Final SemanadeClinica PneumoniaSepseAntibioticoterapia LACCAD-FURG.41563713ccfc40e2b569
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Final SemanadeClinica PneumoniaSepseAntibioticoterapia LACCAD-FURG.41563713ccfc40e2b569
PRINCIPAIS CONDIÇÕES
CLÍNICAS DO SUS
“Princípios da Antibioticoterapia”
Ludimilla Carvalho e Cerqueira Silva, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
“SEMIOLOGIA E CONDUTA DAS PRINCIPAIS CONDIÇÕES CLÍNICAS DO SUS”
Para melhor compreender a fisiopatologia da pneumonia, antes devemos conhecer as estruturas afetadas
pela doença, o trato respiratório inferior. O trato respiratório inferior consiste em órgãos localizados na
cavidade torácica: parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões. Os pulmões
são revestidos por uma fina membrana, a pleura, que possui duas camadas, a parietal (em contato com a
parede torácica) e a visceral (em contato com a superfície pulmonar). As camadas da pleura e os músculos
que formam a cavidade torácica também fazem parte do trato respiratório inferior.
➔ A traqueia é um tubo de 10 a 12,5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro, constituída por 20 anéis
cartilagíneos incompletos, que se bifurca inferiormente, dando origem aos dois brônquios
principais: direito e esquerdo.
➔ Internamente, a traqueia é forrada por mucosa com glândulas, e o epitélio é ciliado, facilitando a
expulsão de mucosidades e corpos estranhos.
➔ Como a traqueia, os brônquios principais
contêm anéis de cartilagem incompletos.
➔ Os brônquios principais entram nos pulmões na
região chamada hilo. Ao atingirem os pulmões
correspondentes, os brônquios principais
subdividem-se nos brônquios lobares.
➔ Os brônquios lobares subdividem-se em
brônquios segmentares, cada um destes
distribuindo-se a um segmento pulmonar.
➔ Os brônquios dividem-se respectivamente em
tubos cada vez menores denominados
bronquíolos. As paredes dos bronquíolos contêm
músculo liso e não possuem cartilagem.
➔ Os bronquíolos continuam a se ramificar, e dão origem a minúsculos túbulos denominados ductos
alveolares, que terminam em estruturas microscópicas com forma de uva chamados alvéolos.
➔ Os alvéolos são minúsculos sáculos de ar que constituem o
final das vias respiratórias. Um capilar pulmonar
envolve cada alvéolo a fim de possibilitar a troca de gases
oxigênio e dióxido de carbono.
➔ Os pulmões não são idênticos; o pulmão direito possui três
lobos; inferior, superior e médio. Estes lobos se subdividem, emitindo 10 segmentos pulmonares. Os
lobos pulmonares direitos são separados por duas fissuras; oblíqua e horizontal. O pulmão
esquerdo possui somente dois lobos; superior e inferior, e 8 segmentos pulmonares. Os lobos são
separados por uma única fissura oblíqua.
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➔ Na pneumonia:
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DEFINIÇÃO E CONCEITOS GERAIS DA PNEUMONIA
PAC x PAH:
A pneumonia pode ser dividida em pneumonia adquirida na
comunidade (PAC) e pneumonia adquirida no hospital (PAH);
daremos enfoque à primeira.
Assim...
Hiperaguda com tosse, expectoração
Pneumonia purulenta, febre alta e calafrios.
"Típica"
Enfoque Clínico
Pneumonia Doença subaguda com sintomas gerais
"Atípica" de uma “síndrome gripal”.
PAC (Pneumonia
Adquirida na
Comunidade)
Consolidação alveolar extensa ocupando
Pneumonia Lobar
um lobo inteiro.
Enfoque
Histopatológico
Broncopneumonia Consolidação alveolar multifocal:
múltiplos focos lobulares.
PADRÕES HISTOPATOLÓGICOS:
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Broncopneumonia: caracterizada pela consolidação alveolar multifocal –
são múltiplos focos acinares (ou lobulares), coalescentes (unidos), que predominam
na região peribrônquica (ao redor do brônquio). Este é o tipo mais frequente de
apresentação da pneumonia. Qualquer agente infeccioso causador de pneumonia pode
cursar com este padrão. O próprio “pneumococo”, o Staphylococcus aureus, e
bactérias Gram-negativas costumam acometer o pulmão desta forma. Vale ressaltar
que se a agregação dos focos broncopneumônicos atingir um grande volume, o
infiltrado pode transformar-se em uma pneumonia lobar ou sublobar.
PADRÕES CLÍNICOS:
Antigamente, a maioria dos autores denominava pneumonia “atípica” qualquer pneumonia causada
por um “germe atípico” ou agente que não seja uma bactéria identificável pelo Gram (técnica de coloração
para identificação de bactérias) e que cresça em meios de cultura para germes comuns. Entretanto, a
classificação atual baseia-se na apresentação clínica, cujas manifestações são mais dependentes do
estado imunológico de um paciente do que do agente etiológico em si.
O quadro descrito é muito comum quando a pneumonia bacteriana comunitária acomete adultos
de meia-idade previamente hígidos. Entretanto, nos idosos e nos pacientes que apresentam
comorbidades (DPOC, insuficiência cardíaca, diabetes mellitus, alcoolismo, neoplasia, uremia, doença
cerebrovascular etc.) o quadro clínico se afasta do padrão típico descrito. A febre pode estar ausente ou
ser mais baixa (38-38,5°C), pode ter ausência de tosse e expectoração purulenta. Algumas vezes, o único
sinal de pneumonia nesses pacientes pode ser a prostração, a desorientação ou a taquidispneia.
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PATOGÊNESE DA PNEUMONIA
Pneumonia
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SEMIOLOGIA DA PNEUMONIA
Ao chegar ao serviço de atendimento, o paciente vai apresentar uma série de sinais e sintomas que
deverão ser explorados pelo médico e pela equipe de atendimento, pois eles são fundamentais para se chegar
ao diagnóstico e até mesmo diferenciar o tipo de PAC. Por isso, uma boa anamnese e um bom exame
físico são fundamentais.
ANAMNESE
Identificação do paciente, busca da queixa principal.
Paciente vai relatar sintomas como: dor torácica ventilatório dependente, febre alta de início súbito,
calafrios e tremores, tosse (que pode ser produtiva com expectoração purulenta ou seca que evolui
para produtiva com secreção esbranquiçada), dispneia (falta de ar), cefaleia (dor de cabeça),
adinamia (cansaço), mialgia (dor muscular), taquicardia e taquipneia.
Muitas vezes o paciente apresenta confusão mental.
Investigar os sintomas é importante para determinar se é um quadro de pneumonia “TÍPICA” ou
“ATÍPICA”
Na pneumonia atípica quadro clínico atípico assemelha-se a uma virose respiratória prolongada. A tosse costuma piorar
após a primeira semana, passando a ser o principal sintoma; às vezes persiste por várias semanas. Costuma ser uma tosse
seca, que atrapalha o sono do paciente, mas também pode mostrar-se produtiva. Neste caso, a expectoração geralmente é
branca, mas em 30-50% dos casos é descrita como purulenta.
Investigar antecedentes pessoais: comorbidades (diabetes, hipertensão, HIV, doença cardíaca, doença
renal ente outros), uso de medicamentos.
EXAME FÍSICO
Devemos realizar todo o exame físico respiratório: inspeção, palpação, percussão e ausculta.
Alguns dos achados podem ser:
Inspeção: presença de tiragem - retração e afundamento supra-esternal, supra clavicular e intercostal.
Palpação: aumento das vibrações vocais
Percussão: presença de macicez ou submacicez
Ausculta: murmúrio vesicular e frêmito toracovocal diminuídos ou abolidos; pede-se para o paciente
falar “33” para se auscultar a voz – pode se ter presença de ressonância vocal aumentada com egofonia
(som anasalado da voz), broncofonia (escuta-se a voz sem nitidez), pectorilóquia fônica (escuta-se a
voz com nitidez mesmo que o paciente cochice), sopro tubário (escuta-se no pulmão o mesmo som do
ar passando pela traqueia), presença de estertores.
Outros sinais no exame físico: febre, taquipneia, taquicardia e cianose.
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FISIOPATOLOGIA DOS SINAIS E SINTOMAS
A presença do patógeno nas vias aéreas inferiores geram uma série de sinais e sintomas que geram
um quadro típico nos pacientes com pneumonia. Vamos entender qual a origem dos principais
componentes dessa sintomatologia.
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DIAGNÓSTICO DA PNEUMONIA
- Perfil “Típico”
Diagnóstico - Perfil “Atípico”
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EXAMES LABORATORIAIS:
O diagnóstico de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) depende dos seguintes achados nos
exames laboratoriais:
➔ Caso “típico”
- Leucocitose neutrofílica: aumento do número de neutrófilos.
- Presença de granulações grosseiras no citoplasma de neutrófilos (corpúsculos de
Dohle – imagem ao lado).
- Hematócrito (% de hemácias no sangue) e plaquetas (coagulação): normais no início do quadro.
- Leucopenia: diminuição do número de células de defesa → mau prognóstico.
- Bioquímica costuma estar normal, mas pode ocorrer hiponatremia (alteração da concentração de
Na+) leve a moderada. Hiponatremia grave e elevação de enzimas hepáticas → pneumonia por
Legionella pneumophila.
- Aumento agudo das escórias renais (ureia e creatinina): sepse grave ou nefrite intersticial pelo
antibiótico utilizado.
- Gasometria arterial: mais frequentes a hipoxemia (insuficiência de O2 no sangue) e alcalose
respiratória (aumento do pH sanguíneo por causa respiratória).
- Hipoxemia grave (PaO2<60 mmHg), acidose metabólica/respiratória: mau prognóstico.
➔ O caso “atípico”
- Leucocitose neutrofílica em 20% dos casos.
EXAMES DE IMAGEM:
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Padrões radiológicos e possíveis patógenos associados – Caso “típico”
- Primeira imagem:
broncopneumonia (achado mais
comum);
- Segunda imagem: Pneumonia lobar;
- Padrões comumente associados ao
pneumococo.
1 2
- Necrose parenquimatosa e
cavitações: anaeróbios, Klebsiella
pneumoniae, Staphylococcus aureus
e Streptococcus pneumoniae sorotipo
3 (raro).
- Lesões cavitárias pequenas (< 2 cm):
pneumonia necrosante;
- Lesão cavitária grande (> 2 cm),
contendo nível hidroaéreo: abscesso
pulmonar.
Pneumonia Necrosante Abcesso pulmonar
- Condensação de formato
arredondado (pseudotumor):
“pneumonia redonda” (round
pneumonia).
- Típica de crianças, causada quase
sempre por Streptococcus
pneumoniae.
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TRATAMENTO DA PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE - PAC
Assim que se chega ao diagnóstico de pneumonia, o tratamento deve ser iniciado. Mas, antes de
serem iniciados os medicamentos, alguns parâmetros do paciente devem ser avaliados. Isso é feito
através de uma escala chamada de Score CURB-65, ela avalia 5 parâmetros como confusão mental, uremia,
frequência respiratória, pressão arterial e idade maior que 65 anos. Cada alteração desses parâmetros recebe
uma pontuação, que ao final será somada para se estratificar o risco desse paciente e assim decidir se o
tratamento será ambulatorial ou se o paciente deve ser internado.
Para definir ainda se o paciente tem PAC grave, deve ser feita uma segunda análise para saber se
há indicação para terapia intensiva (UTI). São analisadas condições que são dividas em critérios maiores e
critérios menores.
Recomenda-se internação em UTI quando o paciente apresentar um critério maior ou dois critérios
menores.
Ludimilla Carvalho e Cerqueira Silva, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
ANTIBIOTICOTERAPIA PARA PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE - PAC
O tratamento inicial para a maioria dos pacientes é empírico (baseado na experiência médica com
outros casos semelhantes): antibiótico é escolhido pelo quadro clínico do paciente. A pneumonia
comunitária deve ser tratada por sete a dez dias em quadros clínicos brandos e dez a catorze (alguns
autores citam 21) dias em casos mais graves.
RESPIRATÓRIA
Azitromicina, Doxiciclina Moxifloxacino, Gemifloxacino, Azitromicina Amoxicilina dose,
;
Claritromicina Levofloxacino Claritromicin Amoxicilina-
Eritromicina Eritromicina clavulanato,
Ceftriaxone,
Cefpodoxima,
Cefuroxima
S. aureus
Mínimo recomendado: Pensando em P. aeruginosa: Resistente à
TERAPIA INTENSIVA
Meticilina (MRSA):
BETALACTÂMICO + BETALACTÂMICO + BETALACTÂMICO + AMINOGLICO. e AMINOGLICO. e Adicionar Adicionar
AZITROMICINA FLUOROQUINOLONA QUINOLONA AZITROMICINA FLUOROQUINOL. VANCOMICINA LINEZOLIDA
(aminoglicosídeo)
Cefotaxima, Cefotaxima, Piperacilina-
Ceftriaxone, Ceftriaxone, tazobactam,
Ampicilina- Ampicilina- Cefepime,
sulbactam sulbactam Imipenem,
+ + Meropenem
Azitromicina Fluoroquinolona +
Levofloxacino, (fluoroquinolona)
Ciprofloxacino
Depois do tratamento ter sido iniciado e houver falta de resposta clínica, as explicações podem ser:
➔ Falta de resposta ao tratamento ou piora clínica/radiológica em 48/ 72 horas: fracasso precoce.
Deve-se trocar a antibioticoterapia ou internar o paciente.
➔ Piora do quadro clínico após 72 horas: falha tardia
- Antibioticoterapia errada; trocar medicação
- Não era pneumonia: pode ser embolia pulmonar, vasculites; tratar o quadro corretamente
- Pneumonia por agentes pouco usuais; trocar medicação
- Ocorreram complicações: pulmonares ou extrapulmonares; tratar complicações
Ludimilla Carvalho e Cerqueira Silva, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
PNEUMONIA POR CORONAVÍRUS
Ludimilla Carvalho e Cerqueira Silva, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
Ludimilla Carvalho e Cerqueira Silva, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
Aula 11 – MANEJO INICIAL DO PACIENTE
COM SEPSE
Matheus Cavalcante - ATM 23; Eduardo Gauze Alexandrino; Nathalia Campos Palmeira – LACCAD/FURG
“SEMIOLOGIA E CONDUTA DAS PRINCIPAIS CONDIÇÕES CLÍNICAS DO SUS”
Sepse não é assunto fácil, pois tem uma sintomatologia diversa, justamente pela capacidade de
atingir diversos órgãos. Então vamos continuar organizando o raciocínio da página anterior, com a adição
de informações de diagnóstico e tratamento:
ATENÇÃO
19. A sepse é uma síndrome clínica de disfunção de órgãos com risco de vida, causada por uma resposta
desregulada do organismo do paciente frente a infecções.
20. Choque séptico tem a ver com redução crítica da perfusão tecidual (falta O2); comprometendo órgãos.
21. As causas mais comuns em pacientes IMUNOCOMPETENTES (pessoas previamente saudáveis)
incluem muitas diferentes espécies de bactérias gram-positivas e gram-negativas.
22. A causa em pacientes IMUNODEFICIENTES pode ser espécies bacterianas ou fúngicas
incomuns. Reforça-se a necessidade de uma boa anamnese de identificação e histórico.
23. Os sinais mais comuns são: FEBRE, HIPOTENSÃO (pressão arterial baixa), OLIGÚRIA (baixa
produção de urina) E CONFUSÃO MENTAL. Considerar o SOFA.
24. O diagnóstico é primariamente clínico, combinado com resultados de cultura que demostram
infecção. Dessa forma, o reconhecimento e tratamento precoces são essenciais.
25. O tratamento é feito com reanimação agressiva com líquidos, antibióticos, excisão cirúrgica
de tecidos infectados ou necrótico, drenagem de pus (abcessos) e cuidados de suporte (MOV).
26. SIRS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica) não é mais um pré-requisito para haver
diagnóstico de sepse, pois existem outras causas que não são infecciosas.
Matheus Cavalcante - ATM 23; Eduardo Gauze Alexandrino; Nathalia Campos Palmeira – LACCAD/FURG
FISIOPATOLOGIA BÁSICA DA SEPSE
SINTOMATOLOGIA
Febre, vasodilatação, síndrome do extravasamento capilar, disfunção na microcirculação.
Sinais e sintomas de acordo com órgão lesado.
É necessário que o sistema de defesa do corpo humano não seja capaz de combater a instalação
de um patógeno no organismo. Uma vez a instalação microbiana instalada em algum sítio anatômico
(presença do patógeno), ocorre um estímulo inflamatório que desencadeia a produção de mediadores pró-
inflamatórios, incluindo FNT (Fatores de Necrose Tumoral) e IL-1 (Inter Leucina 1). Essas citocinas (mediadores
químicos para induzir a resposta do organismo frente ao patógeno) causam adesão de neutrófilos (defesa primária)
a células endoteliais (células que recobrem o interior do vaso sanguíneo) , ativam o mecanismo de coagulação e
geram microtrombos. Eles também liberam inúmeros outros mediadores que alteram as estruturas dos
vasos sanguineos, incluindo leucotrienos, lipoxigenase, histamina, bradicinina, serotonina e IL-2.
Inicialmente, artérias e arteríolas se dilatam, diminuindo a resistência arterial periférica;
tipicamente, o débito cardíaco aumenta (volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo por minuto). Esse
quadro é chamado de “choque quente”. Depois, o débito cardíaco pode diminuir, a pressão arterial
diminui (com ou sem aumento da resistência periférica) e surge as características típicas (sintomatologia) de
choque (porém, origem: sepse = resposta inflamatória devido infecção). Mediadores vasoativos fazem com que o
sangue se desvie das redes capilares (um problema distributivo). Assim, ocorre um fluxo capilar
deficiente, juntamente com a obstrução capilar por microtrombos, e diminuindo A ENTREGA DE
OXIGÊNIO na célula (posteriormente nos órgãos) e também consequentemente, reduzindo a capacidade
de remoção de dióxido de carbono e produtos de excreção.
A perfusão diminuída causa disfunção e até falência de um ou mais órgãos (como rins, pulmões, fígado,
encéfalo e coração), e a falta de oxigênio no tecido obriga o aumento de respiração anaeróbia, aumentando
o lactato sérico, sendo esse um importante marcador de tratamento e prognóstico no paciente séptico.
Matheus Cavalcante - ATM 23; Eduardo Gauze Alexandrino; Nathalia Campos Palmeira – LACCAD/FURG
SEMIOLOGIA DA SEPSE
Matheus Cavalcante - ATM 23; Eduardo Gauze Alexandrino; Nathalia Campos Palmeira – LACCAD/FURG
SIMPLIFICANDO A SINTOMATOLOGIA VISUALMENTE:
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CONSIDERAÇÕES SOBRE DIAGNÓSTICO DA SEPSE
Pode ser um paciente com: “Frequência Respiratória (FR) maior ou igual a 22 repetições por minuto, com
alteração do estado mental e pressão arterial sistólica menor que 100 mmHg., sem infecção aparente (feridas e
abcessos de pus), podendo ser uma infecção renal”.
“Paciente feminina, 72 anos, familiares relataram que ela “passou mal” há 2h. Sem antecedentes mórbidos, não
usa nenhuma medicação, encontrada a 2h em casa pálida, confusa, extremidades frias e foi trazida ao hospital.
No exame físico: PA: 80x50mmHg, FC: 105 bpm, FR: 30, SATO2 94% e ausculta pulmonar limpa. A equipe
pensou em SEPSE. Foi feita aferição da Temperatura: 38,5º C. Sem sangramentos externos e histórico de
cirurgias recentes. Paciente foi internada e monitorada, feito acesso venoso, coleta de material para cultura...
inicia-se o tratamento e busca do foco infeccioso.
ATENÇÃO:
MANEJO INICIAL DO PACIENTE
Raciocínio básico de manejo: Ao suspeitar de sepse ou de choque séptico, a equipe deve manejar
rapidamente o paciente: Sugere-se um check-list rápido de 05 passos: PACIENTE CHEGOU,
ANAMNESE, SINAIS VITAIS E EXAME FÍSICO REALIZADO. Você suspeitou de SEPSE:
1) Medir lactato: medir imediatamente na suspeita de sepse! Ele é um marcador de prognostico e pode
ser usado como alvo terapêutico (se cair: significa que seu tratamento está tendo sucesso). Mirar no alvo de
<2mmol/L) ou queda de 20% nas primeiras 6h (ou seja, medir, TRATAR e depois de 6h pedir novamente o exame).
2) Colher culturas: após suspeita de sepse, colher imediatamente do foco suspeito (lesões e secreções)
mais hemocultura. Fazer exame de imagem complementar (se é pneumonia: raio x se renal: urina, p.ex)
3) Fazer antibioticoterapia: APÓS fazer coleta para cultura, administrar antibiótico de amplo espectro
de modo a cobrir os patógenos mais prováveis. Importante: identificar e RETIRAR o foco infeccioso
(cateter, lesão, dreno, acesso, drenar abcesso). 2º momento: Antibioticoterpia especifica para patógeno (cultura).
4) Fazer expansão de volume com cristaloides (ringer lactato): 30ml por kg! Ringer lactato é barato e
disponível. Pode fazer 500 ml. Paciente não respondeu: + 500 ml (e comece a considerar Vasopressor).
5) Fazer vasopressina: (ainda na veia periférica). Caso o paciente não responda a expansão volêmica,
não é necessário esperar fazer toda a bolsa de ringer lactato para utilizar a noradrenalina (droga de
vasoconstrição e que aumenta o debito cardíaco).
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AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DA SEPSE
A sepse é uma emergência médica, por isso deve ser tratada imediatamente. As prioridades são:
SEPSE
..........................................................................................................................................................................
• Após a suspeita do paciente com Sepse é recomendado que nos primeiros 45 minutos sejam
realizados os seguintes exames:
1. Exames de sangue de rotina: é importante porque, por meio dele, será possível observar a
quantidade de plaquetas e leucócitos. No caso, a quantidade de plaquetas diminui e o número de
leucócitos aumenta.
2. Lactato sérico: o lactato aumentado mostra que houve ativação do ciclo anaeróbico, sendo um
medidor do grau de hipóxia tecidual.
3. Gasometria arterial: verifica a saturação de oxigênio e CO2 no sangue; fator importante para
verificar a oxigenação tecidual.
4. Amostras de hemocultura: importante para verificar presença de micro-organismos na corrente
sanguínea.
5. Culturas de sítios fáceis (urina e escarro): identificação de micro-organismo causador da infecção
(agente etiológico)
6. Exames de imagem (Rx de tórax, USG/TC de abdome): busca de possíveis focos infeciosos
(abcessos, empiema p. ex.) ou complicações da infecção (derrame pleural p. ex.)
• ANTIBIOTICOTERAPIA
Matheus Cavalcante - ATM 23; Eduardo Gauze Alexandrino; Nathalia Campos Palmeira – LACCAD/FURG
• RESSUSCITAÇÃO VOLÊMICA (expansão volêmica)
Recomenda-se: www.msdmanuals.com/pt/profissional/medicina-de-cuidados-cr%C3%ADticos/sepse-e-choque-
s%C3%A9ptico/sepse-e-choque-s%C3%A9ptico#v928479_pt
Vídeos:
www.youtube.com/watch?v=6qhh7PCSc4M e www.youtube.com/watch?v=mZ4C-H9o3z0
Matheus Cavalcante - ATM 23; Eduardo Gauze Alexandrino; Nathalia Campos Palmeira – LACCAD/FURG
FATORES DE RISCO DO PACIENTE COM SEPSE
Para finalizar e fixar, observe atentamente esse mapa mental da Sanar, começando pelo quadro
clínico (reconhecendo o paciente), depois o diagnóstico e por fim o tratamento.
DESCONFIE DE SEPSE SEMPRE (anamnese + sinais vitais + exame físico + tratamento alvo +
acompanhamento) CONHEÇA SEU LOCAL DE TRABALHO E RESPEITE SUA EQUIPE!
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Mnemônica
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Aula 12 – Princípios da Antibioticoterapia
Parte 1
Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
TÓPICOS ABORDADOS NO MATERIAL
Esse material será dividido em duas partes para facilitar o estudo sobre os antibióticos.
Por ser um tema muito abrangente e com muito conteúdo e para que consigamos fazer uma boa
abordagem sobre o assunto, o material seguirá a seguinte organização:
Parte 1 – Serão abordados os seguintes tópicos que servirão de base para nossa aula.
• PRINCÍPIOS GERAIS PARA INDICAÇÃO E CRITÉRIOS PARA INÍCIO DE
ANTIMICROBIANOS
• INTRODUÇÃO À ANTIBIOTICOTERAPIA
▪ Estrutura e Fisiologia bacteriana
▪ Classificação Bacteriana
▪ Mecanismos de Resistência
▪ Classificação dos Antibióticos
Parte 2 – Serão abordadas com maior foco as classes de antibióticos para aprofundar o
estudo sobre o tema.
• CLASSES DE ANTIBIÓTICOS, SEUS REPRESENTANTES E CARACTERÍSTICAS
• SITUAÇÕES CLÍNICAS COMUNS E SEUS POSSÍVEIS ESQUEMAS TERAPÊUTICOS:
▪ Tuberculose
▪ Infecções do Trato Urinário
▪ Meningites Bacterianas
▪ Pneumonia Adquirida em Comunidade
▪ Sífilis
Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
“SEMIOLOGIA E CONDUTA DAS PRINCIPAIS CONDIÇÕES CLÍNICAS DO SUS”
PRINCÍPIOS DA ANTIBIOTICOTERAPIA
PRINCÍPIOS GERAIS PARA INDICAÇÃO E CRITÉRIOS PARA INÍCIO DE
ANTIMICROBIANOS
1- EXISTE INFECÇÃO?
Há muitas condições clínicas, como colagenoses (inflamação do tecido conjuntivo devido à doença
autoimune), neoplasias, distúrbios metabólicos e circulatórios, que são capazes de simular quadros
infecciosos.
Outro fator importante e motivador de possíveis confusões é que a febre não é um sinônimo de
infecção, podendo estar presente em outras situações (LES, AR e vasculites, linfomas, leucoses,
pancreatite, TEP, etc). Além disso, por outro lado, a ausência de febre não afasta a possibilidade de
doença infecciosa (idosos, crianças e imunossuprimidos, por exemplo, podem demonstrar uma resposta
individual diferente diante de infecções). Alguns sinais e sintomas podem indicar uma Síndrome da
Resposta Inflamatória Sistêmica - SIRS (RELER AULA DE SEPSE).
Fazer o uso de antimicrobianos para tratar de forma precipitada situações não comprovadas pode
levar: ao atraso no diagnóstico, ao risco de toxicidade por drogas, à seleção de microrganismos
resistentes e ao desperdício de recursos. A anamnese e o exame físico detalhados são usualmente
suficientes para o diagnóstico clínico de um processo infeccioso.
Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
concentrações do antimicrobiano no liquor e no parênquima cerebral - (muitas drogas, não têm boa
penetração nesses locais, mesmo com as meninges inflamadas).
Além disso, saber a localização da infecção permite elaborar suspeitas de possíveis germes
comuns nas situações clínicas correspondentes. Segue na tabela alguns focos clínicos e germes suspeitos
correlacionados.
SITUAÇÃO CLÍNICA GERMES SUSPEITOS COMO PESQUISAR
Foco Urinário Gram negativos entéricos (Ex: E. coli) Pedir EQU, urinocultura com atb.
Estreptococos, Estafilococos, Gram Hemocultura, cultura do material da
Foco Cutâneo
negativos ferida,
Ultrassom abdominal, TC se foco em
Fonte Intra-abdominal ou Gram negativos, Anaeróbios e retroperitônio, laparotomia exploratória,
Peritonite Enterococos drenar coleções e enviar para cultura e
Gram.
Raio X, Gram e cultura de escarro,
Pneumonia em Idosos ou Pneumococos, H. influenzae, Germes drenagem pleural com exame do líquido,
Aspirativa Atípicos, Gram positivos, Anaeróbios hemocultura, aspirar tubo, extubar o
quanto antes.
Hemocultura, Ecocardiograma para
Endocardite infecciosa Estreptococos, Enterococos, Estafilococos
avaliar vegetação.
Pneumococos, Meningococos, H.
Sistema Nervoso Central TC, exame do liquor e cultura.
infuenzae, Gram negativos
Sem foco definido em paciente Gram negativos entéricos, Estafilococos,
Realizar hemoculturas repetitivas.
imunodeprimido Estreptococos, P. aeruginosa
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- Conhecimentos Gerais de Doenças Infecciosas: pela apresentação e pelas características clínicas da
doença, muitas vezes consegue - se chegar, com razoável precisão, a um diagnóstico seguro.
- Situação do Paciente: idade, imunocompetência, comorbidades (doenças de base), qualidade da perfusão
tecidual, gravidade do quadro, uso prévio de antimicrobianos, presença de fatores de risco, uso de cateteres,
drenos, tubos, próteses, etc.
- Epidemiologia Local: Há algum patógeno mais provável (surtos, doenças endêmicas ou epidêmicas)?
Houve contato com pessoas com sintomas semelhantes?
- Outras questões importantes: A infecção foi adquirida em ambiente comunitário ou hospitalar? Em
pacientes hospitalizados, quais os germes mais prováveis em cada instituição e quais seus padrões de
sensibilidade e de resistência? Dentro de cada instituição, quais os agentes mais prováveis por unidade?
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6- É NECESSÁRIA UMA COMBINAÇÃO DE DROGAS?
Algumas vezes, precisamos utilizar combinações de antimicrobianos para obter o efeito desejado.
Com as combinações, podemos obter ampliação do espectro e sinergismo, por exemplo.
- Ampliação do espectro: Ocorre quando combinamos, por exemplo, drogas que agem predominantemente
sobre gram positivos com drogas que agem predominantemente sobre gram negativos.
- Sinergismo: Ocorre quando uma associação de drogas tem resultados superiores à soma de seus efeitos
isolados, por exemplo sulfas e trimetoprim ou aminoglicosídeos e penicilinas associados.
FARMACOCINÉTICA
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PONTOS-CHAVE:
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INTRODUÇÃO À ANTIBIOTICOTERAPIA
CLASSIFICAÇÃO BACTERIANA
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GRAM POSITIVO: GRAM NEGATIVO:
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA
A expressão “resistente” significa que o germe tem a capacidade de crescer in vitro em presença
da concentração que a droga analisada atinge no sangue, ou seja, o conceito é dose-dependente. No
entanto, a concentração sanguínea de vários antibióticos é muito inferior à concentração alcançada pelo
mesmo antibiótico em outros líquidos ou tecidos corpóreos, como a urina. Assim, uma bactéria pode ser
“resistente” a um determinado antibiótico quando ela está presente na corrente sanguínea, mas “sensível”
quando está nas vias urinárias.
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As bactérias possuem diversos mecanismos de resistência aos antibióticos. Os principais são:
1- MECANISMO ENZIMÁTICO:
A inibição ou inativação enzimática do antibiótico é o principal mecanismo de resistência adquirido
contra a classe dos beta-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos, monobactâmicos).
Exemplo - Produção de Beta-lactamases: Nesse caso, as bactérias podem produzir enzimas chamadas de
beta-lactamases. Essas beta-lactamases são moléculas que fazem clivagem do anel betalactâmico (o qual
é comum a todos os fármacos betalactâmicos). Ao hidrolisar o anel betalactâmico, essas enzimas inativam
o antibiótico. Na procura de antibióticos beta-lactâmicos mais resistentes à ação das beta-lactamases, foram
desenvolvidas combinações do antibiótico beta-lactâmico com agentes inibidores da ação da beta-lactamase
(exemplos de inibidores de beta-lactamases: Clavulanato, Sulbactam, Tazobactan).
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CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS:
Existem várias maneiras de classificar os fármacos antibacterianos, podendo ser de acordo
com:
1- ATIVIDADE ANTIBACTERIANA:
• Bactericidas: matam as bactérias em concentrações plasmáticas seguras para os seres humanos.
• Bacteriostáticos: inibem o crescimento bacteriano, mas não destroem as bactérias nas
concentrações plasmáticas que são seguras para os seres humanos.
2- ESPECTRO DE AÇÃO:
• Amplo Espectro: fármacos com espectro de ação extenso.
• Curto Espectro: fármacos com limitado espectro de ação contra bactérias.
ATENÇÃO: quanto mais específico, melhor o tratamento. Portanto, as drogas de espectro limitado
devem ser preferidas. O uso inadequado de antimicrobianos de espectro amplo pode desequilibrar a
microbiota, levando ao surgimento de superinfecções por germes multirresistentes.
3- MECANISMO DE AÇÃO:
Os antibióticos podem agir de diferentes formas e em diferentes sítios bacterianos para impedir o
crescimento e matar a bactéria. O antibiótico pode impedir a formação completa do peptidoglicano,
inibindo a formação da parede celular deixando a célula bacteriana mais susceptível a ação do
medicamento; pode inibir a síntese de proteínas bacterianas, inibir a síntese de ácidos proteicos,
impedindo a produção das proteínas da bactéria e sua replicação; Alguns antibióticos podem mimetizar os
metabólitos das células bacterianas, se ligando as suas enzimas e as impedem de se reproduzir ou se
alimentar; outros auam modificando a membrana plasmática da bactéria.
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LISTA DAS PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIBIÓTICOS E SEUS REPRESENTANTES
Os antibióticos podem ser administrados por diversas vias como: via oral, tópica, parenteral entre
outros. O intervalo, o tempo de uso e a via preferencial dos antibióticos irão variar de acordo com o tipo do
processo infeccioso e com sua gravidade. Na tabela abaixo temos os principais representantes de todas as
classes de antibióticos conhecidas:
BETALACTÂMICOS
Penicilinas Naturais: Penicilina G Benzatina (Benzetacil);
Penicilina G Cristalina; Penicilina G Procaína; Penicilina V
Oral;
Aminopenicilinas: Amoxicilina; Ampicilina;
Penicilinas Antiestafilocócicas: Oxacilina / Meticilina;
PENICILINAS
Penicilinas de Amplo Espectro: Piperacilina; Ticarcilina;
Carbenicilina;
Penicilinas com Inibidores de Beta-lactamases:
Amoxicilina-Clavulanato-(Clavulin); Piperacilina-
Tazobactam-(Tazocin); Ampicilina-Sulbactam.
Cefalosporinas de 1ª Geração: Cefalexina; Cefadroxila;
Cefazolina; Cefalotina;
Cefalosporinas de 2ª Geração: Cefaclor; Cefoxitina;
Cefuroxima;
CEFALOSPORINAS Cefalosporinas de 3ª Geração: Cefotaxima; Ceftriaxona
(Rocefin); Ceftazidima;
Cefalosporinas de 4ª Geração: Cefepime;
Cefalosporinas de 5ª Geração: Ceftarolina; Ceftobiprole
CARBAPENÊMICOS Imipeném, Meropeném, Ertapeném;
MONOBACTÂMICOS Astreonam;
Quinolonas de 1ª Geração: Ácido Nalidíxico
Quinolonas de 2ª Geração: Norfloxacino; Ciprofloxacino;
QUINOLONAS/ FLUOQUINOLONAS Ofloxacino;
Quinolonas de 3ª Geração: Lexofloxacino; Moxifloxacino;
Quinolonas de 4ª Geração: Trovafloxacino; Sitafloxacino;
NITROFURANTOÍNA: Macrodantina;
LIPOPEPTÍDEOS Daptomicina
OXAZOLIDINONAS Linezolida
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Aula 12 – Princípios da Antibioticoterapia
Parte 2
Nesta etapa serão abordadas com maiores detalhes as classes de antibióticos, os representantes
de cada uma delas e qual a indicação de uso. Por ser um assunto bastante extenso, recomendamos
que a leitura seja feita de maneira gradual, e que a primeira parte esteja bem compreendida para
facilitar o entendimento dessa etapa.
Lembrem-se sempre dos mecanismos de ação de cada classe para facilitar a compreensão da
indicação de uso de cada fármaco. Serão explanados aqui também a forma de tratamento de 5
infecções graves bastante frequente nos ambulatórios: Tuberculose, Infecções do Trato Urinário,
Meningite, Pneumonia Adquirida na Comunidade e Sífilis.
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CLASSES DE ANTIBIÓTICOS, SEUS REPRESENTANTES E CARACTERÍSTICAS:
PENICILINAS:
PENICILINA G BENZATINA (Benzetacil)
Características Gerais:
- Administração: Intramuscular Aplicação Prática:
(IM); Cobertura: - Tratamento para Sífilis;
- Meia vida longa: Estrepto e Enterococos, Neisseria - Profilaxia para Febre reumática
aproximadamente 20 dias; (meningococo), Anaeróbios e outros secundária à faringoamigdalites de
- Uso em infecções prolongadas e (Treponema pallidum); Não cobre repetição por S. pyogenis;
profilaxias; Estáfilos. - Profilaxia para Endocardite por S.
- Penetração ruim no SNC; viridans.
- Segura na gestação e lactação.
PENICILINA G CRISTALINA
Características Gerais: Aplicação Prática:
- Administração: Intravenosa (IV); Cobertura: - Infecções por: S. pneumoniae
- Meia vida mais curta: Estrepto e Enterococos, Neisseria (IVAS, PAC e meningites); S.
aproximadamente 4-6 horas. (meningococo), Anaeróbios e outros pyogenis (piodermites e
- Uso em infecções agudas e graves; (Treponema pallidum); Não cobre faringoamigdalites); S. agalactie
- Boa penetração no SNC; Estáfilos. (meningite e sepse do RN); S.
- Segura na gestação e lactação. viridans (endocardite).
OXACILINA
Cobertura: Aplicação Prática:
Características Gerais:
Estafilococos (MSSA- - Infecções de pele e partes moles,
- Administração: via parenteral;
Sthaphylococcus aureus Sensível à abcessos, pneumonias
- Segura na gestação e lactação.
Meticilina/Oxacilina) estafilocócicas.
AMINOPENICILINAS:
AMOXICILINA; AMPICILINA
Aplicação Prática:
Características Gerais: Cobertura: - S. pneumoniae: IVAS
- Administração: Via oral (VO) ou Estreptococos, Enterococos, (rinossinusite, otite), PAC,
IV; Listeria, Neisseria (meningococo), meningite do RN; S. pyogenis:
- Cruzam a BHE inflamada; Hemófilos. piodermites e faringoamigdalites; S.
- Segura na gestação e lactação. agalactie: meningite e sepse do RN;
S. viridans: endocardite
PENICILINAS DE AMPLO ESPECTRO:
PIPERACILINA; CARBENICILINA; TICARCILINA
Aplicação Prática:
Características Gerais: Cobertura: - Infecções graves por bactérias
- Administração: IV; Pseudomonas, Enterobactérias, sensíveis gram negativas, como
- Uso intra-hospitalar; Proteus sepse, pneumonias, infecções intra-
abdominais.
AMOXICILINA - CLAVULANATO (Clavulin)
Cobertura: Aplicação Prática:
Características Gerais:
MSSA, Estreptococos, Enterococos, - Sinusite, IVAS, Pé diabético
- Administração: VO ou IV;
Hemófilos, Neisserias infectado, mordedura de animais
AMPICILINA - SULBACTAM
Cobertura:
Características Gerais: Aplicação Prática:
Idem ao Clavulin + Boa cobertura p/
- Administração: VO ou IV; Idem ao Clavulin
Acinetobacter.
PIPERACILINA - TAZOBACTAM (Tazocin)
Características Gerais: Aplicação Prática:
Cobertura:
- Administração: IV; - Infecções intra-abdominais por
Enterobactérias e Pseudomonas
cepas produtoras de beta-lactamases
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CEFALOSPORINAS:
CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO:
CEFALEXINA; CEFADROXILA; CEFAZOLINA; CAFALOTINA
Aplicação Prática:
Características Gerais:
- Infecções de pele e partes moles,
- Administração: VO e IV; Cobertura:
ósseas e de articulações;
- Penetração ruim no SNC; Gram positivos: Estáfilos e
- Profilaxias cirúrgicas;
- Não costumam ser usadas em Enterococos comunitários.
- Infecções por S. pneumoniae; S.
infecções graves;
pyogenis; S. agalactiae; S. viridans;
CEFALOSPORINAS DE 2ª GERAÇÃO:
CEFACLOR; CEFOXITINA; CEFUROXIMA
Cobertura:
Características Gerais: Anaeróbios e com espectro Aplicação prática:
- Administração: VO, IV, IM ampliado para gram negativos, - Infecções por anaeróbios,
- Apenas a Cefuroxima costuma principalmente Hemófilos e hemófilos e enterobactérias
ter boa penetração em SNC. Enterobactérias. Atividade limitada comunitárias;
contra gram positivos. - Profilaxias cirúrgicas;
CEFALOSPORINAS DE 3ª GERAÇÃO:
CEFTAZIDIMA; CEFTRIAXONE (Rocefin); CEFOTAXIMA
Cobertura:
Aplicação Prática:
Expandem o espectro contra gram
- Neisseria (gonococo) / Gonorreia
negativos e perdem atividade contra
pode ser tratada com Ceftriaxone;
os Estafilococos e anaeróbios.
- PAC por S. pneumoniae pode ser
Características Gerais: Cobrem: Enterobactérias, Neisserias
tratada com Ceftriaxone;
- Administração: IV, IM (meningococo e gonococo),
- Infecções por Estreptococos e
Estreptococos, Pseudomonas.
Enterobactérias pode - se tratar com
* Com ação anti-pseudomonas:
Ceftriaxone;
Ceftazidima;
- Infecções por Pseudomonas, tratar
* Sem ação anti-pseudomonas:
com a Ceftazidima.
Ceftriaxone; Cefotaxima;
CEFALOSPORINAS DE 4ª GERAÇÃO:
CEFEPIME
Características Gerais: Aplicação Prática:
Cobertura:
- Administração: IV - Uso preferencial em infecções
Excelente atividade contra gram
- Cruzam a BHE hospitalares graves;
negativos; Boa atividade contra
- Trata - se de um antibiótico - Uso em infecções hospitalares
Gram positivos; Não possui
“pesado”. Deve - se avaliar e fazer como: pneumonias nosocomiais,
atividade significativa contra
seu uso de forma restrita nos casos infecções por MSSA, neutropenia
germes anaeróbios
de maior necessidade. febril.
CEFALOSPORINAS DE 5ª GERAÇÃO:
CEFTAROLINA; CEFTOBPROLE
Características Gerais:
- Administração: IV Cobertura:
Aplicação Prática:
- São fármacos novos. A MRSA; Enterococos; Sem ação
- Indicados para tratar germes mais
Ceftarolina é a única disponível contra anaeróbios; Ceftarolina não
resistentes e graves;
no Brasil e ainda com custo tem ação contra Pseudomonas.
elevado.
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MONOBACTÂMICOS
ASTREONAM
Características Gerais: Cobertura: Aplicação Prática:
- Administração IV e IM Sua atividade é restrita às bactérias - Alternativa para pacientes
- Beta-lactâmico monocíclico gram-positivas. alérgicos a outros beta- lactâmicos.
CARBAPENÊMICOS:
IMIPENÉM
Características Gerais:
- A administração: IV Aplicação Prática:
- É comercializado associado à - Infecções nosocomiais por
Cilastatina - (pois essa associação organismos multirresistentes;
Cobertura: - Tratamento empírico de pacientes
aumenta a biodisponibilidade
Possui espectro extremamente
plasmática do Imipeném, além de previamente tratados com múltiplos
amplo, podendo ser utilizado contra
agregar efeito nefroprotetor). antibiótico;
microrganismos gram positivos,
- Uso é restrito e controlado: o - Infecções polimicrobianas;
gram negativos e anaeróbios.
Imipeném, assim como os outros da - Infecções intra-abdominais e de
classe, deve ser usado nos casos de partes moles;
infecções por germes resistentes;
- Não tem boa penetração no SNC;
MEROPENÉM
Características Gerais:
Cobertura: Aplicação Prática:
- Administração: IV
Semelhante ao Imipeném, exceto - Alternativa ao Imipeném.
- Boa penetração no SNC
por ser inadequado para os - É o carbapenêmico de escolha para
-Pode ser usado contra a meningite
Enterococos o tratamento de infecções do SNC.
bacteriana.
ERTAPENÉM
Características Gerais:
Cobertura:
- Administração: IV e IM;
Possui espectro extremamente
- Tempo de meia vida longo:
amplo, podendo ser utilizados Aplicação Prática:
aprox. 24H;
contra microrganismos gram - Alternativa ao Imipeném
- Uso em infecções prolongadas;
positivos (exceto Enterococos),
- Possibilidade de uso
gram negativos e anaeróbios.
ambulatorial;
IMIDAZÓLICOS:
METRONIDAZOL
Características Gerais: Cobertura: Aplicação Prática:
- Administração: VO e IV; Germes anaeróbios (Clostridium) e - Colite pseudomembranosa
- Usado apenas contra bactérias Protozoários (Giardia lamblia, - Abcessos, fasciítes, mordedura de
anaeróbias estritas; Entamoeba hystolitica e animais;
- Interação com anticoagulantes; Tricomonas vaginalis) - Infecções por Giardia, Entamoeba
e Tricomonas.
Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
QUINOLONAS:
Características Gerais:
- Administração: VO e IV.
- As quinolonas são contraindicadas em gestantes, lactantes e crianças (menores de 18 anos) devido ao risco
de comprometimento da formação das cartilagens articulares e, consequentemente, possível
desenvolvimento de tendinites e artralgias.
- Efeitos adversos mais comuns: fototoxicidade, distúrbios gastrointestinais, cefaleia e tontura.
- As quinolonas de 3ª geração têm pior penetração no SNC, mas excelente penetração em outros tecidos.
QUINOLONAS DE 1ª GERAÇÃO:
ÁCIDO NALIDÍXICO
Aplicação Prática:
Cobertura: - Pouco uso na prática médica atual.
Bactérias gram negativas (exceto Pseudomonas). Pouco - Infecções urinárias não complicadas → Cistites e
ativo contra gram positivos. uretrites causadas por enterobactérias.
QUINOLONAS DE 2ª GERAÇÃO:
NORFLOXACINO; CIPROFLOXACINO; OFLOXACINO
Cobertura:
→ Norfloxacino: germes gram negativos,
principalmente Enterobactérias. Ativo contra
Micoplasma e Clamídia. Não tem boa ação contra
Pseudomonas. Aplicação Prática:
→ Ciprofloxacino: A maioria das enterobactérias é - Cistites e uretrites não complicadas;
sensível, assim como outros gram negativos. Apresenta - Pielonefrite, Prostatites e diarreias infecciosas.
ação contra MSSA, Clamídia e Micoplasma. Ativo
contra Pseudomonas.
→ Ofloxacino: semelhante ao Ciprofloxacino, porém
com menor ação contra Pseudomonas.
QUINOLONAS DE 3ª GERAÇÃO / “QUINOLONAS RESPIRATÓRIAS”
LEVOFLOXACINO; MOXIFLOXACINO
Aplicação Prática:
- IVAS e PAC (leves e graves);
Cobertura:
- Infecções de pele e partes moles por MSSA (EX: Pé-
Estreptococos, MSSA, Gram negativos (incluindo
diabético).
Pseudomonas), Clamídia, Micoplasma.
- Uretrite por Clamídia e Micoplasma.
- Infecções do TGU
QUINOLONAS DE 4ª GERAÇÃO:
TROVAFLOXACINO; SITAFLOXACINO
Cobertura: Aplicação Prática:
Estreptococos, MSSA, Pseudomonas, Proteus, - Pneumonias;
Clamídia, Micoplasma, - Pielonefrites, Prostatites e Cistites;
- Diarreias infeciosas;
NITROFURANTOÍNA:
MACRODANTINA
Cobertura:
Características Gerais:
Enterococos, E. coli, Pseudomonas, Aplicação Prática:
- Serve como alternativa às
Proteus, Klebsielas e outras - Fármaco usado em infecções do
quinolonas quando direcionados às
Enterobactérias. Não é positiva Trato Gênito Urinário.
crianças e gestantes.
contra gram positivos e anaeróbios
Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
GLICOPEPTÍDEOS:
VANCOMICINA
Características Gerais: Cobertura:
- Administração: IV; Estreptococos, Enterococos e Aplicação Prática:
- Uso restrito ao ambiente intra- Estafilococos (MRSA - - Infecções por MRSA;
hospitalar e destinado a infecções Sthaphylococcus aureus Resistentes OBS: Em Estáfilos de resistência
graves por germes resistentes; à Meticilina/Oxacilina); intermediária à Vancomicina, pode -
- “Síndrome do Homem Vermelho”: - Antigamente, a Vancomicina se usar a Linesolida ou a
reação de hipersensibilidade que também era usada p/ tratar Daptomicina;
pode ocorrer após o uso de Clostridium difficili, o que não é
Vancomicina; mais comum na prática médica.
TEICOPLANINA
Características Gerais: Aplicação Prática:
- Administração IV e IM; - Alternativa à Vancomicina por ser
Cobertura:
- Meia vida longa: útil em infecções prolongadas e por
Idem à Vancomicina;
aproximadamente 24 horas; possibilidade de uso ambulatorial;
- Possibilidade de uso ambulatorial - Infecções por MRSA;
em infecções prolongadas;
LIPOPEPTÍDEOS:
DAPTOMICINA
Características Gerais: Aplicação Prática:
Cobertura:
- Administração: IV - Alternativa à Vancomicina em
Idem à Vancomicina
- Novo medicamento + alto custo; casos de resistência.
OXAZOLIDINONAS:
LINEZOLIDA
Características Gerais: Aplicação Prática:
Cobertura:
- Administração: IV e VO; - Alternativa à Vancomicina em
Idem à Vancomicina;
caso de resistência.
AMINOGLICOSÍDEOS:
AMICACINA; GENTAMICINA; ESTREPTOMICINA; NEOMICINA; TOBRAMICINA;
Características Gerais: Aplicação Prática:
Cobertura:
- Essas drogas mantêm - se como - No geral, os aminoglicosídeos têm
Atividade sobre bacilos gram
uma das principais opções para o boa ação no tratamento de infecções
negativos aeróbios e
tratamento de infecções por por gram negativos.
Staphylococcus sp. Em associação
germes hospitalares; - A Gentamicina associada à
com beta-lactâmicos, são sinérgicos
- Entre os efeitos adversos mais ampicilina, penicilina ou
contra diversos microrganismos,
comuns estão: nefrotoxicidade e Vancomicina pode ser usada no
incluindo germes pouco sensíveis
ototoxicidade; tratamento contra Sthaphylococcus
aos aminoglicosídeos, com
- Devem ser evitadas em gestantes sp.
Estreptococos e Enterococos.
por risco de toxicidade fetal.
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MACROLÍDEOS / NEOMACROLÍDEOS:
ERITROMICINA (Macrolídeo); CLARITROMICINA; AZITROMICINA; ESPIRAMICINA;
Características Gerais:
- Os macrolídeos possuem sítio de ação semelhante ao das Lincosamidas e Anfenicóis, podendo competir pelo
sítio de ação. Portanto, não pode ser feito o uso concomitante desses medicamentos.
- São drogas seguras para gestantes e lactantes;
- A Azitromicina é o medicamento da classe que possui maior tempo de meia vida, aproximadamente 24 horas.
- Os neomacrolídeos, apresentam diversas vantagens quando comparados à Eritromicina, uma delas é a maior
tolerância gastrointestinal. Por isso, a Eritromicina não é tão usada mais na prática clínica.
Aplicação Prática:
- São úteis no tratamento de infecções de pele e partes
moles; IST’s; PAC; Infecções do Trato Urinário;
- Para o tratamento do H. pylori, existe uma
Cobertura:
associação farmacológica chamada de Pyloripac
Gram negativos, Gram positivos, Clamídia,
(Amoxicilina + Claritromicina + Inibidor da bomba
Micoplasma; H.pylori; Campylobacter jejuni,
de prótons: Lansoprazol).
Bordetella pertussis, Micobactérias, Protozoários;
- A Espiramicina é eficaz no tratamento da
Toxoplasmose, sendo a droga de escolha para o
tratamento de gestantes nessa condição.
LINCOSAMIDAS:
CLINDAMICINA
Aplicação Prática:
Características Gerais: - Geralmente é usada como
- Administração: VO e IV; alternativa à outras medicações,
- Penetração ruim no SNC; Cobertura: por exemplo, as penicilinas.
- Ótima penetração no tecido ósseo Gram positivos (Estreptococos, - Tratamento de infecções
- Tem o mesmo sítio de ação que os Estafilococo sensíveis); anaeróbios; pulmonares e pélvicas.
macrolídeos e anfenicóis. Portanto, Germes “estranhos” (Plasmódio; - Tratamento de infecções de pele e
não deve ser usada Toxoplasma; Pneumocystis); partes moles e de ossos e
concomitantemente com esses articulações;
medicamentos. - Tratamento de miosite e fasciíte
necrotizante;
ANFENICÓIS:
CLORANFENICOL
Características Gerais:
Cobertura:
- Não deve ser administrado Aplicação Prática:
Boa atividade contra gram positivos,
concomitantemente às lincosamidas - A restrição ao seu uso decorre do
gram negativos e germes anaeróbios
e macrolídeos. risco de toxicidade hematológica.
e “atípicos”;
- Apresenta excelente penetração Nesse sentido, sempre deve ser
tecidual, inclusive na barreira avaliado com cautela o
hematoencefálica e barreira feto- risco/benefício de se prescrever essa
placentária (BFP); medicação;
- Entre seus efeitos adversos - Seus principais usos são
importantes se destaca a direcionados a: infecções por
possibilidade de desenvolver Salmonella typhi (febre tifoide) e
aplasia de medula, a qual pode se Rickettsia sp, podendo ainda ser
tornar fatal ao paciente. usado no tratamento de meningites;
- Quando usado durante a gravidez,
pode causar a “Síndrome do Bebê
Cinzento”.
Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
SULFONAMIDAS:
SULFAMETOXAZOL-TRIMETOPRIM / COTRIMOXAZOL (Bactrim); SULFADIAZINA;
Características Gerais:
Aplicação prática:
- A associação das Sulfonamidas
- São agentes de primeira escolha
com o Trimetoprim permite
para o tratamento de algumas
alcançar maior potência terapêutica;
infecções oportunistas, como
- Dentre os efeitos adversos que
isosporidíase e pneumocistose;
ganham maior destaque estão: Cobertura:
- São indicadas como tratamento
erupções cutâneas, cristalúria e Gram positivos, Gram negativos,
de escolha para a Toxoplasmose;
distúrbios hematológicos, como Actinobactérias, fungos
- Podem ser usados em infecções do
anemia hemolítica; (Pneumocystis), protozoários
Trato urinário, IVAS, infecções de
- São drogas contraindicadas nos (Toxoplasma gondii);
pele e partes moles;
últimos meses da gestação e
- A Sulfadiazina de Prata tem
durante a lactação, pois podem
importante uso diante de quadros
causar efeitos tóxicos ao feto,
de queimaduras, por ter ação
podendo levar ao
antimicrobiana e cicatrizante.
desenvolvimento de Kernicterus.
TETRACICLINAS:
DOXICICLINA; TIGECICLINA
Características Gerais:
- Tem penetração ruim no SNC, mas
boa penetração nos demais tecidos e
Aplicação Prática:
líquidos corporais; Cobertura:
- Tratamento de IST’s por Clamídia;
- Atravessam a BFP; Germes gram positivos, germes
- Alternativa a outros medicamentos
- Contraindicadas em gestantes gram negativos, germes “atípicos”
para o tratamento de PAC;
pelo risco e toxicidade fetal e em (Clamídia, Micoplasma,
- Alternativa às penicilinas para o
crianças menores de 8 anos pelo Treponema, leptospira, Ureaplasma,
tratamento de Sífilis;
risco de descoloração dentária e e Rickettsias) além de demonstar
- Tratamento de febre maculosa e
atraso no desenvolvimento ósseo; boa atividade contra germes
cólera;
- A absorção é diminuída pela anaeróbios;
ingestão simultânea de alimentos
lácteos, hidróxido de alumínio,
cálcio, sais de magnésio e ferro.
Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
SITUAÇÕES CLÍNICAS COMUNS E SEUS POSSÍVEIS ESQUEMAS TERAPÊUTICOS
As indicações medicamentosas esplanadas nesse material são apenas sugestões de possíveis tratamentos
para algumas comorbidades comuns na prática médica. Porém, não pode ser esquecido que, antes de prescrever
qualquer antimicrobiano, deve ser feita uma avaliação minuciosa e cuidadosa, levando em consideração
diversos fatores, como os riscos oferecidos pela medicação, a faixa etária do paciente e os dados clínicos e
epidemiológicos.
TUBERCULOSE:
- Conceito: A tuberculose é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica, causada pelo Mycobacterium
tuberculosis, com comprometimento pulmonar ou extrapulmonar. É uma doença grave, de tratamento
prolongado e que pode trazer consequências sérias aos pacientes, principalmente aos pacientes que possuem
imunossupressão.
- Sobre o Bacilo da Tuberculose: O M. tuberculosis também é conhecido como Bacilo de Koch. Trata - se de
um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) e também consiste e um germe aeróbio estrito. Sua transmissão
ocorre, principalmente, por via inalatória.
- Sinais e Sintomas: Grande parte das pessoas expostas à tuberculose nunca desenvolvem os sintomas, já que
a bactéria da tuberculose pode viver de forma inativa dentro do corpo. No entanto, se o sistema imunológico
enfraquecer, a bactéria da tuberculose pode se tornar ativa. Alguns dos sintomas da tuberculose ativa são: tosse
persistente, que pode apresentar - se com sangue ou escarro; febre; sudorese noturna; perda de peso;
dores no peito e fadiga.
- Esquema Básico para o Tratamento da Tuberculose no Brasil: O esquema de tratamento da tuberculose é
padronizado, deve ser realizado de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde.
O esquema básico de tratamento compreende 2 fases: a Intensiva (2 meses) e a de Manutenção (4
meses). Para o tratamento da TB em adultos e adolescentes é composto por quatro fármacos (RHZE). Em
crianças, o esquema básico é composto por apenas três fármacos (RHZ).
Esquema para o tratamento de TB em adultos e adolescentes (maiores de 10 anos de idade):
ESQUEMA FÁRMACO DURAÇÃO
R = Rifanpicina
2RHZE H = Isoniazida
2 Meses
FASE INTENSIVA Z = Pirazinamina
E = Etambutol
4RH R = Rifanpicina
4 Meses
FASE DE MANUTENÇÃO H = Isoniazida
Esquema para o tratamento de TB em crianças (menores de 10 anos de idade):
ESQUEMA FÁRMACO DURAÇÃO
R = Rifanpicina
2RHZ
H = Isoniazida 2 Meses
FASE INTENSIVA
Z = Pirazinamina
4RH R = Rifanpicina
4 Meses
FASE DE MANUTENÇÃO H = Isoniazida
ATENÇÃO: A justificativa para não usar o Etambutol em crianças é a dificuldade de identificar precocemente
a neurite óptica (reação adversa do etambutol) nessa faixa etária.
Fabiana de Abreu Getulino, Nathalia Campos Palmeira, Eduardo Gauze Alexandrino – LACCAD/FURG
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO:
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MENINGITE BACTERIANA:
- Conceito: Meningite é uma infecção em que se instala um processo inflamatório das meninges
(membranas que envolvem o cérebro), causada principalmente por bactérias ou vírus. As meningites
bacterianas são mais graves. Os principais agentes causadores da doença são as bactérias Neisseria
meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophylus influenzae.
- Manifestações clínicas das Meningites bacterianas: O quadro clínico é grave e caracteriza - se por:
febre, cefaleia intensa, náuseas e vômitos, prostração e confusão mental, sinais de irritação meníngea
(Rigidez de nuca, Sinal de Kernig, Sinal de Brudzinski), acompanhados de alterações do líquido
cefalorraquidiano (LCR).
- Tratamento: Em caso de meningite bacteriana, o tratamento com antibiótico deve ser instituído tão logo
seja possível, preferencialmente logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura.
Tratamento empírico das meningites bacterianas:
FAIXA ETÁRIA ou CONDIÇÃO DE BASE ANTIBIÓTICO
Idade < 3 meses Ampicilina + Ceftriaxone (ou Cefotaxima)
Ceftriaxone (ou Cefotaxima). Acrescentar
Vancomicina nas regiões onde > 2% dos
Idade de 3 meses a 18 anos
pneumococos apresentam alta resistência à
penicilina.
Ceftriaxone (ou Cefotaxima). Acrescentar
Vancomicina nas regiões onde > 2% dos
Idade > 5 a 50 anos
pneumococos apresentam alta resistência à
penicilina.
Ampicilina + Ceftriaxone (ou Cefotaxima).
Acrescentar Vancomicina nas regiões onde > 2%
dos pneumococos apresentam alta resistência à
Idade > 50 anos
penicilina. A ampicilina é usada por se cogitar
como etiologia a Listeria (grande causadora de
meningite em idosos).
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PNEUMONIA ADQUIRIDA EM COMUNIDADE (PAC):
SÍFILIS:
- Conceito: A sífilis é uma doença causada pelo Treponema pallidum, caracterizada por 3 fases clínicas
sequenciais e sintomáticas separadas por períodos de infecção latente assintomática.
- Sinais e Sintomas:
- Sífilis Primária: cancros sifilíticos podem aparecer, comumente nos órgãos genitais ou ao redor deles.
- Sífilis Secundária: a presença de erupções cutâneas é uma das principais manifestações clínicas.
- Sífilis Terciária: afeta os órgãos internos, podendo incluir a Neurossífilis.
- Tratamento: O esquema terapêutico para a Sífilis é pouco complicado:
ESTADIAMENTO ESQUEMA TERAPÊUTICO
Sífilis Primária e Sífilis Secundária Penicilina G Benzatina (Benzetacil)
Neurossífilis Penicilina G Cristalina
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“BÔNUS”: QUESTÕES PARA REVISAR O CONTEÚDO
Questão 1. Nas infecções do trato urinário adquiridas na comunidade, o agente etiológico mais comum é:
a). Klebsiella
b). Staphylococcus epidermidis
c). Salmonella
d). Escherichia coli
e). Staphylococcus aureus
Questão 2. Quais são as reações adversas que requerem monitoramento durante todo tratamento com uso de
aminoglicosídeos?
a). Ototoxicidade e Nefrotoxicidade
b). Hepatotoxicidade e neurotoxicidade
c). Taquicardia e hipotensão
d). Ototoxicidade e neurotoxicidade
e). Nefrotoxicidade e efeitos gastrointestinais
Questão 3. São critérios ideais para um bom antimicrobiano, exceto:
a). Toxicidade seletiva
b). Menor custo
c). Não propiciar o desenvolvimento de resistência
d). Compatível com o estado clínico do paciente
e). Espectro de ação mais inespecífico possível
Questão 4. A Cefalexina é uma cefalosporina de que geração?
a). Primeira Geração
b). Segunda Geração
c). Terceira Geração
d). Quarta Geração
e). Quinta Geração
Questão 5. Considerando as cefalosporinas de segunda geração, assinale a medicação que pertence a esse grupo:
a). Cefepime
b). Cefazolina
c). Ceftriaxona
d). Ceftazidima
e). Cefoxitina
Questão 6. Uma paciente foi diagnosticada com Tricomoníase, infecção causada pelo Trichomonas vaginallis.
Assinale o medicamento comumente utilizado no tratamento dessa infecção:
a). Amicacina
b). Ceftriaxone
c). Fluconazol
d). Metronidazol
e). Claritromicina
Questão 7. A Amoxicilina-Clavulanato é uma associação medicamentosa muito prescrita na prática médica. Essa
combinação, amplia o espectro de ação do medicamento. Nesse sentido, qual é a função da associação do ácido
clavulânico quando associado Amoxicilina?
a). Ação contra bactéricas gram negativas
b). Atuam na enzima transpeptidase (PBP)
c). Inibem a ação das beta-lactamases
d). Tornam a medicação bactericida
Questão 8. Para o tratamento da febre maculosa, doença infecciosa causada por uma bactéria do gênero Rickettsia,
qual é o medicamento indicado?
a). Amoxicilina
b). Doxiciclina
c). Cefalexina
d). Imipeném
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Questão 9. A “síndrome do bebê cinzento” pode ser causada pelo uso de qual medicação:
a). Vancomicina
b). Linezolida
c). Ceftriaxone
d). Cloranfenicol
e). Clindamicina
Questão 10. Antigamente, a Vancomicina era utilizada para tratar a Colite pseudomembranosa, causada
pelo Clostridium difficile. Atualmente, a Vancomicina é priorizada para o tratamento de infecções por outros germes.
Qual é, então, a medicação de escolha para tratar Clostridium difficile?
a). Amoxicilina
b). Piperacilina
c). Gentamicina
d). Levofloxacino
e). Metronidazol
Questão 11. Um dos antibióticos mais utilizados no tratamento de queimaduras, tendo em vista que além de sua ação
antimicrobiana possui ação cicatrizante, é:
a). Sulfametoxazol-trimetoprim
b). Ciprofloxacino
c). Sulfadiazina de Prata
d). Sulfasalazina
e). Mesalazina
Questão 12. Qual seria uma alternativa terapêutica antimicrobiana para um paciente portador de Staphylococcus
aureus resistentes à Meticilina e à Vancomicina:
a). Estreptomicina
b). Ciprofloxacino
c). Amoxicilina
d). Linezolida
e). Piperacilina
Questão 13. Marque dentre as alternativas a que apresenta o antibiótico que, em associação à um inibidor da bomba
de próton, atua no tratamento de infecções causadas pelo Helicobacter pylori:
a). Cefalexina
b). Clindamicina
c). Claritromicina
d). Linesolida
e). Amicacina
Questão 14. Uma das escolhas de tratamento para a Pneumocistose em pacientes HIV/AIDS é:
a). Amicacina
b). Amoxicilina
c). Sulfametoxazol-trimetoprim
d). Ceftriaxona
e). Linezolida
Questão 15. Qual das alternativas apresenta um representante do grupo das quinolonas?
a). Ciprofloxacino
b). Cefalexina
c). Claritromicina
d). Cloranfenocol
e). Clindamicina
GABARITO:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
D A E A E D C B D E C D C C A
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ANEXOS:
ATENÇÃO:
CAUSAS DE FRACASSO NA ANTIBIOTICOTERAPIA:
RESUMÃO:
Fonte: google.com
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**Apostila produzida por acadêmicos sem fins lucrativos**
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