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Aula 03

IBAMA (Nível Superior) Direito


Constitucional

Autor:
Equipe Direito Constitucional
Estratégia Concursos

23 de Abril de 2024

05173899166 - Gilson Panagiotis


Equipe Direito Constitucional Estratégia Concursos
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Índice
1) Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º, XXXII a LXXIX, CF/88)
..............................................................................................................................................................................................3

2) Habeas Corpus
..............................................................................................................................................................................................
55

3) Habeas Data
..............................................................................................................................................................................................
62

4) Mandado de Segurança Individual


..............................................................................................................................................................................................
65

5) Mandado de Segurança Coletivo


..............................................................................................................................................................................................
71

6) Mandado de Injunção
..............................................................................................................................................................................................
74

7) Ação Popular
..............................................................................................................................................................................................
81

8) Ação Civil Pública


..............................................................................................................................................................................................
84

9) Questões Comentadas - Direitos e Deveres Ind. e Coletivos - Art. 5º - XXXI a LXXIX - CEBRASPE
..............................................................................................................................................................................................
88

10) Questões Comentadas - Remédios Constitucionais - CEBRASPE


..............................................................................................................................................................................................
119

11) Lista de Questões - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - Art. 5º - XXXI a LXXIX - CEBRASPE
..............................................................................................................................................................................................
158

12) Lista de Questões - Remédios Constitucionais - CEBRASPE


..............................................................................................................................................................................................
170

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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Ao inserir esse inciso no rol de direitos fundamentais, o constituinte destacou a importância do


direito do consumidor para os cidadãos. Essa importância fica ainda mais evidente quando se
verifica que, no art. 170, V, da CF/88, a defesa do consumidor foi elevada à condição de princípio
da ordem econômica.
O inciso XXXII é uma típica norma de eficácia limitada, uma vez que é necessária a edição de
uma lei que determine a forma pela qual o Estado fará a defesa do consumidor. Essa lei já existe:
é o Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078/1990). Segundo o STF, as instituições
financeiras também são alcançadas pelo Código de Defesa do Consumidor.1
Cabe destacar que, no RE 636.331, o STF considerou que as normas e os tratados internacionais
limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as
Convenções de Varsóvia e de Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do
Consumidor.2 Assim, em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional,
serão aplicadas as normas de convenções internacionais (e não o Código de Defesa do
Consumidor).

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Essa norma traduz o direito à informação que, combinado com o princípio da publicidade, obriga
todos os órgãos e entidades da Administração Pública, direta e indireta (incluindo empresas
públicas e sociedades de economia mista), a dar conhecimento aos administrados da conduta
interna de seus agentes. Com efeito, todos os cidadãos têm o direito de receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral. O princípio da
publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigação de transparência.
Todavia, os órgãos públicos não precisam fornecer toda e qualquer informação de que
disponham. As informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado
não devem ser fornecidas. Também são imunes ao acesso as informações pessoais, que estão
protegidas pelo art. 5º, X, da CF/88, que dispõe que “são invioláveis a intimidade, a vida privada,
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação”.
Segundo o STF, o Estado Democrático de Direito instaurado pela Constituição de 1988
estabeleceu, como regra, a publicidade das informações referentes às despesas públicas,
prescrevendo o sigilo como exceção apenas quando imprescindível à segurança da sociedade e

1
ADI nº 2.591/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. DJe: 18.12.2009.
2
RE 636.331/RJ (Tema 210). Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe: 25.05.2017.

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do Estado. Quanto maior for o sigilo, mais completas devem ser as justificativas para que, em
nome da proteção da sociedade e do Estado, tais movimentações realizem-se. Os tratados
internacionais e a própria Constituição Federal convergem no sentido de reconhecer não apenas
a ampla liberdade de acesso às informações públicas, corolário do direito à liberdade de
expressão, mas também a possibilidade de restringir o acesso, desde que (i) haja previsão legal;
(ii) destine-se a proteger a intimidade e a segurança nacional; e (iii) seja necessária e
proporcional.3
A regulamentação do art. 5º, inciso XXXIII, é feita pela Lei nº 12.527/2011, a conhecida Lei de
Acesso à Informação. É ela que define o procedimento para a solicitação de informações aos
órgãos e entidades públicas, bem como os prazos e as formas pelas quais o acesso à informação
será franqueado aos interessados.
Em 2008, antes mesmo da Lei de Acesso à Informação, o município de São Paulo, buscando dar
maior transparência pública, determinou a divulgação da remuneração de seus servidores na
internet. O caso foi levado ao STF, que entendeu que essas informações (remuneração bruta,
cargos, funções, órgãos de lotação) são de interesse coletivo ou geral, expondo-se, portanto, à
divulgação oficial. No entendimento da Corte, “não cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida
privada, pois os dados objeto da divulgação em causa dizem respeito a agentes públicos
enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição, agentes estatais
agindo ‘nessa qualidade’ (§ 6º do art. 37).4
Ainda nessa linha de garantir o acesso à informação, o STF determinou que fossem fornecidos a
pesquisadores os documentos impressos e arquivos fonográficos das sessões públicas e secretas
realizadas pelo STM (Superior Tribunal Militar) durante o período dos governos militares. Para a
Corte, o direito à informação e a busca pelo conhecimento da verdade integram o patrimônio
jurídico de todos os cidadãos, sendo um dever do Estado assegurar os meios para o exercício
desses direitos.5
No caso de lesão ao direito à informação, o remédio constitucional a ser usado pelo particular é
o mandado de segurança. Não é o habeas data! Isso porque se busca garantir o acesso a
informações de interesse particular do requerente ou de interesse coletivo ou geral e não àquelas
referentes à sua pessoa (que seria a hipótese de cabimento de habeas data).

3
ADPF 129. Rel. Min. Edson Fachin. DJe 09.12.2019.
4
STF, MS, 3.902 – AgR, Rel. Min. Ayres Britto. DJE de 03.10. 2011.
5
Rcl 11949/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, 15.03.2017.

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(TJ-ES – 2023) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado.
Comentários:
A questão vai ao encontro do inciso XXXIII do art. 5º. Questão correta.
(TRF 5a Região – 2015) Deve ser resguardado o nome do servidor público na publicitação dos
dados referentes a sua remuneração, porquanto tal divulgação viola a proteção constitucional à
intimidade.
Comentários:
A divulgação do nome e da remuneração dos servidores públicos é de interesse coletivo ou geral
e, portanto, não há que se falar em violação da intimidade. Questão errada.

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Esse dispositivo constitucional prevê, em sua alínea “a”, o direito de petição e, na alínea “b”, o
direito à obtenção de certidões. Em ambos os casos, assegura-se o não pagamento de taxas, por
serem ambas as hipóteses essenciais ao próprio exercício da cidadania.
Para facilitar a compreensão, traduzirei em palavras simples o que é petição e o que é certidão.
Petição é um pedido, uma reclamação ou um requerimento endereçado a uma autoridade
pública. Trata-se de um instrumento de exercício da cidadania, que permite a qualquer pessoa se
dirigir ao poder público para reivindicar algum direito ou informação. Por esse motivo, o
impetrante (autor da petição) pode fazer um pedido em favor de interesses próprios, coletivos,

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da sociedade como um todo ou até mesmo de terceiros. Não necessita de qualquer formalismo:
apenas se exige que o pedido seja feito por documento escrito. Exemplo: um servidor público
pode, por meio de petição, pedir remoção para outra localidade para tratar de sua saúde.
Já a certidão é um atestado ou um ato que dá prova de um fato. Dentro da linguagem jurídica, é
uma cópia autêntica feita por pessoa que tenha fé pública, de documento escrito registrado em
um processo ou em um livro. Exemplo: certidão de nascimento. Segundo a Lei Federal nº
9.051/1995, as certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos
órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de
economia mista e às fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, deverão ser expedidas no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias.
Sobre a obtenção de certidões, vale transcrever um trecho da ementa do julgamento da ADI
2.259 (Rel. Min. Dias Toffoli, DJe 25.03.2020). Nota-se que o direito à gratuidade da certidão não
é absoluto: a gratuidade condiciona-se à demonstração de que a certidão é solicitada para a
defesa de direitos ou o esclarecimento de situações de interesse pessoal:

A Constituição da República garante aos cidadãos brasileiros e aos estrangeiros


residentes no país a gratuidade na obtenção de certidões nas repartições
públicas, desde que ‘para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal’ (art. 5º, XXXIV, CF/88). [...] Essa garantia fundamental não
depende de concretização ou regulamentação legal, uma vez que se trata de
garantia fundamental dotada de eficácia plena e aplicabilidade imediata. O
direito à gratuidade das certidões, contido no art. 5º, XXXIV, b, da Carta Magna,
também inclui as certidões emitidas pelo Poder Judiciário, inclusive aquelas de
natureza forense. A Constituição Federal não fez qualquer ressalva com relação às
certidões judiciais, ou àquelas oriundas do Poder Judiciário. Todavia, a
gratuidade não é irrestrita, nem se mostra absoluta, pois está condicionada à
demonstração, pelo interessado, de que a certidão é solicitada para a defesa de
direitos ou o esclarecimento de situações de interesse pessoal. Essas finalidades
são presumidas quando a certidão pleiteada for concernente ao próprio
requerente, sendo desnecessária, nessa hipótese, expressa e fundamentada
demonstração dos fins e das razões do pedido. Quando o pedido tiver como
objeto interesse indireto ou de terceiros, mostra-se imprescindível a explicitação
das finalidades do requerimento.

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É muito comum que as bancas examinadoras tentem confundir o candidato


quanto às finalidades do direito de petição e do direito de obter certidão.
1) O direito de petição tem como finalidades a defesa de direitos e a defesa
contra ilegalidade ou abuso de poder.
2) O direito à obtenção de certidões tem como finalidades a defesa de direitos e
o esclarecimento de situações de interesse pessoal. Quando o pedido tiver como
objeto interesse indireto ou de terceiros, mostra-se imprescindível a explicitação
das finalidades do requerimento.
Como se vê, ambos servem para a defesa de direitos. Entretanto, a petição
também é usada contra ilegalidade ou abuso de poder, enquanto as certidões
têm como segunda aplicação possível o esclarecimento de situações de interesse
pessoal.

O direito de petição é um remédio administrativo, que pode ter como destinatário qualquer
órgão ou autoridade do poder público, de qualquer um dos três Poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário) ou até mesmo do Ministério Público. Todas as pessoas físicas (brasileiros ou
estrangeiros) e pessoas jurídicas são legitimadas para peticionar administrativamente aos poderes
públicos.
Por ser um remédio administrativo, isto é, de natureza não jurisdicional, o direito de petição é
exercido independentemente de advogado. Em outras palavras, não é obrigatória a
representação por advogado para que alguém possa peticionar aos poderes públicos. Nesse
sentido, é importante deixar claro que o STF faz nítida distinção entre o direito de peticionar e o
direito de postular em juízo.6
O direito de postular em juízo, ao contrário do direito de petição, necessita, para ser exercido, de
representação por advogado, salvo em situações excepcionais (como é o caso do habeas
corpus). Portanto, para o STF, não é possível, com base no direito de petição, garantir a qualquer
pessoa ajuizar ação, sem a presença de advogado. Com efeito, o ajuizamento de ação está no
campo do “direito de postular em juízo”, o que exige advogado.
Quando se exerce o direito de petição ou, ainda, quando se solicita uma certidão, há uma
garantia implícita de se receber uma resposta (no caso de petição) ou de se obter a certidão.
Quando há omissão do poder público (falta de resposta à petição ou negativa ilegal da certidão),
o remédio constitucional adequado, a ser utilizado na via judicial, é o mandado de segurança.
Sobre o direito de certidão, o STF já se pronunciou da seguinte forma:

[...] o direito à certidão traduz prerrogativa jurídica, de extração constitucional,


destinada a viabilizar, em favor do indivíduo ou de uma determinada coletividade
(como a dos segurados do sistema de previdência social), a defesa (individual ou
coletiva) de direitos ou o esclarecimento de situações, de tal modo que a injusta
recusa estatal em fornecer certidões, não obstante presentes os pressupostos

6
STF, Petição nº 762/BA AgR . Rel. Min. Sydney Sanches. Diário da Justiça 08.04.1994.

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legitimadores dessa pretensão, autorizará a utilização de instrumentos


processuais adequados, como o mandado de segurança ou como a própria ação
civil pública, esta, nos casos em que se configurar a existência de direitos ou
interesses de caráter transindividual, como os direitos difusos, os direitos
coletivos e os direitos individuais homogêneos.7

As bancas examinadoras adoram dizer que o remédio constitucional destinado a


proteger o direito de certidão é o habeas data. Isso está errado!
O remédio constitucional que protege o direito de certidão é o mandado de
segurança. O habeas data é utilizado, como estudaremos mais à frente, quando
não se tem acesso a informações pessoais do impetrante que constam em um
banco de dados mantido por um órgão público ou quando se deseja retificá-las.
Quando alguém solicita uma certidão, já tem acesso às informações; o que quer
é apenas receber um documento formal do poder público que ateste a
veracidade das informações. Portanto, é incabível o habeas data.

(TCE-PE – 2017) De acordo com a CF, somente estarão isentas do pagamento de taxa para
obtenção de certidões em repartição pública para defesa de direitos as pessoas que
comprovarem sua hipossuficiência.
Comentários:
O direito à obtenção de certidões em repartições públicas independe do pagamento de taxas.
Trata-se de prerrogativa de todas as pessoas (e não apenas dos hipossuficientes!). Questão
errada.

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a


direito;

7
RE STF 472.489/RS, Rel. Min. Celso de Mello, 13.11.2007.

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No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição, que é o sistema de jurisdição una. Nesse
modelo, somente o Poder Judiciário pode dizer o Direito de forma definitiva, isto é, somente as
decisões do Judiciário fazem coisa julgada material. Contrapondo-se a esse modelo, está o
sistema francês de jurisdição (contencioso administrativo), no qual tanto a Administração quanto
o Judiciário podem julgar com caráter definitivo.
O art. 5º, XXXV, ao dizer que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito”, ilustra muito bem a adoção do sistema inglês pelo Brasil. Trata-se do princípio
da inafastabilidade de jurisdição, segundo o qual somente o Poder Judiciário poderá decidir uma
lide em definitivo. É claro que isso não impede que o particular recorra administrativamente ao
ter um direito seu violado: ele poderá fazê-lo, inclusive apresentando recursos administrativos se
for o caso. Entretanto, todas as decisões administrativas estão sujeitas a controle judicial, mesmo
aquelas das quais não caiba recurso administrativo.
Cabe destacar que quaisquer litígios, estejam eles concluídos ou pendentes de solução na esfera
administrativa, podem ser levados ao Poder Judiciário. No último caso (pendência de solução
administrativa), a decisão administrativa estará prejudicada. O processo administrativo,
consequentemente, será arquivado sem decisão de mérito.
Em razão do princípio da inafastabilidade de jurisdição, também denominado de princípio da
universalidade de jurisdição, não existe no Brasil, como regra geral, a “jurisdição condicionada”
ou “instância administrativa de curso forçado”. Isso quer dizer que o acesso ao Poder Judiciário
independe de processo administrativo prévio referente à mesma questão. O direito de ação não
está condicionado à existência de procedimento administrativo anterior; uma vez que seu direito
foi violado, o particular pode recorrer diretamente ao Poder Judiciário.
Há, todavia, algumas exceções, nas quais a jurisdição é condicionada, ou seja, somente é
possível acionar o Poder Judiciário depois de prévio requerimento administrativo:
a) habeas data — um requisito para que seja ajuizado o habeas data é a negativa ou
omissão da Administração Pública em relação a pedido administrativo de acesso a
informações pessoais ou de retificação de dados.
b) controvérsias desportivas — o art. 217, § 1º, da CF/88, determina que “o Poder
Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”.
c) reclamação contra o descumprimento de súmula vinculante pela Administração Pública
— o art. 7º, § 1º, da Lei nº 11.417/2006, dispõe que “contra omissão ou ato da
administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias
administrativas”. A reclamação é ação utilizada para levar ao STF caso de descumprimento
de enunciado de súmula vinculante (art. 103-A, § 3º). Segundo o STF, a reclamação está
situada no âmbito do direito de petição (e não do direito de ação); portanto, entende-se
que sua natureza jurídica não é a de um recurso, de uma ação nem de um incidente
processual.8
d) requerimento judicial de benefício previdenciário — antes de recorrer ao Poder
Judiciário para que lhe conceda um benefício previdenciário, faz-se necessário o prévio

8
STF, ADI nº 2.212/CE. Rel. Min, Ellen Gracie. DJ. 14.11.2003.

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requerimento administrativo ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Sem o prévio


requerimento administrativo, não haverá interesse de agir do segurado.
O art. 5º, XXXV, da CF/88 representa verdadeira garantia de acesso ao Poder Judiciário, sendo
um fundamento importante do Estado Democrático de Direito. Todavia, por mais relevante que
seja, não se trata de uma garantia absoluta: o direito de acesso ao Poder Judiciário deve ser
exercido, pelos jurisdicionados, por meio das normas processuais que regem a matéria, não se
constituindo negativa de prestação jurisdicional e cerceamento de defesa a inadmissão de
recursos quando não observados os procedimentos estatuídos nas normas instrumentais.9 Com
efeito, o art. 5º, inciso XXXV, não obsta que o legislador estipule regras para o ingresso do pleito
na esfera jurisdicional, desde que obedecidos os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Quando este fixa formas, prazos e condições razoáveis, não ofende a
inafastabilidade da jurisdição.
Destaque-se que o princípio da inafastabilidade de jurisdição não assegura a gratuidade
universal no acesso aos tribunais, mas sim a garantia de que o Judiciário se prestará à defesa de
todo e qualquer direito, ainda que contra os poderes públicos, independentemente das
capacidades econômicas das partes.
É claro que, se o valor da taxa judiciária for muito elevado, isso poderá representar verdadeiro
obstáculo ao direito de ação. Nesse sentido, entende o STF que viola a garantia constitucional
de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa (Súmula STF no
667). Com efeito, há que existir uma equivalência entre o valor da taxa judiciária e o custo da
prestação jurisdicional; uma taxa judiciária calculada sobre o valor da causa pode resultar em
valores muito elevados, na hipótese de o valor da causa ser alto. Por isso, é razoável que a taxa
judiciária tenha um limite; assim, causas de valor muito elevado não resultarão em taxas
judiciárias desproporcionais ao custo da prestação jurisdicional.
A garantia de acesso ao Poder Judiciário é, como dissemos, um instrumento importante para a
efetivação do Estado Democrático de Direito. Dessa forma, o direito de ação não pode ser
obstaculizado de maneira desarrazoada. Seguindo essa linha de raciocínio, o STF considerou que
“é inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário”.10 (Súmula Vinculante no
28). Segundo a Corte, a necessidade do depósito prévio limitaria o próprio acesso à primeira
instância, podendo, em muitos casos, inviabilizar o direito de ação.
Outro ponto importante, relacionado à garantia de acesso ao Poder Judiciário, é o duplo grau de
jurisdição. Elucidando o conceito, explica-se que o duplo grau de jurisdição é um reexame da
matéria decidida em juízo, ou seja, trata-se de uma nova apreciação jurisdicional (reexame) por
um órgão diverso e de hierarquia superior àquele que decidiu em primeira instância.
Segundo o STF, o duplo grau de jurisdição não consubstancia princípio nem garantia
constitucional, uma vez que são várias as previsões, na própria Lei Fundamental, do julgamento
em instância única ordinária.11 Em outras palavras, a Constituição Federal de 1988 não estabelece
obrigatoriedade de duplo grau de jurisdição.
9
STF, Ag.Rg. nº 152.676/PR. Rel. Min. Maurício Corrêa. DJ 03.11.1995.
10
Súmula Vinculante nº 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade
de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.
11
RHC 79785 RJ; AgRg em Agl 209.954-1/SP, 04.12.1998.

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É de se ressaltar, todavia, que o duplo grau de jurisdição é princípio previsto na Convenção


Americana de Direitos Humanos, que é um tratado de direitos humanos com hierarquia
supralegal regularmente internalizado no ordenamento jurídico brasileiro.12
Assim, parece-nos que a interpretação mais adequada é a de que, embora o duplo grau de
jurisdição exista no ordenamento jurídico brasileiro (em razão da incorporação ao direito
doméstico da Convenção Americana de Direitos Humanos), não se trata de um princípio
absoluto, uma vez que a Constituição estabelece várias exceções a ele.13 Nesse sentido, não
cabe recurso da decisão do Senado que julga o Presidente da República por crime de
responsabilidade; ou, ainda, é irrecorrível a decisão do STF que julga o Presidente e os
parlamentares nas infrações penais comuns.

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;

O direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada são institutos que surgiram como
instrumentos de segurança jurídica, impedindo que as leis retroagissem para prejudicar situações
jurídicas consolidadas. Eles representam, portanto, a garantia da irretroatividade das leis, que,
todavia, não é absoluta.
O Estado não é impedido de criar leis retroativas; estas serão permitidas, mas apenas se
beneficiarem os indivíduos, impondo-lhes situação mais favorável do que a que existia sob a
vigência da lei anterior. Segundo o STF, “o princípio insculpido no inciso XXXVI do art. 5º da
Constituição não impede a edição, pelo Estado, de norma retroativa (lei ou decreto), em
benefício do particular”.14

A Súmula STF nº 654 dispõe o seguinte:


“A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição
da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.”
Vamos às explicações. Suponha que a União tenha editado uma lei retroativa
concedendo um tratamento mais favorável aos servidores públicos do que o
estabelecido pela lei anterior. Por ser benigna, a lei retroativa pode, sim, ser
aplicada mesmo diante do direito adquirido.

12
O art. 8º, nº 2, alínea “h”, da Convenção Americana de Direitos Humanos dispõe que toda pessoa tem “o
direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior”.
13
STF, 2ª Turma, AI 601832 AgR/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe 02.04.2009.
14
STF, 3ª Turma, RExtr, nº 184.099/DF, Rel. Min. Octávio Gallotti, RTJ 165/327.

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Agora vem a pergunta: poderá a União (que editou a lei retroativa) arrepender-se
do benefício que concedeu aos seus servidores e alegar em juízo que a lei não é
aplicável em razão do princípio da irretroatividade das leis?
Não poderá, pois a garantia da irretroatividade da lei não é invocável pela
entidade estatal que a tenha editado.

Vamos, agora, entender os conceitos de direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
a) Direito adquirido é aquele que já se incorporou ao patrimônio do particular, uma vez
que já foram cumpridos todos os requisitos aquisitivos exigidos pela lei então vigente. É o
que ocorre se você cumprir todos os requisitos para se aposentar sob a vigência de uma
lei X. Depois de cumpridas as condições de aposentadoria, mesmo que seja criada lei Y
com requisitos mais gravosos, você terá direito adquirido a aposentar-se.
O direito adquirido difere da “expectativa de direito”, que não é alcançada pela proteção
do art. 5º, inciso XXXVI. Suponha que a lei atual, ao dispor sobre os requisitos para
aposentadoria, garanta-lhe o direito de aposentar-se daqui a 5 anos. Hoje você ainda não
cumpre os requisitos necessários para se aposentar; no entanto, daqui a 5 anos, tê-los-á
todos reunidos. Caso amanhã seja editada uma nova lei, que imponha requisitos mais
difíceis para a aposentadoria, fazendo com que você só possa se aposentar daqui a 10
anos, ela não estará ferindo seu direito. Veja: você ainda não tinha direito adquirido à
aposentadoria (ainda não havia cumprido os requisitos necessários para tanto), mas mera
expectativa de direito.
b) Ato jurídico perfeito é aquele que reúne todos os elementos constitutivos exigidos pela
lei15; é o ato já consumado pela lei vigente ao tempo em que se efetuou.16 Tome-se como
exemplo um contrato celebrado hoje, na vigência de uma lei X.
c) Coisa julgada compreende a decisão judicial da qual não cabe mais recurso.
É importante destacar que, no art. 5º, inciso XXXV, o vocábulo “lei” está empregado em seus
sentidos formal (fruto do Poder Legislativo) e material (qualquer norma jurídica). Portanto, inclui
emendas constitucionais, leis ordinárias, leis complementares, resoluções, decretos legislativos e
várias outras modalidades normativas. Nesse sentido, tem-se o entendimento do STF de que a
vedação constante do inciso XXXVI se refere ao direito/lei, compreendendo qualquer ato da
ordem normativa constante do art. 59 da Constituição.17
Também é importante ressaltar que, segundo o STF, o princípio do direito adquirido aplica-se a
todo e qualquer ato normativo infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direito
público ou de direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei dispositiva.18
Há, todavia, certas situações nas quais não cabe invocar direito adquirido. Assim, não existe
direito adquirido frente a:

15
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São
Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 241.
16
Cf. art. 6º, §1º, da LINDB.
17
STF, ADI 3.105-8/DF, 18.08.2004.
18
RE 204967 RS, DJ 14-03-1997.

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a) Normas constitucionais originárias. As normas que “nasceram” com a CF/88 podem


revogar qualquer direito anterior, até mesmo o direito adquirido.
b) Mudança do padrão da moeda.
c) Criação ou aumento de tributos.
d) Mudança de regime estatutário.

(PC-RJ – 2022) Eunice, servidora pública estadual, preencheu os requisitos para a fruição de
determinado benefício assegurado pelo regime jurídico único dos servidores. Ocorre que, no dia
anterior àquele em que iria requerê-lo, a lei foi alterada, e o benefício, suprimido. Apesar disso,
um amigo lhe informou, corretamente, que o seu direito ao benefício não seria afetado pela nova
lei, o que decorria da garantia constitucional do ato jurídico perfeito.
Comentários:
A situação descrita na questão coincide com a noção de direito adquirido pela servidora pública
estadual e não de ato jurídico perfeito. Ela já incorporou ao seu patrimônio jurídico o direito de
se aposentar, ainda que tenha havido mudança na lei. Questão errada.

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;


[...]
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;

Contrariando um pouco a ordem em que estão dispostos na Constituição, analisaremos esses


dois incisos em conjunto. Isso porque ambos traduzem o princípio do “juízo natural” ou do “juiz

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natural”. Esse postulado garante ao indivíduo que suas ações no Poder Judiciário serão
apreciadas por um juiz imparcial, o que é uma garantia indispensável à administração da Justiça
em um Estado Democrático de Direito.
O princípio do juiz natural impede a criação de juízos de exceção ou “ad hoc”, criados de
maneira arbitrária, após o acontecimento de um fato. Na história da humanidade, podemos
apontar como exemplos de tribunais de exceção o Tribunal de Nuremberg e o Tribunal de
Tóquio, instituídos após a Segunda Guerra Mundial; esses tribunais foram criados pelos
“vencedores” (da guerra) para julgar os “vencidos” e, por isso, são tão duramente criticados.
O princípio do juiz natural deve ser interpretado de forma ampla. Ele não deve ser encarado
apenas como uma vedação à criação de tribunais ou juízos de exceção; além disso, decorre
desse princípio a obrigação de respeito absoluto às regras objetivas de determinação de
competência, para que não seja afetada a independência e a imparcialidade do órgão julgador.19
Todos os juízes e órgãos julgadores, em consequência, têm sua competência prevista
constitucionalmente, de modo a assegurar a segurança jurídica.
==2fbc94==

É importante que você saiba que o STF entende que esse princípio não se limita aos órgãos e
juízes do Poder Judiciário. Segundo o Pretório Excelso, ele alcança, também, os demais
julgadores previstos pela Constituição, como o Senado Federal, por exemplo. Além disso, por
sua natureza, o princípio do juiz natural alcança a todos: brasileiros e estrangeiros, pessoas físicas
e pessoas jurídicas. Em um Estado Democrático de Direito, todos têm, afinal, o direito a um
julgamento imparcial, neutro.
É bom frisar que o STF, também tomando por base o inciso LII, endossou a existência do
promotor natural.20

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Esse inciso deve ser memorizado. Geralmente é cobrado em sua literalidade! Decore cada uma
dessas “alíneas”!
O tribunal do júri é um tribunal popular, composto por um juiz togado, que o preside, e vinte e
cinco jurados, escolhidos entre cidadãos do município (Lei Federal no 11.689/2008) e entre todas
as classes sociais. Segundo a doutrina, é visto como uma prerrogativa do cidadão, que deverá ser
julgado pelos seus semelhantes.21

19
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São
Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 245 – 246.
20
HC 67.759. Rel. Min. Celso de Mello. DJ 01.07.1993.
21
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São
Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 249-254.

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O tribunal do júri possui competência para julgamento de crimes dolosos contra a vida. Crime
doloso é aquele em que o agente (quem pratica o crime) prevê o resultado lesivo de sua conduta
e, mesmo assim, pratica a ação, produzindo o resultado. Exemplo: o marido descobre que a
mulher o está traindo e, intencionalmente, atira nela e no amante, causando a morte dos dois.
Trata-se de homicídio doloso, que é, sem dúvida, um crime doloso contra a vida; o julgamento
será, portanto, da competência do tribunal do júri.
Sobre a competência do tribunal do júri, destacamos, a seguir, algumas jurisprudências que
podem ser cobradas em prova:

1) A competência constitucional do Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII) não pode ser
afastada por lei estadual, nem usurpada por vara criminal especializada, sendo
vedada, ainda, a alteração da forma de sua composição, que deve ser definida
em lei nacional.22
No caso, o STF apreciou lei estadual que criava vara especializada para processar
e julgar crimes praticados por organizações criminosas. Essa vara especializada
julgaria, inclusive, os crimes dolosos contra a vida. Dessa forma, por invadir a
competência do tribunal do júri, foi considerada inconstitucional.
2) A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular, e
não do tribunal do júri (Súmula STF nº 603).
O latrocínio é um crime complexo, no qual estão presentes duas condutas: o
roubo e o homicídio. Em outras palavras, o latrocínio é um roubo qualificado pela
morte da vítima. É considerado pela doutrina como um “crime contra o
patrimônio” (e não como “crime contra a vida”), ficando, por isso, afastada a
competência do tribunal do júri.

A competência do tribunal do júri para julgar os crimes dolosos contra a vida não é absoluta. Isso
porque não alcança os detentores de foro especial por prerrogativa de função previsto na
Constituição Federal. É o caso, por exemplo, do Presidente da República e dos membros do
Congresso Nacional, que serão julgados pelo STF quando praticarem crimes comuns, ainda que
dolosos contra a vida, desde que os crimes tenham sido cometidos durante o exercício do cargo
e em razão deste23. Em outras palavras, o foro por prerrogativa de função prevalece sobre a
competência do tribunal do júri, desde que esse foro especial decorra diretamente da
Constituição Federal.

22
STF, ADI nº 4414/AL, Rel. Min. Luiz Fux, Decisão 31.05.2012.
23
STF, AP 937 QO/RJ. Rel. Min. Roberto Barroso, Decisão 03.05.2018.

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A pergunta que se faz diante dessa última afirmação é a seguinte: e quando o foro especial não
decorrer de previsão da Constituição Federal, mas sim da Constituição Estadual?
Para responder a esse questionamento, o STF editou a Súmula Vinculante nº 45, que assim
dispõe: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual”.
Já decidiu o STF, com base nesse entendimento, que vereadores que possuam foro por
prerrogativa de função derivado de Constituição Estadual serão julgados pelo tribunal do júri se
cometerem crimes dolosos contra a vida24. Isso se explica pelo fato de que a competência do
tribunal do júri prevalecerá sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição Estadual.
A Constituição Federal estabelece, ainda, três importantes princípios para o tribunal do júri: i) a
plenitude de defesa; ii) a soberania dos veredictos; e iii) o sigilo das votações.
A plenitude de defesa é uma variante do princípio da ampla defesa e do contraditório (art. 5º,
LV), que permite ao acusado apresentar defesa contra aquilo que lhe é imputado. Sua
concretização pressupõe que os argumentos do réu tenham a mesma importância, no
julgamento, que os do autor. Em consequência, não devem existir prioridades na relação
processual e deve o réu ter a possibilidade de usar todos os instrumentos processuais na sua
defesa. Também decorre da plenitude de defesa o fato de que os jurados são das diferentes
classes sociais.
Segundo o STF, “implica prejuízo à defesa a manutenção do réu algemado na sessão de
julgamento do Tribunal do Júri, resultando o fato na insubsistência do veredicto condenatório”.25
No que se refere à soberania dos veredictos, também assegurada ao tribunal do júri pela Carta
Magna, destaca-se que esta tem a finalidade de evitar que a decisão dos jurados seja modificada
ou suprimida por decisão judicial. Entretanto, não se trata de um princípio absoluto, sendo
possível a sua relativização. A soberania dos veredictos não confere ao tribunal do júri o exercício
de um poder incontrastável e ilimitado.26
Quanto ao sigilo das votações, é importante pontuar que o ato de votar deve se dar longe do
alcance público. Sigilo das votações é diferente de voto secreto, portanto. Segundo Guilherme
de Souza Nucci27, "votação não quer dizer 'voto', portanto não se pode sustentar que o
constituinte desejou assegurar o ’voto secreto’, abolindo a sala secreta. Em outras palavras, não é
cabível dizer que a Constituição teria garantido o voto secreto dado em público. Deveria ter
mencionado, se assim fosse, que, no júri, é assegurado o 'sigilo do voto'. Não o fazendo, é
preciso delinear o significado de votação, que é o 'ato de votar'. Trata-se, pois, do método e não
do objeto".
É possível, sim, que existam recursos das decisões do tribunal do júri; nesse sentido, é possível
haver a revisão criminal ou mesmo o retorno dos autos ao júri, para novo julgamento.28 Segundo
o STF, a soberania dos veredictos do tribunal do júri não exclui a recorribilidade de suas decisões,
24
STF, HC nº 80.477/PI, Rel. Min. Néri da Silveira. Decisão 31.10.2000.
25
STF, HC nº 91.952, Rel. Min. Marco Aurélio. Decisão 19.12.2008.
26
STF, HC nº 70.193-1/RS, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 06.11.2006.
27
Júri: princípios constitucionais, São Paulo: Juarez de Oliveira, 1999, p. 170.
28
STF, HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000.

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quando manifestamente contrárias à prova dos autos.29 Assim, nesse caso, será cabível apelação
contra decisões do tribunal do júri.
Por fim, cabe destacar que o STF entende que a competência do tribunal do júri, fixada no art.
5º, XXXVIII, “d”, da CF/88, quanto ao julgamento de crimes dolosos contra a vida é passível de
ampliação pelo legislador ordinário.30 Isso significa que pode a lei determinar o julgamento de
outros crimes pelo tribunal do júri.

(MPE-BA – 2023) A Constituição Federal de 1988 reconhece a instituição do júri, sendo


obrigatório o serviço do júri.
Comentários:
À luz do inciso XXXVIII do art. 5º da CF/88, não há menção à obrigatoriedade para o serviço do
júri, sendo assegurados a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos
e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Questão errada. Todavia, a
função de jurado do tribunal do júri é obrigatória à luz do Código de Processo Penal (art. 436).
Por outro lado, como a questão utiliza a CF/88 como parâmetro para a resposta, deve ser
considerada errada.
(MPE-RS – 2014) Lei ordinária que amplie a competência do Tribunal do Júri não ofende o art. 5º,
XXXVIII, letra “d”, nem a cláusula pétrea do § 4º do art. 60, ambos da Constituição Federal.
Comentários:
Segundo o STF, é possível que lei ordinária amplie a competência do tribunal do júri, ou seja, não
há qualquer ofensa à CF/88. Questão correta.

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

O art. 5º, inciso XXXIX, da CF/88, estabelece um importante princípio constitucional do direito
penal: o princípio da legalidade. Segundo o Prof. Cezar Roberto Bitencourt, “pelo princípio da
legalidade, a elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei, isto é, nenhum fato
pode ser considerado crime e nenhuma penalidade criminal pode ser aplicada sem que antes da
ocorrência deste fato exista uma lei definindo-o como crime e cominando-lhe a sanção
correspondente”.
O princípio da legalidade desdobra-se em dois outros princípios: o princípio da reserva legal e o
princípio da anterioridade da lei penal.

29
STF, HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000.
30
HC 101542 SP, DJe-096, 28-05-2010.

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O princípio da reserva legal determina que somente lei em sentido estrito (lei formal, editada
pelo Poder Legislativo) poderá definir crime e cominar penas. Nem mesmo medida provisória
poderá definir um crime e cominar penas, já que essa espécie normativa não pode tratar de
direito penal (art. 62, § 1º, I, “b”).
A exigência de que lei formal defina o que é crime e comine suas penas traz a garantia de se
considerarem crime condutas aceitas pela sociedade como tais e de que essas condutas sejam
punidas da maneira considerada justa por ela. Com isso, quem define o que é crime e as
respectivas penas é o povo, por meio de seus representantes no Poder Legislativo.
Já pensou se, por exemplo, o presidente da República pudesse definir o que é crime por medida
provisória? Ou até mesmo dobrar a pena de determinado ilícito por tal ato normativo? Teríamos
uma ditadura, não? É por isso que o inciso XXXIX do art. 5o da CF/88 é tão importante!

As normas penais em branco são aquelas que tipificam a conduta criminosa, mas
que dependem de complementação em outra norma. Um exemplo de norma
penal em branco é o crime de contrabando, que consiste em “importar ou
exportar mercadoria proibida” (art. 334-A, Código Penal).
A definição do crime de contrabando depende de uma complementação, uma
vez que o Código Penal não define quais são as mercadorias proibidas. É a
legislação extrapenal que o fará. Assim, o crime de contrabando é uma norma
penal em branco.
Para o estudo do Direito Constitucional, interessa-nos saber que a doutrina
majoritária considera que as normas penais em branco não violam o princípio da
reserva legal.

O princípio da anterioridade da lei penal, por sua vez, exige que a lei esteja em vigor no
momento da prática da infração para que o crime exista. Em outras palavras, exige-se lei anterior
para que uma conduta possa ser considerada como crime.
Esse princípio confere segurança jurídica às relações sociais ao determinar que um fato só será
considerado crime se for cometido após a entrada em vigor da lei incriminadora. Quer um
exemplo? Se amanhã for editada uma lei que considere crime beijar o namorado (ou namorada)
no cinema, nenhum de nós será preso. Só poderá ser considerado culpado quem o fizer após a
entrada em vigor da lei. Aproveitemos, então, a liberdade de namorar, antes que tal lei seja
editada! Mas não agora, é hora de estudar Direito Constitucional.
Do princípio da anterioridade da lei penal, deriva a irretroatividade da lei penal, que está prevista
no art. 5º, XL, que estudaremos a seguir.

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XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

“Retroagir” significa “voltar para trás”, “atingir o passado”. Portanto, diz-se que retroatividade é
a capacidade de atingir atos pretéritos; por sua vez, irretroatividade é a impossibilidade de
atingi-los.
É comum, também, em textos jurídicos, encontrarmos as expressões “ex tunc” e “ex nunc”. “Ex
tunc” é aquilo que tem retroatividade; “ex nunc” é o que é irretroativo. Lembre-se de que,
quando você diz que “NUNCA” mais fará alguma coisa, esse desejo só valerá daquele instante
para frente, não é mesmo? Sinal de que fez algo no passado de que se arrepende, mas que não
pode mudar. Já o “T” de “TUNC” pode fazê-lo lembrar de uma máquina do TEMPO, atingindo
tudo o que ficou para TRÁS...

Depois dessa “viagem”, voltemos ao inciso XL. Ele traz o princípio da irretroatividade da lei
penal, que, conforme já comentamos, deriva do princípio da anterioridade da lei penal. Uma
conduta somente será caracterizada como crime se, no momento da sua ocorrência, já existir lei
em vigor que a definia como tal.
Portanto, em regra, a lei penal não atinge o passado. Imagine que hoje você beba uma garrafa
de vodca no bar, conduta lícita e não tipificada como crime. No entanto, daqui a uma semana, é
editada uma nova lei que estabelece que “beber vodca” será considerado crime. Pergunta-se:
você poderá ser penalizado por essa conduta? É claro que não, uma vez que a lei penal, em
regra, não atinge fatos pretéritos.
Todavia, é importante termos em mente que a lei penal poderá, em certos casos, retroagir. É o
que se chama de retroatividade da lei penal benigna: a lei penal poderá retroagir, desde que
para beneficiar o réu. Dizendo de outra forma, a “novatio legis in mellius” retroagirá para
beneficiar o réu.
Há um tipo especial de “novatio legis in mellius”, que é a conhecida “abolitio criminis”, assim
considerada a lei que deixa de considerar como crime conduta que, antes, era tipificada como
tal. Um exemplo seria a edição de uma lei que descriminalizasse o aborto. A “abolitio criminis”,
por ser benéfica ao réu, retroagirá, alcançando fatos pretéritos e evitando a punição de pessoas
que tenham cometido a conduta antes considerada criminosa.
A lei penal favorável ao réu, portanto, sempre retroagirá para beneficiá-lo, mesmo que tenha
ocorrido trânsito em julgado de sua condenação. Por outro lado, a lei penal mais gravosa ao
indivíduo (que aumenta a penalidade ou passa a considerar determinado fato como crime) só

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alcançará fatos praticados após sua vigência. É a irretroatividade da lei penal mais grave: a
“novatio legis in pejus” não retroage.
No que diz respeito à retroatividade da lei penal mais benigna, entende o Supremo que não é
possível a combinação de leis no tempo, pois, caso se agisse dessa forma, estaria sendo criada
uma terceira lei (“lex tertia”). De acordo com o Pretório Excelso, extrair alguns dispositivos, de
forma isolada, de um diploma legal, e outro dispositivo de outro diploma legal implica alterar por
completo o seu espírito normativo, criando um conteúdo diverso do previamente estabelecido
pelo legislador.31 RAÇÃO= RACISMO + AÇÃO GRUPOS ARMADOS = IMPRESCRITÍVEIS E
INAFIANÇÁVEIS
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais.
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; TTTH= INAFIANÇÁVEIS E
INSUSCETIVEIS DE GRAÇA
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Em todos esses dispositivos, é possível perceber que o legislador constituinte não buscou
outorgar direitos individuais, mas sim estabelecer normas que determinam a criminalização de
certas condutas.32 É o que a doutrina denomina “mandados de criminalização”, que se
caracterizam por serem normas direcionadas ao legislador, o qual se vê limitado em sua
liberdade de atuação.
Segundo o Prof. Gilmar Mendes, os mandados de criminalização estabelecidos por esses
dispositivos traduzem outra dimensão dos direitos fundamentais: a de que o Estado não deve
apenas observar as investidas do poder público, mas também garantir os direitos fundamentais
contra agressão propiciada por terceiros.33
O inciso XLI estabelece que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e
liberdades fundamentais”. Como é possível observar, trata-se de norma de eficácia limitada,
dependente, portanto, de complementação legislativa. Evidencia um mandato de criminalização
que busca efetivar a proteção dos direitos fundamentais.
Na ADO 26, o STF reconheceu que houve omissão inconstitucional por parte do Congresso
Nacional ao deixar de editar lei criminalizando atos de homofobia e transfobia. Segundo a Corte,
até que seja editada lei incriminadora, as condutas homofóbicas e transfóbicas deverão ser
tipificadas como crime de racismo. Cabe destacar que a repressão penal à prática da
homotransfobia não restringe o exercício da liberdade religiosa, de modo que líderes religiosos

31
HC 98766 MG, DJe-040, 04-03-2010.
32
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição.
Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538.
33
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição.
Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538.

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(pastores, sacerdotes, clérigos muçulmanos etc.) poderão externar livremente as convicções de


suas doutrinas, desde que isso não configure discurso de ódio.34
O inciso XLII, por sua vez, estabelece que “a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”. É claro que há muito a ser falado
sobre o racismo; no entanto, há dois pontos que são muito cobrados em prova:

a) O racismo é crime inafiançável e imprescritível.

Imprescritível é aquilo que não sofre prescrição. A prescrição é a extinção de um direito


que se dá após um prazo devido à inércia do titular do direito em protegê-lo. No caso, ao
dizer que o racismo é imprescritível, o inciso XLII determina que este não deixará de ser
punido mesmo com o decurso de longo tempo desde sua prática e com a inércia
(omissão) do titular da ação penal durante todo esse período.

Inafiançável é o crime que não admite o pagamento de fiança (montante em dinheiro) para
que o preso seja solto.

b) O racismo é punível com a pena de reclusão. As bancas examinadoras vão tentar


confundi-lo e dizer que o racismo é punível com detenção. Não é! O racismo é punível
com reclusão, que é uma pena mais gravosa do que a detenção.

Apenas para que você não fique viajando, qual é a diferença entre a pena de reclusão e a
pena de detenção? A diferença entre elas está no regime de cumprimento de pena: na
reclusão, inicia-se o cumprimento da pena em regime fechado, semiaberto ou aberto; na
detenção, o cumprimento da pena inicia-se em regime semiaberto ou aberto.

O STF já teve a oportunidade de apreciar o alcance da expressão “racismo”. No caso concreto,


bastante famoso por sinal, Siegfried Ellwanger, escritor e dono de livraria, havia sido condenado
por ter escrito, editado e comercializado livros de conteúdo antissemita, fazendo apologia de
ideias discriminatórias contra os judeus. A questão que se impunha ao STF decidir era a seguinte:
a discriminação contra os judeus seria ou não crime de racismo?
O STF decidiu que a discriminação contra os judeus é, sim, considerada racismo e, portanto,
trata-se de crime imprescritível. Dessa forma, “escrever, editar, divulgar e comerciar livros
‘fazendo apologia de ideias preconceituosas e discriminatórias’ contra a comunidade judaica (Lei
7.716/1989, art. 20, na redação dada pela Lei 8.081/1990) constitui crime de racismo sujeito às
cláusulas de inafiançabilidade e imprescritibilidade (CF, art. 5º, XLII)”.35
Vale a pena mencionar o posicionamento do STF nesse mesmo julgamento, dispondo que “o
preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra o direito à incitação ao racismo,
dado que um direito individual não pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como
sucede com os delitos contra a honra. [...] A ausência de prescrição nos crimes de racismo
justifica-se como alerta grave para as gerações de hoje e de amanhã, para que se impeça a

34
ADO 26/DF. Rel. Min. Celso de Mello. Julgamento: 13.06.2019.
35
STF, Pleno, HC 82.424-2/RS, Rel. originário Min. Moreira Alves, rel. p/ acórdão Min. Maurício Corrêa, Diário
da Justiça, Seção I, 19.03.2004, p. 17.

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reinstauração de velhos e ultrapassados conceitos que a consciência jurídica e histórica não mais
admitem”.
Ainda no intuito de combater o preconceito racial, o STF afirmou ser constitucional a instituição,
por lei municipal, de feriado local para a comemoração do Dia da Consciência Negra, a ser
celebrado em 20 de novembro, em especial porque a data representa um símbolo de resistência
cultural e configura ação afirmativa.36
Importante também conhecer a diferença que há entre os delitos de injúria racial e racismo. O
crime de injúria racial, cuja tipificação consta no art. 2º-A da Lei Federal nº 7.716/1989 (Lei do
Crime Racial), consiste em ofender a honra de alguém em função de elementos referentes a raça,
cor, etnia, religião ou origem. Já o crime de racismo, previsto na mesma Lei Federal nº
7.716/1989, atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda uma raça.
No entanto, ao apreciar o caso de uma senhora que ofendeu uma frentista de um posto de
combustíveis com termos racistas, o STF decidiu que o crime de injúria racial é uma categoria do
crime de racismo37. Com isso, a injúria racial também é imprescritível.
Com a promulgação da Lei Federal nº 14.532/2023, o crime de injúria racial passou a ser
tipificado como uma espécie do crime de racismo. Em razão disso, a ação penal para o
processamento do crime de injúria racial é pública incondicionada, não sendo mais necessária a
representação antes exigida.
O inciso XLIII, a seu turno, dispõe sobre alguns crimes que são inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia. Bastante atenção, pois a banca examinadora tentará confundi-lo dizendo que
esses crimes são imprescritíveis. Não são!
Qual é o macete para não confundir? Simples, guarde a frase mnemônica seguinte:

3 “Ts”? Sim, Tortura, Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e Terrorismo. Esses crimes,
assim como os hediondos, são insuscetíveis de graça ou anistia. Isso significa que não podem ser
perdoados pelo presidente da República nem ter suas penas modificadas para outras mais
benignas. Além disso, assim como o crime de racismo e a ação de grupos armados contra o
Estado Democrático, são inafiançáveis.
O inciso XLIV trata ainda de mais um crime: a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático. Esse crime, assim como o racismo, é inafiançável e
imprescritível.
Para que você não erre esses detalhes na prova, fizemos o esquema abaixo! Só uma observação
para facilitar: perceba que todos os crimes dos quais falamos são inafiançáveis; a diferença
mesmo está em saber que o “3TH não tem graça”!

36
ADP 634/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia. Julgamento: 30.11.2022.
37
HC 154.248. Rel. Min. Edson Fachin. Julgamento: 28.10.2021.

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(TCM-PA – 2023) De acordo com o texto constitucional pátrio em vigor, é crime imprescritível o
terrorismo.
Comentários:
É importante lembrar que os crimes imprescritíveis são o de racismo e a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. O crime de
terrorismo é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. Questão errada.
(IBMBIO – 2022) Constitui crime inafiançável, imprescritível e insuscetível de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes, de animais silvestres, de minerais preciosos,
de madeiras nobres e de material genético, o terrorismo e o bioterrorismo, os crimes hediondos,
a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
democrático, a prática do racismo, do especismo e do ecocídio.
Comentários:
A questão elenca casos que não se enquadram nas hipóteses de crime inafiançável, imprescritível
e insuscetível de graça ou anistia (vide art. 5º, inciso XLIII). Questão errada.
(TJ-MG – 2015) A tortura e a ação de grupos armados contra ordem constitucional são crimes
inafiançáveis e imprescritíveis.
Comentários:

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A tortura é um crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. A CF/88 não determina que a
tortura seja imprescritível. Questão errada.
(Polícia Civil-CE – 2015) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de detenção.
Comentários:
A prática do racismo está sujeita à pena de reclusão. Questão errada.

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

Esse dispositivo consagra o princípio da intranscendência das penas, também denominado pela
doutrina de princípio da intransmissibilidade das penas ou, ainda, personalização da pena.38 A
Constituição garante, por meio dessa norma, que a pena não passará da pessoa do condenado;
em outras palavras, ninguém sofrerá os efeitos penais da condenação de outra pessoa.
Suponha que João, pai de Lúcia e Felipe, seja condenado a 5 anos de reclusão em virtude da
prática de um crime. Após 2 meses na “cadeia”, João vem a falecer. Devido à intranscendência
das penas, ficará extinta a punibilidade. Lúcia e Felipe não sofrerão quaisquer efeitos penais da
condenação de João.
No que diz respeito à obrigação de reparar o dano e à decretação do perdimento de bens, a
lógica é um pouco diferente, ainda que possamos afirmar que o princípio da intranscendência
das penas se aplica a essas situações.
Suponha que João morre deixando uma dívida de R$ 1.500.000,00 (obrigação de reparar dano).
Ao mesmo tempo, deixa um patrimônio de R$ 900.000,00 para seus sucessores (Lúcia e Felipe).
A obrigação de reparar o dano irá estender-se à Lúcia e a Felipe, mas apenas até o limite do
patrimônio transferido. Em outras palavras, o patrimônio pessoal de Lúcia e Felipe não será
afetado; será utilizado para o pagamento da dívida o patrimônio transferido (R$ 900.000,00). O
restante da dívida “morre” junto com João.
Assim, a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens podem ser, nos
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, mas apenas até o limite do
valor do patrimônio transferido.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as


seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;

38
Outra nomenclatura utilizada pela doutrina é “princípio da incontagiabilidade da pena”.

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d) prestação social alternativa;


e) suspensão ou interdição de direitos;

O inciso XLVI prevê o princípio da individualização da pena, que determina que a aplicação da
pena deve se ajustar à situação de cada imputado, levando em consideração o grau de
reprovabilidade (censurabilidade) de sua conduta e as características pessoais do infrator.
Trata-se de princípio que busca fazer com que a pena cumpra sua dupla finalidade: prevenção e
repressão.39
A Constituição Federal prevê um rol não exaustivo de penas que podem ser adotadas pelo
legislador. São elas: i) a privação ou restrição de liberdade; ii) a perda de bens; iii) multa; iv)
prestação social alternativa; e v) suspensão ou interdição de direitos. Como se trata de um rol
meramente exemplificativo, poderá a lei criar novos tipos de penalidade, desde que estas não
estejam entre aquelas vedadas pelo art. 5º, XLVII, da CF/88, que estudaremos na sequência.
Ressaltamos mais uma vez que, ao estabelecer que “a lei regulará a individualização da pena”, o
constituinte determinou que a lei penal deverá considerar as características pessoais do infrator.
Entre essas, podemos citar os antecedentes criminais, o fato de ser réu primário etc.
Nesse sentido, o STF considerou inconstitucional, por afronta ao princípio da individualização da
pena, a vedação absoluta à progressão de regime trazida pela Lei nº 8.072/1990, que trata dos
crimes hediondos.40 A referida lei estabelecia que a pena pelos crimes nela previstos seria
integralmente cumprida em regime fechado, sendo vedada, assim, a progressão de regime.
Entendeu a Corte que, ao não permitir que se considerem as particularidades de cada pessoa,
sua capacidade de reintegração social e esforços de ressocialização, o dispositivo torna inócua a
garantia constitucional e, portanto, é inválido (inconstitucional).
Com base nesse entendimento, o STF editou a Súmula Vinculante nº 26:

Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime


hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade
do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o
condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício,
podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de
exame criminológico.

Ainda em relação ao inciso XLVI, o STF editou a Súmula Vinculante nº 56, que impede a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso àquele em que ele deveria cumprir
a pena:

A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do


condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa
hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

39
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São
Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 274-275.
40
STF, HC nº 82.959/SP. Rel. Min. Marco Aurélio. Decisão 23.02.2006.

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XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

O art. 5º, XLVII, estabeleceu um rol exaustivo de penas inaplicáveis no ordenamento jurídico
brasileiro. Trata-se de verdadeira garantia de humanidade atribuída aos sentenciados, impedindo
que lhes sejam aplicadas penas atentatórias à dignidade da pessoa humana.41 Com efeito, as
penas devem ter um caráter preventivo e repressivo; elas não podem ser vingativas.
A pena de morte é, sem dúvida, a mais gravosa, sendo admitida tão somente na hipótese de
guerra declarada. Evidencia-se, assim, que nem mesmo o direito à vida é absoluto; com efeito,
dependendo do caso concreto, todos os direitos fundamentais podem ser relativizados. Como
exemplo de aplicação da pena de morte (que ocorrerá por fuzilamento), temos a prática do crime
de deserção em presença de inimigo, previsto no art. 392 do Código Penal Militar.

As bancas examinadoras adoram dizer que a pena de morte não é admitida em


nenhuma situação no ordenamento jurídico brasileiro. A questão, ao dizer isso,
está errada. A pena de morte pode sim ser aplicada, desde que na hipótese de
guerra declarada.
Como curiosidade, o Livro II do Código Penal Militar (a partir do art. 355 do CPM)
contém os crimes militares em tempo de guerra. Boa parte desses tipos penais
preveem a pena de morte como grau máximo de punição. Além disso, o art. 55
do CPM estipula a pena de morte como uma das penas principais da lei.

A pena de banimento, também inadmitida pela Constituição Federal, consistia em impor, ao


condenado, a retirada do território brasileiro por toda sua vida, bem como a perda da cidadania
brasileira. Consistia, assim, em verdadeira “expulsão de nacionais”.
Cabe destacar que a pena de banimento não se confunde com a expulsão de estrangeiro do
Brasil, plenamente admitida pelo nosso ordenamento jurídico.

41
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição. Ed. Juspodium, 2012.

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No que concerne à pena de caráter perpétuo, vale destacar que o máximo penal legalmente
exequível, no ordenamento positivo nacional, é de 40 (quarenta) anos, a significar, portanto, que
o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a esse limite,
imposto pela redação vigente do art. 75, caput, do Código Penal.
Vale pontuar também que, segundo o STF, não são apenas as penas decorrentes do
cometimento de crimes que estão impedidas de terem caráter perpétuo42. Sanções
administrativas, como a impossibilidade de retorno ao serviço público do servidor federal que
tenha cometido um crime contra a administração pública ou um ato de improbidade
administrativa, previstas no art. 137, parágrafo único, da Lei Federal nº 8.112/1990 (Estatuto dos
Servidores Públicos Civis Federais), também não podem ter caráter perpétuo.

(TCE-GO – 2022) Inconformados com a crescente criminalidade e com a sensação de


impunidade manifestada pela sociedade civil, 50 Deputados Federais propuseram,
conjuntamente, um projeto de lei visando à aplicação de pena de trabalhos forçados para os
condenados por crimes graves, que envolvam violência e grave ameaça. Diante da situação
hipotética acima descrita, tal projeto é inconstitucional, diante da vedação expressa da
Constituição Federal à pena dessa espécie.
Comentários:
O inciso XLVII do art. 5º expressamente veda, em sua alínea "c", a existência de penas de
trabalhos forçados. Questão correta.
(TCE-RJ – 2022) Por força do princípio da dignidade da pessoa humana, a pena de morte não é
admitida, em nenhuma hipótese, pela CF.
Comentários:
Conforme o inciso XLVII do art. 5º, é possível a pena de morte em caso de guerra declarada.
Questão errada.
(CNMP – 2015) Em nenhuma circunstância haverá penas cruéis ou de morte, de caráter perpétuo,
de trabalhos forçados e de banimento.
Comentários:
Em caso de guerra declarada, admite-se a pena de morte. Questão errada.

42
Adi 2.975. Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe 04.02.2021.

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XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a


natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L- às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com
seus filhos durante o período de amamentação;

O inciso XLVIII determina que a execução penal seja realizada de maneira individualizada,
levando-se em consideração a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. É com base
nesse comando constitucional que as mulheres e os maiores de sessenta anos devem ser
recolhidos a estabelecimentos próprios.
O inciso XLIX, ao assegurar aos presos o respeito à integridade física e moral, busca garantir que
os direitos fundamentais dos sentenciados sejam observados. É claro, quando está na prisão, o
indivíduo não goza de todos os direitos fundamentais: há alguns direitos fundamentais, como a
liberdade de locomoção (art. 5º, XV) e a liberdade profissional (art. 5º, XI), que são incompatíveis
com sua condição de preso.
O STF fez uso da expressão "estado de coisas inconstitucional" para referir-se às falhas
estruturais das penitenciárias brasileiras. Segundo a Corte, encontra-se presente um "quadro de
violação massiva e persistente de direitos fundamentais”.43
Ainda segundo o STF, é dever do Estado manter, em seus presídios, os padrões mínimos de
humanidade previstos no ordenamento jurídico. Dessa forma, é de sua responsabilidade ressarcir
os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento44, conforme prevê o art. 37, § 6º, da CF/88.
O inciso L, por sua vez, estabelece uma dupla garantia: ao mesmo tempo em que assegura às
mães o direito à amamentação e ao contato com o filho, permite que a criança tenha acesso ao
leite materno, alimento natural tão importante para o seu desenvolvimento. Segundo a doutrina,
retirar do recém-nascido o direito de receber o leite materno poderia ser considerado uma

43
ADPF 347 MC. Rel. Min. Marco Aurélio. DJe 19.02.2016.
44
RE 580.252 (Tema 365). Rel. Min. Alexandre de Moraes. DJe 02.02.2018.

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espécie de “contágio” da pena aplicada à mãe, violando o princípio da intranscendência das


penas.45 No caso do trafico de drogas independe se foi antes ou
depois da naturalização
Vamos continuar o estudo do art. 5º, da Constituição Federal.
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;

A extradição é um instituto jurídico destinado a promover a cooperação penal entre Estados


soberanos. Consiste no ato de entregar uma pessoa para outro Estado onde ela praticou crime,
para que lá seja julgada ou punida. De forma mais técnica, a extradição é “o ato pelo qual um
Estado entrega a outro Estado indivíduo acusado de haver cometido crime de certa gravidade ou
que já se ache condenado por aquele, após haver-se certificado de que os direitos humanos do
extraditando serão garantidos”.46
Há casos bastante conhecidos que podem exemplificar muito bem o que é a extradição. Se você
é do nosso tempo, deve lembrar-se do Balão Mágico (banda infantil muito conhecida nos anos
1980). Um dos integrantes do Balão Mágico era o Mike, que era filho de Ronald Biggs, inglês que
realizou um assalto a um trem e, depois, fugiu para o Brasil. A Inglaterra pediu ao Brasil a
extradição, sem obter sucesso.
Um caso mais recente é o do italiano Cesare Battisti, acusado pela prática de vários crimes na
Itália. Cesare Battisti, após viver um tempo na França, fugiu para o Brasil. A Itália também
solicitou a extradição ao Brasil, algo que ocorreu apenas em 2019, após a prisão de Battisti na
Bolívia.
Dados esses exemplos, voltemos ao tema.
Há 2 (dois) tipos de extradição: i) a extradição ativa; e ii) a extradição passiva. A extradição ativa
acontecerá quando o Brasil requerer, a um outro Estado estrangeiro, a entrega de um indivíduo
para que aqui seja julgado ou punido; por sua vez, a extradição passiva ocorrerá quando um
Estado estrangeiro requerer ao Brasil que lhe entregue um indivíduo.
Direcionaremos o nosso estudo, a partir de agora, à extradição passiva: quando um Estado
solicita que o Brasil lhe entregue um indivíduo.
De início, vale destacar que a Constituição Federal traz, no art. 5º, LI e LII, algumas limitações
importantes à extradição.
O brasileiro nato (que é o brasileiro “de berço”, que recebeu sua nacionalidade ao nascer) não
poderá ser extraditado; trata-se de hipótese de vedação absoluta à extradição. Baseia-se na
lógica de que o Estado deve proteger (acolher) os seus nacionais.

45
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São
Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 285
46
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional
Público, 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009, pp. 499 – 502.

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Caso o brasileiro nato perca a sua nacionalidade pela aquisição voluntária de


outra nacionalidade, ele estará sujeito à extradição. Perceba que, nesse caso, ele
não se enquadra mais na condição de brasileiro nato.

Por sua vez, o brasileiro naturalizado (que é aquele que nasceu estrangeiro e se tornou brasileiro)
poderá ser extraditado. No entanto, isso somente será possível em duas situações:
a) no caso de crime comum, praticado antes da naturalização. Perceba que existe, aqui,
uma limitação temporal. Se o crime comum tiver sido cometido após a naturalização, o
indivíduo não poderá ser extraditado; a extradição somente será possível caso o crime seja
anterior à aquisição da nacionalidade brasileira pelo indivíduo.
b) em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins. Nessa situação, não há qualquer limite temporal. O envolvimento com tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins dará ensejo à extradição, quer ele tenha ocorrido antes
ou após a naturalização.
Vale ressaltar que as regras de extradição do brasileiro naturalizado também se aplicam ao
português equiparado.47

Segundo o STF, nos termos da Súmula 421, não há impedimento para a extradição caso o
extraditando seja casado com brasileira ou tenha filho brasileiro.
Os estrangeiros podem ser extraditados com maior liberdade pelo Estado brasileiro, desde que
cumpridos os requisitos legais para a extradição. Cabe destacar, todavia, que não se admite a

47
Português equiparado é o português que, por ter residência permanente no Brasil, terá um tratamento
diferenciado, possuindo os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados.

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extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. Essa é uma prática usual nos
ordenamentos constitucionais de outros países e tem por objetivo proteger os indivíduos que
forem vítimas de perseguição política.
A definição de um crime como um delito político é tarefa difícil e que compete ao Supremo
Tribunal Federal. É no caso concreto que a Corte Suprema dirá se o crime pelo qual se pede a
extradição é ou não político.48 Esse entendimento do STF é bastante importante porque permite
resolver alguns problemas de difícil solução. É possível que o Brasil extradite asilado político?
Pode um refugiado ser extraditado?
Vamos aos poucos...
O asilo político, que é um dos princípios do Brasil nas relações internacionais (art. 4º, X), consiste
no acolhimento de estrangeiro por um Estado que não seja o seu, em virtude de perseguição
política por seu próprio país ou por terceiro. Segundo o STF, não há incompatibilidade absoluta
entre o instituto do asilo e o da extradição passiva. Isso porque a Corte não está vinculada ao
juízo formulado pelo Poder Executivo na concessão do asilo político.49 Em outras palavras,
mesmo que o Poder Executivo conceda asilo político a um estrangeiro, o STF poderá, a
posteriori, autorizar a extradição.
Quanto ao refúgio, trata-se de instituto mais geral do que o asilo político, que será reconhecido a
indivíduo em razão de fundados temores de perseguição (por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas).
Apesar de a lei dispor que “o reconhecimento da condição de refugiado obstará o seguimento
de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de
refúgio”50, entende o STF que a decisão administrativa que concede o refúgio não pode obstar,
de modo absoluto e genérico, todo e qualquer pedido de extradição apresentado à Corte
Suprema.51 No caso concreto, apreciava-se a extradição de Cesare Battisti, a quem o Ministro da
Justiça havia concedido o status de refugiado. O STF, ao analisar o caso, concluiu pela
ilegalidade do ato de concessão do refúgio.
Agora que já falamos sobre as limitações, vamos entender como funciona o processo de
extradição.
A Lei da Migração (Lei nº 13.445/2017) prevê três etapas para a extradição passiva.
A primeira é uma etapa administrativa, de responsabilidade do Poder Executivo. Nessa fase, o
Estado requerente solicita a extradição ao Presidente da República por via diplomática.
Destaque-se que o pleito extradicional deverá ter como fundamento a existência de um tratado
bilateral entre os dois Estados ou, caso este não exista, uma promessa de reciprocidade
(compromisso de acatar futuros pleitos). Sem um tratado ou promessa de reciprocidade, a
extradição não será efetivada.
Ao receber o pleito extradicional, há duas situações possíveis:

48
Ext 615, Rel. Min. Paulo Brossard. DJ. 05.12.1994.
49
Ext 524, Rel.: Min. Celso de Mello, Julgamento: 31/10/1990, Órgão Julgador: Tribunal Pleno.
50
Lei 9.474/97 – art. 33.
51
Ext 1085, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe 16.04.2010.

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a) O Presidente poderá indeferir a extradição sem apreciação do STF, o que se denomina


recusa primária.
b) O Presidente poderá deferir a extradição, encaminhando a solicitação ao STF, ao qual
caberá analisar a legalidade e a procedência do pedido (art. 102, I, “g”, CF). Nesse caso,
passaremos à etapa judiciária. Segundo o STF, nem mesmo a concordância do
extraditando em retornar ao seu país impede que a Corte analise o caso, uma vez tendo
recebido comunicação por parte do Poder Executivo.52
Na etapa judiciária, o STF analisará a legalidade e a procedência do pedido de extradição. Um
dos pressupostos da extradição é a existência de um processo penal ou, pelo menos, de uma
investigação criminal. Cabe destacar, portanto, que a extradição será possível tanto após a
condenação quanto durante o processo.
Há necessidade, ainda, que exista o que a doutrina chama “dupla tipicidade”: a conduta que a
pessoa praticou deve ser crime tanto no Brasil quanto no Estado requerente. Quando o fato que
motivar o pedido de extradição não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente,
não será concedida a extradição.
Ao analisar a extradição, o STF verifica se os direitos humanos do extraditando serão respeitados.
Nesse sentido:
a) Não será concedida a extradição se o extraditando houver de responder, no Estado
requerente, perante juízo ou tribunal de exceção. É o já conhecido princípio do “juiz
natural”.
b) Caso a pena para o crime seja a de morte, o Estado requerente deverá se comprometer
a substituí-la por outra, restritiva de liberdade (comutação da pena), exceto, claro, naquele
único caso em que a pena de morte é admitida no Brasil, isto é, guerra declarada.
c) Caso a pena para o crime seja de caráter perpétuo, o Estado requerente deverá se
comprometer à comutação dessa pena em prisão de até 40 anos, que é o limite tolerável
pela lei brasileira.53,54
Por fim, há outra etapa administrativa, em que o Presidente da República, na condição de chefe
de Estado, entrega ou não o extraditando ao país requerente. Novamente, há duas situações
possíveis:
a) O STF nega a extradição. Nesse caso, a decisão vinculará o Presidente da República,
que ficará impedido de entregar o extraditando.
b) O STF autoriza a extradição. Essa decisão não vincula o Presidente da República, que é
a autoridade que detém a competência para decidir sobre a efetivação da extradição.
Esse entendimento (o de que a autorização do STF não vincula o Presidente) ficou materializado
no caso da extradição do italiano Cesare Battisti. Segundo a Corte, a última palavra sobre a

52
Ext. 643, STF, Pleno, Rel. Min. Francisco Rezek, j. 19.12.1994.
53
Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-8-2004, Plenário, DJ de 1º-7-2005.
54
Com o Pacote Anticrime (Lei Federal nº 13.964/2019), o tempo máximo de cumprimento de pena é de 40
anos.

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entrega ou não do extraditando cabe ao Presidente da República, que tem liberdade para
decidir sobre a efetivação da extradição, obedecidos os termos do tratado bilateral porventura
existente entre o Brasil e o Estado requerente. A decisão de efetivar a extradição é, assim, um ato
político, de manifestação da soberania.

(TJ-DFT – 2022) John, de nacionalidade estrangeira e que veio a se naturalizar brasileiro, tinha
sido condenado, anteriormente, em seu país de origem, em sentença judicial transitada em
julgado, pela prática de crime comum. Após anos de negociação, o seu país de origem celebrou
tratado de extradição com o Estado brasileiro e requereu a extradição de John. À luz da
sistemática constitucional, é correto afirmar que John não pode ser extradito, pois o Brasil não
extradita os seus nacionais.

Comentários:

A questão baseia-se no art. 5º, LI, da CF/88, segundo o qual nenhum brasileiro será extraditado,
salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
Como o delito cometido por John ocorreu antes de sua naturalização, ele pode ser extraditado.
Questão errada.

(TJ-MG – 2015) O brasileiro naturalizado será extraditado por envolvimento comprovado em


tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, independente de ter sido praticado antes da
naturalização.

Comentários:

No caso de envolvimento comprovado em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, não há


qualquer limitação temporal à extradição de brasileiro naturalizado. Assim, não interessa se o
envolvimento ocorreu antes ou após a naturalização. Questão correta.

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;

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O princípio do devido processo legal (due process of law) é uma das garantias constitucionais
mais amplas e relevantes55; trata-se de um conjunto de práticas jurídicas previstas na Constituição
e na legislação infraconstitucional cuja finalidade é garantir a concretização da justiça.
O devido processo legal é garantia que concede dupla proteção ao indivíduo: ele incide tanto no
âmbito formal (processual) quanto no âmbito material.
No âmbito formal (processual), traduz-se na garantia de que as partes poderão se valer de todos
os meios jurídicos disponíveis para a defesa de seus interesses. Assim, derivam do “devido
processo legal” o direito ao contraditório e à ampla defesa, o direito de acesso à justiça, o direito
ao juiz natural, o direito a não ser preso senão por ordem judicial e o direito a não ser processado
e julgado com base em provas ilícitas.56
No âmbito material (substantivo), por sua vez, o devido processo legal diz respeito à aplicação
do princípio da proporcionalidade (também chamado de princípio da razoabilidade ou da
proibição de excesso). O respeito aos direitos fundamentais não exige apenas que o processo
seja regularmente instaurado; além disso, as decisões adotadas devem primar pela justiça, pelo
equilíbrio e pela proporcionalidade.57
É possível afirmar, portanto, que o princípio da proporcionalidade tem sua sede material no
princípio do devido processo legal, considerado em sua acepção substantiva, não simplesmente
formal.58 Em outras palavras, o princípio da proporcionalidade, que não está expressamente
previsto na Constituição, tem como fundamento o devido processo legal substantivo (material).
O princípio da proporcionalidade está implícito no texto constitucional, dividindo-se em 3 (três)
subprincípios:
a) Adequação — a medida adotada pelo poder público deverá estar apta a alcançar os
objetivos almejados.
b) Necessidade — a medida adotada pelo poder público deverá ser indispensável para
alcançar o objetivo pretendido. Nenhuma outra medida menos gravosa seria eficaz para o
atingimento dos objetivos.
c) Proporcionalidade em sentido estrito — a medida será considerada legítima se os
benefícios dela resultantes superarem os prejuízos.

O STF tem utilizado o princípio da proporcionalidade como fundamento de várias de suas


decisões, especialmente no que diz respeito ao controle de constitucionalidade de leis. Com
efeito, leis de caráter restritivo deverão observar o princípio da proporcionalidade. Segundo a
Corte:

55
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição.
Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594.
56
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição.
Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594.
57
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição. Ed. Juspodium, 2012, pp. 740 – 742.
58
ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 5ª edição. Ed. Método,
2010. pp. 172-175.

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[...] o princípio da proporcionalidade visa a inibir e a neutralizar o abuso do Poder


Público no exercício das funções que lhe são inerentes, notadamente no
desempenho de atividade de caráter legislativo e regulamentar. Dentro dessa
perspectiva, o postulado em questão, enquanto categoria fundamental de
limitação dos excessos emanados do Estado, atua como verdadeiro parâmetro
de aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais.59

O princípio da proporcionalidade tem uma dupla face: a proibição de excesso e a proibição de


proteção deficiente. Assim, na tutela dos direitos fundamentais, não se busca apenas coibir os
excessos do Estado (proibição de excesso), mas também impor ao Estado um dever de proteção
(proibição de proteção deficiente).

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes;

As garantias do contraditório e da ampla defesa são corolários do princípio do devido processo


legal, isto é, dele decorrem diretamente.
A ampla defesa compreende o direito que o indivíduo tem de trazer ao processo todos os
elementos lícitos de que dispuser para provar a verdade ou, até mesmo, de calar-se ou omitir-se
caso isso lhe seja benéfico (direito à não autoincriminação). Já o contraditório é o direito dado ao
indivíduo de contradizer tudo que for levado ao processo pela parte contrária. Assegura,
também, a igualdade das partes do processo, ao equiparar o direito da acusação com o da
defesa.60
A ampla defesa e o contraditório são princípios que se aplicam tanto aos processos judiciais
quanto aos processos administrativos, sejam estes últimos referentes à aplicação de punições
disciplinares ou à restrição de direitos em geral. O termo “litigantes” deve, portanto, ser
compreendido na acepção mais ampla possível, não se referindo somente àqueles que estejam
envolvidos em um processo do qual resulte ou possa resultar algum tipo de penalidade.
Todavia, entende o STF que a ampla defesa e o contraditório não se aplicam na fase do inquérito
policial ou civil.61 Por esse motivo, é nula a sentença condenatória proferida exclusivamente com
base em fatos narrados no inquérito policial. O juiz pode usar as provas colhidas no inquérito
para fundamentar sua decisão; entretanto, por não ter sido garantida a ampla defesa e o
contraditório na fase do inquérito, as provas nela obtidas não poderão ser os únicos elementos
para motivar a decisão judicial.
O inquérito é fase pré-processual, de natureza administrativa, consistindo em um conjunto de
diligências realizadas para a apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular
da ação penal (Ministério Público ou o ofendido) possa ingressar em juízo. Somente aí é que terá
início a fase processual, com as garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório
devendo ser respeitadas.

59
STF, MS 1.320-9/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 14.04.1999.
60
ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 5ª edição. Ed. Método,
2010. pp. 176.
61
STF, RE 481.955 – AgR. Rel. Min Cármen Lúcia. DJe: 26.05.2011

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Cabe destacar que, apesar de a ampla defesa e o contraditório não serem garantias na fase do
inquérito, o indiciado possui, mesmo nessa fase, certos direitos fundamentais que lhe devem ser
garantidos. Entre eles, podemos citar o direito a ser assistido por um advogado, o de não se
autoincriminar e o de manter-se em silêncio.62
Veja bem: na fase do inquérito, o indivíduo pode ser assistido por advogado; todavia, não é
obrigatória a assistência advocatícia nessa fase. É com base nessa lógica que o STF entende que
não há ofensa ao contraditório e à ampla defesa quando do interrogatório realizado pela
autoridade policial sem a presença de advogado.
Sobre os direitos do indiciado na fase do inquérito, o STF editou a Súmula Vinculante nº 14,
muito cobrada em concursos públicos:

É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos


elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.

Por meio dessa súmula, o STF garantiu a advogados o acesso a provas já documentadas em
autos de inquéritos policiais que envolvam seus clientes, inclusive os que tramitam em sigilo.
Observe, entretanto, que a súmula somente se aplica a provas já documentadas, não atingindo
demais diligências do inquérito, às quais o advogado não tem direito a ter acesso prévio. Com
isso, caso sinta necessidade, a autoridade policial está autorizada a separar partes do inquérito.
Também existe uma fase pré-processual que antecede os processos administrativos disciplinares:
a sindicância. Segundo o STF, na sindicância preparatória para a abertura do processo
administrativo disciplinar (PAD), não é obrigatória a obediência aos princípios do contraditório e
da ampla defesa. Esses princípios somente são exigidos no curso do processo administrativo
disciplinar (PAD).
Ressalta-se que a razão disso é que a sindicância que precede a abertura do PAD, assim como o
inquérito policial, caracteriza-se pela coleta de informações, que serão apuradas em fases futuras
dentro de um processo. Caso a sindicância, entretanto, não resulte em abertura do PAD, mas
traduza-se em aplicação de penalidade (advertência, por exemplo)63, haverá, sim, necessidade de
obediência ao contraditório e à ampla defesa como requisito de validade da pena aplicada.
O STF entende que, nos processos administrativos disciplinares, a ampla defesa e o contraditório
podem ser validamente exercidos independentemente de advogado. Dessa forma, em um PAD
instaurado para apurar infração disciplinar praticada por servidor, não é obrigatória a presença de
advogado. Com base nesse entendimento, o STF editou a Súmula Vinculante nº 5:

A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar


não ofende a Constituição.

62
STF, HC 82.354, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 24.09.2004.
63
Segundo o art. 145, da Lei nº 8.112/1990, da sindicância poderá resultar: i) arquivamento do processo; ii)
aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias; iii) instauração de processo
disciplinar.

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Como forma de garantir a ampla defesa, é bastante comum que a legislação preveja a existência
de recursos administrativos. No entanto, em muitos casos, a apresentação de recursos exigia o
depósito ou arrolamento prévio de dinheiros ou bens. Em outras palavras, para entrar com
recurso administrativo, o interessado precisava ofertar certas garantias, o que, em não raras
vezes, inviabilizava indiretamente o exercício do direito de recorrer. Para resolver esse problema,
o STF editou a Súmula Vinculante nº 21:

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou


bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Dessa forma, será inconstitucional qualquer lei ou ato normativo que estabeleça a necessidade
de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro ou bens como requisito de admissibilidade de
recurso administrativo.
Nessa mesma linha, o STF entende que não se pode exigir depósito prévio como condição para
se ajuizar, junto ao Poder Judiciário, ação para discutir a exigibilidade de crédito tributário.64 Foi
editada, então, a Súmula Vinculante nº 28:

É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de


admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de
crédito tributário.

(PC-DF – 2015) O advogado tem direito, no interesse de seu cliente, a ter acesso aos elementos
de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado pela polícia, digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
Comentários:
Essa questão está baseada na SV nº 14. Questão correta.
(PC-DF – 2015) Não é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento de bens para
admissibilidade de recurso administrativo.
Comentários:
Essa questão está baseada na SV nº 21, que considera inconstitucional a exigência de depósito
ou arrolamento de bens para admissibilidade de recurso administrativo. Questão errada.

64
Na ADIN 1.074-3, o STF considerou inconstitucional o art. 19 da Lei nº 8.870/1994, que estabelecia que “as
ações judiciais, inclusive cautelares, que tenham por objeto a discussão de débito para com o INSS serão,
obrigatoriamente, precedidas do depósito preparatório do valor do mesmo, monetariamente corrigido até a
data de efetivação, acrescido dos juros, multa de mora e demais encargos”.

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LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

O devido processo legal tem, como uma de suas consequências, a inadmissibilidade das provas
ilícitas, que não poderão ser usadas nos processos administrativos e judiciais. Segundo o STF:

É indubitável que a prova ilícita, entre nós, não se reveste da necessária


idoneidade jurídica como meio de formação do convencimento do julgador,
razão pela qual deve ser desprezada, ainda que em prejuízo da apuração da
verdade, em prol do ideal maior de um processo justo, condizente com o
respeito devido a direitos e garantias fundamentais da pessoa humana, valor que
se sobreleva, em muito, ao que é representado pelo interesse que tem a
sociedade em uma eficaz repressão aos delitos.65

As provas ilícitas, assim consideradas aquelas obtidas com violação ao direito material, deverão
ser, portanto, expurgadas do processo; serão elas imprestáveis à formação do convencimento do
magistrado.66
Há que se destacar, todavia, que a presença de provas ilícitas não é suficiente para invalidar todo
o processo, se nele existirem outras provas, lícitas e autônomas (obtidas sem a necessidade dos
elementos informativos revelados pela prova ilícita).67 Uma vez que seja reconhecida a ilicitude de
prova constante dos autos, esta deverá ser imediatamente desentranhada (retirada) do
processo.68 As outras provas, lícitas e independentes da obtida ilicitamente, são mantidas, tendo
continuidade o processo.
O STF entende que, sem autorização judicial ou fora das hipóteses legais, é ilícita a prova obtida
mediante abertura de carta, telegrama ou meio análogo.69

Vejamos a seguir importantes entendimentos do STF sobre a licitude/ilicitude de


provas:
1) É ilícita a prova obtida por meio de interceptação telefônica sem autorização
judicial.
2) São ilícitas as provas obtidas por meio de interceptação telefônica
determinada a partir apenas de denúncia anônima, sem investigação preliminar.

65
STF, Ação Penal, 307-3-DF. Rel. Min. Ilmar Galvão, DJU 13.10.1995.
66
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São
Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 324-332.
67
STF, HC 76.231/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ: 29.09.1995.
68
STF, Embargos de Declaração em Inquérito. Rel. Min. Néri da Silveira, 07.06.1996.
69
RE 1.116.949 (Tema 1041). Rel. Min. Marco Aurélio. DJe 07.11.2020.

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3) São ilícitas as provas obtidas mediante gravação de conversa informal do


indiciado com policiais, por constituir-se tal prática em “interrogatório
sub-reptício”, realizado sem as formalidades legais do interrogatório no inquérito
policial e sem que o indiciado seja advertido do seu direito ao silêncio.70
4) São ilícitas as provas obtidas mediante confissão durante prisão ilegal. Ora, se
a prisão foi ilegal, todas as provas obtidas a partir dela também o serão.
5) É lícita a prova obtida mediante gravação telefônica feita por um dos
interlocutores sem a autorização judicial, caso haja investida criminosa daquele
que desconhece que a gravação está sendo feita. Nessa situação, tem-se a
legítima defesa.
6) É lícita a prova obtida por gravação de conversa telefônica feita por um dos
interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo
ou de reserva da conversação.71
7) É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos
interlocutores sem o conhecimento do outro.72

Muito conhecida na doutrina é a Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (“Fruits of the
Poisonous Tree”), que se baseia na ideia de que uma árvore envenenada produzirá frutos
contaminados! Seguindo essa lógica, uma prova ilícita contamina todas as outras que dela
derivam. É o que a doutrina denomina ilicitude por derivação; pode-se dizer também que, nesse
caso, haverá comunicabilidade da ilicitude das provas ilícitas a todas aquelas que dela derivarem.
É importante destacar, porém, que a tão só existência de prova reconhecidamente ilícita no
processo não basta para que a condenação seja considerada nula, ou seja, a prova ilícita não
contamina todo o processo. Nesse sentido, segundo o STJ, “não se aplica a Teoria da Árvore dos
Frutos Envenenados quando a prova considerada como ilícita é independente dos demais
elementos de convicção coligidos nos autos, bastantes para fundamentar a condenação”.73

(SEFAZ-MT – 2014) As provas provenientes de quebra irregular de sigilo bancário ou fiscal são
nulas para fins de responsabilização administrativa e cível, mas não criminal.
Comentários:

70
STF, HC 80.949. Rel. Min. Sepúlveda Pertence. DJ 30.10.2001.
71
STF, RE 630.944 – AgR. Rel. Min. Ayres Brito. DJ 25.10.2011.
72
STF, RE 583.937-QO-RG. Rel. Min. Cezar Peluso. DJ 19.11.2009.
73
APR 20050810047450 DF, Rel. Vaz de Mello, j. 07.02.2008.

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As provas ilícitas não podem ser usadas, também, nos processos penais (criminais). Elas serão
nulas. Questão errada.

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença


penal condenatória;

Trata-se do princípio da presunção de inocência, que tem por objetivo proteger a liberdade do
indivíduo diante do poder de império do Estado. Somente a partir do trânsito em julgado
(decisão da qual não caiba mais nenhum recurso) de sentença penal condenatória é que alguém
poderá ser considerado culpado. É, afinal, o trânsito em julgado da sentença que faz coisa
julgada material.
Da presunção de inocência deriva a obrigatoriedade de que o ônus da prova da prática de um
crime seja sempre do acusador. Assim, não se pode exigir que o acusado produza provas em seu
favor; caberá à acusação provar, inequivocamente, a culpabilidade do acusado.
A jurisprudência do STF considera que as prisões cautelares (prisão preventiva, prisão em
flagrante e prisão temporária) são compatíveis com o princípio da presunção de inocência. Assim,
é plenamente possível, no ordenamento jurídico brasileiro, que alguém seja preso antes de
sentença penal condenatória transitada em julgado.
Em novembro de 2019, o STF adotou importantíssima decisão relacionada ao princípio da
presunção de inocência, mudando sua jurisprudência sobre o tema. Nos últimos anos, o STF
vinha admitindo que, após uma decisão condenatória em segunda instância, já seria possível a
execução provisória da pena. Em outras palavras, após decisão de segunda instância (acórdão
penal condenatório), já poderia ser determinada prisão do condenado, ainda que cabíveis
recurso especial (para o STJ) e recurso extraordinário (para o STF).
Foi com base nesse entendimento, inclusive, que foi determinada a prisão do então
ex-presidente Lula, após decisão condenatória do TRF 4ª Região, antes do trânsito em julgado.74
Mas qual é o novo entendimento do STF?
Agora, o STF entende que a decisão condenatória em segunda instância já não mais permitirá a
execução provisória da pena. Se um indivíduo foi condenado em primeira instância e, em
seguida, teve a condenação confirmada por um tribunal (órgão de natureza colegiada), ainda
assim ele não poderá ser preso, pois são possíveis o recurso especial (para o STJ) e o recurso
extraordinário (para o STF). Em outras palavras, ainda não houve o trânsito em julgado da
condenação criminal e, portanto, o indivíduo deve ser presumido inocente.
Dessa forma, o STF adotou o seguinte entendimento:

A execução provisória da sentença penal condenatória revela-se frontalmente


incompatível com o direito fundamental do réu de ser presumido inocente até
que sobrevenha o trânsito em julgado de sua condenação criminal (ADCs 43, 44
e 54)

74
HC 152.752. Rel. Min. Edson Fachin. DJe 27.06.2018.

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A presunção de inocência também já serviu de fundamento para outra importante jurisprudência,


agora relacionada a concursos públicos.
Segundo o STF, “viola o princípio constitucional da presunção de inocência, previsto no art. 5º,
LVII, da CF, a exclusão de candidato de concurso público que responde a inquérito ou ação penal
sem trânsito em julgado da sentença condenatória”.75 Ora, se ainda não houve o trânsito em
julgado da sentença penal, o indivíduo não pode ser considerado culpado. Ao excluí-lo do
concurso, a Administração Pública agiu como se ele assim devesse ser considerado, o que viola a
presunção de inocência.

(Polícia Civil-CE - 2015) Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória, salvo o preso em flagrante delito.
Comentários:
Pegadinha! Mesmo aquele que for preso em flagrante delito, somente poderá ser considerado
culpado após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Questão errada.

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo


nas hipóteses previstas em lei;

Tem-se aqui norma constitucional de eficácia contida: na falta de lei dispondo sobre os casos de
identificação criminal excepcional, esta jamais será exigível.
O que é identificação civil? É a regra: carteira de identidade, de motorista, de trabalho. E a
criminal? É a impressão digital (processo datiloscópico) e a fotográfica. Aposto que você se
lembrou daquelas cenas de filmes, em que o preso é fotografado de frente e de perfil pela
polícia, né?
Assim, a lei pode prever, excepcionalmente, hipóteses de identificação criminal mesmo quando
o indivíduo já foi identificado civilmente. A Lei Federal nº 12.037/2009 dispõe sobre os casos de
identificação criminal do civilmente identificado.

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;

Como você sabe, em regra, é o Ministério Público que provoca o Poder Judiciário nas ações
penais públicas, de cujo exercício é titular, com o fim de obter do Estado o julgamento de uma
pretensão punitiva.

75
STF, RE 559.135-AgR. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.05.2008.

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Entretanto, em alguns casos, o particular poderá exercer essa prerrogativa de maneira


excepcional. Trata-se dos casos de ação penal privada subsidiária da pública, quando esta não é
intentada no prazo legal. Nesse tipo de ação, a titularidade da persecução criminal era
inicialmente do Ministério Público. Entretanto, diante da omissão deste, ela passou para o
particular.
Destaca-se, todavia, que não é possível ação penal privada subsidiária da pública quando o
Ministério Público solicitou ao juiz o arquivamento do inquérito policial por falta de provas. Isso
porque, nesse caso, não se caracteriza inércia do Ministério Público.

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa


da intimidade ou o interesse social o exigirem;

A compreensão desse inciso é bastante simples. A regra é a publicidade dos atos processuais. A
exceção é a restrição a essa publicidade, que só poderá ser feita por lei e em 2 (duas hipóteses):
defesa da intimidade ou interesse social.
O inciso LX do art. 5º assemelha-se ao art. 93, inciso IX, da CF/88, cujo teor vale transcrever:

Art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos,
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;

O direito à liberdade é uma regra prevista na Constituição que somente em situações


excepcionais e taxativas poderá ser violada. O inciso LXI do art. 5º da Constituição traz as
hipóteses em que é possível a prisão:
a) em flagrante delito. Nesse caso, não haverá necessidade de ordem judicial. Nos termos
do Código de Processo Penal, qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus
agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
b) em caso de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. Nesse
caso, também é dispensada ordem judicial.
c) por ordem de juiz, escrita e fundamentada. A decisão judicial é necessária para a
decretação de prisão cautelar ou para a denegação de liberdade provisória.
A prisão, por tudo o que já comentamos, tem natureza excepcional. Nesse sentido, o inciso LXVI
dispõe que, se a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança, ninguém será levado à

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prisão ou nela mantido. Isso porque o direito à liberdade é um dos direitos humanos mais básicos
e importantes.

(CNMP – 2015) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade
provisória, desde que mediante pagamento de fiança.
Comentários:
O art. 5º, LXVI, estabelece que “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”. Questão errada.

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

Esses dispositivos enunciam os direitos do preso, que lhe devem ser garantidos imediatamente
quando de sua prisão.
Nos termos do inciso LXII, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada. O objetivo é assegurar-lhe a assistência familiar e permitir que o juiz analise a
legalidade da prisão, relaxando-a se tiver sido ilegal. Destaque-se que não ocorrerá

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descumprimento do art. 5º, LXII, se o preso, voluntariamente, não indicar pessoa a ser
comunicada de sua prisão.76
O inciso LXIII, por sua vez, consagra o direito ao silêncio (direito à não autoincriminação), que se
baseia na lógica de que ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si mesmo (“nemo
tenetur se detegere”). O preso deverá ser informado sobre seu direito de permanecer em
silêncio, assim como do fato de que o exercício desse direito não lhe trará nenhum prejuízo. Em
outras palavras, o silêncio do réu no interrogatório não pode ser interpretado como uma
confissão da prática do crime.
O direito ao silêncio está presente quando o indiciado ou acusado presta depoimento ao Poder
Judiciário, ao Poder Executivo ou ao Poder Legislativo (no âmbito de CPI, por exemplo).
Segundo o STF, o preso deve ser informado de seu direito ao silêncio, sob pena de nulidade
absoluta de seu interrogatório.
Importa destacar ainda que, para o Supremo Tribunal Federal, o direito de permanecer em
silêncio insere-se no alcance concreto da cláusula constitucional do devido processo legal. Nesse
direito ao silêncio, está incluída, implicitamente, a prerrogativa processual de o acusado negar,
ainda que falsamente, perante a autoridade policial ou judiciária, a prática da infração penal.77
Essa garantia conferida ao acusado, entretanto, não lhe permite mentir indiscriminadamente. Não
pode ele, com base nesse direito, criar situações que comprometam terceiros ou gerem
obstáculos à apuração dos fatos, impedindo que a Justiça apure a verdade.
O inciso LXIV, por sua vez, garante ao preso o direito de conhecer a identidade dos responsáveis
por sua prisão ou por seu interrogatório policial. O objetivo é evitar arbitrariedades da
autoridade policial e de seus agentes que, uma vez tendo sido identificados pelo preso, poderão
ser responsabilizados, a posteriori, no caso de ilegalidades ou abuso de poder.
Já o inciso LXV determina que a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária. O relaxamento da prisão é, portanto, um ato por meio do qual o juiz torna sem efeito a
restrição de liberdade. Trata-se, como se pode verificar, de uma proteção aos indivíduos contra
prisões ilegais ou arbitrárias.
Um entendimento importante do STF relacionado ao respeito dos direitos do preso é a Súmula
Vinculante nº 11, que trata do uso de algemas.

“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga


ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.”

Com a edição da Súmula Vinculante nº 11, a utilização de algemas somente pode ocorrer em
casos excepcionais (resistência, fundado receio de fuga ou perigo à integridade física),
justificados por escrito. A desobediência a essa regra implicará a responsabilidade do agente ou
da autoridade, bem como a nulidade da prisão.

76
STF, HC 69.630. Rel. Min. Paulo Brossard. DJ: 04.12.1992.
77
STF, Primeira Turma, HC 68929 SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. 22.10.1991, DJ 28-08-1992.

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Por fim, vale destacar a obrigatoriedade da realização das audiências de custódia. Segundo o
STF, deve-se viabilizar o comparecimento do preso perante a autoridade judiciária no prazo
máximo de 24 horas, contado do momento da prisão.78 O STF, inclusive, concede habeas corpus
em razão da falta de realização de audiências de custódia.79

(PRF – 2019) São constitucionalmente assegurados ao preso o direito à identificação dos agentes
estatais responsáveis por sua prisão e direito de permanecer em silêncio.
Comentários:
O preso deverá ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado (art. 5º,
LXIII, CF/88). Além disso, o preso também tem o direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial (art. 5º, LXIV, CF/88). Questão correta.
(Polícia Civil-SE – 2018) Em caso de perigo à integridade física do preso, admite-se o uso de
algemas, desde que essa medida, de caráter excepcional, seja justificada por escrito.
Comentários:
O uso de algemas é admitido nas seguintes situações: resistência, fundado receio de fuga ou
perigo à integridade física própria ou alheia. Trata-se de medida de caráter excepcional, que
precisa ser justificada por escrito, conforme previsto na SV nº 11. Questão correta.
(Polícia Civil-SE – 2018) Conforme texto constitucional vigente, a prisão de qualquer pessoa e o
local onde se encontra terão de ser comunicados em até vinte e quatro horas ao juiz competente
e à família do preso ou a pessoa por ele indicada.
Comentários:
Segundo o art. 5º, LXII, CF/88, “a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada”. Questão errada.
(Polícia Civil-CE – 2015) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados, imediatamente, ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada.
Comentários:
É a literalidade do art. 5º, LXII, da CF/88. Questão correta.
(Polícia Civil-CE – 2015) A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade policial.

78
ADPF 347. Rel. Min. Marco Aurélio. DJe 19.02.2016.
79
HCs 202.579 e 202.700. Rel. Min. Nunes Marques, Red. Ac. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 26.10.2021.

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Comentários:
Pegadinha! É a autoridade judicial (e não a autoridade policial!) que relaxará a prisão ilegal.
Questão errada.
(Polícia Federal – 2014) Um agente da Polícia Federal foi escalado para atuar em operação para
cumprimento de mandado judicial de prisão e de busca e apreensão, durante o dia, de
documentos no escritório profissional do investigado. Mesmo que o investigado ofereça
resistência à ordem de prisão, não será possível o uso de algemas para conduzi-lo, uma vez que a
CF garante que nenhum cidadão será submetido a tratamento desumano ou degradante.
Comentários:
A Súmula Vinculante nº 11 autoriza a utilização de algemas em caso de resistência à prisão. Logo,
na situação descrita, será possível o uso de algemas. Questão errada.

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;

A partir desse artigo, de “memorização” obrigatória para sua prova, pode-se concluir que:
a) Em regra, não há prisão civil por dívidas.
b) Aquele que não paga pensão alimentícia só pode ser preso se deixar de pagar porque
quer (inadimplemento voluntário) e sem justificativa plausível (inadimplemento
inescusável).
c) Se levarmos em conta apenas o texto da Constituição, concluiremos que o depositário
infiel também pode ser preso. No entanto, o entendimento atual do STF é o de que a
única prisão civil por dívida admitida no ordenamento jurídico brasileiro é a resultante do
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.
Vamos explicar o porquê disso começando com o conceito de “depositário infiel”.
O conceito não é cobrado em prova, mas fica bem mais fácil entender o espírito da norma
quando este é explicado. O depositário é a pessoa a quem uma autoridade entrega um bem em
depósito. Essa pessoa assume a obrigação de conservar aquele bem com diligência e de
restituí-lo assim que a autoridade o exigir. Quando assim não procede, é chamado depositário
infiel. A infidelidade, portanto, é um delito. É o caso de uma pessoa que teve mercadoria
apreendida pela Receita Federal, mas que recebe do auditor-fiscal autorização para guardá-la por
falta de espaço no depósito da unidade aduaneira, por exemplo. Caso o bem não seja entregue
assim que requerido, o depositário torna-se infiel.
Pela literalidade da Constituição, o depositário infiel pode ser preso. No entanto, trata-se de
autorização (e não imposição) constitucional. Há necessidade de uma norma infraconstitucional
que ordene a prisão. Com efeito, a Constituição apenas autoriza a prisão; quem deve determinar
a prisão do depositário infiel é uma lei (norma infraconstitucional). Essa lei que determina a prisão
do depositário infiel até existe, mas, como explicarei a seguir, está com a eficácia suspensa.
O Brasil é signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica), que somente permite a prisão civil por não pagamento de obrigação alimentícia. Segundo

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o STF, esse tratado, por ser de direitos humanos, tem status supralegal, ou seja, está abaixo da
Constituição e acima de todas as leis na hierarquia das normas. Assim, ele não se sobrepõe à
Constituição, ou seja, permanece válida a autorização constitucional para que o depositário infiel
seja preso.
No entanto, a Convenção Americana de Direitos Humanos, por ter status supralegal, suspendeu
toda a eficácia da legislação infraconstitucional que regia a prisão do depositário infiel. Segundo
o STF, o Pacto de São José da Costa Rica produziu um “efeito paralisante” sobre toda a
legislação infraconstitucional que determinava a prisão do depositário infiel.80
Dessa forma, não houve revogação do texto constitucional. A Constituição continua autorizando
a prisão do depositário infiel; no entanto, a legislação infraconstitucional está impedida de
ordenar essa modalidade de prisão em razão da Convenção Americana de Direitos Humanos,
cuja hierarquia é de norma supralegal.
Para sanar qualquer dúvida sobre o tema, o STF editou a Súmula Vinculante nº 25:

Súmula Vinculante nº 25: é ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que
seja a modalidade de depósito.

Para finalizar, quero que você se lembre, ainda, de que os tratados sobre direitos humanos
também podem ter status de emenda constitucional, desde que aprovados com obediência ao
rito próprio dessa espécie normativa. Assim, necessitam ser aprovados em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. Essa
previsão está no art. 5º, § 3º da CF/88, incluído à Constituição pela EC nº 45/2004.
Continuemos no estudo do art. 5º da Constituição Federal!
Os remédios constitucionais estão compreendidos entre os incisos LXVIII e LXXIII do art. 5º. Eles
serão abordados em outro livro digital do nosso curso. No entanto, apenas para não deixarmos
de reproduzir todos os incisos do art. 5º nesta nossa aula, segue a transcrição dos referidos
incisos:

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o

80
RE 466.343-1/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 03.12.2008.

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responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente


de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

Como dissemos, o estudo mais detalhado desses incisos será feito em um outro livro digital do
nosso curso de Constitucional.

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que


comprovarem insuficiência de recursos;

Essa previsão constitucional visa a garantir a todos o acesso à Justiça. Em concursos, você deve
ficar atento ao fato de que a assistência jurídica integral e gratuita só é devida aos pobres, aos
que comprovarem insuficiência de recursos.
A Defensoria Pública da União, dos Estados e do Distrito Federal é o órgão público incumbido
de desempenhar o papel previsto no inciso LXXIV.

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença;

Tem-se, nesse inciso, a previsão da responsabilidade civil do Estado quanto à condenação por
erro judiciário ou quanto à manutenção de uma pessoa presa por mais tempo que o fixado na
sentença judicial.

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Tudo bem, aluno. Já vou dizer o que é responsabilidade civil. Trata-se de uma obrigação de
indenizar que surge a partir de um dano. No caso, a responsabilidade do Estado é do tipo
objetiva, pois independe de ter havido dolo ou culpa por parte dos agentes públicos cuja ação
foi imputada ao Estado.
Assim, quem sofreu condenação penal indevida (por erro judiciário) ou ficou preso além do
tempo determinado pelo juiz (erro da Administração) tem direito a indenização. É o que prevê o
inciso acima.

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:


a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

Quais os possíveis “peguinhas” relativos a esse inciso?


Primeiramente, só os reconhecidamente pobres, na forma da lei, têm direito à gratuidade de que
trata a norma constitucional. Entretanto, o STF julgou constitucional lei que prevê gratuidade do
registro do nascimento, do assento de óbito, bem como da primeira certidão respectiva a todos
os cidadãos (e não só para os pobres). Entendeu-se inexistir conflito da lei impugnada com a
Constituição, a qual, em seu inciso LXXVI do art. 5º, apenas estabelece o mínimo a ser observado
pela lei, não impedindo que essa gratuidade seja estendida a outros cidadãos. Considerou-se,
também, que os atos relativos ao nascimento e ao óbito são a base para o exercício da cidadania,
sendo assegurada a gratuidade de todos os atos necessários ao seu exercício (CF, art. 5º, LXXVII).
O STF considerou também que os estrangeiros hipossuficientes são imunes ao pagamento de
taxas para registro da regularização migratória.81
Finalmente, a gratuidade só diz respeito ao registro de nascimento e à certidão de óbito. Nada
de cair em “peguinhas” que estendam esse direito à certidão de casamento, por exemplo.

LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma


da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

O habeas corpus e o habeas data são remédios constitucionais gratuitos. Lembre-se disso!!
Estudaremos essas duas ações constitucionais em momento oportuno, mas, desde já, lembre-se
de que são gratuitas.
Lembre-se de que também são gratuitos os atos necessários ao exercício da cidadania, na forma
da lei. Só a lei formal, portanto, poderá determinar quais atos são esses. É um caso de reserva
legal.
A título de informação, a Lei Federal nº 9.265/1996 prevê os atos necessários ao exercício da
cidadania e que, por consequência, devem ser gratuitos. São eles:
⮚ Os que capacitam o cidadão ao exercício da soberania popular, a que se reporta o art. 14
da Constituição (emissão de título de eleitor, por exemplo).
⮚ Aqueles referentes ao alistamento militar.

81
RE 1018911/RR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/11/2021 (Repercussão Geral – Tema 988).

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⮚ Os pedidos de informações ao poder público, em todos os seus âmbitos, objetivando a


instrução de defesa ou a denúncia de irregularidades administrativas na órbita pública.
⮚ As ações de impugnação de mandato eletivo por abuso do poder econômico, corrupção
ou fraude.
⮚ Quaisquer requerimentos ou petições que visem as garantias individuais e a defesa do
interesse público.
⮚ O registro civil de nascimento e o assento de óbito, bem como a primeira certidão
respectiva.
⮚ O requerimento e a emissão de documento de identificação específico, ou segunda via,
para pessoa com transtorno do espectro autista.

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável


duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

Esse dispositivo constitucional traduz o princípio da celeridade processual. Foi incorporado à


Carta Magna com o objetivo de garantir aos cidadãos o direito de verem julgados seus processos
em um prazo razoável, sendo aplicável tanto aos processos administrativos quanto aos judiciais.

LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais,
inclusive nos meios digitais.

O inciso LXXIX foi incluído no texto constitucional por força da Emenda Constitucional nº
115/2022. Nota-se a preocupação do legislador constituinte reformador com a proteção de
dados pessoais.
Acerca disso, vale notar que o Supremo Tribunal Federal já havia entendido que a manipulação
de dados pessoais deve observar os limites delineados pelo âmbito de proteção das cláusulas
constitucionais assecuratórias da liberdade individual (art. 5º, caput), da privacidade e do livre

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desenvolvimento da personalidade (art. 5º, X e XII), sob pena de lesão a esses direitos.82
Segundo a Corte, a proteção de dados pessoais é decorrência do respeito à privacidade e foi
positivada pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018).
A proteção de dados pessoais e a autodeterminação informacional são direitos fundamentais
autônomos, dos quais decorrem tutela jurídica específica e dimensão normativa própria. Assim,
segundo o STF, é necessária a instituição de controle efetivo e transparente da coleta,
armazenamento, aproveitamento, transferência e compartilhamento desses dados, bem como o
controle de políticas públicas que possam afetar substancialmente o direito fundamental à
proteção de dados.

E o que dizer a respeito do compartilhamento de dados pessoais entre órgãos


públicos?
Em recente decisão, o STF entendeu ser legítimo, desde que observados alguns
parâmetros, o compartilhamento de dados pessoais entre órgãos e entidades da
Administração Pública federal, sem qualquer prejuízo da irrestrita observância
dos princípios gerais e mecanismos de proteção elencados na Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018) e dos direitos constitucionais à
privacidade e proteção de dados.83

Agora, com a Emenda nº 115, a proteção de dados pessoais não é algo apenas implicitamente
extraído da Constituição, passando a ser um direito fundamental expresso. Em consequência,
referido direito também pode ser considerado uma "cláusula pétrea".

82
ADI 6387 MC-Ref. Rel. Min. Rosa Weber. Julgamento: 07.05.2020.
83
ADI 6649/DF e ADPF 695/DF. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 15.09.2022.

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(TJ-ES – 2023) O direito à proteção dos dados pessoais é garantia fundamental, prevista
expressamente na CF, dos brasileiros e dos estrangeiros residentes no país.
Comentários:
Nos termos do inciso LXXIX do art. 5º, o direito à proteção dos dados pessoais é um direito
fundamental. Vale lembrar que, nos termos do caput do art. 5º, os incisos desse artigo se aplicam
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país. Questão correta.

Analisemos, agora, os parágrafos do art. 5o da Constituição Federal.

§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação


imediata.

Desse comando constitucional, depreende-se que as normas que definem direitos e garantias
fundamentais (não só aquelas do art. 5º da CF, mas também as constantes de outros artigos da
Constituição) devem ser interpretadas de modo a terem a maior eficácia possível, mesmo quando
ainda não regulamentadas pelo legislador ordinário. Isso porque, como você percebeu, vários
direitos e garantias fundamentais estão previstos em normas de eficácia limitada, dependendo
de regulamentação para a produção de todos os seus efeitos.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros


decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Como se deduz do parágrafo acima, os direitos e as garantias fundamentais previstos na


Constituição têm enumeração aberta (rol exemplificativo). Pode, portanto, haver outros,
decorrentes dos princípios constitucionais ou da assinatura de tratados internacionais pela
República Federativa do Brasil. Consagrou-se, no Brasil, um sistema aberto de direitos
fundamentais.
Desse modo, para que um direito seja considerado como fundamental, não é necessário que ele
seja constitucionalizado (incorporado formalmente ao texto constitucional). Os direitos serão
fundamentais em razão da sua essência, do seu conteúdo normativo. Surge, assim, a ideia de
“fundamentalidade material” dos direitos fundamentais, que permite a abertura do sistema
constitucional a outros direitos fundamentais não previstos no texto da Constituição.
Há que se ressaltar que a fundamentalidade material é uma noção que depende da existência de
cláusula de abertura material inserida no texto da Constituição, o que, no caso brasileiro, foi feito
pelo art. 5º, § 2º, da CF/88. Em outras palavras, é a Constituição formal que abre a possibilidade
para o fenômeno da “fundamentalidade material”.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

Por meio desse parágrafo, a Constituição determina que alguns tratados e convenções
internacionais têm força de emenda constitucional se atendidos os seguintes requisitos:

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a) Devem tratar de direitos humanos.


b) Devem ter sido aprovados de acordo com o rito próprio das emendas constitucionais —
três quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos de
votação.
E os tratados sobre direitos humanos que não são aprovados por esse rito especial?
Como dissemos anteriormente, caro aluno, o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão de
2008, firmou entendimento de que esses tratados têm hierarquia supralegal, situando-se abaixo
da Constituição e acima da legislação interna.
Há apenas dois tratados de direitos humanos aprovados pelo Congresso Nacional na forma do §
3º. Trata-se dos seguintes compromissos internacionais: Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto nº 6.949/2009) e o Tratado de Marraqueche para
Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras
Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso (Decreto nº 9.522/2018).

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja


criação tenha manifestado adesão.

O Tribunal Penal Internacional consiste no primeiro tribunal de natureza permanente destinado a


apurar a responsabilidade de indivíduos por crimes perpetrados contra os direitos humanos,
concretizando grande avanço do processo de internacionalização dos direitos humanos e de
humanização do direito internacional.
Segundo o Estatuto de Roma, promulgado no Brasil por meio do Decreto Federal nº 4.388/2002,
a competência do Tribunal Penal Internacional restringe-se a crimes mais graves e que afetam a
comunidade internacional no seu conjunto: genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de
guerra e crimes de agressão.

(PM-RJ – 2021) Determinado tratado de proteção aos Direitos Humanos foi assinado pelo Estado
brasileiro e, a partir desse momento, iniciou-se um intenso movimento, capitaneado pelas
entidades de proteção aos Direitos Humanos, para que fosse incorporado, à ordem interna, com
eficácia jurídica equivalente às emendas constitucionais. Para que isto ocorra, é preciso que seja
aprovado em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, pelo voto de três quintos dos
respectivos membros.
Comentários:
Pela literalidade do art. 5º, § 3º, os tratados e as convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três

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quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Questão correta.
(PRF – 2019) Conforme a maneira como são internalizados, os tratados internacionais sobre
direitos humanos podem receber status normativo-hierárquico constitucional ou legal.
Comentários:
Os tratados internacionais de direitos humanos podem ter status constitucional ou supralegal.
Assim, faltou o prefixo “SUPRA” para que o enunciado ficasse correto. Os tratados de direitos
humanos terão status constitucional quando forem aprovados na forma do art. 5º, § 3º, da CF/88.
Por outro lado, terão status supralegal quando forem aprovados pelo mesmo rito de aprovação
das leis. Questão errada.
(MPU – 2018) Os tratados internacionais sobre direitos humanos possuem status de emendas
constitucionais, de maneira que a autoridade pública que a eles desobedecer estará sujeita a
responsabilização.
Comentários:
Nem todos os tratados internacionais de direitos humanos possuem status de emenda
constitucional, mas apenas aqueles que forem aprovados pelo rito qualificado do art. 5º, § 3º, da
CF/88. Questão errada.
(MPU – 2015) A CF traz uma enumeração taxativa dos direitos fundamentais.
Comentários:
O rol de direitos fundamentais previsto na CF/88 é meramente exemplificativo. Podem existir
outros direitos fundamentais previstos em tratados internacionais ou decorrentes do regime e dos
princípios adotados pela CF/88. Questão errada.
(MPE-GO – 2014) A fundamentalidade material é uma noção que permite a abertura a outros
direitos fundamentais não previstos expressamente no texto constitucional, e essa mesma noção
se dá por meios que prescindem da Constituição formal.
Comentários:
O erro está na parte final da assertiva. A abertura do sistema constitucional a outros direitos
fundamentais depende de expressa previsão na Constituição formal. Questão errada.

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Habeas Corpus
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;

O habeas corpus é uma garantia fundamental. Ele é remédio constitucional que protege o direito
de locomoção. Sua finalidade é, por meio de ordem judicial, fazer cessar a ameaça ou coação à
liberdade de locomoção do indivíduo.
O habeas corpus tem natureza penal, procedimento especial (é de decisão mais rápida: rito
sumário), é isento de custas (gratuito, nos termos do art. 5º, inciso LXXVII) e pode ser repressivo
(liberatório) ou preventivo (salvo-conduto). Se repressivo, busca devolver ao indivíduo a liberdade
de locomoção que já perdeu (sendo preso, por exemplo); quando preventivo, resguarda o
indivíduo quando a perda dessa liberdade é apenas uma ameaça. Há, ainda, o habeas corpus
suspensivo, utilizado quando a prisão já foi decretada, mas o mandado de prisão ainda está
pendente de cumprimento.
Pode o habeas corpus ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou
estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública. Todos esses são,
portanto, sujeitos ativos do habeas corpus. Trata-se de uma ação com legitimidade universal, que
pode, inclusive, ser concedida de ofício pelo próprio juiz. Tamanho é seu caráter universal que o
habeas corpus prescinde, até mesmo, da outorga de mandado judicial que autorize o impetrante
a agir em favor de quem estaria sujeito, alegadamente, a constrangimento de sua liberdade de
locomoção.
Não pode o habeas corpus, contudo, ser impetrado em favor de pessoa jurídica. Somente as
pessoas físicas (os seres humanos) podem ser pacientes de habeas corpus. Já viu pessoa jurídica
(“empresa”) locomovendo-se? Ou, ainda, é possível que pessoa jurídica seja condenada à
prisão? Não, né? Por isso mesmo, o habeas corpus só pode ser impetrado a favor de pessoa
natural, jamais de pessoa jurídica. Guarde bem isso!

Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus, mas sempre a favor de pessoa
física.

Não há necessidade de advogado para impetração de habeas corpus, bem como para
interposição de recurso ordinário contra decisão proferida em habeas corpus. A doutrina
considera, por isso, que o habeas corpus é uma verdadeira ação penal popular.
No que se refere à legitimidade passiva no habeas corpus, tem-se que ele se dirige contra a
autoridade coatora, seja ela de caráter público ou um particular. Por autoridade coatora,
entende-se aquela que determinou a prisão ou a restrição da locomoção do paciente, ou seja, da
pessoa que sofreu a lesão ou ameaça de lesão. Um exemplo típico de habeas corpus contra

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particular é aquele impetrado contra hospitais que negam a liberação de seus pacientes caso eles
não paguem suas despesas.
Pela importância do direito que busca proteger (liberdade de locomoção), o habeas corpus é
ação de procedimento especial (rito sumário), decidida de maneira bem célere. Mesmo assim,
pode haver medida liminar em habeas corpus, desde que presentes seus pressupostos (fumus
boni iuris e periculum in mora).
“O que é liminar?”
A liminar é uma ordem judicial proferida pronta, sumária (rito breve) e precariamente (não é
definitiva). Visa proteger direito que esteja sendo discutido em outra ação e que, sem a liminar,
poderia sofrer danos de difícil reparação, devido à demora na prestação jurisdicional. A liminar,
portanto, tem dois pressupostos:
a) o “fumus boni juris”, ou “fumaça do bom direito”, que significa que o pedido deve ter
plausibilidade jurídica;
b) o “periculum in mora” (“risco da demora”), que significa que deve haver possibilidade
de dano irreparável ou de difícil reparação se houver demora na prestação jurisdicional.
Outra coisa importante: é cabível habeas corpus mesmo quando a ofensa ao direito de
locomoção é indireta, ou seja, quando do ato impugnado possa resultar procedimento que, ao
final, termine em detenção ou reclusão da pessoa. É o caso do uso desse instrumento para
proteger o indivíduo contra quebra de sigilo bancário que possa levar à sua prisão em um
processo criminal, por exemplo.1 Esse é o entendimento do STF. Entretanto, caso a quebra do
sigilo fiscal se desse em um processo administrativo, não caberia habeas corpus. Isso porque esse
tipo de processo jamais leva à restrição de liberdade. O remédio constitucional adequado, nesse
caso, seria o mandado de segurança.
O habeas corpus também poderá ser concedido para impugnar medidas cautelares diversas da
prisão, as quais estão relacionadas no art. 319 do Código de Processo Penal.2 Isso se deve ao
fato de que, caso essas medidas cautelares sejam descumpridas, poderão ser convertidas em
prisão processual, havendo, portanto, risco à liberdade de locomoção do indivíduo.
Além disso, cabe habeas corpus para questionar medidas de proteção à mulher previstas na Lei
Maria da Penha. Segundo o STJ, “se o paciente não pode aproximar-se a menos de 500 metros
da vítima ou de seus familiares, se não pode aproximar-se da residência da vítima, tampouco
pode frequentar o local de trabalho dela, decerto que se encontra limitada a sua liberdade de ir e
vir. Posto isso, afigura-se cabível a impetração do habeas corpus”.3
Resta, ainda, destacar que o habeas corpus pode ser concedido de ofício pelo juiz4, ou seja, por
sua iniciativa, sem provocação de terceiros. Isso ocorrerá quando, no curso do processo, a
autoridade judiciária verificar que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.

1
“O habeas corpus é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e
bancário em procedimento criminal, haja vista a possibilidade destes resultarem em constrangimento à
liberdade do investigado” (AI 573623 QO/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 31.10.2006).
2
HC 147426/AP e HC 147303/AP, Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 18.12.2017.
3
HC 298.499/AL, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª Turma, DJ 09.12.2015.
4
STF, HC 69.172-2/RJ, DJ, 1, de 28.08.1992.

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Além disso, entende o STF que o órgão competente para julgamento do habeas corpus está
desvinculado à causa de pedir (fundamento do pedido) e aos pedidos formulados. Assim,
havendo convicção sobre a existência de ato ilegal não mencionado pelo impetrante, cabe ao
Judiciário afastá-lo, ainda que isso implique concessão de ordem em sentido diverso do
pleiteado.5
O habeas corpus também não serve como meio de dilação probatória6, para reparar erro do
Judiciário, devido à sua índole sumaríssima.7 A coação ilegal deverá ser demonstrada de plano
pelo impetrante: exige-se, no habeas corpus, prova pré-constituída. Como a fase de dilação
probatória é demorada, relativamente longa, entende o STF que é incabível na via de habeas
corpus, devido a seu rito sumaríssimo. O bem jurídico tutelado (a liberdade de locomoção)
requer o afastamento da ilegalidade o mais rápido possível, o que não se daria caso houvesse
uma fase probatória.

Apesar de não existir previsão expressa em nosso ordenamento jurídico, o STF


admite que seja impetrado o habeas corpus coletivo. Permite-se, desse modo,
que os juízes e Tribunais estendam ordem de habeas corpus para todos aqueles
que estão na mesma situação. Foi esse o entendimento do STF ao analisar
habeas corpus coletivo impetrado pela Defensoria Pública em favor de mulheres
grávidas e mães de crianças que estão cumprindo prisão preventiva.8

Alguns entendimentos do STF sobre o cabimento de habeas corpus merecem ser elencados.
Veja:

1. É cabível habeas corpus contra pena pecuniária passível de conversão em pena privativa de
liberdade (HC 86.619/SC, STF);

2. É cabível habeas corpus contra medida cautelar de natureza criminal, pois o seu
descumprimento pode importar na segregação provisória da liberdade (HC 170.735/RJ, STF);

3. É cabível habeas corpus contra decisão judicial que autoriza a quebra de sigilo fiscal e
bancário em procedimento criminal, pois há a possibilidade de resultar em constrangimento à
liberdade do investigado (AI 573.623/RJ, STF).

Uma pergunta importante que se deve fazer é a seguinte: quando é incabível o habeas corpus?
a) Não cabe habeas corpus para impugnar decisões do STF (Plenário, Turmas ou ato
individual de ministro).

5
STF, HC 69.421/SP, DJ, 1, de 28.08.1992.
6
Por dilação probatória, entende-se o prazo concedido às partes para a produção de provas no processo.
7
STF, HC 68.397-5/DF, DJ 1, 26.06.1992.
8
HC 143.641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Julgamento: 20.02.2018.

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O STF já passou por algumas "idas e vindas" em relação ao cabimento de habeas corpus em
face de ato individual de ministro. No julgamento do HC 130.620, por exemplo, concluiu-se pela
viabilidade de impetração do remédio constitucional contra ato individual de magistrado.
Todavia, em decisão mais recente tomada no âmbito do inquérito das fake news (Inquérito
4.781), o Plenário do STF não conheceu de habeas corpus perante ato individual de um ministro
da Corte.9 Logo, atualmente prevalece o entendimento de que não cabe habeas corpus em face
de atos individuais praticados pelos Ministros do STF (não é cabível HC contra decisão
monocrática de ministro do STF).

Nesse sentido: a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal está consolidada no sentido do não
cabimento de habeas corpus originário para o Tribunal Pleno contra ato jurisdicional de ministro
ou órgão fracionário da Corte, seja em recurso ou em ação originária de sua competência (HC
137.701-AgR/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 15.12.2016).

A impossibilidade de impetração do habeas corpus contra decisões colegiadas do STF decorre


do princípio da superioridade de grau, em virtude do qual somente a autoridade imediatamente
superior à autoridade coatora é que teria competência para conhecer e decidir sobre essa ação.
Nesse sentido, nenhum juiz pode conceder habeas corpus contra ato do próprio juízo; o habeas
corpus é sempre impetrado junto à autoridade superior àquela que tomou decisão que viola a
liberdade de locomoção.
Acerca disso, frise-se a existência da Súmula 606, do STF:

Súmula 606: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão
de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.

b) Não cabe habeas corpus para impugnar determinação de suspensão dos direitos
políticos.
c) Não cabe habeas corpus para impugnar pena em processo administrativo disciplinar:
advertência, suspensão, demissão etc.
d) Não cabe habeas corpus para impugnar pena de multa ou relativa a processo em curso
por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada (Súmula STF nº 693).
Perceba que as penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como disciplinares, não
resultam em cerceamento da liberdade de locomoção. Logicamente, não cabe habeas corpus
para impugná-las.
e) Não cabe habeas corpus para impugnar quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico,
se dela não puder resultar condenação à pena privativa de liberdade.
Se a quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico puder resultar em condenação à pena
privativa de liberdade, entende-se que há violação indireta à liberdade de locomoção. Nesse
caso, será cabível o habeas corpus.
f) Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula STF nº
695).

9
HCs 170.263, 170.285, 170.328, 170.330 e 186.296. Rel. Min. Edson Fachin.

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Desconstituído o objeto do habeas corpus, por julgada extinta a pena em face do seu integral
cumprimento, resta prejudicado o pedido.10 Isso significa que a extinção da pena torna incabível
a utilização do habeas corpus. A lógica é simples: o habeas corpus visa à tutela do direito à
locomoção, não se justificando quando esse direito não mais se encontra limitado ou ameaçado.
g) Não cabe habeas corpus para discutir o mérito de punições disciplinares militares (art.
142, § 2º, CF).
Segundo o STF, é cabível habeas corpus para discutir a legalidade de punições disciplinares
militares (por exemplo, a competência do agente e a concessão de ampla defesa e contraditório).
h) Não cabe habeas corpus contra a imposição de pena de exclusão de militar ou de
perda de patente ou de função pública.
i) Não cabe habeas corpus para se pleitear o direito a visitas íntimas.11

j) Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das
custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção (Súmula STF nº 395).

Destaca-se, ainda, que, em caso de estado de defesa (art. 136, CF/88) ou estado de sítio (art.
139, CF), o âmbito do habeas corpus poderá ser restringido. Contudo, jamais poderá ser
suprimido.
Em que pese a inexistência de uma lei específica tratando exclusivamente sobre o habeas corpus,
vale pontuar que o Código de Processo Penal dispõe a respeito da processualística desse
remédio constitucional (artigos 647 a 667).

(PC-AL – 2023) Conquanto seja mais frequente o ajuizamento de habeas corpus contra ato de
autoridade, admite-se sua impetração contra ato praticado por particular em respeito à previsão
constitucional da proteção da liberdade de locomoção.

Comentários:

De fato, é cabível habeas corpus contra ato de particular que atente contra a liberdade de
locomoção. Questão correta.

(AGU – 2023) Não é admitida a impetração originária de habeas corpus contra ato de ministro do
STF.

10
HC 34826 RS 2004/0051531-1, DJe 06/10/2008.
11
HC 138286, Rel. Min. Marco Aurélio. Julgamento: 05.12.2017.

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Comentários:

A questão vai ao encontro da jurisprudência atual do STF, no sentido de que não cabe habeas
corpus originário para o Tribunal Pleno contra ato jurisdicional de ministro ou órgão fracionário da
Corte.

(PGM-Fortaleza – 2017) Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus.

Comentários:

O habeas corpus pode, sim, ser impetrado por qualquer pessoa jurídica, nacional ou estrangeira.
A pessoa jurídica, entretanto, não pode ser paciente dessa ação, uma vez que não possui direito
de locomoção a ser protegido. Questão correta.

(TJ-SP – 2015) Não é possível a concessão de habeas corpus quando alguém se ache ameaçado
==2fbc94==

de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de


poder, devendo a violência ou coação estarem concretizadas.

Comentários:

A violência ou coação à liberdade de locomoção não precisam estar concretizadas para que se
conceda habeas corpus. Isso porque existe a figura do habeas corpus preventivo, utilizado
quando a perda da liberdade ainda é uma ameaça. Questão errada.

(FUB – 2015) A legitimidade para impetração de habeas corpus é universal, abrangendo a pessoa
jurídica e também aqueles que não possuem capacidade civil plena.

Comentários:

Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, poderá impetrar habeas corpus.
Portanto, a legitimidade para impetração de habeas corpus é universal. Questão correta.

(TCM-GO – 2015) Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém estiver submetido as
decisões ilegais que impliquem condenação em pena privativa de direitos, privativa de liberdade
ou de multa.

Comentários:

Não cabe habeas corpus para impugnar pena privativa de direitos ou pena de multa. O bem
jurídico tutelado pelo habeas corpus é a liberdade de locomoção. Portanto, ele é cabível para
impugnar decisões ilegais que impliquem condenação em pena privativa de liberdade. Questão
errada.

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HABEAS CORPUS

Caráter preventivo Sim


ou repressivo

Finalidade Proteger a liberdade de locomoção.

Legitimados ativos Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Só


pode ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa
jurídica.

Legitimados Autoridade pública e pessoa privada.


passivos

Natureza Penal

Isenção de custas Sim

Medida liminar Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in


mora”.

Penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como


Observações disciplinares não resultam em cerceamento da liberdade de
locomoção. Por isso, não cabe “habeas corpus” para
impugná-las.

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Habeas Data

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;

O habeas data é remédio constitucional de natureza civil e rito sumário, possuindo duas
finalidades principais:
a) garantir acesso a informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo. Essa é uma segunda finalidade do habeas data, que muita gente esquece
em prova. O habeas data também pode ser usado para retificar dados do impetrante,
constantes de banco de dados de caráter público.
O habeas data poderá ser ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica, brasileira ou
estrangeira. Trata-se de ação personalíssima, que não poderá ser usada para garantir acesso a
informações de terceiros.

A jurisprudência do STF e do STJ reconhece que há uma situação excepcional


em que se admite a impetração de habeas data para obter informações de
terceiros. Segundo o STF, “é parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge
sobrevivente na defesa de interesse do falecido”.1 No mesmo sentido, entende o
STJ que o cônjuge supérstite (sobrevivente) tem legitimidade para impetrar
habeas data em defesa do interesse do falecido.

No polo passivo do habeas data, podem estar pessoas de direito público ou privado. Quanto às
últimas, a condição é que sejam detentoras de banco de dados de caráter público. Isso se deve
ao fato de que as informações pessoais do impetrante às quais se busca ter acesso constam de
registro ou banco de dados de caráter público. O habeas data não pode ser usado para que se
tenha acesso a banco de dados de caráter privado.

1
RE 589.257/DF. Rel. Min. Marco Aurélio. Julgamento: 05.08.2014.

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O habeas data, para que seja impetrado, exige a comprovação da negativa da autoridade
administrativa de garantir o acesso aos dados relativos ao impetrante. Trata-se de uma hipótese
de “jurisdição condicionada”, prevista no ordenamento jurídico nacional.
Sobre isso, destaca-se a posição do STF de que o acesso ao habeas data pressupõe, entre outras
condições de admissibilidade, a existência do interesse de agir. Ausente o interesse de agir,
torna-se inviável o exercício desse remédio constitucional. A prova do anterior indeferimento do
pedido de informações de dados pessoais ou da omissão em atendê-lo constitui requisito
indispensável à concretização do interesse de agir em sede de habeas data. Sem que se
configure situação prévia de pretensão resistida, há carência da ação constitucional do habeas
data (STF, HD 75; DF, DJU de 19.10.2006).
O habeas data é, assim como o habeas corpus, ação gratuita (art. 5º, inciso LXXVII). No entanto,
é imprescindível a assistência advocatícia para que essa ação seja impetrada (ao contrário do
habeas corpus, que dispensa advogado). A impetração de habeas data não se sujeita a
decadência ou prescrição. Ademais, os processos de habeas data terão prioridade sobre todos
==2fbc94==

os atos judiciais, exceto habeas corpus e mandado de segurança. Guarde bem essa informação!
No RE 673.707/MG, de 17 de junho de 2015, o STF decidiu que “o habeas data é a garantia
constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados concernentes ao
pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos
órgãos administração fazendária dos entes estatais”.
A Corte entendeu que os contribuintes têm o direito de conhecer informações que lhes digam
respeito e que constem de bancos de dados públicos ou de caráter público, em razão do direito
de preservar o status do seu nome, seu planejamento empresarial, sua estratégia de investimento
e principalmente a recuperação de tributos pagos indevidamente, entre outras finalidades.2
O habeas data não é instrumento adequado para que se possa ter acesso aos autos de processo
administrativo. O remédio constitucional que deverá ser usado com essa finalidade é o mandado
de segurança.
A lei que trata a respeito do habeas data é a Lei Federal nº 9.507/97.

(AGU – 2023) Admite-se a impetração de habeas data para obtenção de vista de processo
administrativo.

Comentários:

Diferentemente do que afirma a questão, a ação de habeas data é cabível para acessar
informações contidas em registros ou banco de dados de entidades governamentais (ou de

2
RE 673.707/MG. Rel. Min. Luiz Fux. 17.06.2015.

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caráter público) e para retificação de dados. O writ do habeas data não é instrumento adequado
para ter acesso a autos de processo administrativo. Questão errada.

(DPE-RO – 2015) Dentre as garantias fundamentais, a Constituição da República Federativa do


Brasil previu a existência do habeas data. Esse instrumento pode ser utilizado para retificar
dados.

Comentários:

O habeas data pode ser utilizado para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo. Questão correta.

(TCM-GO – 2015) Segundo o regime jurídico das ações constitucionais, é correto afirmar que
permite que se utilize o habeas data para obtenção de vista de processos administrativos.

Comentários:

A obtenção de vista de processos administrativos pode ser garantida mediante mandado de


segurança (e não habeas data). O habeas data será concedido para “assegurar o conhecimento
de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público”. Questão errada.

HABEAS DATA

Proteger direito relativo à informação e retificação sobre a pessoa


Finalidade
do impetrante constante de registros ou bancos de dados.
Legitimados
Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira.
ativos
Entidades governamentais ou pessoas jurídicas de caráter público
Legitimados que tenham registros ou bancos de dados; ou, ainda, pessoas
passivos jurídicas de direito privado detentoras de banco de dados de
caráter público.
Natureza Civil
Isento de custas Sim
Medida liminar Não
Destina-se a garantir o acesso a informações relativas à pessoa do
impetrante, ou seja, do requerente, solicitante. Jamais para garantir
acesso a informações de terceiros! Só pode ser impetrado diante
Observações
da negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos
dados relativos ao impetrante. Sua impetração não se sujeita a
decadência ou prescrição.

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Mandado de Segurança Individual


LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por “habeas corpus” ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

O mandado de segurança é ação judicial, de rito sumário especial, própria para proteger direito
líquido e certo de pessoa física ou jurídica, não protegido por habeas corpus ou habeas data,
que tenha sido violado por ato de autoridade ou de agente de pessoa privada no exercício de
atribuição do poder público.
Quando se fala que o mandado de segurança protege direito líquido e certo “não amparado por
habeas corpus ou habeas data”, determina-se que ele tem caráter residual. Assim, essa ação
judicial só é cabível na falta de outro remédio constitucional para proteger o direito violado.
Como exemplo, o mandado de segurança é o remédio constitucional apto a proteger o direito
de reunião caso haja lesão ou ameaça de lesão a esse direito por alguma ilegalidade ou
arbitrariedade por parte do poder público.
Outra característica importante é que o mandado de segurança tem natureza civil e é cabível
contra o chamado “ato de autoridade”, ou seja, contra ações ou omissões do poder público e de
particulares no exercício de função pública (como o diretor de uma universidade, por exemplo).
Destaque-se que, mesmo sendo ação de natureza civil, o mandado de segurança poderá ser
usado em processos penais.
Assim, a violação de direito líquido e certo não protegido por habeas corpus ou habeas data
dará ensejo à utilização do mandado de segurança. Direito líquido e certo, segundo a doutrina, é
aquele evidente de imediato, que não precisa de comprovação futura para ser reconhecido. A
existência desse direito é impossível de ser negada. Por esse motivo, não há dilação probatória
(prazo para produção de provas) no mandado de segurança. As provas, geralmente documentais,
são levadas ao processo no momento da impetração da ação, ou seja, quando se requer a tutela
jurisdicional. São provas pré-constituídas.
De acordo com a jurisprudência do STF, o conceito de direito líquido e certo está mesmo
relacionado à prova pré-constituída, a fatos comprovados documentalmente na exordial (petição
inicial do processo). Não importa se a questão jurídica é difícil, complexa ou controvertida. Nesse
sentido, dispõe a Súmula 625 do STF que “controvérsia sobre matéria de direito não impede
concessão de mandado de segurança”. O que se exige é que o fato esteja claro, pois o direito
será certo se o fato a ele correspondente também o for.
É importante frisar que o mandado de segurança é cabível contra atos discricionários ou contra
atos vinculados. Reza a Constituição que os indivíduos utilizam o mandado de segurança para se
defenderem tanto da ilegalidade quanto do abuso de poder. Por ilegalidade, entende-se a
situação em que a autoridade coatora não age em conformidade com a lei. Trata-se de vício
próprio dos atos vinculados. Por abuso de poder, por outro lado, entende-se a situação em que a
autoridade age fora dos limites de sua competência. Trata-se de vício próprio dos atos
discricionários. Assim, a Constituição, de acordo com a doutrina, ao se referir à ilegalidade como
hipótese de cabimento de mandado de segurança, reporta-se aos atos vinculados; e, ao se referir
ao abuso de poder, reporta-se aos discricionários.
No que diz respeito à legitimidade ativa, podem impetrar mandado de segurança:

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a) todas as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não no


Brasil;
b) as universalidades (que não chegam a ser pessoas jurídicas) reconhecidas por lei como
detentoras de capacidade processual para a defesa de seus direitos, como a massa falida e
o espólio, por exemplo;
c) alguns órgãos públicos (órgãos de envergadura constitucional), na defesa de suas
prerrogativas institucionais e atribuições (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e
Câmaras Municipais, por exemplo);
d) o Ministério Público.
Há um prazo para a impetração do mandado de segurança: 120 (cento e vinte) dias a partir da
data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado (publicação desse
ato na imprensa oficial, por exemplo). Segundo o STF, esse prazo é decadencial (perde-se o
direito ao mandado de segurança depois desse tempo), não passível de suspensão ou
==2fbc94==

interrupção. Também segundo a Corte Suprema, é constitucional lei que fixe o prazo de
decadência para a impetração de mandado de segurança (Súmula 632 do STF).
“E se eu perder o prazo?” Bem, nesse caso, você até poderá proteger seu direito, mas com outra
ação, de rito ordinário, normal. Jamais por mandado de segurança!
Uma vez concedida a segurança (deferido, “aceito” o pedido), a sentença estará sujeita
obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição (reexame necessário). Significa dizer que, uma vez
tendo sido concedida a segurança pelo juiz de primeira instância, ela necessariamente deverá ser
reexaminada pela instância superior. Destaque-se, todavia, que a sentença de primeiro grau
(primeira instância) pode ser executada provisoriamente, não havendo necessidade de se
aguardar o reexame necessário.
Pode haver liminar em mandado de segurança?
Presentes os requisitos (fumus boni iuris e periculum in mora), é possível liminar em mandado de
segurança. O art. 7º, § 2º, da Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009) previa as
seguintes exceções (ou seja, para as matérias abaixo elencadas, a lei vedava a concessão de
medida liminar):
a) a compensação de créditos tributários;
b) a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;
c) a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a
extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
Ocorre que o art. 7º, § 2º, da Lei nº 12.016/2009 foi julgado inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal.1 A Corte entendeu ser incompatível com a Constituição Federal ato normativo
que vede ou condicione a concessão de medida liminar nas ações mandamentais (como é o caso
do mandado de segurança). Logo, mesmo que o mandado de segurança trate de compensação
de créditos tributários ou de entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, por
exemplo, é, sim, possível a concessão de medida liminar.
“É possível que o impetrante desista do mandado de segurança?”

1
ADI 4296/DF. Rel. Min. Marco Aurélio, rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes. Julgado em 09.06.2021.

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De acordo com o STF, a resposta é “sim”. O impetrante do mandado de segurança pode


desistir dessa ação constitucional a qualquer tempo, ainda que proferida decisão de mérito a ele
favorável, e sem anuência da parte contrária. Entende a Corte que o mandado de
segurança, enquanto ação constitucional, com base em alegado direito líquido e certo
frente a ato ilegal ou abusivo de autoridade, não se revestiria de lide, em sentido material.
Eventual má-fé do impetrante que desistisse seria coibida com instrumental próprio.2
Vejamos, agora, as situações em que é incabível o mandado de segurança.
a) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial da qual caiba recurso com
efeito suspensivo.
b) Não cabe mandado de segurança contra ato administrativo do qual caiba recurso com
efeito suspensivo.
Nessas duas hipóteses, havendo possibilidade de recurso suspensivo (ou seja, recurso que
garante que nenhuma situação jurídica poderá ser modificada até a decisão), descabe o uso de
mandado de segurança, uma vez que o direito já está protegido pela própria suspensão.
Cabe destacar, porém, que a Súmula nº 429/STF dispõe que “a existência de recurso
administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra
omissão de autoridade”. Dessa forma, mesmo existindo recurso administrativo com efeito
suspensivo, se houver omissão ilegal ou abusiva da administração, será cabível mandado de
segurança.
c) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado.
Contra esse tipo de decisão, não cabe mais recurso, por isso é descabido o uso de mandado de
segurança.
d) Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, exceto se produtora de efeitos
concretos.
O que é lei em tese? É aquela de efeitos gerais e abstratos, ou seja, que apresenta generalidade
e abstração.
A generalidade está presente quando a lei possui destinatários indeterminados e indetermináveis
(uma lei que proteja o meio ambiente, por exemplo). Já a abstração ocorre quando a lei
disciplina abstratamente (e não concretamente) as situações que estão sujeitas ao seu comando
normativo.
Somente leis de efeitos concretos (semelhantes a atos administrativos, como uma lei que
modifica o nome de uma rua) podem ser atacadas por mandado de segurança. Isso porque as
demais leis em tese não resultariam numa situação de fato, com violação ao direito líquido e
certo do impetrante.
e) Não cabe mandado de segurança contra ato de natureza jurisdicional, salvo situação de
absoluta excepcionalidade, quando a decisão for equivocada, seja por manifesta
ilegalidade, seja por abuso de poder.3

2
RE 669367, Rel. Min. Luiz Fux, p. 13.05.2013.
3
AgRg no MS 14561 DF 2009/0155213-1, 29/06/2010.

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Caso haja essa excepcionalidade, deve o impetrante demonstrar, além da violação de direito
líquido e certo, a inexistência de recurso com efeito suspensivo e que o provimento do recurso
cabível não seria suficiente à reparação do dano. Isso porque não pode o mandado de
segurança, de acordo com o STF, ser utilizado como sucedâneo recursal, sob pena de se
desnaturar a sua essência constitucional.
O que é um sucedâneo recursal? É todo meio de impugnação4 de decisão judicial que não seja
recurso nem ação, como é o caso do pedido de reconsideração. No pedido de reconsideração,
que não deriva de lei, mas apenas do bom senso, diante de uma decisão visivelmente
equivocada do juiz, a parte pede para que este reconsidere a decisão.
Voltando à análise da jurisprudência do STF, vimos que o mandado de segurança não pode ser
usado como sucedâneo recursal. Isso porque, havendo possibilidade de recurso ou correição, a
ação não pode ser cabível, por ter caráter residual.
f) Não cabe mandado de segurança contra decisões jurisdicionais do STF, inclusive as
proferidas por qualquer de seus Ministros, salvo situações excepcionais.
Essas decisões, entende a Corte, têm a possibilidade de serem reformadas por via dos recursos
admissíveis ou, em se tratando de julgamento de mérito com trânsito em julgado, por meio de
ação rescisória5 (MS 30836 RJ, 06/10/2011). Novamente, a impossibilidade de emprego do
mandado de segurança dá-se pelo fato de que ele não tem caráter recursal.
g) Não cabe mandado de segurança para assegurar direito líquido e certo à insubmissão a
certa modalidade de tributação, na hipótese de o ato coator apontado se confundir com a
própria adoção de Medida Provisória editada pelo Chefe do Poder Executivo.
Trata-se de situação análoga à impetração contra lei em tese (Súmula 266/STF), situação em que
é incabível o mandado de segurança. Em matéria tributária, segundo o Supremo, a cobrança das
obrigações fiscais ganha concreção com o lançamento ou com os atos de constituição
desempenhados pelo próprio contribuinte, quando a legislação de regência assim determinar.6 A
mera edição de medida provisória pelo chefe do Executivo não resulta numa situação de fato em
que haja violação ao direito líquido e certo do impetrante da ação.
Por fim, vale destacar que, no processo de mandado de segurança, não há condenação ao
pagamento dos honorários advocatícios (ônus de sucumbência). Isso quer dizer que, se o
impetrante (o requerente) for derrotado, não será condenado a pagar as despesas com o
advogado da outra parte.
A lei que trata a respeito do mandado de segurança é a Lei Federal nº 12.016/2009.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

4
Impugnação é quando, no Direito, não se concorda com algum ato.
5
Ação rescisória é aquela que visa desconstituir, com base em vícios que os tornem anuláveis, efeitos de
sentenças transitadas em julgado, contra as quais não caiba mais recursos. Em outras palavras, aquelas
sentenças que seriam “a última palavra” do Judiciário.
6
STF, MS-ED 25265 / DF - DISTRITO FEDERAL, Julg. 28/03/2007, DJ 08/06/2007.

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Caráter preventivo Sim


ou repressivo

Finalidade Proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data.

Legitimados ativos Todas as pessoas físicas ou jurídicas, as universalidades


reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual,
alguns órgãos públicos e o Ministério Público.

Legitimados Poder público e particulares no exercício da função pública.


passivos

Natureza Civil

Isento de custas Não

Medida liminar Possível, com pressupostos fumus boni juris e periculum in mora.

(DP-DF – 2022) Se o responsável por ilegalidade ou por abuso de poder for agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do poder público, a proteção de direito líquido e certo
ocorrerá por meio de mandado de segurança.
Comentários:
O mandado de segurança é remédio constitucional hábil a proteger direito líquido e certo
ameaçado ou violado por ato ilegal de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do poder público (art. 5º, LXIX, CF/88). Questão correta.
(DPE-MG – 2014) A controvérsia sobre matéria de direito impede a concessão de mandado de
segurança, instituto de defesa de direito certo e incontestável.
Comentários:
Segundo a Súmula nº 625 / STF, “controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança”. Questão errada.

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(DPE-MG – 2014) É inconstitucional a estipulação de prazo decadencial para a impetração de


mandado de segurança.
Comentários:
O STF considera constitucional lei que estipule prazo decadencial para a impetração de
mandado de segurança. O prazo decadencial do mandado de segurança é de 120 dias. Questão
errada.

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Mandado de Segurança Coletivo


LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;

O mandado de segurança coletivo serve para proteger direitos coletivos e individuais


homogêneos contra ato, omissão ou abuso de poder por parte de autoridade. Só quem pode
impetrá-lo (legitimados ativos) são essas pessoas previstas nas alíneas “a” e “b”. Destaca-se que
a exigência de um ano de constituição e funcionamento da alínea “b” se aplica apenas às
associações, jamais às entidades sindicais e de classe.
Nesse sentido, entende o STF que nem mesmo os entes da federação podem impetrar mandado
de segurança coletivo, em favor dos interesses de sua população. Para a Corte, “ao
Estado-membro não se outorgou legitimação extraordinária para a defesa, contra ato de
autoridade federal no exercício de competência privativa da União, seja para a tutela de
interesses difusos de sua população – que é restrito aos enumerados na lei da ação civil pública
(Lei 7.347/1985) –, seja para a impetração de mandado de segurança coletivo, que é objeto da
enumeração taxativa do art. 5º, LXX, da Constituição. Além de não se poder extrair mediante
construção ou raciocínio analógicos, a alegada legitimação extraordinária não se explicaria no
caso, porque, na estrutura do federalismo, o Estado-membro não é órgão de gestão, nem de
representação dos interesses de sua população, na órbita da competência privativa da União”.
Não cabe mandado de segurança coletivo para proteger direitos difusos. Isso porque essa ação
tem caráter residual, e os direitos difusos já são amparados por outros instrumentos processuais,
como a ação civil pública. Além disso, seu caráter sumário exige prova documental, algo que os
direitos difusos não apresentam de forma incontroversa. Com isso, encontram-se obstáculos para
comprovar sua fluidez e certeza.
Lembra-se de quando falamos de substituição processual? No mandado de segurança coletivo,
aplica-se esse instituto. O interesse invocado pertence a uma categoria, mas quem é parte do
processo é o impetrante (partido político, por exemplo), que não precisa de autorização expressa
dos titulares do direito para agir.
É importante destacar que o STF entende que os direitos defendidos pelas entidades da alínea
“b” não precisam referir-se a TODOS os seus membros. Podem ser o direito de apenas parte
deles (exemplo, quando o sindicato defende direito referente à aposentadoria, que beneficia
apenas seus filiados inativos).
Outro importante entendimento da Corte Suprema é o de que o partido político não está
autorizado a valer-se do mandado de segurança coletivo para, substituindo todos os cidadãos na
defesa de interesses individuais, impugnar majoração de tributo. Isso porque, para o STF, uma
exigência tributária configura interesse de grupo ou classe de pessoas, só podendo ser
impugnada por eles próprios, de forma individual ou coletiva.

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MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

Caráter
preventivo ou Sim
repressivo
Proteger direitos líquidos e certos coletivos ou individuais
Finalidade
homogêneos, não amparados por HC ou HD (caráter residual).
Partido político com representação no Congresso Nacional;
Legitimados organização sindical e entidade de classe;
ativos associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos 1 ano.
Legitimados Autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
passivos atribuições do poder público.
==2fbc94==

Natureza Civil
Isento de custas Não
Medida liminar Possível, com pressupostos fumus boni juris e periculum in mora.
Observações Substituição processual.

(FUNPRESP-EXE – 2022) Para ter legitimidade ativa para a impetração de mandado de segurança
coletivo, o partido político deve ter representação no Congresso Nacional.
Comentários:
Conforme se extrai do art. 5º, LXX, alínea "a", o partido político deve ter representação no
Congresso Nacional para poder impetrar mandado de segurança coletivo. Questão correta.
(FUB – 2015) O mandado de segurança coletivo impetrado por sindicato dispensa autorização
prévia de sindicalizados.
Comentários:
Não há necessidade de autorização expressa dos sindicalizados para que o sindicato impetre
mandado de segurança coletivo. Aplica-se, aqui, o instituto da substituição processual. Questão
correta.
(FUB – 2015) Uma entidade de classe que estiver em funcionamento há apenas seis meses não
possui, por essa razão, legitimidade para impetração de mandado de segurança coletivo em
defesa de interesse de seus membros.
Comentários:

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A exigência de um ano de funcionamento aplica-se apenas às associações, jamais às


organizações sindicais e entidades de classe. Portanto, uma entidade de classe que tenha apenas
6 meses de funcionamento poderá impetrar mandado de segurança coletivo. Questão errada.
(IF-RS – 2015) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por quaisquer partidos
políticos e pelas organizações sindicais, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há, pelo menos, um ano.
Comentários:
Pegadinha! Não é qualquer partido político que pode impetrar mandado de segurança coletiva.
Apenas poderão fazê-lo partidos políticos com representação no Congresso Nacional. Questão
errada.

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Aula 03

Mandado de Injunção
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;

O mandado de injunção foi disciplinado pela Lei Federal nº 13.300/2016. Trata-se de um remédio
constitucional disponível para qualquer pessoa prejudicada pela falta de norma regulamentadora
que inviabilize o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Isso visa garantir que a Constituição não se
tornará “letra morta”, evitando a omissão do legislador infraconstitucional.
O mandado de injunção é aplicável diante da falta de regulamentação de normas constitucionais
de eficácia limitada. A título de recordação, normas de eficácia limitada são aquelas que
dependem de regulamentação para produzirem todos os seus efeitos. Segundo o STF, “o direito
individual à atividade legislativa do Estado apenas se evidenciará naquelas estritas hipóteses em
que o desempenho da função de legislar refletir, por efeito de exclusiva determinação
constitucional, uma obrigação jurídica indeclinável imposta ao Poder Público”.1 Em outras
palavras, o direito à legislação (que é um direito individual a ser resguardado por mandado de
injunção) somente será cabível diante de normas de eficácia limitada de caráter impositivo.
Um exemplo interessante em que o STF reconheceu omissão normativa: a Lei Federal nº
10.835/2004 instituiu a renda básica de cidadania, que é um benefício monetário a ser pago para
pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica (pobreza e extrema pobreza), na linha
do art. 3º, III, art. 6º e art. 23, X, todos da Constituição Federal. Ocorre que o valor da renda
básica da cidadania não foi definido pelo Poder Executivo Federal, sendo que o art. 2º da lei
citada prevê tal obrigação ao Poder Executivo. Dessa forma, o STF concluiu que houve omissão
do presidente da República, restando cabível mandado de injunção.2
O mandado de injunção é cabível não só para omissões de caráter absoluto ou total, mas
também para as omissões de caráter parcial. Isso porque a omissão inconstitucional, ainda que
parcial — ou seja, derivada da insuficiente concretização, pelo poder público, do conteúdo
material da norma constitucional —, deve ser repelida, pois a inércia do Estado é um processo
informal de mudança da Constituição. Mesmo não alterando a letra da Constituição, o legislador
infraconstitucional modifica-lhe o alcance, ao paralisar sua aplicação. Essa paralisação, não
desejada nem prevista pelo constituinte, é inconstitucional.
De acordo com o STF, dada a natureza constitutiva do mandado de injunção, não é cabível a
imposição de sanção pecuniária pela continuidade da omissão legislativa, uma vez que se trata
de mecanismo próprio das ações condenatórias (MI 698/PB, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em
07.06.2006).
Qualquer pessoa, física ou jurídica, que se veja impossibilitada de exercer direito constitucional
por falta de norma regulamentadora é legitimada a impetrar mandado de injunção. Essa é, afinal,
uma das diferenças entre o mandado de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade por
omissão.

1
MI 3316 / DF, Rel. Min. Celso de Mello. Julg. 09.04.2014.
2
MI 7300/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado
em 26.4.2021.

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O STF já reconhecia, mesmo diante do silêncio da Constituição, a possibilidade de impetração


de mandado de injunção coletivo. Com a edição da Lei Federal nº 13.300/2016, passou a existir
previsão expressa para esse instrumento. Cabe ressaltar que os direitos, as liberdades e as
prerrogativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente,
a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.
São legitimados a impetrar mandado de injunção coletivo:
a) partido político com representação no Congresso Nacional — para assegurar o exercício
de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a
finalidade partidária;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano — para assegurar o exercício de direitos, liberdades
e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na
forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para
tanto, autorização especial;
d) Ministério Público — quando a tutela requerida for especialmente relevante para a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais
indisponíveis;
e) Defensoria Pública — quando a tutela requerida for especialmente relevante para a
promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos
necessitados.

Uma novidade importante trazida pela Lei Federal nº 13.300/2016, que disciplina
o processo e o julgamento dos mandados de injunção individuais e coletivos, foi
a previsão de que o Ministério Público e a Defensoria Pública são legitimados a
impetrar mandado de injunção coletivo.

Um tópico muito importante: o mandado de injunção não é gratuito, sendo necessária a


assistência de advogado para sua impetração.
O mandado de injunção visa solucionar um caso concreto. São, portanto, três pressupostos para
o seu cabimento:
a) falta de norma que regulamente uma norma constitucional programática propriamente
dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva;
b) nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a impossibilidade de exercício de
um direito ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à
soberania e à cidadania;
c) o decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora (retardamento
abusivo na regulamentação legislativa).

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E quando é que descabe mandado de injunção? Segundo a jurisprudência do STF, nas seguintes
situações:
a) não cabe mandado de injunção se já houver norma regulamentadora do direito
constitucional, mesmo que esta seja defeituosa.
Ora, se já existe norma regulamentadora, não faz sentido falar-se em mandado de injunção, que
tem como pressuposto a ausência de regulamentação de norma constitucional.
b) não cabe mandado de injunção se faltar norma regulamentadora de direito
infraconstitucional.
O mandado de injunção somente repara falta de regulamentação de direito previsto na
Constituição Federal. A ausência de regulamentação de uma lei não dá ensejo à utilização do
mandado de injunção.
c) não cabe mandado de injunção diante da falta de regulamentação de medida provisória
ainda não convertida em lei pelo Congresso Nacional.
O mandado de injunção tem como um de seus pressupostos a ausência de regulamentação de
direito constitucional.
d) não cabe mandado de injunção se não houver obrigatoriedade de regulamentação do
direito constitucional, mas mera faculdade.
Nesse caso, o legislador tem liberdade para regulamentar ou não a norma constitucional.

Não cabe mandado de injunção:


a) se já houver norma regulamentadora;
b) se faltar norma regulamentadora de direito infraconstitucional;
c) se faltar regulamentação de medida provisória ainda não convertida em lei
pelo Congresso Nacional;
d) se não houver obrigatoriedade de regulamentação.

Segundo o STF, não é cabível medida liminar em mandado de injunção. Isso porque o Poder
Judiciário jamais poderia resolver liminarmente o caso concreto, agindo como Poder Legislativo,
a fim de evitar o prejuízo oriundo da demora da decisão (“periculum in mora”), um dos
pressupostos da liminar. O mandado de injunção destina-se ao reconhecimento, ou não, pelo
Poder Judiciário, da demora na elaboração da norma regulamentadora do direito constitucional.
Um dos aspectos mais relevantes sobre o mandado de injunção é entender qual é a eficácia da
decisão. No que se refere ao tema, duas teses jurídicas relevantes foram construídas pela
doutrina: a não concretista e a concretista.

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A corrente não concretista entende que cabe ao Poder Judiciário apenas reconhecer a inércia do
poder público e dar ciência de sua decisão ao órgão competente para que este edite a norma
regulamentadora. Não pode o Judiciário suprir a lacuna, assegurar ao lesado o exercício de seu
direito e tampouco obrigar o Poder Legislativo a legislar. Essa posição era a seguida pelo STF até
poucos anos atrás. Hoje, essa Corte adota a corrente concretista, que estudaremos a seguir.
A corrente concretista determina que, sempre que estiverem presentes os requisitos exigidos
constitucionalmente para o mandado de injunção, o Judiciário deverá não só reconhecer a
omissão legislativa, mas também possibilitar a efetiva concretização do direito. Essa posição
subdivide-se em duas: i) concretista geral e ii) concretista individual.
a) Na concretista geral, a decisão do Judiciário deveria ter efeito sobre todos os titulares
do direito lesado (efeito “erga omnes”), até ser expedida a norma regulamentadora desse
direito.
b) Na concretista individual, a decisão produziria efeitos somente sobre o autor do
==2fbc94==

mandado de injunção (eficácia “inter partes”, ou entre as partes do processo). A posição


concretista individual também se subdivide: pode ser direta ou intermediária. A primeira
determina que o Judiciário, ao julgar procedente o mandado de injunção, concretiza direta
e imediatamente a eficácia da norma constitucional para o autor da ação. Já a segunda (a
intermediária) determina que o Judiciário, após julgar o mandado de injunção procedente,
não concretiza imediatamente a eficácia da norma constitucional para o autor da ação.
Esse Poder apenas dá ciência ao órgão omisso, concedendo-lhe um prazo para
regulamentar a norma. Só em caso de permanência da omissão é que o Judiciário fixará as
condições necessárias para o exercício do direito pelo autor do mandado de injunção.
O STF tem, atualmente, adotado a posição concretista, cumprindo, muitas vezes, o papel do
legislador omisso, com o objetivo de dar exequibilidade às normas constitucionais. Exemplo
disso é que, ao analisar mandados de injunção referentes à falta de norma regulamentadora do
direito de greve dos servidores públicos civis (art. 37, VII, CF/88), a Corte não só declarou a
omissão do legislador, mas também determinou a aplicação temporária ao servidor público, no
que couber, da lei de greve aplicável ao setor privado (Lei Federal no 7.783/1989), até que aquela
norma seja editada (MI 712/PA).
O STF já chegou até mesmo a editar Súmula Vinculante para combater omissão legislativa. Foi o
que ocorreu em relação à concessão de aposentadoria especial para servidores públicos. A
CF/88 exigia lei complementar para a definição de regras para a concessão de aposentadoria aos
servidores cujas atividades são exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física. Como essa lei complementar ainda não foi editada, “pipocaram” mandados
de injunção no STF. Para resolver o problema, o STF editou a Súmula Vinculante nº 33,
determinando o seguinte:
Súmula Vinculante nº 33 - Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do
regime geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, §
4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.
A Lei Federal nº 13.300/2016 adotou, explicitamente, a teoria concretista individual, ao dispor
que, em mandado de injunção, “a decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá
efeitos até o advento da norma regulamentadora” (art. 9º, caput). É possível, entretanto, que seja
conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou

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Aula 03

indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração (art.


9º, § 1º).
Observe que a lei regulamentadora do mandado de injunção reafirmou a jurisprudência do STF,
dando maior segurança jurídica ao processo e julgamento desse remédio constitucional. Agora,
fica claro que o órgão julgador não se limitará a declarar a mora legislativa.
Ao contrário, uma vez reconhecida a mora legislativa, o mandado de injunção será deferido para:
a) determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora;
b) estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado
promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no
prazo determinado.
Por fim, resta uma pergunta: a quem cabe julgar o mandado de injunção? Depende de qual
autoridade se omitiu quanto à proposição da lei. Assim, a competência é determinada em razão
dessa pessoa (“ratione personae”).
A competência para julgar mandado de injunção dependerá de quem for a autoridade inerte.
Será o STF caso a elaboração da norma regulamentadora seja atribuição do presidente da
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas
de qualquer das Casas Legislativas, do TCU, de qualquer dos Tribunais Superiores ou do próprio
STF. Por outro lado, será o STJ se a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de
órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos
de competência do STF e dos órgãos da Justiça Militar, Eleitoral, do Trabalho ou Federal.

MANDADO DE INJUNÇÃO

Finalidade Suprir a falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício de


direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Legitimados ativos Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira.

Legitimados passivos Autoridade que se omitiu quanto à proposição da lei.

Natureza Civil

Isento de custas Não

Medida liminar Não

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Observações Pressupostos para cabimento: a) falta de regulamentação de norma


constitucional programática propriamente dita ou que defina princípios
institutivos ou organizativos de natureza impositiva; b) nexo de causalidade
entre a omissão do legislador e a impossibilidade de exercício de um direito
ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à
soberania e à cidadania e c) o decurso de prazo razoável para elaboração da
norma regulamentadora.

(DPE-RS – 2022) A legitimação constitucional conferida à Defensoria Pública para a propositura


do mandado de injunção coletivo está ligada à sua finalidade essencial na tutela de interesse
difusos, coletivos e individuais homogêneos que tenham repercussão em interesses tutelados,
especialmente relevantes para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos
individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5.º da Constituição
Federal.
Comentários:
A Lei nº 13.300/2016 incluiu a Defensoria Pública como legitimada ativa para propositura do
mandado de injunção coletivo. Questão correta.

(PGM-Fortaleza – 2017) Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção.

Comentários:

A pessoa jurídica é legitimada a impetrar mandado de injunção (art. 3o, Lei nº 13.300/2016).
Questão correta.

(TCM-GO – 2015) O direito a ser resguardado por mandado de injunção somente se evidencia
nos casos em que a função de legislar refletir uma obrigação jurídica indeclinável imposta ao
poder público.

Comentários:

O mandado de injunção é cabível diante de omissão do Estado naqueles casos em que a função
de legislar for uma obrigação jurídica indeclinável. É o que ocorre no caso das normas de eficácia
limitada de caráter impositivo. Questão correta.

(DPE-PE – 2015) A jurisprudência do STF acerca do mandado de injunção evoluiu para admitir
que, além de declarar omisso o Poder Legislativo, o próprio tribunal edite a norma geral de que
depende o exercício do direito invocado pelo impetrante.

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Comentários:

Em várias de suas decisões, o STF vem adotando, para o mandado de injunção, a posição
concretista geral. Assim, o Tribunal não se limita apenas a declarar a omissão legislativa, mas
busca concretizar o direito para todos os seus titulares. Há certa polêmica em dizer que o STF
“edita norma geral”. Porém, analisando-se o caso da aposentadoria especial de servidores
públicos, é possível perceber que mandados de injunção impetrados no STF resultaram na
edição de verdadeira “norma” pela Corte: a Súmula Vinculante nº 33. Por isso, a questão foi
considerada correta.

(MPE-RJ – 2014) O mandado de injunção é uma ação constitucional, tida como garantia
fundamental, oponível diante de omissões de Poder Público respectivo em regulamentar
matérias que viabilizem o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
concernentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Comentários:

O mandado de injunção é remédio constitucional que pode ser utilizado sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Questão correta.

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Pegadinha do sabão e eu cai: "particulares NÃO É SINÔNIMO de cidadão."
É ERRADO dizer que A AÇÃO POPULAR visa proteger direito próprio do autor, uma vez que A AÇÃO POPULAR atinge a
coletividade

Ação Popular UMA PEGADINHA: SE A BANCA FALAR QUE É QUALQUER PESSOA, A QUESTÃO VAI ESTAR
ERRADA.... É QUALQUER CIDADÃO

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

O inciso LXXIII do art. 5º da Constituição traz mais um remédio constitucional: a ação popular.
Trata-se de uma ação de natureza coletiva, que visa anular ato lesivo ao patrimônio público, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. É, portanto,
uma forma de controle, pelos cidadãos, dos atos do poder público, por meio do Judiciário.
Bastando ser cidadão, ou seja, ter título de eleito, o qual é facultativo para quem tem
“Quem pode impetrar essa ação?” 16 ou 17 anos de idade. Então, um cidadão de 16 que já tenha título, poderá propor
ação popular.
Boa pergunta! Este é o “peguinha” mais famoso nos concursos, envolvendo a ação popular: só
pode impetrar a ação o cidadão, pessoa física no gozo de seus direitos civis e políticos. Uma
pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular, por exemplo. E a ação pode ser
usada de maneira preventiva (quando impetrada antes da prática do ato lesivo ao patrimônio
público) ou repressiva (quando o dano já foi causado).
E quais são os sujeitos passivos da ação popular, ou seja, quem pode sofrer a ação?
a) Todas as pessoas jurídicas em nome das quais o ato ou contrato lesivo foi (ou seria)
praticado.
b) Todas as autoridades, os administradores e os servidores e empregados públicos que
participaram do ato ou contrato lesivo, ou que se omitiram, permitindo a lesão.
c) Todos os beneficiários diretos do ato ou contrato lesivo.
É importante destacarmos, também, o papel do Ministério Público (MP) na ação popular. O MP
pode atuar das seguintes formas:
a) como parte pública autônoma, velando pela regularidade do processo e pela correta
aplicação da lei, podendo opinar pela procedência ou improcedência da ação. Nesse caso,
exerce o papel de fiscal da lei, ou custos legis;
b) como órgão ativador da produção de prova e auxiliar do autor popular. Todavia, a
função de auxiliar do autor da ação popular não implica uma atividade secundária do
Parquet. Ele não é um mero ajudante do autor da ação; ao contrário, possui uma atividade
autônoma;
Uma observação. Você percebeu que “Parquet” e “Ministério Público” são sinônimos? “Parquet”
é uma expressão francesa que designa o MP, em atenção ao pequeno estrado (parquet) onde
ficam os agentes do MP quando de suas manifestações processuais.
c) como substituto do autor. Aqui, tem-se a palavra “substituto” empregada em sentido
vulgar, como alguém que age no caso da omissão de outrem. Ocorre quando o autor da
ação popular (cidadão) ainda é parte no processo, mas é uma parte omissa. O Ministério
Público, então, age em seu lugar, cumprindo ônus processuais imputados ao autor, que
não os realizou;

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d) como sucessor do autor. Ocorre, em regra, quando o autor da ação desiste dela,
momento em que, então, o Ministério Público tem a faculdade de prosseguir com a ação
popular, caso haja interesse público. Nesse caso, é vedado ao Ministério Público desistir
da ação popular. Seu poder de escolha refere-se ao impulso inicial (suceder ou não o
autor). Depois disso, não pode mais voltar atrás.
“Nossa! E se o cidadão nunca impetrar a ação popular? O Ministério Público pode impetrá-la
originariamente?”
NÃO! O Ministério Público não possui legitimidade para intentar a ação popular. Só o cidadão
possui tal prerrogativa.

==2fbc94==

O Superior Tribunal de Justiça já admitiu a possibilidade de o Ministério Público


ingressar com ação popular, a exemplo do REsp 806.304/RS1 [Rel. Min. Luiz Fux,
j. 02/12/2008]. Entretanto, não é possível generalizar esse entendimento,
prevalecendo o entendimento de que apenas o cidadão tem legitimidade para
ingressar com a ação popular. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal já
assentou entendimento de que a ação popular tem como sujeito ativo sempre o
cidadão - pessoa física no gozo de seus direitos políticos - isto é, o eleitor.2
Apesar disso, a banca FGV já fez uso do termo "ação popular multitudinária" ou
"ação popular multilegitimária" para legitimar a propositura dessas ações por
parte do Ministério Público.
A melhor interpretação que se pode fazer a respeito das ações populares
multitudinárias ou multilegitimárias, em que o Ministério Público pode ser autor,
seria equipará-las às ações civis públicas. Conforme veremos mais à frente em
nosso curso, o Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública.

Outro tópico importante: não se exige, para o cabimento da ação popular, a comprovação de
efetivo dano material, pecuniário. O STF entende que a lesividade decorre da ilegalidade: basta
esta para que se configure o dano. A tese fixada pelo STF é a seguinte (Tema 836 da
Repercussão Geral): Não é condição para o cabimento da ação popular a demonstração de
prejuízo material aos cofres públicos, dado que o art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal
estabelece que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular e impugnar, ainda
que separadamente, ato lesivo ao patrimônio material, moral, cultural ou histórico do Estado ou
de entidade de que ele participe.

1
"Hodiernamente, após a constatação da importância e dos inconvenientes da legitimação isolada do cidadão,
não há mais lugar para o veto da legitimatio ad causam do MP para a Ação Popular, a Ação Civil Pública ou o
Mandado de Segurança coletivo.
Em consequência, legitima-se o Parquet a toda e qualquer demanda que vise à defesa dos interesses difusos e
coletivos, sob o ângulo material ou imaterial".
2
ACO, Rel. Min. Gilmar Mendes, dec. monocrática, j. 24.08.2005.

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Também é bastante cobrado em prova o entendimento do STF de que não cabe ação popular
contra ato de conteúdo jurisdicional, praticado por membro do Poder Judiciário no desempenho
de sua função típica (decisões judiciais). Isso porque a ação popular só incide sobre a atuação
administrativa do poder público.3 Assim, imagine que uma decisão judicial seja lesiva ao
patrimônio público. Cabe ação popular contra esse ato? Não!!! Essa decisão deverá ser atacada
por meio de outro tipo de ação.
Não há foro por prerrogativa de função em ação popular. Dessa forma, uma ação popular contra
o presidente da República ou contra um parlamentar (deputado ou senador) será julgada na
primeira instância (e não perante o STF!).
Quando uma sentença julgar improcedente ação popular, ela estará sujeita, obrigatoriamente, ao
duplo grau de jurisdição (reexame necessário). Em outras palavras, uma decisão judicial que nega
provimento à ação popular deverá ser reexaminada pela instância superior.
A improcedência de ação popular não gera, para o autor, salvo comprovada má-fé, a obrigação
de pagar custas judiciais e o ônus da sucumbência (pagamento dos honorários advocatícios da
outra parte).

(TJ-SP – 2023) O autor da ação popular atuando de boa-fé é isento do pagamento de custas,
mas está sujeito aos ônus da sucumbência.

Comentários:

O autor da ação popular, salvo comprovada má-fé, é isento de custas judiciais e também do ônus
da sucumbência. Questão errada.

(DP-DF – 2022) Qualquer pessoa, física ou jurídica, é parte legítima para propor ação popular
que vise anular ato lesivo à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.
Comentários:
A ação popular tem exclusiva titularidade do cidadão no gozo de seus direitos políticos. Questão
errada.
(DPE-PA – 2015) A ação popular poderá ser intentada por cidadão e por partido político com
representação no Congresso Nacional.
Comentários:
Os partidos políticos não têm legitimidade para ajuizar ação popular. Questão errada.

3
STF, Petição nº 2.018-9/SP, Rel. Ministro Celso de Mello, de 29/06/2000.

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Ação Civil Pública


A ação civil pública não é propriamente um remédio constitucional, já que não está
expressamente prevista no art. 5º da CF/88. Entretanto, ela acaba tendo algumas particularidades
quando a analisamos paralelamente ao estudo da ação popular. Nesse sentido, vamos abordar a
ação civil pública para que possamos entender as semelhanças e diferenças dela em relação aos
remédios constitucionais, notadamente a ação popular.
A ação civil pública é um instrumento de defesa coletiva dos direitos fundamentais, previsto pela
Constituição Federal de 1988, em seu art. 129, inciso III, e regulamentado pela Lei Federal nº
7.347, de 24 de julho de 1985 (Lei da Ação Civil Pública ou LACP). Visa à proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos (art. 129, III, CF),
bem como dos direitos individuais homogêneos (Código de Defesa do Consumidor, art. 81,
parágrafo único, III).
Por direitos individuais homogêneos, compreendem-se aqueles pertencentes a um mesmo
grupo, classe ou categoria determinável de pessoas, de origem comum e natureza divisível, ou
seja, que podem ser divididos quantitativamente entre os integrantes do grupo. É o que
acontece, por exemplo, no caso de vários consumidores que adquirem o mesmo produto,
produzido em série, com defeito. Recordemos a diferença entre direitos difusos e coletivos:

MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO

AMBOS TEM NATUREZA INDIVISÍVEL

Segundo Hely Lopes Meirelles1, a ação civil pública é o instrumento processual adequado para
reprimir ou impedir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico e por infrações da ordem econômica, protegendo,
assim, os interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, desde que socialmente
relevantes. Não se presta, em regra, a amparar direitos individuais disponíveis, nem se destina à
reparação de prejuízos causados a particulares pela conduta, comissiva ou omissiva, do réu.

1
Mandado de Segurança e Ações Constitucionais. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2014, p. 210.

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O objeto da ação civil pública poderá ser a condenação em dinheiro ou o cumprimento de uma
obrigação de fazer ou de não fazer (art. 3º, LACP).
Segundo o art. 5º da LACP, têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
a) o Ministério Público;
b) a Defensoria Pública;
c) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IBAMA d) a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;

e) a associação que, concomitantemente: i) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano


nos termos da lei civil; e ii) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
==2fbc94==

O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como
fiscal da lei. Note que a ação civil pública, ao contrário da ação penal pública (art. 129, I, CF), não
é de competência privativa do Ministério Público. Cuidado com as “pegadinhas” nesse sentido!
No que se refere às omissões do poder público, a ação civil pública possibilita a atuação judicial
no sentido de implementação das políticas públicas necessárias à efetivação dos direitos
fundamentais, principalmente dos direitos sociais, como saúde, educação, previdência, entre
outros.

Vejamos alguns entendimentos do STF sobre a utilização da ação civil pública.


Eles servirão até mesmo como forma de ilustrar a utilização dessa importante
ação coletiva.
1) O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo
fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares (Súmula
STF nº 643).
2) O Ministério Público é parte legítima para propor ação civil pública voltada a
infirmar preço de passagem em transporte coletivo.
3) O Ministério Público tem legitimidade ativa para propor ação civil pública com
o objetivo de evitar lesão ao patrimônio público decorrente de contratação de
serviço hospitalar privado sem procedimento licitatório.
4) O Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar ação civil pública com o
objetivo de impugnar a cobrança de tributos.
5) O Ministério Público tem legitimidade para a propositura de ação civil pública
em defesa de direitos sociais relacionados ao FGTS.

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(FINEP – 2024) A ação civil pública é de legitimidade ativa exclusiva do Ministério Público e tem
como objetivos a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos.

Comentários:

Há outros legitimados para a propositura de ações civis públicas além do Ministério Públicos. Por
exemplo, Defensoria Pública, os entes federativos e autarquias também podem propor ação civil
pública. Questão errada.

(PG-DF – 2021) A ação civil pública é uma modalidade de ação constitucional que pode ser
proposta por qualquer cidadão que pretenda prevenir ou reprimir danos que possam repercutir
no meio social, tais como danos ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio público, além
de outros direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos.

Comentários:

A ação civil pública possui um rol taxativo de legitimados para sua proposição, a saber: o
Ministério Público, a Defensoria Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a
autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista e a associação que,
concomitantemente: i) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; e ii)
inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à
ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico. Questão errada.

(MPE-PA – 2014) Possui respaldo na disciplina constitucional da matéria o ajuizamento de ação


civil pública, pelo Ministério Público, para questionamento quanto à exigibilidade de tributo, sob
o fundamento de inconstitucionalidade em sua instituição e cobrança.
Comentários:
Em ação civil pública, não podem ser veiculadas pretensões que envolvam tributos e
contribuições. Questão errada.
(MPE-PA – 2014) Possui respaldo na disciplina constitucional da matéria o ajuizamento de ação
civil pública, pelo Ministério Público, para questionamento dos valores de mensalidades
escolares, sob o fundamento de sua abusividade e ilegalidade.
Comentários:
O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo fundamento seja a
ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares. Questão correta.

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QUESTÕES COMENTADAS
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Art. 5º, XXXII a
LXXIX

1. (CEBRASPE/FUB/2023) julgue o item que se segue.

Os direitos já garantidos e pertencentes ao patrimônio jurídico de alguém somente podem ser


desconstituídos em função da promulgação de novas leis.

Comentário:

A questão exige conhecimento sobre os Direitos Individuais e Coletivos, em especial, a previsão


do art. 5º, inciso XXXVI da CRFB/88, vejamos:

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

O direito adquirido é caracterizado após o indivíduo cumprir todos os requisitos legais para gozo
e fruição do direito.

Dessa forma, não é correto afirmar que os direitos já garantidos e pertencentes ao patrimônio
jurídico de alguém podem ser desconstituídos em função da promulgação de novas leis. Ou seja,
é um direito já incorporado ao patrimônio do particular.

Portanto, a lei não pode prejudicar, nem mesmo uma nova lei, de acordo com art. 5º, XXXVI da
CRFB/88. O item está incorreto!

Gabarito: Errado.

2. CEBRASPE/FUB/2023) No que se refere aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o


item que se segue.

É vedada a extradição de estrangeiros por crime político ou de opinião.

Comentário:

Questão que aborda o tema dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos de forma bem simples
e direta. Pura letra da Constituição Federal!

Para responder o questionamento feito, o candidato precisa saber o teor do art. art. 5º, inciso LII
da CRFB/88. Vamos conferir juntos?

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

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LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

Portanto, podemos afirmar que o item está certo, já que realmente é vedada a extradição de
estrangeiros por crime político ou de opinião, nos termos do art. 5º, inciso LII da CRFB/88.

Gabarito: Certo.

3. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Acerca das disposições constitucionais sobre os princípios fundamentais da Constituição Federal


de 1988 (CF), os direitos e as garantias fundamentais e o Poder Judiciário, julgue o próximo
item.

O direito à proteção dos dados pessoais é garantia fundamental, prevista expressamente na CF,
dos brasileiros e dos estrangeiros residentes no país.

Comentário:

Vamos resolver uma questão sobre os Direitos Individuais e Coletivos. A resposta está no art. 5º,
LXXIX da CRFB/88, olha só a redação do dispositivo:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive
nos meios digitais

A literalidade do caput do art. 5º faz referência apenas aos “brasileiros e estrangeiros residentes
no país”. Você deve estar se perguntando o seguinte: “E os estrangeiros não residentes?”

A doutrina e a jurisprudência do STF entendem que basta a estar no território nacional para que
a pessoa seja possuidora de direito fundamental. Não importando se é estrangeira ou não,
residente ou não. Logicamente, não se pode falar em direitos fundamentais absolutos. Será
necessário o exame do caso concreto.

De fato, o direito à proteção dos dados pessoais é garantia fundamental, prevista expressamente
na CRFB/88, dos brasileiros e dos estrangeiros residentes no país.

Isso torna a questão correta!

Gabarito: Certo.

4. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Acerca das disposições constitucionais sobre os princípios fundamentais da Constituição Federal


de 1988 (CF), os direitos e as garantias fundamentais e o Poder Judiciário, julgue o próximo
item.

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Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Comentário:

O CEBRASPE cobrou um tema bem clássico na questão de forma bem simples. Aqui, abordou os
Direitos e as Garantias Fundamentais, em especial, os Direitos Individuais e Coletivos. Vamos
encontrar a resposta no art. 5º, XXXIII da CRFB/88:

Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.

Ou seja, realmente todos têm o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.

Logo, a questão está certa!

Gabarito: Certo.

5. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Conforme o entendimento do STJ, julgue o item que se segue.

Quando for essencial à comprovação do direito alegado, admite-se a juntada de prova


documental após a propositura do mandado de segurança.

Comentário:

O examinador elaborou essa questão na maldade (rs), buscando um entendimento do STJ sobre
o remédio constitucional do Mandado de Segurança.

Inicialmente, destaco que, nos termos do art. 5º, LXIX da CRFB/88, conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou
"habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Professor, e quanto à juntada de prova documental no Mandado de Segurança... é possível a


juntada de documento após a propositura da ação?

Olha só o entendimento do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema:

O Mandado de Segurança não admite dilação probatória, por isso a inicial deve ser
instruída com prova pré-constituída do alegado direito líquido e certo, sob pena de ser

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extinto e denegada a segurança (arts. 6º, § 5º, e 10, caput, da Lei n. 12.016/09). (STJ. MS
Nº 32.625 - MT. Relator: Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 14 de junho de 2011).

Perceba que as provas estão cobrando cada vez mais entendimentos jurisprudenciais, não apenas
a letra de lei!

Diante do exposto, não se admite dilação probatória no Mandado de Segurança, devendo a


prova da ilegalidade ou abuso de poder ser constituída previamente nos autos. Ou seja, não se
pode juntar a prova documental após a propositura do Mandado de Segurança. A prova é
pré-constituída. É um dos requisitos de admissibilidade da ação.

Logo, a questão está incorreta!

Gabarito: Errado.

6. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Conforme o entendimento do STJ, julgue o item que se segue.

Decisão que determina a apreensão de passaporte do devedor, enquanto modalidade de


medida executiva atípica, pode ser impugnada por meio de habeas corpus.

7. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Considerando a Constituição Federal de 1988 e a jurisprudência pertinente, julgue o item


subsequente.

Admite-se a impetração de mandado de segurança contra ato judicial na hipótese da decisão


judicial ser teratológica ou manifestamente ilegal, caso em que esse instrumento processual será
recebido como sucedâneo recursal.

Comentário:

Caro(a) aluno(a), olha que questão interessante sobre os Remédios Constitucionais! Exigiu de
você o conhecimento acerca da apreensão de passaporte e o uso do Habeas Corpus.

Nos termos do art. 5º, LXVIII da CRFB/88, conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder.

Em resumo, o objetivo do HC é proteger a liberdade de locomoção! Dito isto, vejamos um


resumo do posicionamento do STJ no Habeas Corpus nº. 742.879/RJ (Informativo nº 749):

A apreensão do passaporte do devedor é medida atípica e restritiva da liberdade de


locomoção do indivíduo, podendo caracterizar constrangimento ilegal e arbitrário
susceptível de análise em sede de habeas corpus, como via processual adequada.

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Temos ainda o Informativo 631 do STJ:

O acautelamento de passaporte é medida que limita a liberdade de locomoção, razão


pela qual pode, no caso concreto, significar constrangimento ilegal e arbitrário, sendo o
HC via processual adequada para essa análise. Isso vale não apenas para decisões
criminais como também cíveis. (RHC 97.876-SP, J. 05/06/2018).

Dessa forma, a decisão que determina a apreensão de passaporte do devedor, enquanto


modalidade de medida executiva atípica, pode ser impugnada por meio de Habeas Corpus, de
acordo com entendimento do STJ.

Portanto, a alternativa está correta!

Gabarito: Certo.

8. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Considerando a Constituição Federal de 1988 e a jurisprudência pertinente, julgue o item


subsequente.

É cabível a impetração de habeas corpus para analisar a legalidade de decisão que determine a
suspensão de carteira nacional de habilitação.

Comentário:

Olha só que maldade do CEBRASPE. Preparou uma questão sobre os Remédios Constitucionais
e entendimento do STJ sobre o Habeas Corpus. Vejamos:

A suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) não configura ameaça ao direito


de ir e vir do titular. Isso porque mesmo com a decretação da medida, o sujeito continua
com a liberdade de ir e vir, para todo e qualquer lugar, desde que não o faça como
condutor do veículo. A suspensão da Carteira Nacional de Habilitação não configura dano
ou risco potencial direto e imediato à liberdade de locomoção do paciente, devendo a
questão ser, pois, enfrentada pelas vias recursais próprias. (STJ. 3ª Turma. RHC 99.606/SP,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/11/2018).

Nos termos do art. 5º, LXVIII da CRFB/88, temos que:

Art. 5º, LXVIII: conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder.

Percebam que o Habeas Corpus visa proteger a liberdade de ir e vir (liberdade de locomoção).
Tenho impacto a esse direito fundamental quando da suspensão da Carteira Nacional de
Habilitação? Não!

Assim, não cabe Habeas Corpus contra decisão que determina a apreensão de CNH, pois não
configura ameaça ao direito de ir e vir do titular, de acordo com entendimento do STJ.

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Logo o item está incorreto!

Gabarito: Errado.

9. CEBRASPE/Polícia Militar do Estado de Santa Catarina/2023

Acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na CF, assinale a opção correta.

a) Lei que tipifica um crime pode ser aplicada para uma conduta praticada anteriormente à sua
vigência.

b) A prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de detenção,


nos termos da legislação penal.

c) Excepcionalmente, é possível a tipificação de crimes por meio de medida provisória.

d) São inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de


entorpecentes e de drogas afins, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos.

e) A pena de multa pode ser executada contra os sucessores do condenado, até o limite do valor
do patrimônio transferido.

Comentário:

A questão cobrou do candidato o conhecimento sobre alguns dispositivos do art. 5º da CRFB/88


relacionados ao Direito Penal Constitucional. Vamos fazer a leitura juntos de cada dispositivo:

Art. 5º da CRFB/88 (...)

XXXIX: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

XL: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

XLII: a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de


reclusão, nos termos da lei.

XLIII: a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da


tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem.

XLV: nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

Assim, segundo o inciso XLIII do art. 5º da Constituição, são inafiançáveis e insuscetíveis de graça
ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e de drogas afins, o terrorismo e
os crimes definidos como hediondos.

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Portanto, o gabarito é a Letra “D”.

(...)

Letra A. INCORRETA. Nenhuma lei que tipifica um crime pode retroagir para alcançar condutas
anteriores à vigência da lei, a não ser que aquele tipo penal beneficie o réu. Trata-se do princípio
da irretroatividade da lei penal mais gravosa previsto no art. 5º, XL da CRFB/88.

Letra B. INCORRETA. Pegadinha clássica em prova! De fato, a prática de racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, porém está sujeito à pena de reclusão e não de detenção, vejamos:

Art. 5º, XLII da CRFB/88: a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

Letra C. INCORRETA. Não há exceção! Falou em tipificação de crimes? Necessariamente deverá


haver uma lei definindo que a conduta praticada pelo agente é crime, nos termos do art. 5º,
inciso XXXIX da CRFB/88: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal”.

Outrossim, o art. 62, § 1º, I, b da CRFB/88 proíbe a edição de medidas provisórias sobre matéria
de direito penal, vejamos:

Art. 62, § 1º, I, b da CRFB/88: É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

b) direito penal, processual penal e processual civil.

Letra D. CORRETA. Opa! Temos aqui o nosso gabarito. Alternativa que cobrou a literalidade da
Constituição, vejamos:

Art. 5º, XLIII da CRFB/88: a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores
e os que, podendo evitá-los, se omitirem.

Letra E. INCORRETA. A CRFB/88 proíbe que a pena do condenado seja passada para outra
pessoa. Trata-se do princípio da Intranscendência da Pena. No entanto, vale esclarecer que é
possível a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido. Vejamos:

Art. 5º, XLV da CRFB/88: nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido.

Gabarito: Letra D.

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10. CEBRASPE/Polícia Militar do Estado de Santa Catarina/2023

No que diz respeito aos direitos e às garantias fundamentais relacionados à prisão, assinale a
opção correta.

a) O preso em flagrante não pode ser submetido à identificação criminal.

b) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao


juiz competente ou à família do preso.

c) A prisão ilegal será imediatamente revogada pela autoridade judiciária.

d) É lícita a prisão civil do depositário infiel apenas quando se tratar de depósito voluntário.

e) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão.

Comentário:

A questão cobrou do candidato o conhecimento literal de dispositivos da CRFB/88 relacionados


aos direitos e garantias fundamentais, especialmente sobre a prisão.

Os direitos fundamentais são bens constitucionalmente protegidos. Dessa forma, o Constituinte


estabeleceu valores supremos para preservar certos bens.

Sobre a prisão, temos que:

Art. 5º da CRFB/88 (...) LVIII: O civilmente identificado não será submetido a identificação
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.

LXII: A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

LXV: A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.

LXVII: não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.

Vale destacar que em relação ao instituto do depositário infiel, precisamos analisar o tema com
cuidado! Digo isso, porque, a partir da literalidade da CRFB/88, há possibilidade de sua
ocorrência. Todavia, o Supremo Tribunal Federal tem o entendimento particular que essa prisão
não poderá ocorrer. Inclusive já editou súmula vinculante sobre o tema:

SV nº. 25 STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade
de depósito.

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Vale esclarecer que a Convenção Americana de Direitos Humanos, o chamado Pacto de San Jose
da Costa Rica, foi assinada pelo Brasil. E em tal Convenção ficou estabelecida a possibilidade de
prisão civil apenas em razão do não pagamento da obrigação alimentícia.

Portanto, o gabarito é a Letra “E”!

(...)

Letra A. INCORRETA. A alternativa trouxe uma pegadinha ao afirmar que o preso em flagrante
não pode ser submetido à identificação criminal, uma vez que a CRFB/88 assegura que o
civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
em lei, vejamos:

Art. 5º, LVIII da CRFB/88: O civilmente identificado não será submetido a identificação
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.

Letra B. INCORRETA. Outra pegadinha!!! O candidato mais desatento poderia ter escorregado
na “casca de banana”. Na verdade, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso. Ou seja, deverá ser avisado
tanto ao juiz competente quanto à família do preso. De forma cumulativa, não alternativa,
vejamos:

Art. 5º LXII da CRFB/88: A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada.

Letra C. INCORRETA. A palavra ‘’revogada’’ tornou a alternativa incorreta, uma vez que a
CRFB/88 ensina que a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária,
vejamos:

Art. 5º, LXV da CRFB/88 A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária.

Letra D. INCORRETA. Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel,
vejamos:

Art. 5º, LXVII da CRFB/88 - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.

Segundo a letra da CRFB/88, não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.

No entanto, a Convenção Americana de Direitos Humanos, o chamado Pacto de San Jose da


Costa Rica, foi assinado pelo Brasil. E em tal Convenção ficou estabelecida a possibilidade de
prisão civil apenas em razão do não pagamento da obrigação alimentícia. Lembrando ainda que

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o STF já editou a súmula vinculante nº. 25 sobre o tema: “É ilícita a prisão civil de depositário
infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”.

Letra E. CORRETA. É o nosso gabarito! A alternativa cobrou a literalidade da CRFB/88, vejamos:

Art. 5º, LXIV da CRFB/88: o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial.

Gabarito: Letra E.

11. CEBRASPE (CESPE) - TCE RJ/TCE RJ/Técnico/2022


A respeito da Constituição Federal de 1988 (CF) e das suas disposições relativas aos direitos e às
garantias fundamentais, julgue o item a seguir.
Por força do princípio da dignidade da pessoa humana, a pena de morte não é admitida, em
nenhuma hipótese, pela CF.
Comentário:
O direito à vida, como todos direitos fundamentais caracterizados na Constituição, não se reveste
de caráter absoluto. Dentre outros, está a possibilidade da pena capital.
Veja a seguir trecho da CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…)
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Questão errada.
12. CEBRASPE (CESPE) - Adm (FUB)/FUB/2022
No que se refere à Constituição Federal (CF), julgue o item a seguir.
Direitos fundamentais como a proteção à maternidade e à infância são direitos sociais tratados
como matérias irrevogáveis na CF, conhecidas como cláusulas pétreas, não podendo ser alvo de
diminuição ou revogação por emenda constitucional.
Comentário:
As cláusulas pétreas são limitações de aspecto material a possibilidade de reforma constitucional,
ou seja, dispositivos que vedam a alteração, por meio de emenda, tendentes a abolir as normas
constitucionais relativas às matérias por elas definidas, conforme estabelece o art. 60, § 4°, da

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CF/88, o que inclui os direitos fundamentais. Dentre eles o direito social à proteção à
maternidade e à infância.
Veja trechos a seguir da CF/88
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
Questão certa.
13. (CESPE/ MPC-PA – 2019) Sobre as possibilidades de interferência estatal no direito
fundamental à liberdade de associação, assinale a opção correta.
a) Cabe ao Poder Executivo determinar a dissolução compulsória de associação que tenha por
objetivo a promoção de fins ilícitos.
b) A produção dos efeitos da decisão judicial que determina a dissolução compulsória de
associação depende do seu trânsito em julgado.
c) A legitimidade da associação para a representação de seus filiados restringe-se ao âmbito
judicial.
d) A atuação judicial de associação na condição de substituta processual depende de autorização
dos associados por meio de procuração.
e) A exclusão de um associado de uma entidade religiosa por questões ideológicas está sujeita a
revisão pelo Estado.
Comentários:
Letra A: errada. A dissolução compulsória de associação somente pode ser determinada por
ordem judicial transitada em julgado (art. 5º, XIX, CF).
Letra B: correta. Nos termos do art. 5º, XIX, da Carta Magna, “as associações só poderão ser
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se,
no primeiro caso, o trânsito em julgado”.
Letra C: errada. As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente (art. 5º, XXI, CF).
Letra D: errada. Na substituição processual, não há necessidade de autorização dos associados.
Letra E: errada. Não se exige a revisão da exclusão de um associado pelo Estado. A Carta Magna
veda a interferência estatal no funcionamento das associações (art. 5º, XVIII, CF).
O gabarito é a letra B.

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14. (CESPE/ TJ-DFT – 2019) A CF assegura aos cidadãos, independentemente do pagamento de


taxas, da comprovação de estado de pobreza ou de insuficiência de recurso,
a) a certidão de casamento.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas.
c) a assistência jurídica integral.
d) a certidão de óbito.
e) a criação e a dissolução de associações.
Comentários:
A Carta Magna assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas (art. 5º, XXXIV,
CF):
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal.

O gabarito é a letra B.
15. (CESPE / TJ-PR – 2019) As normas definidoras dos direitos e das garantias fundamentais
a) são programáticas.
b) têm aplicação imediata.
c) estabelecem hierarquia entre os direitos previstos.
d) vedam a ampliação de seu conteúdo por tratados internacionais.
e) são listadas em rol taxativo na Constituição Federal de 1988 (CF).

Comentários:

A Carta Magna prevê, em seu art. 5º, § 1º, que “as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata”. O gabarito é a letra B.
16. (CESPE / PGE-PE – 2019) A ausência de assistência técnica de advogado durante o processo
administrativo disciplinar torna o processo nulo.

Comentários:

De acordo com a súmula vinculante nº 5, “a falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. Questão errada.
17. (CESPE / PGE-PE – 2019) É garantido ao defensor de investigado o pleno acesso aos
documentos já anexados ao procedimento investigatório, mesmo que o inquérito policial
esteja classificado como sigiloso.

Comentários:

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A súmula vinculante nº 14 prevê que “é direito do defensor, no interesse do representado,


ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito
de defesa”. Esse acesso é garantido mesmo nos inquéritos policiais classificados como sigilosos.
Questão correta.
18. (CESPE / PRF – 2019) São constitucionalmente assegurados ao preso o direito à identificação
dos agentes estatais responsáveis pela sua prisão e o direito de permanecer em silêncio.

Comentários:

De fato, esses direitos são assegurados pela Constituição. O preso tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão (art. 5º, LXIV, CF), bem como a permanecer calado (art. 5º, LXIII, CF).
Questão correta.
19. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2018) A CF veda a extradição de estrangeiro em razão de
crime político ou de opinião.

Comentários:

De fato, o inciso LII do art. 5º da Carta Magna prevê que “não será concedida extradição de
estrangeiro por crime político ou de opinião”. Questão correta.
20. (CESPE / MP-PI – 2018) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados em cada casa do Congresso Nacional, nos termos da CF, serão equivalentes
às emendas constitucionais.

Comentários:

Os tratados e convenções internacionais que obedecerem ao rito previsto no art. 5º, § 3º, da
Constituição, terão status de emendas constitucionais. Questão correta.
21. (CESPE / Polícia Federal – 2018) Dada a previsão constitucional de que nenhuma pena
passará da pessoa do condenado a outrem, o ordenamento jurídico veda que obrigações de
reparação de danos sejam estendidas aos sucessores do condenado.

Comentários:

De acordo com a CF/88, nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV,
CF). Questão errada.
22. (CESPE / PC-SE – 2018) Em caso de perigo à integridade física do preso, admite-se o uso de
algemas, desde que essa medida, de caráter excepcional, seja justificada por escrito.

Comentários:

Em caso de perigo à integridade física do preso, o uso de algemas é admitido, devendo a


medida ser justificada por escrito. Segundo a súmula vinculante nº 11, “só é lícito o uso de
algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física

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própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito,
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do
Estado”. Questão correta.
23. (CESPE / PC-SE – 2018) Conforme texto constitucional vigente, a prisão de qualquer pessoa e
o local onde se encontra terão de ser comunicados em até vinte e quatro horas ao juiz
competente e à família do preso ou a pessoa por ele indicada.

Comentários:

O art. 5º, LXII, da Carta Magna, prevê que “a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada”. Questão errada.
24. (CESPE / CGM de João Pessoa-PB – 2018) A obrigação financeira da pessoa falecida de
==2fbc94==

reparar determinado dano pode ser estendida aos seus sucessores, sendo limitada ao valor
do patrimônio transferido pela sucessão decorrente do óbito.

Comentários:

De fato, os sucessores poderão responder pelo dano causado pelo falecido, até o limite do
patrimônio para eles transferido. Segundo o art. 5º, XLV, da Constituição, “nenhuma pena passará
da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido”. Questão correta.
25. (CESPE / CGM de João Pessoa-PB – 2018) A lei não pode prejudicar o direito adquirido, o
ato jurídico perfeito e a expectativa de direito.

Comentários:

A Carta Magna prevê, no inciso XXXVI do art. 5º, que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o
ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Essa proteção não alcança a expectativa de direito,
caracterizada quando a lei nova alcança o indivíduo que está na iminência de atender os
requisitos para aquisição do direito. Questão errada.
26. (CESPE / MPU – 2018) Os tratados internacionais sobre direitos humanos possuem status de
emendas constitucionais, de maneira que a autoridade pública que a eles desobedecer estará
sujeita a responsabilização.

Comentários:

Somente têm status de emenda constitucional os tratados internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros (art. 5º, §3º, CF). Questão errada.
27. (CESPE / SEFAZ-RS – 2018) Iniciada a audiência de instrução, o juiz determinou que o réu da
ação penal fosse algemado. Nesse caso, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, o juiz
agiu licitamente se comprovado que

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a) O crime é punível com pena de reclusão.


b) o réu tem transtorno psicológico.
c) a segurança do próprio réu estava em risco.
d) o crime tenha sido cometido com violência.
e) a vítima estava na sala de audiência.

Comentários:

Para que seja lícita a ordem judicial de manter o réu algemado durante audiência de instrução, é
necessário que se comprove que a segurança do réu ou de outras pessoas se encontra em risco.
Essa é a interpretação que se pode fazer a partir da leitura da Súmula Vinculante nº 11, segundo
a qual “só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado”. O gabarito é a letra C.
28. (CESPE / SEFAZ-RS – 2018) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos,
depois de aprovados internamente em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, são considerados equivalentes a
a) leis federais.
b) súmulas vinculantes.
c) medidas provisórias.
d) leis complementares.
e) emendas constitucionais.

Comentários:

Esses tratados serão equivalentes às emendas Constitucionais, por força do art. 5º, § 3º, da
Constituição Federal, segundo o qual “os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. O
gabarito é a letra E.
29. (CESPE / PC-MA – 2018) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos
elencados no art. 5º da Constituição Federal de 1988 (CF),
a) em nenhuma circunstância haverá penas cruéis ou de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos
forçados ou de banimento.
b) a definição do estabelecimento prisional onde será cumprida a pena independe do delito, da
idade e do sexo do apenado.
c) será protegida a livre manifestação do pensamento, inclusa a anônima.
d) será ampla a liberdade de associação, independentemente de autorização dos poderes
públicos.

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e) homens e mulheres são absolutamente iguais em direitos e obrigações.

Comentários:

Letra A: errada. De fato, as penas cruéis, de caráter perpétuo, de morte, de trabalhos forçados
ou de banimento são vedadas pela Constituição (art. 5º, XLVII, CF). Todavia, excepcionalmente,
admite-se a pena de morte, no caso de guerra declarada.
Letra B: errada. A Carta Magna prevê, em seu art. 5º, XLVIII, que a pena será cumprida em
estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado.
Letra C: errada. É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato (art. 5º, IV,
CF).
Letra D: correta. ). A liberdade de associação para fins lícitos é garantida no art. 5º, XVII, da
Constituição. A Carta Magna dispõe, ainda, que a criação de associações e, na forma da lei, a de
cooperativas independem de autorização (art. 5º, XVIII, CF).
Letra E: errada. Homens e mulheres são iguais nos termos da Constituição (art. 5º, I, CF).
O gabarito é a letra D.
30. (CESPE / STM – 2018) A lei não poderá restringir a divulgação de nenhum ato processual
penal, sob pena de ferir o princípio da publicidade.

Comentários:

A Carta Magna admite que a lei restrinja a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem (art. 5º, LX, CF). Questão errada.
31. (CESPE / EBSERH – 2018) É dever dos servidores públicos atender ao público com presteza,
disponibilizando todas as informações por ele requeridas.

Comentários:

Nem todas as informações requeridas pelo público deverão ser disponibilizadas pela
administração. O art. 5º, inciso XXXIII, da Carta Maior de 1988, dispõe que todos têm direito a
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Questão errada.
32. (CESPE / PGE-PE –2018) Considere as duas afirmações a seguir.
I - Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da ampla
defesa.
II - Nas relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à honra,
sob pena de consequências como direito de resposta e indenização por dano material ou moral.
As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a
a) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
b) eficácia externa dos direitos fundamentais.

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c) eficácia diagonal dos direitos individuais.


d) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
e) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.

Comentários:

A primeira assertiva trata da eficácia vertical dos direitos fundamentais, desenvolvida para
proteger os particulares contra o arbítrio do Estado, limitando os poderes estatais nas relações
entre o Estado e o particular.
A segunda assertiva se refere à eficácia horizontal, a qual trata da aplicação dos direitos
fundamentais entre os particulares.
Vale ressaltar que há, ainda, a eficácia diagonal, que trata da aplicação dos direitos fundamentais
entre particulares quando se vislumbram desigualdades fáticas, ou seja, diante de relações
jurídicas assimétricas. É o caso das relações de trabalho, as quais são marcadas pela
desigualdade de forças. O TST, inclusive, tem utilizado a eficácia diagonal dos direitos
fundamentais para combater atos discriminatórios nas relações trabalhistas.
O gabarito é a letra D.
33. (CESPE / STM – 2018) A despeito do princípio constitucional da vedação às provas ilícitas, o
juiz poderá considerar uma prova ilícita em qualquer situação, desde que se convença de sua
importância para a condenação do réu.

Comentários:

O juiz deverá considerar que uma prova é ilícita se ela violar o direito
material, independentemente de sua importância para a condenação do réu. Vale a pena
destacar que as provas ilícitas deverão ser expurgadas do processo (art. 5º, LVI, CF). Questão
errada.
34. (CESPE / STM – 2018) A garantia, aos acusados em geral, de contraditar atos e documentos
com os meios e recursos previstos atende aos princípios constitucionais do contraditório e da
ampla defesa.

Comentários:

De fato, os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa estão presentes na


garantia, aos acusados em geral, de contraditar atos e documentos com os meios e recursos
previstos (art. 5º, LV, CF). Questão correta.
35. (CESPE / STM – 2018) Ninguém será processado nem sentenciado, senão pela autoridade
competente, em respeito ao princípio constitucional do juiz natural.

Comentários:

O art. 5º, LIII, CF/88, dispõe que “ninguém será processado nem sentenciado, senão pela
autoridade competente”. Esse é o princípio do juiz natural, que visa garantir a apreciação dos

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casos por um juiz imparcial. Trata-se de garantia indispensável à administração da Justiça em um


Estado democrático de direito. Questão correta.
36. (CESPE / TJ-PR – 2017) É inconstitucional a prisão do depositário infiel, salvo daquele a quem
a legislação impuser a responsabilidade de reter tributos.

Comentários:

A Súmula Vinculante nº 25 prevê que é ilícita a prisão do depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade de depósito. Isso porque o Pacto de San José revogou toda a legislação
infraconstitucional que admitia esse tipo de prisão. Questão errada.
37. (CESPE / PGE-SE – 2017) Determinada demanda judicial, em que são partes um estrangeiro
residente no Brasil e um estado da Federação, prolonga-se por vinte e cinco anos.
Nesse caso, à luz da legislação e da doutrina constitucional, o direito à razoável duração do
processo
a) é norma programática e não gera efeitos individuais imediatos no caso concreto.
b) é aplicável em favor do estrangeiro na esfera judicial, mas não o seria no âmbito
administrativo.
c) pode amparar ambas as partes e ter efeitos imediatos sobre a situação individual cogitada.
d) não ampara o estado da Federação, por se tratar de direito individual oponível contra o
Estado.
e) não ampara o estrangeiro, por ausência de previsão no texto constitucional.

Comentários:

A questão cobra o conhecimento do inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição, que reproduziremos


a seguir:

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável


duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

Letra A: errada. O direito à razoável duração do processo, previsto no art. 5º, LXXVIII, da
Constituição, é norma constitucional de eficácia plena. Portanto, gera, sim, efeitos individuais no
caso concreto.
Letra B: errada. Trata-se de direito aplicável tanto na esfera judicial quanto na administrativa.
Letra C: correta. De fato, o direito à razoável duração do processo ampara tanto o Estado quanto
o indivíduo.
Letras D e E: erradas. O direito à razoável duração do processo ampara tanto o Estado quanto o
estrangeiro.
O gabarito é a letra C.
38. (CESPE / TRF 1ª Região – 2017) Entidade estatal que editar determinada lei poderá invocar a
garantia da irretroatividade para assegurar que a referida norma não prejudique ato jurídico
perfeito, direito adquirido e coisa julgada.

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Comentários:

A Súmula STF nº 654 dispõe que “a garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI,
da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado”.
Questão errada.
39. (CESPE / TRF 1ª Região – 2017) A Constituição Federal, ao prever, de forma exaustiva, os
direitos e garantias fundamentais dos indivíduos, faz que sejam desconsiderados outros
direitos humanos, mesmo que estejam previstos em tratados internacionais dos quais o Brasil
seja parte.

Comentários:

A CF/88 traz um rol não-exaustivo de direitos fundamentais. Isso fica claro pela leitura do art. 5º,
§ 2º, CF/88, segundo o qual “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte”. Questão errada.
40. (CESPE / TRF 1ª Região – 2017) Brasileiro naturalizado que tiver praticado crime comum antes
da sua naturalização poderá ser extraditando.

Comentários:

O brasileiro nato não pode ser extraditado. Por outro lado, o brasileiro naturalizado pode ser
extraditado em duas hipóteses: i) crime comum praticado antes da naturalização e; ii)
comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. Questão correta.
41. (CESPE / PM-AL – 2017) A Constituição Federal de 1988 estabelece a prisão como medida
excepcional, que, em regra, depende de flagrante delito ou de ordem escrita e
fundamentada.

Comentários:

Segundo o art. 5º, LXI, “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei”. Questão correta.
42. (CESPE / TCE-PE – 2017) Para a interposição de recurso administrativo no caso de
indeferimento de pedido protocolado em determinado órgão público, poderá ser exigido
depósito prévio de dinheiro ou bem se a causa tratar de questões patrimoniais.

Comentários:

A Súmula Vinculante nº 21 prevê que “é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento


prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”. Questão errada.
43. (CESPE / TCE-PE – 2017) De acordo com a CF, somente estarão isentas do pagamento de
taxa para obtenção de certidões em repartição pública para defesa de direitos as pessoas
que comprovarem sua hipossuficiência.

Comentários:

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Todas as pessoas, independentemente de serem hipossuficientes, estão isentas do pagamento


de taxa para obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5º, XXXIV, “b”, CF). Questão errada.
44. (CESPE / Escrivão PC-GO – 2016) A respeito dos direitos e garantias fundamentais previstos
na Constituição Federal de 1988, assinale a opção correta.
a) De acordo com a lei, a prática da tortura é considerada crime inafiançável e insuscetível de
graça ou anistia, por ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo,
se omitirem.
b) A prisão em flagrante deve ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciária, devido ao
fato de ser vedado levar pessoas à prisão ou mantê-las na prisão nas situações em que a lei
admitir a liberdade provisória.
c) Nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal, permite-se que ordem judicial afaste a inviolabilidade do sigilo da
correspondência.
d) Constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos; a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado democrático.
e) É permitida a extradição de brasileiro naturalizado, em caso de crime comum praticado após a
naturalização ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.

Comentários:

Letra A: correta. Segundo o art. 5º, XLIII, CF/88, “a lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes,
os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem”.
Letra B: errada. A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária (art. 5º,
LXV, CF).
Letra C: errada. O art. 5º, XII, CF/88, prevê, expressamente, que apenas o sigilo das
comunicações telefônicas pode ser afastado por decisão judicial. Não há previsão expressa nesse
sentido para o afastamento do sigilo da correspondência.
Letra D: errada. O terrorismo e os crimes hediondos são inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia. Por outro lado, a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado democrático, é crime inafiançável e imprescritível.
Letra E: errada. É possível a extradição de brasileiro naturalizado em duas hipóteses: i) crime
comum praticado antes da naturalização e; ii) comprovado envolvimento com tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins (art. 5º, LI, CF)
O gabarito é a letra A.
45. (CESPE / TCE-PR - 2016) Tratados e convenções internacionais recepcionados pela República
Federativa do Brasil, em geral, têm status equivalente ao das emendas constitucionais.

Comentários:

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Apenas os tratados internacionais de direitos humanos aprovados em dois turnos, em cada Casa
do Congresso Nacional, por 3/5 dos membros, é que terão status equivalente ao das emendas
constitucionais. Os tratados internacionais comuns, ao serem internalizados em nosso
ordenamento jurídico interno, terão a mesma hierarquia das leis. Questão errada.
46. (CESPE / TCE-PR – 2016) A legislação brasileira veda a extradição se, para o crime cometido
pelo extraditando, a legislação do país requerente previr pena perpétua, ainda que tal país se
comprometa a comutá-la em prisão de, no máximo, trinta anos.

Comentários:

A extradição será admita se o Estado requerente se comprometer a comutar a pena de caráter


perpétuo em prisão de até quarenta anos. Isso porque esse é o tempo máximo de prisão
admitido em nosso ordenamento jurídico. Questão errada.
47. (CESPE / TCE-PA – 2016) Situação hipotética: Em 2010, João foi naturalizado brasileiro e, em
2012, se envolveu em tráfico ilícito internacional de entorpecentes. Devido a essa infração
penal, determinado país requereu a sua extradição.
Assertiva: Nessa situação, o pedido deverá ser negado, uma vez que a CF veda a extradição de
brasileiro.

Comentários:

O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em duas situações diferentes: i) crime comum
praticado antes da naturalização e; ii) comprovado envolvimento com tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins. Na situação apresentada, João poderá ser extraditado, uma vez
que ele está envolvido com tráfico ilícito internacional de entorpecentes. Questão errada.
48. (CESPE / TCE-PA – 2016) O direito de petição configura instrumento de controle
administrativo: por meio dele, assegura-se a qualquer pessoa a defesa de direitos, individuais
ou coletivos, bem como o direito de peticionar contra ilegalidade ou abuso de poder,
perante autoridade administrativa competente de qualquer dos poderes constituídos.

Comentários:

O direito de petição é um remédio administrativo, utilizado em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder. O direito de petição pode ser exercido perante autoridade
administrativo de qualquer dos poderes do Estado. Questão correta.
49. (CESPE / Agente PC-PE – 2016) À luz das disposições da CF, assinale a opção correta acerca
dos direitos e garantias individuais.
a) O Estado pode impor prestação alternativa fixada em lei ao indivíduo que, alegando conflito
com suas convicções políticas, se recusar a cumprir obrigação legal a todos imposta, desde que a
prestação seja compatível com suas crenças. Em caso de recusa em cumpri-la, o indivíduo poderá
ser privado de seus direitos.
b) Diante de indícios veementes da prática de ilícitos no interior de determinada residência, o
agente de polícia poderá realizar busca de provas no local sem o consentimento do morador e
sem mandado judicial, desde que o faça durante o dia.

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c) O cidadão que, naturalizado brasileiro, cometer crime comum em viagem a seu país de origem
retornar ao Brasil poderá ser extraditado, bastando que haja solicitação do país da nacionalidade
anterior.
d) Servidor público que cometer crime no exercício da função não poderá ser condenado, na
esfera penal, a partir de prova obtida por meio ilícito; no entanto, essa mesma prova,
complementada por outras provas lícitas, poderá ser utilizada para aplicar penalidade em
eventual processo administrativo movido contra o servidor.
e) O profissional que, trabalhando com divulgação de informações, veicular, em seu nome,
notícia de fonte sigilosa não estará sujeito a responder por eventuais prejuízos que essa
divulgação causar a outrem.

Comentários:

Letra A: correta. Segundo o art. 5º, VIII, CF/88, VIII, “ninguém será privado de direitos por motivo
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”.
Com base nesse dispositivo, pode-se afirmar que a “dupla recusa” pode levar à privação de
direitos. A “dupla recusa” fica caracterizada quando, além de se negar a cumprir obrigação legal
a todos imposta, o indivíduo se recusa a cumprir prestação alternativa.
Letra B: errada. A entrada na casa do morador, sem o seu consentimento, somente será possível
nas seguintes hipóteses: i) flagrante delito; ii) desastre; iii) prestação de socorro e; iv) mediante
ordem judicial, desde que durante o dia.
Letra C: errada. O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado nas seguintes hipóteses: i) crime
comum praticado antes da naturalização e; ii) comprovado envolvimento com tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins.
Letra D: errada. Segundo o art. 5º, LVI, CF/88, são inadmissíveis no processo as provas obtidas
por meios ilícitos. A inadmissibilidade de provas ilícitas se aplica aos processos judiciais e aos
processos administrativos.
Letra E: errada. O art. 5º, V, CF/88, estabelece que “é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”. Desse
modo, aquele que divulgar, em seu nome, notícia de fonte sigilosa estará sujeito a responder
pelos eventuais prejuízos causados por essa divulgação. O sigilo da fonte é garantido pelo art.
5º, XIV, mas há responsabilidade pelos prejuízos que a divulgação causar.
O gabarito é a letra A.
50. (CESPE / Agente PC-PE – 2016 - Adaptada) Considerando as disposições da CF, é correto
afirmar que a norma constitucional segundo a qual
a) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito nem a coisa julgada é de
eficácia limitada e aplicabilidade direta.
b) ninguém será privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal é de eficácia
plena e aplicabilidade imediata.
c) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer é de eficácia plena e de aplicabilidade imediata.

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d) ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante é de eficácia


contida e aplicabilidade não integral.

Comentários:

Letra A: errada. Segundo o art. 5º, XXXVI, CF/88, “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada”. Trata-se de norma de eficácia plena. A expressão “a lei” não
indica que a lei pode restringir ou regular a proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito
e à coisa julgada. Ao contrário, essa expressão apenas indica que o comando constitucional de
proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada destina-se a toda e
qualquer atuação do legislador.
Letra B: correta. Segundo o art. 5º, LIV, CF/88, “ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal”. Trata-se do princípio do devido processo legal, que é norma
de eficácia plena, dotada de aplicabilidade direta, imediata e integral.
Letra C: errada. A liberdade profissional (art. 5º, XIII, CF/88) é norma de eficácia contida. A lei, ao
estabelecer qualificações profissionais a serem atendidas para que alguém exerça determinada
profissão, estará restringindo o exercício do direito.
Letra D: errada. A vedação à tortura (art. 5º, III, CF/88) é norma de eficácia plena, dotada de
aplicabilidade direta, imediata e integral.
O gabarito é a letra B.
51. (CESPE / DPU – 2016) Para que direitos e garantias expressos em tratados internacionais
ratificados pelo Brasil sejam formalmente reconhecidos no sistema jurídico brasileiro, é
necessária a aprovação de cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros.

Comentários:

Qualquer que seja o rito de aprovação, o tratado de direitos humanos será formalmente
reconhecido no sistema jurídico brasileiro. Esse rito influencia apenas na posição hierárquica do
tratado. Caso o tratado internacional de direitos humanos seja aprovado na forma do art. 5º, § 3º,
CF/88, ele terá equivalência de emenda constitucional. Caso seja aprovado pelo rito ordinário,
terá status supralegal. Questão errada.
52. (CESPE / DPU – 2016) Dada a garantia constitucional de acesso à justiça, é vedada a
exigência de prévio ingresso pelas vias extrajudiciais como requisito para o acesso ao Poder
Judiciário, não sendo extensível, tal vedação, às ações relativas às competições desportivas.

Comentários:

No Brasil, vigora o princípio da inafastabilidade de jurisdição, segundo o qual a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV).
Com base nesse princípio, pode-se dizer que, no ordenamento jurídico brasileiro, não existe a
jurisdição condicionada. Em outras palavras, o acesso ao Poder Judiciário independe de processo
administrativo prévio. É vedada, portanto, a exigência de prévio ingresso pelas vias extrajudiciais
como requisito para o acesso ao Poder Judiciário. Essa é a regra geral.

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Há, todavia, exceções a essa regra. São elas o habeas data, as controvérsias desportivas e a
reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante pela Administração Pública.
Por tudo o que comentamos, a questão está correta.
53. (CESPE/ PC-PE – 2016) Conforme o texto constitucional, o civilmente identificado somente
será submetido à identificação criminal se a autoridade policial, a seu critério, julgar que ela é
essencial à investigação policial.

Comentários:

Segundo o art. 5º, LVIII, CF/88, o civilmente identificado não será submetido à identificação
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. Questão errada.
54. (CESPE / TRT 8ª Região – 2016) Assinale a opção correta com relação aos direitos e deveres
individuais e coletivos assegurados e garantidos pela CF.
a) É absolutamente proibida a aplicação de pena de morte ou de prisão perpétua em todo o
território nacional e a qualquer tempo.
b) Diferentemente do direito de propriedade, o direito de herança não é garantido pelas normas
constitucionais.
c) É dever do Estado promover a defesa dos direitos do consumidor na forma da lei.
d) O habeas data é o instituto adequado para a garantia da liberdade de acusados de prática
criminal se não configurado flagrante delito.
e) É vedada a concessão de asilo político para nacionais de Estados com os quais o Brasil tenha
relação diplomática.

Comentários:

Letra A: errada. A CF/88 admite a pena de morte em caso de guerra declarada.


Letra B: errada. Segundo o art. 5º, XXX, CF/88, é garantido o direito de herança.
Letra C: correta. Segundo o art. 5º, XXXII, CF/88, o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor.
Letra D: errada. O habeas corpus é que se destina a proteger a liberdade de locomoção.
Letra E: errada. Não há essa vedação no texto constitucional. A CF/88 apenas informa que o asilo
político é um princípio das relações internacionais adotado pela República Federativa do Brasil.
O gabarito é a letra C.
55. (CESPE / TRT 8ª Região – 2016) No que se refere aos direitos e garantias fundamentais
elencados na CF, os estrangeiros residentes e não residentes no Brasil equiparam-se aos
brasileiros.

Comentários:

Não há essa equiparação. Alguns direitos limitam-se aos brasileiros. É o caso do art. 5º, LI, que
veda a extradição do brasileiro nato. Questão errada.

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56. (CESPE / PC-PE – 2016) Os direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, razão
por que nenhum dos direitos individuais elencados na CF necessita de lei para se tornar
plenamente exequível.

Comentários:

É necessária a regulamentação de vários direitos fundamentais previstos em normas de eficácia


limitada. Questão errada.
57. (CESPE / PC-PE – 2016) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, para
que sejam equivalentes a emendas constitucionais, deverão ser aprovados em cada Casa do
Congresso Nacional, por maioria absoluta de votos, em dois turnos de discussão e votação.

Comentários:

Os tratados internacionais de direitos humanos que forem aprovados, em dois turnos, em cada
Casa do Congresso Nacional, por três quintos dos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais (art. 5º, § 3º, CF). Questão errada.
58. (CESPE / TRE-PI – 2016) Gravação de conversa telefônica sem autorização judicial, registrada
por um dos interlocutores, é considerada prova ilícita, ante o sigilo das comunicações
telefônicas, constitucionalmente assegurado.

Comentários:

A gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou


ciência do outro. Nem sempre é ilícita. De acordo com o STF, é “inconsistente e fere o senso
comum falar-se em violação do direito à privacidade quando interlocutor grava diálogo com
sequestradores, estelionatários ou qualquer tipo de chantagista”. Nesse caso, percebe-se que a
gravação clandestina foi feita em legítima defesa, sendo, portanto, legítima. Questão errada.
59. (CESPE / TJDFT – 2016) O direito ao duplo grau de jurisdição é assegurado expressamente
na CF, decorre da proteção judiciária efetiva e não admite ressalvas, salvo a preclusão
decorrente da própria inação processual.

Comentários:

A CF/88 não prevê expressamente o princípio do duplo grau de jurisdição. Ademais, há várias
ressalvas a esse princípio, como o julgamento do Presidente da República, dos Deputados e
Senadores no STF, pela prática de crimes comuns. Nesses casos, não se aplica o duplo grau de
jurisdição, pois não há uma instância superior ao STF. Questão errada.
60. (CESPE / TRE-RS – 2015) Os objetivos fundamentais traçados pela CF constam de rol taxativo
que não admite ampliação por obra do intérprete constitucional.

Comentários:

Diferentemente do que ocorre em relação aos fundamentos do art. 1º da CF/88, o rol dos
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é exemplificativo, e não exaustivo.
Questão errada.

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61. (CESPE/ CGE-PI – 2015) Na Constituição Federal de 1988 (CF), não está prevista a exigência
de depósito ou de arrolamento prévio de dinheiro ou de bens para que seja admitido recurso
administrativo.

Comentários:

De fato, não há tal previsão na Constituição. O STF editou, inclusive, súmula vinculante que
determina que é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou
bens para admissibilidade de recurso administrativo (súmula vinculante 21). Questão correta.
62. (CESPE / TRE-RS – 2015) Previsto expressamente na CF, o princípio do devido processo legal
assegura o contraditório e a ampla defesa aos litigantes em processo judicial, mas não em
processo administrativo.

Comentários:

A ampla defesa e o contraditório decorrem do princípio do devido processo legal, aplicando-se


tanto aos processos judiciais quanto aos administrativos (art. 5º, LV, CF). Questão errada.
63. (CESPE/ TCE-RN – 2015) Comumente, confundem-se os princípios da legalidade e da reserva
legal. O primeiro, contudo, é mais abrangente e representa o dever de submissão e respeito
à lei. O segundo, por sua vez, consiste na imposição constitucional de que determinadas
matérias sejam regulamentadas por lei formal.

Comentários:

Foram corretamente definidos os princípios da legalidade e da reserva legal. O princípio da


reserva legal se baseia na imposição constitucional de que determinadas matérias sejam
regulamentadas por lei formal. O princípio da legalidade, por outro lado, é mais abrangente:
representa o dever geral de submissão à lei em sentido amplo, o que engloba a obediência
qualquer ato normativo estatal. Questão correta.
64. (CESPE / DPE-RN – 2015) A determinação de foro justificada por prerrogativa de função,
ainda que instituída exclusivamente por Constituição estadual, prevalece sobre a
competência do tribunal de júri.

Comentários:

Segundo a Súmula Vinculante nº 45, “a competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece


sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição
estadual”. Questão errada.
65. (CESPE / DPE-RN – 2015) Por ferir o direito à privacidade, é ilegítima a publicação, em
qualquer tipo de veículo, dos nomes de servidores da administração pública e do valor dos
vencimentos e vantagens pecuniárias por eles recebidos.

Comentários:

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Em respeito ao princípio da transparência, é possível a publicação dos nomes de servidores e de


seus vencimentos e vantagens pecuniárias. Não há violação ao direito à privacidade. Questão
errada.
66. (CESPE / DPE-RN – 2015) Segundo o STF, os tratados internacionais referentes aos direitos
humanos têm status de norma constitucional, independentemente do seu eventual quórum
de aprovação.

Comentários:

Os tratados internacionais de direitos humanos terão status de norma constitucional apenas


quando forem aprovados em 2 turnos, em cada Casa do Congresso Nacional, por 3/5 dos
membros. Quando forem aprovados pelo rito ordinário, terão status supralegal. Questão errada.
67. (CESPE/ IRBr Diplomata – 2015) A Constituição Federal determina que o brasileiro nato
nunca será extraditado e que o brasileiro naturalizado somente será extraditado no caso de
ter praticado crime comum antes da naturalização.

Comentários:

De fato, o brasileiro nato nunca será extraditado. Todavia, há duas hipóteses em que o brasileiro
naturalizado poderá ser extraditado, e não uma: em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei (art. 5º, LI, CF). Questão errada.
68. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) O fato de o direito à privacidade ser assegurado a
todos faz que seja inconstitucional lei municipal que determine a publicação dos nomes dos
servidores do município acompanhados dos valores de seus subsídios.

Comentários:

Em virtude do princípio da transparência, é possível que lei municipal determine a publicação


dos nomes dos servidores do município acompanhados dos valores de seus subsídios. Questão
errada.
69. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) De acordo com o princípio da dignidade da pessoa
humana, o uso de algemas justifica-se apenas se houver resistência ou fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros.

Comentários:

A Súmula Vinculante nº 11 estabelece que “só é lícito o uso de algemas em casos de resistência
e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”. Questão correta.
70. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) A competência do júri para o julgamento de crimes
dolosos contra a vida não é absoluta e pode ser excepcionada por regra da própria CF, como,
por exemplo, o julgamento de prefeitos pelo TJ.

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Comentários:

De fato, a competência do tribunal do júri para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida
não é absoluta. Isso porque ela não alcança os detentores de foro especial por prerrogativa de
função previsto na Constituição Federal. Questão correta.
71. (CESPE / MPU – 2015) O fornecimento de certidão para a defesa de direitos ou para o
esclarecimento de situações pessoais pelos órgãos públicos encontra respaldo constitucional.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88, são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal. Questão correta.
72. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) Desde que prevista em lei, é constitucional, em
processo administrativo, a exigência de depósito ou de arrolamento prévio de bens e de
direitos como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo.

Comentários:

A Súmula Vinculante nº 21 estabelece que “é inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.”
Questão errada.
73. (CESPE / STJ – 2015) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão,
somente havendo sigilo em caso de necessidade de proteção da segurança dos agentes
públicos envolvidos no caso.

Comentários:

Segundo o art. 5º, LXIV, CF/88, “o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial”. Não há ressalvas a essa regra. Questão errada.
74. (CESPE / STJ – 2015) Ao advogado de uma pessoa sob investigação é permitido o acesso aos
autos do inquérito policial, mesmo que estes sejam classificados como sigilosos, por ser este
um direito garantido ao investigado.

Comentários:

A Súmula Vinculante nº 14 prevê que "é direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito
de defesa". Questão correta.
75. (CESPE / STJ – 2015) São equivalentes às emendas constitucionais todos os tratados
aprovados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros.

Comentários:

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Apenas os tratados de direitos humanos aprovados por esse quórum qualificado (dois turnos, em
cada Casa Legislativa, por três quintos dos membros) é que serão equivalentes às emendas
constitucionais. Questão errada.
76. (CESPE / MPU – 2015) É assegurado o acesso às informações de interesse particular retidas
pelos órgãos públicos.

Comentários:

A Constituição estabelece que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular (art. 5o, XXXIII, CF). Caso esse direito seja violado, o remédio
constitucional cabível para assegurar o acesso à informação é o habeas data. Questão correta.
77. (CESPE / MPOG – 2015) O direito do cidadão de receber dos órgãos públicos informações
de interesse coletivo inclui também aquelas imprescindíveis à segurança da sociedade.

Comentários:

As informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado não devem
ser fornecidas pelos órgãos públicos (art. 5º, XXXIII, CF). Questão errada.
78. (CESPE / MPOG – 2015) O direito adquirido, entendido como aquele que já se incorporou ao
patrimônio do seu titular, não poderá ser prejudicado por lei posterior.

Comentários:

O art. 5º, XXXVI, CF/88, estabelece que a lei não prejudicará o direito adquirido. Assim, uma lei
posterior não pode afetar esse direito, que já se incorporou ao patrimônio do seu titular. Questão
correta.
79. (CESPE/ MPU – 2015) A prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XLII, CF/88, “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”. Questão correta.
80. (CESPE / FUB – 2015) Nos processos judiciais, são assegurados aos litigantes os direitos
fundamentais do contraditório e da ampla defesa. Entretanto, diante do princípio da
autotutela administrativa, essa garantia é inaplicável aos processos administrativos.

Comentários:

Segundo o art. 5º, LV, CF/88, “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes”. Questão errada.
81. (CESPE / TRF 5ª Região – 2015) O direito a ampla defesa não engloba o acesso aos
documentos em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária.

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Comentários:

O direito a ampla defesa engloba o acesso a esses documentos. Nos termos da súmula
vinculante nº 14, é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. Questão
errada.
82. (CESPE / MPU – 2015) O direito de petição só se aplica ao judiciário.

Comentários:

O direito de petição é um remédio administrativo, que pode ter como destinatário qualquer
órgão ou autoridade do Poder Público, de qualquer um dos três poderes (Executivo, Legislativo
e Judiciário) ou até mesmo do Ministério Público. Questão errada.
83. (CESPE / MPU – 2015) A CF traz uma enumeração taxativa dos direitos fundamentais.

Comentários:

O rol de direitos fundamentais previsto na Constituição é exemplificativo. A Carta Magna prevê,


em seu art. 5º, § 2o, que os direitos e garantias nela expressos não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte. Questão errada.
84. (CESPE / MPU – 2015) Os direitos fundamentais só podem ser garantidos quando
regulamentados em lei.

Comentários:

A regra geral é de que os direitos fundamentais tenham aplicabilidade imediata (art. 5º, § 1o, CF).
Questão errada.
85. (CESPE / MPOG – 2015) Em nenhuma hipótese, o brasileiro nato poderá ser extraditado.

Comentários:

De fato, em nenhuma hipótese o brasileiro nato pode ser extraditado. A Carta Magna só admite
a extradição do brasileiro naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
na forma da lei (art. 5º, LI, CF). Questão correta.
86. (CESPE / TCU – 2015) Se for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, será
permitido o sigilo dos atos administrativos.

Comentários:

A Constituição permite, sim, que haja sigilo de alguns atos administrativos. O inciso XXXIII da
Carta Magna prevê que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob

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pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da


sociedade e do Estado. Questão correta.
87. (CESPE / DPU – 2015) Não viola a cláusula do devido processo legal a exigência de
arrolamento prévio de bens para fins de admissibilidade de recurso administrativo.
Comentários:

A questão cobra o conhecimento da Súmula Vinculante nº 21 do STF, segundo a qual “é


inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
admissibilidade de recurso administrativo.” Tal exigência viola, sim, o devido processo legal.
Questão errada.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. CEBRASPE/ TCDF - Auditor -2023

É vedada a impetração de mandado de segurança que invoque a inconstitucionalidade da norma


como fundamento para o pedido principal.

Comentário Completo:

Temos uma questão que parece complicada, mas só parece mesmo! Acompanhe o raciocínio!

Primeiro, veja o teor da súmula 266 do STF:

Súmula 266 do STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

De fato, o MS não pode ter como pedido principal a inconstitucionalidade da lei, pois não pode
ser usado como substituto de ação de controle de constitucionalidade.

Destaco que por mais que não seja possível a impetração de MS tendo como pedido principal a
inconstitucionalidade, é admissível a alegação de inconstitucionalidade como fundamento do
pedido. Ou seja, pode ter como pedido incidental a inconstitucionalidade de lei.

Logo, a questão está incorreta!

Gabarito: Errado.

2. CEBRASPE/ TCDF - Auditor -2023

É vedada a impetração de mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida


por sociedade de economia mista, por se tratar de pessoa jurídica privada.

Comentário Completo:

Questão bacana sobre o Mandado de Segurança.

Vamos observar o que diz o art. 1º, § 2º da Lei 12.016/09:

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§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial


praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de
economia mista e de concessionárias de serviço público.

Ou seja, quando atuam no mercado, em atividades típicas de particulares, a sociedade de


economia mista não estará sujeita a MS, conforme previsto na Lei 12.016/09 (Lei do Mandado de
Segurança).

Dessa forma, a questão erra ao afirmar é vedada a impetração de mandado de segurança contra
ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista, por se tratar de pessoa
jurídica privada.

A vedação se dá quando atuam no mercado, em atividades típicas de particulares.

Observe o teor da súmula 333 do STJ:

Súmula 333: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação


promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.

Com base em toda a explanação, a presente questão está incorreta!

Gabarito: Errado.

3. CEBRASPE/ TCDF - Auditor -2023

De acordo com o STF, não é cabível mandado de segurança contra lei em tese.

Comentário Completo:

Questão bem simples e direta que cobra o conhecimento da Súmula 266 do STF.

Confira o texto:

Súmula 266 do STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

Fácil, não é? Não tem como errar! Caiu o inteiro teor da súmula!

Vale lembrar que, quando se diz “lei em tese”, seria a própria discussão da constitucionalidade
da lei como razão de ser do processo, como pedido principal. Isso não pode. O Mandado de

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Segurança serve para proteção de direito subjetivo fundamental, e não como um instrumento de
controle abstrato de constitucionalidade.

A questão que está certíssima!

Gabarito: Certo.

4. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

De acordo com a jurisprudência do STF no que tange a funções essenciais à justiça e aos
Poderes Legislativo e Judiciário, julgue o item a seguir.

O Ministério Público tem legitimidade ativa para propor ação civil pública por meio da qual
pretenda anular acordo de natureza tributária pactuado entre empresa privada e
Estado-membro.

Comentários:

Vamos resolver uma questão sobre o tema do Ministério Público, no que tange às funções
essenciais à Justiça.

A questão passa pelo conhecimento da jurisprudência do STF sobre a legitimidade ativa do


Ministério Público para propor a chamada Ação Civil Pública:

LEGITIMIDADE ATIVA – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL


E TERRITÓRIOS – TERMO DE ACORDO DE REGIME ESPECIAL – POSSÍVEL LESÃO AO
PATRIMÔNIO PÚBLICO.

O Supremo, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 576.155/DF, relator ministro Ricardo


Lewandowski, ocorrido em 12 de agosto de 2010, sob o ângulo da repercussão geral, assentou o
cabimento de ação civil pública e a legitimidade do Ministério Público para buscar anulação de
Termo de Acordo de Regime Especial – TARE formalizado pelo ente federativo e pelo
contribuinte, presente violação ao patrimônio público.

Por ocasião do julgamento do RE 576.155/DF, o STF fixou o entendimento de que o Ministério


Público tem legitimidade para propor ação civil pública com o objetivo de anular acordo
tributário entre empresa privada e Estado-membro.

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Dessa maneira, a questão está correta!

Gabarito: Certo.

5. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Quanto aos aspectos processuais relativos ao papel desempenhado pelas funções essenciais à
justiça, julgue o item a seguir.

Com o objetivo de promover a defesa dos interesses difusos e coletivos, a Defensoria Pública
detém legitimidade ativa para a proposição de ação civil pública, tanto principal como cautelar.

Comentários:

Pessoal, essa questão versa sobre a Ação Civil Pública, em especial, aspectos da Lei nº
7.347/1985, que disciplina a referida ação. A resposta está no art. 5º, II da Lei da ACP. Vejamos o
texto do dispositivo:

Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:

II - a Defensoria Pública.

Diante do exposto, a questão está correta ao afirmar que a Defensoria Pública detém
legitimidade ativa para a proposição de ação civil pública, tanto principal como uma tutela
provisória de urgência, como é o caso de medida cautelar! É a pura letra da lei!

Gabarito: Certo.

6. CEBRASPE/Conselho Nacional do Ministério Público/2023

No que se refere à reclamação constitucional e ao mandado de segurança, julgue o item a


seguir, à luz do entendimento do STF.

Compete ao STF apreciar mandado de segurança impetrado contra deliberações negativas do


CNMP.

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Comentários:

Questão bem interessante sobre um tema clássico em Direito Constitucional: Remédios


Constitucionais! Cobrou especialmente o Mandado de Segurança. Para acertar a questão,
precisaríamos conhecer a jurisprudência do STF sobre o tema. Olha só:

Trata-se de mandado de segurança, com pedido de liminar indeferido pelo Ministro Ayres Britto,
sob fundamento de que o ato do Conselho Nacional de Justiça, no sentido da regularidade da
outorga de delegação de cartório em Santo Amaro da Imperatriz/SC, nada acrescentou à decisão
do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, caracterizando-se, assim, como incabível impetração
contra decisão ‘negativa’ do CNJ.

É hoje jurisprudência consolidada na Corte a incompetência do Supremo Tribunal Federal para


julgamento de mandado de segurança contra as decisões proferidas pelo Conselho Nacional de
Justiça que não alteram as relações jurídicas submetidas ao órgão, como é o caso de que ora se
cuida, conforme consignado na decisão proferida pelo Ministro Ayres Britto. (STF. MS 28.902/SC.
Relator: Min. Teori Zavascki, julgado em 17/03/2014)

Ainda, de acordo com o Informativo 784, o STF não tem competência para ações decorrentes de
decisões negativas do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e do CNJ (Conselho
Nacional de Justiça). Dessa forma, não compete ao STF apreciar Mandado de Segurança
impetrado contra deliberações negativas do CNMP.

Portanto, o item está ERRADO.

Gabarito: Errado.

7. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Ceará/2023

Considera-se coatora para fins de impetração de mandado de segurança a autoridade

a) da qual tenha emanado a ordem para a prática do ato impugnado.

b) superior a que tenha dado a ordem para a prática do ato questionado.

c) máxima do órgão contra o qual tenha sido movida a ação.

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d) que tenha baixo normais para a execução do ato questionado.

e) que tenha motivado o ato impugnado.

Comentários:

Questão abordando o tema dos remédios constitucionais, em especial a figura do Mandado de


Segurança, previsto na Lei nº 12.016/09.

O Mandado de Segurança é um garantia constitucional utilizado para combater certos


comportamentos ilegais e abusivos da administração pública ou de agentes que atuam no
exercício das atribuições do públicas.

Conforme o art. 5º, inciso LXIX da CRFB/88, conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

De acordo com o art. 6º, §3º da Lei nº 12.016/09, considera-se coatora para fins de impetração
de mandado de segurança a autoridade que tenha praticado o ato impugnado ou da qual
emane a ordem para a sua prática. Vejamos a literalidade do dispositivo:

Art. 6º, §3º: Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da
qual emane a ordem para a sua prática.

A resposta correta é a letra “A”.

(...)

Letra A. CORRETA. É a literalidade do art. 6º, §3º da Lei nº 12.016/09. Segundo o dispositivo,
considera-se coatora para fins de impetração de mandado de segurança a autoridade que tenha
praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.

Letra B. INCORRETA. Não é certo dizer que a autoridade superior à que tenha dado a ordem
para a prática do ato questionado é coatora para fins de impetração de mandado de segurança.
Na verdade, como vimos acima, autoridade coatora é aquela que tenha praticado o ato
impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.

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Letra C. INCORRETA. A autoridade coatora, para fins de impetração de MS, não é a autoridade
que tenha baixado normas para a execução do ato questionado. É a autoridade que tenha
praticado o ato impugnado (art. 6º, §3º da Lei nº 12.016/09).

Letra D. INCORRETA. Não é considerada autoridade coatora para fins de impetração de


mandado de segurança a autoridade máxima do órgão contra o qual tenha sido movida a ação.

Letra E. INCORRETA. A autoridade que tenha motivado o ato impugnado NÃO é a coatora para
fins de impetração de mandado de segurança.

Gabarito: Letra A.

8. CEBRASPE (CESPE) - Proc (PGE RO)/PGE RO/2022


João, Lucas e Maria pretendem impugnar ato omissivo, de competência de ministro de Estado,
lesivo ao direito material dos três. Nessa situação hipotética, João, Lucas e Maria
a) podem impetrar mandado de segurança individual perante o STJ.

b) não podem impetrar mandado de segurança porquanto não é cabível o respectivo


remédio constitucional em face de ato omissivo.

c) podem impetrar mandado de segurança individual perante o STF.

d) podem impetrar mandado de segurança coletivo perante o STJ.

e) podem impetrar mandado de segurança coletivo perante o STF.

Comentários:

A alternativa A é a alternativa correta.


Para essa questão é necessário que você tenha entendido o que é o mandado de segurança
coletivo e quando é cabível a impetração desse remédio constitucional.

O mandado de segurança coletivo assim como o individual é cabível para proteger direito líquido
e certo violado por um ato ou uma omissão de autoridade.

Entretanto, o direito/interesse invocado pertence a uma categoria, que será substituído


processualmente por aqueles elencados no inciso LXX do art. 5º da CF/88: partido político,

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organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano.

Analisando o enunciado, não há informação que possibilite a impetração do mandado de


segurança coletivo, pois não é mencionado algo que demonstre no caso a existência de um dos
substitutos processuais que esteja contido no LXX do art. 5º da CF/88.

Além do que foi explicado, temos que a omissão partiu de um Ministro de Estado, que de acordo
com a
alínea “b” inciso I do art. 105 da CF/88 resulta na competência do STJ para julgar o mandado de
segurança.
==2fbc94==

9. CEBRASPE (CESPE) - Del Pol (PC RJ)/PC RJ/2022


O mandado de segurança é garantia constitucional, prevista no inciso LXIX do art. 5.º da
Constituição Federal de 1988, regulada, no âmbito infraconstitucional, pela Lei n.º 12.016/2009.
A respeito desse relevante instrumento de controle da administração pública por meio da
atuação jurisdicional, assinale a opção correta.
a) Havendo controvérsia sobre matéria de direito, fica impedida a concessão de mandado de
segurança.
b) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar
na via mandamental.

c) O pedido de reconsideração na via administrativa interrompe o prazo para mandado de


segurança.

d) No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência


do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no
prazo de 72 horas.

e) A vítima de crime de ação penal pública tem direito líquido e certo de impedir o
arquivamento do inquérito ou das peças de informação, sendo cabível, para tanto, o manejo de
mandado de segurança.

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Comentários:

A alternativa B é a alternativa correta.

Aqui todas as afirmativas foram elaboradas tendo como base a jurisprudência formada em
relação ao Mandado de segurança. Vamos analisar cada uma delas.

A alternativa A está incorreta. Na Súmula do STF nº 625 consta que “controvérsia sobre matéria
de direito
não impede concessão de mandado de segurança”.

A alternativa B está incorreta. No informativo 1021 o STF entendeu inconstitucional o §2º do art.
7º da Lei nº 12.016/2019, concluindo que “é inconstitucional ato normativo que vede ou
condicione a concessão de medida liminar na via mandamental”.

A alternativa C está incorreta. De acordo com a Súmula 430 do STF, “Pedido de reconsideração
na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança”.

A alternativa D está incorreta. Na ADI 4296 o §2º do art. 22 da Lei nº 12.016/09, que estabelecia
a necessidade de audiência prévia do representante judicial da pessoa jurídica de direito público
para que houvesse a concessão da medida liminar, foi julgado inconstitucional. Para o Supremo
essa exigência limita o poder geral de cautela do magistrado, não sendo cabível.

A alternativa E está incorreta. Para o STJ, “na ação penal pública, a vítima não tem direito líquido
e certo de impedir o arquivamento do inquérito ou das peças de informação” (MS 21.081-DF,
Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 17/6/2015”.

10. CEBRASPE (CESPE) - DP SE/DPE SE/2022


Determinado servidor público estadual impetrou mandado de segurança por haver sido reduzida
a gratificação de insalubridade que lhe era paga. O impetrante tomou ciência da decisão em
01/03/2021 (segunda-feira), tendo impetrado o mandado de segurança em 11/10/2021
(segunda-feira), momento em que permanecia desempenhando as mesmas atividades funcionais,
mas continuava a perceber valor reduzido da gratificação.
Considerando essa situação hipotética e tomando por base a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça e do Supremo Tribunal Federal bem como a Constituição Federal, assinale a opção
correta.

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a) O mandado de segurança deve ser extinto com resolução de mérito, com a denegação da
ordem, ante a ocorrência da decadência do direito.
b) Inexiste prazo legal para a impetração do mandado de segurança, podendo ser proposta
enquanto houver interesse de agir.

c) Não há de se falar em decadência por ser inconstitucional a previsão legal que fixa prazo
para a impetração do mandado de segurança.

d) Não deve ser reconhecida a decadência para impetração do mandado de segurança, por
se tratar de relação de trato sucessivo, cuja violação do direito mensalmente se renova.

e) O prazo para impetração do mandado de segurança é de natureza prescricional, pois a


decisão concessiva da ordem é de natureza constitutiva.

Comentários:

A alternativa D é a alternativa correta.

Mais uma questão que aborda entendimento jurisprudencial.

O STJ no Informativo 578 estabeleceu a diferença entre o ato que suprime um direito (ato único)
e ato que reduz uma vantagem. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça:

“O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de


vantagem integrante de proventos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a mês.
A citada redução, ao revés da supressão de vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois
não equivale à negação do próprio fundo de direito. Assim, o prazo decadencial para se impetrar
a ação mandamental renova-se mês a mês”

O caso narrado no enunciado deixa expresso que o servidor público teve a sua gratificação
reduzida, o que configura uma relação de trato sucessivo e não uma negação do próprio fundo
de direito. Então, estamos diante da impossibilidade de decadência, pois haverá renovação do
prazo decadencial todo mês que a Administração deixar de pagar a gratificação no valor devido.

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11. CEBRASPE (CESPE) - DP SE/DPE SE/2022


De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, mostra-se cabível a impetração do
mandado de injunção quando
a) houver a edição de norma que regulamente direito, liberdade ou prerrogativa
constitucionalmente assegurados, pois persiste o interesse de agir quanto ao período anterior à
regulamentação.

b) direitos, liberdades e prerrogativas constitucionalmente assegurados tenham seu exercício


reduzido pela ausência de norma regulamentadora.

c) a eficácia de direitos, liberdades ou prerrogativas constitucionais assegurados dependam


da edição de norma regulamentadora.

d) se pretenda promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos e fixar
o respectivo índice de correção.

e) se pretenda avaliar se normas regulamentadoras de direitos constitucionalmente


assegurados estão de acordo com as exigências constitucionais.

Comentários:

A alternativa C é a alternativa correta.

A alternativa A está incorreta. O entendimento firmado pela jurisprudência é que “excede os


limites da via
eleita a pretensão de sanar a alegada lacuna normativa do período pretérito à edição da lei
regulamentadora” (MI 634-AgR). Dessa forma, quando ocorre a edição da norma
regulamentadora objeto
do mandado de injunção esse perde o seu objeto, devendo ser extinto sem resolução de
mérito.”

A alternativa B está incorreta. O cabimento do mandado de injunção depende de uma real


inviabilidade do exercício de direito, prerrogativa ou liberdade constitucional causada pela
omissão legislativa (MI 2.195). A afirmativa trata apenas de uma redução do exercício.

A alternativa C está correta. O inciso LXXI do art. 5º da CF/88 determina justamente que o
mandado de injunção é cabível quando um direito previsto na Carta Magna depende de uma

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norma regulamentadora ainda não editada para ter eficácia, ou seja, para ser exercido.

A alternativa D está incorreta. No Tema 624 o STF determinou que, em relação revisão geral da
remuneração dos servidores públicos, não pode o Judiciário determinar que o Executivo
apresente o projeto de lei e não pode fixar o respectivo índice de correção.

A alternativa E está incorreta. O mandado de injunção não tem a função de avaliar norma
regulamentadora. Conforme entendimento do STF: “o mandado de injunção não é o meio
processual
adequado para questionar a efetividade da lei regulamentadora” (MI 4.831 AgrR, rel. min. Teori
Zavascki, j. 29-5-2013, P, DJE de 28-8-2013).

12. CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE TO)/MPE TO/2022


Acerca das ações constitucionais, julgue os itens seguintes.
I .Segundo o STF, o habeas data não constituiu garantia constitucional adequada para a
obtenção dos dados concernentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes
dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos
entes estatais.
II. Segundo o STF, a legitimidade ativa do habeas corpus coletivo deve ser reservada, por
analogia, aos legitimados estabelecidos na Lei do Mandado de Injunção Coletivo.
III. Segundo o STJ, o prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução
do valor de vantagem integrante de proventos ou de remuneração de servidor público renovase
mês a mês.
IV. A vedação constitucional ao cabimento do habeas corpus em relação a punições
disciplinares militares, constante no capítulo Das Forças Armadas, deve ser interpretada
restritivamente, não se aplicando aos militares dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.

Estão certos apenas os itens

a) I e IV.

b) II e III.

c) II e IV.

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d) I, II e III.

e) I, III e IV.

Comentários:
A alternativa B é a alternativa correta.

A afirmativa I está incorreta. O Supremo reconheceu que o contribuinte pode ajuizar habeas data
com o objetivo de acessar os dados referentes ao pagamento dos próprios tributos constantes no
sistema SINCOR da Receita federal (RE 673707/MG)

A afirmativa II está correta. No HC 143.641, além de reconhecer a impetração do habeas corpus


na modalidade coletiva, o Supremo fixou que por analogia os legitimados ativos são aqueles
estabelecidos no art. 12 da Lei nº 13.300/2016.

A afirmativa III está correta. Essa é a literalidade do entendimento firmado pelo STJ no
Informativo 578 em que trouxe a diferença entre o ato que suprime um direito e ato que reduz
uma vantagem. Assim, ficou consolidado que a redução do valor de vantagem integrante de
proventos ou de remuneração de servidor público configura uma relação de trato sucessivo e por
isso o prazo decadencial é renovado todo mês.

A afirmativa IV está incorreta. Afinal, o §1º do art. 42 da CF/88 determina que o disposto no §2º
do art. 142 é aplicado aos militares dos Estados, do Distrito federal e dos Territórios. Assim, para
eles também “não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares”.

13. CEBRASPE (CESPE) - APC (FUNPRESP-EXE)/FUNPRESP-EXE/Jurídica/2022


Com base no texto da Constituição Federal de 1988, julgue o item seguinte.
Para ter legitimidade ativa para a impetração de mandado de segurança coletivo, o partido
político deve ter representação no Congresso Nacional.

Comentários:
Conforme o art. 5º, LXX, "a", da Constituição Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

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igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

Em relação à legitimação do partido político com representação no Congresso Nacional,


lembre-se de que basta que possua apenas um representante em quaisquer das Casas do
Congresso Nacional. Assim, o STF assentou o entendimento de que a representação deve ser
comprovada no momento da propositura da ação, e mesmo que o partido perca essa
representação, a ação não perderá seu objeto, e poderá seguir seu curso normalmente (ADI
2.618 AgR-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, julg. 12/8/2004, Pleno).

Gabarito: Questão correta.

14. CEBRASPE (CESPE) - AAAJ (DP DF)/DP DF/Direito e Legislação/2022


Acerca dos elementos processuais associados à ação de improbidade e aos remédios
constitucionais, julgue o item a seguir.

Se o responsável por ilegalidade ou por abuso de poder for agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do poder público, a proteção de direito líquido e certo ocorrerá por
meio de mandado de segurança.

Comentários:
O mandado de segurança é remédio constitucional hábil a proteger direito líquido e certo
ameaçado ou violado por ato ilegal de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do poder público (art. 5º, LXIX, CF):

Veja trecho da CF:

Art. 5º(...) LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público;

Gabarito: Questão correta.

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15. CEBRASPE (CESPE) - ACE TCE RJ/TCE RJ/Organizacional/Tecnologia da Informação/2022


Túlio, líder de movimento pela liberação do uso da maconha, comunicou as autoridades acerca
da realização de marcha, com cerca de duas mil pessoas, em determinado local público, a favor
de projeto de lei que propunha a legalização do consumo recreativo desse entorpecente. Ao
tomar conhecimento do evento, Luísa, presidente da Associação de Prevenção ao Uso de
Drogas, convocou, sem avisar a autoridade competente, manifestação contra o mencionado
projeto de lei para o mesmo dia e local da referida marcha.

Considerando essa situação hipotética, as disposições da Constituição Federal de 1988 (CF) e o


entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o item que se segue.

O remédio constitucional adequado para a tutela do exercício do direito de reunião é o


mandado de segurança.

Comentários:

O remédio constitucional adequado para a tutela do exercício do direito de reunião é o mandado


de segurança.

De acordo com a Lei 1.207/1950, que dispõe sobre o direito de reunião, temos no MS o remédio
constitucional cabível. Veja trecho da lei a seguir:

Art. 1° Sob nenhum pretexto poderá qualquer agente do Poder Executivo intervir em reunião
pacífica e sem armas, convocada para casa particular ou recinto fechado de associação, salvo no
caso do § 15 do artigo 141 da Constituição Federal, ou quando a convocação se fizer para
prática de ato proibido por lei.

§ 1º No caso da convocação para prática de ato proibido, a autoridade policial poderá impedi-la,
e, dentro de dois dias, exporá ao Juiz competente os motivos por que a reunião foi impedida ou
suspensa. O Juiz ouvirá o promotor da reunião ao qual dará o prazo de dois dias para defesa.
Dentro de dois dias o Juiz proferirá sentença da qual caberá apelação que será recebida somente
no efeito devolutivo.

§ 2° Se a autoridade não fizer no prazo legal a exposição determinada no § 1°, poderá o

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promotor da reunião impetrar mandado de segurança.

Gabarito: Questão certa.

16. CEBRASPE (CESPE) - DP RS/DPE RS/2022


Em relação ao mandado de injunção, julgue o seguinte item.
A legitimação constitucional conferida à Defensoria Pública para a propositura do mandado de
injunção coletivo está ligada a sua finalidade essencial na tutela de interesse difusos, coletivos e
individuais homogêneos que tenham repercussão em interesses tutelados, especialmente
relevantes para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos
dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5.º da Constituição Federal.
Comentários:

A Lei 13.300/2016 incluiu a Defensoria Pública como legitimada ativa para propositura do
mandado de injunção coletivo, conforme trecho a seguir:

Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:(...)

IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a
promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados,
na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.

Essa legitimidade ativa tem fundamento no art. 134 e no art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal,
conforme trechos a seguir:

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático,
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos
os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal . (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 5º (...) LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos.

Gabarito: Questão certa.

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 134


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17. CEBRASPE (CESPE) - PJM (Pires do Rio)/Pref Pires do Rio/2022


Acerca dos remédios constitucionais garantidores de direitos individuais e fundamentais, julgue
item a seguir.
É cabível mandado de injunção contra norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos
direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

Comentários:

O mandado de injunção, conforme o art. 5°, inciso LXXI, da CF/88, deverá ser utilizado na
hipótese de que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.

Veja trecho da CF/88 Art. 5° (...)


LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Pedro Lenza nos ensina os dois requisitos necessários para a utilização do mandado de injunção:

- Norma constitucional de eficácia limitada, prescrevendo direitos, liberdades


constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

- Falta de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício dos direitos, liberdades e


prerrogativas acima mencionados (omissão do Poder Público). (Pedro Lenza, Direito
Constitucional Esquematizado, 2013)

Gabarito: Questão errada.

18. CEBRASPE (CESPE) - AAAJ (DP DF)/DP DF/Direito e Legislação/2022


Acerca dos elementos processuais associados à ação de improbidade e aos remédios
constitucionais, julgue o item a seguir.
Qualquer pessoa, física ou jurídica, é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 135


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lesivo à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

Comentários:

A ação popular tem exclusiva titularidade do cidadão no gozo de seus direitos políticos. Veja
trecho a seguir da CF:
Art. 5º (...) LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

É importante frisar que a legitimidade para impetração da Ação Popular é exclusiva do cidadão
brasileiro (no pleno gozo de seus direitos políticos), nato ou naturalizado, ou português
equiparado (com igualdade de direitos), excluídos os estrangeiros, os apátridas e as pessoas
jurídicas (Súmula 365/STF).

Quanto à condição de eleitor, o Supremo Tribunal Federal já assentou que "o sujeito ativo da
ação popular será sempre o cidadão - pessoa física no gozo de seus direitos políticos -, isto é, o
eleitor". (ACO 224, Relator Ministro Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em
24/8/2005), com fundamento no art. 1º, § 3º, da Lei da Ação Popular (Lei 4.717/1965):

Gabarito: Questão errada.

19. CESPE / TCE-PB – 2018


Jorge, cidadão brasileiro com dezoito anos de idade, deseja tomar medida jurídica, sob o
fundamento de que determinada prerrogativa inerente a sua cidadania não pode ser usufruída
em razão de omissão legislativa na edição de norma regulamentadora de dispositivo
constitucional.

Nessa situação hipotética, para buscar tutela jurisdicional, de acordo com o rol de direitos e
garantias fundamentais, Jorge deverá valer-se de

a) habeas data.

b) mandado de injunção.

c) mandado de segurança.

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 136


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d) ação direta de inconstitucionalidade por omissão.

e) ação popular.

Comentários:
O remédio constitucional adequado para Jorge é o mandado de injunção. Nos termos do art. 5º,
LXXI, da Constituição, “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”.
O gabarito é a letra B.

20. (CESPE / DPE-PE – 2018)


A respeito dos mecanismos de proteção aos direitos humanos previstos na Constituição Federal
de 1988 e dos remédios constitucionais, assinale a opção correta.

a) A ação popular é remédio constitucional para assegurar o conhecimento de informações


relativas ao impetrante, constantes de registros ou de bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.

b) O mandado de segurança coletivo caracteriza-se por ter dois ou mais impetrantes, que
sejam pessoas físicas ou jurídicas, no polo ativo.

c) O habeas data visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa e ao patrimônio histórico e cultural.

d) Mandado de injunção é o instrumento constitucional a ser utilizado na hipótese de a


ausência de norma inviabilizar o exercício de direito ou de liberdade constitucional referente à
cidadania ou à soberania.

e) A finalidade do habeas corpus é proteger direito líquido e certo quando o responsável


pela ilegalidade ou pelo abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do poder público.

Comentários:
Letra A: errada. A ação popular tem o objetivo de anular ato lesivo ao patrimônio público, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico-cultural. Cumpre lembrar,
ainda, que apenas o cidadão é legitimado ativo para impetrar a ação popular, ou seja, a pessoa

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 137


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física em pleno gozo dos direitos civis e políticos.

Letra B: errada. O mandado de segurança coletivo é o remédio constitucional que busca


proteger direitos coletivos e individuais homogêneos contra ato, omissão ou abuso de poder por
parte de autoridade. As pessoas físicas não podem impetrar esse remédio constitucional. De
acordo com o art. 5º, LXX, o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado pelas seguintes
pessoas jurídicas:

Letra C: errada. O habeas data possui duas finalidades: a) assegurar o conhecimento de


informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público e b) retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. O remédio constitucional cabível para o
fim exposto na alternativa é a ação popular.

Letra D: correta. De fato, o mandado de injunção tem como objetivo combater a falta de norma
regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Ou seja, é o remédio
constitucional destinado a combater as omissões constitucionais.

Letra E: errada. O habeas corpus visa proteger a liberdade de locomoção. O remédio


constitucional cabível para o fim exposto na alternativa é o mandado de segurança.

O gabarito é a letra D.

21. CESPE / SEFAZ-RS – 2018


Autoridade pública do tribunal de justiça de determinado estado vetou, durante um mês, a
retirada de autos dos processos em trâmite naquele tribunal por advogados atuantes nas causas,
alegando que tal medida seria necessária para melhorar a organização dos servidores do órgão,
que estavam realocando os autos dos processos nas salas do tribunal. Considerando que a

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medida tomada por essa autoridade foi ilegal, a Ordem dos Advogados do Brasil local ajuizou
ação constitucional a fim de proteger direito líquido e certo da classe de advogados, que foram
prejudicados ao terem sido impedidos de exercer suas atividades profissionais.

Nessa situação hipotética, a OAB impetrou

a) habeas corpus.

b) habeas data.

c) mandado de injunção.

d) mandado de segurança coletivo.

e) ação civil pública.

Comentários:
O remédio constitucional impetrado pela OAB buscou proteger o direito líquido e certo dos
advogados de retirarem autos dos processos em trâmite no tribunal. Trata-se, portanto, de
mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX, CF).
O gabarito é a letra D.

22. CESPE / TCM-BA – 2018


O cidadão que entender que seu direito líquido e certo foi violado por ato de agente do tribunal
de contas que atuava no exercício de suas funções poderá se valer do remédio constitucional
denominado

a) mandado de injunção.

b) ação popular.

c) mandado de segurança.

d) ação civil pública.

e) ação rescisória.

Comentários:
O remédio constitucional que busca proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade

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pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público é o mandado


de segurança.
O gabarito é a letra C.

23. CESPE / SEFAZ-RS – 2018


A ação constitucional que tem o cidadão como legitimado ativo e que objetiva defender
interesse difuso para anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural denomina-se

a) mandado de segurança.

b) habeas data.

c) habeas corpus.

d) ação civil pública.

e) ação popular.

Comentários:
A ação adequada para esse fim é a ação popular. Essa ação tem o objetivo de anular ato lesivo
ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico-cultural (art. 5º, LXXIII, CF). Cumpre lembrar, ainda, que apenas o cidadão é legitimado
ativo para impetrar a ação popular, ou seja, a pessoa física em pleno gozo dos direitos civis e
políticos.
O gabarito é a letra E.

24. CESPE / DPU – 2017


Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio de habeas data é possível obter informações
relativas a qualquer pessoa, desde que as informações sejam classificadas como públicas.

Comentários:
O habeas data é ação de caráter personalíssimo, somente podendo ser impetrado para
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante.
Gabarito: Questão errada.

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25. (CESPE / Procurador do Município de Fortaleza – 2017)


Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus.

Comentários:
O habeas corpus pode, sim, ser impetrado por qualquer pessoa jurídica, nacional ou estrangeira.
A pessoa jurídica, entretanto, não pode ser paciente dessa ação, uma vez que não possui direito
de locomoção a ser protegido.
Gabarito: Questão correta.

26. CESPE / Procurador do Município de Fortaleza – 2017


Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção.

Comentários:
De fato, pessoa jurídica é legitimada a impetrar mandado de injunção.
Gabarito: Questão correta.

27. (CESPE / TRE-BA – 2017)


O remédio constitucional que representa, no plano institucional, a mais expressiva reação jurídica
do Estado às instituições que lesem, efetiva ou potencialmente, os direitos de conhecimento de
informações relativas à pessoa interessada constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público, bem como de retificação de dados e
complementação de registros existentes, é o (a):

a) ação popular.

b) mandado de injunção.

c) habeas data

d) mandado de segurança

e) habeas corpus.

Comentários:
O habeas data é o remédio constitucional adequado para:

a) assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes


de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

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b) a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.

O gabarito é a letra C.

28. (CESPE / TRE-TO – 2017)


Jonas, servidor público federal, respondeu a processo administrativo disciplinar e, ao final, foi
absolvido das acusações. No entanto, por um equívoco, no seu assentamento funcional passou a
constar a informação de que ele havia sido condenado. Ao saber do erro, Jonas solicitou a
retificação dos dados, mas o seu pedido foi indeferido.

Nessa situação hipotética, a ação cabível, de acordo com a CF, é

a) a ação direta de inconstitucionalidade.

b) a ação popular.

c) o habeas corpus.

d) o mandado de injunção.

e) o habeas data.

Comentários:
O remédio constitucional adequado para uso por Jonas é o habeas data. Nos termos do art. 5º,
LXXII, da Carta Magna, o habeas data poderá ser usado para a retificação de dados, quando não
se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. O gabarito é letra E.

29. CESPE / TRE-PE - 2017


O habeas corpus é cabível

a) para discutir excessivo valor exigido a título de alimentos em decisão que tenha decretado a
prisão civil do devedor.

b) em favor de pessoa jurídica, pois tem como objetivo fazer cessar todo e qualquer
constrangimento ilegal.

c) contra a aplicação de pena de multa em sentença penal condenatória, pois a pena pecuniária
pode ser convertida em prisão.

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d) para afastar pena acessória de perda de cargo público imposta em sentença penal
condenatória.

e) em casos de flagrante ilegalidade da prisão civil por dívida de alimentos.

Comentários:
Letra A: errada. O habeas corpus não é o instrumento adequado para discutir o excessivo valor
exigido a título de alimentos. Esse remédio constitucional visa à proteção do direito de
locomoção. O valor dos alimentos deve ser discutido em outro tipo de ação judicial.

Letra B: errada. Pessoa jurídica não pode ser paciente de habeas corpus, uma vez que não é
titular de direito de locomoção.

Letra C: errada. A Súmula 693 do STF determina que “não cabe habeas corpus contra decisão
condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena
pecuniária seja a única cominada”.

Letra D: errada. A perda de cargo público não afeta a liberdade de locomoção. Não pode, por
isso, ser protegida por habeas corpus.

Letra E: correta. A prisão por dívida de alimentos é a única prisão civil admitida em nosso
ordenamento jurídico. Cabe habeas corpus em caso de flagrante ilegalidade dessa prisão, uma
vez que há direito de locomoção a ser protegido.

O gabarito é a letra E.

30. CESPE / TCE-PA – 2016


Como o habeas data não pode ser utilizado por pessoa jurídica, deve ser reconhecida a
ilegitimidade ativa na hipótese de pessoa jurídica ajuizar habeas data para obter informações de
seu interesse constante de dados de determinada entidade governamental.

Comentários:
O habeas data pode ser impetrado por pessoas físicas e pessoas jurídicas. O art. 5º, LXXII, versa
sobre as hipóteses de cabimento de habeas data:

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Gabarito: Questão errada.

31. CESPE / Escrivão PC-PE – 2016


Uma autoridade pública de determinado estado da Federação negou-se a emitir certidão com
informações necessárias à defesa de direito de determinado cidadão. A informação requerida
não era sigilosa e o referido cidadão havia demonstrado os fins e as razões de seu pedido.

Nessa situação hipotética, o remédio constitucional apropriado para impugnar a negativa estatal
é o(a)

a) ação popular.

b) mandado de segurança.

c) habeas data.

d) habeas corpus.

e) mandado de injunção.

Comentários:
Essa é uma típica pegadinha! O remédio constitucional destinado a proteger o direito à
obtenção de certidões é o mandado de segurança.
O gabarito é a letra B.

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Aula 03

32. CESPE / TRE-PI – 2016


A instauração de processo administrativo disciplinar contra servidor público para apuração de
irregularidade funcional garante ao servidor o direito de impetrar habeas corpus para impedir o
prosseguimento do processo administrativo.

Comentários:
Não cabe habeas corpus contra instauração de processo administrativo disciplinar, uma vez que o
direito de locomoção não se encontra ameaçado.
Gabarito: Questão errada.

33. CESPE / TRE-PI – 2016


Não poderá ser conhecido habeas corpus impetrado em benefício alheio por indivíduo
destituído de sanidade mental que não esteja representado ou assistido por outrem.

Comentários:
A legitimidade do habeas corpus é universal. Por isso, pode, sim, ser impetrado até mesmo por
indivíduo destituído de sanidade mental, em benefício próprio ou alheio.
Gabarito: Questão errada.

34. CESPE / TJDFT – 2016


O Ministério Público, havendo comprometimento de interesse social qualificado, possui
legitimidade ativa para propor ação popular.

Comentários:
O Ministério Público não tem legitimidade para propor ação popular. A ação popular somente
pode ser proposta pelo cidadão.
Gabarito: Questão errada.

35. CESPE / TJDFT – 2016


É consolidado no STF o entendimento de que, presente a dúvida sobre o real interesse do
paciente na impetração do habeas corpus, deve o juiz intimá-lo para que manifeste sua vontade
em prosseguir ou não com a impetração.

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Aula 03

Comentários:
A jurisprudência do STF considera que não será conhecido o habeas corpus impetrado pelo
Ministério Público e desautorizado pelo paciente. Dessa forma, se houver dúvida quanto ao real
interesse do paciente na impetração do habeas corpus, deverá o juiz intimá-lo para que ele
manifeste sua vontade de prosseguir ou não com a impetração.
Gabarito: Questão correta.

36. CESPE / TJDFT – 2016


O STF possui orientação pacífica segundo a qual a fixação de prazo decadencial para impetração
de mandado de segurança ou de habeas corpus é compatível com a ordem constitucional.

Comentários:

Não há que se falar em prescrição ou decadência para o habeas corpus. No mandado de


segurança, há prazo decadencial de cento e vinte dias.
Gabarito: Questão errada.

37. CESPE / TJDFT – 2016


Para o cabimento da ação popular é exigível a demonstração do prejuízo material aos cofres
públicos.

Comentários:
A propositura de ação popular não exige demonstração de prejuízo material aos cofres públicos.
Havendo ilegalidade ficará caracterizado o dano ao patrimônio público, dando ensejo à
propositura de ação popular.
Gabarito: Questão errada

38. (CESPE / TJDFT – 2016) O Ministério Público, havendo comprometimento de interesse


social qualificado, possui legitimidade ativa para propor ação popular.

Comentários:
O Ministério Público não tem competência para propor ação popular. A legitimidade ativa em
ação popular é concedida aos cidadãos.
Gabarito: Questão errada

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Aula 03

39. CESPE / TJDFT – 2015


O habeas data não é meio de solicitação e obtenção de informações de terceiros, uma vez que
tem como objetivo assegurar o conhecimento de informações relativas ao próprio impetrante.

Comentários:
O habeas data é utilizado para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público. Assim, o habeas data não é cabível para que se tenha acesso a informações de
terceiros.
Gabarito: Questão correta.

40. CESPE / STJ – 2015


O habeas data não se presta à retificação das informações constantes de bancos de dados de
entidades públicas.

Comentários:
O habeas data pode ser impetrado com duas finalidades diferentes (art. 5º, LXXII, CF):

Gabarito: Questão errada.

41. CESPE / FUB – 2015


A legitimidade para impetração de habeas corpus é universal, abrangendo a pessoa jurídica e
também aqueles que não possuem capacidade civil plena.

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Aula 03

Comentários:
Qualquer pessoa do povo, nacional ou estrangeira, independentemente de capacidade civil,
política, idade, sexo, profissão ou estado mental pode fazer uso do habeas corpus, em benefício
próprio ou alheio. Trata-se de remédio constitucional universal, que pode ser impetrado por
pessoas jurídicas e por aquelas que não possuem capacidade civil plena.
Gabarito: Questão correta.

42. CESPE / TCE-MG – 2018


Rafael, brasileiro, regular em seus direitos políticos, cursa mestrado em determinada
universidade federal mineira. Juan, amigo de Rafael, é chileno e cursa mestrado sanduíche nessa
mesma instituição de ensino de Minas Gerais. Ambos fazem parte da Associação Amigos da
Universidade Pública, que é formada por estudantes universitários e que tem como finalidade a
averiguação de irregularidades no uso de recursos públicos da universidade. Em uma dessas
ações de controle, Rafael e Juan constataram que um secretário de pós-graduação da referida
universidade havia desviado dois milhões de reais destinados ao apoio de eventos internacionais
de pesquisa, para reformar o seu apartamento funcional. Por ser ato lesivo ao patrimônio
público, a transação irregular feita pelo secretário de pós-graduação poderá ser impugnada por
meio de ação popular.

Nessa situação, a legitimidade para propor ação popular será

a) da Associação Amigos da Universidade Pública, de Rafael e de Juan, em litisconsórcio.

b) de Rafael ou de Juan.

c) de Rafael, apenas.

d) de Rafael ou da Associação Amigos da Universidade Pública.

e) da Associação Amigos da Universidade Pública, apenas.

Comentários:
A legitimidade para propor ação popular é do cidadão (art. 5º, LXXIII, CF). Por isso, somente
Rafael, brasileiro em gozo dos seus direitos políticos, poderá propor essa ação.
O gabarito é a letra C.

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 148


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Aula 03

43. CESPE / STJ – 2018


A isenção de custas processuais na ação popular para a defesa de interesse coletivo ou difuso
inclui o ônus da sucumbência, salvo se comprovada má fé.

Comentários:
O autor popular fica isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência, salvo comprovada má
fé (art. 5º, LXXIII, CF). Cabe destacar que a ação popular protege, sim, interesses coletivos ou
difusos. Ela serve, afinal, para tutelar o patrimônio público, a moralidade administrativa, o meio
ambiente e o patrimônio histórico- cultural.
Gabarito: Questão correta.

44. CESPE / STM – 2018


Constitui regra de garantia do direito humano fundamental ao meio ambiente a possibilidade de
qualquer cidadão ser legitimado a propor ação popular visando à anulação de ato lesivo ao meio
ambiente.

Comentários:
A ação popular é instrumento de controle popular dos atos da Administração Pública. Por meio
da ação popular, é possível anular atos lesivos ao meio ambiente, bem como à moralidade
administrativa e ao patrimônio histórico e cultural (art. 5º, LXXIII, CF).
Gabarito: Questão correta.

45. CESPE / TCE-PE – 2017


Se determinado dirigente de autarquia estadual editar ato administrativo lesivo ao patrimônio
público, qualquer cidadão ou pessoa jurídica poderá propor ação popular para anular o referido
ato, sem custas judiciais.

Comentários:
Pessoas jurídicas não podem propor ação popular. Apenas o cidadão pode propor essa ação,
com o objetivo de anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico-cultural.
Gabarito: Questão errada.

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Aula 03

46. CESPE / FUB – 2015


A ação popular — pertencente à categoria dos direitos políticos do cidadão — é um remédio
constitucional que se manifesta como exercício da soberania popular e como instrumento da
democracia direta.
Comentários:
A ação popular é uma forma de controle popular da Administração Pública. É um remédio
constitucional proposta por cidadão, traduzindo-se em instrumento de participação direta do
povo na vida política da sociedade.
Gabarito: Questão correta.

47. CESPE / FUB – 201


Será extinto por ilegitimidade superveniente o mandado de segurança coletivo impetrado por
partido político que, embora possua representante no Congresso Nacional no momento da
impetração, venha a perder essa representação no curso da ação.

Comentários:
A legitimidade do mandado de segurança é analisada no momento em que a ação é impetrada.
Desse modo, mesmo que posteriormente o partido venha a perder a representatividade no
Congresso Nacional, não há ilegitimidade superveniente.
Gabarito: Questão errada.

48. (CESPE / MPOG – 2015


A ação popular deve ser proposta somente por partido político com representação no
Congresso Nacional.

Comentários:

A ação popular não pode ser proposta por partido político. Ela deve ser proposta por cidadão,
assim considerado aquele que está no pleno gozo dos direitos políticos.
Gabarito: Questão errada.

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Aula 03

49. CESPE / TRE-GO – 2015


Qualquer associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano é parte
legítima para propor ação popular que vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou ao
meio ambiente.

Comentários:
Somente o cidadão é parte legítima para propor ação popular.
Gabarito: Questão errada.

50. CESPE / TRE-GO – 2015


O cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, com capacidade eleitoral ativa, tem legitimidade para
propor ação popular.

Comentários:
De fato, qualquer cidadão tem legitimidade para propor ação popular, nos termos do art. 5o,
LXXIII, da CF/88:

Gabarito: Questão correta.

51. CESPE / PGM-Manaus – 2018


A concessão do mandado de injunção está condicionada à ausência de norma regulamentadora
para o exercício de um direito, ainda que esta omissão seja parcial.

Comentários:
O mandado de injunção é um remédio constitucional disponível para qualquer pessoa
prejudicada pela falta de norma regulamentadora, que torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania
(art. 5º, LXXI, CF). É cabível não só para omissões legislativas de caráter absoluto ou total como

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Aula 03

também para as omissões de caráter parcial.


Gabarito: Questão correta.

52. CESPE / PGM-Manaus – 2018


Entre os legitimados para a impetração do mandado de injunção, figura a pessoa natural.

Comentários:
De fato, qualquer pessoa - física ou jurídica - que se veja impossibilitada de exercer direito
constitucional por falta de norma regulamentadora é legitimada a impetrar mandado de injunção.
Gabarito: Questão correta.

53. CESPE / TRE-BA – 2017 - Adaptada


Conforme a Constituição Federal de 1988, é cabível o ajuizamento de mandado de injunção no
caso de omissão legislativa inconstitucional que inviabilize o exercício do direito de sufrágio.

Comentários:
O mandado de injunção será concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Gabarito: Questão correta.

54. CESPE / TCE-PA – 2016


Entre os direitos fundamentais incluem-se os remédios constitucionais, como, por exemplo, o
mandado de injunção, criado pela Constituição Federal de 1988 e que tem por finalidade suprir
a falta de norma regulamentadora que inviabilize o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Comentários:
O mandado de injunção é o remédio constitucional que visa combater as “omissões
inconstitucionais”. Segundo o art. 5º, LXXI, CF/88, LXXI “conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”.
Gabarito: Questão correta.

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 152


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Aula 03

55. CESPE / PC-PE – 2016


A sentença em mandado de injunção gera efeitos erga omnes, alcançando, de maneira
indistinta, todos aqueles privados de exercer quaisquer direitos e liberdades constitucionais por
falta de norma regulamentadora.

Comentários:
Como regra geral, a sentença em mandado de injunção gera efeitos inter partes. Vale ressaltar
que é possível, entretanto, que seja conferida eficácia erga omnes à decisão, quando isso for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, liberdade ou da prerrogativa objeto da
impetração.
Gabarito: Questão errada

56. CESPE / PC-PE – 2016


O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por sindicatos, entidades de classe e
associações, mas não por partidos políticos, pois se destinam à defesa de interesses coletivos
comuns a determinada coletividade de pessoas.

Comentários:
O mandado de segurança coletivo pode, sim, ser impetrado por partido político, desde que este
tenha representação no Congresso Nacional (art. 5º, LXX, “a”, CF).
Gabarito: Questão errada.

57. CESPE / Procurador de Salvador – 2015


É pacífica a orientação jurisprudencial segundo a qual não se admite mandado de segurança
contra lei em tese; essa compreensão, todavia, não impede a impetração contra atos infralegais,
tais como regulamentos e portarias, ainda que estes sejam dotados de abstração e
generalidade.
Comentários:
Segundo o STF, não cabe mandado de segurança contra lei em tese. Os atos infralegais dotados
de abstração e generalidade podem ser considerados “lei em tese” e, portanto, não podem ser
atacados por mandado de segurança.
Gabarito: Questão errada.

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 153


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Aula 03

58. CESPE / TJDFT – 2015


Decai o mandado de segurança impetrado no TJDFT contra ato de autoridade coatora que
deveria ser processada na justiça federal se o processo não for remetido ao juízo competente em
até cento e vinte dias após a ocorrência do ato.

Comentários:
Não cabe falar em decadência nesse caso, uma vez que o impetrante buscou os seus direitos no
Judiciário dentro do prazo. A demanda já foi submetida ao Judiciário, o que afasta a decadência.
Gabarito: Questão errada.

59. CESPE / TJDFT – 2015


A atuação das associações na defesa de seus associados em mandado de segurança coletivo
independe de autorização.

Comentários:
É o que prevê a Súmula 629 do STF, segundo a qual “a impetração de mandado de segurança
coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes”.
Trata-se do instituto da substituição processual.
Gabarito: Questão correta.

60. CESPE / TJDFT – 2015


As associações possuem legitimidade para deduzir interpelação judicial como medida
preparatória de ação penal em defesa da honra de seus associados.

Comentários:
Segundo o STF, as associações não têm legitimidade para promover interpelação judicial em
defesa da honra de seus associados, por se tratar de um direito personalíssimo de quem foi
atingido em sua honra1.
Gabarito: Questão errada.

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61. CESPE / TJDFT – 2015


À luz do entendimento do STF, a desistência do mandado de segurança, total ou parcial,
depende da aquiescência da autoridade impetrada.

Comentários:
O STF entende que a desistência do mandado de segurança independe da aquiescência da
autoridade impetrada. Segundo a Corte, é “lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de
segurança, independentemente de aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da
entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos litisconsortes passivos
necessários”.
Gabarito: Questão errada.

1 PET nº 1.249/DF-AgR, Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 09/04/99.

62. CESPE / Procurador de Salvador – 2015


A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes.

Comentários:
É isso mesmo! A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
independe da autorização dos associados.
Gabarito: Questão correta.

63. CESPE / AGU – 2015


De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão proferida em mandado de injunção pode
levar à concretização da norma constitucional despida de plena eficácia, no tocante ao exercício
dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

Comentários:
O STF vem adotando a corrente concretista acerca dos efeitos do mandado de injunção. Nesse

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 155


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Aula 03

sentido, a Corte não tem se limitado a declarar a mora legislativa; ao contrário, as decisões do
STF buscam concretizar a norma constitucional pendente de regulamentação.
Gabarito: Questão correta.

64. CESPE / TCU – 2015


O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político que tenha
representação no Congresso Nacional.

Comentários:
O partido político com representação no Congresso Nacional é legitimado para impetrar
mandado de segurança coletivo. Relembremos o que dispõe a Carta Magna:

Gabarito: Questão correta.

65. CESPE / FUB – 2015


Uma entidade de classe que estiver em funcionamento há apenas seis meses não possui, por
essa razão, legitimidade para impetração de mandado de segurança coletivo em defesa de
interesse de seus membros.

Comentários:
Relembremos o que dispõe a Carta Magna:

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 156


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No rol de legitimados a impetrar mandado de segurança coletivo, apenas as associações devem


ser legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano. Não se exige o mesmo
das entidades de classe, que não precisam cumprir essa exigência.

Gabarito: Questão errada.

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LISTA DE QUESTÕES

1. (CEBRASPE/FUB/2023) julgue o item que se segue.

Os direitos já garantidos e pertencentes ao patrimônio jurídico de alguém somente podem ser


desconstituídos em função da promulgação de novas leis.

2. CEBRASPE/FUB/2023) No que se refere aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o


item que se segue.

É vedada a extradição de estrangeiros por crime político ou de opinião.

3. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Acerca das disposições constitucionais sobre os princípios fundamentais da Constituição Federal


de 1988 (CF), os direitos e as garantias fundamentais e o Poder Judiciário, julgue o próximo
item.

O direito à proteção dos dados pessoais é garantia fundamental, prevista expressamente na CF,
dos brasileiros e dos estrangeiros residentes no país.

4. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Acerca das disposições constitucionais sobre os princípios fundamentais da Constituição Federal


de 1988 (CF), os direitos e as garantias fundamentais e o Poder Judiciário, julgue o próximo
item.

Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

5. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Conforme o entendimento do STJ, julgue o item que se segue.

Quando for essencial à comprovação do direito alegado, admite-se a juntada de prova


documental após a propositura do mandado de segurança.

6. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Conforme o entendimento do STJ, julgue o item que se segue.

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 158


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Decisão que determina a apreensão de passaporte do devedor, enquanto modalidade de


medida executiva atípica, pode ser impugnada por meio de habeas corpus.

7. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Considerando a Constituição Federal de 1988 e a jurisprudência pertinente, julgue o item


subsequente.

Admite-se a impetração de mandado de segurança contra ato judicial na hipótese da decisão


judicial ser teratológica ou manifestamente ilegal, caso em que esse instrumento processual será
recebido como sucedâneo recursal.

8. CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023

Considerando a Constituição Federal de 1988 e a jurisprudência pertinente, julgue o item


subsequente.

É cabível a impetração de habeas corpus para analisar a legalidade de decisão que determine a
suspensão de carteira nacional de habilitação.

9. CEBRASPE/Polícia Militar do Estado de Santa Catarina/2023

Acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na CF, assinale a opção correta.

a) Lei que tipifica um crime pode ser aplicada para uma conduta praticada anteriormente à sua
vigência.

b) A prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de detenção,


nos termos da legislação penal.

c) Excepcionalmente, é possível a tipificação de crimes por meio de medida provisória.

d) São inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de


entorpecentes e de drogas afins, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos.

e) A pena de multa pode ser executada contra os sucessores do condenado, até o limite do valor
do patrimônio transferido.

10. CEBRASPE/Polícia Militar do Estado de Santa Catarina/2023

No que diz respeito aos direitos e às garantias fundamentais relacionados à prisão, assinale a
opção correta.

a) O preso em flagrante não pode ser submetido à identificação criminal.

b) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao


juiz competente ou à família do preso.

c) A prisão ilegal será imediatamente revogada pela autoridade judiciária.

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 159


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d) É lícita a prisão civil do depositário infiel apenas quando se tratar de depósito voluntário.

e) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão.

11. CEBRASPE (CESPE) - TCE RJ/TCE RJ/Técnico/2022

A respeito da Constituição Federal de 1988 (CF) e das suas disposições relativas aos direitos e
às garantias fundamentais, julgue o item a seguir.

Por força do princípio da dignidade da pessoa humana, a pena de morte não é admitida, em
nenhuma hipótese, pela CF.

12. CEBRASPE (CESPE) - Adm (FUB)/FUB/2022

No que se refere à Constituição Federal (CF), julgue o item a seguir.

Direitos fundamentais como a proteção à maternidade e à infância são direitos sociais tratados
como matérias irrevogáveis na CF, conhecidas como cláusulas pétreas, não podendo ser alvo de
diminuição ou revogação por emenda constitucional.

13. (CESPE/ MPC-PA – 2019) Sobre as possibilidades de interferência estatal no direito


fundamental à liberdade de associação, assinale a opção correta.
a) Cabe ao Poder Executivo determinar a dissolução compulsória de associação que tenha
por objetivo a promoção de fins ilícitos.
b) A produção dos efeitos da decisão judicial que determina a dissolução compulsória de
associação depende do seu trânsito em julgado.
c) A legitimidade da associação para a representação de seus filiados restringe-se ao âmbito
judicial.
d) A atuação judicial de associação na condição de substituta processual depende de
autorização dos associados por meio de procuração.
e) A exclusão de um associado de uma entidade religiosa por questões ideológicas está
sujeita a revisão pelo Estado.
14. (CESPE/ TJ-DFT – 2019) A CF assegura aos cidadãos, independentemente do pagamento
de taxas, da comprovação de estado de pobreza ou de insuficiência de recurso,
a) a certidão de casamento.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas.
c) a assistência jurídica integral.
d) a certidão de óbito.
e) a criação e a dissolução de associações.
15. (CESPE / TJ-PR – 2019) As normas definidoras dos direitos e das garantias fundamentais
a) são programáticas.

IBAMA (Nível Superior) Direito Constitucional 160


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Aula 03

b) têm aplicação imediata.


c) estabelecem hierarquia entre os direitos previstos.
d) vedam a ampliação de seu conteúdo por tratados internacionais.
e) são listadas em rol taxativo na Constituição Federal de 1988 (CF).
16. (CESPE / PGE-PE – 2019) A ausência de assistência técnica de advogado durante o
processo administrativo disciplinar torna o processo nulo.
17. (CESPE / PGE-PE – 2019) É garantido ao defensor de investigado o pleno acesso aos
documentos já anexados ao procedimento investigatório, mesmo que o inquérito policial esteja
classificado como sigiloso.
18. (CESPE / PRF – 2019) São constitucionalmente assegurados ao preso o direito à
identificação dos agentes estatais responsáveis pela sua prisão e o direito de permanecer em
==2fbc94==

silêncio.
19. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2018) A CF veda a extradição de estrangeiro em razão de
crime político ou de opinião.
20. (CESPE / MP-PI – 2018) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados em cada casa do Congresso Nacional, nos termos da CF, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
21. (CESPE / Polícia Federal – 2018) Dada a previsão constitucional de que nenhuma pena
passará da pessoa do condenado a outrem, o ordenamento jurídico veda que obrigações de
reparação de danos sejam estendidas aos sucessores do condenado.
22. (CESPE / PC-SE – 2018) Em caso de perigo à integridade física do preso, admite-se o uso
de algemas, desde que essa medida, de caráter excepcional, seja justificada por escrito.
23. (CESPE / PC-SE – 2018) Conforme texto constitucional vigente, a prisão de qualquer
pessoa e o local onde se encontra terão de ser comunicados em até vinte e quatro horas ao juiz
competente e à família do preso ou a pessoa por ele indicada.
24. (CESPE / CGM de João Pessoa-PB – 2018) A obrigação financeira da pessoa falecida de
reparar determinado dano pode ser estendida aos seus sucessores, sendo limitada ao valor do
patrimônio transferido pela sucessão decorrente do óbito.
25. (CESPE / CGM de João Pessoa-PB – 2018) A lei não pode prejudicar o direito adquirido,
o ato jurídico perfeito e a expectativa de direito.
26. (CESPE / MPU – 2018) Os tratados internacionais sobre direitos humanos possuem status
de emendas constitucionais, de maneira que a autoridade pública que a eles desobedecer
estará sujeita a responsabilização.

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27. (CESPE / SEFAZ-RS – 2018) Iniciada a audiência de instrução, o juiz determinou que o réu
da ação penal fosse algemado. Nesse caso, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, o juiz
agiu licitamente se comprovado que
a) O crime é punível com pena de reclusão.
b) o réu tem transtorno psicológico.
c) a segurança do próprio réu estava em risco.
d) o crime tenha sido cometido com violência.
e) a vítima estava na sala de audiência.
28. (CESPE / SEFAZ-RS – 2018) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos,
depois de aprovados internamente em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, são considerados equivalentes a
a) leis federais.
b) súmulas vinculantes.
c) medidas provisórias.
d) leis complementares.
e) emendas constitucionais.
29. (CESPE / PC-MA – 2018) De acordo com o rol de direitos e deveres individuais e coletivos
elencados no art. 5º da Constituição Federal de 1988 (CF),
a) em nenhuma circunstância haverá penas cruéis ou de morte, de caráter perpétuo, de
trabalhos forçados ou de banimento.
b) a definição do estabelecimento prisional onde será cumprida a pena independe do delito,
da idade e do sexo do apenado.
c) será protegida a livre manifestação do pensamento, inclusa a anônima.
d) será ampla a liberdade de associação, independentemente de autorização dos poderes
públicos.
e) homens e mulheres são absolutamente iguais em direitos e obrigações.
30. (CESPE / STM – 2018) A lei não poderá restringir a divulgação de nenhum ato processual
penal, sob pena de ferir o princípio da publicidade.
31. (CESPE / EBSERH – 2018) É dever dos servidores públicos atender ao público com
presteza, disponibilizando todas as informações por ele requeridas.
32. (CESPE / PGE-PE –2018) Considere as duas afirmações a seguir.
I - Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da
ampla defesa.
II - Nas relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à
honra, sob pena de consequências como direito de resposta e indenização por dano material ou
moral.

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As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a


a) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
b) eficácia externa dos direitos fundamentais.
c) eficácia diagonal dos direitos individuais.
d) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
e) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.
33. (CESPE / STM – 2018) A despeito do princípio constitucional da vedação às provas ilícitas,
o juiz poderá considerar uma prova ilícita em qualquer situação, desde que se convença de sua
importância para a condenação do réu.
34. (CESPE / STM – 2018) A garantia, aos acusados em geral, de contraditar atos e
documentos com os meios e recursos previstos atende aos princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa.
35. (CESPE / STM – 2018) Ninguém será processado nem sentenciado, senão pela autoridade
competente, em respeito ao princípio constitucional do juiz natural.
36. (CESPE / TJ-PR – 2017) É inconstitucional a prisão do depositário infiel, salvo daquele a
quem a legislação impuser a responsabilidade de reter tributos.
37. (CESPE / PGE-SE – 2017) Determinada demanda judicial, em que são partes um
estrangeiro residente no Brasil e um estado da Federação, prolonga-se por vinte e cinco anos.
Nesse caso, à luz da legislação e da doutrina constitucional, o direito à razoável duração do
processo
a) é norma programática e não gera efeitos individuais imediatos no caso concreto.
b) é aplicável em favor do estrangeiro na esfera judicial, mas não o seria no âmbito
administrativo.
c) pode amparar ambas as partes e ter efeitos imediatos sobre a situação individual
cogitada.
d) não ampara o estado da Federação, por se tratar de direito individual oponível contra o
Estado.
e) não ampara o estrangeiro, por ausência de previsão no texto constitucional.
38. (CESPE / TRF 1ª Região – 2017) Entidade estatal que editar determinada lei poderá
invocar a garantia da irretroatividade para assegurar que a referida norma não prejudique ato
jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada.
39. (CESPE / TRF 1ª Região – 2017) A Constituição Federal, ao prever, de forma exaustiva, os
direitos e garantias fundamentais dos indivíduos, faz que sejam desconsiderados outros direitos
humanos, mesmo que estejam previstos em tratados internacionais dos quais o Brasil seja parte.
40. (CESPE / TRF 1ª Região – 2017) Brasileiro naturalizado que tiver praticado crime comum

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antes da sua naturalização poderá ser extraditando.


41. (CESPE / PM-AL – 2017) A Constituição Federal de 1988 estabelece a prisão como
medida excepcional, que, em regra, depende de flagrante delito ou de ordem escrita e
fundamentada.
42. (CESPE / TCE-PE – 2017) Para a interposição de recurso administrativo no caso de
indeferimento de pedido protocolado em determinado órgão público, poderá ser exigido
depósito prévio de dinheiro ou bem se a causa tratar de questões patrimoniais.
43. (CESPE / TCE-PE – 2017) De acordo com a CF, somente estarão isentas do pagamento de
taxa para obtenção de certidões em repartição pública para defesa de direitos as pessoas que
comprovarem sua hipossuficiência.
44. (CESPE / Escrivão PC-GO – 2016) A respeito dos direitos e garantias fundamentais
previstos na Constituição Federal de 1988, assinale a opção correta.
a) De acordo com a lei, a prática da tortura é considerada crime inafiançável e insuscetível
de graça ou anistia, por ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-lo, se omitirem.
b) A prisão em flagrante deve ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciária, devido
ao fato de ser vedado levar pessoas à prisão ou mantê-las na prisão nas situações em que a lei
admitir a liberdade provisória.
c) Nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal, permite-se que ordem judicial afaste a inviolabilidade do sigilo da
correspondência.
d) Constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos; a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado democrático.
e) É permitida a extradição de brasileiro naturalizado, em caso de crime comum praticado
após a naturalização ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins.
45. (CESPE / TCE-PR - 2016) Tratados e convenções internacionais recepcionados pela
República Federativa do Brasil, em geral, têm status equivalente ao das emendas
constitucionais.
46. (CESPE / TCE-PR – 2016) A legislação brasileira veda a extradição se, para o crime
cometido pelo extraditando, a legislação do país requerente previr pena perpétua, ainda que tal
país se comprometa a comutá-la em prisão de, no máximo, trinta anos.
47. (CESPE / TCE-PA – 2016) Situação hipotética: Em 2010, João foi naturalizado brasileiro e,
em 2012, se envolveu em tráfico ilícito internacional de entorpecentes. Devido a essa infração
penal, determinado país requereu a sua extradição.
Assertiva: Nessa situação, o pedido deverá ser negado, uma vez que a CF veda a extradição de
brasileiro.

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48. (CESPE / TCE-PA – 2016) O direito de petição configura instrumento de controle


administrativo: por meio dele, assegura-se a qualquer pessoa a defesa de direitos, individuais ou
coletivos, bem como o direito de peticionar contra ilegalidade ou abuso de poder, perante
autoridade administrativa competente de qualquer dos poderes constituídos.

49. (CESPE / Agente PC-PE – 2016) À luz das disposições da CF, assinale a opção correta
acerca dos direitos e garantias individuais.
a) O Estado pode impor prestação alternativa fixada em lei ao indivíduo que, alegando
conflito com suas convicções políticas, se recusar a cumprir obrigação legal a todos imposta,
desde que a prestação seja compatível com suas crenças. Em caso de recusa em cumpri-la, o
indivíduo poderá ser privado de seus direitos.
b) Diante de indícios veementes da prática de ilícitos no interior de determinada residência,
o agente de polícia poderá realizar busca de provas no local sem o consentimento do morador e
sem mandado judicial, desde que o faça durante o dia.
c) O cidadão que, naturalizado brasileiro, cometer crime comum em viagem a seu país de
origem retornar ao Brasil poderá ser extraditado, bastando que haja solicitação do país da
nacionalidade anterior.
d) Servidor público que cometer crime no exercício da função não poderá ser condenado, na
esfera penal, a partir de prova obtida por meio ilícito; no entanto, essa mesma prova,
complementada por outras provas lícitas, poderá ser utilizada para aplicar penalidade em
eventual processo administrativo movido contra o servidor.
e) O profissional que, trabalhando com divulgação de informações, veicular, em seu nome,
notícia de fonte sigilosa não estará sujeito a responder por eventuais prejuízos que essa
divulgação causar a outrem.
50. (CESPE / Agente PC-PE – 2016 - Adaptada) Considerando as disposições da CF, é correto
afirmar que a norma constitucional segundo a qual
a) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito nem a coisa julgada é de
eficácia limitada e aplicabilidade direta.
b) ninguém será privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal é de
eficácia plena e aplicabilidade imediata.
c) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer é de eficácia plena e de aplicabilidade imediata.
d) ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante é de
eficácia contida e aplicabilidade não integral.
51. (CESPE / DPU – 2016) Para que direitos e garantias expressos em tratados internacionais
ratificados pelo Brasil sejam formalmente reconhecidos no sistema jurídico brasileiro, é
necessária a aprovação de cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros.
52. (CESPE / DPU – 2016) Dada a garantia constitucional de acesso à justiça, é vedada a

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exigência de prévio ingresso pelas vias extrajudiciais como requisito para o acesso ao Poder
Judiciário, não sendo extensível, tal vedação, às ações relativas às competições desportivas.
53. (CESPE/ PC-PE – 2016) Conforme o texto constitucional, o civilmente identificado
somente será submetido à identificação criminal se a autoridade policial, a seu critério, julgar
que ela é essencial à investigação policial.
54. (CESPE / TRT 8ª Região – 2016) Assinale a opção correta com relação aos direitos e
deveres individuais e coletivos assegurados e garantidos pela CF.
a) É absolutamente proibida a aplicação de pena de morte ou de prisão perpétua em todo o
território nacional e a qualquer tempo.
b) Diferentemente do direito de propriedade, o direito de herança não é garantido pelas
normas constitucionais.
c) É dever do Estado promover a defesa dos direitos do consumidor na forma da lei.
d) O habeas data é o instituto adequado para a garantia da liberdade de acusados de
prática criminal se não configurado flagrante delito.
e) É vedada a concessão de asilo político para nacionais de Estados com os quais o Brasil
tenha relação diplomática.
55. (CESPE / TRT 8ª Região – 2016) No que se refere aos direitos e garantias fundamentais
elencados na CF, os estrangeiros residentes e não residentes no Brasil equiparam-se aos
brasileiros.
56. (CESPE / PC-PE – 2016) Os direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata,
razão por que nenhum dos direitos individuais elencados na CF necessita de lei para se tornar
plenamente exequível.
57. (CESPE / PC-PE – 2016) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos,
para que sejam equivalentes a emendas constitucionais, deverão ser aprovados em cada Casa
do Congresso Nacional, por maioria absoluta de votos, em dois turnos de discussão e votação.
58. (CESPE / TRE-PI – 2016) Gravação de conversa telefônica sem autorização judicial,
registrada por um dos interlocutores, é considerada prova ilícita, ante o sigilo das comunicações
telefônicas, constitucionalmente assegurado.
59. (CESPE / TJDFT – 2016) O direito ao duplo grau de jurisdição é assegurado
expressamente na CF, decorre da proteção judiciária efetiva e não admite ressalvas, salvo a
preclusão decorrente da própria inação processual.
60. (CESPE / TRE-RS – 2015) Os objetivos fundamentais traçados pela CF constam de rol
taxativo que não admite ampliação por obra do intérprete constitucional.
61. (CESPE/ CGE-PI – 2015) Na Constituição Federal de 1988 (CF), não está prevista a
exigência de depósito ou de arrolamento prévio de dinheiro ou de bens para que seja admitido
recurso administrativo.

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62. (CESPE / TRE-RS – 2015) Previsto expressamente na CF, o princípio do devido processo
legal assegura o contraditório e a ampla defesa aos litigantes em processo judicial, mas não em
processo administrativo.
63. (CESPE/ TCE-RN – 2015) Comumente, confundem-se os princípios da legalidade e da
reserva legal. O primeiro, contudo, é mais abrangente e representa o dever de submissão e
respeito à lei. O segundo, por sua vez, consiste na imposição constitucional de que
determinadas matérias sejam regulamentadas por lei formal.
64. (CESPE / DPE-RN – 2015) A determinação de foro justificada por prerrogativa de função,
ainda que instituída exclusivamente por Constituição estadual, prevalece sobre a competência
do tribunal de júri.
65. (CESPE / DPE-RN – 2015) Por ferir o direito à privacidade, é ilegítima a publicação, em
qualquer tipo de veículo, dos nomes de servidores da administração pública e do valor dos
vencimentos e vantagens pecuniárias por eles recebidos.
66. (CESPE / DPE-RN – 2015) Segundo o STF, os tratados internacionais referentes aos
direitos humanos têm status de norma constitucional, independentemente do seu eventual
quorum de aprovação.
67. (CESPE/ IRBr Diplomata – 2015) A Constituição Federal determina que o brasileiro nato
nunca será extraditado e que o brasileiro naturalizado somente será extraditado no caso de ter
praticado crime comum antes da naturalização.
68. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) O fato de o direito à privacidade ser assegurado
a todos faz que seja inconstitucional lei municipal que determine a publicação dos nomes dos
servidores do município acompanhados dos valores de seus subsídios.
69. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) De acordo com o princípio da dignidade da
pessoa humana, o uso de algemas justifica-se apenas se houver resistência ou fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros.
70. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) A competência do júri para o julgamento de
crimes dolosos contra a vida não é absoluta e pode ser excepcionada por regra da própria CF,
como, por exemplo, o julgamento de prefeitos pelo TJ.
71. (CESPE / MPU – 2015) O fornecimento de certidão para a defesa de direitos ou para o
esclarecimento de situações pessoais pelos órgãos públicos encontra respaldo constitucional.
72. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) Desde que prevista em lei, é constitucional, em
processo administrativo, a exigência de depósito ou de arrolamento prévio de bens e de
direitos como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo.
73. (CESPE / STJ – 2015) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão,
somente havendo sigilo em caso de necessidade de proteção da segurança dos agentes
públicos envolvidos no caso.

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74. (CESPE / STJ – 2015) Ao advogado de uma pessoa sob investigação é permitido o acesso
aos autos do inquérito policial, mesmo que estes sejam classificados como sigilosos, por ser este
um direito garantido ao investigado.
75. (CESPE / STJ – 2015) São equivalentes às emendas constitucionais todos os tratados
aprovados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros.
76. (CESPE / MPU – 2015) É assegurado o acesso às informações de interesse particular
retidas pelos órgãos públicos.
77. (CESPE / MPOG – 2015) O direito do cidadão de receber dos órgãos públicos
informações de interesse coletivo inclui também aquelas imprescindíveis à segurança da
sociedade.
78. (CESPE / MPOG – 2015) O direito adquirido, entendido como aquele que já se
incorporou ao patrimônio do seu titular, não poderá ser prejudicado por lei posterior.
79. (CESPE/ MPU – 2015) A prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível.
80. (CESPE / FUB – 2015) Nos processos judiciais, são assegurados aos litigantes os direitos
fundamentais do contraditório e da ampla defesa. Entretanto, diante do princípio da autotutela
administrativa, essa garantia é inaplicável aos processos administrativos.
81. (CESPE / TRF 5ª Região – 2015) O direito a ampla defesa não engloba o acesso aos
documentos em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária.
82. (CESPE / MPU – 2015) O direito de petição só se aplica ao judiciário.
83. (CESPE / MPU – 2015) A CF traz uma enumeração taxativa dos direitos fundamentais.
84. (CESPE / MPU – 2015) Os direitos fundamentais só podem ser garantidos quando
regulamentados em lei.
85. (CESPE / MPOG – 2015) Em nenhuma hipótese, o brasileiro nato poderá ser extraditado.
86. (CESPE / TCU – 2015) Se for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, será
permitido o sigilo dos atos administrativos.
87. (CESPE / DPU – 2015) Não viola a cláusula do devido processo legal a exigência de
arrolamento prévio de bens para fins de admissibilidade de recurso administrativo.

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GABARITO

1. ERRADA 40. CORRETA 79. CORRETA


2. CERTA 41. CORRETA 80. ERRADA
3. CERTA 42. ERRADA 81. ERRADA
4. CERTA 43. ERRADA 82. ERRADA
5. ERRADA 44. LETRA A 83. ERRADA
6. CERTA 45. ERRADA 84. ERRADA
7. ERRADA 46. ERRADA 85. CORRETA
8. ERRADA 47. ERRADA 86. CORRETA
9. LETRA D 48. CORRETA 87. ERRADA
10. LETRA E 49. LETRA A
11. ERRADA 50. LETRA B
12. CERTA 51. ERRADA
13. LETRA B 52. CORRETA
14. LETRA B 53. ERRADA
15. LETRA B 54. LETRA C
16. ERRADA 55. ERRADA
17. CORRETA 56. ERRADA
18. CORRETA 57. ERRADA
19. CORRETA 58. ERRADA
20. CORRETA 59. ERRADA
21. ERRADA 60. ERRADA
22. CORRETA 61. CORRETA
23. ERRADA 62. ERRADA
24. CORRETA 63. CORRETA
25. ERRADA 64. ERRADA
26. ERRADA 65. ERRADA
27. LETRA C 66. ERRADA
28. LETRA E 67. ERRADA
29. LETRA D 68. ERRADA
30. ERRADA 69. CORRETA
31. ERRADA 70. CORRETA
32. LETRA D 71. CORRETA
33. ERRADA 72. ERRADA
34. CORRETA 73. ERRADA
35. CORRETA 74. CORRETA
36. ERRADA 75. ERRADA
37. LETRA C 76. CORRETA
38. ERRADA 77. ERRADA
39. ERRADA 78. CORRETA

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LISTA DE QUESTÕES
1. (CEBRASPE/ TCDF - Auditor -2023) A respeito do mandado de segurança, julgue os itens
a seguir, com base no entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores.
É vedada a impetração de mandado de segurança que invoque a inconstitucionalidade da norma
como fundamento para o pedido principal.

2. (CEBRASPE/ TCDF - Auditor -2023) A respeito do mandado de segurança, julgue os itens


a seguir, com base no entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores.

É vedada a impetração de mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida


por sociedade de economia mista, por se tratar de pessoa jurídica privada.

3. (CEBRASPE/ TCDF - Auditor -2023) A respeito do mandado de segurança, julgue os itens


a seguir, com base no entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores.

De acordo com o STF, não é cabível mandado de segurança contra lei em tese.

4. (CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023) De acordo com a


jurisprudência do STF no que tange a funções essenciais à justiça e aos Poderes Legislativo e
Judiciário, julgue o item a seguir.

O Ministério Público tem legitimidade ativa para propor ação civil pública por meio da qual
pretenda anular acordo de natureza tributária pactuado entre empresa privada e
Estado-membro.

5. (CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo/2023) Quanto aos aspectos


processuais relativos ao papel desempenhado pelas funções essenciais à justiça, julgue o item a
seguir.

Com o objetivo de promover a defesa dos interesses difusos e coletivos, a Defensoria Pública
detém legitimidade ativa para a proposição de ação civil pública, tanto principal como cautelar.

6. (CEBRASPE/Conselho Nacional do Ministério Público/2023) No que se refere à


reclamação constitucional e ao mandado de segurança, julgue o item a seguir, à luz do
entendimento do STF.

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Compete ao STF apreciar mandado de segurança impetrado contra deliberações negativas do


CNMP.

7. (CEBRASPE/Tribunal de Justiça do Estado do Ceará/2023) Considera-se coatora para fins


de impetração de mandado de segurança a autoridade

a) da qual tenha emanado a ordem para a prática do ato impugnado.

b) superior a que tenha dado a ordem para a prática do ato questionado.

c) máxima do órgão contra o qual tenha sido movida a ação.

d) que tenha baixo normais para a execução do ato questionado.

e) que tenha motivado o ato impugnado.

8. (CEBRASPE (CESPE) - Proc (PGE RO)/PGE RO/2022) João, Lucas e Maria pretendem
impugnar ato omissivo, de competência de ministro de Estado, lesivo ao direito material dos
três. Nessa situação hipotética, João, Lucas e Maria

a) podem impetrar mandado de segurança individual perante o STJ.


b) não podem impetrar mandado de segurança porquanto não é cabível o respectivo
remédio constitucional em face de ato omissivo.
c) podem impetrar mandado de segurança individual perante o STF.
d) podem impetrar mandado de segurança coletivo perante o STJ.
e) podem impetrar mandado de segurança coletivo perante o STF.

9. (CEBRASPE (CESPE) - Del Pol (PC RJ)/PC RJ/2022) O mandado de segurança é garantia
constitucional, prevista no inciso LXIX do art. 5.º da Constituição Federal de 1988, regulada, no
âmbito infraconstitucional, pela Lei n.º 12.016/2009. A respeito desse relevante instrumento de
controle da administração pública por meio da atuação jurisdicional, assinale a opção correta.

a) Havendo controvérsia sobre matéria de direito, fica impedida a concessão de mandado de


segurança.
b) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar
na via mandamental.
c) O pedido de reconsideração na via administrativa interrompe o prazo para mandado de
segurança.
d) No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência
do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no

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prazo de 72 horas.
e) A vítima de crime de ação penal pública tem direito líquido e certo de impedir o
arquivamento do inquérito ou das peças de informação, sendo cabível, para tanto, o manejo de
mandado de segurança.

10. (CEBRASPE (CESPE) - DP SE/DPE SE/2022) Determinado servidor público estadual


impetrou mandado de segurança por haver sido reduzida a gratificação de insalubridade que lhe
era paga. O impetrante tomou ciência da decisão em 01/03/2021 (segunda-feira), tendo
impetrado o mandado de segurança em 11/10/2021 (segunda-feira), momento em que
permanecia desempenhando as mesmas atividades funcionais, mas continuava a perceber valor
reduzido da gratificação.
Considerando essa situação hipotética e tomando por base a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça e do Supremo Tribunal Federal bem como a Constituição Federal, assinale a opção
correta.
a) O mandado de segurança deve ser extinto com resolução de mérito, com a denegação da
ordem, ante a ocorrência da decadência do direito.
b) Inexiste prazo legal para a impetração do mandado de segurança, podendo ser proposta
enquanto houver interesse de agir.
c) Não há de se falar em decadência por ser inconstitucional a previsão legal que fixa prazo
para a impetração do mandado de segurança.
d) Não deve ser reconhecida a decadência para impetração do mandado de segurança, por
se tratar de relação de trato sucessivo, cuja violação do direito mensalmente se renova.
e) O prazo para impetração do mandado de segurança é de natureza prescricional, pois a
decisão concessiva da ordem é de natureza constitutiva.

11. (CEBRASPE (CESPE) - DP SE/DPE SE/2022) De acordo com a jurisprudência do Supremo


Tribunal Federal, mostra-se cabível a impetração do mandado de injunção quando

a) houver a edição de norma que regulamente direito, liberdade ou prerrogativa


constitucionalmente assegurados, pois persiste o interesse de agir quanto ao período anterior à
regulamentação.
b) direitos, liberdades e prerrogativas constitucionalmente assegurados tenham seu exercício
reduzido pela ausência de norma regulamentadora.
c) a eficácia de direitos, liberdades ou prerrogativas constitucionais assegurados dependam
da edição de norma regulamentadora.
d) se pretenda promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos e fixar
o respectivo índice de correção.
e) se pretenda avaliar se normas regulamentadoras de direitos constitucionalmente
assegurados estão de acordo com as exigências constitucionais.

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12. (CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE TO)/MPE TO/2022) Acerca das ações constitucionais,

julgue os itens seguintes.

I .Segundo o STF, o habeas data não constituiu garantia constitucional adequada para a
obtenção dos dados concernentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes
dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos
entes estatais.

II. Segundo o STF, a legitimidade ativa do habeas corpus coletivo deve ser reservada, por
analogia, aos legitimados estabelecidos na Lei do Mandado de Injunção Coletivo.
III. Segundo o STJ, o prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução
do valor de vantagem integrante de proventos ou de remuneração de servidor público renovase
mês a mês.

IV. A vedação constitucional ao cabimento do habeas corpus em relação a punições


disciplinares militares, constante no capítulo Das Forças Armadas, deve ser interpretada
restritivamente, não se aplicando aos militares dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.

Estão certos apenas os itens

a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

13. (CEBRASPE (CESPE) - APC (FUNPRESP-EXE)/FUNPRESP-EXE/Jurídica/2022) Com base no

texto da Constituição Federal de 1988, julgue o item seguinte.

Para ter legitimidade ativa para a impetração de mandado de segurança coletivo, o partido
político deve ter representação no Congresso Nacional.

14. (CEBRASPE (CESPE) - AAAJ (DP DF)/DP DF/Direito e Legislação/2022) Acerca dos
elementos processuais associados à ação de improbidade e aos remédios constitucionais, julgue
o item a seguir.

Se o responsável por ilegalidade ou por abuso de poder for agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do poder público, a proteção de direito líquido e certo ocorrerá por
meio de mandado de segurança.

15. (CEBRASPE (CESPE) - ACE TCE RJ/TCE RJ/Organizacional/Tecnologia da


Informação/2022) Túlio, líder de movimento pela liberação do uso da maconha, comunicou as

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autoridades acerca da realização de marcha, com cerca de duas mil pessoas, em determinado
local público, a favor de projeto de lei que propunha a legalização do consumo recreativo desse
entorpecente. Ao tomar conhecimento do evento, Luísa, presidente da Associação de Prevenção
ao Uso de Drogas, convocou, sem avisar a autoridade competente, manifestação contra o
mencionado projeto de lei para o mesmo dia e local da referida marcha.
Considerando essa situação hipotética, as disposições da Constituição Federal de 1988 (CF) e o
entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o item que se segue.

O remédio constitucional adequado para a tutela do exercício do direito de reunião é o


mandado de segurança.

16. (CEBRASPE (CESPE) - DP RS/DPE RS/2022) Em relação ao mandado de injunção, julgue o


seguinte item.

A legitimação constitucional conferida à Defensoria Pública para a propositura do mandado de


injunção coletivo está ligada a sua finalidade essencial na tutela de interesse difusos, coletivos e
individuais homogêneos que tenham repercussão em interesses tutelados, especialmente
relevantes para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos
dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5.º da Constituição Federal.

17. (CEBRASPE (CESPE) - PJM (Pires do Rio)/Pref Pires do Rio/2022) Acerca dos remédios
constitucionais garantidores de direitos individuais e fundamentais, julgue o item a seguir.

É cabível mandado de injunção contra norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos
direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

18. (CEBRASPE (CESPE) - AAAJ (DP DF)/DP DF/Direito e Legislação/2022) Acerca dos
elementos processuais associados à ação de improbidade e aos remédios constitucionais, julgue
o item a seguir.

Qualquer pessoa, física ou jurídica, é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato
lesivo à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

19. (CESPE / TCE-PB – 2018) Jorge, cidadão brasileiro com dezoito anos de idade, deseja
tomar medida jurídica, sob o fundamento de que determinada prerrogativa inerente a sua
cidadania não pode ser usufruída em razão de omissão legislativa na edição de norma
regulamentadora de dispositivo constitucional.
Nessa situação hipotética, para buscar tutela jurisdicional, de acordo com o rol de direitos e
garantias fundamentais, Jorge deverá valer-se de
a) habeas data.
b) mandado de injunção.
c) mandado de segurança.

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d) ação direta de inconstitucionalidade por omissão.


e) ação popular.

20. (CESPE / DPE-PE – 2018) A respeito dos mecanismos de proteção aos direitos humanos
previstos na Constituição Federal de 1988 e dos remédios constitucionais, assinale a opção
correta.
a) A ação popular é remédio constitucional para assegurar o conhecimento de informações
relativas ao impetrante, constantes de registros ou de bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.
b) O mandado de segurança coletivo caracteriza-se por ter dois ou mais impetrantes, que
sejam pessoas físicas ou jurídicas, no polo ativo.
c) O habeas data visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
==2fbc94==

Estado participe, à moralidade administrativa e ao patrimônio histórico e cultural.


d) Mandado de injunção é o instrumento constitucional a ser utilizado na hipótese de a
ausência de norma inviabilizar o exercício de direito ou de liberdade constitucional referente à
cidadania ou à soberania.
e) A finalidade do habeas corpus é proteger direito líquido e certo quando o responsável
pela ilegalidade ou pelo abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do poder público.

21. (CESPE / SEFAZ-RS – 2018) Autoridade pública do tribunal de justiça de determinado


estado vetou, durante um mês, a retirada de autos dos processos em trâmite naquele tribunal
por advogados atuantes nas causas, alegando que tal medida seria necessária para melhorar a
organização dos servidores do órgão, que estavam realocando os autos dos processos nas salas
do tribunal. Considerando que a medida tomada por essa autoridade foi ilegal, a Ordem dos
Advogados do Brasil local ajuizou ação constitucional a fim de proteger direito líquido e certo da
classe de advogados, que foram prejudicados ao terem sido impedidos de exercer suas
atividades profissionais.
Nessa situação hipotética, a OAB impetrou
a) habeas corpus.
b) habeas data.
c) mandado de injunção.
d) mandado de segurança coletivo.
e) ação civil pública.

22. (CESPE / TCM-BA – 2018) O cidadão que entender que seu direito líquido e certo foi
violado por ato de agente do tribunal de contas que atuava no exercício de suas funções poderá
se valer do remédio constitucional denominado

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a) mandado de injunção.
b) ação popular.
c) mandado de segurança.
d) ação civil pública.
e) ação rescisória.

23. (CESPE / SEFAZ-RS – 2018) A ação constitucional que tem o cidadão como legitimado
ativo e que objetiva defender interesse difuso para anular ato lesivo ao patrimônio público, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural denomina-se
a) mandado de segurança.
b) habeas data.
c) habeas corpus.
d) ação civil pública.
e) ação popular.

24. (CESPE / DPU – 2017) Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio de habeas data é
possível obter informações relativas a qualquer pessoa, desde que as informações sejam
classificadas como públicas.

25. (CESPE / Procurador do Município de Fortaleza – 2017) Pessoa jurídica pode impetrar
habeas corpus.

26. (CESPE / Procurador do Município de Fortaleza – 2017) Pessoa jurídica pode impetrar
mandado de injunção.

27. (CESPE / TRE-BA – 2017) O remédio constitucional que representa, no plano institucional,
a mais expressiva reação jurídica do Estado às instituições que lesem, efetiva ou potencialmente,
os direitos de conhecimento de informações relativas à pessoa interessada constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, bem como de
retificação de dados e complementação de registros existentes, é o (a):
a) ação popular.
b) mandado de injunção.
c) habeas data
d) mandado de segurança

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e) habeas corpus.

28. (CESPE / TRE-TO – 2017) Jonas, servidor público federal, respondeu a processo
administrativo disciplinar e, ao final, foi absolvido das acusações. No entanto, por um equívoco,
no seu assentamento funcional passou a constar a informação de que ele havia sido condenado.
Ao saber do erro, Jonas solicitou a retificação dos dados, mas o seu pedido foi indeferido.
Nessa situação hipotética, a ação cabível, de acordo com a CF, é
a) a ação direta de inconstitucionalidade.
b) a ação popular.
c) o habeas corpus.
d) o mandado de injunção.
e) o habeas data.

29. (CESPE / TRE-PE - 2017) O habeas corpus é cabível


a) para discutir excessivo valor exigido a título de alimentos em decisão que tenha decretado
a prisão civil do devedor.
b) em favor de pessoa jurídica, pois tem como objetivo fazer cessar todo e qualquer
constrangimento ilegal.
c) contra a aplicação de pena de multa em sentença penal condenatória, pois a pena
pecuniária pode ser convertida em prisão.
d) para afastar pena acessória de perda de cargo público imposta em sentença penal
condenatória.
e) em casos de flagrante ilegalidade da prisão civil por dívida de alimentos.

30. (CESPE / TCE-PA – 2016) Como o habeas data não pode ser utilizado por pessoa jurídica,
deve ser reconhecida a ilegitimidade ativa na hipótese de pessoa jurídica ajuizar habeas data
para obter informações de seu interesse constante de dados de determinada entidade
governamental.

31. (CESPE / Escrivão PC-PE – 2016) Uma autoridade pública de determinado estado da
Federação negou-se a emitir certidão com informações necessárias à defesa de direito de
determinado cidadão. A informação requerida não era sigilosa e o referido cidadão havia
demonstrado os fins e as razões de seu pedido.
Nessa situação hipotética, o remédio constitucional apropriado para impugnar a negativa estatal
é o(a)
a) ação popular.

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b) mandado de segurança.
c) habeas data.
d) habeas corpus.
e) mandado de injunção.

32. (CESPE / TRE-PI – 2016) A instauração de processo administrativo disciplinar contra


servidor público para apuração de irregularidade funcional garante ao servidor o direito de
impetrar habeas corpus para impedir o prosseguimento do processo administrativo.

33. (CESPE / TRE-PI – 2016) Não poderá ser conhecido habeas corpus impetrado em
benefício alheio por indivíduo destituído de sanidade mental que não esteja representado ou
assistido por outrem.

34. (CESPE / TJDFT – 2016) O Ministério Público, havendo comprometimento de interesse


social qualificado, possui legitimidade ativa para propor ação popular.

35. (CESPE / TJDFT – 2016) É consolidado no STF o entendimento de que, presente a dúvida
sobre o real interesse do paciente na impetração do habeas corpus, deve o juiz intimá-lo para
que manifeste sua vontade em prosseguir ou não com a impetração.

36. (CESPE / TJDFT – 2016) O STF possui orientação pacífica segundo a qual a fixação de
prazo decadencial para impetração de mandado de segurança ou de habeas corpus é
compatível com a ordem constitucional.

37. (CESPE / TJDFT – 2016) Para o cabimento da ação popular é exigível a demonstração do
prejuízo material aos cofres públicos.

38. (CESPE / TJDFT – 2016) O Ministério Público, havendo comprometimento de interesse


social qualificado, possui legitimidade ativa para propor ação popular.

39. (CESPE / TJDFT – 2015) O habeas data não é meio de solicitação e obtenção de
informações de terceiros, uma vez que tem como objetivo assegurar o conhecimento de
informações relativas ao próprio impetrante.

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40. (CESPE / STJ – 2015) O habeas data não se presta à retificação das informações
constantes de bancos de dados de entidades públicas.

41. (CESPE / FUB – 2015) A legitimidade para impetração de habeas corpus é universal,
abrangendo a pessoa jurídica e também aqueles que não possuem capacidade civil plena.

42. (CESPE / TCE-MG – 2018) Rafael, brasileiro, regular em seus direitos políticos, cursa
mestrado em determinada universidade federal mineira. Juan, amigo de Rafael, é chileno e cursa
mestrado sanduíche nessa mesma instituição de ensino de Minas Gerais. Ambos fazem parte da
Associação Amigos da Universidade Pública, que é formada por estudantes universitários e que
tem como finalidade a averiguação de irregularidades no uso de recursos públicos da
universidade. Em uma dessas ações de controle, Rafael e Juan constataram que um secretário de
pós-graduação da referida universidade havia desviado dois milhões de reais destinados ao
apoio de eventos internacionais de pesquisa, para reformar o seu apartamento funcional. Por ser
ato lesivo ao patrimônio público, a transação irregular feita pelo secretário de pós-graduação
poderá ser impugnada por meio de ação popular.
Nessa situação, a legitimidade para propor ação popular será
a) da Associação Amigos da Universidade Pública, de Rafael e de Juan, em litisconsórcio.
b) de Rafael ou de Juan.
c) de Rafael, apenas.
d) de Rafael ou da Associação Amigos da Universidade Pública.
e) da Associação Amigos da Universidade Pública, apenas.

43. (CESPE / STJ – 2018) A isenção de custas processuais na ação popular para a defesa de
interesse coletivo ou difuso inclui o ônus da sucumbência, salvo se comprovada má fé.

44. (CESPE / STM – 2018) Constitui regra de garantia do direito humano fundamental ao meio
ambiente a possibilidade de qualquer cidadão ser legitimado a propor ação popular visando à
anulação de ato lesivo ao meio ambiente.

45. (CESPE / TCE-PE – 2017) Se determinado dirigente de autarquia estadual editar ato
administrativo lesivo ao patrimônio público, qualquer cidadão ou pessoa jurídica poderá propor
ação popular para anular o referido ato, sem custas judiciais.

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46. (CESPE / FUB – 2015) A ação popular — pertencente à categoria dos direitos políticos do
cidadão — é um remédio constitucional que se manifesta como exercício da soberania popular e
como instrumento da democracia direta.

47. (CESPE / FUB – 2015) Será extinto por ilegitimidade superveniente o mandado de
segurança coletivo impetrado por partido político que, embora possua representante no
Congresso Nacional no momento da impetração, venha a perder essa representação no curso da
ação.

48. (CESPE / MPOG – 2015) A ação popular deve ser proposta somente por partido político
com representação no Congresso Nacional.

49. (CESPE / TRE-GO – 2015) Qualquer associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano é parte legítima para propor ação popular que vise à
anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou ao meio ambiente.

50. (CESPE / TRE-GO – 2015) O cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, com capacidade
eleitoral ativa, tem legitimidade para propor ação popular.

51. (CESPE / PGM-Manaus – 2018) A concessão do mandado de injunção está condicionada à


ausência de norma regulamentadora para o exercício de um direito, ainda que esta omissão seja
parcial.

52. (CESPE / PGM-Manaus – 2018) Entre os legitimados para a impetração do mandado de


injunção, figura a pessoa natural.

53. (CESPE / TRE-BA – 2017 - Adaptada) Conforme a Constituição Federal de 1988, é cabível
o ajuizamento de mandado de injunção no caso de omissão legislativa inconstitucional que
inviabilize o exercício do direito de sufrágio.

54. (CESPE / TCE-PA – 2016) Entre os direitos fundamentais incluem-se os remédios


constitucionais, como, por exemplo, o mandado de injunção, criado pela Constituição Federal
de 1988 e que tem por finalidade suprir a falta de norma regulamentadora que inviabilize o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
à soberania e à cidadania.

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55. (CESPE / PC-PE – 2016) A sentença em mandado de injunção gera efeitos erga omnes,
alcançando, de maneira indistinta, todos aqueles privados de exercer quaisquer direitos e
liberdades constitucionais por falta de norma regulamentadora.

56. (CESPE / PC-PE – 2016) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por
sindicatos, entidades de classe e associações, mas não por partidos políticos, pois se destinam à
defesa de interesses coletivos comuns a determinada coletividade de pessoas.

57. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) É pacífica a orientação jurisprudencial segundo a


qual não se admite mandado de segurança contra lei em tese; essa compreensão, todavia, não
impede a impetração contra atos infralegais, tais como regulamentos e portarias, ainda que
estes sejam dotados de abstração e generalidade.

58. (CESPE / TJDFT – 2015) Decai o mandado de segurança impetrado no TJDFT contra ato
de autoridade coatora que deveria ser processada na justiça federal se o processo não for
remetido ao juízo competente em até cento e vinte dias após a ocorrência do ato.

59. (CESPE / TJDFT – 2015) A atuação das associações na defesa de seus associados em
mandado de segurança coletivo independe de autorização.

60. (CESPE / TJDFT – 2015) As associações possuem legitimidade para deduzir interpelação
judicial como medida preparatória de ação penal em defesa da honra de seus associados.

61. (CESPE / TJDFT – 2015) À luz do entendimento do STF, a desistência do mandado de


segurança, total ou parcial, depende da aquiescência da autoridade impetrada.

62. (CESPE / Procurador de Salvador – 2015) A impetração de mandado de segurança


coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.

63. (CESPE / AGU – 2015) De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão proferida
em mandado de injunção pode levar à concretização da norma constitucional despida de plena
eficácia, no tocante ao exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas
relacionadas à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

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64. (CESPE / TCU – 2015) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político que tenha representação no Congresso Nacional.

65. (CESPE / FUB – 2015) Uma entidade de classe que estiver em funcionamento há apenas
seis meses não possui, por essa razão, legitimidade para impetração de mandado de segurança
coletivo em defesa de interesse de seus membros.

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GABARITO
1. ERRADA 23. LETRA E 45. ERRADA
2. ERRADA 24. ERRADA 46. CORRETA
3. CERTA 25. CORRETA 47. ERRADA
4. CORRETA 26. CORRETA 48. ERRADA
5. CORRETA 27. LETRA C 49. ERRADA
6. ERRADA 28. LETRA E 50. CORRETA
7. LETRA A 29. LETRA E 51. CORRETA
8. LETRA A 30. ERRADA 52. CORRETA
9. LETRA B 31. LETRA B 53. CORRETA
10. LETRA D 32. ERRADA 54. CORRETA
11. LETRA C 33. ERRADA 55. ERRADA
12. LETRA B 34. ERRADA 56. ERRADA
13. CORRETA 35. CORRETA 57. ERRADA
14. CORRETA 36. ERRADA 58. ERRADA
15. CORRETA 37. ERRADA 59. CORRETA
16. CORRETA 38. ERRADA 60. ERRADA
17. ERRADA 39. CORRETA 61. ERRADA
18. ERRADA 40. ERRADA 62. CORRETA
19. LETRA B 41. CORRETA 63. CORRETA
20. LETRA D 42. LETRA C 64. CORRETA
21. LETRA D 43. CORRETA 65. ERRA
22. LETRA C 44. CORRETA

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