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Aula 1 1

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Universidade Federal de Ouro Preto

Ligações químicas e Hibridização

Aula 1

Flaviane Francisco Hilário

1
QUIMICA ORGÂNICA

O QUE É QUIMICA
ORGÂNICA?

2
EM 1828 – FRIEDRICH WÖHLER
O

C
+ - aquecimento
NH4 NCO H 2N NH 2

cianato de amônio URÉIA


Constituinte da urina

HOJE:
QUÍMICA ORGÂNICA É A QUÍMICA QUE ESTUDA OS
COMPOSTOS DE CARBONO.
1 - Estudo do átomo

• Um átomo é formado por:

- prótons (carregados positivamente) e nêutrons (sem


carga), que constituem o núcleo atômico e são
responsáveis pela massa atômica.

- elétrons (carregados negativamente), que circulam o núcleo


em órbitas definidas.

4
• Número atômico: número de prótons de um átomo.

• Massa atômica: a soma de prótons e nêutrons de um


átomo.

ÁTOMO NEUTRO

MESMO NÚMERO DE PRÓTONS E ELÉTRONS

5
• Os elétrons formam ligações químicas.

• Elétrons – papel predominante sobre as propriedades


químicas e físicas dos elementos e compostos.

O segundo período da tabela periódica

- O carbono não libera nem aceita elétrons prontamente.

- O carbono compartilha elétrons com outros átomos de


carbono bem como com diferentes tipos de átomos.
6
1.1 - ORBITAIS ATÔMICOS
• 1924 – Broigle - elétrons apresentavam, também,
propriedade de onda – início da mecânica quântica;

• 1926 – Schröndinger – comportamento dos elétrons pode


ser descrito por equações de onda;

As soluções para essas equações são chamadas funções de


onda ou ORBITAIS.

• O orbital é a região do espaço onde é mais provável


encontrar um elétron.

• Os orbitais atômicos são designados pelas letras s, p, d e


f.
7
• O orbital s é esférico.

Nodo – região onde a probabilidade de se encontrar um


elétron é zero.

8
• O orbital p tem forma de alteres distribuídos sobre os três
eixos cartesianos (x, y, z).

Orbital atômico 2px Orbital atômico 2py Orbital atômico 2pz

• Orbitais degenerados têm a mesma energia.

9
• Os orbitais atômicos se localizam sobre diversos níveis
de energia ou camadas, que são designados por
números (1 a 7).

• O orbital atômico mais perto do núcleo tem a menor


energia.
• Os orbitais 2p têm energia mais alta que o orbital 2s
mais distantes do núcleo. 10
• Exemplos: configuração eletrônica de alguns elementos.

11
• O princípio de Aufbau: primeiro os elétrons ocupam os orbitais
de menor energia.

• O princípio de exclusão de Pauli: somente dois elétrons


podem ocupar o mesmo orbital e os dois elétrons têm que ter
spins opostos.

• A regra de Hund: os elétrons ocuparão orbitais degenerados


vazios antes de serem emparelhados em um mesmo orbital.

12
2 – Ligações químicas

• Lewis propôs a regra do octeto: “um átomo é mais


estável se sua camada mais externa contém oito
elétrons” - configuração de gás nobre.

• Elétrons mais internos – elétrons do cerne.


• Elétrons da camada mais externa (última camada) –
elétrons de valência.

• Elétrons de valência – participam de ligações químicas e


de reações orgânicas.
Tipos de ligações químicas:

- Ligação iônica (ou eletrovalente) formada pela


transferência de um ou mais elétrons de um átomo para outro
íons.

Li + F Li+ + F

- Ligação covalente formada quando os átomos


compartilham elétrons.

14
OBSERVAÇÕES:

• Íons podem conter ligações covalentes. (íons


covalentes).

• Exceções à regra do octeto

F
B
F F

15
Ligações Ligações
covalentes iônicas

Diferença de eletronegatividade

Tipos de ligações químicas

Ligação iônica Ligação covalente polar Ligação covalente apolar

16
Eletronegatividade de alguns elementos

17
2.1 – LIGAÇÃO IÔNICA

• Quando se passa gás cloro sobre sódio metálico, obtêm-se


o sal cloreto de sódio.

• Atração eletrostática força atrativa de cargas opostas.

• Ligação resultante de força eletrostática ligação iônica.

18
2.2 – LIGAÇÃO COVALENTE

Dois átomos de Molécula de Hidrogênio:


Hidrogênio: cada um ligação covalente por
com um elétron compartilhamento de par
desemparelhado. de elétrons.

Molécula de Flúor:
Dois átomos de Flúor:
ligação covalente por
cada um com sete
compartilhamento de par
elétrons na camada de
de elétrons.
valência.

- Outros exemplos de ligações covalentes:

19
Tipos de ligação covalente:

2.2.1 – Ligação covalente APOLAR

• Ocorre entre átomos que apresentam valores de


eletronegatividade iguais.

20
2.2.2 – Ligação covalente POLAR

• Ocorre entre átomos de eletronegatividades diferentes.


• Quanto mais eletronegativo for o átomo mais fortemente
ele atrairá os elétrons.

Dipolo
gerando um
momento
dipolo (m)

Extremidade Extremidade
positiva negativa
21
2.2.2.1 - Momento de dipolo da ligação

• Uma ligação polar possui uma extremidade positiva e uma


negativa.

22
2.2.2.2 – Momento de dipolo da molécula
• Moléculas poliatômicas - o momento de dipolo será a resultante da
soma vetorial dos momentos de dipolo de todas as ligações.

• Moléculas POLARES ( μ ≠ 0 )
- Átomos de eletronegatividades diferentes, cujos momentos de dipolo
NÃO se anulam.

- Pares de elétrons não ligantes fazem grandes contribuições para o μ.


23
• Moléculas APOLARES ( μ = 0 )
- Átomos de mesma eletronegatividade.

- Átomos de eletronegatividades diferentes, cujos momentos de dipolo se


anulam GEOMETRIA da molécula.

Mapa de potencial eletrostático

Vermelho < alaranjado < amarelo < verde < azul


Mais negativo Mais positivo

24
• Existem moléculas formadas por ligações polares, mas
que são apolares (possuem μ = 0).

Fórmula m(D) Fórmula m(D)


H2 0 CH4 O
Cl2 0 CH3Cl 1,87
HF 1,91 CH2Cl2 1,55 Observar geometria
HCl 1,08 CHCl3 1,02
das moléculas
HBr 0,42 CCl4 0
HI 0,42 NH3 1,47
BF3 0 NF3 0,24
CO2 0 H2O 1,85

25
• Geometria das moléculas

 Teoria da Repulsão dos Pares de Elétrons do Nível de


Valência (RPENV)
elétrons ligantes elétrons não-ligantes
↓ ↓
Menor força de repulsão Maior força de repulsão

Devido às forças de repulsão, os elétrons do nível de


valência tendem a ficar o mais distante possível.

Geometria das Moléculas

26
• Geometria das moléculas e dos íons pela teoria RPENV

Número de Pares de Elétrons


no Átomo Central

Estado de Geometria da
Ligantes Não–ligantes Total Hibridização Molécula ou Exemplo
do Átomo Central Íon

2 0 2 sp Linear BeH2
3 0 3 sp2 Trigonal plana BF3, CH3+
4 0 4 sp3 Tetraédrica CH4, NH4+

Pirâmide
3 1 4 ~ sp3 NH3
trigonal

2 2 4 ~ sp3 Angular H2O

27
3 – Teoria do Orbital Molecular (TOM)
• Ligações covalentes - resultam da combinação de orbitais
atômicos para formar os orbitais moleculares.

• Ligação sigma (s): formada pela sobreposição de dois orbitais


s.
• Força de ligação: energia requerida para quebrar uma ligação
ou energia liberada para formar uma ligação.
28
Formação da molécula de hidrogênio

Força da ligação = energia de dissociação da ligação

29
O número de orbitais é conservado

- Sobreposição em fase forma um OM ligante.


- Sobreposição fora de fase forma um OM antiligante.
- Estado fundamental x Estado excitado. 30
Sobreposição de orbitais p

- Ligação s: formada pela sobreposição frontal de dois orbitais


p.

- Ligação p: formada pela sobreposição lateral de dois orbitais


p.

Uma ligação s é mais forte que uma ligação p.

31
Uma ligação s é formada pela sobreposição frontal de
dois orbitais p

32
Uma ligação pi (p) é formada pela sobreposição lateral de dois
orbitais p paralelos

33
4 – Estudo do átomo de carbono
4.1 - Configuração eletrônica do átomo de carbono

C: tem 6 elétrons.
Distribuição eletrônica → 1s2
2s2 2p2 → Camada de Valência

4.2 - Hibridização dos orbitais do átomo de carbono

• Hibridização de orbitais mistura de orbitais do nível de


valência. No caso do átomo de carbono, mistura de
orbitais s e p.

34
 Hibridização sp3

Cada ligação sigma formada 105 kcal = 420 kcal. mol-1


Promoção do elétron = 96 kcal . mol-1 35
4 ligações covalentes do tipo sigma (σ)

Exemplos:
• Metano

• Etano

36
• Os orbitais utilizados na formação da ligação determinam
o ângulo de ligação.

• Ângulo entre as ligações: 109,5°


• Os pares de elétrons se distribuem no espaço o mais
distante possível uns dos outros.
• Geometria do átomo de carbono sp3: tetraédrica.

37
 Hibridização sp2

3 ligações covalentes do tipo sigma (σ)


1 ligação covalente do tipo pi (π)

Exemplo: Eteno

38
Carbono hibridizado sp2

• Ângulo entre as ligações: 120°


• Geometria do átomo de carbono sp2: trigonal plana.

39
Eteno: ligação dupla

• Uma ligação dupla consiste de: 1 ligação sigma (σ) + 1


ligação pi (π).

•Ligação pi (π) é mais fraca que a ligação sigma (σ).


40
 Hibridização sp

2 ligações covalentes do tipo sigma (σ)


2 ligações covalentes do tipo pi (π)

Exemplo: Etino

41
Etino: ligação tripla

• Uma ligação tripla consiste de: 1 ligação sigma (σ) + 2


ligações pi (π).
42
4.3 - Propriedades do átomo de carbono em função do
tipo de hibridização

• Como em cada tipo de carbono híbrido o percentual de


caráter s difere, teremos diferenças significativas nas suas
propriedades.

sp3  25 % de caráter s e 75 % de caráter p


sp2  33,3 % de caráter s e 66,6 % de caráter p
sp  50 % de caráter s e 50 % de caráter p

• orbital s está mais próximo do núcleo em relação ao orbital p

• quanto maior o percentual de caráter s, maior


eletronegatividade do carbono.
sp3 < sp2 < sp
43
• Efeitos da diferença de eletronegatividade

Na ligação:

• quanto maior a eletronegatividade do carbono, menor é o


comprimento de ligação, inclusive na ligação C – H.

C sp3 – C sp3 = 1,54 Aº C sp3 – H = 1,10 Aº


C sp2 – C sp2 = 1,34 Aº C sp2 – H = 1,09 Aº
C sp – C sp = 1,20 Aº C sp – H = 1,06 Aº

C sp3 – N sp3 = 1,43 Aº C sp3 – O sp3 = 1,43 Aº


C sp2 – N sp2 = 1,38 Aº C sp2 – O sp2 = 1,23 Aº
C sp – N sp = 1,16 Aº

44
sp3
Na acidez do átomo
25% s de H:
+ básico
• quanto maior a eletronegatividade
Quanto menor o caráter s do
maiscarbono,
básico !!! maior é a
acidez do átomo de hidrogênio (na ligação C – H).
- H+ _
CH3 CH3 CH3 CH2 pka
pka ==42
50
sp3
25% s
_
- H+ CH2 CH 25 pka
< pka=<44
42
CH2 CH2
sp2
33,3% s
- H+ _
HC CH HC C pka = 25
pka = 25
sp
50% s
+ácido
Quanto maior o caráter s mais ácido !!!
Quanto maior o caráter s mais ácido!!!
45
Na geometria molecular:

46
Nas propriedades físicas:

• o ponto de ebulição aumenta na ordem:

C sp3 (alcanos) ; C sp2 (alcenos) ; C sp (alcinos)

47
EXERCÍCIO

Identifique qual é a hibridização e a geometria de cada átomo


de carbono nas estruturas representadas a seguir:

48
5 – Bibliografia
- SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. Química Orgânica, vol. 1, 7 ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2001.

- BRUICE, P. Química Orgânica, vol.1, 4 ed. São Paulo, Pearson,


2006.

49

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