Estudo Dirigido Patologia Do Sistema Respiratório
Estudo Dirigido Patologia Do Sistema Respiratório
Estudo Dirigido Patologia Do Sistema Respiratório
1. Quais as principais vias de afeção do sistema respiratório? Cite pelos menos um exemplo
de agentes.
Em cães, a tosse dos canis é causada pelo complexo de vírus da cinomose canina, adenovírus
canino tipo 2, vírus da parainfluenza canina, vírus da traqueobronquite infecciosa canina
(Bordetella bronchiseptica), entre outros.
Em gatos, a rinotraqueíte felina é uma doença respiratória causada pelo herpesvírus felino tipo
1 (FHV-1) e calicivírus felino (FCV).
A rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) em bovinos é causada pelo herpesvírus bovino tipo 1
(BoHV-1) e pode ser transmitida pelo contato direto entre animais infectados ou por meio de
secreções respiratórias contaminadas em ambientes compartilhados.
Em aves, a doença respiratória crônica (CRD) em galinhas é causada por uma variedade de
agentes infecciosos, como Mycoplasma gallisepticum e vírus da bronquite infecciosa das aves
(IBV), que podem ser transmitidos pelo contato direto ou indireto com aves infectadas ou suas
secreções.
Inalação de partículas no ar: Alguns agentes infecciosos podem ser transmitidos por meio da
inalação de partículas no ar, especialmente em ambientes confinados. Por exemplo:
Em cavalos, a influenza equina é uma doença respiratória viral que pode ser transmitida pelo
contato próximo entre cavalos infectados ou pela inalação de aerossóis contendo o vírus da
influenza equina.
De acordo com a divisão estrutural, o trato respiratório pode ser dividido em superior e
inferior. O trato respiratório superior se estende das narinas à laringe, e o inferior compreende
a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os pulmões. Os mecanismos de defesa do trato
respiratório incluem: o lençol mucociliar; a microbiota bacteriana saprófita; os macrófagos
alveolares; o tecido linfoide broncoassociado; e reflexos protetores, como tosse e espirro
Amiloidose nasal ocorre em equinos e não está associada à amiloidose sistêmica, embora os
animais afetados possam apresentar manifestação de amiloidose cutânea associada à lesão
nasal. A causa para a deposição de amiloide na cavidade nasal é desconhecida. O amiloide é de
natureza proteica, embora não seja uma proteína específica, mas sim fragmentos da cadeia
leve de imunoglobulinas. Os locais mais comuns de deposição do amiloide são: o vestíbulo
nasal, as porções rostrais do septo nasal e os cornetos nasais. Macroscopicamente,
observamse nódulos de tamanhos variados ou deposições difusas, com superfície lisa e brilho
semelhante à cera, podendo ocorrer ulceração da mucosa. Como consequência da amiloidose
nasal, pode haver comprometimento do desempenho do cavalo e, em casos mais graves,
estenose com sinais clínicos de obstrução das vias respiratórias superiores.
Epistaxe é a denominação utilizada para designar os casos em que ocorre hemorragia nasal. A
despeito da definição de hemorragia nasal, a origem do sangue não necessariamente é a
cavidade nasal; por exemplo, a hemorragia pela narina pode ter origem na nasofaringe ou no
sistema respiratório inferior. Nos casos em que a hemorragia é proveniente da própria cavidade
nasal, a condição é designada como rinorragia. A hemorragia nasal originada no trato
respiratório inferior, como nos casos de hemorragia pulmonar ou brônquica intensa, é
chamada de hemoptise.
As causas de rinite incluem: vírus, que se constituem na causa primária mais frequente;
bactérias, como Bordetella bronchiseptica e Pasteurella multocida toxigênica; fungos;
Rhinosporidium seeberi; e alergênios.
7. Como é classificado a rinite de acordo com seu exsudato? Cite pelo menos um agente
causador para cada classificação.
O processo inflamatório agudo é caracterizado por exsudação, ao passo que o processo crônico
é caracterizado por alterações proliferativas. As situações em que o processo é classificado
como crônico ativo correspondem aos casos em que a rinite crônica também apresenta
características de um processo agudo, havendo associação entre alterações proliferativas e
exsudativas. Os processos crônicos podem resultar na formação de pólipos nasais que são
inicialmente sésseis, podendo tornarse pedunculados. Um exemplo dessa condição é o pólipo
nasal hemorrágico da região etmoidal do equino ou hematoma etmoidal progressivo dos
equinos. Quanto ao exsudato, as rinites podem ser classificadas em: serosa; catarral;
catarralpurulenta; purulenta; hemorrágica; fibrinosa; fibrinonecrótica; e granulomatosa.
Doença crônica e caquetizante que afeta equídeos, causada por Burkholderia mallei. Mormo
tem sido diagnosticado no Brasil, principalmente na região Nordeste, embora existam relatos
em outras regiões, inclusive na região Sul do Brasil. Caracterizase macroscopicamente por
exsudato nasal catarralpurulento, lesões nodulares e ulcerativas na mucosa nasal,
particularmente no septo nasal (Figura 1.67), e por nódulos granulomatosos nos pulmões.
Ocorrem também lesões cutâneas caracterizadas por nódulos granulomatosos ou
piogranulomatosos, com tendência à ulceração, associados à linfadenite e linfangite
granulomatosas. A linfadenite dos linfonodos mandibulares, retrofaríngeos e cervicais
superficiais pode resultar na formação de fístulas.
O garrotilho é uma doença contagiosa aguda dos cavalos, causada pelo Streptococcus equi
subespécie equi, caracterizada por inflamação do trato respiratório superior e abscedação dos
linfonodos regionais (mandibulares e retrofaríngeo), podendo, em alguns casos, ocorrer o
envolvimento do trato respiratório inferior, com o desenvolvimento de broncopneumonia
supurada. Embora a doença possa afetar qualquer faixa etária, é mais frequente entre 1 e 3
anos de idade. A patogênese envolve a aderência e a internalização do patógeno em células
epiteliais, provocando intenso estímulo quimiotático para neutrófilos.
Uma pequena fração dos microrganismos coloniza as tonsilas e se dissemina até os linfonodos
regionais. Os sinais clínicos incluem febre, tosse discreta e descarga nasal purulenta (Figura
1.65). Em casos graves, a infecção progride para os seios paranasais, tuba de Eustáquio e bolsas
guturais, causando empiema dessas cavidades. Macroscopicamente, observasse pus de
aspecto cremoso sobre a mucosa nasal e nos cornetos, associado ao aumento de volume dos
linfonodos regionais que abscedam no período de 1 a 3 semanas. Além do empiema das bolsas
guturais, outras complicações do garrotilho incluem miocardite e púrpura hemorrágica; esta
última pode ocorrer entre 2 e 4 semanas após a infecção aguda e caracterizase por um quadro
de diátese hemorrágica. Alguns animais podem sofrer infecção e permanecer assintomáticos e
sem o desenvolvimento de lesões. Esses animais são importantes para a manutenção do
agente, uma vez que o S. equi é um parasita obrigatório, não estando adaptado à sobrevivência
no ambiente. Os portadores assintomáticos podem eliminálo durante vários meses.
Sinusite é o termo utilizado para designar a inflamação dos seios paranasais. Na maior parte
dos casos, a sinusite é uma consequência de rinite e não é detectada clinicamente, com
exceção dos casos em que ocorre deformidade da face ou formação de fístulas por intermédio
de ossos do crânio e pele.
Entre as causas de sinusite, destacamse: rinite (causa mais frequente); larvas de Oestrus ovis
em ovinos; periodontite; e descorna e fraturas dos ossos do crânio com exposição dos seios.
Nos casos de rinite catarral ou purulenta, frequentemente ocorre intumescimento da mucosa
nasal com consequente oclusão do orifício de drenagem dos seios paranasais. Nesses casos, as
secreções e os exsudatos presentes nos seios acumulamse, resultando em sinusite. As larvas de
O. ovis, em alguns casos, penetram nos seios paranasais dos ovinos, ocasionando sinusite.
Cabras também podem ser afetadas por O. ovis quando criadas com ovinos parasitados. Nos
casos de periodontite, dependendo da intensidade do processo inflamatório do periodonto,
pode ocorrer extensão do processo inflamatório para os seios paranasais. Essa condição ocorre
principalmente nos equinos, em particular nos animais com mais de 4 anos de idade. Casos
graves de sinusite secundária à periodontite podem resultar em deformação facial. Finalmente,
nos casos de descorna cirúrgica e fraturas de ossos do crânio, há exposição
Nos casos graves em que ocorre acúmulo de exsudato nos seios paranasais, o processo recebe
denominações específicas, como mucocele dos seios paranasais, quando ocorre acúmulo de
muco, ou empiema dos seios paranasais, quando ocorre acúmulo de exsudato purulento.
A hemiplegia laríngea é a causa mais comum de ruído respiratório anormal em equinos, o que
caracteriza a condição comumente designada como “cavalo roncador”, que, além de ruído
respiratório anormal, resulta em intolerância ao exercício. Na maioria dos casos, a lesão ocorre
do lado esquerdo, mas, raramente, pode ser bilateral ou afetar o lado direito. A causa do
processo é a degeneração idiopática do nervo laríngeo recorrente esquerdo, que ocasiona
atrofia do músculo cricoaritenoide e outros relacionados, cuja principal função é dilatar a
laringe. A predileção pelo lado esquerdo provavelmente se deve ao fato de que os axônios do
nervo do lado esquerdo são mais longos do que os do lado direito, o que faz com que o nervo
do lado esquerdo seja mais suscetível a lesões axônicas causadas, por exemplo, por trauma ou
neurite consequente à extensão de processos inflamatórios da bolsa gutural. Como
consequência, ocorre atrofia dos músculos inervados pelo nervo laríngeo recorrente,
particularmente o músculo cricoaritenoide, o que faz com que a cartilagem aritenoide
esquerda seja projetada para dentro do lúmen da laringe. A consequência desse processo é a
interferência do fluxo de ar, principalmente na inspiração durante exercício, o que resulta em
ruídos anormais.
13. Qual a diferença de Atelectasia e Enfisema pulmonar, seus tipos, cite causas e
complicações para cada.
Por definição, atelectasia é a expansão incompleta do pulmão, que pode ser localizada ou
generalizada, e resulta no colapso de alvéolos previamente preenchidos por ar. Portanto,
morfologicamente, a atelectasia é caracterizada pela condição na qual os alvéolos pulmonares
encontram-se sem ar e sem nenhum outro conteúdo em seu interior;
Por definição, enfisema pulmonar significa distensão excessiva e anormal dos alvéolos
associada à destruição de paredes alveolares, o que caracteriza excesso de ar nos pulmões, ou
seja, condição contrária à atelectasia.
14. Quais são as causas de Edema pulmonar? Cite pelo menos um agente para cada causa.
As causas de edema pulmonar são as mesmas causas gerais de edema, ou seja: aumento da
pressão hidrostática, aumento da permeabilidade vascular, diminuição da pressão oncótica e
obstrução da drenagem linfática.
Edema pulmonar decorrente de aumento da permeabilidade vascular ocorre nos casos em que
há lesão do endotélio dos capilares alveolares. O que ocorre de fato nesses casos é que, além
de lesão do endotélio dos capilares alveolares, ocorre lesão no epitélio alveolar,
particularmente nos pneumócitos tipo I. A lesão do epitélio alveolar favorece o
extravasamento de líquido para o lúmen alveolar, uma vez que, em condições normais, o
revestimento alveolar é praticamente impermeável ao líquido intersticial. Essa condição pode
ser decorrente de diversas causas, como: inalação de gases nocivos, inclusive de oxigênio puro;
toxinas sistêmicas; anafilaxia, que é mais comum na vaca e no cavalo; estados de choque; e
estágios iniciais dos processos inflamatórios do pulmão. Um exemplo de edema pulmonar por
esse mecanismo seria o edema pulmonar decorrente de alergia ao leite, que pode ocorrer em
vacas que têm mudança súbita no manejo de ordenha, com acúmulo prolongado de leite na
glândula mamária. Nesses casos, ocorre autoalergia à alfacaseína do leite.
Finalmente, o edema pulmonar pode ser decorrente de obstrução linfática, uma causa
extremamente rara, que resulta de processos obstrutivos dos vasos linfáticos, como:
linfadenites, linfossarcomas e linfangiomas.
15. Cite pelo menos três causas de hemorragia pulmonar e tente explicar a patogenia.
16. De acordo com os tipos de pneumonias, quais são as vias mais comuns de entrada para
cada?
Pneumonia lobar: Agentes causadores chegam ao pulmão por via aerógena ou broncogênica,
de maneira idêntica ao que ocorre nas broncopneumonias
Pneumonia intersticial: A via de infecção é, na maioria dos casos, hematógena, embora a via
broncogênica também ocorra na pneumonia intersticial, particularmente nos casos de inalação
de gases pneumotóxicos.
Pneumonia verminótica:
Pneumonia granulomatosa:
Pneumopatia urêmica:
Pneumoconiose:
Pneumonia hipostática;
Pneumonia verminótica;
Pneumoconiose.
19. De acordo com a nomenclatura patológica, quais os nomes que damos as efusões
pleurais de acordo com o conteúdo encontrado (Sangue, Água, Linfa, Pus e Ar),
respectivamente?
20. Cite uma neoplasia que acomete os animais domésticos para cada região do sistema
respiratório (Cavidade Nasal, Traqueia, pulmão, pleura), respectivamente e suas
consequências?
Cavidade Nasal
Traqueia
Carcinoma em traqueia. Os sintomas comuns podem incluir tosse persistente, dificuldade para
respirar, ruídos respiratórios anormais, perda de peso, letargia e até mesmo desmaios em
casos mais graves.
Pulmão
Carcinoma pulmonar ovino, é de etiologia viral, causada por um retrovírus conhecido como
vírus Jaagsiekte (termo que, na África do Sul, é descritivo da doença, que tem manifestação
clínica durante a movimentação do rebanho). Histologicamente, esses casos são classificados
como carcinoma bronquíoloalveolar. Evidências imuno-histoquímicas e ultraestruturais indicam
que a maioria das células tumorais tem características de pneumócitos tipo II.
Metástases: Em alguns casos, o carcinoma pulmonar pode se espalhar para outros órgãos,
como linfonodos regionais, outros órgãos torácicos (como pleura e mediastino) e até mesmo
para órgãos distantes, como fígado e ossos. Metástases podem levar a complicações adicionais
e piorar o prognóstico.
Pleura
Perda de peso e apetite: O mesotelioma pode levar à perda de peso e diminuição do apetite
nos animais afetados, devido à dificuldade em comer e aos efeitos metabólicos da doença.
Letargia e fraqueza: Animais com mesotelioma podem mostrar sinais de letargia, falta de
energia e fraqueza devido aos efeitos debilitantes da doença.