Culturas de Inverno
Culturas de Inverno
Culturas de Inverno
CURSO DE AGRONOMIA
HULLIAN RABEL
JHONATAN CAIO MARTINS
JOSEMAR TOMAZINI
THIAIANE COSTA VIANA
LARANJEIRAS DO SUL
2018
2
LARANJEIRAS DO SUL
2019
3
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………………………. 06
2 REFERENCIAL TEÓRICO…………………………………………………………………................ 07
2.2.3 ÁGUA……………………………………………………………………………………………….... 14
2.3 MELHORAMENTO……...................................................................................................................... 15
2.4 CULTIVARES…………………………………………………………………………………………. 16
2.6 SEMEADURA……………………………………...…………………………………………………. 22
2.7 24
INÇOS…………………………………………………………….…………………………………….
2.7.1.3 CONTROLE 26
MECÂNICO………………………………………………………………………….
2.8.1.1 PERCEVEJOS……………………………………………………………………………………... 28
2.8.1.2 LAGARTAS……………………………………………………………………………………….. 29
2.8.1.3 PULGÕES…………………………………………………………………………………………. 30
2.9.2 SECAGEM………………………………………………………………………………………….... 40
3 CONCLUSÃO………………………………………………………………………………………….... 42
4 REFERÊNCIAS…………….……………………………………………………................................... 43
6
1 INTRODUÇÃO
O trigo foi uma da primeiras espécies a ser cultivada pelo homem, com sua
domesticação ocorrendo a mais de nove mil anos atrás, no sudeste da Ásia (EMBRAPA,
2001). Nos primórdios, o homem utilizava os grãos de trigo para consumir em uma espécie
de papa, juntamente com outros alimentos, e mais tarde no Egito houve a invenção do pão
(ABITRIGO, 2016). Até os dias atuais o trigo é essencial, fazendo parte da base da pirâmide
alimentar, servindo de matéria prima para produção de diversos alimentos, como pães,
massas, bolos entre outros (SCHEUER, 2011).
É considerado o alimento básico da civilização ocidental sendo fonte de 20% das
calorias totais consumidas pela humanidade, através da intervenção do homem pode ser
disseminada por vários ecossistemas (EMBRAPA, 2001). O cereal é produzido em grande
quantidade, em diversas regiões devido a sua diversidade genética e uma grande capacidade
de adaptação edafoclimática. Desta forma é possível encontrar plantações de trigo desde
lugares com clima desértico como no Oriente Médio, como em regiões com grandes
quantidades de chuva como na China. No Brasil há a produção de trigo principalmente na
região Sul, mas também em alguns estados como Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso (EMBRAPA, 2007).
O clima brasileiro foi um dos primeiros problemas encontrados no país para a
produção de trigo. Com o passar dos anos a cultura teve seu desenvolvimento principalmente
nos estados da região Sul, que no começo do século XIX teve grande parte da cultura
devastada pela ferrugem (ABITRIGO, 2016).
O presente trabalho tem por objetivo trazer uma revisão bibliográfica da cultura do
trigo (Triticum ‘spp.), considerando a sua importância no cenário nacional e mundial para a
alimentação e para a economia, o que intensifica a importância de conhecer sua fenologia,
7
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Tabela 1
Estádio Afilhamento
2 Início do afilhamento.
10 Bainha da folha bandeira completamente desenvolvida, mas as espigas ainda não são
visíveis.
Estádio Espigamento
Estádio Florescimento
Estádio Maturação
11.1 Grãos no estádio leitoso. 11.2 Grãos no estádio de massa (conteúdo macio e seco).
Tabela 2
Fonte: IAPAR
Fonte: IAPAR
Fonte: IAPAR
12
Fonte: IAPAR
Fonte: IAPAR
13
Fonte: IAPAR
2.2.1 FOTOPERÍODO
2.2.2 TEMPERATURA
2.2.3 ÁGUA
14
2.3 MELHORAMENTO
2.4 CULTIVARES
opção por uma cultivar em detrimento às demais caracteriza-se pela complexidade, resultado
da interação de diversos fatores.
Para que possa ser cultivada, a cultivar precisa estar registrada no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Informações referentes a registro e proteção de cada
cultivar (que define a obrigatoriedade ou não de pagamento de royalties) podem ser obtidas
no site do Ministério (BRASIL, 2007).
3.037 kg/ha (média de cinco locais do RS). O trigo DP é adaptado às regiões do Rio Grande
do Sul. Moderadamente resistente às principais intempéries da região (geada na fase
vegetativa, acamamento, debulha, germinação na espiga) e a doenças do trigo (manchas
foliares, ferrugem da folha, oídio e giberela) (EMBRAPA TRIGO, 2018).
Estatura média com até 80cm. Seu grão é extra duro, de coloração vermelha, sem
ocorrência de mosqueado (pança branca). Sua produtividade média é de 6.700kg/ha. Ciclo
superprecoce de 75 dias até o espigamento e 125 dias até a maturação. É resistente ao oídio,
moderadamente resistente/resistente ao vírus do mosaico, moderadamente resistente à
giberela e à mancha da gluma. É moderadamente resistente/moderadamente suscetível à
ferrugem da folha, manchas foliares e é moderadamente suscetível ao vírus do nanismo
amarelo da cevada (VNAC). É também moderadamente resistente/resistente ao acamamento,
moderadamente resistente à geada na fase vegetativa (queima de folha), é moderadamente
resistente/moderadamente suscetível à debulha natural, é moderadamente
suscetível/suscetível à germinação na espiga e moderadamente suscetível ao crestamento. É
classificado como trigo doméstico na região ou trigo pão variando conforme a região
(EMBRAPA TRIGO, 2018).
A nova cultivar de trigo da Embrapa BRS Marcante está alinhada com os princípios de
produtividade de grãos, perfil para panificação e boas resistências às doenças foliares do
trigo. Possui estatura e ciclo médio além de alta capacidade de perfilhamento. Seu
desempenho nos ensaios de competição e unidades de observação tem atendido as
expectativas de produtores e técnicos sendo uma excelente opção de escolha para maior
rentabilidade das lavouras de trigo na região sul do Brasil, pois apresenta produtividades de
Média: 5448 kg/ha (91 sacas), Máxima: 7452 kg/há (124 sacas), ou média 4690 kg/ha (78
sacas), Máxima: 7127 kg/ha (119 sacas) variando conforme a região(EMBRAPA TRIGO,
2018).
Possui estatura baixa com 76 cm. Seu rendimento médio é de 7.700kg/ha. Ciclo precoce, com
80 dias até o espigamento e 136 dias até a maturação. Apresenta moderada resistência à
18
Possui estatura média de 85 cm. Seu grão é classificado como muito duro, de coloração
vermelha e boa resistência à formação de grãos mosqueados (pança branca). Produtividade
média de 7.700kg/ha. Ciclo precoce/médio de 85 dias até o espigamento e de 135 dias até a
maturação. É resistente ao oídio e ao vírus do mosaico, é moderadamente resistente à
giberela, mancha da gluma e manchas foliares. É moderadamente resistente/moderadamente
suscetível à ferrugem da folha e é moderadamente suscetível ao vírus no nanismo amarelo da
cevada (VNAC). É moderadamente resistente/resistente ao acamamento e ao crestamento,
moderadamente resistente à debulha natural e à geada na fase vegetativa e moderadamente
suscetível à germinação na espiga. Está classificado como trigo pão/melhorador (EMBRAPA
TRIGO, 2018)
De porte alto com 95cm, seu grão é semimole. Produtividade média de 3.700kg/ha. Ciclo
precoce sendo 80 dias para o espigamento e 131 para maturação.É considerada
moderadamente resistente/resistente ao vírus do mosaico, é moderadamente resistente à
giberela, mancha da gluma, manchas foliares e moderadamente resistente/moderadamente
suscetível ao vírus no nanismo amarelo da cevada (VNAC) e é moderadamente
suscetível/suscetível à ferrugem da folha. É também moderadamente resistente ao
crestamento, debulha natural, geada na fase vegetativa (queima de folha) e moderadamente
suscetível/suscetível ao acamamento. Se encontra na classe comercial de trigo pão e trigo
doméstico (EMBRAPA TRIGO, 2018)
Para cultivo de trigo é preciso fazer o preparo da terra com no mínimo um mês de
antecedência ao processo de semeadura. Para ter a garantia de que o terreno esteja ideal para
a boa germinação, o primordial para o sucesso da correção com calcário, fertilizante ou
ambos é realizar a análise do solo(SYNGENTA, 2018).
19
O adubo tem a absorção dos elementos intensificada com o uso do calcário, este
ainda corrige a acidez do solo. A calagem favorece o desenvolvimento das raízes e facilita a
utilização dos nutrientes do solo e dos adubos pelas plantas. Já o uso de fertilizantes, que
representam aproximadamente 25% do investimento na lavoura, segundo a Embrapa, ajuda
no incremento da produtividade e pode impactar na qualidade dos grãos. A ureia, de acordo
com a entidade, tem sido o principal fertilizante utilizado no trigo devido ao menor custo por
unidade de nutriente dentre os adubos nitrogenados disponíveis no mercado (PORTAL
SYNGENTA, 2018).
O fósforo tem problemas com a sua absorção pelas plantas visto que este fica
adsorvido no solo, pois passa pelo processo de retrogradação, podendo se tornar apatita em
solos de clima temperado ou fosfatos de Al e/ou Fe em climas tropicais ou ainda pela
adsorção do fósforo ou o fosfato na superfície da argila, ficam indisponíveis para planta,
embora possam voltar a fazer parte da nutrição vegetal dependendo da espécie, ou por
mudanças de pH ou ação de microorganismos (CHAVES; OBA, 2004).
Com isso, os produtores fazem uma super aplicação para compensar essa perda e
também a perda devido às chuvas, pois os fertilizantes são altamente solúveis, podendo ser
arrastados para o lençol freático (CHAVES;OBA, 2004). Essa alta solubilidade juntamente
com a superdosagem afetam o equilíbrio bioquímico da planta, a tornando mais suscetível a
ataques de pragas e doenças, como diz a teoria da trofobiose (DEFFUNE, 2018). Além disso
essa superdosagem pode trazer problemas ambientais além de futuros problemas de escassez,
como é o caso do Brasil, que usa como fonte de P para as culturas rochas fosfáticas
magmáticas, que previsões ficar cada vez mais escasso até 2050. Esse modelo usado no
Brasil se assemelha aos usados em países de clima temperado, que tem solos muito diferentes
do país, que é tropical (Tabela 4). Solos tropicais tendem, devido ao clima e umidade, a serem
20
mais intemperizados, com baixa CTC e assim sofrendo com maior lixiviação e acúmulo de
hidróxidos de Fe e Al (CHAVES; OBA, 2004).
Estado do Paraná
Nitrogênio
A adubação nitrogenada deve ser aplicada em duas épocas, uma na semeadura e outra
em cobertura no perfilhamento do trigo. A recomendação de adubação considera, como fator
preponderante, as culturas antecedentes, se leguminosas (soja) ou gramíneas (milho). Além
disso, os resultados de pesquisa sugerem aplicar doses de N um pouco mais elevadas na fase
inicial de desenvolvimento do trigo, como por exemplo na semeadura. (SISTEMAS DE
PRODUÇÃO EMBRAPA, 2014)
Fósforo e potássio
21
Tabela 1. Interpretação dos teores de P e de K no solo e indicação das doses de P2O5 e K2O
para a cultura do trigo no Paraná.
Fósforo Potássio
Teor de P no solo(1) P2O5 Teor de K no solo1 K2O
3----- mg/dm3 ----- ----- kg/ha ----- --- cmolc/dm3 --- ----- kg/ha -----
<5 60 – 90 ≤10 60 - 80
5–9 40 – 60 0,10 – 0,30 40 - 60
>9 20 – 40 > 0,30 30 - 40
(1)
Extraído pelo método de Mehlich-I.
Observação: cmolc K/dm3 x 391= mg K/dm3.
Fonte: Reunião... (2013).
Micronutrientes
O cultivo orgânico é uma boa opção para o agricultor, que agrega valor ao seu
produto, reduz os custos com insumos e produz um alimento de maior qualidade para a saúde
e menos agressivo ao meio ambiente (FERREIRA, 2011).
sendo o cloreto de potássio não permitido no manejo orgânico de solos, (RAMALHO &
PIRES, s.d).
Outra prática muito recorrente para aumentar a produção dos cultivos é a utilização de
adubos verdes.
2.6 SEMEADURA
A densidade a ser adotada deverá considerar a indicação para cada cultivar e para
cada região produtora, segundo a EMBRAPA TRIGO 2014 deve estar conforme a indicação
técnica das instituições de pesquisa e/ou dos obtentores das cultivares. Rio Grande do Sul e
Santa Catarina: a densidade de semeadura indicada é de 250 sementes viáveis/m2 para
cultivares semi tardias e tardias; para cultivares precoces e médias a densidade indicada é de
300 à 330 sementes viáveis/m2; para cultivares tardias, quando usadas em duplo propósito, a
densidade indicada é de 330 a 400 sementes viáveis/m2 (EMBRAPA, 2014).
Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo: A densidade indicada é de 200 a 400
sementes viáveis/m2, em função do ciclo, porte das cultivares e, algumas vezes, quanto aos
tipos de clima e solo(EMBRAPA, 2014).
Minas Gerais, Goiás, Bahia, Mato Grosso e Distrito Federal: a densidade indicada
para trigo irrigado é de 270 a 350 sementes viáveis/m2 e para trigo de sequeiro de 350 a 450
sementes viáveis/m2 (EMBRAPA, 2014).
A distância entre linhas normalmente indicada para trigo é de 17 cm, sendo, no
máximo, 20 cm. A profundidade de semeadura deve variar de 2 cm a 5 cm (EMBRAPA,
2014)
2.7 INÇOS
Roman et al. (2006), preconiza que as perdas causadas pelos inços na produtividade
de trigo podem ser devido a competição, pelo efeito alelopático ou indiretamente, em sua
obra os autores ainda discorrem que a redução mais acentuada da produtividade ocorre
quando a competição se dá logo nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura.
24
Lamego et al. (2013), expõe que na região sul as plantas que destacam-se como os principais
inços infestantes da cultura são o azevém (Lolium multiflorum), aveia preta (Avena strígosa) e
nabo (Raphanus spp.).
Segundo Roman et al. (2006), embora requeiram atenção por parte do produtor,
constituem-se em medidas eficientes e de baixo custo:
Roman et al. (2006), trazem que na presença de inços vários são os fatores que agem
contribuindo para que a cultura se estabeleça e tenha condições de desenvolver-se rápido e
vigorosamente, assim competindo eficientemente por água, luz e nutrientes:
A escolha das culturas a serem usadas deve levar em consideração as plantas daninhas
existentes na área, além das características físicas, químicas e topográficas dessas (VARGAS
e BIANCHI, 2011).
O controle químico, por meio do uso de herbicidas, é o método mais utilizado para
controle de plantas daninhas em cereais de inverno (VARGAS e BIANCHI, 2011). De acordo
com Cunha et al. (2014), a indicação do controle químico considera apenas a eficiência e
agilidade e não a economicidade de cada tratamento.
O uso de herbicidas pelo fato de sua eficiência tem levado, em muitos casos a uma
grande dependência de compostos químicos, acarretando na exclusão dos outro métodos
(ROMAN et al., 2006). A dependência deste método leva a um maior custo de produção, pois
muitas vezes, o agricultor compara a eficiência do controle químico com as medidas
mecânicas. Sendo que, tal método de controle deve ser visto como uma ferramenta adicional
e não como único método para diminuir os prejuízos causados pelos inços (ROMAN et al.,
2006).
Os herbicidas devem ser utilizados com critérios rígidos, considerando seus custos,
eficiência e segurança ao ambiente e ao homem, fazendo parte de um programa integrado de
controle de plantas daninhas (VARGAS e BIANCHI, 2011). A resistência e a mudança na
população de inços podem ser evitadas pela integração de medidas de manejo, assim como, a
rotação de culturas, uso alternado de mecanismos de ação de herbicidas (ROMAN et al.,
2006).
FONTE: EMBRAPA
2.8.1.1 PERCEVEJOS
Esta espécie tem sido encontrada desde o plantio da cultura do trigo até a fase
de espigamento, sendo que a fase de maior susceptibilidade ao ataque se da entre o
emborrachamento/espigamento (GASSEN, 1983 apud DEUS, OLIVEIRA e SOUZA,
2016).
foliar, existindo apenas registro para o princípio ativo inseticida tiametoxam, indicado
para uso em tratamento de sementes (DEUS, OLIVEIRA e SOUZA, 2016).
2.8.1.2 LAGARTAS
Esta praga ocorre com maior frequência nas regiões tritícolas de inverno seco e pouco
rigoroso, como o Norte do Paraná, Mato Grosso do Sul e latitudes inferiores (DEUS,
OLIVEIRA e SOUZA, 2016).
2.8.1.3 PULGÕES
Os danos dos pulgões podem ser ocasionados diretamente, através da sucção da seiva
e de suas consequências no rendimento de grãos, diminuindo tamanho, número e peso dos
grãos e o poder germinativo de sementes (PEREIRA, SALVADORI e LAU, 2010).
Plantio logo no início do período chuvoso,faz com que, em geral, o ataque de pragas
seja menor devido a existência de menor população no início de infestação.
outras gramíneas, as quais podem servir de foco para criação de pragas,. Incorporação dos
restos culturais após a colheita (DEUS, OLIVEIRA e SOUZA, 2016).
De acordo com Deus, Oliveira e Souza (2016), o plantio com solo úmido ajuda na
forma de que o desenvolvimento inicial das plantas é maior, sendo que estas então, ficam
menos suscetíveis a pragas como as lagartas.
O êxito no manejo das doenças requer sua correta identificação, entendimento das
condições que favorecem o seu desenvolvimento e conhecimento das medidas de controle
disponíveis (SANTANA et al., 2012).
Os controles cultural e químico têm sido os processos mais usados pelo sistema
produtivo para se defender das enfermidades da cultura em determinada região ou época
(BACALTCHUK et al., 2006).
Fonte: EMBRAPA
Lavouras afetadas por giberela são facilmente reconhecidas pela descoloração precoce
de espiguetas. A espiguetas afetadas produzem grãos chochos, enrugados e com coloração
branco-rosada a pardo-clara (BACALTCHUK et a., 2006). Com o desenvolvimento da
doença pode-se observar uma coloração salmão na superfície das glumas (SANTANA et al.,
2012).
Condições climáticas que favorecem o desenvolvimento da doença são temperatura
entre 20 e 25 ºC e precipitação pluvial, de no mínimo 48 horas consecutivas.
O controle químico poderá não ser efetivo devido o longo período de suscetibilidade
da cultura e à dificuldade da aplicação de fungicidas . A prática do controle químico de
acordo com Bacaltchuk (2006), se faz mais efetivo aplicado preventivamente.
O controle cultural se dá pela utilização de cultivares moderadamente resistentes,
escalonamento da semeadura e cultivares com ciclos diferentes de espigamento.
Fonte: EMBRAPA
35
Os primeiros sintomas podem ser observados ainda na fase inicial da cultura, .antes
do perfilhamento. O crescimento micelial do fungo sobre as folhas têm aspecto de pó branco
ou cinza. Sob o micélio, a folha apresenta-se amarelada. Pode afetar espigas e aristas de
cultivares suscetíveis (SANTANA et al., 2012).
A doença reduz a produção de grãos entre 5 a 8%, em anos normais , e entre 15 a
62%, em anos com clima favorável e em cultivares suscetíveis. Excesso de adubação
nitrogenada pode favorecer a doença (BACALTCHUK et a., 2006).
Dias amenos e secos com temperatura entre 15 e 22 °C favorecem a doença.
O controle preventivo se dá pelo uso de cultivares resistentes. Evitar excesso de
adubação nitrogenada.
Como controle cultural No sul do Brasil semeaduras precoces podem contribuir para a
diminuição da doença, sendo que as plântulas ficam menor período expostas aos inóculos em
seu estádio mais suscetível.
O controle químico apresenta-se mais viável economicamente via tratamento de
sementes.
Fonte: EMBRAPA
A temperatura ideal para ocorrência da mancha amarela está entre 18 e 28°C, com
período de molhamento variando de 12 horas (em cultivares suscetíveis) a 30 horas
contínuas.
A mancha marrom tem como temperatura ideal para o desenvolvimento da doença
está entre 20 e 28°C, com período de molhamento foliar de pelo menos 15 horas.
A faixa da temperatura ideal para o desenvolvimento da mancha da gluma está em
torno de 20 a 25 °C, sendo necessário um período de molhamento foliar de 12 a 18 horas para
haver a infecção.
A medida de controle cultural mais efetiva para se obter o controle das manchas
foliares em trigo é a rotação de culturas, evitando-se o uso de mesma área para o cultivo de
trigo de no mínimo dois anos.
No controle químico o tratamento de sementes e da parte aérea com fungicidas é uma
das práticas mais importantes a serem consideradas (BACALTCHUK et al., 2006).
Para o controle químico da parte aérea, utiliza-se produtos a base de estrobilurinas e
de triazóis.
Fonte: EMBRAPA
Fonte: EMBRAPA
É uma das doenças radiculares mais sérias do trigo, afetando também outros cereais
de inverno. Plantas doentes são facilmente arrancadas do solo, pois o sistema radicular
apresenta-se necrosado, semelhante à podridão comum de raízes, porém de coloração negra, e
encontram-se em grupos, ou reboleiras, na lavoura. Causa diminuição da altura, espigas
vazias e esbranquiçadas e morte prematura das plantas afetadas (SANTANA et al., 2012).
De acordo com Santana et al. (2012):
Condições de desenvolvimento o fungo sobrevive no solo e a infecção pode ocorrer
em qualquer época da estação de desenvolvimento da cultura. Elevada umidade em
decorrência de dias chuvosos, temperatura do solo entre 12 e 20°C e alcalinidade
dos solos (pH entre 6,5 a 8,5) favorecem o desenvolvimento da infecção radicular.
Monocultura é fator preponderante para seu aparecimento.
Para o controle a rotação de culturas com espécies não-suscetíveis, como aveia e canola,
evitando-se triticale, cevada e centeio durante uma a duas safras. Não há indicação de
cultivares com resistência genética ao mal-do-pé do trigo.
38
Fonte: EMBRAPA
O nanismo amarelo da cevada é causado por um vírus que é transmitido por diversas
espécies de pulgões (BACALTCHUK et al., 2006). O sintoma típico desta virose é o
amarelecimento das folhas, que ocorre do seu ápice em direção à base (esta normalmente
permanece verde). O limbo foliar tende a ficar enrijecido e a enrolar sobre si mesmo. A
doença ocorre em reboleiras, mas, sob condições favoráveis, pode ocupar grandes áreas
(SANTANA et al., 2012).
Plantas de cultivares suscetíveis e intolerantes, que tenham sido infectadas em estádio
inicial de desenvolvimento, apresentam redução da estatura, do número de afilhos e do
tamanho e número de espigas e grãos (SANTANA et al., 2012).
A temperatura mais elevada entre 25 e 30 °C, favorece a atividade dos pulgões e
consequentemente aumenta a taxa de transmissão do vírus.
Indica-se o monitoramento da população de afídeos e aplicação de inseticidas na parte
aérea caso a população ultrapasse o seu nível de controle (10% das plantas com pulgões da
emergência ao afilhamento (SANTANA et al.,2012).
Cultivares tolerantes, são importantes para o controle integrado. O controle biológico
e químico, dos pulgões vetores do patógeno, através do tratamento de sementes e em
pulverização da parte aérea, tem sido o controle mais eficiente (BACALTCHUK et ., 2006).
Após a infecção não há produtos químicos que controlam o vírus.
39
Fonte: EMBRAPA
Para diminuir perdas qualitativas e quantitativas, alguns cuidados devem ser tomados
em relação à regulagem da colhedora, considerando que à medida que a colheita vai ficando
processada, as classes de umidade do grão e da palha variam, necessitando assim de novas
regulagens (SISTEMAS DE PRODUÇÃO EMBRAPA, 2014)
A colheita de grãos com umidade próxima aos 13% aceita uma folga entre cilindro e
côncavo de 8 a 10 mm e rotação do cilindro de 950 rpm. Para colheita de grãos com umidade
próxima a 16%, a regulagem ideal exige uma folga entre cilindro e côncavo de 6 a 7 mm e
aumento da rotação do cilindro para 1100 rpm (SISTEMAS DE PRODUÇÃO EMBRAPA,
2014)
2.9.2 SECAGEM
A produção nacional não é suficiente para suprir as necessidades internas.. Entre 1990
e 2000, as compras externas de trigo, por parte do Brasil, foram multiplicadas por cerca de
quatro vezes, passando de 1,9 milhão de toneladas para 7,6 milhões de toneladas. Destes
totais, a Argentina participou com 94% e 95%, respectivamente, da oferta destinada ao Brasil
(BRUM, s.d).
Segundo o canal Rural no ano de 2017, o número de negociações de trigo aumentou
na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea: Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada. No Rio Grande do Sul, alguns moinhos têm estoques reduzidos e
precisam se abastecer no curto prazo. Já no Paraná, os preços do cereal tiveram uma queda de
6,92%.
A produção de trigo Argentina é o fator que mais pressiona o mercado brasileiro
pressiona o mercado brasileiro, influenciando o quadro de oferta e demanda e os preços. Para
42
4. REFERÊNCIAS
CHAVES, Arthur Pinto; OBA, Carlos Alberto Ikeda. Críticas ao Modelo Brasileiro de
Fertilizantes Fosfatados de Alta Solubilidade. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2004.
Disponível em:
<https://moodle-academico.uffs.edu.br/pluginfile.php/248290/mod_folder/content/0/Cultivos
%20Integrados/Corre%C3%A7%C3%A3o%20da%20Fertilidade%20do%20Solo/Cr%C3%A
44
DticaMod.Bras.Ferts.FosfsAltaSol-CETEM_SED_63.pdf?forcedownload=1>. Acesso em 17
abr 2019.
CUNHA, G. R. et al. Informações técnicas para trigo e triticale–safra 2015. Brasília, DF:
Embrapa, 2014.
EMBRAPA. Origem e evolução do trigo. Passo Fundo, RS: Dezembro, 2001. Disponível
em:<http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do08_2.htm>. Acesso em: 15 abr 2019.
PIRES, J. L. F.; SANTOS, H. P. dos. Preparo do solo e plantio. In: BORÉM, A.;
SCHEEREN, P. L. (Ed.). Trigo: do plantio à colheita. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2015. Cap. 4, p.
76-77.
PORTAL SYNGENTA. Trigo: o que fazer antes do plantio para ter maior produtividade.
2018. Disponível
em:<https://www.portalsyngenta.com.br/noticias-do-campo/trigo-o-que-fazer-antes-do-planti
o-para-maior-produtividade>. Acesso em 21 abr. 2019.