Odisseia 1
Odisseia 1
Odisseia 1
PROFESSORA ELISABETH
Capítulo 1: A Maldição de Poseidon
Após dez longos anos de guerra em Troia, Ulisses e seus homens finalmente se preparavam para voltar
à sua terra natal, Ítaca. Cheios de saudades e ansiosos para rever suas famílias, acreditavam que a jornada seria
breve. Contudo, Poseidon, o deus dos mares, estava furioso com Ulisses por ele ter cegado seu filho Polifemo,
o ciclope. Durante a viagem, eles desembarcam na ilha de Polifemo, onde são capturados pela criatura gigante.
Polifemo aprisiona os homens na caverna e, cada noite, devora alguns deles.
Ulisses, astuto e engenhoso, oferece vinho ao ciclope até deixá-lo embriagado. Quando Polifemo
adormece, Ulisses e seus homens aquecem uma grande estaca de madeira nas brasas da fogueira e cravam no
único olho do ciclope, cegando-o. Mesmo cego, Polifemo tenta capturar os homens, mas Ulisses tem um novo
plano: ele e seus homens se escondem sob o ventre das ovelhas do ciclope, que as liberta sem perceber que os
prisioneiros estão fugindo.
Quando finalmente escapam e estão em segurança no navio, Ulisses, movido por orgulho, grita seu
nome para o ciclope. Polifemo, furioso e humilhado, invoca seu pai, Poseidon, e roga uma maldição sobre
Ulisses: que ele nunca mais retorne à sua casa. Poseidon ouve o clamor de Polifemo e começa a desencadear
sua vingança. O mar, antes calmo, se transforma em um monstro furioso, e uma tempestade implacável afasta
Ulisses e seus homens para longe de Ítaca, dando início a uma jornada cheia de perigos.
Capítulo 2: Os Ventos de Éolo
Após escapar da ira de Polifemo, Ulisses e seus homens chegam à ilha de Éolo, o deus dos ventos.
Ulisses conta sua história ao deus, que, impressionado com sua astúcia e coragem, decide ajudá-lo a voltar
para Ítaca. Ele entrega a Ulisses um saco contendo todos os ventos contrários e instrui que o mantenha fechado
até chegar em casa, garantindo assim uma viagem tranquila.
Com o vento favorável, o navio de Ulisses avança rapidamente em direção a Ítaca. A costa de sua terra
já é visível, e Ulisses, exausto, finalmente adormece, certo de que o fim de sua jornada está próximo. No
entanto, seus homens, movidos pela curiosidade e a ganância, acreditam que o saco contém riquezas
escondidas. Eles abrem o saco, liberando todos os ventos ao mesmo tempo. Imediatamente, uma tempestade
devastadora se forma, arrastando o navio de volta para o mar aberto.
Desolado ao ver Ítaca se distanciar mais uma vez, Ulisses acorda em meio ao caos e confronta seus
homens, mas é tarde demais para remediar o erro. O navio é lançado para longe, e Ulisses, agora mais distante
do que nunca de sua terra, sente o peso da maldição de Poseidon.
Perdidos e sem rumo, eles continuam navegando, até que avistam uma nova ilha, mas o que os aguarda
ali não será um simples refúgio.
Capítulo 3: Os Lestrigões Canibais
Após a tempestade causada pela abertura do saco dos ventos, Ulisses e seus homens chegam a uma nova
ilha, cercada por altas montanhas e aparentemente pacífica. Famintos e desesperados por suprimentos,
Ulisses envia um grupo de batedores para explorar o local. Eles logo encontram o que parece ser uma vila,
com casas simples e pessoas gigantescas à distância. A princípio, acreditam ter encontrado um refúgio
seguro, mas o que não sabem é que a ilha é habitada pelos Lestrigões, uma raça de gigantes canibais.
Assim que os homens de Ulisses se aproximam, os Lestrigões revelam sua verdadeira natureza. Com uma
brutalidade inesperada, eles atacam o grupo, capturando e devorando vários dos homens de Ulisses.
Desesperado, o grupo restante corre de volta para os navios, mas os gigantes continuam a persegui-los,
lançando pedras gigantescas que esmagam muitos dos barcos e homens da frota.
Ulisses, sempre ágil e astuto, ordena que seu navio seja levado rapidamente para o mar aberto. Somente ele
e os poucos sobreviventes conseguem escapar da destruição total, enquanto assistem seus companheiros
serem massacrados e suas embarcações afundarem nas águas tingidas de sangue. Com o coração pesado e a
tripulação reduzida a uma pequena fração do que era, Ulisses percebe que suas perdas estão se acumulando a
cada parada.
Mais uma vez no mar, eles se afastam da ilha maldita, mas agora com muito menos homens, e com o
medo de que novos horrores ainda estejam por vir. O que os aguardará em sua próxima parada?
Capítulo 4: O Encanto de Circe
Após escaparem por pouco dos Laistrígones, Ulisses e seus homens, com a tripulação drasticamente
reduzida, chegam a uma nova ilha, coberta por florestas densas e misteriosas. Ao explorar o local, eles se
deparam com um palácio magnífico situado no topo de uma colina, cercado por animais selvagens que agem
de forma estranhamente dócil. Ulisses, sempre cauteloso, envia um grupo liderado por seu fiel companheiro
Euríloco para explorar o palácio e buscar ajuda.
No palácio, os homens são recebidos por Circe, uma bela feiticeira que os convida para um banquete. Sem
suspeitar de nada, os homens aceitam a oferta e começam a se deliciar com as comidas e bebidas oferecidas.
No entanto, logo após o banquete, Circe revela sua verdadeira natureza. Com um simples movimento de sua
mão, ela transforma todos os homens de Ulisses em porcos, deixando Euríloco, que havia ficado do lado de
fora, em choque. Ele corre de volta ao navio para avisar Ulisses sobre o destino terrível de seus
companheiros.
Determinando a salvar seus homens, Ulisses decide enfrentar Circe sozinho. No caminho para o palácio, ele
é interceptado por Hermes, o mensageiro dos deuses, que lhe oferece uma erva mágica chamada "moly",
capaz de protegê-lo dos feitiços da feiticeira. Armado com a erva e sua coragem, Ulisses entra no palácio e
confronta Circe. Ao ver que seus poderes não afetam Ulisses, Circe fica impressionada com sua força e
bravura. Ela não apenas devolve seus homens à forma humana, mas também oferece sua hospitalidade e se
torna aliada de Ulisses.
Enquanto Ulisses e seus homens passam um tempo recuperando suas forças na ilha de Circe, ela revela a
Ulisses que sua jornada para Ítaca ainda será cheia de perigos. O maior deles será a descida ao submundo,
onde ele deve consultar o espírito do profeta Tirésias para descobrir o caminho de volta. Com o coração
pesado, Ulisses se prepara para a viagem mais aterrorizante de todas: descer ao reino dos mortos.
Capítulo 5: A descida ao submundo
Com as instruções de Circe, Ulisses realiza um ritual sombrio para abrir o caminho ao submundo. Ele
navega para o lugar onde as almas dos mortos residem, um local desolado e envolto em escuridão perpétua.
Ao chegar, faz sacrifícios de sangue para atrair os espíritos. Logo, surgem as sombras dos mortos, gemendo e
sussurrando segredos. Entre essas almas, aparece Tirésias, o profeta cego, cuja sabedoria é essencial para o
retorno de Ulisses.
Tirésias revela a Ulisses que, embora ele chegue a Ítaca, sua jornada ainda está longe do fim e repleta
de desafios. Ele deve tomar cuidado para não provocar a ira dos deuses ao longo do caminho, especialmente
no que diz respeito ao gado sagrado de Hélios, o deus do Sol. Se seus homens tocarem o gado, a destruição
será certa. Tirésias também adverte Ulisses sobre a necessidade de exercer autocontrole e liderança para guiar
seus homens através das provações que ainda estão por vir.
Antes de partir, Ulisses encontra o espírito de sua mãe, Anticleia. Em um encontro emocionante, ela
lhe conta sobre os sofrimentos de Ítaca: sua esposa Penélope está cercada de pretendentes arrogantes, que
consomem suas riquezas enquanto esperam que ela escolha um novo marido, acreditando que Ulisses morreu.
Anticleia também revela sua própria tristeza e morte causada pela saudade e preocupação com o filho.
Com essas revelações sombrias e o peso das responsabilidades, Ulisses retorna ao mundo dos vivos,
carregando um novo fardo emocional. Ele sabe que sua jornada está longe de terminar e que os desafios que
ainda o aguardam serão decisivos não apenas para sua sobrevivência, mas também para o futuro de Ítaca. Os
perigos que enfrentará serão ainda mais sombrios e exigirão toda a sua força e sabedoria.
De volta ao mar, Ulisses e seus homens navegam em direção ao estreito das Sereias, criaturas encantadoras
cujo canto irresistível atraía os marinheiros para a morte nas rochas traiçoeiras. Sabendo do perigo mortal
que enfrentariam, Ulisses ordena que seus homens tapem os ouvidos com cera para não ouvirem o canto
fatal. Ele, no entanto, pede para ser amarrado firmemente ao mastro do navio, desejando ouvir o canto das
sereias sem ser capaz de agir sob seu feitiço.
À medida que o navio se aproxima, as sereias começam a cantar, suas vozes hipnóticas ecoando sobre as
águas. Elas prometem sabedoria infinita e revelações sobre o futuro de Ulisses, apelando para sua
curiosidade e desejo de conhecimento. O canto é tão sedutor que Ulisses, mesmo amarrado, luta
desesperadamente para se libertar, gritando para que seus homens o soltem. Porém, eles, obedecendo suas
ordens anteriores, o ignoram e continuam remando com determinação.
As sereias, cada vez mais próximas, aumentam a intensidade do canto, tornando a luta de Ulisses ainda mais
intensa. Ele sente a força de sua vontade sendo testada ao limite, enquanto o navio passa perigosamente
perto das rochas. Mesmo assim, os marinheiros mantêm o curso e seguem adiante, determinados a escapar
do encanto mortal.
Finalmente, o navio ultrapassa o alcance das sereias, e o canto desaparece no horizonte. Ulisses, exausto e
ainda amarrado ao mastro, recupera o controle sobre si mesmo. Embora tenham sobrevivido a esse
desafio, ele percebe que a jornada ainda guarda provações mais sombrias e que precisará de toda sua
força e sabedoria para enfrentar os perigos que ainda estão por vir.