Trabalho Concreto Aparente
Trabalho Concreto Aparente
Trabalho Concreto Aparente
Contextualização
O concreto aparente é uma técnica de construção onde o concreto é deixado exposto, sem
a necessidade de revestimentos ou acabamentos adicionais. Este estilo destaca a textura e
a cor natural do concreto, conferindo um aspecto moderno e industrial às edificações.
Podemos definir que o concreto aparente se refere ao concreto que, após ser moldado e
curado, é deixado à vista como acabamento final. Este tipo de concreto é cuidadosamente
planejado e executado para garantir uma superfície estética e uniforme, sem a necessidade
de coberturas adicionais como pintura ou revestimento.
Estética e Design:
Versatilidade de Texturas: Pode ser trabalhado de várias formas para criar diferentes texturas
e padrões, adicionando caráter e singularidade ao projeto.
Durabilidade e Manutenção:
Baixa Manutenção: Por não requerer revestimentos adicionais, o concreto aparente exige
menos manutenção ao longo do tempo, reduzindo custos operacionais.
Eficiência e Sustentabilidade:
Flexibilidade de Uso:
Aplicações Internas e Externas: Pode ser utilizado tanto em fachadas externas quanto em
paredes internas, tetos e pisos, proporcionando uma continuidade visual entre os espaços.
Características Funcionais:
Exemplos de Aplicação
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Arquitetura Residencial: Uso de concreto aparente em paredes e tetos para criar ambientes
internos com uma estética moderna e limpa.
Edifícios Públicos: Bibliotecas, museus e centros culturais que utilizam o concreto aparente
para destacar sua estrutura e proporcionar um visual contemporâneo.
Infraestrutura Urbana: Pontes e viadutos que utilizam o concreto aparente, não só pela
estética, mas também pela durabilidade e resistência.
O concreto aparente é uma escolha versátil e prática para diversos tipos de construção,
oferecendo um equilíbrio entre estética, funcionalidade e sustentabilidade.
O concreto é um material utilizado em larga escala no mundo inteiro. Em sua fase final de
aplicação, após algumas horas, apresenta-se de forma sólida, passando a idéia de ser um
produto altamente resistente, denso, indestrutível, durável, fácil de ser produzido. Diante
destas características negligencia-se sua fabricação, aplicação, inspeção, manutenções e
intervenções preventivas e corretivas antes da degradação das estruturas composta por
este material. O concreto possui uma enorme gama de possibilidades de utilização, visando
a melhoria e o bem-estar da sociedade, facilitando os deslocamentos, melhoria do habitat,
aplicações na indústria e várias outras.
REFERENCIAL TEÓRICO
Concreto
Cimento Portland
Cimento Portland Comum CP I: usado na maioria dos serviços de construção, quando não
são exigidas propriedades especiais do cimento. Não deve ser aplicado em locais onde haja
a presença de águas subterrâneas e ou exposição a sulfatos.
Cimento Portland de Alto Forno CP III (Com escória): Apresenta maior impermeabilidade,
maior durabilidade, baixo calor de hidratação, alta resistência a expansão devido a reação
álcali-agregado, resistente a sulfatos. Recomendado em aplicações gerais, barragens,
peças de grandes dimensões, fundações de máquinas, obras em ambientes agressivos,
esgotos, efluentes indústrias, pilares de pontes, pavimentação de estradas e aeroportos.
Cimento Portland Pozolânico CP IV: com adição de Pozolana utilizado em obras correntes,
argamassas, concreto simples, armado, protendido. Indicado para obras locais com água
corrente, ambiente agressivo. O concreto produzido com o cimento CP IV torna-se
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impermeável, mais durável e com resistência mecânica superior ao concreto de cimento
comum após um período de tempo, aplicado em grandes volumes apresenta baixo calor de
hidratação desprendido. Cimento Portland CP V ARI: de alta resistência inicial - apresenta
resistência a compressão de 26 MPa a um dia e 53 MPa aos 28 dias. Utilizado em larga escala
em indústria de pré-moldados, pré - fabricados, pode ser aplicado em qualquer situação que
necessite de alta resistência inicial. O desenvolvimento deste produto diferencia-se pela
dosagem de calcário e argila na produção de clínquer e pela moagem mais fina de cimento.
Com isso, ao reagir com a água, adquiri elevadas resistências, com maior velocidade.
Cimento Portland CP (RS): resistente a sulfatos – oferece resistência aos meios agressivos
sulfatados, como redes de esgotos de água servidas ou industriais, água do mar. Indicado
para concretos de alto desempenho, obras de recuperações estruturais e industriais,
concretos projetado, concretos submetidos ao ataque de meios agressivos.
Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC): este tipo de cimento tem a propriedade
de retardar o desprendimento de calor em peças de grande volume, evitando o
aparecimento de fissuras de origem térmica durante a hidratação do cimento; como por
exemplo, CP III-32 (BC).
Cimento Portland Branco (CPB): está classificado em estrutural e não estrutural. O estrutural
é aplicado em concretos brancos para fins arquitetônicos com classes de resistência
similares aos demais cimentos. E o não estrutural é usado em rejuntamento de azulejos e
aplicações não estruturais. As matérias primas para obtenção deste cimento são a partir de
materiais com baixo teor de óxido de ferro e manganês, usando caulim no lugar das argilas.
Nos primeiros estudos sobre o concreto pensava-se que os agregados eram apenas
materiais para enchimento na composição do concreto e que sua única função era de
baratear a fabricação, sendo considerados como inertes. Mostrou-se a necessidade de
conhecer melhor este material, pois muitas das propriedades dos concretos estão
influenciadas pelas características dos agregados como:
Adições
A utilização de adições minerais nos concretos reflete beneficamente, pois elas incorporam
grandes qualidades ao produto. Os efeitos benéficos das adições resultam; do efeito físico
associado ao pequeno tamanho das partículas, pelo efeito químico pozolânico. A eficiência
das adições está diretamente ligada à quantidade utilizada e das condições de cura.
Surgiram outras adições que geralmente são obtidos por meio de subprodutos (resíduos), o
que reduz a extração de matéria prima para fabricação de produtos cimentícios. Grande
exemplo de subproduto da indústria que é utilizado como adição é a escória de alto, cinza
da casca de arroz.
• Pozolanas naturais: são rochas que não necessitam de nenhum tipo de processo além da
moagem para serem empregados.
• Metacaulin: adição mineral alumino silicosa – obtida da calcinação, entre 600 a 900ºC de
alguns tipos de argilas, como as cauliníticas e os caulins. Na indústria produtora de
cobertura de papel possui um resíduo que após tratamento constitui um caulin beneficiado
de extrema brancura, finura e pureza gerando um metacaulin de alta reatividade.
• Cinza de casca de arroz: material resultante da combustão da casca de arroz, usado pelas
indústrias beneficiadoras de arroz como fonte calorífica e vapor nos processos de secagem
e parboilização dos grãos.
• Fíler: É um material finamente moído com diâmetro médio próximo ao do cimento. Quando
usado em pequenas quantidades, menor que 15% sobre a massa de cimento, devido a ação
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física traz melhorias a algumas propriedades do concreto como a trabalhabilidade, a
permeabilidade, a exsudação e a tendência a fissuração. O fíler pode ser obtido de materiais
inorgânicos processados. O material carbonático utilizado como fíler deve ter no mínimo
85% de CaCO3.
Água
Aditivos
TIPOS DE CONCRETO
• Concreto de densidade normal em torno de 2400 kg/m³ obtido com o uso de areias naturais
ou artificiais, agregados graúdos britados, pedregulhos é o mais comum para fins
estruturais.
• Os concretos leves massa específica menor que 1800 kg/m³, obtidos através de agregados
naturais ou processados termicamente com menor densidade de massa.
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• Concreto pesado usado como blindagem em locais para resistir a radiações, produzidos
com agregados de alta densidade possui massa específica maior que 3200 kg/m³. Em vários
países a classificação dos concretos é em função da resistência a compressão; concreto de
baixa resistência menos de 20 MPa, concreto de resistência moderada entre 20 e 40 MPa e
concreto de alta resistência acima de 40 MPa. Observa-se que, por ser o concreto um
produto resultante das misturas de vários materiais, onde se pode variar a quantidade de
cada matéria prima produzindo assim uma grande gama de tipos de concreto, em que a
escolha depende do local onde será aplicado. Para melhor compreensão, descreve, dentre
as variações podemos destacar alguns mais usuais, conforme abaixo:
• Concreto magro: Sem função estrutural, geralmente é usado em pisos sem movimentação
de cargas, contrapisos, revestimentos em fundos de valas, para proteção de armaduras
contra umidade do solo. Caracteriza pelo baixo consumo de cimento, em torno de 100 a 150
kg/m³, pouca trabalhabilidade tendência a segregação e exsudação, devido a pouca
quantidade de pasta de cimento,
• Concreto bombeável: Material desenvolvido para que o lançamento na estrutura seja feito
de forma mecanizada, através de bombas hidráulicas, podendo alcançar grande alturas e
distâncias através de dutos, reduzindo assim o tempo de trabalho e número de pessoas
envolvidas. É um produto de consistência mais fluida para que reduza o atrito interno dentro
da tubulação. Consistência medida através do ensaio de abatimento em torno 100 mm (± 20
mm), a fluidez do concreto para ser bombeado, é obtida adicionando maior quantidade de;
agregado miúdo, água, cimento e aplicação de aditivos plastificantes.
• Concreto leve: É aquele que possui massa específica variando entre 500 a 1800 kg/m³ para
obtenção utilizam-se agregados leves como: escoria de alto forno, vermiculita, argila
expandida, perolas e flocos de isopor, incorporação de ar. Geralmente não é utilizado com a
função estrutural, mas apenas para enchimento ou revestimento obtendo grandes
característica de isolamento térmico. À medida que reduz a massa específica reduz
drasticamente à resistência a compressão.
• Concreto pesado: Desenvolvido com agregados de grande massa específica tipo: barita,
limonita, minérios de ferro, esferas de aços. A característica básica e massa específica
superior a 3000 kg/m³ fazem com que geralmente seja usado em locais para substituir
painéis de chumbo em locais que emitem radiação, deve-se ter cuidado especial na
preparação, lançamento e cura, sendo às vezes necessária a utilização de gelo para reduzir
a temperatura de hidratação da mistura.
• Concreto para pavimento rígido: Na maior parte das estruturas de concreto a resistência,
a compressão que define as características. No caso de concreto para pavimento rígido, a
resistência a tração na flexão, a resistência ao desgaste, a resistência a ataque a meio
agressivos como: óleos, graxas, combustíveis, águas ácidas. Dosado com consumo alto de
cimento, pouca água para reduzir a retração e conseqüente redução de fissuras, produzido
com britas 1 e 2.
• Concreto de alto desempenho – CAD: nome adotado para designar novo tipo de concreto,
mais resistente, durável, mais trabalhável em obra do que o concreto convencional. É o mais
promissor material em termos de garantia de vida útil ampliadas, de maiores resistências
mecânicas, maior durabilidade em face de ataques por agentes agressivos presentes no
ambiente, com isso menores despesas potenciais com manutenções e recuperações. Já
para Almeida (2005), o CAD é uma evolução tecnológica dos concretos tradicionais, em que
foram pesquisados novos produtos químicos e adições minerais tornando o concreto mais
resistente da ordem de três a cinco vezes superiores aos concretos convencionais. As
utilizações deste material são em pilares reduzindo áreas e volumes de peças estruturais,
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proporcionando maior liberdade arquitetônica maior velocidade de construção; são
aplicados também em pontes e obras de arte especiais recuperação de estruturas;
aplicação em peças estruturais pré-fabricadas tem como vantagem a reutilização de formas
mais rápida.
• Concreto com fibras: tipo concreto caracterizado pela sua baixa capacidade de
deformação antes da ruptura. A resistência a tração é muito reduzida quando comparada a
resistência à compressão. Com a função de minimizar as limitações é feito o uso de fibras,
que podem ser produzidas a partir materiais tais como: aço, vidro, náilon, polipropileno. As
fibras são elementos descontínuos, cujo comprimento é bem maior que a dimensão da
seção transversal. Aplicações principais são: pavimentos de concreto, revestimento para
túneis, indústrias de pré-moldados, regiões sujeitas a abalos sísmicos ou fadiga por esforço
cíclico.
Durabilidade do concreto
A durabilidade dos materiais de construção a ser empregados nas estruturas deve ser bem
analisada, tanto quanto os outros aspectos de projeto e custo inicial, pois, o custo de reparo
e substituição das estruturas por falhas dos materiais é parte substancial no orçamento total
da construção. O concreto é um material que desperta grandes interesses de sua utilização
por parte dos projetistas de estruturas devido a sua resistência. Porém, tem que se ter idéia
de sua durabilidade, mesmo sendo aplicado com todos os cuidados necessários para se
obter um produto de qualidade, como: dosagens, lançamentos e cura. Pode ser um material
durável na maioria dos ambientes, mas, nos casos de deterioração prematura, podem trazer
grandes lições para os responsáveis pelas estruturas.
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segurança para a sociedade. O desempenho das estruturas de concreto armado dependerá
dos cuidados a serem adotados nas fases, de projeto, execução, controle de materiais,
programa de manutenção. Deve-se dar ênfase em fatores que determinam à durabilidade
das estruturas, produzindo peças menos permeáveis, mais compactas, treinar a mão de
obra para que se aplique o produto de acordo com as especificações, executar a cura do
concreto com eficiência, desenvolver mecanismos para barrar os agentes agressivos que
estão presentes na atmosfera como, o gás carbônico, oxigênio, e chuvas ácidas.
O concreto é constituído de três fases: pasta, agregado e zona de transição. Por ser um
material poroso devido à quantidade de água ser maior do que necessita para hidratar o
cimento, parte da água em excesso evapora ficando poros e água no interior do concreto.
Durante o processo de mistura do concreto é incorporado ar no material que também vai
propiciar vazios nas peças de concreto.
A água ocorre sob forma de vapor ou líquido nos poros, ou como água de cristalização
incorporada pelos constituintes hidratados do cimento ou ainda contida no gel que se
desenvolve na fase iniciais da hidratação de silicatos e aluminatos do clínquer. Dependendo
das condições climáticas e ambientais o concreto estará sujeito a efeitos de um conjunto de
agentes agressivos e diferentes fatores destrutivos que podem ocorrer de forma isolada ou
em conjunto que podem ser: mecânicos (impactos), físicos (lixiviação), químicos e
biológicos. Devido às ações ambientais atuantes no concreto, que vai interagir com a
microestrutura e as propriedades do concreto, podem ocasionar mudanças com o tempo. A
porosidade das peças de concreto facilita a penetração de substâncias agressivas como:
CO2 (gás carbônico), CL - (cloreto), O2 (oxigênio) e H2O, aqui vemos que o concreto chegou
ao fim da vida útil quando o uso da estrutura tornou-se inseguro e a recuperação
antieconômica.
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Fatores que influenciam a durabilidade das estruturas de concreto
No estudo de durabilidade, deve-se analisar o meio ambiente em que o concreto será utilizado, a
permeabilidade e a camada de superfície a ser coberta, sempre avaliando suas etapas de preparo,
como na concepção e execução do projeto, até a sua utilização.
Segundo Souza e Ripper (1998), diversos fatores influenciam nos problemas apresentados nas
estruturas de concreto conforme descrito abaixo.
Na concepção do projeto é fundamental que atenda todas as solicitações a que a estrutura será
submetida durante a vida útil, questões como durabilidade deve ser bem analisada levando-se em
consideração o ambiente a qual a estrutura será submetida, Andrade e Silva (2005).
Várias são as falhas possíveis de ocorrer durante a etapa de concepção da estrutura. Elas podem
se originar durante o estudo preliminar (lançamento da estrutura), na execução do anteprojeto,
ou durante a elaboração do projeto de execução, também chamado de projeto final de engenharia.
(Souza e Ripper, 1998, p.24).
Souza e Ripper (1998) descrevem que falhas originadas na fase de estudos preliminares ou
anteprojetos acarretam em processos construtivos a custos mais elevados ou gerar transtornos na
fase de utilização da obra, e as falhas geradas no processo de concepção do projeto final de
engenharia podem criar problemas patológicos sérios como:
Como as obras são executadas em sua maioria de forma artesanal, com prazos e orçamentos
curtos, são grandes as chances de ocorrer erros. Seja por falta de qualificação profissional, por
falha de fiscalização e condições ambientais, emprego de materiais não adequados etc.
Muitos problemas encontrados durante o uso das edificações têm sua origem na etapa de
execução. Os problemas gerados na execução são devido ao grande número de atividades
envolvidas, e grande número de profissionais atuando sem que se faça compatibilização dos
trabalhos, Andrade e Silva (2005).
Atualmente as construções tendem a serem menos duráveis do que em épocas anteriores, devido
às mudanças ocorridas no processo de fabricação de cimentos, consegue-se atingir altas
resistências com menor quantidade de cimento. Geralmente as especificações dos concretos são
em função da resistência a compressão, não levando em consideração a relação água/cimento,
com isso na maioria das vezes utiliza-se concretos com grande quantidade de água ocasionando
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maior porosidade, alta permeabilidade; facilitando a entrada de umidade e agentes agressivos no
interior das peças de concreto. Outro fator de redução da durabilidade das construções é a baixa
qualidade da mão de obra.
É importante que se obtenha uma camada de superfície de alta qualidade para proteger a
estrutura da entrada de agentes agressivos. A espessura da camada de superfície pode variar,
conforme a opinião de alguns autores, entre 10 a 20 mm ou 20 a 40 mm.
As falhas das camadas de superfície são devido à heterogeneidade do concreto contido nesta área,
que podem ser causadas por: efeito parede, segregação, fôrma e adensamento.
Segregação: Separação dos materiais que compõem o concreto devido às diferenças de massas
especifica e diferentes relações massa/superfície.
Fôrmas: fabricadas com material que absorvem a água do concreto levando as partículas mais
finas do cimento para superfície formando uma área mais densa.
Adensamento: A vibração incorreta faz com que partículas mais finas e bolhas de ar tendem a
dirigir-se para a origem da vibração.
Silva (1995) descreve que o objetivo da cura é manter saturado o concreto evitando a secagem
prematura até que os espaços preenchidos pela água no concreto sejam reduzidos pelo resultado
da reação do cimento com a água. O tempo de cura depende do traço da temperatura do concreto,
das condições ambientais, da exposição da estrutura ao ambiente, percebe-se que a cura
inadequada pode gerar uma camada superficial fraca, porosa, permeável, facilitando a entrada de
agentes agressivos para interior do concreto.
A cura é uma etapa importante para garantir a qualidade do concreto de cobrimento. Sem a
cura adequada torna o concreto permeável, pode criar canais superficiais facilitando a penetração
de água, gases, retenção de fuligem e difusão de elementos agressivos.
Para melhor compreensão, segundo o autor Helene (1986), a cura em lajes não traz dificuldades,
pode ser feita preenchendo uma lâmina d’água de 3 cm de espessura ou cobrir com areia úmida,
serragem, algodão, recomenda-se o lançamento de água pelo menos 30 dias, evitando o
ressecamento, e o aparecimento de dilatação térmica e retração, por secagem. Não tendo
condições de usar água potável, podem utilizar membranas impermeáveis de cura obtidas através
soluções ou emulsões aquosas de resinas e parafinas que depositam sobre o concreto e impedem
a secagem prematura. São eliminadas naturalmente.
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Na Figura 02 observa-se falhas de concretagem na emenda das fôrmas devido a perda da pasta de
cimento, vibração incorreta.
Permeabilidade no concreto
A água está presente no concreto desde o seu início, sendo substância essencial para as reações
de hidratação do cimento e é produto facilitador da mistura dos materiais do concreto. Parte da
água é perdida ou evapora deixando poros vazios ou não saturados.
Conforme descrito por Silva (1995), a permeabilidade é a propriedade que governa o fluxo do fluido
para dentro de um material sólido. O coeficiente de permeabilidade, o vapor de água e gases são
menores que o da água, e a medida do coeficiente no concreto geralmente é feito com água. O
concreto apresenta poros de ar que geralmente são ocasionados por falhas de execução e são de
dimensões maiores, já os poros na pasta de cimento podem ser: de gel e capilares sendo de
dimensões menores. Os poros maiores são os que mais afetam a durabilidade do concreto, e a
secagem da pasta de cimento aumenta a permeabilidade devido à retração gerando fissuras.
Para Silva (1995), a redução do fator a/c reduz a permeabilidade do concreto, mas deve ter atenção
à compactação e cura do concreto. Para fator a/c acima de 0,6 aumenta bastante a permeabilidade
do concreto favorecendo o transporte de substâncias nocivas para o interior do concreto.
Observa-se que, a falta de manutenção e de conhecimento por parte dos usuários sobre elementos
agressivos e sobre a estrutura de concreto como no caso de: exposição prolongada a umidades,
aplicação de produtos agressivos ao concreto e às armaduras, podem gerar graves problemas para
a estrutura, vindo a comprometer todo o trabalho até então realizado nas etapas anteriores. Um
bom programa de manutenção reduz muito os custos com reparação, mas na maioria dos casos
não se tem cuidado com a manutenção da edificação. Grandes exemplos são as pontes, viadutos,
que são construídos e nunca mais recebem nenhum tipo de tratamento para manter a durabilidade.
O uso inadequado ocasiona grandes problemas nas estruturas, como não identificar em local
visível a capacidade de carga de pontes, os impactos de veículos em pilares de edifícios, viadutos.
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Na Figura 03 mostra um guarda rodas de um viaduto em que a armadura de aço está exposta em
processo de corrosão, desplacamento de concreto, muita fuligem depositada na superfície do
concreto, indicando falta de manutenção da estrutura.
Patologias
Carbonatação
Corrosão
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O concreto proporciona ao aço uma camada protetora ou passivadora, forma uma película em volta
do aço devido à alta alcalinidade, pH acima de 12,5 sendo que esta película possui baixa
condutividade iônica, baixa solubilidade, boa aderência ao aço, caracteriza-se por ser constituída
de óxidos. Quando o pH fica abaixo de 11 a película pode ser destruída, proporcionando o
aparecimento da corrosão. O aço é considerado passivo quando resiste à corrosão em meio onde
existe tendência de passar do estado metálico para iônico. Nota-se que, além da formação da
película passivante, o concreto pode reduzir a tendência ao processo de corrosão se for empregado
de forma a ter baixa permeabilidade, que pode minimizar a penetração de substâncias que
provoquem a corrosão. A baixa permeabilidade eleva a resistividade elétrica do concreto,
impedindo as correntes corrosivas eletroquímicas. O início da corrosão ocorre após um período de
tempo exposto as condições de neutralização da alcalinidade ou penetração de substâncias
agressivas no concreto que envolve o aço, e a concentração das substâncias que desencadeiam o
processo de corrosão do aço, (silva 1995). Das substâncias presentes no ambiente que são
agressivas à estrutura de concreto podemos destacar: S-2 (cloretos), CO2 (dióxido de carbono),
NO 3 (nitritos), S02 e S03 (oxido de enxofre) e fuligem; estas substâncias podem estar contidas no
concreto ou absorvidas pelo concreto. Para que a corrosão ocorra é necessário que exista um
eletrólito (água ou solução dos poros do concreto), uma diferença de potencial (diferentes partes
aeradas do concreto, cimentos de diversos tipos numa mesma peça), o oxigênio,
independentemente da presença de substâncias agressivas Silva (1995). Com a perda da
alcalinidade do concreto e a conseqüente despassivação da armadura, forma-se uma célula de
corrosão. As condições favoráveis à corrosão se encontram reunidas; anodo, catodo, o condutor
metálico, e o eletrólito. Se houver uma diferença de potencial entre anodo e catodo haverá corrente
elétrica podendo desencadear a corrosão.
Um fator importante de proteção das armaduras de aço são os cuidados com a espessura do
cobrimento que vai envolver o aço, fornecendo-lhe um meio alcalino e dificultando a penetração
dos agentes agressivos. A norma NBR 6118 (2003), determina os cobrimentos mínimos
recomendados conforme a classe de agressividade ambiental que deve ser seguida, mas de nada
adianta se não for tomado os cuidados necessários com a execução, a escolha correta do tipo de
concreto, adensamento, cura e todos os cuidados com a estrutura que devem ser observados.
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Na Figura 13, mostra a espessura do cobrimento da armadura insuficiente em pilar de concreto
aparente ocasionando a corrosão na armadura e o aparecimento de fissuras com desplacamento
de parte do concreto.
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Na Figura 15 a parede de concreto aparente apresenta manchas escuras nas emendas das fôrmas,
alteração da tonalidade do concreto, acúmulo de agentes deletérios que fixam na superfície das
estruturas, revela a falta de manutenções preventivas periódicas.
Para aumentar a vida útil das estruturas em ambientes em que a agressividade está cada vez
maior, a utilização de revestimentos protetores de superfície se faz necessária. Uma boa
escolha do produto a ser aplicado na superfície do concreto é primordial para o sucesso do
trabalho. A aplicação de proteção superficial aumenta a durabilidade das estruturas de
concreto, é uma alternativa para diminuir a velocidade de degradação das estruturas já
existentes ou em estruturas novas como um sistema que em conjunto com o concreto ajuda
a atingir determinada vida útil. A proteção superficial do concreto pode ser realizada pela
aplicação de tintas, vernizes, silicones hidrofugantes, ou pela aplicação de argamassas,
peças cerâmicas ou outros materiais que aumente a durabilidade da estrutura. Um concreto
projetado para atender todos os requisitos de durabilidade, em princípio, não necessita de
proteção superficial, apenas a aplicação de tintas ou vernizes que cumpram função estética.
Quando o projeto não prevê este tipo de concreto, ou por falha na execução, a proteção é
necessária. Dos produtos comerciais encontrados destacamos as tintas látex vinílica, tinta
látex acrílica, verniz poliuretânico alifático, epóxi, borracha clorada, silicones hidrofugantes,
no processo de seleção dos produtos deve ser levado em consideração o tipo de exposição
em que o concreto estará submetido como, atmosfera urbana, superfícies submersas,
superfícies enterradas, atmosfera industrial.
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FIGURA 07 - Estrutura em concreto aparente sem proteção superficial.
A Figura 19 mostra estrutura em que está sendo aplicada proteção superficial através de
pintura, em que o objetivo é a garantia da durabilidade e apresentação estética.
A Figura 20 mostra um viaduto após aplicação de pintura, com boa apresentação estética,
e com barreira que impede a penetração de agentes deletérios no interior do concreto.
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FIGURA 10 - Viaduto com superfície pintada.
Considerações Finais:
Em conclusão, o concreto aparente não é apenas uma tendência passageira, mas uma solução
duradoura e inovadora que redefine a maneira como concebemos e experimentamos o espaço
construído. Ele simboliza uma abordagem que valoriza a honestidade dos materiais, a eficiência
construtiva e a beleza intrínseca da simplicidade estrutural.
Podemos ver também que através deste trabalho nas estruturas em concreto aparente um grande
problema quanto às manutenções preventivas e corretivas, refere-se aos materiais e técnicas a
serem empregados de tal maneira que não altere as características de tonalidades das superfícies.
No caso de ações preventivas, utiliza-se com êxito produtos que protegem o concreto quanto à
penetração de substâncias nocivas sem que ocorram as alterações na superfície, mas o mesmo
não ocorre em casos que se tenha que fazer recomposição da superfície do concreto a danos
causados por falhas de concretagem, fissuras, corrosão etc.
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REFERÊNCIAS
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