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Circea 100-119

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MINISTÉRIO DA DEFESA

COMANDO DA AERONÁUTICA
DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO

PORTARIA DECEA Nº 1.467/DNOR1, DE 13 DE SETEMBRO DE 2024.

Aprova a edição da Circular Normativa de Controle


do Espaço Aéreo – CIRCEA 100-119, que dispõe
sobre os Requisitos Básicos de Torre de Controle
Digital de Aeródromo.

O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO, de


conformidade com o previsto nos Arts. 1°, 2°, 12 e 14, do Código Brasileiro de Aeronáutica, aprovado
pela Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, combinado com o Art. 21, inciso I, da Estrutura
Regimental do Comando da Aeronáutica, aprovada pelo Decreto nº 11.237, de 18 de outubro de 2022,
resolve:
Art. 1° Aprovar a edição da Circular (CIRCEA 100-119) sobre “Requisitos Básicos de Torre
de Controle Digital de Aeródromo", na forma dos Anexos I e II.
Art. 2° Esta Portaria entra em vigor em 1° de outubro de 2024.

Ten Brig Ar ALCIDES TEIXEIRA BARBACOVI


Diretor-Geral do DECEA

(Publicado no BCA n° 179, de 27 de setembro de 2024)


MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO

TRÁFEGO AÉREO

CIRCEA 100-119

REQUISITOS BÁSICOS DE TORRE DE CONTROLE


DIGITAL DE AERÓDROMO

2024
ANEXO I
REQUISITOS BÁSICOS DE TORRE DE CONTROLE DIGITAL DE AERÓDROMO (CIRCEA 100-119)

SUMÁRIO
Art.
CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Seção I – Finalidade e âmbito ............................................................................................ 1°/2°
Seção II – Abreviaturas e conceituações............................................................................ 3°/4°
CAPÍTULO II – GENERALIDADES ......................................................................................... 5°/8°
CAPÍTULO III – CONCEPÇÃO DE EMPREGO........................................................................ 9°/12
CAPÍTULO IV – COMPOSIÇÃO DO SISTEMA D-TWR............................................................ 13/15
CAPÍTULO V – COMPONENTES DE D-TWR
Seção I – No Aeródromo...................................................................................................... 16
Seção II – Na Torre .............................................................................................................. 17
CAPÍTULO VI – REQUISITOS OPERACIONAIS PARA A D-TWR
Seção I – Instalação............................................................................................................. 18/19
Seção II – Serviços............................................................................................................... 20/26
Seção II – Visualização........................................................................................................ 27/35
Seção III – Estações de trabalho......................................................................................... 36/38
CAPÍTULO VII – REQUISITOS TÉCNICOS PARA A D-TWR
Seção I – Equipamentos ...................................................................................................... 39
Seção II – Performance dos sistemas ópticos ..................................................................... 40/51
Seção III – Combate a incêndios.......................................................................................... 52
CAPÍTULO VIII– DISPOSIÇÕES FINAIS .................................................................................. 53/54
ANEXO II – FIGURAS E TABELAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Seção I
Finalidade e âmbito

Art. 1° Esta Circular tem como finalidade estabelecer os critérios mínimos para a
implantação de uma Torre de Controle Digital de Aeródromo – D-TWR, em complemento ao disposto
em legislações específicas sobre implantação de órgãos do Serviço de Tráfego Aéreo - ATS.
Art. 2° As regras e procedimentos aqui descritos aplicam-se a todos os órgãos do Sistema
de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro - SISCEAB e, naquilo que lhes couber, às organizações
prestadoras de serviços especializados, de natureza pública ou privada, envolvidas nos processos para
autorização, implantação, homologação, ativação, operação, fiscalização, controle e desativação de
Torre de Controle Digital de Aeródromo – D-TWR.

Seção II
Abreviaturas e conceituações

Subseção I
Abreviaturas

Art. 3° As abreviaturas presentes nesta norma têm os seguintes significados:


I - AAA: Áudio Ambiente do Aeródromo (Ambient Airfield Audio);
II - ATC : Órgão de Controle de Tráfego Aéreo;
III - ATCO: Controlador de Tráfego Aéreo;
IV - ATS: Serviços de Tráfego Aéreo;
V - CGNA: Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea;
VI - CSD GUI: visualização do estado de controle (Control Status Display Graphical User
Interface);
VII - CWPZ: Posição de Trabalho do Controlador;
VIII - D-TWR: Torre de Controle Digital de Aeródromo;
IX - DECEA: Departamento de Controle do Espaço Aéreo;
X - DGRSO: Documento de Gerenciamento do Risco à Segurança Operacional;
XI - DR: Gravador de Dados (Data Recorder);
XII - IFR: Regras de Voo por Instrumentos;
XIII - MDT: Terminal de Dados de Manutenção (Maintenance Data Terminal);
XIV - NASO: Nível Aceitável de Segurança Operacional;
XV - NTP: Servidor de Protocolo de Tempo;
XVI - NVM: Memória Não Volátil (Non-volatile Memory);
XVII - OVR: Requisitos Visuais Operacionais (Operational Visual Requirements);
XVIII - PSNA: Provedor de Serviços de Navegação Aérea;
XIX - PTZ: Movimento de Inclinação, Panorâmica e Amplicação (Pan Tilt Zoom);
XX - RLG: Sinalizador Luminoso Remoto (Remote Light Gun);
XXI - RVP: Apresentação Visual Necessária (Required Visual Presentation);
XXII - SFA: Serviço Fixo Aeronáutico;
XXIII - SISCEAB: Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro;
XXIV - SLG: Pistola de Sinalização Luminosa (Signal Light Gun);
XXV - SMA: Serviço Móvel Aeronáutico;
XXVI - SVP: Apresentação Visual Suplementar (Supplemental Visual Presentation);
XXVII - UTC: Universal Time Coordinated; e
XXVIII - VFR: Regras de Voo Visual.

Subseção II
Conceituações

Art. 4° Os termos e expressões abaixo relacionados, empregados nesta Circular, têm os


seguintes significados:
I - Aeródromo de baixo movimento: Considera-se aeródromo de baixo movimento aquele
que cumpre os requisitos de implementação de órgão de controle de aeródromo, porém não apresenta
movimento de pousos e decolagens, em determinado horário, maior do que 16 tráfegos e não
apresenta número de decolagens IFR, VFR Especial e/ou VFR noturna, em determinado horário, maior
do que 10 movimentos;
II - Jitter: variação na latência (ou atraso) na entrega dos pacotes de dados em uma rede.
Em termos mais simples, é a diferença no tempo de chegada de pacotes sucessivos enviados de um
ponto a outro;
III - Provedor de Serviços de Navegação Aérea: Órgão operacional provedor de um, ou
mais, dos serviços prestados pelo SISCEAB. Por convenção, no Brasil, tal serviço é conhecido como
“Controle do Espaço Aéreo”, abrangendo as áreas de Tráfego Aéreo, de Informações Aeronáuticas; de
Comunicações, Navegação e Vigilância; de Meteorologia Aeronáutica; e de Busca e Salvamento;
IV - Torre de Controle Digital de Aeródromo : Conceito de Serviço de Trafego Aéreo para a
provisão do Serviço de Controle de Aeródromo a partir de qualquer localização por meio do uso de
tecnologias que proporcionam uma visão ampla do aeródromo e da sua área de jurisdição; e
V - Torre de Controle Remoto de Aeródromo: Órgão ATC estabelecido para proporcionar,
de qualquer localizacao, diversa da area do aeródromo, o serviço de controle de por meio do conceito
de Torre de Controle Digital de Aeródromo.

CAPÍTULO II
GENERALIDADES

Art. 5° As disposições normativas constantes nesta publicação têm por objetivo


padronizar os critérios mínimos necessários para o processo de autorização, implantação, homologação,
ativação, operação, fiscalização, controle e desativação de uma D-TWR.
Art. 6° Para as D-TWR subordinadas ao Comando da Aeronáutica, as disposições
relacionadas aos processos de autorização, implantação, homologação, ativação e desativação serão
específicas e internas ao DECEA, por se tratar de órgãos operacionais sob administração exclusiva de
organizações do Comando da Aeronáutica – COMAER.
Art. 7° O serviço de meteorologia e de informação aeronáutica deverão obedecer aos
mesmos critérios definidos para o serviço de torre em norma específica do DECEA sobre os critérios de
implantação de órgãos operacionais, auxílios à navegação aérea e sistemas de apoio aos órgãos ATS.
Art. 8° Cumpre ressaltar que esta publicação complementa o disposto nas normas
relativas às Estações Prestadoras de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo – EPTA e demais
PSNA.

CAPÍTULO III
CONCEPÇÃO DE EMPREGO

Art. 9° A operação de sistemas digitais para a prestação dos Serviços de Controle de


Tráfego Aéreo de Aeródromo deverá ser capaz de viabilizar a provisão de tais serviços de modo
transparente para o usuário, mantidas as características operacionais de um Órgão ATC estabelecido
localmente, devendo ser, portanto, equivalente a uma Torre de Controle de Aeródromo.
Art. 10. Desse modo, todos os sistemas básicos e de apoio ao Serviço de Controle de
Aeródromo Digital deverão prover os mesmos requisitos de continuidade, disponibilidade e integridade
que os sistemas utilizados nos órgãos ATC de aeródromos locais. Outrossim, os sistemas logísticos e de
manutenção deverão ser estabelecidos de forma a garantir, também, os requisitos de continuidade e
disponibilidade de operação das D-TWR.
Art. 11. A operação digital será disponibilizada para órgãos que prestam o Serviço de
Controle de Aeródromo de acordo com os critérios estabelecidos nesta publicação.
Art. 12. Para o provimento dos Serviços de Tráfego Aéreo, as D-TWR, local ou remota,
cumprirão as mesmas normas operacionais dos órgãos ATC locais, além de procedimentos específicos
previstos nas regulamentações pertinentes do DECEA.

CAPÍTULO IV
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA D-TWR

Art. 13. O sistema D-TWR é composto da seguinte lista de funções, sincronizada com NTP
comum e com compartilhamento de dados através de uma rede fechada:
I - apresentação visual necessária – RVP;
II - áudio ambiente do aeródromo – AAA;
III - gravador de dados – DR;
IV - pistola de sinalização luminosa – SLG;
V - visualização do estado de controle – CSD;
VI - terminal de dados de manutenção – MDT;
VII - função binocular; e
VIII - apresentação visual suplementar – SVP (opcional).
Art. 14. As funções do sistema D-TWR estão descritas na Tabela 1 do Anexo II,
juntamente com os componentes que podem constituir cada função. A atribuição conceitual de
componentes representa um meio, mas não o único, para arquitetar um sistema D-TWR.
Art. 15. O esquema da Figura 1 do Anexo II apresenta a estrutura básica de um sistema
D-TWR com os seus principais componentes.
CAPÍTULO V
COMPONENTES DE D-TWR

Seção I
No Aeródromo

Art. 16. Os componentes no aeroporto da D-TWR consistem em RLG, câmera(s) RVP,


microfone(s), câmera(s) suplementar(es), processador/codificador de dados e equipamento auxiliar. Os
Componentes D-TWR fornecem os dados por meio de uma rede fechada de acordo com a Tabela 2 do
Anexo II.

Seção II
Na Torre

Art. 17. Os componentes D-TWR consistem em visor(es), alto-falantes, gravador de


dados, estação de trabalho com visor de controle, processadores/decodificadores de dados, dispositivos
de armazenamento de dados e um dispositivo óptico de distância focal curta, de acordo com a Tabela 3
do Anexo II.

CAPÍTULO VI
REQUISITOS OPERACIONAIS PARA A D-TWR

Seção I
Instalação

Art. 18. Com o objetivo de instalação de equipamentos em função do sistema de torre


digital, estas serão classificadas da seguinte maneira:
I - Classe I - Movimento anual acima de 200 mil ou horário acima de 40;
II - Classe II - Movimento anual entre 90 e 200 mil ou horário entre 30 e 40;
III - Classe III - Movimento anual entre 50 e 90 mil ou horário entre 20 e 30; e
IV - Classe IV - Movimento anual abaixo de 50 mil ou horário abaixo de 20.
Art. 19. Os requisitos operacionais serão elaborados com base na complexidade, movimento
e setores críticos.

Seção II
Serviços

Art. 20. A D-TWR será implementada em aeródromos nos quais seja identificada a
necessidade operacional da prestação ou manutenção da prestação do Serviço de Controle de
Aeródromo, considerando-se o seguinte:
I - a implantação de uma torre digital deverá seguir os mesmos critérios operacionais para
a implantação de uma TWR convencional, previstos em norma específica do DECEA;
II - em aeródromos que dispõem de uma torre convencional cuja estrutura se encontre
em estado tal que comprometa a operação e não haja vantagens na reforma ou construção de nova
TWR convencional; ou
III - em circunstâncias temporárias para atender a situações de contingência, de
demandas sazonais ou de certas operações especiais em determinados aeródromos.
Art. 21. Obedecidos os requisitos operacionais específicos estabelecidos nesta Circular e
os requisitos de implantação contidos em norma específica do DECEA, uma D-TWR somente poderá
atender a um aeródromo.
Parágrafo único: É possível haver mais de uma D-TWR dentro de um mesmo local
designado especificamente para este fim.
Art. 22. O Serviço de Controle de Aeródromo prestado pela D-TWR considerará,
principalmente, as seguintes informações básicas:
I - informes e visualização por meio de câmeras, do tráfego operando na área de
manobras do aeródromo ou em voo nas imediações dele;
II - meteorologia aeronáutica disponível do aeródromo;
III - informações aeronáuticas disponíveis do aeródromo;
IV - status de funcionamento dos auxílios à navegação aérea;
V - informes da administração do aeródromo; e
VI - informes de outros serviços do aeródromo.
Art. 23. A D-TWR deverá ser capaz de prestar o Serviço de Controle de Aeródromo e o
Serviço de Alerta, utilizando os meios de telecomunicações aeronáuticos do SMA e SFA, conforme
previsto nas publicações pertinentes do DECEA.
Art. 24. A D-TWR deverá possuir procedimentos e treinamentos específicos para
gerenciar o movimento de veículos na área de manobras, assim como para operação com baixa
visibilidade e/ou teto baixo, ou, ainda, em condições meteorológicas críticas no aeródromo.
Art. 25. A fim de minimizar qualquer impacto potencial dos serviços prestados
digitalmente, durante a implantação de uma D-TWR, deverão ser considerados, entre outros fatores, os
seguintes:
I - efeito na observação visual do circuito de tráfego e da circulação dos tráfegos visuais
(Rotas Especiais de Aeronaves - REA, Carta de Aproximação Visual – VAC, etc.);
II - necessidade de atendimento aos requisitos locais específicos, por questão de
segurança operacional, tais como:
a) aplicação de separações diferenciadas;
b) instalação de equipamentos especiais (ex.: Sistema de Vigilância de Superfície);
c) configuração específica de câmera (ex.: duas camadas para o solo e uma para o céu,
para diminuir o contraste);
d) dotação de equipamentos adicionais para as câmeras (ex.: invólucros especiais para
diminuir o efeito do reflexo solar);
e) funcionalidades específicas para as telas (ex.: ajuste automático de contraste para
diminuir o efeito das variações de luz ao longo do dia); e/ou
f) existência de equipamentos auxiliares específicos (ex.: sistema automático de limpeza
das lentes de proteção das câmeras).
Art. 26. A D-TWR deverá possuir procedimentos de contingência adaptados para as
condições digitais, em caso de degradação do sistema total ou parcial, considerando os seguintes
elementos:
I - pistolas de sinalização ou outros sinais luminosos e procedimentos para utilização
desses equipamentos;
II - procedimentos para os casos de incursão em pista/excursão em pista;
III - alerta para os casos de degradação dos sistemas; e
IV - procedimentos para a continuidade do serviço em caso de degradações.

Seção III
Visualização

Art. 27. O provimento do Serviço de Controle de Aeródromo pela D-TWR se baseia na


capacidade da reprodução das referências visuais do aeródromo, por meio de câmeras, para o qual será
prestado o serviço.
Art. 28. A reprodução visual para a D-TWR do campo de visão equivalente ao da TWR
local pode ser realizada pela superposição de informações provenientes de fontes adicionais e ser
aprimorada pelo uso de recursos tecnológicos para possibilitar a operação, especialmente em situações
de diminuição da visibilidade.
Art. 29. Os controladores da D-TWR devem ser capazes de manter observação visual
contínua de todas as operações de voo no aeródromo e em suas proximidades, bem como dos veículos
e pessoal na área de manobras.
Art. 30. Além da área de manobra do aeródromo, a D-TWR também deverá ser capaz de
visualizar os setores de aproximação e decolagem e o circuito de tráfego do aeródromo.
Art. 31. Adicionalmente, os controladores da D-TWR deverão ser capazes de distinguir os
tráfegos voando dentro de sua área de atuação, até uma distância de pelo menos 15 km do aeródromo.
Art. 32. A visualização deverá ser feita com o uso de câmeras e de outros recursos
técnicos que possam aumentar a consciência operacional do ATCO, tais como:
I - câmeras móveis para permitir visão panorâmica do céu ou da terra (por exemplo, pista
de pouso);
II - múltiplas câmeras e locações para garantir cobertura de hotspots em áreas remotas
ou escondidas;
III - funcionalidade de zoom ou visões pré-selecionadas de câmeras;
IV- rastreio por câmera, onde uma câmera trava em um objeto e é previsto segui-lo e
mostrar um quadrado ao redor do objeto;
V - rastreio por sistema de vigilância ATS no campo visual, de modo que uma etiqueta
possa ser adicionada aos objetos móveis rastreados; e
VI - outros sistemas de vigilância utilizados em solo.
§ 1° O rastreio por câmera ou rastreio do sistema de vigilância deverá ser implantado
para aeródromos de classes I e II.
§ 2° Em aeródromos mais complexos deverá ser realizada uma análise mais criteriosa.
Art. 33. As ferramentas de reprodução visual citadas no Art. 32 devem cobrir aspectos
como:
I - percepção de profundidade;
II - contraste e brilho das imagens;
III - layout das telas de reprodução;
IV - resolução;
V - campo de visão;
VI - cores;
VII - alcance dinâmico;
VIII - automação dos movimentos das câmeras;
IX - pontos cegos na cobertura;
X - fidedignidade das representações visuais;
XI - disponibilidade das representações visuais;
XII - integridade das representações visuais;
XIII - acuracidade das representações visuais;
XIV - tempo de retardo entre a captação das imagens e suas apresentações;
XV - problemas com imagens “congeladas”;
XVI - capacidade de a representação visual prover impressão regular e aceitável para o
olho humano de objetos em movimento, em ambas as representações 2D e 3D; e
XVII - procedimentos em caso de falha da integridade das imagens.
Art. 34. Adicionalmente, deverá ser assegurada a equivalência entre a observação visual
convencional e a reprodução visual digital do ambiente local onde será prestado o D-TWR, considerando
os seguintes aspectos:
I - consciência situacional do ATCO;
II - percepção do ATCO;
III - capacidade do ATCO de detectar aeronaves no solo e no ar;
IV - manutenção de contínua observação visual através de contato visual com todos os
tráfegos aéreos;
V - potencial confusão, entre as diferentes visualizações, que um ATCO pode sofrer, por
ter imagens originadas em diferentes câmeras, em localizações e ângulos diferentes na área de
manobras (ex.: câmeras posicionadas em ambos os lados da pista - RWY);
VI - diferença de brilho entre o terreno e o céu, na tela de visualização das imagens;
VII - obstrução parcial da detecção visual durante o nascer e o pôr-do-sol;
VIII - contraste das telas com o fundo;
IX - adequação de cores nas diferentes horas do dia;
X - arranjo das telas (240° ou 360°);
XI - integração das informações de voo na etiqueta de dados, com informações estáticas e
dinâmicas;
XII - funcionalidade de busca (tracking) de objetos, tanto de forma automática (rotação,
tilt para um ângulo de elevação e foco de uma distância indicada) como manual (função PTZ);
XIII - ângulo de câmeras e orientação das telas em relação ao layout do aeroporto e em
relação às diferentes pernas do circuito visual;
XIV - uso de câmeras com infravermelho;
XV - capacidade das câmeras em capturar e transmitir sinais luminosos intermitentes
(piscando) em qualquer circunstância de tempo;
XVI - gerenciamento do cone de silêncio (áreas de voo muito altas e muito próximas para
serem captadas nas telas);
XVII - condições locais que podem afetar a visibilidade; e
XVIII - disponibilidade de som ambiente do aeroporto e características acústicas da sala
de controle (D-TWR).
§ 1° Em relação ao inciso IV do caput, atenção deve ser dada ao efeito de atrasos na
representação visual nas emergências (ex.: incursão em pista).
§ 2° Em relação ao inciso X, a apresentação para o ATCO será sempre de 360° do
aeródromo, porém a visualização instantânea poderá ser de 240° ou 360°. Os aeródromos classes III e IV
poderão ser de 240°.
Art. 35. As especificações relativas aos sistemas a serem instalados em uma torre digital
serão em função da classe do aeródromo conforme Tabela 4 do Anexo II;
Parágrafo único. As D-TWR devem utilizar a atualização de 25-30 fps, para uma
apresentação de sensor óptico adequada que proporcione ao operador desempenho operacional
necessário para cada contexto operacional.

Seção IV
Estações de trabalho

Art. 36. As instalações da D-TWR deverão permitir a operação das posições operacionais
necessárias para atender ao tráfego aéreo do aeródromo, levando em consideração as suas
características operacionais.
Art. 37. As estações de trabalho deverão ser providas de sistemas e equipamentos mínimos
que sejam capazes de efetuar o(a):
I - gerenciamento e operação de comunicações do SMA;
II - gerenciamento e operação de comunicações do SFA;
III - gerenciamento da progressão dos voos – Sistema Total Air Traffic Information Control
- TATIC ou outro aprovado pelo DECEA;
IV - gerenciamento de luzes de aeródromo;
V - monitoramento de auxílios à navegação aérea;
VI - visualização de informações meteorológicas e das câmeras; e
VII - operação digital de pistola de iluminação.
Art. 38. Adicionalmente, a estação de trabalho da D-TWR deverá:
I - ser dotada de meios dedicados de comunicação com a administração e os serviços que
utilizam a área de manobras do aeródromo;
II - ser dotada de meios que propiciem acesso ao status de funcionamento dos auxílios à
navegação aérea, quando previsto em legislação específica; e
III - ser instalada em área compatível às suas necessidades técnicas e operacionais, com
restrição de acesso a pessoas estranhas à sua operação.

CAPÍTULO VII
REQUISITOS TÉCNICOS PARA A D-TWR

Seção I
Equipamentos e sistemas

Art. 39. Os sistemas de energia e comunicação deverão ser projetados para atender às
demandas operacionais e administrativas, conforme legislação vigente do DECEA.
Art. 40. Todos os sistemas a serem instalados deverão dispor de mecanismos de
segurança cibernética capazes de protegê-los contra ataques que visam interromper seu
funcionamento, alterar as informações disponibilizadas aos ATCO ou aquelas armazenadas, o sequestro
de dados, além de outras ameaças que possam reduzir o nível de confiabilidade do sistema.

Seção II
Performance dos sistemas ópticos

Art. 41. A latência consiste no tempo de captura para exibição do sistema mais o
intervalo de tempo entre 2 frames.
Art. 42. Não deve haver um atraso maior que 1 segundo entre a ocorrência de um evento
no mundo real e a apresentação na tela.
Art. 43. A latência máxima de 1 segundo está relacionada aos padrões de sensores de
vigilância terrestre existentes e é considerada razoável em um ambiente de Torre Digital.
Art. 44. Tecnicamente, a taxa de atualização de vídeo deve ser maior que 5 frames de
atualização, por segundo.
Art. 45. O tempo decorrido de qualquer falha que afete a usabilidade operacional das
imagens de vídeo apresentadas ao operador e sua notificação ao operador não deverá exceder 2
segundos.
Art. 46. No tocante à latência de controle das câmeras remotamente, a função PTZ (Pan-
Tilt-Zoom), deve responder dentro de 250 milissegundos da ação do operador.
Art. 47. Quanto ao movimento das câmeras, a função PTZ deve ser capaz de atingir uma
varredura contínua de pelo menos 60 graus por segundo.
Art. 48. A velocidade de inclinação PTZ deve ser capaz de atingir uma velocidade de
inclinação contínua de pelo menos 60 graus por segundo.
Art. 49. O tempo entre duas posições de pan, ou seja, a orientação horizontal de uma
câmera PTZ, que estão a 60 graus de distância de um estado de repouso para um outro estado de
repouso deve ser menor que 2 PTZ.
§ 1° Posicionamento de Inclinação: o tempo entre duas posições de inclinação que estão
a 60 graus de distância de uma posição de repouso para um estado de repouso deve ser inferior a 2
segundos, não incluindo a latência de controle da função PTZ.
§ 2° O desempenho da velocidade do zoom não foi considerado como mínimo, exigência
devido à variabilidade de diferentes níveis de zoom e equipamentos. Esses requisitos de desempenho do
sistema podem ser satisfeitos com um zoom (ou seja, um sensor de distância focal fixa).
Art. 50. O sistema deve ser sincronizado com uma referência de tempo externa, como
um relógio UTC mestre, com uma precisão de 100 milissegundos.
Art. 51. O sistema deve incluir um buffer de jitter de vídeo para minimizar o jitter de
atualização de vídeo. O tempo de armazenamento em buffer deve ser definido. Se o jitter for maior que
este tempo de buffer, uma notificação deve ser emitida.
§ 1° Tecnicamente, é muito difícil medir e definir um valor específico de jitter de
atualização de vídeo como um requisito. Portanto, nenhum requisito específico de composição de
imagens de atualização de vídeo é descrito aqui, mas um requisito de armazenamento em buffer é
definido. Esse buffer reequilibra a uniformidade dos quadros de vídeo.
§ 2° Definir um tempo de armazenamento em buffer razoável depende da latência geral
do sistema, qualidade da rede etc. Aumentar o tempo de armazenamento em buffer aumentará a
latência ao sistema.
Art. 52. O jitter de vídeo (jitter de captura de vídeo e jitter de atualização de vídeo) do
sistema óptico deve ser validado para confirmar que o desempenho operacional exigido é alcançado no
contexto operacional específico.

Seção III
Combate a incêndios

Art. 53. A D-TWR deverá dispor de sistemas de detecção e combate a incêndio conforme
a legislação em vigor. Deverá, ainda, dispor de um sistema de evacuação de emergência que inclua a
abertura comandada de posição externa à sua estrutura.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 54. As sugestões para o contínuo aperfeiçoamento desta publicação deverão ser
enviadas acessando o link específico da publicação, por intermédio dos endereços eletrônicos
http://publicacoes.decea.intraer/ ou http://publicacoes.decea.mil.br/.
Art. 55. Os casos não previstos nesta Circular serão submetidos ao Diretor-Geral do
DECEA.
ANEXO II – FIGURAS E TABELAS

Figura 1 - Estrutura básica de um sistema D-TWR

Tabela 1 – Funções do Sistema D-TWR

Descrição Componentes

Fornece uma apresentação visual para o ATCO do


aeroporto e do espaço aéreo circundante para atender
aos OVR;
Os OVR identificam se o OVR individual atende ao
serviço prestado pela TWR utilizando um Monitor
Primário ou um Monitor Primário em conjunto com um Exibição(ões) Visual(is);
Display Secundário. O RVP é composto de um Monitor
Câmeras RVP;
Primário ou um Monitor Primário em conjunto com um
Display Secundário; Processador de dados;
RVP O primário é considerado a visão fixa contínua de 360 Codificadores/Decodificadores;
graus do aeródromo e espaço aéreo circundante; Equipamento Auxiliar; e
Monitor(es) Secundário(s); Fornece vistas aprimoradas Estação de trabalho de exibição de
do aeródromo e/ou espaço aéreo circundante; e controle.
Os monitores secundários podem ser exibidos na tela
principal ou em um sistema de exibição de apoio.
NOTA: Monitores Secundários não são necessários, a
menos que a exibição primária não consiga satisfazer
todos os OVR.
Descrição Componentes

Microfone(s);
Caixas de som;
Fornece ao ATCO o áudio ambiente do aeródromo na
AAA Processador de dados;
D-TWR.
Codificadores/Decodificadores; e
Estação de trabalho de exibição de controle.

Registra dados visuais para dar suporte a acidentes/


DR Dispositivo de armazenamento de dados.
incidentes investigação.

Fornece capacidade de comunicação com aeronaves,


veículos, equipamentos e pessoal no aeródromo e Estação de trabalho de exibição de controle;
SLG
espaço aéreo circundante através de sinais visuais de luz e RLG.
visível.

A função MDT fornece entrada e saída segura,


MDT capacidade para equipamentos, controle e Monitorar Dispositivos de Entrada.
monitoramento dos componentes do sistema D-TWR.

Fornece uma interface dos sistemas para o usuário na


CSD CWPZ. As notificações incluirão o status do sistema D- Estação de trabalho de exibição de controle.
TWR e quaisquer Alertas e Alarmes necessários.

Fornece a capacidade de aprimorar, por meio de Câmera(s) SVP;


imagem, ampliação de uma parte do RVP, para atender
aos OVR (por exemplo: câmera PTZ, software de zoom Estação de trabalho de controle-exibição;
Binocular digital ou dispositivo óptico de distância focal); e Processador de dados;
Função A funcionalidade é opcionalmente permitida para ser Codificadores/Decodificadores; e
fornecida através de uma câmera PTZ, zoom digital de
software ou a uma distância focal curta – dispositivo Equipamento Auxiliar ou Óptica de distância
óptico. focal curta.

Fornece ao ATCO apresentações visuais auxiliares ou


aprimoramentos que fornecem informações situacionais
adicionais para conhecimento; Exibição(ões) Visual(is);
O SVP é opcional para satisfazer o cumprimento dos Câmeras RVP;
OVR. Informação complementar pode ser apresentada
Câmeras Suplementares;
no RVP em um local preferido no display escolhido pelo
SVP ATCO ou pode ser apresentada em um sistema de Processador de dados;
exibição de apoio; e
Codificadores/Decodificadores;
Informação complementar pode ser gerada a partir dos
Equipamento Auxiliar; e
sensores ópticos adicionais (por exemplo, câmeras PTZ,
câmeras térmicas etc.) e/ou imagens aprimoradas por Estação de trabalho de exibição de controle.
software (por exemplo, sobreposições, box-and-track,
ampliações de imagem de segmento etc.).
Tabela 2 – Descrição dos componentes no aeroporto da D-TWR

Componentes Descrição

Pistola de luz de sinal de controle remoto capaz de ser direcionada em azimute e elevação para
RLG
cobrir a comunicação de backup com aeronaves, veículos e pessoal nas áreas de jurisdição.

Câmera(s) fornecendo informações de vídeo para exibição primária: Câmera(s) de espectro


visível, composta(s) de sensores ópticos que são fixos (distância focal fixa, ângulo de visão fixo,
nível fixo de zoom), e (são) usada(s) para criar a visualização de 360 graus do Monitor Primário;
Câmera(s) RVP e
Câmera(s) fornecendo informações de vídeo para exibição secundária: Câmera(s) de espectro
visível, composta(s) de sensores ópticos que são foco/varredura fixo ou variável, pode(m) ser
usada(s) para criar a exibição Secundária.

Transdutor(es) de ondas sonoras para capturar sons ambientes do aeródromo para a


Microfone(s)
reprodução de AAA na D-TWR.

Fornecem o processamento necessário dos sensores ópticos para produzir um fluxo de vídeo e
Processadores/
fluxo de áudio para criar o ambiente de aeroporto virtual para o RVP, AAA e opcionalmente
Codificadores
para a SVP e a Função Binocular. A função do processador também pode apoiar a capacidade
de Dados
de monitoramento e controle.

Câmeras e controles suplementares para fornecer informações para SVP(s) (por exemplo:
Câmera(s) SVP
câmeras/visualizações adicionais, câmeras PTZ).

Qualquer equipamento adicional usado para dar suporte a D-TWR. Exemplos:capacidade de


Equipamento controlar a quantidade de exposição à luz na lente da câmera, mantendo a lente da câmera
Auxiliar livre de detritos (poeira, chuva etc.); melhorar a potência e confiabilidade; fornecer controle
ambiental para estabilidade do equipamento.

Tabela 3 – Descrição dos componentes da D-TWR

Componentes Descrição

Fornece a visualização de "360 graus"; e


Exibição(ões) Visual(is) Fornece ao RVP monitores independentes para apresentação(ões) de
visualização avançada(s).

Alto-falante(s) Transdutor(es) de onda sonora para fornecer som de áudio ao ATCO.

Fornece o vídeo necessário e processamento AAA para criar a


apresentação visual e sonora do ambiente aeroportuário para a RVP, AAA,
Processador/Decodificador e opcionalmente para SVP e Função Binocular. O processador também
de Dados fornecerá os alertas, alarmes, capacidade de controle e NVM para
atividade de eventos do sistema, auditoria de segurança de arquivos,
arquivos de perfil de autenticação de usuário etc.
Componentes Descrição

Uma estação de trabalho de computador para hospedar exibições visuais


Estação de trabalho de adicionais e o CSD GUI para todas as anunciações ATCO e sistema D-TWR
exibição de controle necessários ao controle. A estação de trabalho Control-Display pode
interagir com o RLG, AAA, RVP, SVP e Função Binocular.

Dispositivo óptico de
7x50mm binóculos.
distância focal curta

Dispositivos de
Dispositivos de armazenamento NVM para gravar e salvar dados em
armazenamento de
suporte à Função de Gravador de Dados.
memória

Tabela 4 – Sistemas por Classe de aeródromo

Quantidade de Dimensão das Taxa de Funcionalidade de busca


Aeródromo Resolução
telas Telas Atualização (tracking)

Classe I 9 65” 1080


Implementação opcional ou
recomendável
Classe II 6 60” 1080 ≥ 25 fps

Classe III 5 55” 1080


Analisar o sistema a ser
≥ 5 fps utilizado e a necessidade
Classe IV 4 42” 1080
≠ 10 – 20 fps

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