequadas de fertilização. Mesmo


melhorar a incorporação do fertilizante na assim, é possível detectar problemas a tempo de
zona radicular. evitar maiores prejuízos ao rendimento da
cultura.

Estado Nutricional das Plantas Antes, porém, de serem tomadas quaisquer


providências no sentido de diagnosticar a
o processo de fertirrigação pressupõe quanti- ocorrência de deficiência ou toxicidade de
dades e freqüências de aplicação de nutrientes nutrientes às plantas, é necessário eliminar-se a
adequadas visando maximizar a produtividade. No possibilidade de outros fatores estarem causando
entanto, muitas vezes depara-se com sintomas de determinados sintomas, tais como: excesso ou
deficiências ou de toxicidade nas plantas. Além falta de água; toxicidade de herbicidas;
disso, o manejo impreciso da fertirrigação pode temperaturas anormais; danos mecânicos; e
causar problemas de salinização, de acidificação ataque de pragas e/ou doenças.
do solo e de contaminação do lençol freático.
A disponibilidade e as interações entre os diversos
Métodos de Avaliação
macro e micronutrientes, além da produtividade,
Existem diversos procedimentos que podem
podem influenciar no ciclo da cultura e na
ser empregados para avaliação, direta ou
qualidade dos frutos. A manutenção de nível
indiretamente, do estado nutricional das
elevado de nitrogênio nas folhas após a
plantas. Os métodos indiretos estimam a
frutificação tende a prejudicar a viabilidade de
concentração de determinado nutriente na planta
pólen e retardar a maturação. Alta disponibilidade
por meio da aparência visual da planta ou de
de potássio no solo está relacionada com maior
alguma característica que seja correlacionada com
síntese de açúcares nos frutos, maior firmeza e
as concentrações do nutriente na planta. Como
melhor coloração de fruto, enquanto que excesso
exemplo, podese citar o teor de clorofila nas folhas
de nitrogê
como função da concentração de nitrogênio. Os
nio causa redução nos teores desses carboi-
métodos diretos são aqueles em que a
dratos e afeta a qualidade geral do fruto. Jáo
concentração de certo nutriente é estimada por
fósforo ajuda o bom desenvolvimento das
meio da análise química da matéria seca ou da
raízes, das ramas e das folhas.
seiva da planta.

A podridão apical e o coração preto são distúrbios


Qualquer que seja o método utilizado, a
fisiológicos causados pela deficiência de cálcio,
interpretação dos resultados e o diagnóstico serão
resultante da baixa disponibilidade desse
mais confiáveis se feitos com auxílio de uma
elemento no solo ou por condições que limitem a
análise visual dos sintomas, eliminando-se os
translocação de cálcio para o fruto, como é o caso
possíveis efeitos de fatores varietais, ambientais,
da deficiência de água no solo. A incidência des-
pragas ou doenças.
ses distúrbios aumenta significativamente quando
os teores de cálcio no fruto caem abaixo de 0,8
g/kg (massa fresca), raramente ocorrendo com Método visual
teores acima de 1,2 g/kg. Consiste na observação, caracterização e
descrição de sintomas de deficiência ou toxicidade
A cultura do tomateiro, como a grande maioria
em determinada planta e compará-Ios com
das hortaliças, tem ciclo relativamente curto, o
sintomas padronizados de cada nutriente, para a
que não permite larga margem para a
mesma espécie ou variedade de planta. Para
recuperação de danos causados
maior precisão do diag -
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 25

nóstico, deve-se levar em consideração aspectos ções e a necrose foliar. A clorose uniforme tem
como: distribuição dos sintomas na área; estado sido considerada como o sintoma mais evidente
fisiológico da planta; posicionamento dos da deficiência de nitrogênio. Na Tabela 10 e na
sintomas na planta; localização dos sintomas nas Fig. 6 apresentam-se as características dos
folhas; e simetria do aparecimento de sintomas de principais sintomas visíveis de deficiência de
deficiência mineral na planta. Os sintomas de macronutrientes em plantas de tomateiro.
deficiência de elementos muito móveis nas
plantas, como o nitrogênio, fósforo, potássio e
magnésio, por exemplo, aparecem primeiro nas
folhas mais velhas. Outros métodos indiretos
Existem vários outros métodos indiretos para a
avaliação de distúrbios nutricionais em plantas,
O método visual, por ser realizado no campo,
que incluem, por exemplo, a medição da
sem o uso de equipamentos, é muito rápido.
atividade enzimática em determinado tecido, do
Existem, entretanto, desvantagens ou
teor de clorofila nas folhas, da reflectância de
dificuldades associadas à utilização do mesmo.
certos comprimentos de ondas pelas folhas e a
As principais estão relacionadas às interações
avaliação de características morfológicas e
antagônicas por um lado e sinergísticas por outro,
fisiológicas das plantas. Geralmente
entre os elementos no solo e na planta, além de
requerem equipamentos sofisticados e caros
interferências e interações de diversos fatores
e/ou procedimentos trabalhosos.
ambientais e genotípicos. Tudo isso faz com que
seja perdida a especificidade dos sintomas,
dificultando o diagnóstico.
Método da análise química ou foliar
O método da análise foliar é um procedimento
Os sintomas de deficiência mais encontrados nas laboratorial para a determinação das
folhas, seja em todo o limbo foliar seja entre as concentrações de macro e micronutrientes
nervuras, são a clorose, que é um existentes na planta. Desta forma, há a
amarelecimento das folhas, as deforma necessidade de coletar

Tabela 10. Sintomas visíveis de deficiências de macronutrientes em tomateiro.

Fonte: Fontes (20001 e Fontes (2001 I.


Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 27

amostras de material para análise em laboratório. Pode ser uma valiosa ferramenta para monitorar o
A estratégia de amostragem inclui cuidados e programa de fertirrigação e para diagnosticar
procedimentos específicos para cada cultura. As suspeitas de deficiência de nutrientes em tempo
amostras devem ser coletadas em pelo menos 30 real. Níveis adequados de nitrato e potássio na
plantas por hectare, de forma aleatória, sempre seiva de pecíolos de tomateiro são apresentados
retirando-se a quarta folha (e respectivo pecíolo), na Tabela 12.
a partir do ápice da planta. Os resultados da
análise devem ser comparados a padrões A análise, geralmente de nitrogênio (nitrato) e
existentes de níveis de nutrientes na folha de potássio, é feita com a utilização de kits de
tomateiro (Tabela 11). reagentes comercializados em várias formas,
principalmente fitas de papel que, quando em
contato com a seiva, apresentam uma coloração
Um fator limitante do método é o tempo (1 a 2
de determinada intensidade, a qual é comparada
semanas) que leva entre a amostragem e a
com padrões preestabelecidos. Também estão
obtenção dos resultados de laboratório.
disponíveis no mercado microeletrodos portáteis,
Dependendo do grau de deficiência, prejuízos ao
baseados em princípios potenciométricos.
desempenho da cultura podem ocorrer antes
mesmo dos resultados da análise serem obtidos.
A precisão das avaliações utilizando tais
dispositivos tem sido questionada devido a uma
série de fatores. O principal está relacionado à
Método da análise da seiva falta de calibração específica para determinadas
A análise de nutrientes na seiva, geralmente do
condições, pois os teores de nutrientes na planta
pecíolo ou da folha, tem sido empregada em
são muito influencia dos por fatores ambientais,
algumas culturas pela rapidez e facilidade,
como hora do dia e intervalo entre a última
podendo ser realizada no próprio campo.
irrigação e o momento da avaliação.
28 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

regiões não típicas do sistema radicular e não


Disponibilidade de Nutrientes na acarretar resultados errôneos. Em termos gerais,
Solução do Solo sugere-se que o extrato r seja instalado entre 10 e
20 cm de profundidade, a cerca de 5 e 10 cm do'
Adicionalmente aos procedimentos relatados gotejador e da planta.
anteriormente para avaliação do estado nutricional
das plantas, pode ser interessante, quando
possível, fazer-se o monitoramento da Tipos de Análise
disponibilidade de nutrientes na solução do solo, A solução do solo pode ser analisada em
principalmente durante os estádios mais críticos laboratórios de análise química de solo/ água.
da cultura, como no de frutificação. Além dos Entretanto, dada a necessidade de ter-se
nutrientes da solução do solo, podem ser respostas rápidas para que sejam tomadas
verificados também a condutividade elétrica (CE) providências corretivas imediatas, é conveniente
e o pH, que expressam, respectivamente, o nível que as análises sejam realizadas no próprio local
de salinidade e acidez do solo. de cultivo.

Devido à sua importância como nutriente e à sua


Amostragem da Solução dinâmica no sistema solo-planta, o procedimento
As amostras da solução do solo são coletadas, de análise da solução tem sido mais empregado
preferencialmente uma vez por semana, por meio para nitrogênio. Em geral, os kits de testes rápidos
de tubos extratores instalados na zona de são limitados a determinações de N03, pH e CE, o
desenvolvimento ativo do sistema radicular. que na maioria das vezes é suficiente para
Semelhante a um tensiômetro, o tubo dispõe de resolver os problemas mais aflitivos. Todavia,
uma cápsula porosa em uma das extremidades e equipamentos para determinações de P, K, Ca,
uma tampa hermética na outra. Mg, S04 e CI também estão disponíveis.

A coleta é realizada com auxílio de uma bomba


de vácuo para fazer a sucção da solução do solo Interpretação dos Resultados
para o tubo via cápsula porosa. A amostra da Informações generalizadas para a interpretação
solução é, então, retirada com uma seringa e da análise da solução do' solo são apresentadas
posteriormente levada para análise. Em alguns na Tabela 13. Com base nas faixas de suficiência,
tipos de extratores, a solução é automaticamente a taxa de injeção de fertilizantes pode ser ajustada
depositada em um pequeno recipiente acoplado para corrigir o suprimento dos nutrientes. Convém
ao tubo coletor. salientar que devido às características típicas da
fertirrigação por gotejamento, já discutidas
Pode ocorrer dificuldade na obtenção da
amostra quando o solo apresentar teores
baixos a moderados de água no solo. Assim, Tabela 13. Sugestão para interpretação de nutrientes,
para facilitar o procedimento, a amostragem condutividade elétrica (CE) e acidez na solução do
deve ser realizada logo após a irrigação. No solo.
caso da irrigação por gotejamento, as dificuldades
são menores, pois a umidade do solo émantida
relativamente elevada durante quase todo o
tempo.

A instalação do tubo coletor deve ser cuidadosa


para evitar a retirada de amostras em
Fonte: Adaptado de Burt et aI. (1995) e Allen et aI. (1998).
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 29

neste trabalho, a interpretação dos níveis de tro molhado na superfície do solo (20 a 40
nutrientes na solução do solo será diferente cm para solos de cerrado).
quando o processo de fertilização for outro.
• As linhas de gotejadores devem ser
instaladas na superfície do solo ou para
o nível de suficiência de determinado nutriente
minimizar os danos mecânicos e os
depende, além da cultura, do tipo de solo e da
causados por roedores à tubulação e facilitar
percentagem do volume de solo umedecido pelo
as práticas culturais e a colheita - entre 5 e
sistema de irrigação. Além disso, devido às
10 cm de profundidade. Profundidades
muitas possibilidades de erros que podem ocorrer
superiores a 10 cm apresentam limitações,
no processo de amostragem, principalmente, a
não devendo ser utilizadas em solos de
análise química da solução do solo não deve ser
cerrado.
utilizada como única fonte para tomada de
decisões, mas apenas para indicar tendências.
• principal problema do gotejamento é o
É conveniente observar ainda que nem sempre entupimento dos emissores. Para evitá-Io,
variações de determinado nutriente, como por deve-se instalar um sistema eficiente de
exemplo a redução de nitrato, significa que este filtragem de água, analisar a qualidade da
foi absorvido pela plantas durante o período em água e verificar a compatibilidade dos
consideração. Neste caso, pode ter havido perda fertilizantes a serem aplicados via
por lixiviação, causada por irrigações excessivas, fertirrigação.
chuvas ou por problemas de uniformidade de
distribuição da irrigação. • estádio de frutificação é o mais crítico quanto
à deficiência de água no solo; contudo, o
excesso favorece a ocorrência de doenças e
Síntese das Recomendações o apodrecimento de frutos.

• controle preciso da irrigação pode ser


realizado pelos métodos do balanço hídrico e
• gotejamento é uma opção viável para a
da tensão da água do solo, os quais
irrigação do tomateiro para processamento
baseiam-se na avaliação, em tempo real, de
industrial na região do Cerrado. A viabilidade
parâmetros relacionados à planta, ao solo e
econômica, todavia, está condicionada a um
ao clima. Requerem, todavia, equipamentos
manejo racional da água de irrigação e da
para medição da umidade do solo e/ou da
fertirrigação.
evapotranspiração.
• As principais vantagens do gotejamento,
• As irrigações devem ser realizadas quando a
comparativamente à aspersão, são: maior
tensão de água no solo, a 50% da
produtividade e qualidade de frutos; menor
profundidade efetiva de raízes, atingir 70 kPa
gasto de água; menor incidência de
durante o estádio vegetativo, 15 kPa durante
doenças foliares; maior flexibilidade no uso
o estádio de frutificação e 40 kPa durante a
da fertirrigação; maior receita líquida.
maturação.
• sistema de plantio deve ser realizado • coeficiente de cultivo Kc para tomateiro
preferencialmente em fileiras simples, com irrigado por gotejamento é 0,45 para o
uma lateral de gotejadores por linha de estádio inicial, 0,40 para o vegetativo, 0,95
plantio. O espaçamento entre gotejadores para o de frutificação e 0,70 para o de
deve ser de 50% a 70% do diâme - maturação.
30 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

• método do turno de rega simplificado, Referências Bibliográficas


baseado em dados históricos de
evapotranspiração, é fácil de ser utilizado e ALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.;
não requer o uso de equipamentos; porém, SMITH, M. Crop evapotranspiration:
apresenta menor precisão que os métodos guidelines for computing crop water
do balanço hídrico e da tensão. requirements. Rome: FAO, 1998. 328p.
(lrrigation and Drainage Papers, "56).

• Em termos gerais, o turno de rega para solos BURT, C.M.; O 'CONOR, K.; RUEHR, T.
de textura média e fina de cerrado varia de 1 Fertigation. San Luis Obispo: Irrigation Training
a 2 dias durante os estádios inicial e de and Research Center: California Polytechnic
frutificação, de 4 a 6 dias durante o State University, 1995. 295p.
vegetativo e de 2 a 4 dias durante o de
maturação. FONTES, P.C.R. Diagnóstico do estado
nutrieional das plantas. Viçosa: UFV, 2001.
• Para uniformizar a maturação e aumentar o 122p.
teor de sólidos solúveis dos frutos, as FONTES, R.R. Solo e nutrição da planta. In:
irrigações devem ser paralisadas vários dias SILVA, J.B.C.; GIORDANO, L.B., (Ed.). Tomate
antes da colheita. Para solos de cerrado, para proeessamento industrial. Brasília: Embrapa
maior rendimento de polpa é obtido quando Comunicação para Transferência de Tecnologia:
as irrigações são suspensas cerca de 2 Embrapa Hortaliças, 2000. p.22-35.
semanas antes da colheita (40% a 50% de
frutos maduros). Máxima produção de frutos GILBERT, R.G.; FORD, H.W. Emitter clogging.
pode ser atingida irrigando-se até cerca de In: NAKAYAMA, F.S.; BUCKS, D.A. (Ed.). Triekle
1 semana antes da colheita (80% a 90% de irrigation for erop produetion: design, operation
frutos maduros). and management. Amsterdam:
Elsevier, 1986. p.142-163. .
• Por razões econômicas e práticas, a
fertirrigação pode ser realizada com HOCHMUTH, G.J.; SMAJSTRLA, A.G. Fertilizer
freqüência semanal. Também não se applieation and management for miero (drip)-
faz necessário o fornecimento de todos irrigated vegetables. Gainesville: University of
os fertilizantes via água. Sugere-se Florida/Cooperative Extension Service/lnstitute of
aplicar na adubação. de plantio: 15% do Food and Agricultural Sciences, 1997. 33p.
nitrogênio e do potássio; 50% a (Circular, 1181).
100% do fósforo; saturar o complexo de troca
do solo para 70%; 100% dos demais macro e KELLER, J.; BLlESNER, R.D.Sprinkler and
micronutrientes. triekle irrigation. New York:VanNostrand
Reinhold, 1990. 652p.
• tomateiro tem ciclo relativamente curto e alta
MAROUELLI, W.A.; SANT'ANA, R. R.; SILVA,
exigência nutricional, o que não permite larga
W.L.C. Performance econômica do tomateiro para
margem para a recuperação de danos
processamento irrigado por gotejamento e pivô
causados por práticas inadequadas de
central, nas condições de cerrados do Brasil
fertilização. Assim, a adubação de plantio e a
Central. In: CONGRESSO NACIONAL DE
fertirrigação devem ser realizadas de forma
IRRIGAÇÃO E DRENAGEM, 12., 2002,
adequada, visando minimizar prejuízos ao
Uberlândia. [Anais...]. Uberlândia: ABID, 2002.
rendimento da cultura.
CD-Rom.
Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento 31

MAROUElLl, W.A.; SilVA, H.R. Aspectos MAROUElLl, W.A.; SilVA, W.L.C.; MORETTI, C.L.
sanitários da água para fins de irrigação. Brasnia: Gotejamento: opção para a irrigação do tomateiro
EMBRAPA-CNPH, 1998. 7p. (Comunicado para processamento nos cerrados. Brasília:
Técnico da Embrapa Hortaliças, 5). Embrapa Hortaliças, 2001.

MAROUElLl, W.A.; SilVA, H.R.; SilVA, W.L.C. MAROUElLl, W.A.; SilVA, W.L.C.; SilVA, H. R.
Espaçamento de gotejadores para tomateiro Irrigação por aspersão em hortaliças: qualidade
industrial cultivado em fileiras simples e duplas. da água, aspectos do sistema e método prático de
Horticultura Brasileira, Brasília, v.19, 2001. manejo. Brasília: Embrapa Informação
Suplemento. CD-Rom. Trabalho apresentado no Tecnológica: Embrapa Hortaliças, 2001. 111 p.
410 Congresso Brasileiro de Olericultura,
Brasília, 2001.
MAROUElLl, W.A.; SilVA, W.L.C.; SilVA, H. R.
MAROUElLl, W.A.; SilVA, W.L.C. Irrigação. In: Manejo da irrigação em hortaliças. Brasnia:
SilVA, J.B.C.; GIORDANO, L.B., (Ed.) Tomate EMBRAPA-SPI:EMBRAPA-CNPH, 1996. 72p.
para processamento industrial. Brasília: Embrapa
Comunicação para Transferência de Tecnologia:
MONTAG, U. Fertigation in Israel. In: IFA
Embrapa Hortalicas, 2000. p.60-71.
AGRICUl TURAl CONFERENCE ON MANAGING
PlANT NUTRITION, 1999, Barcelona. IFA
MAROUElLl, W.A.; SilVA, W.L.C. Profundidade de
Publications. Disponível em:
instalação da linha de gotejadores em tomateiro
< www.fertilizer.org/ifa/publicat/pdf/ 20.pdf>.
para processamento industrial. Horticultura
Acesso em: 30 fev. 2001. 21 p.
Brasileira, Brasília, v.20, n.2, p.206-210. 2002.
SCAIFE, A.; BAR-YOSEF, B. Nutrient and
MAROUElLl, W.A.; SilVA, W.L.C. Resposta do
fertilizer management in field grown
tomateiro industrial, sob irrigação por
vegetables. Basel: International Potash
gotejamento, a diferentes tensões de água no
Institute, 1995. 104p. (lPI. Bulletin, .13).
solo. Horticultura Brasileira, Brasília, v.19, 2001.
Suplemento. CD-Rom. Trabalho apresentado no
41 o Congresso Brasileiro de Olericultura, SilVA, W.L.C.; GIORDANO, L.B.; MAROUElLl,
Brasília, 2001. W.A.; FONTES, R.R.; GORNAT, B. Response of
six processing tomatoes cultivars to subsurface
drip fertigation. Acta Horticulturae, n.487, p.569-
MAROUElLl, W.A.; SilVA, W.L.C.; MORETTI, C.L.
573, 1999.
Freqüência de irrigação por gotejamento em
tomateiro para processamento. I. Estádio
SilVA, W.L.C.; GIORDANO, L.B.; SilVA, J.B.C.;
vegetativo. In: CONGRESSO BRASilEIRO DE
MAROUElLl, W.A. The use of drip irrigation for
ENGENHARIA AGRíCOLA, 31., 2002, Salvador.
processing tomatoes in Brazil. Acta Horticulturae,
Anais... Salvador: SBEA: UFB: EMBRAPA, 2002.
n.542, p.103-105', 2001.
p.740-743. CD-Rom.
SilVA, W.L.C.; MAROUElLl, W.A.; MORETTI, C.l;
MAROUElLl, W.A.; SilVA, W.L.C.; MORETTI, C.L.
CARRIJO, O.A. Maximizando a produção de
Freqüência de irrigação por gotejamento em
tomates para processamento com nitrogênio via
tomateiro para processamento. 11. Estádio de
fertirrigação por gotejamento. Horticultura Brasi-
frutificação. In: CONGRESSO BRASilEIRO DE
leira, Brasília, v.20, n.2, 2002. Suplemento 2. CD-
ENGENHARIA AGRíCOLA, 31., 2002, Salvador.
Rom. Trabalho apresentado no 420 Congresso
Anais... Salvador: SBEA: UFB: EMBRAPA, 2002.
Brasileiro de Olericultura, Uberlândia, 2002.
p.990-993. CD-Rom.
32 Tomateiro para Processamento Industrial: Irrigação e Fertirrigação por Gotejamento

SILVA, W.L.C.; MAROUELLI, W.A.; SILVA, Brazil. In: INTERNA TIONAL CONFERENCE
H.R.; CARRIJO, O.A. Suprimento de nitrogênio ON EV APOTRANSPIRA TION ANO
e potássio para tomateiro industrial via IRRIGA TION SCHEOULlNG, 1996, San
fertirrigação por gotejamento. Horticultura Antonio. Proceedings... San Antonio: ASAE,
Brasileira, Brasília, v.19, 2001. Suplemento. CO- 1996. p.522-526.
Rom. Trabalho apresentado no
410 Congresso Brasileiro de Olericultura, SILVA, W.L.C; MAROUELLI, W.A. Exploratory
Brasília, 2001. studies on microirrigation for processing tomatoes
in Central B~azil. In: INTERNA TIONAL
SILVA, W.L.C; MAROUELLI, W.A. MICROIRRIGA TION CONGRESS, 5., 1995,
Evaluation of irrigation scheduling techniques Orlando. Proceedings... Orlando: ASAE, 1995.
for processing tomatoes in p.904-908.

Circular Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Comitê de Presidente: Welington Pereira Secretária-Executiva: Sulamita
Técnica, 30 Embrapa Hortaliças Publicações Teixeira Braz Membros: Adonai Gimenez Caibo (Editor Técnico)
Endereço: Km 09 BR-060 Rodovia Brasília/Anápolis André Nepomuceno Dusi
Fone: (61) 385-9009 Carfos Alberto Lopes
Fax: (61) 385-9042 Dione Meio da Silva (Editora de Arte) Maria Alice
E-maU: sac.hortalicas@embrapa.br de Medeiros
Maria Fátima Bezerra Ferreira Lima Waldir
Ministério d. Agricultura. Aparecido Marouelli
P~cujria e Ab8Slec:imenlo
Warfey Marcos Nascimento
1! edição
1! impressão (2002): 1000 exemplares Expediente
Supervisoras editoriais: Dione MeIo da Silva
Maria Amélia de Amaral e Elái
Fotos: Waldir A. Marouelli Editoração eletrônica: Vicente
Júnior / Brisa Editora

Você também pode gostar