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Unidade 4

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Unidade 4

Ética, cases e aplicabilidade

Normalmente, o empreendedor tem um olhar muito atento a novas oportunidades e se vê


envolto em vários desafios, sendo natural que a busca por resultados seja uma prioridade. Com
o advento das startups, a demanda e a exigência por velocidade aumentaram absurdamente,
fazendo com que a pressão sobre empreendedores e gestores seja maior. Isso faz com que eles
entrem no estado de “sobrevivência” e tendam a escolher os caminhos mais rápidos e fáceis
para o atingimento dos resultados. Porém, existe uma preocupação maior dos consumidores e
da população em geral relacionada a temas como ética, responsabilidade social e
responsabilidade ambiental, e tais fatores são imprescindíveis para uma empresa ficar mais
bem posicionada no mercado. A ética se incorpora à empresa no início do projeto e é uma das
premissas do negócio, permeando todas as operações desde o fornecedor até a entrega do
produto final ao cliente.

Lembre-se sempre: o poder de escolha, hoje, está com o consumidor!

Objetivo

Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:

 Analisar a ética empreendedora, os diferentes tipos de empreendedorismo e as etapas


para o dimensionamento da versão preliminar do plano de negócios.

Conteúdo Programático

Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas:

 Tema 1 - Ética e Empreendedorismo

 Tema 2 - Estudos e análise crítica de cases de empreendimentos de diferentes portes


empresariais (fictícios e reais)

 Tema 3 - Estruturação de um modelo básico de aplicabilidade de um Plano de


Negócios

No final dos anos 1990, o navio Exxon Valdez derramou milhares de litros de petróleo na costa
do Alasca, provocando um dos maiores desastres ambientais da história. Houve muita
negligência e descaso da empresa com esse fato, que, até hoje, não arcou totalmente com os
prejuízos causados. Esse desastre praticamente acabou com a economia do local, mas também
gerou um ponto positivo: a consciência ecológica no mundo passa a ser desenvolvida a partir
daí.

Vamos lembrar assistindo pelo YouTube, no canal Geographics, a um documentário que ilustra
com detalhes essa tragédia e suas consequências: O Exxon Valdez: o Armagedom Ambiental
do Alasca (The Exxon Valdez: Alaska’s Environmental Armageddon).

Tema 1Ética e Empreendedorismo


Qual a importância da ética nos negócios e nos resultados de um negócio?

As empresas, em geral, vêm conquistando uma grande relevância nas mudanças e nas
revoluções nas sociedades. Isso nos faz refletir: o que fazer para conciliar ética e
empreendedorismo?

Estamos entrando em um assunto essencial para a longevidade das empresas que é a ética
empresarial. Porém, antes é importante conhecermos as diferenças entre os tipos de
empreendedorismo para contextualizarmos o tema.

Empreendedorismo por necessidade Empreendedorismo por opo

É o empreendedor que abre um negócio pela necessidade financeira e, É o empreendedor que identi
normalmente, isso ocorre com pouco ou nenhum planejamento. para um público-alvo e estru

Essas definições são muito claras no Global Entrepreneuship Management (GEM), programa
de avaliação de atividades empreendedoras, iniciado em 1999, quando foi feita uma
cooperação entre vários países e a London Business School, da Inglaterra, e o Babson College,
dos Estados Unidos. Atualmente, são mais de 110 países que participam e o número cresce a
cada ano.

Para saber mais acerca do tema, acesse o Relatório executivo - Empreendedorismo no Brasil -
2019, do IBQP/ Sebrae

Em 2020, metade dos empreendimentos no Brasil foram criados por necessidade, muito por
reflexo da pandemia de Covid-19. O fato que nos chama a atenção é que, com certa lógica, as
preocupações com aspectos éticos e sustentáveis ficam em segundo plano. Entretanto,
logicamente, com o sucesso do negócio, tais fatores tendem a ser considerados.

Por que as empresas são tão importantes nesse contexto?

Existem empresas cujo poder financeiro é muito superior inclusive ao de vários países; por isso,
suas decisões têm impactos em várias esferas, sejam elas econômicas, sociais ou ambientais.
Tenha em mente que os aspectos éticos e de sustentabilidade não são restritos a grandes
corporações, pois os pequenos negócios são importantes atores nesse processo, uma vez que
têm interações com a sociedade local.

Algumas empresas estão entre os maiores agentes geradores de recursos financeiros do


mundo e, na tabela a seguir, há seis grandes empresas figurando como agentes econômicos.
Fonte: Index Mundi, 2020

Outro fator que deve ser levado em conta é a baixíssima credibilidade que as instituições
públicas têm perante a população, pois mais da metade das pessoas não confia nelas. No
Brasil, tal índice ultrapassa 60%. Esse é um estudo muito interessante do Edelman Trust
Barometer, que analisa a confiança da sociedade nos seus governos.

Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse e leia o artigo Edelman Trust Barometer 2018
mostra o Brasil entre os seis países com quedas extremas de confiança no mundo

Esse contexto mostra que as empresas têm um grande espaço para a conquista de confiança e
de influência positiva em uma sociedade, atuando nas seguintes áreas:

Causas sociais

A responsabilidade social consiste em ações conduzidas pelas empresas de forma voluntária


em benefício da sociedade, e a todos os quais ela impacta, porque uma empresa não existe
sozinha. Durante sua atividade econômica, ela influencia todos ao seu redor (stakeholders) e,
por isso, concluímos que há uma dependência recíproca. O empreendedor deve analisar seu
mercado e criar ações que demonstrem preocupação com o meio onde está inserido tendo
sempre em mente todos os ganhos que sua conduta pode criar para fornecedores,
consumidores e suas famílias e, dessa forma, criar um laço forte entre o ambiente externo e
sua marca.

Existem empresas cuja direção afirma trabalhar com responsabilidade social ao empregar
pessoas com deficiência, mas, na verdade, estão apenas cumprindo o que é determinado por
uma legislação (Lei nº 8.213/1991).

É importante ressaltar que a postura socialmente responsável precisa estar incorporada aos
processos empresariais e bem clara para todos os níveis, desde o estratégico até o operacional.
Se uma empresa se utiliza de ações pontuais meramente por modismo, tenderá a perder
credibilidade no mercado.

Para ilustrar a situação que acabamos de mencionar, acesse o YouTube, canal Hipócritas, e
assista ao vídeo Restaurante inclusivo

Vamos ver outros benefícios de ações de responsabilidade social:

 Clima organizacional positivo por conta de boas condições de trabalho, de saúde e de


segurança do funcionário.
 Segurança para os investidores.

 Melhoria da imagem e aumento de credibilidade perante os consumidores.

 Obtenção de certificados de responsabilidade social e acesso a linhas de crédito


específicas para esses projetos.

 Entrada facilitada em mercados onde a responsabilidade social é uma exigência.

Sustentabilidade

Segundo a definição da ONU (2022), sustentabilidade é:

[a] busca pelo equilíbrio entre o suprimento das necessidades humanas e preservação dos
recursos naturais, não comprometendo as próximas gerações. A sustentabilidade representa o
equilíbrio encontrado na exploração dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente.

Esse formato surge como alternativa para as empresas que pensam apenas em extrair recurso
sem nenhuma contrapartida para a sociedade. Estamos falando de mudança de métodos e de
processos para que o modelo simples de venda de produtos passe, também, a
incorporar serviços.

Hoje, muitas empresas se dizem sustentáveis utilizando as chamadas tecnologias de fim de


tubo, que significa primeiro gerarem a poluição para depois tratarem o resultado, quando, na
verdade, seriam os seus processos internos que deveriam ser refeitos para gerar o menor
impacto possível. Ao abordarmos a sustentabilidade, o empreendedor precisa conhecer um
conceito básico: a tripple bottom line, que significa a relação entre os resultados da empresa,
as pessoas impactadas por ela e o meio ambiente.

O instituto Ekos Brasil é uma entidade sem fins lucrativos que auxilia muitos projetos de
sustentabilidade e pode ser um ótimo parceiro para o empreendedor.

Tripple Bottom Line


Compliance

Esse termo é originado do verbo em inglês to comply, que, traduzido, significa “agir conforme
regras e padrões definidos” e envolve as ações de uma empresa para se encaixar a políticas,
normas de conduta, padrões de comportamento e relacionamento, tanto em suas relações
internas quanto em relação ao mercado, sempre balizadas pela ética e pelo comprometimento.
Existem quatro pilares relativos ao compliance:

 Controle interno

 Canal de comunicação definido

 Expansão para stakeholders

 Auditorias
A ética empresarial define, em um contexto, tudo o que é positivo e negativo, levando em
conta tudo o que cerca a empresa, que, apesar de não ter como discernir e pensar, possui
pessoas que avaliam e julgam seu comportamento, e isso pode tanto alavancar quanto destruir
uma marca.

Tema 2Estudos e análise crítica de cases de empreendimentos de diferentes portes


empresariais (fictícios e reais)

Quais histórias de sucesso podem inspirar um empreendedor?

A imagem de uma marca não tem apenas relação com sua identidade visual, mas também com
os valores que defende ou aos quais é associada. Essa imagem é pautada em fundamentos
visuais, além de em ganhos emocionais e afetivos relacionados a ela.

Dessa forma, a reputação de uma marca cria lealdade no consumidor e pode, inclusive, ser
fundamental para mitigar uma crise. Vamos ver alguns cases de empresas que tiveram suas
reputações arranhadas por problemas de conduta. O mercado de moda tem aparecido de
forma constante nos meios de comunicação por práticas éticas questionáveis. Recentemente,
os casos ocorridos com as marcas Zara, Animale e Gregory foram combatidos pela população
em geral, fazendo com que o setor de varejo prestasse maior atenção ao tema.

Nike

Em 1996, a revista Life publicou um artigo com a foto de uma criança de 12 anos costurando
uma bola, em uma cidade no Paquistão, que culminou em várias críticas à empresa. Nessa
época, o astro da NBA, Michael Jordan era o garoto-propaganda da marca e precisou se
desculpar e se justificar porque estava ligado a uma empresa que pagava 22 centavos de dólar
por hora a crianças que fabricavam seus calçados.

Houve um boicote em larga escala dos consumidores da Nike e, como resposta, a empresa
criou um rígido manual de conduta para fornecedores e reestruturou toda a sua produção,
criando até processos de auditoria das fábricas. Além disso, passou a selecionar de forma mais
criteriosa seus fornecedores e parceiros e criou cargos de auditoria própria em todo o processo
produtivo, seja na fabricação, seja na exportação e pesquisa. A Nike determinou que quaisquer
fornecedores ou parceiros que tenham crianças atuando na produção devem retirá-las das
atividades, mas continuar remunerando-as e pagando a escola até que tenham idade legal para
o trabalho.

Os gestores da Nike auditam semanal ou mensalmente os fornecedores com uma equipe de


mais de mil profissionais especialmente preparados para esse objetivo. Todos recebem
treinamentos relativos aos códigos de ética e a práticas trabalhistas pautadas em um projeto
chamado “Programa de Segurança, Saúde, Atitudes Administrativas, Investimento das Pessoas
e Meio Ambiente” (SHAPE). A finalidade dessas inspeções é manter os fornecedores não
apenas pelo menor custo, mas também por critérios sociais e ambientais.

No caso de grandes marcas, o impacto é muito grande, pois ocorre em nível mundial e impacta
stakeholders diferentes, que são os garotos-propaganda, os quais passam a ter sua imagem
associada à imagem da marca. Na atualidade, a sociedade está mais sensível a esse tema e,
conforme estudamos, hoje em dia o poder de escolha está com o consumidor, e não mais com
a empresa.

Tramontina
O grupo Tramontina, do Rio Grande do Sul, colocou em prática várias medidas para sua gestão
ambiental, tais como gestão de resíduos, emissão de gases, capacitação em educação
ambiental e auditorias.

Durante muitos anos, a limalha de ferro, um dos principais resíduos do processo produtivo da
Tramontina, era usada em aterros da empresa onde, posteriormente, seriam construídas
unidades de produção. Contudo, com o aumento da demanda e com o aquecimento do
mercado a gestão de resíduos ficou mais complexa. Antes de a legislação sobre o tema ser
promulgada, a Tramontina já havia desenvolvido projetos para a destinação desses resíduos,
que eram de 770 m³ por mês.

Após acabarem as áreas disponíveis, a empresa comprou outra área de uma mina desativada
para a queima dos resíduos. Com a implantação do projeto, todos os resíduos passaram a ser
separados e categorizados. Com isso, o volume de material encaminhado para os aterros caiu a
menos de 90 m³ por mês e a quantidade de sucata aumentou de 18 para 36 toneladas.

O investimento nesse projeto foi de aproximadamente 1 milhão de dólares e a taxa interna de


retorno (TIR) foi de 26%; algo muito superior ao retorno de vários investimentos financeiros,
além de todos os retornos intangíveis relativos à reputação e à credibilidade da empresa.

Vale ressaltar que essas iniciativas não foram tomadas com o objetivo de ganhos financeiros
nem por pressões de órgãos ambientais, mas sim por serem algo que faz parte da cultura e dos
valores da marca. Por essa razão, a ética e o compromisso com a sociedade e com o meio
ambiente precisam ser algo natural, que vai desde o diretor ou CEO da empresa até o porteiro
e, dessa forma, o consumidor final pode perceber que a empresa, de fato, pratica o que ela
prega no discurso.

Conheça mais o tratamento de resíduos da empresa em A Tramontina transforma

Papinha da Mamãe

Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (ABIA), o mercado de alimentação


(food service) aumentou mais de 20% de 2021 para 2022. Esse salto ocorreu muito em função
da pandemia de Covid-19. Muitos novos nichos e segmentos de mercado têm sido
descobertos, o que requer um olhar empreendedor bem apurado para identificar essas
oportunidades.

Um nicho bem específico no food service é a comida de bebê, definida como qualquer refeição
pastosa para bebês de quatro a seis meses de vida. Essa demanda por alimentos prontos e
práticos vem aumentando bastante, principalmente devido ao crescimento do número de
mulheres que trabalham, o que levou a uma mudança no padrão de planejamento das famílias
modernas, pois a maioria dos adultos, sejam homens ou mulheres, está com tempo escasso
para administrar as demandas do lar. As mães trabalhadoras preferem esses alimentos práticos
em especial pela economia de tempo, já que precisam conciliar seus afazeres com as atividades
profissionais. Esse cenário se torna mais presente quando as mães são solteiras.

A cearense Amanda Cruz é um exemplo de empreendedora nesse segmento e, devido à


experiência própria, quando teve uma filha prematura, decidiu criar um negócio para sanar
uma dor no mercado:

“Quando a mãe voltar a trabalhar, como fazer para preparar as refeições?”


Ela percebeu que milhares de mães de primeira viagem (ou não) teriam essa dificuldade, sendo
esta uma jornada bastante solitária, salvo mães com estrutura familiar ou financeira para
contratar alguém que assuma essa demanda.

Assim, em 2016, Amanda criou a “Papinha da Mamãe”. Após fazer vários cursos de capacitação
no Sebrae e cursos de gastronomia no Senac, contratou uma especialista em nutrição infantil e
abriu uma loja especializada. Com uma estrutura mais profissionalizada, criou um plano de
negócios em que planejou sua expansão até sair da operação do negócio e passar a assumir a
gestão.

Com um mix bem variado de produtos, todos orgânicos e sem conservantes, Amanda
conquistou uma clientela fiel. A marca atinge crianças de até seis anos de idade e suas lojas
estão presentes em quatro municípios do estado do Ceará.

Muitos empreendedores identificam lacunas não atendidas no mercado, em muitos casos, por
sentirem a mesma carência e a dificuldade de ajuda para atenuá-las. Nesse momento, há um
sentimento de empatia por centenas de outras pessoas que podem estar passando pelas
mesmas dificuldades.

Assim que você descobriu seu público, o que precisa é de conhecimento para criar um produto
e estruturar um negócio para atendê-lo. Veja que, no caso da Amanda, Case de Sucesso:
Amanda Cruz - Negócio de Mãe, as capacitações foram essenciais para que ela planejasse sua
migração da área operacional para a gerencial, quando, então, ela pôde pensar,
exclusivamente, em estratégias de expansão do negócio.

Fonte: SEBRAE, 2018.

Rômulo Antonio – de agricultor a empresário de panificação

O Sr. Rômulo estudou até a sexta série (do antigo Ensino Fundamental) e sempre viveu na roça
tirando leite de vaca, carregando lenha e vendendo cocos na feira. Aos doze anos, seu pai
comprou uma padaria e Antônio passou a ajudá-lo com todo o trabalho pesado na loja e,
sempre que possível, auxiliava o padeiro na produção de pães. Aos vinte anos, trabalhou como
camelô, vendendo panelas, vassouras e baldes para ajudar no sustento da família, e, quando
ficou desempregado, começou a fazer frete com uma kombi velha, comprando e vendendo
ferro-velho.

Aos trinta e oito anos, um amigo da família lhe pediu ajuda para vender uma padaria, mas não
disse que a loja estava cheia de dívidas; então, Rômulo começou a trabalhar na padaria como
padeiro e, como já havia aprendido a profissão, essa tarefa foi bem fácil. Após alguns meses,
comprou a padaria por doze mil reais e, de forma bem lenta, foi fazendo melhorias no local até
virar um negócio estruturado, passando a diversificar sua linha de produtos com café da
manhã, almoço e jantar. Ele não vende apenas pães, mas sim serviços! Seus produtos são os
mais variados e mudam conforme o horário e a demanda. Mesmo com sua baixa escolaridade,
Rômulo fez cursos de marketing e de administração de negócios no Sebrae, e, atualmente,
atende a diversos municípios.

A falta de formação acadêmica não é empecilho para a criação de um negócio, pois o


empreendedor não precisa ter um conhecimento muito grande para iniciá-lo, mas, com
certeza, precisará dele se quiser que o negócio sobreviva. Ter em mente que o conhecimento é
a chave para o sucesso da empresa, sendo esse o primeiro passo para transformá-la em algo
sustentável. A busca por novas informações deve ser parte do processo de planejamento, pois
é a única forma de se manter alinhado(a) às mudanças do mercado, oferecendo ao consumidor
aquilo que eles desejam.

Tema 3Estruturação de um modelo básico de aplicabilidade de um Plano de Negócios

Como estruturar e validar um modelo de negócios?

Já vimos os conceitos principais de empreendedorismo. Agora, vamos conhecer algumas


ferramentas muito simples, porém bastante poderosas, que irão possibilitar ao empreendedor
fazer uma análise de possíveis problemas e propor soluções.

Business Model Canvas

O Canvas, técnica criada por Alexander Osterwalder em 2010, é uma ferramenta visual de
planejamento estratégico utilizada por muitos empreendedores para facilitar a tomada de
decisão e deixar os processos mais ágeis. Esse método utiliza um mapa que concentra todos os
aspectos fundamentais ao negócio. O modelo apresenta a lógica da criação e da entrega de
valor apresentada em uma estrutura visual, sistêmica e interdependente, organizada em
quatro dimensões:

1. Infraestrutura.

2. Oferta.

3. Clientes.

4. Finanças.

Cada mercado exige um modelo específico; por isso, não há um modelo melhor ou pior, mas
aquele que atenda ao cenário identificado. O Canvas é feito de forma participativa, permitindo
criar um modelo validado pelo maior número possível de stakeholders. Existem 9 áreas
no Modelo de Negócios Sebrae - Canvas:
1. Segmento de clientes

Corresponde ao grupo de consumidores (pessoas físicas ou jurídicas) para quem você pretende
vender. Esse é o primeiro e mais importante passo na construção do Canvas, pois irá definir
todo o seu modelo de negócios.

Os clientes são segmentados em grupos de acordo com necessidades, comportamentos,


interesses e motivações, além do perfil demográfico. Nesse bloco, o empreendedor deve
responder às seguintes perguntas:

 Quem é meu público-alvo?

 Para quem criamos valor?

Essas respostas são fundamentais porque, a partir daí, é possível definir um público-alvo que
permita estruturar um plano de marketing e de comunicação adequado a esse perfil.

2. Proposta de valor

Esse bloco indica o valor percebido pelo cliente e o empreendedor deve pensar qual a dor
daquele público-alvo a ser sanada pelo produto.

É importante saber quais benefícios o produto trará, pois os clientes querem empresas e
marcas que acabem com suas dores e isso será determinante para a fidelização do seu público.

 Que problemas estamos ajudando a eliminar?

 Quais oportunidades iremos explorar?

A maneira como o modelo de negócio irá propor a resolução desses problemas reflete os seus
valores. Para tanto, é preciso fazer uma descrição pontual de todos os benefícios que a
empresa oferece ao cliente.

3. Canais
É como seu público irá conhecer seu produto, como será avaliado, como ocorrem os processos
de compra e de entrega. Os canais são fundamentais, pois, por meio deles, a empresa atinge
tanto o público-alvo quanto os clientes em potencial. Esse bloco está conectado ao bloco de
clientes. Um público mais jovem pode preferir as redes sociais, enquanto um cliente mais
tradicional pode preferir o telefone.

4. Relacionamento com clientes

São as formas de comunicação com o cliente, como o cliente poderá encontrar você.

 Será por um 0800? WhatsApp?

 Será presencial ou remotamente?

O relacionamento deve ir além da venda e considerar o pós-venda no processo.

5. Fontes de receita

 De que forma e como o cliente irá pagar pelo produto?

 Quais os formatos de receita?

 Compra única?

 Manutenção mensal?

6. Recursos-chave

 O que é necessário para manter a empresa em operação?

 De quais recursos básicos você precisa? Máquinas, pessoas, financiamento?

7. Atividades-chave

 Que atividades são necessárias para que o produto seja entregue ao cliente?

8. Parcerias-chave

 Quais os principais parceiros, fornecedores etc. que irão auxiliar no negócio?

Parceiros futuros também podem ser considerados.

9. Estruturas de custo

 Quais os custos principais (fixos, variáveis e de abertura de negócios)?

Vale ressaltar que os custos menores não são considerados no Canvas, apenas os expressivos.

Plano de negócios

Após a definição do modelo de negócios, a etapa seguinte será a busca de recursos para a
operacionalização do negócio. Nesse momento, o empreendedor irá elaborar o plano de
negócios, que deverá reunir todas as informações do mercado para confirmar a relevância do
modelo proposto. Uma função muito importante do plano de negócios é servir de guia para o
empreendedor operacionalizar a ideia.

Para essa estrutura, sugerem-se alguns tópicos, que podem ser adaptados a cada negócio,
sendo o primeiro o sumário executivo, que descreve, de forma objetiva, o modelo de negócios.
Apresentação da empresa e foco de atuação:

 Descrição da empresa.

 Diferenciais competitivos.

 Missão, visão e valores.

 Organograma.

 Layout.

 Perfil dos empreendedores.

 Produtos e serviços.

 Mercado de atuação.

 Localização.

 Investimento inicial.

 Forma jurídica.

 Enquadramento tributário.

Análise de mercado:

 Quem está comprando?

 O que está comprando?

 Por que está comprando?

 Quais são os seus hábitos de compra?

 Qual é a sua renda?

 Qual é o nível cultural?

 Onde mora?

 Qual é o estilo de vida?

Plano estratégico:

 Análise SWOT.

 Forças de Porter.

 Modelo de negócios.

 Planos de ação.

 Objetivos e metas.

Plano de marketing:

 Descrição do produto.

 Definição dos 4Ps de marketing.


 Formação de preços.

 Estratégias de entrada no mercado.

Plano financeiro:

 Investimentos pré-operacionais.

 Projeção de custos e de receitas por linha de produto.

 Impostos.

 Resultados.

 Fluxos de caixa.

 Análise de investimentos (payback, TIR, VPL, rentabilidade).

 Impostos.

Esses itens são sugestões, e não definições do que deve ser feito, pois cada negócio demanda
uma estruturação diferente. O Sebrae tem outro modelo bem interessante que também
poderá ajudar você. Acesse e leia: Como elaborar um plano de negócios

Encerramento

Qual a importância da ética nos negócios e nos resultados de um negócio?

A ética é o pilar fundamental de uma empresa, pois ela se relaciona com diversos públicos e,
quanto mais correta for sua conduta, maior será sua credibilidade.

Quais histórias de sucesso podem inspirar um empreendedor?

Ter cases de sucesso serve para mostrar que, mesmo com dificuldades e com um cenário
negativo, é possível ter sucesso em um empreendimento. Diversos empreendedores
fracassaram no início, mas conseguiram se reerguer: Walt Disney, J. K. Rowling, Elon Musk,
Stephen King, Silvio Santos, entre outros.

Como estruturar e validar um modelo de negócios?

A utilização de ferramentas, como o Canvas, e a elaboração de um plano de negócios servirão


como guia para o empreendedor.

Resumo da Unidade

Abrir um negócio envolve muito mais do que simplesmente ter receita e lucro no fim do mês.
Está relacionado a como você faz negócios e o quanto se preocupa com as pessoas; afinal, é
disso que é feita a empresa e os mercados que atinge! Empreender é ter uma visão de mundo,
criar soluções e valor em tudo o que é produzido e entregue. Entretanto, para isso, é preciso
uma estrutura lógica e definida para nortear o planejamento e as ações do gestor. Foque nas
pessoas, faça a gestão dos recursos e sempre cuide do seu time!

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