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Culturas de Inverno

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS DE LARANJEIRAS DO SUL

CURSO DE AGRONOMIA

HULLIAN RABEL
JHONATAN CAIO MARTINS
JOSEMAR TOMAZINI
THIAIANE COSTA VIANA

Revisão Bibliográfica sobre a cultura do Trigo (Triticum spp.)

LARANJEIRAS DO SUL
2018
2

Revisão Bibliográfica sobre a cultura do Trigo (Triticum ‘spp.)

Trabalho acadêmico apresentado ao curso de


agronomia da Universidade Federal da Fronteira
Sul, como requisito parcial para aprovação na
disciplina de Culturas de inverno.
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Deffune Gonçalves
de Oliveira.

LARANJEIRAS DO SUL
2019
3

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………………………. 06

2 REFERENCIAL TEÓRICO…………………………………………………………………................ 07

2.1 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA…………………………………………………………………….. 07

2.1.2 ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DO TRIGO…………………………………………………………... 07

2.2 CLIMA E ÉPOCA DE CULTIVO………………………………………………................................ 13

2.2.1 FOTOPERIODO …………………………………………………………………………………….. 13

2.2.2 TEMPERATURA ……………………………………………………………………………………. 14

2.2.3 ÁGUA……………………………………………………………………………………………….... 14

2.2.4 ÉPOCA DE PLANTIO……………………………………………………………………………….. 15

2.3 MELHORAMENTO……...................................................................................................................... 15

2.4 CULTIVARES…………………………………………………………………………………………. 16

2.4.1 CULTIVAR BRS REPONTE……………………………………………………………………….... 17

2.4.2 CULTIVAR BRS PASTOREIO………………………………………………………………………. 17

2.4.3 CULTIVAR BRS 331……………………………………………………………………………….... 17

2.4.4 CULTIVAR BRS MARCANTE………...……………………………………………………………. 18

2.4.5 CULTIVAR BRS 374………………………………………………………………………………… 18

2.4.6 CULTIVAR PARRUDO……………………………………………………………………………… 18

2.4.7 CULTIVAR BRS GUAMIRIM…………………………………………………………………….. 19

2.5 MANEJO DO SOLO…………………………………………………................................................. 19


4

2.5.1 CORREÇÃO DA FERTILIDADE E ADUBAÇÃO…...………………………………..…………… 20

2.5.1.1 CRÍTICA AO MODELO BRASILEIRO DE FERTILIZAÇÃO FOSFATADA DE ALTA


SOLUBILIDADE………………………………………………………………………………………...… 20

2.5.1.2 ADUBAÇÃO E CALAGEM ……………………………………………………………………… 20

2.5.1.3 ADUBAÇÃO ORGÂNICA………………………………………………………………………... 22

2.6 SEMEADURA……………………………………...…………………………………………………. 22

2.6.1 SISTEMA DE PLANTIO CONVENCIONAL…………………………………………………….... 22

2.6.2 SISTEMA DE PLANTIO DIRETO………………………………………………………………….. 23

2.7 24
INÇOS…………………………………………………………….…………………………………….

2.7.1 MÉTODOS DE CONTROLE………………………………………………………………………... 24

2.7.1.1 CONTROLE PREVENTIVO………………………………………………………………………. 25

2.7.1.2 CONTROLE CULTURAL…………………………………………………………………………. 25

2.7.1.3 CONTROLE 26
MECÂNICO………………………………………………………………………….

2.7.1.4 CONTROLE QUÍMICO………………………………………………………………………….... 26

2.8 MANEJO FITOSSANITÁRIO…………………………………………………………………….... 28

2.8.1 PRINCIPAIS ESPÉCIES FITÓFAGAS: TRATAMENTOS PREVENTIVOS E CURATIVOS……. 28

2.8.1.1 PERCEVEJOS……………………………………………………………………………………... 28

2.8.1.2 LAGARTAS……………………………………………………………………………………….. 29

2.8.1.3 PULGÕES…………………………………………………………………………………………. 30

2.8.1.4 MÉTODOS DE CONTROLE……………………………………………………………………… 32


5

2.8.1.4.1 MÉTODO CULTURAL………………………………………………………………………….. 32

2.8.1.4.2 CONTROLE BIOLÓGICO………………………………………………………………………. 32

2.8.2 PRINCIPAIS FITOPATÓGENOS: SEUS TRATAMENTOS PREVENTIVOS E CURATIVOS….. 33

2.8.2.1 FERRUGEM DA FOLHA (Puccínía tritícína)……………………………………………………. 33

2.8.2.2 GIBERELA (Gibberella zeae/Fusarium graminearum)………………………………………….... 34

2.8.2.3 OÍDIO (Blumeria graminis f. sp, tritici)…………………………………………..………………. 35

2.8.2.4 MANCHAS FOLIARES………………………………………………………………………….... 35

2.8.2.5 BRUSONE (Magnaporthe oryzae/Pyricularia oryzae)……………………………………………. 36

2.8.2.6 MAL-DO-PÉ DO TRIGO (Gaeumannomyces graminis var. ttitici)................................................. 37

2.8.2.7 NANISMO AMARELO DA CEVADA (Barley Yellow Dwarf Virus - BYDV).............................. 38

2.9 COLHEITA E PÓS-COLHEITA…………………………………………………............................ 39

2.9.1 COLHEITA DE TRIGO……………………………………………………………………………… 39

2.9.2 SECAGEM………………………………………………………………………………………….... 40

2.9.3 ARMAZENAMENTO E PÓS COLHEITA…………………………………………………………. 40

2.10 UTILIZAÇÃO DO TRIGO………………………………………………………………………..... 41

2.11 MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO………………………………………………………….... 41

3 CONCLUSÃO………………………………………………………………………………………….... 42

4 REFERÊNCIAS…………….……………………………………………………................................... 43
6

1 INTRODUÇÃO

O trigo foi uma da primeiras espécies a ser cultivada pelo homem, com sua
domesticação ocorrendo a mais de nove mil anos atrás, no sudeste da Ásia (EMBRAPA,
2001). Nos primórdios, o homem utilizava os grãos de trigo para consumir em uma espécie
de papa, juntamente com outros alimentos, e mais tarde no Egito houve a invenção do pão
(ABITRIGO, 2016). Até os dias atuais o trigo é essencial, fazendo parte da base da pirâmide
alimentar, servindo de matéria prima para produção de diversos alimentos, como pães,
massas, bolos entre outros (SCHEUER, 2011).
É considerado o alimento básico da civilização ocidental sendo fonte de 20% das
calorias totais consumidas pela humanidade, através da intervenção do homem pode ser
disseminada por vários ecossistemas (EMBRAPA, 2001). O cereal é produzido em grande
quantidade, em diversas regiões devido a sua diversidade genética e uma grande capacidade
de adaptação edafoclimática. Desta forma é possível encontrar plantações de trigo desde
lugares com clima desértico como no Oriente Médio, como em regiões com grandes
quantidades de chuva como na China. No Brasil há a produção de trigo principalmente na
região Sul, mas também em alguns estados como Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso (EMBRAPA, 2007).
O clima brasileiro foi um dos primeiros problemas encontrados no país para a
produção de trigo. Com o passar dos anos a cultura teve seu desenvolvimento principalmente
nos estados da região Sul, que no começo do século XIX teve grande parte da cultura
devastada pela ferrugem (ABITRIGO, 2016).

O Brasil é um grande consumidor de trigo, porém sua agricultura não consegue


atender a demanda nacional tanto na quantidade quanto na qualidade do grão produzido, e
por isso o país se torna um grande importador. O trigo utilizado no Brasil vem principalmente
da Argentina, que produz um grão de maior qualidade para a indústria quando comparado ao
brasileiro. O problema do trigo no Brasil abrange desde o aspecto climático e tecnológico até
questões políticas (BRUM; MULLER, 2008).

O presente trabalho tem por objetivo trazer uma revisão bibliográfica da cultura do
trigo (Triticum ‘spp.), considerando a sua importância no cenário nacional e mundial para a
alimentação e para a economia, o que intensifica a importância de conhecer sua fenologia,
7

manejo, ciclo produtivo, as principais doenças e pragas, as condições favoráveis de clima,


solo, a época de cultivo ideal, armazenamento e escoamento da produção e as cultivares de
maior importância, para que através destes conhecimentos produtivos seja possível aumentar
o desempenho da cultura, a renda do agricultor e a qualidade dos grãos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

A classificação botânica da cultura do trigo é caracterizada da seguinte forma segundo


Scheuer 2011 família Poaceae, subfamília Pooideae e ao gênero Triticum, é classificado em
diferentes espécies, conforme o número de cromossomos: Triticum monococcum com 14
cromossomos, Triticum durum com 28 cromossomos e o trigo comum Triticum aestivum
com 42 cromossomos.
De aparência muito semelhante aos outros cereais de inverno, o trigo possui uma
estrutura formada em raízes, colmo, folhas e inflorescência. O sistema radicular é formado
por três grupos de raízes muito evidentes, são elas, as raízes seminais, as permanentes e
adventícias. Quanto as folhas da cultura, estas são formadas pela bainha, lâmina e aurículas
pilosas em sua base, e por final a lígula. No estágio final a cultura apresenta-se de 5 a 6 folhas
correspondentes ao número de nós. Os colmos portanto, são ocos, cilíndricos variando de 5 a
6 entrenós (SCHEEREN, CASTRO e CAEIRÃO, 2012).
A inflorescência da cultura é do tipo espiga composta, dística, com espiguetas
alternadas com oposição na ráquis, sendo que estas possuem de 2 a 9 flores fixadas
alternadamente e aderidas à ráquila. Geralmente, as flores superiores são +estéreis ou
imperfeitas e na base da espigueta tem as glumas que protegem as flores das espiguetas
(SCHEEREN, CASTRO e CAEIRÃO, 2012).

2.2 ESTÁDIOS FENOLÓGICOS

A fenologia de uma espécie cultivada constitui ferramenta eficaz de manejo que


possibilita identificar, por meio da observação dos caracteres morfológicos da planta, o
8

momento fisiológico ao qual se encontram associadas às necessidades do vegetal que, uma


vez atendidas, possibilita seu desenvolvimento normal e, conseqüentemente, bons
rendimentos à cultura. (CÂMARA, Gil M. S. 2016)

Usualmente, os estádios de desenvolvimento mais conhecidos do trigo são (por ordem


cronológica): plântula, afilhamento, alongamento, emborrachamento, espigamento,
florescimento, grão em estado leitoso, grão em massa, grão em maturação fisiológica e grão
maduro (SCHEEREN, CASTRO e CAEIRÃO, 2012).

No entanto os trabalhos científicos lançam mão de escalas, onde as escalas de Feekes


(1940)(tabela 1) modificada por Larges (1954) e a escala de Zadoks, Chang e Konzag(tabela
2) de 1974 são as mais utilizadas

Tabela 1

Estádio Afilhamento

1 Plantas recém-emergidas, com uma ou mais folhas.

2 Início do afilhamento.

3 Afilhos formados. Folhas enroladas em espiral. Algumas cultivares podem apresentar


hábito prostrado.
9

4 Início do aparecimento do pseudocaule. Bainhas foliares começam a alongar-se.

5 Pseudocaule (formado por bainhas foliares) fortemente desenvolvido.

Estádio Alongamento do colmo

6 Primeiro nó do colmo visível.

7 Segundo nó do colmo já formado.

8 Folha bandeira visível, mas ainda enrolada. Início do período de emborrachamento.

9 Lígula da folha bandeira já visível.

10 Bainha da folha bandeira completamente desenvolvida, mas as espigas ainda não são
visíveis.

Estádio Espigamento

10.1 Primeiras espigas recém-visíveis.

10.2 Um quarto do processo de espigamento completo.

10.3 Metade do processo de espigamento completo.

10.4 Três quartos do processo de espigamento completo.

10.5 Todas as espigas fora das bainhas.

Estádio Florescimento

10.5.1 Início do florescimento.

10.5.2 Florescimento completo na parte apical da espiga.

10.5.3 Florescimento completo na parte basal da espiga.

10.5.4 Final do florescimento, grãos no estágio aquoso.

Estádio Maturação

11 Grãos no estádio leitoso a maturação.

11.1 Grãos no estádio leitoso. 11.2 Grãos no estádio de massa (conteúdo macio e seco).

11.3 Grãos duros (difíceis de serem rompidos com a unha do polegar).

11.4 Maturação de colheita. Palhas secas


10

Tabela 2

Fonte: IAPAR

A escala Zadocks possui 10 fases subdivididas de 0 a 9.


11

Fonte: IAPAR

Fonte: IAPAR
12

Fonte: IAPAR

Fonte: IAPAR
13

Fonte: IAPAR

2.2 CLIMA E ÉPOCA DE CULTIVO

2.2.1 FOTOPERÍODO

O trigo com uma maior população de plantas aumenta a produtividade, devido à


maior exposição à radiação solar e CO2, menos em regiões onde a água pode limitar a
produção. Em situações sem limitações de água, o crescimento da planta é determinado pela
temperatura e pela intensidade luminosa, A intensidade luminosa tem significativa
importância no desenvolvimento do trigo pois a área foliar que intercepta luz para realizar
fotossíntese antes de formar as espigas determinam cerca de um terço da biomassa. A
competição pela luz durante a fase de pré-floração é mais crítica para a produção de grãos do
que nos estádios de desenvolvimento posteriores, inclusive, no período de enchimento de
grãos quando não há necessidade de alta intensidade luminosa, é importante no caso do trigo
que o arranjo de plantas, desenvolvimento foliar e o número de plantas possam cobrir
totalmente o solo para evitar surgimento de plantas espontâneas fotoblásticas positivas e
interceptar o máximo da radiação solar e luminosidade além de contribuir também para
redução da evaporação de água do solo (MANFRON, 1993).

2.2.2 TEMPERATURA

A velocidade do processo metabólico das plantas é controlada pela temperatura


existindo diferenças genotípicas nestas reações, afetando diferentes estádios de
desenvolvimento das plantas, para o crescimento do trigo, a temperatura ideal está entre 15 e
20°C, 20 e 25°C para o desenvolvimento da folha e, 15 e 20°C para o perfilhamento, com
uma temperatura mínima diurna de 5°C, durante a floração a planta de trigo é mais suscetível
aos danos por temperaturas extremas, causando esterilidade e reduzindo a formação de grãos.
O período compreendido entre a floração e a maturação, varia, geralmente, entre 30 e 80 dias,
sendo que os fatores da diminuição deste subperíodo são a baixa umidade do solo, altas
temperaturas e grande insolação (MANFRON, 1993).

Segundo dados do IAPAR 1997 as necessidades gerais são: Para a emergência


temperatura no solo em torno de 15ºC, umidade em torno de 120mm. (50-200mm.).Até o
perfilhamento temperatura entre 8 e 18ºC, umidade de 55mm./mês (30 a 80mm.). Fim do
perfilhamento ao espigamento temperatura entre 8ºC e 20ºC e chuvas mensais em 40mm.
Espigamento à maturação: Temperatura em torno de 18ºC, chuvas nunca acima de
60mm./mês. Geadas e ventos fortes são danosos ao trigo.

2.2.3 ÁGUA
14

Entre os elementos meteorológicos adversos para o trigo a precipitação, segundo


intensidade podem ser mais ou menos danosos. O excesso de chuva na fase de maturação
determina a quebra física da produção, a diminuição do peso do hectolitro e prejuízos no
aspecto do grão, a chuva provoca um decréscimo no número de grãos por espiga, no peso de
mil sementes e na produção do trigo. Pequenos períodos de suprimento inadequado de água,
se não coincidirem com períodos críticos das plantas, serão compensados por
desenvolvimento posterior em ocasiões favoráveis, o excesso de umidade relativa do ar após
a floração também é prejudicial (MANFRON, 1993).

2.2.4 ÉPOCA DE PLANTIO (zoneamento agrícola)

Os produtores de trigo devem estar atentos à época ideal de semeadura para


minimizar os riscos de perda de produtividade. Para evitar períodos de seca após a semeadura
e durante os estádios iniciais de enchimento de grãos, reduzir os riscos de geada no
florescimento e para fugir das prejudiciais chuvas durante a colheita, deve-se seguir as
recomendações de semeadura do Zoneamento Agrícola disponibilizado pelo Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento.

2.3 MELHORAMENTO

O melhoramento da cultura, se iniciou como a grande maioria das culturas, com a


domesticação das plantas pelo homem a 10000 anos na Mesopotâmia, no crescente fértil. Foi
o segundo grão cultivado na região, segundo os dados arqueológicos, após a cevada. A
seleção natural e surgimento de cultivares adaptados a condições ambientais diversificadas,
fizeram com que a cultura povoasse diferentes países (DOBNER, OLIVEIRA E MISSIO,
2013).
Foi responsável pelo desenvolvimento do ocidente, nessa época o trigo evoluiu a
partir de cruzamentos naturais esporádicos entre espécies ancestrais e plantas espontâneas, só
assim, o trigo passou a produzir maiores quantidades e se adaptar a diferentes condições
ambientais e assim o aumento da população foi possível. Há indícios que a escolha das
melhores sementes para plantio da safra seguinte e não para o consumo feita pelos
15

agricultores primitivos, deu o “pontapé” inicial para o melhoramento da cultura


(FERNANDES, 2000).
A origem do trigo (Triticum aestivum L.) utilizado hoje, principalmente para a
produção de farinha se deu pelo cruzamento de espécies ancestrais e daninhas diplóides com
sete pares de cromossomos (Triticum monococcum, Aegilops speltoides e Triticum tauschii),
essas hibridações ocorreram no Oriente Médio, na região do rio Nilo, Tigre e Eufrates. Com o
passar do tempo, essas hibridações deram origem a diferentes espécies com características
variadas, que com o passar do tempo, o homem selecionou as que mais eram apropriadas às
necessidades dele. O trigo atual, é hexaplóide, fruto do cruzamento de espécies tetraploides e
de T. tauschii (CARVALHO, 2015).
Como se vê no esquema apresentado por Ohlson (2007), adaptado e na figura (0x):

O cruzamento das espécies diplóides, acarreta na duplicação do número de


cromossomos, originando Triticum turgidum, tetraploide, essa por sua vez originou uma
espécie hexaploide (Triticum aestivum L.), com o cruzamento com uma espécie diploide:

O melhoramento do trigo permite aumento da produtividade e maior qualidade final


do produto, isso só é possível com a melhoria da arquitetura da planta, resistência e adaptação
a estresses causados por organismos vivos e mudanças no ambiente, permitindo o plantio na
região centro-sul do país (SCHEEREN et al., 2003).

2.4 CULTIVARES

O sucesso de uma lavoura depende, necessariamente, da escolha correta da cultivar a


ser semeada. Particularmente para cereais de inverno, onde a margem de receita obtida, em
média, é inferior ao das culturas de verão, a decisão correta é fundamental. Entretanto, a
16

opção por uma cultivar em detrimento às demais caracteriza-se pela complexidade, resultado
da interação de diversos fatores.

Em 2013, cento e seis cultivares de trigo foram disponibilizadas ao produtor, para as


diferentes regiões tritícolas do país. Em sua maioria, são trigos de primavera, para cultivo em
sistema de sequeiro.

Para que possa ser cultivada, a cultivar precisa estar registrada no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Informações referentes a registro e proteção de cada
cultivar (que define a obrigatoriedade ou não de pagamento de royalties) podem ser obtidas
no site do Ministério (BRASIL, 2007).

2.4.1 CULTIVAR BRS REPONTE

A cultivar obteve título de campeã de produtividade, segundo o Ensaios Estadual de


Cultivares de Trigo 2016, obteve um resultado médio de 102 sc/ha (6136 kg). tem como
finalidade panificação, mas também se enquadra para o perfil de trigo tipo exportação, uma
nova modalidade de comercialização que está sendo desenvolvida, essa modalidade é
classificada através de caracterizada como trigos produtivos, com força de glúten W entre
200-220 e com teor de proteína superior a 12%. É indicada para os estados da região sul,
ciclo precoce com maturação em 133 dias e altura média de 87 cm. Resistência ao oídio,
possui boa sanidade em relação às principais doenças, juntamente a suas características
fisiológicas, permitem aos produtores, o uso de um manejo de insumos racional
características importantes para alcançar bons resultados produtivos (EMBRAPA TRIGO,
2018).

2.4.2 CULTIVAR BRS PASTOREIO

Trigo de duplo propósito (DP), destinado tanto à produção de grãos quanto à


alimentação animal. O ciclo tardio (espigamento em 103 dias e maturação 156 dias), garante
elevada produção de forragem (2.442 kg/ha na soma de dois cortes) com grande oferta de
pasto ou feno. BRS Pastoreio é um trigo mútico, desenvolvido para apresentar ausência de
aristas (filamentos na espiga do trigo) que indicam a cultivar para silagem de planta inteira,
sem riscos de ferir a mucosa animal durante a ingestão do alimento. A produtividade na
silagem (massa verde) chega a 28.059 kg/ha e o rendimento de grãos (após dois cortes) é de
17

3.037 kg/ha (média de cinco locais do RS). O trigo DP é adaptado às regiões do Rio Grande
do Sul. Moderadamente resistente às principais intempéries da região (geada na fase
vegetativa, acamamento, debulha, germinação na espiga) e a doenças do trigo (manchas
foliares, ferrugem da folha, oídio e giberela) (EMBRAPA TRIGO, 2018).

2.4.3 CULTIVAR BRS 331

Estatura média com até 80cm. Seu grão é extra duro, de coloração vermelha, sem
ocorrência de mosqueado (pança branca). Sua produtividade média é de 6.700kg/ha. Ciclo
superprecoce de 75 dias até o espigamento e 125 dias até a maturação. É resistente ao oídio,
moderadamente resistente/resistente ao vírus do mosaico, moderadamente resistente à
giberela e à mancha da gluma. É moderadamente resistente/moderadamente suscetível à
ferrugem da folha, manchas foliares e é moderadamente suscetível ao vírus do nanismo
amarelo da cevada (VNAC). É também moderadamente resistente/resistente ao acamamento,
moderadamente resistente à geada na fase vegetativa (queima de folha), é moderadamente
resistente/moderadamente suscetível à debulha natural, é moderadamente
suscetível/suscetível à germinação na espiga e moderadamente suscetível ao crestamento. É
classificado como trigo doméstico na região ou trigo pão variando conforme a região
(EMBRAPA TRIGO, 2018).

2.4.4 CULTIVAR BRS MARCANTE

A nova cultivar de trigo da Embrapa BRS Marcante está alinhada com os princípios de
produtividade de grãos, perfil para panificação e boas resistências às doenças foliares do
trigo. Possui estatura e ciclo médio além de alta capacidade de perfilhamento. Seu
desempenho nos ensaios de competição e unidades de observação tem atendido as
expectativas de produtores e técnicos sendo uma excelente opção de escolha para maior
rentabilidade das lavouras de trigo na região sul do Brasil, pois apresenta produtividades de
Média: 5448 kg/ha (91 sacas), Máxima: 7452 kg/há (124 sacas), ou média 4690 kg/ha (78
sacas), Máxima: 7127 kg/ha (119 sacas) variando conforme a região(EMBRAPA TRIGO,
2018).

2.4.5 CULTIVAR BRS 374

Possui estatura baixa com 76 cm. Seu rendimento médio é de 7.700kg/ha. Ciclo precoce, com
80 dias até o espigamento e 136 dias até a maturação. Apresenta moderada resistência à
18

mancha da gluma e ao oídio, é moderadamente resistente/ moderadamente suscetível a


manchas foliares, é moderadamente suscetível ao vírus do mosaico e ao vírus do nanismo
amarelo da cevada (VNAC) e suscetível à ferrugem da folha e à giberela. É resistente ao
crestamento, à debulha natural e à geada na fase vegetativa. É moderadamente
resistente/resistente ao acamamento e moderadamente resistente/moderadamente suscetível à
germinação na espiga. É classificado como trigo básico e possui grão é semiduro(EMBRAPA
TRIGO, 2018).

2.4.6 CULTIVAR PARRUDO

Possui estatura média de 85 cm. Seu grão é classificado como muito duro, de coloração
vermelha e boa resistência à formação de grãos mosqueados (pança branca). Produtividade
média de 7.700kg/ha. Ciclo precoce/médio de 85 dias até o espigamento e de 135 dias até a
maturação. É resistente ao oídio e ao vírus do mosaico, é moderadamente resistente à
giberela, mancha da gluma e manchas foliares. É moderadamente resistente/moderadamente
suscetível à ferrugem da folha e é moderadamente suscetível ao vírus no nanismo amarelo da
cevada (VNAC). É moderadamente resistente/resistente ao acamamento e ao crestamento,
moderadamente resistente à debulha natural e à geada na fase vegetativa e moderadamente
suscetível à germinação na espiga. Está classificado como trigo pão/melhorador (EMBRAPA
TRIGO, 2018)

2.4.7 CULTIVAR BRS GUAMIRIM

De porte alto com 95cm, seu grão é semimole. Produtividade média de 3.700kg/ha. Ciclo
precoce sendo 80 dias para o espigamento e 131 para maturação.É considerada
moderadamente resistente/resistente ao vírus do mosaico, é moderadamente resistente à
giberela, mancha da gluma, manchas foliares e moderadamente resistente/moderadamente
suscetível ao vírus no nanismo amarelo da cevada (VNAC) e é moderadamente
suscetível/suscetível à ferrugem da folha. É também moderadamente resistente ao
crestamento, debulha natural, geada na fase vegetativa (queima de folha) e moderadamente
suscetível/suscetível ao acamamento. Se encontra na classe comercial de trigo pão e trigo
doméstico (EMBRAPA TRIGO, 2018)

2.5 MANEJO DO SOLO

Para cultivo de trigo é preciso fazer o preparo da terra com no mínimo um mês de
antecedência ao processo de semeadura. Para ter a garantia de que o terreno esteja ideal para
a boa germinação, o primordial para o sucesso da correção com calcário, fertilizante ou
ambos é realizar a análise do solo(SYNGENTA, 2018).
19

O adubo tem a absorção dos elementos intensificada com o uso do calcário, este
ainda corrige a acidez do solo. A calagem favorece o desenvolvimento das raízes e facilita a
utilização dos nutrientes do solo e dos adubos pelas plantas. Já o uso de fertilizantes, que
representam aproximadamente 25% do investimento na lavoura, segundo a Embrapa, ajuda
no incremento da produtividade e pode impactar na qualidade dos grãos. A ureia, de acordo
com a entidade, tem sido o principal fertilizante utilizado no trigo devido ao menor custo por
unidade de nutriente dentre os adubos nitrogenados disponíveis no mercado (PORTAL
SYNGENTA, 2018).

2..5.1 CORREÇÃO DA FERTILIDADE E ADUBAÇÃO

2.5.1.1 CRÍTICA AO MODELO BRASILEIRO DE FERTILIZAÇÃO FOSFATADA DE


ALTA SOLUBILIDADE

O fósforo tem problemas com a sua absorção pelas plantas visto que este fica
adsorvido no solo, pois passa pelo processo de retrogradação, podendo se tornar apatita em
solos de clima temperado ou fosfatos de Al e/ou Fe em climas tropicais ou ainda pela
adsorção do fósforo ou o fosfato na superfície da argila, ficam indisponíveis para planta,
embora possam voltar a fazer parte da nutrição vegetal dependendo da espécie, ou por
mudanças de pH ou ação de microorganismos (CHAVES; OBA, 2004).

Com isso, os produtores fazem uma super aplicação para compensar essa perda e
também a perda devido às chuvas, pois os fertilizantes são altamente solúveis, podendo ser
arrastados para o lençol freático (CHAVES;OBA, 2004). Essa alta solubilidade juntamente
com a superdosagem afetam o equilíbrio bioquímico da planta, a tornando mais suscetível a
ataques de pragas e doenças, como diz a teoria da trofobiose (DEFFUNE, 2018). Além disso
essa superdosagem pode trazer problemas ambientais além de futuros problemas de escassez,
como é o caso do Brasil, que usa como fonte de P para as culturas rochas fosfáticas
magmáticas, que previsões ficar cada vez mais escasso até 2050. Esse modelo usado no
Brasil se assemelha aos usados em países de clima temperado, que tem solos muito diferentes
do país, que é tropical (Tabela 4). Solos tropicais tendem, devido ao clima e umidade, a serem
20

mais intemperizados, com baixa CTC e assim sofrendo com maior lixiviação e acúmulo de
hidróxidos de Fe e Al (CHAVES; OBA, 2004).

2.5.1.2 ADUBAÇÃO E CALAGEM

A aplicação de calcário deve considerar a porcentagem de saturação por bases.


Quando a porcentagem em saturação por bases for inferior a 50%, calcular a quantidade de
calcário necessária para atingir 60% da saturação por bases.(SISTEMAS DE PRODUÇÃO
EMBRAPA, cultivo do trigo; 2014).

Embora a recomendação de adubação para a cultura do trigo seja norteada por


critérios diferentes entre os estados, a finalidade é elevar o teor de nutrientes no solo a
quantidades suficientes para que o trigo expresse seu potencial de rendimento, quando
atendidos outros fatores limitantes (água, sanidade de plantas, controle de plantas invasoras,
condições de clima, etc.). Dessa forma, a recomendação de adubação será aqui descrita por
estado onde a cultura do trigo é recomendada para cultivo, de acordo com o zoneamento
agrícola aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (pode ser
consultado em http://www.agricultura.gov.br) (BRASIL, 2013).

Estado do Paraná

Nitrogênio

A adubação nitrogenada deve ser aplicada em duas épocas, uma na semeadura e outra
em cobertura no perfilhamento do trigo. A recomendação de adubação considera, como fator
preponderante, as culturas antecedentes, se leguminosas (soja) ou gramíneas (milho). Além
disso, os resultados de pesquisa sugerem aplicar doses de N um pouco mais elevadas na fase
inicial de desenvolvimento do trigo, como por exemplo na semeadura. (SISTEMAS DE
PRODUÇÃO EMBRAPA, 2014)

A indicação do Manual da EMBRAPA é de que seja aplicado 20kg/ha na semeadura


para as cultivares de sequeiro e irrigada, e na cobertura 20 kg/ha e 100 kg/ha
respectivamente.

Fósforo e potássio
21

A quantidade recomendada de P2O5 e de K2O considera a obtenção do máximo retorno


econômico pela cultura do trigo. A relação entre os teores de P e K no solo e as quantidades a
aplicar é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1. Interpretação dos teores de P e de K no solo e indicação das doses de P2O5 e K2O
para a cultura do trigo no Paraná.
Fósforo Potássio
Teor de P no solo(1) P2O5 Teor de K no solo1 K2O
3----- mg/dm3 ----- ----- kg/ha ----- --- cmolc/dm3 --- ----- kg/ha -----
<5 60 – 90 ≤10 60 - 80
5–9 40 – 60 0,10 – 0,30 40 - 60
>9 20 – 40 > 0,30 30 - 40
(1)
Extraído pelo método de Mehlich-I.
Observação: cmolc K/dm3 x 391= mg K/dm3.
Fonte: Reunião... (2013).

Micronutrientes

Os trabalhos de pesquisa não têm constatado respostas que suportem a necessidade de


aplicação de micronutrientes no trigo e, portanto, esta prática não tem sido
utilizada.(EMBRAPA; 2014)

2.5.1.3 Adubação orgânica

O cultivo orgânico é uma boa opção para o agricultor, que agrega valor ao seu
produto, reduz os custos com insumos e produz um alimento de maior qualidade para a saúde
e menos agressivo ao meio ambiente (FERREIRA, 2011).

Para a correção do pH e teores de Fósforo e Potássio, da mesma forma pode-se


utilizar calcário, dolomítico, calcítico ou magnesiano e como fonte de fósforo outras
alternativas como o termofosfato e fosfato natural. Para a fosfatagem com fontes alternativas
como termofosfato e fosfato natural recomenda-se realizá-la três meses antes da calagem,
buscando-se maior solubilização destes compostos no solo, (FRÁQUAS, 2005). A correção
do Potássio pode ser realizada a aplicação de sulfato de potássio e sulfato duplo de potássio,
22

sendo o cloreto de potássio não permitido no manejo orgânico de solos, (RAMALHO &
PIRES, s.d).
Outra prática muito recorrente para aumentar a produção dos cultivos é a utilização de
adubos verdes.

2.6 SEMEADURA

A densidade a ser adotada deverá considerar a indicação para cada cultivar e para
cada região produtora, segundo a EMBRAPA TRIGO 2014 deve estar conforme a indicação
técnica das instituições de pesquisa e/ou dos obtentores das cultivares. Rio Grande do Sul e
Santa Catarina: a densidade de semeadura indicada é de 250 sementes viáveis/m2 para
cultivares semi tardias e tardias; para cultivares precoces e médias a densidade indicada é de
300 à 330 sementes viáveis/m2; para cultivares tardias, quando usadas em duplo propósito, a
densidade indicada é de 330 a 400 sementes viáveis/m2 (EMBRAPA, 2014).

Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo: A densidade indicada é de 200 a 400
sementes viáveis/m2, em função do ciclo, porte das cultivares e, algumas vezes, quanto aos
tipos de clima e solo(EMBRAPA, 2014).

Minas Gerais, Goiás, Bahia, Mato Grosso e Distrito Federal: a densidade indicada
para trigo irrigado é de 270 a 350 sementes viáveis/m2 e para trigo de sequeiro de 350 a 450
sementes viáveis/m2 (EMBRAPA, 2014).
A distância entre linhas normalmente indicada para trigo é de 17 cm, sendo, no
máximo, 20 cm. A profundidade de semeadura deve variar de 2 cm a 5 cm (EMBRAPA,
2014)

2.6.1 SISTEMA DE PLANTIO CONVENCIONAL

Segundo Pires e Santos (2015) a semeadura convencional compreende aração e


gradagens para nivelamento da área, com revolvimento do solo e incorporação de restos da
cultura antecessora. Atualmente é pouco empregado nas áreas de trigo, nas quais são
amplamente difundidas as práticas do plantio direto.
23

2.6.2 SISTEMA DE PLANTIO DIRETO

De acordo com a Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale de


2013, o sistema plantio direto deve atender pelo menos cinco preceitos da agricultura
conservacionista: mobilização de solo restrita à linha de semeadura; diversificação de
espécies, via rotação, sucessão e/ou consorciação de culturas; solo permanentemente coberto;
minimização do intervalo de tempo entre a colheita e a semeadura subsequente, conhecido
como processo colher-semear; e implantação de práticas mecânicas ou obras hidráulicas para
disciplinar a enxurrada e controlar a erosão hídrica. Pires e Santos (2015) citam os benefícios
do plantio direto elencados nesta reunião, quais são: redução de perdas do solo e água por
erosão, a redução de perdas de água por evaporação, a redução da incidência de plantas
daninhas, a redução da taxa de decomposição da matéria orgânica do solo, da demanda de
mão de obra, dos custos de manutenção de máquinas e equipamentos, e do consumo de
energia fóssil, a preservação estrutura do solo e da fertilidade química, fisica e biológica do
solo e a promoção do sequestro de carbono no solo.

2.7 INÇOS

Um dos fatores limitantes do potencial de rendimento da cultura de trigo é a


interferência causada pelas plantas daninhas (VARGAS e BIANCHI, 2011). De acordo com a
obra de Lamego et al. (2013), a competição com as plantas infestantes causa grandes perdas
em produtividade ao trigo, gerando aumento nos custos de produção com a utilização de
herbicidas, o que torna a cultura cada vez menos atraente economicamente.

Os fatores edafoclimáticos influem na ocorrência e na distribuição de inços. Devido a


ampla diversidade de regiões brasileiras em que o trigo é cultivado, várias espécies de plantas
daninhas causam perdas econômicas na produtividade da cultura (ROMAN et al., 2006).

O grau de competição das plantas daninhas varia com a espécie, densidade


populacional, duração da competição e com condições de ambiente (SWANTON e WEISE,
1991 apud ROMAN et al., 2006).

Roman et al. (2006), preconiza que as perdas causadas pelos inços na produtividade
de trigo podem ser devido a competição, pelo efeito alelopático ou indiretamente, em sua
obra os autores ainda discorrem que a redução mais acentuada da produtividade ocorre
quando a competição se dá logo nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura.
24

As principais plantas daninhas do trigo, dentre as Liliopsidas, são o


azevém (Lolium multíflorum), a aveia preta (Avena strígosa), e a aveia
branca (Avena satíva); já dentre as Magnoliopsidas, o cipó-de-veado
(polygonum convovuus), o nabo (Raphanus raphanístrum e R.
satívus), a erva-salsa (Bowlesía íncana), a flor-roxa (Echíum
plantagíneum), a serralha (Sonchus oleraceus), a silena (Sílene
gallíca) e a gorga (Spergula arvensís) são as mais comuns e que
causam maiores danos ao trigo (VARGAS e BIANCHI, 2011).

Lamego et al. (2013), expõe que na região sul as plantas que destacam-se como os principais
inços infestantes da cultura são o azevém (Lolium multiflorum), aveia preta (Avena strígosa) e
nabo (Raphanus spp.).

2.7.1 MÉTODOS DE CONTROLE

O controle de plantas daninhas consiste na adoção de práticas que resultem na


redução da infestação, mas não necessariamente na sua completa eliminação ou erradicação
(VARGAS e BIANCHI, 2011). O controle de inços no trigo constituem-se principalmente
nos métodos preventivos , culturais e químicos, devendo ser utilizados de maneira integrada
(ROMAN et al., 2006).

2.7.1.1 CONTROLE PREVENTIVO

O Controle preventivo é composto por métodos baseados em em dois pressupostos,


sendo o primeiro que consiste em evitar a entrada dos inços na área de produção enquanto o
segundo é evitar que se dissemine pela área (ROMAN et al., 2006). segundo Vargas e Bianchi
(2011), essa prática não programa a eliminação das espécies que infestam a área, mas visa, a
redução da infestação.

Segundo Roman et al. (2006), embora requeiram atenção por parte do produtor,
constituem-se em medidas eficientes e de baixo custo:

1. Uso de sementes livres de sementes de plantas daninhas. A aquisição de sementes de


fontes não confiáveis pode causar sérios problemas, como a introdução de espécies
exóticas;
25

2. Limpeza de máquinas e equipamentos antes de transferi-los de áreas infestadas para


áreas limpas. Esta é uma das maneiras mais fáceis de redução dos problemas com
plantas daninhas;
3. Manutenção das áreas próximas da lavoura livres de plantas daninhas, bem como em
locais próximos de cercas e bordas de lavouras;
4. Não permitir que animais movam-se diretamente de áreas infestadas para áreas livres
de plantas daninhas;
5. Evitar que as plantas daninhas produzam sementes ou outros órgãos de reprodução.

2.7.1.2 CONTROLE CULTURAL

O controle cultural consiste em usar qualquer condição ambiental ou, características


ecológicas da cultura e da planta infestante, de forma que a primeira leve vantagem na
competição, tendendo a diminuir os danos das plantas daninhas sem aumento no custo de
produção (VARGAS e BIANCHI, 2011; EMBRAPA TRIGO, 2015).

Roman et al. (2006), trazem que na presença de inços vários são os fatores que agem
contribuindo para que a cultura se estabeleça e tenha condições de desenvolver-se rápido e
vigorosamente, assim competindo eficientemente por água, luz e nutrientes:

1. Semeadura sem a presença de inços;


2. Adubação Correta;
3. Uso de sementes de qualidade e de cultivares adaptadas;
4. Densidade, época e profundidade de semeadura;

A rotação de culturas impede o aumento de uma determinada espécie em razão da


monocultura (VARGAS e BIANCHI, 2011). Isso acontece devido ao fato de que algumas
espécies adaptam-se melhores a determinada cultura, sendo assim, que se a mesma cultura
seja cultivada na mesma área por reiteradas vezes, a tendência é de que os inços melhor se
adaptem àquelas condições.

A escolha das culturas a serem usadas deve levar em consideração as plantas daninhas
existentes na área, além das características físicas, químicas e topográficas dessas (VARGAS
e BIANCHI, 2011).

2.7.1.3 CONTROLE MECÂNICO


26

O controle mecânico consiste em utilizar equipamentos que eliminem os inços através


do efeito físico, o arranquio manual é a forma mais antiga utilizada pelo homem (VARGAS e
BIANCHI, 2011).

Apesar do controle mecânico apresentar-se bastante econômico para o agricultor,


segundo Cunha et al. (2014), o tal método de controle ocorre geralmente em pequenas áreas,
caracterizando-se pela capina ou arranquio manual. Em grandes propriedades, o uso do
controle mecânico de plantas daninhas é bastante reduzido, em razão da necessidade de maior
agilidade (VARGAS e BIANCHI, 2006).

Segundo Fleck (1992) apud Vargas e Banchi (2011), os principais mecanismos


responsáveis pelo controle das plantas daninhas por meio do método mecânico são:

1. Enterrio - as plantas morrem por falta de luz para fotossíntese;


2. Corte - consiste na separação da parte aérea das raízes;
3. Dessecação - as raízes, rizomas e estolões são expostos e acabam morrendo por
desidratação;
4. Exaustão - a estimulação repetida da brotação das gemas leva à exaustão das reservas
e morte das gemas (esse método é de grande importância para plantas perenes).

2.7.1.4 CONTROLE QUÍMICO

O controle químico, por meio do uso de herbicidas, é o método mais utilizado para
controle de plantas daninhas em cereais de inverno (VARGAS e BIANCHI, 2011). De acordo
com Cunha et al. (2014), a indicação do controle químico considera apenas a eficiência e
agilidade e não a economicidade de cada tratamento.

O uso de herbicidas pelo fato de sua eficiência tem levado, em muitos casos a uma
grande dependência de compostos químicos, acarretando na exclusão dos outro métodos
(ROMAN et al., 2006). A dependência deste método leva a um maior custo de produção, pois
muitas vezes, o agricultor compara a eficiência do controle químico com as medidas
mecânicas. Sendo que, tal método de controle deve ser visto como uma ferramenta adicional
e não como único método para diminuir os prejuízos causados pelos inços (ROMAN et al.,
2006).

A seguir, fundamentos que devem ser observados na seleção do tratamento com


herbicida (VARGAS e BIANCHI, 2011):

1. Identificação das espécies problemas;


2. Aplicação do herbicida quando as plantas daninhas estiverem em estádio inicial, em
crescimento ativo e quando a cultura estiver no estádio adequado de desenvolvimento;
3. Uso de equipamento adequado e em perfeitas condições;
27

4. Regulagem do pulverizador para assegurar a aplicação na dose correta;


5. Leitura e uso das instruções do rótulo do herbicida e dos adjuvantes a ser usados;
6. Observação do plano de rotação de culturas, para evitar problemas com o efeito
residual de herbicidas para a próxima cultura.

Os herbicidas devem ser utilizados com critérios rígidos, considerando seus custos,
eficiência e segurança ao ambiente e ao homem, fazendo parte de um programa integrado de
controle de plantas daninhas (VARGAS e BIANCHI, 2011). A resistência e a mudança na
população de inços podem ser evitadas pela integração de medidas de manejo, assim como, a
rotação de culturas, uso alternado de mecanismos de ação de herbicidas (ROMAN et al.,
2006).

Na tabela a seguir encontram-se os produtos indicados e registrados para o uso na


cultura do trigo:

FONTE: EMBRAPA

2.8 MANEJO FITOSSANITÁRIO


28

2.8.1 PRINCIPAIS ESPÉCIES FITÓFAGAS: TRATAMENTOS PREVENTIVOS E


CURATIVOS

Na lavoura de trigo muitas espécies de insetos e algumas outras de


invertebrados fitófagos podem ser encontradas (PEREIRA, SALVADORI e LAU,
2010). Ainda de acordo com Pereira, Salvadori e Lau (2010), é relativamente pequeno
o número daqueles que podem ser considerados pragas. Pulgões, lagartas
desfolhadora e corós , por apresentarem maior abrangência geográfica e atingirem
frequentemente níveis que exigem controle, podem ser consideradas pragas
principais.

2.8.1.1 PERCEVEJOS

Os percevejos (Hemiptera) são insetos sugadores, de desenvolvimento


paurometabólico, passando pelas fases de ovo, ninfa e adulto. As espécies mais
comumente encontradas em trigo pertencem à família Pentatomidae como os
percevejos-barriga-verde, Dichelops melacanthus e D. furcatus (DEUS, OLIVEIRA e
SOUZA, 2016).

Esta espécie tem sido encontrada desde o plantio da cultura do trigo até a fase
de espigamento, sendo que a fase de maior susceptibilidade ao ataque se da entre o
emborrachamento/espigamento (GASSEN, 1983 apud DEUS, OLIVEIRA e SOUZA,
2016).

O cultivo de safrinha de milho e a presença da palha na superfície do solo têm


sido associados com este fato, fazendo com que insetos se mantenham na área e
busquem o trigo para se alimentar após a emergência das plântulas (PEREIRA,
SALVADORI e LAU, 2010).

Plântulas atacadas apresentam folhas com perfurações transversais, inclusive


com necrose do tecido, provocando o dobramento das folhas ou quebrado no sentido
perpendicular as perfurações, podendo ainda algumas adquirir aspecto de charuto ao
enrolar e deformadas (DEUS, OLIVEIRA e SOUZA, 2016).

Assim, os prejuízos causados pelos danos do percevejo barriga-verde podem


variar desde a perda total da planta até perdas de 30% da produção nas plantas
sobreviventes (PEREIRA, SALVADORI e LAU, 2010).

Com relação ao controle químico de D. furcatus, não há registro no Ministério


da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) de produtos para pulverização
29

foliar, existindo apenas registro para o princípio ativo inseticida tiametoxam, indicado
para uso em tratamento de sementes (DEUS, OLIVEIRA e SOUZA, 2016).

2.8.1.2 LAGARTAS

Existe a (Lepidoptera, Noctuidae) que se alimentam das folhas e de outros órgãos da


parte aérea das plantas. Pseudaletia sequax, conhecida pelo nome comum de lagarta-do-trigo
e Spodoptera frugiperda, denominada largata-militar, insetos de desenvolvimento
holometabólico, ou seja, passam pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto para completar seu
ciclo de vida (DEUS, OLIVEIRA e SOUZA, 2016).

Na cultura do trigo, as lagartas consomem o limbo foliar, a arista e espigueta,


permanecendo, algumas vezes, somente o colmo e parte do ráquis das plantas. Na fase de
maturação, é comum observarem-se as espigas dos afilhos mais atrasados, cortadas e caídas
no solo (PEREIRA, SALVADORI e LAU, 2010).

Esta praga ocorre com maior frequência nas regiões tritícolas de inverno seco e pouco
rigoroso, como o Norte do Paraná, Mato Grosso do Sul e latitudes inferiores (DEUS,
OLIVEIRA e SOUZA, 2016).

Os adultos desta lagarta são mariposas de coloração geral pardoacinzentadas, com


2,0 de comprimento e 3,0 cm de envergadura. Cada fêmea pode colocar mais de mil
ovos, divididos em posturas (massas) sobre as folhas. As lagartas, que podem
atingir cerca de 4,0 cm de comprimento e, à medida que crescem, vão escurecendo
adquirindo uma coloração quase preta. A fase larval da lagarta-militar dura em
torno de três semanas. No último estádio larval, que dura de 5 a 7 dias, a lagarta
consome em torno de 80% de seu potencial. A lagarta militar ocorre desde o início
do desenvolvimento da cultura de trigo, consumindo folhas e plântulas, provocando
atrasos no desenvolvimento e redução na população de plantas (DEUS, OLIVEIRA
e SOUZA, 2016).
30

2.8.1.3 PULGÕES

Várias espécies de afídeos ou pulgões (Hemiptera, Aphididae) ocorrem na cultura de


trigo, dependendo da época do ano e da região tritícola. As mais comuns são o
pulgão-verde-dos-cereais, Schizaphis graminum, o pulgão-do-colmo-do-trigo ou
pulgão-da-aveia, Rhopalosiphum padi, o pulgão-da-folha-do-trigo, Metopolophium
dirhodum, pulgão-da-espiga-do-trigo, Sitobion avenae, e o pulgão-preto-dos-cereais Sipha
maydis (PEREIRA, SALVADORI e LAU, 2010).

Os afídeos apresentam corpo relativamente pequeno, mole e piriforme. O aparelho


bucal é do tipo picador-sugador; as antenas são longas e o abdome tem dois apêndices
característicos (sífúnculos) e uma pequena cauda. Nas condições climáticas brasileiras, os
afídeos do trigo são vívíparos (não põem ovos). As fêmeas parem diretamente ninfas (formas
jovens, sem asas, semelhantes aos adultos); reproduzem-se sem ocorrência de machos e
geram apenas fêmeas (partenogênese telítoca). Devido à alta prolificidade e ao ciclo
biológico curto, em condições favoráveis, desenvolvem rapidamente colônias numerosas,
formadas por fêmeas aladas e ápteras e por ninfas de diferentes tamanhos (ínstares)
(PEREIRA, SALVADORI e LAU, 2010).

Os danos dos pulgões podem ser ocasionados diretamente, através da sucção da seiva
e de suas consequências no rendimento de grãos, diminuindo tamanho, número e peso dos
grãos e o poder germinativo de sementes (PEREIRA, SALVADORI e LAU, 2010).

Um dos principais danos dos afídeos, porém causados de forma indireta, é a


transmissão de vírus fitopatogênicos que reduzem o potencial de produção do trigo, como o
Barley yellow dwarf vírus (BYDV), comumente denominado Vírus do Nanismo Amarelo da
Cevada (VNAC).
31

Fonte: PEREIRA, SALVADORI e LAU (2010).

2.8.1.4 MÉTODOS DE CONTROLE

2.8.1.4.1 MÉTODO CULTURAL

Plantio logo no início do período chuvoso,faz com que, em geral, o ataque de pragas
seja menor devido a existência de menor população no início de infestação.

Rotação de culturas, áreas plantadas anteriormente com gramíneas, geralmente


possuem alta população de pragas subterrâneas destas culturas, evitar plantio próximo a
32

outras gramíneas, as quais podem servir de foco para criação de pragas,. Incorporação dos
restos culturais após a colheita (DEUS, OLIVEIRA e SOUZA, 2016).

De acordo com Deus, Oliveira e Souza (2016), o plantio com solo úmido ajuda na
forma de que o desenvolvimento inicial das plantas é maior, sendo que estas então, ficam
menos suscetíveis a pragas como as lagartas.

2.8.1.4.2 CONTROLE BIOLÓGICO

De acordo com Deus, Oliveira e Souza (2016), o controle biológico se dá de modo


aplicado com:

Uso de Bacillus thuringiensis no controle de lagartas Liberação de parasitóides, pelo Centro


Nacional de Pequisa do Trigo (CNPT) das seguintes espécies: Aphelinus asychis, Aphidius
ervi, A.hopalosiphi, A.uzbekistanicus, Ephedrus plagiator, Praon gallium, P. volucre e
Aphidius testaceipes.

Para os pulgões, foi realizado a introdução, multiplicação, colonização e liberação de


parasitoides pelo Centro Nacional de Pesquisa do Trigo (CNPT). Parasitoides liberados nos
estados: MS, PR, SC e RS, de espécies parasitóides: Aphelinus asychis, Aphelinus ervi,
A.rhopalosiphi, A.uzbekistanicus, Ephedrus plagiator, Praon gallium, P.volucre e Aphidius
testaceipes. E predadores: Joaninha crispídeos, etc. (DEUS, OLIVEIRA e SOUZA, 2016).

O Controle químico de pragas subterrâneas não é indicado, mas praticas culturais


(aração e gradagem) atenuam o problema, entretanto práticas como essa desfavorecem os
inimigos naturais (DEUS, OLIVEIRA e SOUZA, 2016)..

2.8.2 PRINCIPAIS FITOPATÓGENOS: SEUS TRATAMENTOS PREVENTIVOS E


CURATIVOS

Em cereais de inverno a incidência de doenças é um fator limitante do potencial


produtivo destas culturas no Brasil. De acordo com Bacaltchuk et al. (2006). Doenças
causadas por fungos, bactérias e vírus causam danos significativos à cultura do trigo no Brasil
(SANTANA et al., 2012). Na história da cultura do trigo no Brasil, segundo Bacaltchuk et al.
(2006), mais de uma vez, grandes epidemias de doenças causadas por fungos foram
causadores da quase extinção do cereal no país.

A infecção por estes agentes patogênicos pode ocorrer em diferentes estádios de


desenvolvimento da planta e os sintomas manifestarem-se em diferentes órgãos como raízes,
colmos, folhas e espigas (SANTANA et al., 2012).
33

O êxito no manejo das doenças requer sua correta identificação, entendimento das
condições que favorecem o seu desenvolvimento e conhecimento das medidas de controle
disponíveis (SANTANA et al., 2012).

Os controles cultural e químico têm sido os processos mais usados pelo sistema
produtivo para se defender das enfermidades da cultura em determinada região ou época
(BACALTCHUK et al., 2006).

2.8.2.1 FERRUGEM DA FOLHA (Puccínía tritícína)

Caracteriza-se pelo aparecimento de pústulas, com esporos de coloração amarelo


escuro a marrom, na superfície das folhas (SANTANA et al., 2012). surgem da emergência
até o estádio de maturação, causando perdas de produtividade que podem superar 50%,
reduzindo a área fotossintética e aumento a respiração (BACALTCHUK et al., 2006).

As condições ambientais que favorecem a doença é de temperatura entre 15 e 20°C


com elevada umidade do ar. Segundo Bacaltchuk et al. (2006), o fungo necessita de, no
mínimo, três horas de umidade contínua. Sendo que o período de molhamento foliar é
dependente da temperatura.
O controle preventivo se dá na eliminação de plantas hospedeiras do agente causal, o
qual é biotrófico, sobrevivendo na fase parasitária na lavoura e em plantas voluntárias.
O controle cultural se dá pela utilização de plantas resistentes, rotação de culturas para
diminuir o tempo que o agente causal fique na área de cultivo.
O controle químico assim como Santana et al. (2012), indica aplicação no
aparecimento dos primeiros sintomas. Dá-se preferência aos triazóis sistêmicos e
estrobilurinas, registrados no MAPA.
34

Fonte: EMBRAPA

2.8.2.2 GIBERELA (Gibberella zeae/Fusarium graminearum)

Lavouras afetadas por giberela são facilmente reconhecidas pela descoloração precoce
de espiguetas. A espiguetas afetadas produzem grãos chochos, enrugados e com coloração
branco-rosada a pardo-clara (BACALTCHUK et a., 2006). Com o desenvolvimento da
doença pode-se observar uma coloração salmão na superfície das glumas (SANTANA et al.,
2012).
Condições climáticas que favorecem o desenvolvimento da doença são temperatura
entre 20 e 25 ºC e precipitação pluvial, de no mínimo 48 horas consecutivas.
O controle químico poderá não ser efetivo devido o longo período de suscetibilidade
da cultura e à dificuldade da aplicação de fungicidas . A prática do controle químico de
acordo com Bacaltchuk (2006), se faz mais efetivo aplicado preventivamente.
O controle cultural se dá pela utilização de cultivares moderadamente resistentes,
escalonamento da semeadura e cultivares com ciclos diferentes de espigamento.

Fonte: EMBRAPA
35

2.8.2.3 OÍDIO (Blumeria graminis f. sp, tritici)

Os primeiros sintomas podem ser observados ainda na fase inicial da cultura, .antes
do perfilhamento. O crescimento micelial do fungo sobre as folhas têm aspecto de pó branco
ou cinza. Sob o micélio, a folha apresenta-se amarelada. Pode afetar espigas e aristas de
cultivares suscetíveis (SANTANA et al., 2012).
A doença reduz a produção de grãos entre 5 a 8%, em anos normais , e entre 15 a
62%, em anos com clima favorável e em cultivares suscetíveis. Excesso de adubação
nitrogenada pode favorecer a doença (BACALTCHUK et a., 2006).
Dias amenos e secos com temperatura entre 15 e 22 °C favorecem a doença.
O controle preventivo se dá pelo uso de cultivares resistentes. Evitar excesso de
adubação nitrogenada.
Como controle cultural No sul do Brasil semeaduras precoces podem contribuir para a
diminuição da doença, sendo que as plântulas ficam menor período expostas aos inóculos em
seu estádio mais suscetível.
O controle químico apresenta-se mais viável economicamente via tratamento de
sementes.

Fonte: EMBRAPA

2.8.2.4 MANCHAS FOLIARES

Na cultura do trigo, a denominação de manchas foliares tradicionalmente tem sido


atribuída a quatro diferentes doenças fúngicas. Mancha marrom (Bipolaris sorokiniana)
(FOTO A), mancha amarela ( Drechslera tritici-repentis) (FOTO B), mancha da gluma
(Stagonospora nodorum) (FOTO C).
A mancha marrom produz lesão de centro pardo-escura e bordas arredondadas e de
tamanho indefinido. A mancha amarela é similar à mancha marrom, apresentando
entretanto, um halo amarelo. A mancha das glumas ocorre nas brácteas florais e nos
nós das plantas, existindo a presença de pontos pretos nas lesões (BACALTCHUK
et al., 2006).
36

A temperatura ideal para ocorrência da mancha amarela está entre 18 e 28°C, com
período de molhamento variando de 12 horas (em cultivares suscetíveis) a 30 horas
contínuas.
A mancha marrom tem como temperatura ideal para o desenvolvimento da doença
está entre 20 e 28°C, com período de molhamento foliar de pelo menos 15 horas.
A faixa da temperatura ideal para o desenvolvimento da mancha da gluma está em
torno de 20 a 25 °C, sendo necessário um período de molhamento foliar de 12 a 18 horas para
haver a infecção.
A medida de controle cultural mais efetiva para se obter o controle das manchas
foliares em trigo é a rotação de culturas, evitando-se o uso de mesma área para o cultivo de
trigo de no mínimo dois anos.
No controle químico o tratamento de sementes e da parte aérea com fungicidas é uma
das práticas mais importantes a serem consideradas (BACALTCHUK et al., 2006).
Para o controle químico da parte aérea, utiliza-se produtos a base de estrobilurinas e
de triazóis.

Fonte: EMBRAPA

2.8.2.5 BRUSONE (Magnaporthe oryzae/Pyricularia oryzae)

A brusone é uma doença de espiga, caracterizada pela descoloração de espiguetas


acima do local de infecção do patógeno no ráquis, onde se observa um ponto de
escurecimento (SANTANA et al., 2012). Devido à interrupção na translocação de nutrientes
as espiguetas afetadas produzem grãos mal formados, menores e enrugados (BACALTCHUK
et al., 2006). A brusone ocorre raramente em folhas, produzindo lesões elípticas, de cor
acinzentadas.
37

Os danos dependem das condições meteorológicas, podendo chegar a 100%, em anos


chuvosos e com temperaturas em torno de 25 "C. Não há formação de grãos, quando a espiga
é infectada logo no início de seu desenvolvimento (SANTANA et al., 2012).
Requer o uso de medidas integradas, como sementes sadias, tratamento de sementes,
uso de diferentes cultivares de trigo e aplicação de fungicidas (SANTANA et al., 2012).
Como prática cultural semeaduras tardias se mostram úteis, por evitar a coincidência do
período de espigamento com períodos sadios.
Recomenda-se de acordo com Bacaltchuk et al. (2006), a aplicação de no
florescimento para proteger a espiga. Fungicidas contendo a mistura de triazol+ estrobilurina
são mais eficientes do que triazóis aplicados isoladamente.

Fonte: EMBRAPA

2.8.2.6 MAL-DO-PÉ DO TRIGO (Gaeumannomyces graminis var. ttitici)

É uma das doenças radiculares mais sérias do trigo, afetando também outros cereais
de inverno. Plantas doentes são facilmente arrancadas do solo, pois o sistema radicular
apresenta-se necrosado, semelhante à podridão comum de raízes, porém de coloração negra, e
encontram-se em grupos, ou reboleiras, na lavoura. Causa diminuição da altura, espigas
vazias e esbranquiçadas e morte prematura das plantas afetadas (SANTANA et al., 2012).
De acordo com Santana et al. (2012):
Condições de desenvolvimento o fungo sobrevive no solo e a infecção pode ocorrer
em qualquer época da estação de desenvolvimento da cultura. Elevada umidade em
decorrência de dias chuvosos, temperatura do solo entre 12 e 20°C e alcalinidade
dos solos (pH entre 6,5 a 8,5) favorecem o desenvolvimento da infecção radicular.
Monocultura é fator preponderante para seu aparecimento.
Para o controle a rotação de culturas com espécies não-suscetíveis, como aveia e canola,
evitando-se triticale, cevada e centeio durante uma a duas safras. Não há indicação de
cultivares com resistência genética ao mal-do-pé do trigo.
38

Fonte: EMBRAPA

2.8.2.7 NANISMO AMARELO DA CEVADA (Barley Yellow Dwarf Virus - BYDV)

O nanismo amarelo da cevada é causado por um vírus que é transmitido por diversas
espécies de pulgões (BACALTCHUK et al., 2006). O sintoma típico desta virose é o
amarelecimento das folhas, que ocorre do seu ápice em direção à base (esta normalmente
permanece verde). O limbo foliar tende a ficar enrijecido e a enrolar sobre si mesmo. A
doença ocorre em reboleiras, mas, sob condições favoráveis, pode ocupar grandes áreas
(SANTANA et al., 2012).
Plantas de cultivares suscetíveis e intolerantes, que tenham sido infectadas em estádio
inicial de desenvolvimento, apresentam redução da estatura, do número de afilhos e do
tamanho e número de espigas e grãos (SANTANA et al., 2012).
A temperatura mais elevada entre 25 e 30 °C, favorece a atividade dos pulgões e
consequentemente aumenta a taxa de transmissão do vírus.
Indica-se o monitoramento da população de afídeos e aplicação de inseticidas na parte
aérea caso a população ultrapasse o seu nível de controle (10% das plantas com pulgões da
emergência ao afilhamento (SANTANA et al.,2012).
Cultivares tolerantes, são importantes para o controle integrado. O controle biológico
e químico, dos pulgões vetores do patógeno, através do tratamento de sementes e em
pulverização da parte aérea, tem sido o controle mais eficiente (BACALTCHUK et ., 2006).
Após a infecção não há produtos químicos que controlam o vírus.
39

Fonte: EMBRAPA

2.9 COLHEITA E PÓS-COLHEITA

2.9.1 COLHEITA DE TRIGO

O processo de colheita é considerado de extrema importância, tanto para garantir a


produtividade da lavoura quanto para assegurar a qualidade final do grão.

Para diminuir perdas qualitativas e quantitativas, alguns cuidados devem ser tomados
em relação à regulagem da colhedora, considerando que à medida que a colheita vai ficando
processada, as classes de umidade do grão e da palha variam, necessitando assim de novas
regulagens (SISTEMAS DE PRODUÇÃO EMBRAPA, 2014)

A colheita de grãos com umidade próxima aos 13% aceita uma folga entre cilindro e
côncavo de 8 a 10 mm e rotação do cilindro de 950 rpm. Para colheita de grãos com umidade
próxima a 16%, a regulagem ideal exige uma folga entre cilindro e côncavo de 6 a 7 mm e
aumento da rotação do cilindro para 1100 rpm (SISTEMAS DE PRODUÇÃO EMBRAPA,
2014)

As lavouras de trigo podem ser colhidas antecipadamente, visando escapar de chuvas


na maturação plena, evitando-se o problema de germinação na espiga, dentre outros. Nesse
caso, para colheita ao redor de 20% de umidade, é aconselhável a regulagem cuidadosa da
colhedora. Recomenda-se, nesse caso, folga entre cilindro e côncavo de 6 mm e 1300 rpm de
rotação no cilindro. Deve-se ter cuidado especial na velocidade e na localização do ar do
ventilador, considerando que, tanto a palha quanto o grão, estão mais pesados. Deve-se dar
atenção ao alinhamento e à afiação das navalhas da barra de corte, e à velocidade do molinete
(± 25% acima da velocidade de deslocamento), pois esses cuidados contribuem para a
redução de perdas. (SISTEMAS DE PRODUÇÃO EMBRAPA, 2014)
40

2.9.2 SECAGEM

A secagem de trigo é uma operação crítica na sequência do processo de pós-colheita,


na qual podem ocorrer alterações significativas na qualidade do grão. A secagem propicia um
melhor planejamento da colheita e o emprego mais eficiente de equipamentos e de
mão-de-obra, mantendo a qualidade do trigo colhido. O teor de umidade indicado para
armazenar o trigo colhido é da ordem de 13%. Desse modo, todo o produto colhido com
umidade superior à indicada para armazenamento deve ser submetido à secagem. Em lotes
com mais de 16% de umidade, sugere-se a secagem lenta, para evitar danos físicos no grão. A
temperatura máxima na massa de grãos de trigo não deve ultrapassar 60 ºC, para manutenção
da qualidade tecnológica do produto (SISTEMAS DE PRODUÇÃO EMBRAPA, 2014).

A secagem artificial de grãos caracteriza-se pela movimentação de grandes massas de


ar aquecidas até atingirem temperaturas na faixa de 40 ºC a 60 ºC na massa de grãos, com o
objetivo de promover a secagem de grãos em reduzido período de tempo. O aquecimento do
ar ambiente requer uma alta potência térmica, obtida com a combustão controlada de
combustíveis. A lenha é o combustível mais usado na secagem de grãos. Recentemente, vem
se difundindo o uso de GLP (gás liquefeito de petróleo) em secadores cujas condições de
queima são mais controladas, em relação ao uso de lenha. As principais desvantagens do uso
de lenha são: combustão descontínua e irregular, formação de fumaça que se impregna no
grão, alta demanda de mão-de-obra e de espaço próprio para cultivo de espécies florestais
(SISTEMAS DE PRODUÇÃO EMBRAPA, 2014).

Dependendo do tipo de secador, varia a temperatura de entrada de ar de secagem. Para


atender às necessidades, os secadores existentes contemplam inúmeras formas construtivas e
operacionais, destacando-se quanto ao sistema de carga (intermitentes ou contínuos) e quanto
ao fluxo de ar (concorrente, contracorrente, cruzado ou misto) (SISTEMAS DE PRODUÇÃO
EMBRAPA, 2014).

2.9.3 Armazenamento e Pós-colheita

No Brasil, a estimativa de perdas quantitativas de grãos armazenados, corresponde a


médias anuais de 10%, podendo atingir perda total em alguns armazéns. Também devem ser
consideradas as perdas qualitativas, uma vez que comprometem a inocuidade e a aptidão
tecnológica dos grãos armazenados,

Na pós-colheita de trigo os principais fatores que contribuem para a deterioração e a


contaminação são a alta umidade e a alta temperatura, que favorecem a proliferação de
contaminantes como insetos-praga e fungos toxigênicos, que podem produzir micotoxinas,
prejudiciais à saúde de humanos e de animais. Além desses contaminantes, destacam-se
também, os resíduos de agrotóxicos, que podem ser inerentes aos grãos na fase de produção
41

ou de pós-colheita, chegando ao produto final. Dentre as principais causas que colaboram


para as perdas quali-quantitativas de grãos destacam-se: a carência de estrutura física para
armazenagem; logística deficiente; escassez de treinamento e de capacitação para
colaboradores; e a ausência de segregação dos produtos agrícolas de acordo com sua
qualidade tecnológica e inocuidade. A seguir são detalhados os principais contaminantes do
trigo e as estratégias de manejo (SISTEMAS DE PRODUÇÃO EMBRAPA, 2014)

2.10 UTILIZAÇÃO DO TRIGO

A legislação brasileira vigente para o trigo, Instrução Normativa (IN) nº 7, de 15 de


agosto de 2001, denominada "Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Trigo",
classifica o trigo como Trigo Brando, Trigo Pão, Trigo Melhorador e Trigo para Outros Usos.
Segundo essa mesma legislação, o trigo pode ser classificado em Tipos 1, 2 e 3, segundo o
peso do hectolitro (PH), a umidade, as matérias estranhas e impurezas e a porcentagem de
grãos avariados (EMBRAPA TRIGO, 2009).

O trigo, historicamente, sempre foi destinado ao consumo humano, sendo os


subprodutos do seu processamento direcionados à alimentação animal, destacando-se,
principalmente, o farelo de trigo e o resíduo de limpeza, erroneamente definido como
"triguilho". Os cultivares de trigo apresentam grande variação na composição química e valor
nutricional, enquanto os de triticale são menos variáveis. Entretanto os dois cereais sofrem
efeito marcante do ambiente e do clima em que são produzidos. Em geral, o preço limite para
compra do trigo para uso em rações de frangos não deve ser superior a 90-95% do preço do
milho, (CLAUDIO BELLAVER, 2019)

2.11 MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO

A produção nacional não é suficiente para suprir as necessidades internas.. Entre 1990
e 2000, as compras externas de trigo, por parte do Brasil, foram multiplicadas por cerca de
quatro vezes, passando de 1,9 milhão de toneladas para 7,6 milhões de toneladas. Destes
totais, a Argentina participou com 94% e 95%, respectivamente, da oferta destinada ao Brasil
(BRUM, s.d).
Segundo o canal Rural no ano de 2017, o número de negociações de trigo aumentou
na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea: Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada. No Rio Grande do Sul, alguns moinhos têm estoques reduzidos e
precisam se abastecer no curto prazo. Já no Paraná, os preços do cereal tiveram uma queda de
6,92%.
A produção de trigo Argentina é o fator que mais pressiona o mercado brasileiro
pressiona o mercado brasileiro, influenciando o quadro de oferta e demanda e os preços. Para
42

executivos da Abitrigo, associação que representa os moinhos do Brasil, com a produção


maior, a exemplo do que ocorreu na temporada passada, os argentinos ganham em
competitividade no cereal e também na farinha.
3. CONCLUSÃO

Para a produção rural o trigo apresenta significativa importância. Como cultura de


inverno, fica evidente que o cereal reduz a ociosidade do investimento terra, podendo
propiciar duas culturas aos produtores, e, mais do que isto, dar melhor uso para sua mão-de-
obra, máquinas, infra-estrutura de armazenagem e outros investimentos.
43

4. REFERÊNCIAS

ABITRIGO (São Paulo). Estatísticas 2016. Disponível em: http://www.abitrigo.com.b


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Nutricional, Campinas, 13(2): 64-75, 2006. Disponivel em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/1833/1886. Acesso em: 20
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Universitário Cx. Postal 560 - DECon/UNIJUI - Campus UNIJUI 98700-000 Ijui/RS.
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