OK VOL 2 - Veredas - Respostas Rapidas - Final2 1
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Tempo de Tela
para Crianças
e Adolescentes
Respostas Rápidas
para Governos
Evidências, Desafios
e Caminhos Possíveis
2024
Ficha técnica
Instituto Veredas
17 a 26 de abril de 2023
Autoras
Revisão e normatização
Demandante
Danilo Castro
Departamento de Direitos na Rede e
Educação Midiática/Secretaria de Polí-
ticas Digitais/ Secretaria de Comunica- Projeto Gráfico e diagramação
ção Social da Presidência da República Manuela Andrade Abdala
(Secom/PR).
Citação sugerida
Creative Commons
Veiculação: Digital
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1 Apresentação 6
2 Perguntas e metodologia 8
3 Principais achados 9
3.1. Causas e as consequências do
uso excessivo e/ou inadequado de
telas por crianças e adolescentes 9
3.2. Orientações/recomendações
nacionais e internacionais sobre o
uso de tela 11
3.3. Segurança na web 16
4 Recomendações Gerais 18
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1. Apresentação
Apresentação
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Respostas Rápidas para Governos Tempo de Tela para Crianças e Adolescentes
2. Perguntas e
metodologia
Perguntas
2. Que orientações/recomendações
existem no Brasil e em outros
países sobre o uso consciente de
telas por crianças e adolescentes,
emanadas por órgãos públicos ou
organizações da sociedade civil?
Metodologia
8
Principais Achados
3. Principais Achados
3.1. Causas e as consequências do
uso excessivo e/ou inadequado de
telas por crianças e adolescentes
• Dados apontam que, mundialmente, apenas 24,7% das crianças
menores de 2 anos e 35,6% de crianças entre 2 e 5 anos estão
observando o tempo de tela recomendado pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), de 0h e 1h por dia, respectivamente. A
tela da televisão parece fomentar um tempo menor de uso e riscos
menores do que telas de equipamentos que permitem a realiza-
ção de atividades como computadores, celulares e tablets. Jovens
de baixo status socioeconômico podem ser desproporcionalmente
afetados pelo alto tempo de tela e baixo tempo ao ar livre.
• Níveis mais altos de tempo de tela parecem estar relacionados
a maiores riscos de diversos problemas de saúde. Todavia, os
estudos disponíveis ainda apontam relações causais fracas, o que
torna difícil afirmar qual quantidade de tempo de tela está mais
relacionada a esses riscos.
• Dentre os problemas de saúde e de desenvolvimento relacionados
com o uso excessivo de telas, há problemas de atenção, atrasos
no desenvolvimento da linguagem, miopia, sobrepeso/obesi-
dade, duração mais curta do sono, e internalização relaciona-
da à depressão.
• Um aumento na quantidade de tempo de tela, somada a uma ida-
de precoce de início de exposição, tem efeitos negativos no desen-
volvimento da linguagem. Já o início em uma idade mais avançada,
mostra alguns benefícios. As características dos vídeos, o conteú-
do e assistir em conjunto com familiares também influenciam o
desenvolvimento da linguagem.
• Para as crianças de alguns países, o envolvimento em atividades
sociais online - com amigos, pais e professoras(es) – também foi
positivamente associado a aspectos do bem-estar, como senti-
mento de pertencimento, relações mais fortes com os colegas e
confiança. O ambiente online expõe as crianças a novas ideias e a
fontes de informação mais diversificadas. Isso ajuda as crianças
a se envolverem com outras pessoas e a conhecerem diferentes
pontos de vista. A internet também é uma importante fonte de co-
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Respostas Rápidas para Governos Tempo de Tela para Crianças e Adolescentes
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Principais Achados
Um problema de padronização
Um dos desafios evidenciados pelos estudos é a varia-
ção significativa na nomenclatura relacionada ao uso
excessivo e/ou inadequado de telas e nos critérios para
identificar o comprometimento clínico, os padrões e os
tipos de uso. Diferentes estudos e relatórios utilizam
indicadores e ferramentas variadas, de difícil compara-
ção. Além disso, há uma escassez de ferramentas sen-
síveis para grupos-chave, como crianças pequenas, uso
familiar e pessoas em situação de vulnerabilidade.
3.2. Orientações/recomendações
nacionais e internacionais
sobre o uso de tela
• A Organização Mundial de Saúde (OMS) elaborou, entre 2017 e
2018, diretrizes de atividade física, comportamento sedentário
e sono para crianças com menos de 5 anos de idade. Essas di-
retrizes são referenciadas pela maior parte das recomendações
de países. Em relação ao tempo em comportamento sedentá-
rio/tempo de tela, as recomendações são fortes, mas informa-
das por qualidade da evidência muito baixa.
• Bebês (menos de 1 ano): não devem ser contidos por mais de 1
hora por vez (por exemplo, em carrinhos de bebê, cadeiras de
bebê ou amarrados nas costas de um cuidador ou cuidadora). O
tempo de tela não é recomendado. Quando quietos, o engaja-
mento em leituras e na narração de histórias com um cuidador
ou cuidadora é encorajado.
• Crianças de 1 a 2 anos de idade: não devem ser contidas por
mais de 1 hora por vez (por exemplo, em carrinhos de bebê,
cadeiras de bebê ou amarradas nas costas de um cuidador ou
cuidadora) ou sentadas por longos períodos de tempo. Para
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Respostas Rápidas para Governos Tempo de Tela para Crianças e Adolescentes
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Principais Achados
Governo - Ministerio • Sem recomendações de tempo, mas com orientações sobre como
Chile de Desarrollo Social famílias/cuidadores(as) podem acompanhar e orientar o uso de tela.
Governo - Ministe-
Itália ro della Salute
• Diretrizes da OMS
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Respostas Rápidas para Governos Tempo de Tela para Crianças e Adolescentes
Menores de 2 anos:
• O uso da mídia deve ser muito limitado e somente quando um adulto
estiver presente para co-visualizar, conversar e ensinar (por exem-
plo, videoconferência com a família junto com os pais). Para crianças
de 18 a 24 meses, se você quiser apresentar mídia digital, escolha
programas de alta qualidade e use a mídia junto com seu filho.
• De 2 a 5 anos de idade
Limite o uso da tela para não mais do que 1 hora por dia.
Encontre outras atividades saudáveis para seus filhos fazerem para seus
corpos e mentes.
Escolha mídia interativa, não violenta, educativa e pró-social.
Assista ou jogue junto com suas(eus) filhas(os).
Entidade profissional - Ame- • 5 anos e mais
EUA rican Academy of Pediatrics Certifique-se de que o uso da mídia não esteja deslocando outras ativida-
des importantes, como sono, tempo em família e exercícios.
Verifique o uso da mídia de suas(eus) fi-
lhas(os) para sua saúde e segurança.
Pré-adolescentes e adolescentes:
• Os pais devem envolver pré-adolescentes e adolescentes em conver-
sas sobre seu uso da mídia, cidadania digital, o que viram ou leram,
com quem estão se comunicando e o que aprenderam com o uso da
mídia.
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Principais Achados
E o Brasil?
• Considerando adultos e crianças, o Brasil foi o segundo país
com maior tempo de uso de telas em levantamento da Eletro-
nic Hubs com dados de 2022. O estudo aponta que, em média,
uma pessoa no Brasil passa 56,61% do seu tempo acordado
em frente a telas.
• Dados de 2016 a 2021 demonstram o aumento da proporção
de adultos que gastam três ou mais horas por dia em celula-
res, computadores ou tablets: de 19,9% para 25,5%.
• Não foram encontradas recomendações governamentais
a nível federal ou estadual quanto ao tempo de tela, ape-
nas reportagens em canais oficiais do governo federal, do
governo do Ceará e governo do Pará. A Caderneta de Saú-
de da Criança, do Ministério da Saúde, inclui a seção OB-
SERVANDO COM CUIDADO O USO DOS ELETRÔNICOS.
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Respostas Rápidas para Governos Tempo de Tela para Crianças e Adolescentes
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Principais Achados
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Respostas Rápidas para Governos Tempo de Tela para Crianças e Adolescentes
4. Recomendações gerais
Ferramenta desenvolvida pelo Fundo das Nações Unidas para a In-
fância (Unicef) de acompanhamento das experiências digitais das
crianças considera aspectos como a Regulação emocional, a Auto-
atualização, o Empoderamento, a Conexão social, a Criatividade, a
Segurança e proteção, e a Diversidade, equidade e inclusão como
competências que devem ser acompanhadas.
Mudanças nas políticas direcionadas ao setor, como configurações
de dispositivos mais fáceis e transparentes, poderiam ajudar as fa-
mílias a estabelecer limites. Considerando o número de crianças
que excedem as diretrizes de tempo de tela, a eliminação de anún-
cios da programação e dos aplicativos direcionados às crianças por
parte do setor contribuiria para resultados mais saudáveis.
Os estados devem adotar um quadro de coordenação nacional com
um mandato claro e autoridade suficiente para articular todas as
atividades relacionadas aos direitos das crianças e à mídia digital e
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em níveis interseto-
riais, nacionais, regionais e locais e facilitar a cooperação interna-
cional.
Os estados devem exigir que todas as empresas que afetam os di-
reitos das crianças em relação ao ambiente digital implementem
estruturas regulatórias, códigos da indústria e termos de serviços
que adiram aos mais altos padrões de ética, privacidade e seguran-
ça em relação ao design, engenharia, desenvolvimento, operação,
distribuição e marketing de seus produtos e serviços.
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Para ler todas as Respostas Rápidas
para Governos, junto ao repositório de
documentos analisados e vinculados
a cada uma delas, acesse:
www.veredas.org/respostasparagovernos