TERMODINÂMICA E A FORMAÇÃO DE NUVENS

Acadêmicos
Débora de Araújo Franco
Guilherme Willian Delfino
Lucivaldo de Oliveira Rodrigues
Victor Hugo de Oliveira
Wilson José Andriolli Junior

Tutor externo
Luciano Santos da Silva

RESUMO
A termodinâmica da formação de nuvens é um assunto complexo e fundamental para a compreensão dos
fenômenos atmosféricos. No entanto, a abstração dos conceitos envolvidos pode dificultar o aprendizado
por parte dos estudantes. A utilização de jogos online no ensino de termodinâmica da formação de
nuvens representa uma grande oportunidade para tornar o aprendizado mais significativo e duradouro.
Ao combinar a diversão com o aprendizado, os jogos contribuem para o desenvolvimento de habilidades
como a resolução de problemas, o pensamento crítico e a curiosidade científica.

Palavras-chave: Termodinâmica; Formação de nuvens; Jogos online.

1. INTRODUÇÃO

As nuvens, elementos dinâmicos e visíveis da atmosfera, desempenham um papel

crucial no sistema climático global. Sua formação, evolução e dissipação são processos
complexos que envolvem interações entre a radiação solar, a dinâmica atmosférica e,
fundamentalmente, os princípios da termodinâmica.
Este paper tem como objetivo explorar a relação entre a termodinâmica e a
formação de nuvens. Ao compreender os mecanismos termodinâmicos que governam a formação
das nuvens, pode-se aprimorar modelos climáticos, prever eventos extremos como tempestades e
secas, e contribuir para estudos sobre mudanças climáticas. A previsão precisa da formação de
nuvens também é essencial para diversas aplicações, como a aviação, a agricultura e a gestão de
recursos hídricos.
Embora seja um tema amplamente estudado por cientistas e meteorologistas,
ainda há lacunas significativas no entendimento dos processos termodinâmicos envolvidos,
especialmente quando pensamos em previsões meteorológicas. Neste trabalho também busca-se
ajudar os alunos e curiosos a buscar compreender melhor esses fenômenos através da aplicação
de um quiz (jogo de perguntas e respostas), desenvolvido pela própria equipe, utilizando um site
que permite a criação de testes e jogos de perguntas e respostas online.
Assim, através deste paper, procurou-se chegar a uma maior compreensão dos
mecanismos termodinâmicos que governam a formação de nuvens, buscando também
contemplar outras áreas do conhecimento, no caso a meteorologia e a climatologia.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A dinâmica das massas de ar quente e frio na atmosfera, estudada pela

climatologia, baseia-se no seguinte princípio: o Sol aquece a superfície terrestre de forma
desigual, criando áreas mais quentes e outras mais frias. O ar quente, sendo menos denso que o
ar frio, tende a subir, enquanto o ar frio tende a descer. As áreas mais quentes tendem a ter baixa
pressão atmosférica, enquanto as áreas mais frias tendem a ter alta pressão atmosférica e o ar
sempre se move das áreas de alta pressão para as de baixa pressão, buscando o equilíbrio. Essa
movimentação de massas de ar quente e ar frio, pode ser melhor entendida através do fenômeno
chamado de convecção, de acordo com o esquema a seguir:

Figura 1 – Convecção das massas de ar

Fonte: Brasil Escola, 2024.

Toda essa movimentação de massas de ar tem consequências, tais como os ventos

e também a formação de nuvens.
As nuvens se formam numa camada atmosférica chamada troposfera.
De acordo com GUITARRARA (2024): "A troposfera é a camada da atmosfera
onde ocorrem a maioria dos fenômenos meteorológicos, como a formação de nuvens, chuva,
neve, raios e ventos."

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 A troposfera é a camada da atmosfera mais baixa, onde a vida na Terra se
desenvolveu e onde ocorrem todos os fenômenos climáticos que influenciam nosso dia a dia. É
uma região dinâmica e complexa, fundamental para a manutenção do equilíbrio do nosso
planeta.

Figura 2 – Camadas da atmosfera terrestre

Fonte: Enciclopédia Significados

A troposfera também é responsável por concentrar a maior parte do vapor d'água

(umidade) presente na atmosfera terrestre, resultado do processo de evaporação e transpiração da
superfície terrestre.
A altura da troposfera varia dependendo da localização geográfica. Nos polos, por
exemplo, a troposfera chega a uma altitude de 7 km, enquanto na região do Equador chega a 16
km. A temperatura da troposfera diminui à medida que a altitude aumenta, com uma média de
queda de 6,5°C a cada mil metros de altitude.
A pressão do ar na troposfera também diminui conforme a altura em relação ao
solo, dessa forma o ar quente vai esfriando e dilatando quanto maior for a altitude.
Além da umidade do ar e das variações de temperatura e pressão, a troposfera
precisa fornecer partículas (poeira, poluentes e outros) para que as gotículas de água evaporadas
da superfície terrestres ou cristais de gelo se condensem em volta da superfície dessas partículas.
"As nuvens são formadas pela condensação do vapor d'água em partículas microscópicas, como
poeira ou sal marinho, que servem como núcleos de condensação." (Ahrens, 2015)
Estas gotas e cristais de gelo condensados acabam se atraindo e formando
estruturas maiores que são as nuvens, mas nem sempre necessariamente nuvens de chuva.
As nuvens são classificadas de acordo com sua aparência, altura na atmosfera e
processo de formação. A classificação das nuvens é fundamental para descrever e entender
melhor essas formações atmosféricas fascinantes.
A primeira categoria de nuvens é conhecida como nuvens estratiformes (stratus),
que se formam em camadas horizontais e geralmente cobrem grandes áreas do céu. Essas nuvens
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são caracterizadas por uma aparência uniforme e plana. Um exemplo comum de nuvens
estratiformes são as nuvens stratus. Segundo o meteorologista Bob Henson, "as nuvens stratus
são nuvens baixas, cinzentas e uniformes que cobrem todo o céu e geralmente estão associadas a
chuviscos ou chuvas leves". As nuvens estratiformes se formam abaixo de 2 km de altitude,
sendo formadas basicamente por gotículas de água. Os núcleos de condensação das nuvens
estratiformes são formados pela concentração de 30 a 1800 partículas por centímetro cúbico.

Figura 3 - Nuvens estratiformes (stratus)

Fonte: Dreamstime (2024)

A segunda categoria é composta pelas nuvens cumuliformes (cumulus), que são

nuvens de desenvolvimento vertical com formato irregular e aparência fofa. Essas nuvens são
conhecidas por terem uma base plana e uma cúpula ou "cabeça" proeminente. As nuvens
cumulus são um exemplo clássico dessa categoria. De acordo com a meteorologista Jessica
Neiles, "as nuvens cumulus são nuvens brancas e fofas com uma base plana e contornos bem
definidos. Elas geralmente estão associadas a céu claro e bom tempo". Essas nuvens se formam
geralmente entre 2 km e 6 km de altura. Os núcleos de condensação das nuvens cumuliformes
são formados pela concentração de 23 a 1300 partículas por centímetro cúbico.

Figura 4 - Nuvens cumuliformes (cumulus)

Fonte: Sciencing.com (2024)

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 Além disso, existem as nuvens cirriformes (cirrus), que são nuvens de altitude
elevada com aparência fibrosa e delicada. Essas nuvens são compostas principalmente por
cristais de gelo e têm um aspecto fino e esticado. As nuvens cirrus são um exemplo típico dessa
categoria. Segundo o meteorologista Andrew Miskelly, "as nuvens cirrus são nuvens finas e
esbranquiçadas, com uma aparência fibrosa ou em forma de penas. Elas são frequentemente
encontradas em altitudes elevadas e podem indicar uma mudança no tempo". As nuvens
cirriformes se formam acima de 6 km de altitude e são formadas por cristais de gelo,
predominantemente. Os núcleos de condensação das nuvens cumuliformes são formados pela
concentração de 0,3 a 10 partículas por centímetro cúbico.

Figura 5 - Nuvens cirriformes (cirrus)

Fonte: Wikipedia (2024)

Por fim, temos as nuvens cumulonimbus (cumulus nimbus), que são nuvens de
tempestade de grande desenvolvimento vertical. Essas nuvens podem atingir altitudes extremas e
são conhecidas por trazerem consigo chuvas intensas, trovoadas, raios e até mesmo granizo. As
nuvens cumulonimbus são caracterizadas por sua aparência imponente e ameaçadora.

"Os cumulonimbus são as nuvens mais temidas pelos meteorologistas, pois estão
associados a uma ampla variedade de perigos. Além dos raios, trovões e granizo,
essas nuvens podem gerar microburst, rajadas descendentes de ar frio que podem
causar danos significativos à aviação e a estruturas terrestres. Além disso, os
cumulonimbus podem produzir tornados, vórtices violentos que se estendem
desde a base da nuvem até o solo. A intensidade e a duração dos fenômenos
associados aos cumulonimbus variam consideravelmente, dependendo das
condições atmosféricas e da estabilidade da atmosfera." (Dos Santos, 2018)

Apesar de seu aspecto ameaçador as nuvens cumulonimbus, de acordo com

Brankovic (2017), são as nuvens responsáveis em equilibrar o clima e reabastecer rapidamente
reservas e açudes após períodos de estiagem. Estas nuvens tem sua base formada entre 700 m e
1500 m de altitude, com o topo chegando, em média, entre 9 km e 12 km de altura. Os núcleos
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de condensação das nuvens cumuliformes são formados pela concentração de 75 a 5000
partículas por centímetro cúbico.

Figura 6 - Nuvens Cumulonimbus (cumulus nimbus)

Fonte: Freepik.com (2024)

Analisando as informações anteriores, percebemos que as variáveis temperatura,

pressão e volume, estão presentes no processo formativo das diversas variações de nuvens que
podem ser observadas no cotidiano.
A fim de melhor abordar o assunto ‘formação de nuvens’, desenvolveu-se um
jogo online interativo em que o jogador responde um quiz com perguntas sobre o assunto,
envolvendo também perguntas sobre temperatura e pressão e como estas variáveis influenciam
no formato das nuvens.

Figura 7 – Uma das questões do Quiz ‘Termodinâmica e a Formação de Nuvens’

Fonte: https://quizclass.com.br
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 Este quiz pode ser jogado por qualquer pessoa, incluindo professores e alunos do
Ensino Médio para compreenderem melhor o processo da formação de nuvens e as condições de
temperatura e pressão envolvidos nesse processo.

3. METODOLOGIA

Ao se propor criar um quiz sobre o assunto termodinâmica e a formação de

nuvens, se tem de inicialmente considerar a seguinte questão: Quais conceitos específicos de
termodinâmica e formação de nuvens desejamos que os alunos/jogadores aprendam ou
consolidem?
Para isso dividiram-se os conteúdos em temas menores e mais específicos (por
exemplo: pressão, temperatura, condensação, tipos de nuvens).
Tendo feita essa divisão, passou-se a criar perguntas simples que exigem a
identificação dos conceitos básicos aplicados ao tema formação de nuvens.
Para a interação dos alunos/jogadores, acabou-se optando por criar um jogo
online na plataforma Quiz Class, que pode ser acessada em https://quizclass.com.br. O Quiz
Class é uma plataforma online que permite criar questões interativas (‘quizes’) de forma fácil e
rápida. Seja para testar conhecimentos ou simplesmente se divertir, essa ferramenta oferece
diversas funcionalidades para personalizar as questões e alcançar os objetivos.
O que ajudou a optar por essa plataforma também, foi a interface intuitiva que
permite criar quizes sem a necessidade de conhecimentos técnicos e programação, além da
facilidade de alteração da aparência e introdução de novas questões.
O quiz que foi criado está disponível em: https://tinyurl.com/quiznuvens
Após responder as questões, o jogo atribui uma nota de 0 a 10 para o
aluno/jogador, de acordo com a quantidade de acertos que obtiver e aponta a resposta esperada,
caso o aluno/jogador tenha errado ao assinalar a resposta correta.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A integração da tecnologia nas salas de aula tem revolucionado a forma como os

estudantes aprendem, e os jogos online se destacam como ferramentas poderosas para tornar o

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ensino de Física mais engajador e eficaz. Ao combinar elementos de diversão e desafio, os jogos
digitais podem transformar conceitos complexos em experiências interativas e memoráveis.
Muitas vezes, a Física envolve conceitos abstratos que podem ser difíceis de
visualizar. Os jogos online oferecem simulações e animações que tornam esses conceitos mais
concretos e compreensíveis. Os alunos podem experimentar diferentes variáveis e observar os
resultados em tempo real, o que facilita a construção de um conhecimento mais profundo e
significativo pois ao interagir com os jogos, os estudantes assumem um papel ativo na
construção do conhecimento, em vez de serem meros receptores de informações.
Porém, algumas considerações devem ser feitas, principalmente no que tange à:
1) Qualidade dos jogos: É fundamental selecionar jogos que sejam
pedagogicamente sólidos e alinhados com os objetivos de aprendizagem;
2) Acesso à tecnologia: Nem todos os alunos têm acesso à internet e a
dispositivos adequados para jogar;
3) Tempo de tela: É importante equilibrar o uso dos jogos com outras
atividades e evitar o excesso de tempo em frente às telas.

CONCLUSÕES

A termodinâmica, ramo da física que estuda a energia e suas transformações,

pode ser um tema desafiador para muitos estudantes. Conceitos como temperatura, pressão e as
leis da termodinâmica exigem um nível de abstração que pode dificultar a compreensão. No
entanto, a utilização de jogos no ensino dessa disciplina tem se mostrado uma ferramenta
poderosa para tornar o aprendizado mais engajador, eficaz e prazeroso.
Outro aspecto importante da utilização de jogos no ensino de termodinâmica é a
possibilidade de personalizar o aprendizado. Muitos jogos oferecem diferentes níveis de
dificuldade e permitem que os estudantes escolham os desafios que mais os interessam. Essa
flexibilidade permite que cada aluno aprenda no seu próprio ritmo e de acordo com suas
necessidades individuais.
No entanto, é fundamental ressaltar que a utilização de jogos no ensino de
termodinâmica não deve substituir as atividades tradicionais, como aulas expositivas e resolução
de exercícios. Os jogos devem ser utilizados como um complemento pedagógico, visando
enriquecer o processo de ensino e aprendizagem. Além disso, é importante que os professores

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estejam preparados para mediar as atividades lúdicas, orientando os alunos e promovendo a
discussão sobre os conceitos abordados.
Conclui-se ressaltando que a utilização de jogos no ensino de termodinâmica
apresenta um grande potencial para transformar a forma como os estudantes aprendem essa
disciplina. Ao tornar o aprendizado mais divertido e engajador, os jogos contribuem para o
desenvolvimento de habilidades cognitivas importantes, como a resolução de problemas, o
pensamento crítico e a criatividade. Além disso, a utilização de jogos pode aumentar a motivação
dos estudantes e promover um aprendizado mais significativo e duradouro. No entanto, para que
os jogos sejam utilizados de forma eficaz, é necessário que os professores planejem as atividades
com cuidado e as integrem de forma coerente aos objetivos de ensino.

REFERÊNCIAS

AHRENS, C. Donald. Meteorologia Hoje: Uma Abordagem das Ciências Atmosféricas. 2ª

Edição. Nelson Education Limited, 2015.

BRANKOVIC, C. Meteorologia Básica e Aplicada. Editora Blucher, 2017.

DOS SANTOS, P. R. Meteorologia Descritiva: Fenômenos Atmosféricos. Editora da

Universidade de São Paulo, 2018.

GUITARRARA, Paloma. "Nuvens". Brasil Escola. Disponível em:

<https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/nuvens.htm>. Acesso em 08 de agosto de 2024.

HELERBROCK, Rafael. "Convecção". Brasil Escola. Disponível em:

<https://brasilescola.uol.com.br/fisica/conveccao.htm>. Acesso em 10 de agosto de 2024.