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Estetica

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UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MAPUTO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E ARTES

CURSO: ARTES CÉNICAS

DISCIPLINA: Filosofia

Estética
DISCENTES
Leia Augusto Magrimussa

Docente:

Maputo, novembro de 2024


Índice
Introdução 1
Objetivos 1
Objetivo geral 1
Objetivos específicos 1
Estética 2
O Belo e o Sublime 5
Conclusão 7
Referências Bibliográficas 8
Introdução
A estética é um campo de estudo que explora a natureza da beleza, arte e gosto, e busca
compreender como esses elementos influenciam as nossas perceções e emoções. Desde os
tempos antigos, filósofos e artistas têm debatido sobre o que constitui o belo e como ele se
manifesta na arte e na vida quotidiana. Este trabalho pretende investigar os princípios
fundamentais da estética, as suas diferentes abordagens teóricas ao longo da história e a sua
aplicação prática em diversas formas de expressão artística. Além disso, serão analisados os
impactos da estética na cultura contemporânea e como ela continua a moldar as nossas
experiências visuais e emocionais no mundo moderno. Através de uma análise crítica, buscamos
entender melhor a relação intrínseca entre estética e a condição humana, e como essa relação
evolui ao longo do tempo.

Objetivos
Objetivo geral

⮚ abordar a temática estética.

Objetivos específicos

⮚ investigar os princípios fundamentais da estética.

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Estética

A Estética, também conhecida como Filosofia da Arte, é uma das áreas de conhecimento da
filosofia. A sua origem na palavra grega aisthesis, que traz o significado de '´apreensão pelos
sentidos', 'perceção'

0 problema da arte, o qual nos parece hoje em dia começar com Kant , não está, porém , de modo
explícito , no centro da obra que a fórmula pela primeira vez. Mesmo que na Crítica da faculdade
de julgar se encontre m os elementos de toda à estética (uma definição o do Belo, uma teoria do
génio e um a classificação das belas-artes), não constituem as belas-artes o objeto o essencial
dessa terceira crítica a (1790) . Para começar, a primeira a parte , a única que diretamente e nos
interessa (a "Crítica a da faculdade e de julgar estética"), está dedicada à exposição e à dedução
os transcendentais do julgamento, o do gosto, do julgamento, o que postula que uma coisa é bela.
Ora, para Kant , são belos, sobretudo , os seres naturais (as flores , o canto dos pássaros, os
cristais). Por outro o lado, a arte designa geralmente e em Kant a "técnica" , de acordo o com a
tradição, que faz do latim arsa tradução do grego tékhnê. Assim , a obra de arte (Kunstwerk)
denomin a o artefato , o produto de u m a intenção , e não o objeto criado para ser belo (Kant ,
1790 , p. 76 , nota 2). Mas cumpre ir mai s longe.

É uma forma de apreender o mundo através dos cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e
tato).

É de suma importância saber que o estudo da estética, conforme concebido hoje, tem origem da
Grécia Antiga. Sendo assim, desde a sua origem, os seres humanos mostram possuir um cuidado
estético nas suas produções.

Das pinturas rupestres, e os primeiros registos de atividade humana, ao ‘design’ ou à arte


contemporânea, a capacidade de avaliar as coisas esteticamente parece ser uma constante.

Mas, foi por volta de 1750, que o filósofo Alexander Baumgarten (1714-1762) utilizou e definiu
o termo "estética" como sendo uma área do conhecimento obtida através dos sentidos
(conhecimento sensível).

A estética passou a ser entendida, ao lado da lógica, como uma forma de conhecer pela
sensibilidade.

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Desde então, a estética desenvolveu-se como área de conhecimento. Hoje, é compreendida como
o estudo das formas de arte, dos processos de criação de obras (de arte) e nas suas relações
sociais, éticas e políticas.

A filosofia grega, a partir do seu período antropológico, buscou perceber os motivos pelos quais
as atividades humanas possuem um comprometimento com um valor estético: a beleza.

Desde o início dos tempos, a ideia de beleza e de bem-fazer estão interligadas à produção e
transformação da natureza.

Com isso, o filósofo grego Platão (427-347) buscou relacionar a utilidade com a ideia da beleza.
Ele afirmou a existência do "belo em si", uma essência, presente no "mundo das ideias",
responsável por tudo o que é belo.

Muitos dos diálogos platónicos têm como discussão o belo, sobretudo O Banquete. Nele, Platão
se refere ao belo como uma meta a ser alcançada por todo o tipo de produção.

Entretanto, o filósofo une o belo à sua utilidade e ataca a poesia e o teatro grego. No pensamento
platónico, esse tipo de atividade não possuía utilidade e gerava confusão acerca dos deuses e dos
objetivos das ações humanas.

Em Aristóteles, há a compreensão de arte como técnica destinada à produção. O filósofo busca


definir os termos gregos: práxis (ação), poiesis (criação) e techné (regras e procedimentos para se
produzir algo).

Sendo assim, passa a ser entendido como arte, tudo o que passa por essas três dimensões, todo o
tipo de trabalho e tudo aquilo que produz algo novo.

Entretanto, há uma forte hierarquia entre as artes gregas. As artes da razão, que trabalham com o
intelecto, são entendidas como superiores às artes mecânicas, que trabalham com as mãos.

O trabalho com as mãos é compreendido como um trabalho menor, desvalorizado, destinado aos
escravos. Cabia ao bom cidadão grego as atividades do intelecto como a matemática e a filosofia.

A beleza era entendida pelos gregos na sua objetividade. Essa conceção foi mantida durante toda
a Idade Média e estendida na sua relação com a religião. A ideia de perfeição e beleza estiveram
relacionadas à manifestação da inspiração divina.

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Durante o período, a arte foi utilizada como um instrumento a serviço da fé. O seu principal
objetivo era revelar o poder da Igreja e expandir a religião cristã. A beleza em si passou a ser
relacionada ao pecado.

Com o fim da Idade Média, o Renascimento buscará separar-se da visão religiosa da beleza. A
ideia da beleza passa a se relacionar com a reprodução mais fiel possível da realidade. O artista
passa a assumir o protagonismo, a sua qualidade técnica passa a ser valorizada.

A beleza, entendida na sua objetividade, vai estar relacionada com as proporções, formas e
harmonia das representações da natureza. Essas características tornam-se expressões
matematicamente presentes nas obras de arte.

A estética, desde a sua relação com o belo entre os gregos, a sua definição como área do
conhecimento por Baumgarten, até agora, vem se transformando e buscando compreender os
principais fatores que levam os indivíduos a possuírem um "pensamento estético".

A filosofia e a arte encontram-se na estética. Muitos são os pensadores que, ao longo do tempo,
fizeram essa união como modo de compreender uma das principais áreas de conhecimento e
atividade humana.

Hoje em dia, boa parte das teorias estéticas são produzidas, também, por artistas que visam unir a
prática e a teoria na produção do conhecimento.

É o caso de Ariano Suassuna (1927-2014), dramaturgo, poeta e teórico da estética. No vídeo


abaixo, ele fala do valor da arte popular e a sua relação com a dominação cultural.

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O Belo e o Sublime
Lacan no seu seminário da ética aponta três barreiras no acesso à verdade do desejo: a barreira
do bem, a do belo e a barreira do pudor. Para Lacan (Seminário VII, A ética da psicanálise, 1960,
p.280.) “é a barreira do bem que levanta uma muralha poderosa na via do nosso desejo. É mesmo
a primeira com a qual lidamos a cada instante e sempre.” O bem nos introduz no campo da
privação e do benefício (doação) humanos. O bem nos é tirado ou dado por outro. Ficamos aí no
nível do laço imaginário que o pequeno outro, o semelhante impõe e, preocupados nessa
economia, entre ganhos e perdas dos bens, fica-se, muitas vezes, incapacitado de usufruir dos
mesmos. Já com relação à barreira do belo, que pretendo tratar aqui, Lacan (1960), percebe que
está num ponto próximo e crítico do acesso ao desejo, mas também zona ambígua e delicada.

Kant, no texto mencionado, trata a noção do belo aquilo que encanta no limite da superfície,
aparência, forma; é da ordem de um prazer agradável, harmónico, talvez da ordem do princípio
do prazer, contido na sua economia de redução das tensões. Já o sublime, o filósofo liga-o ao
assombroso, profundo, aquilo que provoca comoção. “O sublime comove, o belo estimula” ou
encanta. (Kant, 1764, observações sobre o sentimento do belo e do sublime, p.21.) Kant segue no
seu texto classificando coisas que seriam belas e sublimes, mas o interesse aqui é apontar que o
diferenciador das duas experiências, o que Kant introduz entre os dois termos é algo da ordem de
uma marca trágica de destituição. É possível inferir ser esta ultrapassagem, que nota Lacan,
(1960) ao observar a ambiguidade do belo.

O belo, portanto, pode refletir como um espelho o desejo – esta sendo então a dimensão
imaginária, aquela que imobiliza na idealização e impede o desejo. Mas há a ultrapassagem que,
como se segue na citação acima, é da ordem de um ultraje, que quer dizer, num sentido primeiro,
“ir de”, além do fascínio do belo, deste amor sem desejo. Há então no ultraje uma relação com o
desejo na experiência de busca do real da verdade.

O sublime traz sempre a marca da morte, uma universal, convocando o traço mais particular, a
marca singular, resto ímpar da castração de cada um. A experiência do sublime produz uma
comoção estética, que não sendo paralisante como o belo, traz em si a tragédia da incompletude,
e nesta, a verdade, que, sabe-se, não é toda. O sublime remete o sujeito ao liame da sublimação.
E mesmo se Freud não se refere a este termo - sublime, mesmo se algumas vezes recua diante do

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enigmático e incompreensível, é difícil não ver o quanto os seus textos dão testemunho do seu
interesse pelo imponderável e, por menos que os explique, não os nega3 . Mas Lacan não deixa
de ver uma conjunção entre o sublime, a sublimação e o desejo, a partir das questões que propõe
sobre a função do belo.

Ao “belo não toque nisso” que reflete o desejo, vai-se além, até ao sublime tocante ao isso – que
toca nisso fazendo aí ressoar, não por acaso, o gozo Outro, ligado ao real que padece o
significante na sua impossibilidade de dizer tudo, e, ao trespassa mento da linha que faz fulgurar
algo da coisa-causa do desejo. O sublime tem, portanto, uma relação estreita com o desejo que
ultrapassando o amor ideal, envia a um novo amor a verdade que é ainda , nesta desrealização,
desejo de verdade, esta que o causa.

O génio e as belas-artes
arte (no sentido o geral), com o vimos , está no cerne da definição da beleza e do gosto ,
porquanto o juízo estético te m por princípio a finalidade e formal . Mas vamos ver precisar-se o
vínculo o que une a arte à beleza nas "belas-artes", ao analisaram agora, não mais a
contemplação o de belas coisas, mas a sua produção . A arte (na aceção geral de técnica) opõe-se
a natureza. Mas com o poder, na medida a em que supõe na habilidade, distingue-se também do
saber, da ciência. Do mesmo o modo que o gosto escapa ao saber, a prática não se deixa a reduzir
a teoria. Enfim , a arte é distinta a do ofício , pois a arte é Itera i (frei) e o ofício o mercenário . A
arte é um jogo agradável, mesmo que é deva comporta r alguma obrigação o "mecânica " e
algum aspeto escolar: a separação entre e artesão e artista é tão nítida a quanto a distinção o entr
e o belo e o útil . Mas a próprias artes serão divididas , graças à análise do gosto, e m artes
mecânicas (de aplicação) e em artes estéticas (as que t m por fi m imediato o sentimento o de
prazer); e estas, pela sua vez, em artes de concordância a (que tê m por objetivo o gozo que
nasce de sensações) e em belas-artes (as que contribuem para "a cultura a das faculdades da
alma, em vista da comunicação o na sociedade").

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Conclusão

Em conclusão, a estética é uma área rica e multifacetada que nos oferece inúmeras perspetivas
sobre a beleza, a arte e a experiência sensorial. Ao longo da história, as abordagens teóricas da
estética têm evoluído, refletindo mudanças culturais, sociais e filosóficas. Hoje, a estética
continua a desempenhar um papel crucial na forma como percebemos e interagimos com o
mundo ao nosso redor, influenciando não apenas as artes plásticas e a literatura, mas também a
moda, o ‘design’, a arquitetura e até mesmo a tecnologia.

Ao explorar os conceitos e teorias da estética, podemos desenvolver uma compreensão mais


profunda das complexas interações entre o observador e o objeto estético. Além disso, ao
reconhecer a importância da estética em nossas vidas cotidianas, podemos apreciar melhor o
valor da arte e da beleza em suas diversas formas. Em última análise, o estudo da estética nos
convida a refletir sobre a natureza da percepção e a cultivar uma sensibilidade aguçada para a
riqueza e a diversidade das experiências estéticas.

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Referências Bibliográficas

1. LACAN, Jacques [1959-1960]. O seminário – A ética da psicanálise. Livro VII. Rio de


Janeiro: Zahar, 1988.

2. BAAS, Bernard [1992]. O desejo puro. Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter, 2001

3. LACOSTE, Jean. A filosofia da arte. Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 1986. LABARTHE,
Philippe Lacoue.

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