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Psico Hospitalar

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Revisão Psicologia Hospitalar

1- PSICOLOGIA DA SAÚDE
● A psicologia da saúde é a aplicação dos conhecimentos e das técnicas
psicológicas à saúde, às doenças e aos cuidados de saúde;
● Estuda o papel da psicologia nos domínios da saúde, da doença e da
própria prestação dos cuidados de saúde, focalizando nas experiências,
comportamentos e interações: aspectos biológicos, psicológicos, sociais e
culturais.
● Abordagem sistêmica
Atuação além dos hospitais
● Estudar causas e origens de determinadas doenças (etiologia): Origens
psicológicas, comportamentais e sociais da doença;
● Promoção e prevenção da saúde: Empowerment -adoção de
comportamentos saudáveis; programas para prevenção de agravos;
● Facilitação do diagnóstico e tratamento médicos: adesão ao tratamento e
autocuidado; avaliação e intervenção psicológicas;
● Promover políticas de saúde pública: educação em saúde; atuar ativamente
nos conselhos de saúde

Diferença Psicologia Hospitalar e Psicologia Clínica

Psicologia Hospitalar
● Objetivo: minimizar o sofrimento provocado pela hospitalização e pelo
processo de adoecer.
● Consiste no campo do entendimento e tratamento de aspectos
psicológicos em torno do processo saúde/doença.
● Doenças Psicossomáticas X “Doenças biológicas”
● Toda doença apresenta aspectos psicológicos e por isso pode se
beneficiar do trabalho da psicologia hospitalar
● A atuação envolve: Subjetividade; Ajudar o paciente a fazer a
travessia do processo de adoecimento; Tratar da doença no nível
simbólico.

2- PROCESSO DO ADOECIMENTO
● Adoecer faz parte da condição humana e cada doença tem um ponto limite
para detecção antecipada, que será fundamental para definir o curso e o
tratamento.
● O diagnóstico de uma doença estabelece o início de uma CRISE com seus
desdobramentos no estilo de vida do paciente e seus familiares; vão definir o
rumo das intervenções psicológicas e da equipe a ser adotada.
O processo de adoecimento envolve:
● Mudança De Ritmo
● Perspectiva Projetos
● Despersonalização
● Fragilização
Quando se trata de adoecimento não se pode levar em consideração apenas o
aspecto físico e biológico da doença.
Quais as concepções dos indivíduos sobre o que é estar doente?
● Histórico de doenças
● Medos e fantasias
● Sua cultura
● Rotinas
● Responsabilidades
● Contexto socioeconômico
● Rede familiar e de amizades
● Expectativa de vida e experiências com perdas (OLIVEIRA, 2002)
Se por um lado O PROCESSO DE ADOECER pode impactar de forma importante
sobre o paciente assim também ocorre com o lugar HOSPITAL:
● Configura-se como um lugar estressante do ponto de vista físico, cultural,
social e pessoal.
● a estrutura arquitetônica;
● os odores;
● os ruídos;
● aparelhos de aparência agressiva;
Os ambientes impessoais podem com frequência ser ameaçadores, sombrios e
hostis.

ASPECTOS AGRAVANTES EM TORNO DA DOENÇA


● ILLNESS: equivalente a perturbação;
● É a resposta subjetiva do indivíduo e da sua rede social à situação de
doença;
● O sujeito atribui significado à doença, percebendo os sintomas;
● Envolve experiência, articulando-os então através de comportamentos
próprios e buscando caminhos específicos em busca da sua cura.
● DISEASE é a forma como a experiência da doença (illness) é reinterpretada
pelos profissionais de saúde por meio de seus modelos teóricos;
● Definição de disfunção, com características essencialmente biomédicas.
● Médico: traduzir o discurso, os sinais e os sintomas do paciente chegando
ao diagnóstico da doença:
● decodificar illness em disease. (OLIVEIRA, 2002).

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

MEDICINA: CURAR DOENÇAS


X
PSICOLOGIA: REPOSICIONAR O SUJEITO EM RELAÇÃO A SUA DOENÇA

● Oferecer requisitos para a assistência integral do paciente: conduzindo-o à


qualidade de vida;
● Marcas da doença (traumas, medos, consequências reais ou imaginárias)
● Facilitador na comunicação: ajudando a quebrar o silêncio que pode se
instalar; e despreparo do paciente para se comunicar ou expor suas
dúvidas, expectativas e informações que fazem parte de sua história médica
(CARDOSO, 2007; CASTRO, 2001)
3- CENA HOSPITALAR E DIAGNÓSTICO
Cena Hospitalar e a padronização
● Encontro do sujeito com a doença no contexto da medicina: Exclui
sistematicamente a subjetividade.
● Ideal perseguido pela cena hospitalar moderna: aumentar a eficácia e
segurança dos procedimentos da medicina, padronizam ações sem deixar
espaço para individualidade.
● Singularidade e subjetividade são desestruturantes, desarrumantes
● A cena hospitalar busca o máximo de arrumação possível.
● Despersonalização: Ao adoecer a pessoa deixa de ser sujeito das atenções
e vira objeto das atenções

Ao escutar, o psicólogo “sustenta” a angústia do paciente tempo suficiente para


que ele possa submetê-la ao trabalho de elaboração.
Profissionais da saúde,família e amigos:difícil de suportar,de lidar, apagar, negar,
encobrir angústia.

DIAGNÓSTICO
•Medicina: conhecimento da doença por meio dos sintomas;
•Psicologia: conhecimento da situação existencial e subjetiva da pessoa adoecida
em sua relação com a doença.
•PSICODIAGNÓSTICO X DIAGNÓSTICO EM PSICOLOGIA HOSPITALAR
•O diagnóstico já faz parte do tratamento: Cuidado, acolhimento, escuta.

NEGAÇÃO
•Esse “tropeço” no real faz com que nos defrontemos com a realidade cruel e
absurda: Lidar com a nossa própria morte, com a nossa finitude.
•Naquele instante, negar é o que ele consegue fazer: Respeitar e não confrontar.
•Falta de informação X Negação: Falta de condições psicológicas.
•Soluções mágicas;
•Angústia indefinida;
REVOLTA
•“Cai na real”
•Revolta dirigida a tudo e a todos;
•Lidar com as limitações, frustrações, incapacidades...
•A raiva é positiva –luta pela vida
Revolta: exagero e constância.
•Agitação/atividade X produtividade: Fora de foco, não direcionada ao problema,
sem resolutividade.
Ação agressiva sem foco X Comportamento em momento agudo;
(Passiva) (Catártico)
•Descarregar tensão acumulada: Diminuição da angústia –auxilia para manter em
um nível suportável.

DEPRESSÃO
•Entrega Passiva Doença, Desistência, Desesperança.
Depressão Reacional(Luto) X Depressão melancólica
•Culpa,auto acusação,ausência de cuidados elementares,desânimo
intenso,fracasso,perda deinteressenomundo,risco aumentado de suicídio;
•*Passageiro Reativo(Transtorno Mental).

ENFRENTAMENTO
•Alternância entre luta e o luto: Revolta só luta e depressão só luto;
•Luta é tudo o que uma pessoa faz diante de um limite tentando modificá-lo;
•Luto é tudo aquilo que uma pessoa faz diante de uma perda objetal, tentando
suportá-la: Ex: paciente com problemas cardíacos – (submeter-se a uma cirurgia =
luta; modificar hábitos = luto)
•Não existe uma única forma –particular e único.
•Sempre há algo que podemos fazer: Buscar especialistas –melhor tratamento
(Potente); Não ter cura (impotente);
REALISMO: Potência + Impotência.
Diagnóstico Situacional: dimensão corporal, vida psíquica, vida social e vida cultural.

Físico
•Relação Pessoal Com Seu Corpo: Cuidados de Higiene; Formas De Se Vestir; Maneira
Como Se Refere Ao Corpo.

Vida Psíquica
•Identificar: principais traços da personalidade; Possíveis Conflitos Psicodinâmicos;
Doenças Mentais.
•Situações Frequentes: Paciente Psiquiátrico Que Adoece Fisicamente(continuidade da
medicação);
Paciente histórico psiquiátrico e passa apresentar sintomas:
(orgânico,medicamentoso,dependência...);
Paciente com sintomas físicos em razão de conflitos psíquicos(crise
conversiva,histeria,DNV,xilique,piti...).

Vida social
•Rede De Relacionamentos Interpessoais;
•SVD–SITUAÇÃO VITAL DESENCADEANTE:
Acontecimento na vida do sujeito que pode lhe criar estresse
Pode Ser Visto Como Um Precipitador Doença: Separação,traição,morte,conflito
familiar,desemprego… Pode não ter nenhum SVD.
•GANHO SECUNDÁRIO: Privilégio que passa a ganhar por ficar doente(material,afetivo
psicológico); Reforço Positivo Na Manutenção Da Doença.
•FIGURAS VITAIS: Pessoas Consideradas Importantes Da Vida Do Sujeito;
Positiva(motivação)ou negativa(problema); Informações que auxiliam o trabalho Psi.

Vida Cultural
•O Psicólogo Não Precisa Aderir Cultura Do Paciente: Manter Postura Aberta, inclusiva;
Levar Em Consideração Os Valores Culturais Do Paciente; Reconhecendo a
importância destes valores para o processo de adoecimento.
•Religião;
•Linguagem;
•Questões Sociais;
•Medicina popular:crenças formas tradicionais de tratamento (empirismo,misticismo sem
remédios naturais).
Solicitação e demanda de atendimento
•Solicitação: pedido de atendimento (médico, enfermagem, paciente, família);
•Demanda: Estado psicológico caracterizado por um questionamento ou incômodo, da
própria pessoa, em relação à maneira que está vivenciando o adoecimento.
•Demanda e solicitação podem não ser coincidentes: Demanda que não vem do paciente
de onde veio? Incomoda a quem?

Realidade institucional
•Relação Paciente Profissional De Saúde:não é dual;
Terceiro elemento: Hospital/governo/sistema de saúde/empresa de seguro....
Analisar a situação do paciente quanto às questões institucionais;
A Inserção Do Psicólogo Nesse Universo.
Roteiro De Avaliação Psicológica
PRINCIPAIS FUNÇÕES:
● Função Diagnóstica: Possibilita o levantamento de Hipótese diagnóstica,
quando necessário, auxiliando a determinação das causas e a dinâmica das
alterações e/ou distúrbios da estrutura psicológica do paciente.
● Função De Orientador De Foco: Favorece a eleição do foco a ser trabalhado
junto ao paciente.
● Avaliação Continuada Do Processo Evolutivo Do Processo Do Adoecer:
Observações evolutivas tendo em vista mudanças de foco, intercorrências
que levam a pessoa a ressignificar a doença.
● Fornecimento De Dados Sobre A Estrutura Psicodinâmica Da
Personalidade.
● Possibilitar Diagnóstico Diferencial Quanto A Quadros
Psicológicos/Psiquiátricos.
● História Da Pessoa: Coleta de informações sobre suas relações ser-em-si e
ser-no-mundo (não se trata doenças, trata-se de pessoas doentes).
● Estabelecimento Das Condições De Relação Da Pessoa Com Seu
Prognóstico (Limites x Possibilidades): Ser ou estar doente; processo de
negação/aceitação.

ESTADO EMOCIONAL GERAL


● Autoconceito: leitura que a pessoa faz de sua capacidade (ser capaz
● de...);
● Autoestima: Relação afetiva do sujeito com ele mesmo;
● Informação sobre a doença.
● Informação sobre o tratamento.
● Defesas predominantes.

SEQUELAS EMOCIONAIS (Presente “forte ou leve”/ ausente)


● Com internação anterior.
● Com tratamento anterior.
● Com cirurgia anterior.
● Com separações.
● Com perdas e óbitos.
MANIFESTAÇÕES PSÍQUICAS E COMPORTAMENTAIS
● O objetivo é auxiliar na elaboração do perfil psicológico estrutural,
psicodinâmico e circunstancial decorrente da relação que o paciente
estabelece com a doença, tratamento e hospitalização. (n/a; moderada;
acentuada).
HOSPITALISMO
● Positivo: ocorre uma adaptação à internação e à rotina hospitalar de forma a
substituir os aspectos carentes do indivíduo - “serviço de hotelaria”
● Negativo: Efeitos nocivos (físicos e psíquicos) resultantes de uma longa
permanência hospitalar.
● Permanência prolongada ou internações subsequentes agravam o estado
de hospitalismo no adulto

OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES
● Receptivo ao tratamento;
● Conhecimento/entendimento do tratamento;
● Relação com a doença/tratamento/hospitalização;
● Postura frente a doença: necrófilo/biófilo;
● Manifestações psíquicas;
● Mecanismos de defesas observados;
● Recursos de enfrentamento: positivos/negativos.

4- ATRIBUIÇÕES DO PSICÓLOGO
CÓDIGO DE ÉTICA
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da
dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que
embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das
pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os
impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se
de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código.

DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO:


Art. 1o – São deveres fundamentais dos psicólogos:
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos,informações
concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional;
g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços
psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de
decisões que afetem o usuário ou beneficiário;
h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da
prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os
documentos pertinentes ao bom termo do trabalho;
j) Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, respeito,
consideração e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo
impedimento por motivo relevante.

Art. 6o – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos:


a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas
que extrapolam seu campo de atuação;
b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço
prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a
responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo.
Art. 9o – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por
meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a
que tenha acesso no exercício profissional.
Art. 10 – Nas situações em que se configure conflito entre as exigências
decorrentes do disposto no Art. 9o e as afirmações dos princípios fundamentais
deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir
pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo.
Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o
psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias.
Art. 12 – Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional,
o psicólogo registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos
objetivos do trabalho.

RESOLUÇÃO CFP 001/2009


Dispõe sobre a obrigatoriedade do registro documental decorrente da prestação de
serviços psicológicos;
O Registro constitui-se de um conjunto de informações que tem por objetivo
contemplar de forma sucinta:
● O trabalho prestado;
● A descrição e evolução da atividade;
● Procedimentos técnico-científicos adotados.

Prontuários:
● Fica garantido ao usuário ou representante legal o acesso integral às
informações registradas em prontuário;
● Registro realizado em prontuário único;
● Registrar apenas informações necessárias ao cumprimento dos objetivos do
trabalho.

REGISTRO PROFISSIONAL
A redação do registro deve seguir os princípios técnicos da linguagem escrita, que
deve ser bem estruturada, expressando com clareza o que quer comunicar a
equipe;
● Escrito a caneta, na folha de evolução ou formulário próprio;
● Escrita corrida, sem parágrafos;
● Sem rasuras;
● Linguagem técnica (preferencialmente na terceira pessoa);
● Data e hora;

● Conciso, privilegiando informações que possibilitaram à equipe definir


condutas terapêuticas;
● Preservar o paciente de uma exposição excessiva.
● Solicitante, motivo da solicitação, exame psíquico, impressão do psicólogo e
conduta
● Descrever estratégia terapêutica, orientações e encaminhamentos;
**Registro pessoal; (SANTOS; MIRANDA; NOGUEIRA, 2015; MERZEL et al.,
2017)

ATRIBUIÇÕES E PROCEDIMENTOS
OBSERVAÇÃO PSICOLÓGICA: Objetiva colher dados sobre estado mental e
estado emocional do paciente e/ou familiares.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: Avaliar a atividade diante da doença hospitalização,
estratégias de enfrentamento e presença de fatores emocionais e comportamentais
que prejudiquem o prognóstico do paciente.
● Exame do estado mental (atenção, orientação, memória, pensamento,
consciência...);
● Contato com o profissional (colaborativo, choroso, ansioso, agitado,
agressivo ...);
● Queixa X solicitação equipe;
● História de vida – funcionamento frente a dificuldades anteriores, formas de
enfrentamento em situações adversas (recursos de enfrentamento, mecanismos de
defesa);
● Rede de apoio;
ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA: Procedimento de continuidade da assistência após
a realização da avaliação psicológica;
ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA: Procedimento pontual para a orientação sobre
algum aspecto do tratamento;
● Esclarecer dúvidas com o objetivo de dissipar angústias, possibilitando maior
controle da situação e minimizando os efeitos da
ansiedade.
SUPORTE PSICOLÓGICO: Elaboração do impacto do adoecer, sensibilização
para o autocuidado, reconhecimento das
suas capacidades e possibilidades.
PSICOEDUCAÇÃO: Procedimento de caráter informativo sobre algum aspecto do
adoecer e/ou hospitalização.
ORIENTAÇÃO PARA PROCEDIMENTOS (Paciente/família): auxilia na prevenção
às reações psíquicas desadaptativas e propicia a colaboração do paciente,
favorecendo um sentimento de controle e segurança.
PSICOTERAPIA BREVE: Planejada em função do contexto, tempo, necessidade,
pertinência, organização interna e disponibilidade do sujeito. FOCO DEFINIDO!
ORIENTAÇÃO PARA ALTA: Favorecer a adesão ao tratamento e realizar
encaminhamentos pertinentes.
MANEJO DA SITUAÇÃO: Intervenção com a equipe para manejo das situações
psicologicamente difíceis, é focado na viabilização de cuidado do paciente (ex.
Comunicação).

5- Comunicação
COMUNICAÇÃO:
● Communicare: colocar em comum.
● Comunicação é um processo dinâmico: intercâmbio de mensagens
enviadas e recebidas; Influencia os comportamentos das pessoas a curto,
médio e longo prazo.
● Intercâmbio: A pessoa recebe o conteúdo necessita saber; mas além disso,
é importante informá-lo da forma adequada, reassegurando a compreensão
do mesmo.

É impossível não se comunicar.


• Mesmo que nós não queiramos nos comunicar, estamos enviando mensagens ao
outro.
• Falar ou não falar, ter uma ou outra atitude, constitui uma forma de
comportamento que terá como resultado uma mensagem para o outro.
Portanto, a comunicação não é apenas intencional, já que qualquer ação é uma
forma de comunicação para o outro.
•A comunicação em saúde continua sendo um dos maiores obstáculos na relação
doente/família/profissional: Gera perturbação, não só em quem recebe como a quem
transmite a notícia

Cuidados de saúde numa abordagem paternalista:


•submissão do sujeito adoecido: quem decide quais informações serão dadas, e qual o
tratamento mais adequado é a equipe de saúde; desconsiderando a capacidade de tomar
decisões do paciente.
•Relação entre o doente e o profissional de saúde ficou limitada: comunicação:
mecanizada e despersonalizada
•PACIENTE: solidão e isolamento, num ambiente hospitalar desconhecido e hostil.

TIPOS DE PACIENTE
• A abordagem pode variar de acordo com a fase do desenvolvimento em que o paciente
está, assim como o tipo de doença (agudo/crônico/paliativo/cuidado de fim de vida).

A CRIANÇA
•A família relação de proteção, evitando o sofrimento;
•A equipe e os responsáveis prejudicial oferecer as informações;
•Não contribuem com a terapêutica necessária; ou para não prejudicá-las emocionalmente.
•Incapacidade em compreender e assumir responsabilidades sobre o tratamento;
•A resistência do profissional em adequar o seu vocabulário para a realidade infantil.
•Criança apenas como provedora de informações.

O SEGREDO
• DILEMA: incluí-la nas discussões sobre o diagnóstico; ou assumir a postura paternalista,
para protegê-la.
• A não revelação da verdade se torna ainda mais prejudicial à criança, pois: Ela
compreende as mudanças em seu corpo; Mudança de rotina; Tratamento que precisa
percorrer.
• Descobrir o segredo pode criar dimensões aterrorizantes para o psiquismo da criança:
conflitos emocionais; raiva; dificuldades no desenvolvimento psicossocial; e
comportamentos autodestrutivos.

FATORES ENVOLVIDOS NA INCLUSÃO DA CRIANÇA


•A comunicação inclusiva deve levar em consideração: a criança em sua singularidade:
Desenvolvimento, Compreensão intelectual, Demandas, Desejos.
•A partir de dois anos de idade: participando mais ativamente dos atendimentos com o
médico, incentivando potencialidades de compreensão sobre a doença; desmistificando
crenças disfuncionais; e auxiliando na formação de habilidades para uma futura
responsabilização no tratamento.

Ferramentas de comunicação
PORQUE CONVERSAR É IMPORTANTE: Compartilhar seus desejos sobre cuidados no
fim da vida pode aproximá-lo daqueles que ama.
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS
A DEFINIÇÃO DE MÁ NOTÍCIA
● Informações que afetam a visão do sujeito sobre seu futuro;
● Está sempre na perspectiva de quem olha;
● Não se pode estimar o impacto até determinar as expectativas e
compreensão de quem recebe;
● Ameaças a integridade física/mental;
A comunicação de notícias difíceis ou más no processo de adoecer e tratar
desafio para a equipe
A transmissão da equipe ao P/F de informações que podem, direta ou
indiretamente, resultar em alterações negativas na vida destes, afetando sua visão
e suas expectativas do futuro.
Via de regra associada à transmissão de diagnóstico de doenças terminais; pode
tratar de informações e patologias menos dramáticas, mas igualmente
traumatizantes para o P/F e ser estressante para a equipe.
● A má notícia envolve informações que possam acarretar mudanças
negativas e abruptas na perspectiva de futuro do paciente.
● Tais notícias podem ser encaradas como ameaças à integridade física e/ou
mental do indivíduo, provocando reações variadas e que dependem do
contexto psicossocial no qual o mesmo se encontra inserido.
● A maioria dos pacientes deseja saber a verdade.
● Seus benefícios são maiores do que os danos, principalmente aqueles de
origem psicológica, que levam a uma maior aceitação da enfermidade e da
morte.
● Não comunicar a verdade pode por outro lado: levar o paciente ao
isolamento e quebra do vínculo com o profissional, caso desconfie de algo
relacionado ao seu diagnóstico ou prognóstico.
Artigo 34 do Código de ética Médica:
“É vedado ao profissional deixar de informar ao paciente sobre o diagnóstico de
sua doença, como também sobre o prognóstico, os riscos e objetivos do
tratamento, salvo quando a comunicação direta possa provocar-lhe dano, sendo
assim, a comunicação deve ser feita ao seu representante legal”.
Já para a dificuldade na comunicação não se encontra no informar ao
doente, mas em saber como, quando e quanto se deve revelar;
Uma notícia dada de maneira inadequada pode ser tão ou mais danosa
do que a falta da mesma. Podendo modificar:
● a compreensão da informação do sujeito que a recebe;
● a satisfação com o cuidado da equipe;
● o nível de esperança; e
● a adaptação psicológica consequentemente.

COMUNICAÇÃO DO ÓBITO

Preconceito comum é achar que os profissionais da saúde não têm nada


para oferecer à família;
● o trabalho está no cuidado ao paciente.
● uma vez que este esteja falecido acabou a missão.
No entanto, mesmo quando a ciência não pode fazer nada pelo paciente,
ainda se pode fazer algo muito importante: cuidar e consolar.
Se é difícil comunicar más notícias, quando se trata de comunicar a pior
delas, a morte, todos esses fatores são potencializados pela impossibilidade de
não poder proporcionar esperança.
● Além disso, faltam aos profissionais da área da saúde mecanismos para
lidar com as manifestações de dor.
● E é em todo esse complexo contexto emocional que há de se dar a
comunicação adequada que proporcione alívio e apoio emocional.

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADE COMUNICATIVAS


Se deve a uma junção de técnicas e estratégias, bem como à
disponibilidade interna de cada indivíduo, ou seja, os recursos psíquicos que cada
pessoa apresenta para enfrentar situações em sua vida.
“É importante saber que as ‘más notícias’ não se transformarão em ‘boas
notícias’, qualquer que seja a linguagem para expressá-las” (BURLÁ e PY, 2006).

PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
● estarem atentos às necessidades e singularidades de cada paciente
e de cada família;
● se prepararem, não só do ponto de vista técnico, mas também do
emocional, para enfrentar o processo de comunicação de más
notícias, tão presente e frequente na rotina de um hospital.
PROTOCOLO SPIKES

Protocolo formado por seis passos:


● Dando subsídios para recolher informações dos pacientes;
● transmiti-las de acordo com a necessidade e desejo do paciente;
● proporcionar suporte ao mesmo.
● reduzindo o impacto emocional e desenvolver uma estratégia de cuidado
com a contribuição e colaboração dele.
Pressupõe uma interação dinâmica entre o profissional e seu paciente, onde
o primeiro é guiado pela compreensão, preferências e comportamento do sujeito
adoecido.
Baile (et al, 2000) afirma que através deste protocolo, se obtém uma
abordagem mais flexível sendo assim possível de se dirigir às diferenças
inevitáveis e levar em consideração a subjetividade de cada sujeito.

1- PLANEJAR A ENTREVISTA
(S – Setting Up the Interview)
• Rever o plano para contar ao paciente;
• Identificar um ambiente privado;
• Considerar a trajetória do paciente, inteirando-se da sua história;
• Envolver amigos e parentes no processo caso seja da vontade do paciente;
• Sentar e se conectar com o paciente através do olhar ou do toque, mostrando
que não fará a comunicação com pressa e contribuindo para o estabelecimento de
um vínculo.

2- AVALIAR A PERCEPÇÃO DO PACIENTE SOBRE A DOENÇA


(P – Perception)
•Identificar como o paciente percebe a sua situação clínica;
•Avaliando o que já lhe foi dito e qual a sua compreensão.
•Corrigir desinformações e moldar a má notícia para um melhor entendimento.
3- OBTENDO O CONVITE DO PACIENTE
(I – Invitation)
• Entender o grau de detalhe que o próprio paciente quer obter sobre seu caso.
• Colocar-se sempre disponível para maiores esclarecimentos.

4- DANDO CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO AO PACIENTE


(K – Knowledge)
•Informar que más noticias estão por vir:
• pode diminuir o choque na transmissão;
•facilitar o processamento da informação.
• NÃO usar termos técnicos de difícil entendimento;
• Ser claro e preciso mas dando tempo ao paciente.
• Evitar detalhes dispensáveis

5- ABORDAR AS EMOÇÕES DOS PACIENTES COM RESPOSTAS AFETIVAS


(E – Emotions)
•Quando o paciente recebe más noticias sua reação emocional pode variar
• Silêncio, incredulidade, choro, negação, raiva.....
• Nesta situação o médico pode oferecer apoio ao paciente com uma reação
afetiva que consiste em quatro etapas:
• Observar a emoção do paciente;
• Identificar a emoção experimentada pelo mesmo nomeando-a para si mesmo;
• Identificar o motivo desta emoção;
• Mostrar que se percebeu a emoção e o motivo desta
6- APONTAR OS PRÓXIMOS PASSOS / ESTRATÉGIA E RESUMO
(S – Strategy and Summary)
Verificar se a pessoa se sente pronta para discutir o que será feito;
•Compartilhar responsabilidades na tomada de decisão, apresentando as
possibilidades de cuidados e tratamentos;
•Compreender os importantes objetivos que cada paciente tem como controle de
sintomas podendo enquadrar a esperança em termos do que é possível ser
alcançado.

Desenvolvimento do seu próprio estilo de comunicação;


Visando sempre o bem estar do paciente, e encorajando-o a participar do seu
processo de saúde e doença.
É fundamental que o médico e o paciente tenha o apoio de outros profissionais,
como psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais, mas todos dentro de uma
mesma linha de conduta frente ao paciente.
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
Facilitador na comunicação: facilitando o ajustamento psicológico do paciente
e de seus familiares; ajudando a quebrar o silêncio que pode se
instalar; e auxiliando a dar voz aos sentimentos que aquela notícia desperta.

Colaborar no planejamento da comunicação da equipe: pontuando as


características emocionais de cada paciente; ajudando estes e a equipe médica a
lidar com as possíveis e diversas reações emocionais de cada paciente.

LIMITAÇÕES PROFISSIONAIS
•Os médicos e os profissionais de saúde descrevem que ao
comunicar más notícias, sentem: Desconforto; Frustração; Impotência; Medo;
•O profissional lança mão de estratégias (conscientes ou não), de como lidar com
tais situações: tentar ocultar o diagnóstico através de silenciamentos,
comunicações abruptas de prognósticos, assumindo uma postura muito técnica,
não dando espaço para perguntas que não possa ou não saiba responder.

MANEJO ADEQUADO DA COMUNICAÇÃO


•De modo geral, o profissional não é estimulado a pensar no paciente em sua
integralidade e a perceber o significado do adoecer para o paciente.
• O psicólogo como facilitador para o momento de comunicação de más notícias:
Articulação dos discursos entre a tríade, Servindo de continente para as angústias
que poderão surgir, Através do manejo situacional adequado, Intervindo
preventivamente

ELEMENTOS PREJUDICIAIS NA COMUNICAÇÃO


não averiguação do entendimento dos sujeitos; carência no tempo; uso excessivo
de questionamentos fechados; contato visual restrito; exclusão do paciente nas
tomadas de decisões; desequilíbrio no volume de informações; falta de
disponibilidade; vocabulário e velocidade da informação inapropriada;

A RELAÇÃO NA TRÍADE ExPxF


•Identificação do profissional de referência;
•Função de atualizar todos da equipe, sobre como se deu o atendimento e a
comunicação.
•O médico deve ser o principal comunicador, já que cabe a ele: a realização do
diagnóstico e prognóstico; os esclarecimentos das implicações do tratamento
proposto.

QUANDO O PACIENTE NÃO DESEJA SABER


● Identificar se é uma decisão apoiada em dados de realidade;
● Quais os medos e angústias vinculados a esta decisão?
● Decidir junto com o paciente que ele elegeria para fazer isso por ele.

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