Os Gêmeos Rejeitados Do Mafioso Duologia Amores Proibidos Livro
Os Gêmeos Rejeitados Do Mafioso Duologia Amores Proibidos Livro
Os Gêmeos Rejeitados Do Mafioso Duologia Amores Proibidos Livro
S Cherry
3 anos antes
— Está perdida, menina?
Assustei-me quando um homem se aproximou
de mim de repente, e engoli em seco, ao notar que
se tratava de Alessandro Esposito, o dono da casa e
meu patrão, que não deveria gostar de me ver
vagando pelo seu jardim.
— Não senhor, eu queria ver as tulipas —
Abaixei o olhar para não ser inconveniente, com
medo de levar uma bronca por estar aqui.
Não era adequado falar com ele, a não ser
para cumprir uma das suas ordens. Os empregados
não costumavam olhar em seus olhos, porque diziam
que ele era assustador. Eu não achava isso, porque
gostava de observá-lo de longe, principalmente os
seus olhos azuis, que eram bonitos e inexpressivos.
Eram uma incógnita interessante, porque pareciam
esconder muitos mistérios.
— Gosta delas? — Ele continuou a perguntar,
eu consegui sentir o poder do seu olhar em mim.
Alessandro emanava autoridade e respeito.
— Muito — sussurrei.
— Quais são as suas preferidas?
Ele estava mantendo uma conversa comigo,
então significava que estava interessado no que eu
pensava e isso me deixava feliz.
— As azuis — sorri levantando o rosto, mas o
meu sorriso se foi, ao ver o machucado em volta do
seu olho direito e não pude deixar isso passar
despercebido — Está ferido.
— Foi apenas uma briga de irmãos. O
merdinha está crescendo e ficando rebelde — Ele riu
sem humor, tirando uma carteira de cigarro do bolso,
como se aquilo não fosse nada demais.
Observei ele morder a ponta de um cigarro e
acendê-lo com calma, começando a fumar, enquanto
observava o jardim colorido à sua frente.
— Queria dizer que entendo, mas não tenho
nenhum irmão — comentei, não querendo deixar o
assunto morrer, porque algo me dizia que uma
conversa entre nós não voltaria a acontecer.
— Sorte grande a sua.
— Nem tanto, eu queria ter uma família bem
grande, mas só me restou a minha avó — respondi
desanimada.
— Se ela for uma boa avó, isso já é o
suficiente.
— Ela é sim.
— Vejo como ela trata você e a esconde de
todos. Ela se preocupa. Está se escondendo dela
agora?
— Na verdade, eu queria uma flor e ela
ordenou que eu ficasse longe do jardim da sua mãe
— confessei baixinho, esperando ele brigar comigo.
A mãe de Alessandro estava morta e hoje, ele
cuida do jardim que era dela com muito zelo, para
guardar as suas memórias e mantê-las vivas, então
poucas pessoas estão autorizadas a vir aqui.
— Por que quer a flor? — Perguntou,
interessado.
— Hoje é meu aniversário de dezoito anos e
eu só queria que fosse especial, porque sempre
observo essas flores da minha janela.
Ele assentiu e ficamos em silêncio, até ele
terminar o seu cigarro. Eu observei as suas diversas
tatuagens que cobriam as suas mãos e pescoço,
imaginando como seriam por baixo da camisa,
mesmo que tais pensamentos fossem inadequados.
Então, Alessandro começou a caminhar para
dentro do jardim e eu observei o seu corpo grande se
perder entre as flores. Ele era o único ponto preto em
meio a tantas cores e isso era um engraçado.
E quando ele voltou, arregalei os olhos ao
encontrar a tulipa azul na sua mão. O homem parou
em frente a mim, me olhando de cima, com os seus
olhos azuis, iguais a flor que me estendia.
O meu coração errou a primeira batida por ele,
naquele momento eu sabia que o seu gesto ficaria
impregnado em mim e que não seria fácil esquecer o
que ele estava fazendo por mim hoje.
— Feliz aniversário, Lua — a sua voz baixa era
encantadora e eu estava presa, apenas pelo fato de
ele saber o significado do meu nome.
Eu arfei e as minhas mãos tremiam quando
peguei a flor.
— Obrigada, senhor — sussurrei, quase sem
voz.
Ele inspirou fundo, dando um passo para trás,
parecendo estar incomodado com algo.
— Vá para a mansão e não volte aqui
novamente — ordenou, mas não parecia irritado.
Apenas abri um sorriso e assenti lentamente,
enquanto corria para longe, apertando a flor contra o
peito, como se fosse o meu bem mais precioso.
CAPÍTULO 1
7 anos depois