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Estudo Dirigido Patologia Do Sistema Respiratório

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Estudo dirigido Patologia do Sistema Respiratório

1. Quais as principais vias de afeção do sistema respiratório? Cite pelos menos um exemplo
de agentes.

Inalação de gotículas respiratórias: Animais podem ser infectados ao inalarem gotículas


respiratórias contendo agentes infecciosos expelidos por animais doentes. Por exemplo:

Em cães, a tosse dos canis é causada pelo complexo de vírus da cinomose canina, adenovírus
canino tipo 2, vírus da parainfluenza canina, vírus da traqueobronquite infecciosa canina
(Bordetella bronchiseptica), entre outros.

Em gatos, a rinotraqueíte felina é uma doença respiratória causada pelo herpesvírus felino tipo
1 (FHV-1) e calicivírus felino (FCV).

Contato direto com secreções respiratórias ou superfícies contaminadas: Os agentes


infecciosos podem ser transmitidos entre animais por meio do contato direto com secreções
respiratórias infectadas ou superfícies contaminadas. Por exemplo:

A rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) em bovinos é causada pelo herpesvírus bovino tipo 1
(BoHV-1) e pode ser transmitida pelo contato direto entre animais infectados ou por meio de
secreções respiratórias contaminadas em ambientes compartilhados.

Em aves, a doença respiratória crônica (CRD) em galinhas é causada por uma variedade de
agentes infecciosos, como Mycoplasma gallisepticum e vírus da bronquite infecciosa das aves
(IBV), que podem ser transmitidos pelo contato direto ou indireto com aves infectadas ou suas
secreções.

Inalação de partículas no ar: Alguns agentes infecciosos podem ser transmitidos por meio da
inalação de partículas no ar, especialmente em ambientes confinados. Por exemplo:

Em suínos, a pneumonia enzoótica suína é causada pela bactéria Mycoplasma hyopneumoniae,


que pode ser transmitida por gotículas respiratórias e aerossóis em instalações de criação
intensiva.

Em cavalos, a influenza equina é uma doença respiratória viral que pode ser transmitida pelo
contato próximo entre cavalos infectados ou pela inalação de aerossóis contendo o vírus da
influenza equina.

2. Como é dividido em sistema respiratório e quais são os mecanismos de defesa?

De acordo com a divisão estrutural, o trato respiratório pode ser dividido em superior e
inferior. O trato respiratório superior se estende das narinas à laringe, e o inferior compreende
a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os pulmões. Os mecanismos de defesa do trato
respiratório incluem: o lençol mucociliar; a microbiota bacteriana saprófita; os macrófagos
alveolares; o tecido linfoide broncoassociado; e reflexos protetores, como tosse e espirro

3. Cite uma alteração congênita e a espécie mais frequente.

Fenda palatina (palatosquise): A fenda palatina, também chamada de palatosquise, é


caracterizada por fenda no palato que faz com que haja uma comunicação entre as cavidades
nasal e oral (Figura 1.4). É uma alteração mais frequente em bovinos e suínos, particularmente
em rebanhos endogâmicos (com alto grau de consanguinidade). Apesar de serem alterações
compatíveis com a vida, em geral os animais com essa condição morrem precocemente devido
à aspiração de leite e consequente pneumonia. Palatosquise pode ou não estar associada à
ocorrência de lábio leporino (queilosquise).

4. O que é Amiloidose e qual a consequência para o animal?

Amiloidose nasal ocorre em equinos e não está associada à amiloidose sistêmica, embora os
animais afetados possam apresentar manifestação de amiloidose cutânea associada à lesão
nasal. A causa para a deposição de amiloide na cavidade nasal é desconhecida. O amiloide é de
natureza proteica, embora não seja uma proteína específica, mas sim fragmentos da cadeia
leve de imunoglobulinas. Os locais mais comuns de deposição do amiloide são: o vestíbulo
nasal, as porções rostrais do septo nasal e os cornetos nasais. Macroscopicamente,
observamse nódulos de tamanhos variados ou deposições difusas, com superfície lisa e brilho
semelhante à cera, podendo ocorrer ulceração da mucosa. Como consequência da amiloidose
nasal, pode haver comprometimento do desempenho do cavalo e, em casos mais graves,
estenose com sinais clínicos de obstrução das vias respiratórias superiores.

5. Qual a diferença entre Epistaxe, Rinorragia e Hemoptise?

Epistaxe é a denominação utilizada para designar os casos em que ocorre hemorragia nasal. A
despeito da definição de hemorragia nasal, a origem do sangue não necessariamente é a
cavidade nasal; por exemplo, a hemorragia pela narina pode ter origem na nasofaringe ou no
sistema respiratório inferior. Nos casos em que a hemorragia é proveniente da própria cavidade
nasal, a condição é designada como rinorragia. A hemorragia nasal originada no trato
respiratório inferior, como nos casos de hemorragia pulmonar ou brônquica intensa, é
chamada de hemoptise.

6. Quais os agentes biológicos mais comuns que cursam com rinites?

As causas de rinite incluem: vírus, que se constituem na causa primária mais frequente;
bactérias, como Bordetella bronchiseptica e Pasteurella multocida toxigênica; fungos;
Rhinosporidium seeberi; e alergênios.

Além das causas específicas mencionadas anteriormente, existem fatores predisponentes à


rinite, entre os quais se destacam: gases nocivos, como amônia e H2S (gás sulfídrico), que
abundam em ambientes com superlotação de animais, ventilação pobre e drenagem
inadequada de dejetos; alta concentração de poeira; e baixa umidade do ar, que induz à
diminuição da secreção e desidratação do muco e, consequentemente, à eliminação mais lenta
das partículas depositadas sobre a camada de muco.

7. Como é classificado a rinite de acordo com seu exsudato? Cite pelo menos um agente
causador para cada classificação.

As rinites podem ser classificadas quanto ao curso em agudas, crônicas ou crônicoativas.

O processo inflamatório agudo é caracterizado por exsudação, ao passo que o processo crônico
é caracterizado por alterações proliferativas. As situações em que o processo é classificado
como crônico ativo correspondem aos casos em que a rinite crônica também apresenta
características de um processo agudo, havendo associação entre alterações proliferativas e
exsudativas. Os processos crônicos podem resultar na formação de pólipos nasais que são
inicialmente sésseis, podendo tornarse pedunculados. Um exemplo dessa condição é o pólipo
nasal hemorrágico da região etmoidal do equino ou hematoma etmoidal progressivo dos
equinos. Quanto ao exsudato, as rinites podem ser classificadas em: serosa; catarral;
catarralpurulenta; purulenta; hemorrágica; fibrinosa; fibrinonecrótica; e granulomatosa.

A rinite purulenta está associada ao acúmulo de grande quantidade de neutrófilos e células


epiteliais de descamação, o que confere aspecto de pus ao exsudato (Figura 1.6). Essa condição
geralmente está associada a infecção bacteriana. Podem ocorrer erosão e hiperplasia
regenerativa do epitélio ou mesmo extensas áreas de ulceração da mucosa. Um exemplo dessa
condição seria o garrotilho em equídeos (infecção por Streptococcus equi).

8. Qual a patogenia do Mormo e Garrotilho e suas particularidades.

Doença crônica e caquetizante que afeta equídeos, causada por Burkholderia mallei. Mormo
tem sido diagnosticado no Brasil, principalmente na região Nordeste, embora existam relatos
em outras regiões, inclusive na região Sul do Brasil. Caracterizase macroscopicamente por
exsudato nasal catarralpurulento, lesões nodulares e ulcerativas na mucosa nasal,
particularmente no septo nasal (Figura 1.67), e por nódulos granulomatosos nos pulmões.
Ocorrem também lesões cutâneas caracterizadas por nódulos granulomatosos ou
piogranulomatosos, com tendência à ulceração, associados à linfadenite e linfangite
granulomatosas. A linfadenite dos linfonodos mandibulares, retrofaríngeos e cervicais
superficiais pode resultar na formação de fístulas.

O garrotilho é uma doença contagiosa aguda dos cavalos, causada pelo Streptococcus equi
subespécie equi, caracterizada por inflamação do trato respiratório superior e abscedação dos
linfonodos regionais (mandibulares e retrofaríngeo), podendo, em alguns casos, ocorrer o
envolvimento do trato respiratório inferior, com o desenvolvimento de broncopneumonia
supurada. Embora a doença possa afetar qualquer faixa etária, é mais frequente entre 1 e 3
anos de idade. A patogênese envolve a aderência e a internalização do patógeno em células
epiteliais, provocando intenso estímulo quimiotático para neutrófilos.

Uma pequena fração dos microrganismos coloniza as tonsilas e se dissemina até os linfonodos
regionais. Os sinais clínicos incluem febre, tosse discreta e descarga nasal purulenta (Figura
1.65). Em casos graves, a infecção progride para os seios paranasais, tuba de Eustáquio e bolsas
guturais, causando empiema dessas cavidades. Macroscopicamente, observasse pus de
aspecto cremoso sobre a mucosa nasal e nos cornetos, associado ao aumento de volume dos
linfonodos regionais que abscedam no período de 1 a 3 semanas. Além do empiema das bolsas
guturais, outras complicações do garrotilho incluem miocardite e púrpura hemorrágica; esta
última pode ocorrer entre 2 e 4 semanas após a infecção aguda e caracterizase por um quadro
de diátese hemorrágica. Alguns animais podem sofrer infecção e permanecer assintomáticos e
sem o desenvolvimento de lesões. Esses animais são importantes para a manutenção do
agente, uma vez que o S. equi é um parasita obrigatório, não estando adaptado à sobrevivência
no ambiente. Os portadores assintomáticos podem eliminálo durante vários meses.

9. O que é sinusite, suas consequências e principais causas nos animais domésticos?

Sinusite é o termo utilizado para designar a inflamação dos seios paranasais. Na maior parte
dos casos, a sinusite é uma consequência de rinite e não é detectada clinicamente, com
exceção dos casos em que ocorre deformidade da face ou formação de fístulas por intermédio
de ossos do crânio e pele.

Entre as causas de sinusite, destacamse: rinite (causa mais frequente); larvas de Oestrus ovis
em ovinos; periodontite; e descorna e fraturas dos ossos do crânio com exposição dos seios.
Nos casos de rinite catarral ou purulenta, frequentemente ocorre intumescimento da mucosa
nasal com consequente oclusão do orifício de drenagem dos seios paranasais. Nesses casos, as
secreções e os exsudatos presentes nos seios acumulamse, resultando em sinusite. As larvas de
O. ovis, em alguns casos, penetram nos seios paranasais dos ovinos, ocasionando sinusite.
Cabras também podem ser afetadas por O. ovis quando criadas com ovinos parasitados. Nos
casos de periodontite, dependendo da intensidade do processo inflamatório do periodonto,
pode ocorrer extensão do processo inflamatório para os seios paranasais. Essa condição ocorre
principalmente nos equinos, em particular nos animais com mais de 4 anos de idade. Casos
graves de sinusite secundária à periodontite podem resultar em deformação facial. Finalmente,
nos casos de descorna cirúrgica e fraturas de ossos do crânio, há exposição

Nos casos graves em que ocorre acúmulo de exsudato nos seios paranasais, o processo recebe
denominações específicas, como mucocele dos seios paranasais, quando ocorre acúmulo de
muco, ou empiema dos seios paranasais, quando ocorre acúmulo de exsudato purulento.

Como consequência de sinusite, frequentemente ocorre atrofia e metaplasia do epitélio de


revestimento dos seios paranasais e, em alguns casos raros, pode ocorrer meningite,
principalmente em consequência de sinusite purulenta, por extensão do processo inflamatório
devido à proximidade com o cérebro.

10. Explique a patogenia da Hemiplegia Laringea Equina.

A hemiplegia laríngea é a causa mais comum de ruído respiratório anormal em equinos, o que
caracteriza a condição comumente designada como “cavalo roncador”, que, além de ruído
respiratório anormal, resulta em intolerância ao exercício. Na maioria dos casos, a lesão ocorre
do lado esquerdo, mas, raramente, pode ser bilateral ou afetar o lado direito. A causa do
processo é a degeneração idiopática do nervo laríngeo recorrente esquerdo, que ocasiona
atrofia do músculo cricoaritenoide e outros relacionados, cuja principal função é dilatar a
laringe. A predileção pelo lado esquerdo provavelmente se deve ao fato de que os axônios do
nervo do lado esquerdo são mais longos do que os do lado direito, o que faz com que o nervo
do lado esquerdo seja mais suscetível a lesões axônicas causadas, por exemplo, por trauma ou
neurite consequente à extensão de processos inflamatórios da bolsa gutural. Como
consequência, ocorre atrofia dos músculos inervados pelo nervo laríngeo recorrente,
particularmente o músculo cricoaritenoide, o que faz com que a cartilagem aritenoide
esquerda seja projetada para dentro do lúmen da laringe. A consequência desse processo é a
interferência do fluxo de ar, principalmente na inspiração durante exercício, o que resulta em
ruídos anormais.

11. O que é Traqueíte? Cite alguns exemplos que causam a traqueíte.

Devido à localização anatômica da laringe e da traqueia, as laringites e traqueítes geralmente


estão associadas às inflamações do trato respiratório superior e inferior. Assim, as traqueítes
geralmente estão associadas a bronquites e pneumonias. Em determinadas regiões
geográficas, traqueítes parasitárias ocorrem com frequência. Entre os parasitas que se
localizam na traqueia e laringe, os mais frequentes são: Eucoleus aerophilus (anteriormente
denominado Capillaria aerofila) e Filarioides osleri, ambos parasitas de canídeos e
Mammomonogamus laryngeus (anteriormente denominado Syngamus laryngens), que se
localiza na laringe de bovinos e bubalinos; este último tem como característica o fato de
omacho e a fêmea ficarem justapostos permanentemente, conferindo ao parasita um formato
semelhante ao da letra Y.
12. Quais sãos os tipos de afecção que ocorre no brônquio, sua definição, causa e
consequência?

13. Qual a diferença de Atelectasia e Enfisema pulmonar, seus tipos, cite causas e
complicações para cada.

Por definição, atelectasia é a expansão incompleta do pulmão, que pode ser localizada ou
generalizada, e resulta no colapso de alvéolos previamente preenchidos por ar. Portanto,
morfologicamente, a atelectasia é caracterizada pela condição na qual os alvéolos pulmonares
encontram-se sem ar e sem nenhum outro conteúdo em seu interior;

Por definição, enfisema pulmonar significa distensão excessiva e anormal dos alvéolos
associada à destruição de paredes alveolares, o que caracteriza excesso de ar nos pulmões, ou
seja, condição contrária à atelectasia.

14. Quais são as causas de Edema pulmonar? Cite pelo menos um agente para cada causa.

As causas de edema pulmonar são as mesmas causas gerais de edema, ou seja: aumento da
pressão hidrostática, aumento da permeabilidade vascular, diminuição da pressão oncótica e
obstrução da drenagem linfática.

O aumento da pressão hidrostática intravascular favorece o extravasamento de líquido do


compartimento vascular para o espaço intersticial e, posteriormente, para dentro dos alvéolos.
Esse mecanismo de edema ocorre nos casos de edema cardiogênico devido ao aumento da
pressão nos vasos pulmonares em associação à estase sanguínea decorrente da insuficiência
cardíaca esquerda ou bilateral.

Edema pulmonar decorrente de aumento da permeabilidade vascular ocorre nos casos em que
há lesão do endotélio dos capilares alveolares. O que ocorre de fato nesses casos é que, além
de lesão do endotélio dos capilares alveolares, ocorre lesão no epitélio alveolar,
particularmente nos pneumócitos tipo I. A lesão do epitélio alveolar favorece o
extravasamento de líquido para o lúmen alveolar, uma vez que, em condições normais, o
revestimento alveolar é praticamente impermeável ao líquido intersticial. Essa condição pode
ser decorrente de diversas causas, como: inalação de gases nocivos, inclusive de oxigênio puro;
toxinas sistêmicas; anafilaxia, que é mais comum na vaca e no cavalo; estados de choque; e
estágios iniciais dos processos inflamatórios do pulmão. Um exemplo de edema pulmonar por
esse mecanismo seria o edema pulmonar decorrente de alergia ao leite, que pode ocorrer em
vacas que têm mudança súbita no manejo de ordenha, com acúmulo prolongado de leite na
glândula mamária. Nesses casos, ocorre autoalergia à alfacaseína do leite.

A diminuição da pressão oncótica do plasma é outro mecanismo importante de edema


pulmonar. Nesses casos, há diminuição acentuada na concentração de proteínas plasmáticas,
particularmente a albumina, e, em consequência, o sangue perde sua capacidade de retenção
de líquido intravascular pelo mecanismo osmótico. Como a hipoalbuminemia é uma condição
sistêmica, o edema pulmonar, nesses casos, frequentemente está associado à ocorrência de
edema em outros órgãos e tecidos, podendo estar associado a edema generalizado ou
anasarca. A hipoalbuminemia tem causas variadas, como: subnutrição, que resulta em menor
disponibilidade de aminoácidos para a síntese proteica; hepatopatias, uma vez que o fígado é
responsável pela síntese da albumina sérica; e nefropatias ou enteropatias que cursem com
perda proteica prolongada.

Finalmente, o edema pulmonar pode ser decorrente de obstrução linfática, uma causa
extremamente rara, que resulta de processos obstrutivos dos vasos linfáticos, como:
linfadenites, linfossarcomas e linfangiomas.

15. Cite pelo menos três causas de hemorragia pulmonar e tente explicar a patogenia.

As causas de hemorragia pulmonar são variadas e incluem: diáteses hemorrágicas;


septicemias; toxemias; congestão intensa; ruptura de aneurisma; traumas; migração de larvas
de ciclo hepatotraqueal, como larvas de Ascaris sp. em suínos; e erosão de vasos em casos de
processos de tromboembolismo séptico, que causa hemorragia para o lúmen brônquico,
resultando em hemoptise e epistaxe.

Os equídeos podem apresentar hemorragia pulmonar induzida por exercício. Embora a


etiopatogênese não seja bem conhecida, essa condição geralmente ocorre após esforço físico,
como corrida ou treinamento, e se deve à ruptura de capilares no parênquima pulmonar.
Aparentemente, a intensidade do exercício é mais importante do que a duração deste para a
indução dessa alteração, e, em cavalos de corrida, a lesão se desenvolve a partir de velocidades
acima de 7 m/s; geralmente, aparece sob a forma de epistaxe. Até 75% dos cavalos examinados
por endoscopia depois de uma corrida apresentam certo grau de hemorragia, mas somente 0,2
a 10% apresentam epistaxe. As alterações pulmonares nesses casos variam de petéquias até
hemorragia difusa em áreas extensas do parênquima pulmonar, que, segundo alguns relatos,
têm tendência a se concentraremnas porções caudodorsais do pulmão.

16. De acordo com os tipos de pneumonias, quais são as vias mais comuns de entrada para
cada?

Broncopneumonia: Nas broncopneumonias, os agentes causadores chegam ao pulmão por via


aerógena ou broncogênica.

Pneumonia lobar: Agentes causadores chegam ao pulmão por via aerógena ou broncogênica,
de maneira idêntica ao que ocorre nas broncopneumonias
Pneumonia intersticial: A via de infecção é, na maioria dos casos, hematógena, embora a via
broncogênica também ocorra na pneumonia intersticial, particularmente nos casos de inalação
de gases pneumotóxicos.

Pneumonia por aspiração: Via broncogênica inicia na junção bronquíolo alveolar

Pneumonia gangrenosa: Aspiração

Pneumonia hipostática: Decubito lateral prolongado

Pneumonia verminótica:

Pneumonia granulomatosa:

Pneumonia tromboembólica (ou embólico-metastática):

Pneumopatia urêmica:

Pneumoconiose:

17. Qual o curso da pneumonia e seus tipos de exsudato?

As pneumonias podem ser classificadas quanto ao curso em superaguda, aguda, subaguda e


crônica. Quanto ao tipo de exsudato produzido, as pneumonias podem ser classificadas em
catarral, fibrinosa, purulenta, hemorrágica, necrótica e granulomatosa, sendo a combinação
entre esses tipos bastante comum; por exemplo, catarropurulenta, fibrinonecrótica ou
fibrinohemorrágica.

18. Quais são os tipos de pneumonias e seus aspectos macroscópicos?

Broncopneumonia: De maneira geral, as características macroscópicas da broncopneumonia


são áreas de consolidação ou hepatização (a consistência da área lesionada fica semelhante à
do fígado) cranioventrais, de coloração vermelhoescura ou acinzentada, localizada nas porções
cranioventrais, sempre seguindo a orientação lobular. Podem ocorrer coalescência e
comprometimento de todo o lobo. Ao corte, observasse superfície úmida, quando o processo é
supurado (exsudato mucopurulento ou purulento nas vias respiratórias), ou superfície
ressecada, quando o exsudato é do tipo fibrinoso;

Pneumonia lobar: Macroscopicamente, a pneumonia lobar é caracterizada por áreas de


consolidação cranioventrais, envolvendo difusamente os lobos, em geral a totalidade de um ou
mais lobos, que se apresentam de coloração ou uniforme, com espessamento da pleura e
alargamento dos septos interlobulares, devido à exsudação de fibrina e ao edema. É comum a
presença de áreas de necrose.

Pneumonia intersticial: Macroscopicamente, a pneumonia intersticial se caracteriza por áreas


de consolidação difusas por todo o pulmão, principalmente nas porções dorsocaudais. A
distribuição das lesões da pneumonia intersticial é importante para o diagnóstico
anatomopatológico correto, uma vez que é diferente da broncopneumonia e da pneumonia
lobar; nestas, a localização é cranioventral. Microscopicamente, os septos alveolares estão
espessos devido à proliferação celular e à infiltração de células inflamatórias;

Pneumonia por aspiração: Macroscopicamente, o aspecto é de uma broncopneumonia,


comumente confundida com as lesões observadas na pneumonia enzoótica suína, causada
pelo Mycoplasma hyopneumoniae e outros agentes bacterianos secundários.
Pneumonia gangrenosa: Macroscopicamente, observamse áreas de coloração amarelada ou
esverdeadoescura (Figura 1.46) com odor pútrido e formações cavitárias repletas de material
necrótico (Figura 1.47). Essas formações cavitárias podem se romper, provocando piotórax e,
em alguns casos, pneumotórax putrefativo, devido à atividade de bactérias produtoras de gás.

Pneumonia hipostática;

Pneumonia verminótica;

Pneumonia granulomatosa: Macroscopicamente, as pneumonias granulomatosas se


apresentam sob a forma de nódulos de tamanhos variáveis distribuídos pelo parênquima
pulmonar (granulomas). No caso da tuberculose, as porções centrais dos nódulos contêm
material necrótico caseoso e, às vezes, mineralizado.

Pneumonia tromboembólica (ou embólico-metastática): Macroscopicamente, observamse


múltiplos abscessos pulmonares de tamanhos variados, e alguns se apresentam como
pequenos pontos amarelados ou esbranquiçados correspondentes a microabscessos,
localizados principalmente nas regiões dorsolaterais dos pulmões, embora a distribuição
frequentemente seja aleatória. A consolidação, nesses casos, geralmente tem distribuição
multifocal.

Pneumopatia urêmica: Macroscopicamente, o pulmão apresenta textura arenosa com


distribuição difusa, podendo ranger ao corte, como se houvesse inúmeros grãos de areia no
parênquima pulmonar.

Pneumoconiose.

19. De acordo com a nomenclatura patológica, quais os nomes que damos as efusões
pleurais de acordo com o conteúdo encontrado (Sangue, Água, Linfa, Pus e Ar),
respectivamente?

Hemotórax, Hidrotórax, Quilotórax, Piotorax e Pneumotorax

20. Cite uma neoplasia que acomete os animais domésticos para cada região do sistema
respiratório (Cavidade Nasal, Traqueia, pulmão, pleura), respectivamente e suas
consequências?

Cavidade Nasal

Adenocarcinoma, principalmente nos casos de tumor etmoidal enzoótico. O tumor etmoidal


enzoótico acomete ovinos, caprinos e bovinos e é classificado morfologicamente como
adenocarcinoma. Essa neoplasia, que ocorre em algumas regiões do Brasil, está associada à
infecção por retrovírus, tendo sido identificados o retrovírus do tumor enzoótico nasal (ENTV,
enzootic nasal tumor retrovirus) de ovinos e outro vírus muito semelhante (ENTV2) que causa a
mesma lesão em caprinos. Nos casos de tumor etmoidal enzoótico, esses vírus
frequentemente apresentam coinfecção com o retrovírus do adenocarcinoma pulmonar ovino.
O tumor etmoidal enzoótico originasse na mucosa olfatória da região etmoidal,
particularmente de células epiteliais secretoras das glândulas serosas da mucosa, e
caracterizase macroscopicamente por massas neoplásicas de coloração amarelada, flácidas e
friáveis e de odor fétido, que invadem e destroem as estruturas adjacentes, podendo resultar
em deformidade do crânio e protrusão do globo ocular.

Traqueia
Carcinoma em traqueia. Os sintomas comuns podem incluir tosse persistente, dificuldade para
respirar, ruídos respiratórios anormais, perda de peso, letargia e até mesmo desmaios em
casos mais graves.

Pulmão

Carcinoma pulmonar ovino, é de etiologia viral, causada por um retrovírus conhecido como
vírus Jaagsiekte (termo que, na África do Sul, é descritivo da doença, que tem manifestação
clínica durante a movimentação do rebanho). Histologicamente, esses casos são classificados
como carcinoma bronquíoloalveolar. Evidências imuno-histoquímicas e ultraestruturais indicam
que a maioria das células tumorais tem características de pneumócitos tipo II.

Comprometimento respiratório: Carcinomas pulmonares podem afetar a função respiratória,


causando dificuldade respiratória, respiração rápida e superficial, tosse persistente e falta de
ar. Isso pode resultar em diminuição da capacidade de exercício e atividade, afetando o
desempenho geral do animal.

Perda de peso e deterioração da condição corporal: A presença de um carcinoma pulmonar


pode levar à diminuição do apetite, dificuldade para comer e consequente perda de peso. A
deterioração da condição corporal pode ocorrer à medida que a doença progride.

Pneumonia secundária: Carcinomas pulmonares podem predispor os ovinos a infecções


pulmonares secundárias, como pneumonia bacteriana ou fúngica. Isso pode ocorrer devido à
obstrução das vias aéreas pelos tumores, dificultando a eliminação adequada de muco e
detritos dos pulmões.

Metástases: Em alguns casos, o carcinoma pulmonar pode se espalhar para outros órgãos,
como linfonodos regionais, outros órgãos torácicos (como pleura e mediastino) e até mesmo
para órgãos distantes, como fígado e ossos. Metástases podem levar a complicações adicionais
e piorar o prognóstico.

Pleura

Mesotelioma: Comprometimento respiratório: Se o mesotelioma afetar a pleura (a membrana


que reveste os pulmões), pode resultar em dificuldade respiratória, tosse persistente,
respiração rápida e superficial, bem como dor torácica.

Dor e desconforto: Os animais afetados podem experimentar dor e desconforto, especialmente


se o mesotelioma estiver em estágio avançado e estiver causando pressão sobre os órgãos
circundantes ou se espalhou para outras áreas.

Perda de peso e apetite: O mesotelioma pode levar à perda de peso e diminuição do apetite
nos animais afetados, devido à dificuldade em comer e aos efeitos metabólicos da doença.

Letargia e fraqueza: Animais com mesotelioma podem mostrar sinais de letargia, falta de
energia e fraqueza devido aos efeitos debilitantes da doença.

Complicações relacionadas à pressão sobre órgãos adjacentes: Dependendo da localização do


mesotelioma, pode ocorrer compressão de órgãos adjacentes, levando a sintomas relacionados
com esses órgãos. Por exemplo, se o mesotelioma estiver afetando o abdômen, pode causar
distúrbios gastrointestinais, como vômitos ou diarreia.
Dificuldade de locomoção: Em alguns casos, se o mesotelioma estiver afetando a região do
tórax ou abdômen, os animais podem ter dificuldade em se mover devido à dor e ao
desconforto associados.

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