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Lingua Linguagem e Leitura

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LINGUA, LINGUAGEM E LEITURA

MÁRCIA C. MIRANDA LYRA


Introdução

A língua é um instrumento de comunicação capaz de transmitir


mensagens. A linguagem, por sua vez, é uma forma de interação, que nos
capacita a expressar o pensamento, de forma participativa e contextualizada.
Neste sentido a formação para um falante competente, requer a
elaboração de referências e elementos linguísticos específicos que possam ser
usados para o ensino, em propostas da linguagem, e da língua, especialmente
em projetos de capacitação à contextos. Isto porque o ensino da leitura, como
comunicação e interação, no uso da língua e da linguagem, é ferramenta
imprescindível na construção do saber e de crescimento pessoal dos indivíduos.
Por isto, há preocupação sobre os desafios no ensino de língua/linguagem tanto
para o professor de português como o de língua estrangeira. (NASCIMENTO,
2006; TRAVAGLIA, 1997).
Abordamos aqui, as questões de como a língua, a linguagem e a leitura
podem se conectar de formas distintas, através de dois planos de aula, de
português de escolas públicas.

Objetivo
Analisar dois planos de aula de Língua Portuguesa a partir das
concepções estudadas e as concepções escritas nos planejamentos em sala de
aula, com foco nas metodologias utilizadas; Analisar a metodologia usada pelos
professores em sala de aula para Identificar os métodos que possibilitam mais
eficiências no processo de ensino a linguagem e abordar os principais conceitos
de língua, linguagem e leitura.

Os Planos de Aula

O ensino de português vem provocando sérias pesquisas sobre quais


métodos de ensino podem trazer melhor resultado. Quais recursos da linguagem
em sala de aula, da linguagem verbal e da interpretação de texto, podem
erradicar, de maneira mais eficiente, os problemas da desistência e evasão
escolar e do analfabetismo. (TRAVAGLIA, 1997). O trabalho com textos em sala
de aula e com diferentes tipos e gêneros textuais é fundamental para o processo
da competência comunicativa, uma vez que, enriquecem a interação
comunicativa.

Nos planos de aula, apresentados, o objetivo geral foi o de desenvolver a


capacidade dos estudantes de reconhecer, interpretar e elaborar
posicionamentos críticos através de artigo de opinião. Ao longo de todo o
percurso, os docentes exploraram a concepção da linguagem como instrumento
de interação.
No primeiro Plano de Aula, os estudantes analisaram um artigo de
opinião, e no outro, o texto do livro “A Festa no Céu”. Organizados em grupos
compartilharam e debateram entre si, os textos, expressando suas opiniões
sobre os assuntos abordados. (VER ANEXO I e II ).
Percebe-se que para a prática dessa atividade, foi necessário que os
alunos realizassem uma leitura e pensassem a respeito da abordagem do artigo
de opinião com o sentido de elaborar julgamento de valor sobre o mesmo, como
no texto de Ângela Lago.
Os grupos compartilharam ideias e opiniões. Neste sentido lhes foram
oportunizadas a transmissão de informações, através da comunicação e da troca
de ideias, durante o debate.
Segundo Rosimere Pereira (apud. TRAVAGLIA, 1997): “A linguagem é,
pois, um lugar de interação humana, de interação comunicativa pela produção de
efeitos de sentido, entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação e
em um contexto sócio histórico e ideológicos. ”
Desse modo, foi observável o uso do pensamento, comunicação,
oralidade e interação para desenvolver as atividades propostas pelas docentes.
Uma medida que oportunizou aos estudantes os domínios das habilidades do
uso da linguagem em situações de interação. Assim puderam compreender e
perceber as diferenças entre uma expressão e outra.
No segundo momento, os estudantes foram expostos a estrutura dos
gêneros textuais estudados, com a finalidade de compreenderem como ele é
constituído, onde poderiam encontrá-lo e serem reconhecidos.
Já na terceira situação da aula, os alunos tiveram a oportunidade de
produzir, em grupos, os próprios artigos de opinião e texto, assim desenvolvendo
a escrita, com temas dados pelas professoras e que envolvessem também as
questões de interpretação dos mesmos. Através disso, os estudantes tiveram a
possibilidade de se expressar, com a oportunidade de criar e entender o contexto
feito pelas educadoras. Neste método, os estudantes foram expostos a leitura e
produção de texto, interpretação e diálogo, que através das discussões
possibilitaram argumentações e diferentes saberes. É certo que, através dessas
práticas, os estudantes podem conquistar autonomia e serem vistos como
sujeitos do seu próprio discurso.
Em geral, constata-se a utilização da concepção da língua, levando em
conta os aspectos interativos no desenvolver das atividades, onde é perceptível
o uso da linguagem pela interação comunicativa.
Diferente do ensino tradicional, onde os alunos eram vistos como seres
passivos, já que nesta prática, o ato de ensinar é o de transmitir informações que
devem ser memorizadas e reproduzidas, ou seja, o aluno de certa forma não está
aprendendo, pois, o fato de apenas reproduzir o conhecimento, não é o mesmo
de construí-lo e produzi-lo. Levando em conta esse aspecto, é clara a
metodologia administrada nas aulas para/com o aprendizado dos alunos, onde
foi colocado ao aluno a oportunidade de domínio do uso da língua em uma
situação concreta de interação, leitura e produção.

Considerações

Nas diversas concepções da linguagem, isto é, como expressão do


pensamento, meio de comunicação e processo de interação verbal, pudemos
constatar que os planos de aulas observados desenvolveram propostas com
ênfase na linguagem como interação. E que abordaram diferentes gêneros
textuais, para o exercício da leitura, da interpretação, da interação, e da
produção de texto.

Vimos também aplicados nos Planos de Aula, os métodos apropriados a


comunicação entre os estudantes, tais como os debates e as leituras. Embora
caiba aos educadores seguirem práticas pedagógicas que lhes pareçam
produtivas, certamente àquelas do ensino tradicional já não são mais
apropriadas aos atuais momentos da Educação. Hoje, novas estratégias e
perspectivas metodológicas não se afastam da adoção no ambiente escolar de
atividades sócio-interativas.

Referencia

PEREIRA, Rosimerie. S. O Ensino de língua portuguesa: Perspectivas


conceituais e históricas do campo. HISTEDBR -VII jornada- 2007 -
UNICAMP. Disponível em:
<http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/
_GT4%20PDF/
O%20ENSINO%20DE%20L%CDNGUA%20PORTUGUESA.pdf> Acesso em:
23 Abril. 2020.
FERNANDES, Nohad. M. Concepções de linguagem e o ensino/
aprendizagem de língua portuguesa. InterEstudos. Disponível em:
<http://www.interletras.com.br/ed_anteriores/n1/inter_estudos/concepcoes.html
>. Acesso em: 23 Abril.2020.
TRAVAGLIA, Luís Carlos. Concepções de linguagem. In: Gramática e
interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1ª e 2 ª grau. São
Paulo: cortez, 1997.

_____ (2002). Tipelementos e a construção de uma teoria tipológica geral de


textos. Mimeo

https://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicações/textos/g00003.html Silvio
Ribeiro Silva
NASCIMENTO, E.L. A apropriação de gêneros textuais: um processo de
letramento. Ponta Grossa: Editora da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
2006
ANEXO I – PLANO DE AULA 1

Eixo de Ensino Leitura e Produção Textual

Desenvolver a capacidade dos alunos de


Objetivo geral da sequência elaborar, reconhecer, interpretar e melhorar seu
posicionamento crítico através do artigo de
opinião.

Série / Ano e Modalidade 3º Ano A e C do Ensino Médio

Quantidade de aulas previstas para o 3 aulas


desenvolvimento da sequência

Datas utilizadas para a realização da sequência 02/05/19

EIXO DE ENSINO PASSO A PASSO MATERIAL


DIDÁTICO

1º Momento (aula 1): Material


xerocado.
Divididos em quatro grupos, os alunos receberão
aleatoriamente um artigo de opinião sobre a influência das
novelas na vida das pessoas. Cada
LEITURA artigo de opinião deverá ser lido pelo grupo e discutido entre
si. Após as leituras grupais, cada grupo irá fazer um
E PRODUÇÃO
compartilhamento sobre o que abordava seu artigo de opinião
para o resto da sala apontando se o grupo concordava com a
opinião exposta e os outros alunos poderão apresentar suas
opiniões a respeito dos textos dos colegas.

2º Momento (aula 2): Data-show,


LEITURA computador,
Os alunos serão expostos a estrutura de um artigo de opinião,
quadro e
E PRODUÇÃO como ele se constitui, qual sua finalidade, em que locais
piloto.
podemos encontrá-los e como reconhecê-los.

3º Momento (aula 3): Caderno e


canetas.
LEITURA Nos mesmos grupos da leitura inicial, os alunos irão redigir um
artigo de opinião sobre os temas “O Passinho do Recife em
E PRODUÇÃO
Lagoa do Itaenga” para o 3º ano A e “As fortes chuvas e o
alagamento do Rio de Janeiro em 2019” para o 3º C.
ANEXO II – PLANO DE AULA 2

PLANO DE AULA

ESCOLA:

TEMPO DE DURAÇÃO DE AULA: 60 minutos

OBJETIVO GERAL: contribuir para o processo de aprendizagem dos alunos, despertando o


hábito da leitura.

Objetivos específicos: - desenvolver a oralidade das crianças através da narração

- Expandir conhecimento sobre linguagem.

- Construir materiais escritos pelos alunos, desenvolvendo assim a escrita.

METODOLGIA: - Leitura compartilhada do texto. A festa no Céu, com debate entre alunos
sobre o que se passa no texto e questões para interpretação de texto.

- Através de um tema, estimular os alunos a formarem grupos e produzir um novo texto de


forma colaborativa com desenhos ou recortes de figuras.

- Reproduzir textos.

Recursos: - Livro ‘’A Festa no Céu”- Ângela Lagos.

- Papel ofício

- Lápis de cor

- Tesoura

- Cola

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