As Artes e As Mulheres
As Artes e As Mulheres
As Artes e As Mulheres
(alan.olv.miranda@usp.br)
FLF0219 ESTETICA II
Dissertação Argumentativa:
As artes e as mulheres
São Paulo
2024
Para meu trabalho de final de semestre, optarei pelo primeiro tema pela sua
abrangência para além das artes, também então para o pensamento de um período
como um todo; pelo seu diálogo, por exemplo, com a fenomenologia posterior
(pensando em Husserl) e, consequentemente com o Cogito que antecede
Baudelaire (pensando obviamente em Descartes). Entretanto, ao abordar o tema,
pretendo ir além apenas do excerto oferecido, promovendo o diálogo do texto
integral (IV – A Modernidade) com o que pretendo elaborar nesta dissertação. Com
este planejamento em mente, tentarei desmembrar o texto em pequenos temas
associados a diferentes filósofos e artistas do período moderno visando assim, de
certa forma, fotografias que justifiquem tal associação; a visão deste estudante em
relação ao gesto de cada filósofo e artista citado na composição da modernidade
vista por Baudelaire.
Do homem que descobriu seu pensamento, que percebeu pela arte sua
relação com o sensível, mas não se adequa à realidade, ao ato físico, à empiria
senão à sua maneira, que não vê na execução a perfeição de seu pensamento e,
ainda assim, exclama em sua manifestação artística, Baudelaire, símbolo da
decadência da poesia romântica, vê em Constantin Guys o modelo perfeito, a
síntese do projeto de artista moderno expressa em um homem. “Liberto” da escola
antiga de pintura que Baudelaire considera útil “apenas para se aprender a pintar”,
mas supérflua para a compreensão da beleza moderna, por pressuposto do
costume moderno, Constantin Guys é apontado como alguém que se dedica em
tornar a Modernidade digna de tornar-se Antiguidade enquanto momento artístico.
Ora, se mantivermos a estrutura Hegeliana de privilégio artístico por período,
chegamos na Modernidade em um momento em que a arte se desprende de todo
momento anterior em suas demandas, técnicas e paradigmas; a própria poesia de
Baudelaire contrasta com a poesia romântica que a antecede; naturalmente para o
poeta, um pintor que não pincela segundo a técnica antiga é quem terá em suas
mãos a pincelada moderna, e seria tal qual sua poesia em rompimento com a
metáfora romântica, demarcando o status da autenticidade, necessária para essa
dignificação da Modernidade. O pensamento manifestado em arte por Guys e por
Baudelaire é o que lhes atribui a existência, o caos da relação entre o que pensam e
o que manifestam de fato presente em suas artes exemplificam a cognição do
homem moderno aqui traçado por Descartes e Hegel: Pensamentos e ações
inconstantes e diversos manifestados em um mundo estático, existências incapazes
de se manifestarem plenamente em e sobre um sensível inerte, austero e
implacável em ocultar-se da consciência.
IV – Pitaco filosófico deste estudante
Referências
Wikiart.org - visual art encyclopedia. Disponível em: <https://www.wikiart.org/>.
Acesso em: 16 jul. 2024.