Legislação Missão PPCE - PARTE 2 - 2024.1
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ALUNOS DO PROJETO MISSÃO
LEGISLAÇÃO POLÍCIA PENAL DO CEARÁ – PARTE 2
Art. 22. Ocorrendo a perda, extravio, mau uso, Art. 1º O Sistema Penitenciário do Estado do
furto e/ou roubo de câmera corporal, o policial Ceará adota os princípios contidos nas Regras
penal responsável pelo equipamento deverá Mínimas para Tratamento dos Reclusos e
comunicar o fato imediatamente a chefia Recomendações pertinentes, formuladas pela
imediata, mediante a apresentação de boletim de Organização das Nações Unidas -ONU- e respeita
ocorrência policial, no qual deve conter a as diretrizes fixadas pela Lei 7.210/84 (Lei de
identificação da câmera. Execuções Penais), alterações legislativas
Art. 23. A chefia imediata, após tomar posteriores e nas Recomendações Básicas para
conhecimento e mediante o recebimento de cópia uma programação prisional editadas pelo
do boletim de ocorrência, deverá realizar, Ministério da Justiça.
concomitantemente, os seguintes procedimentos: Art. 2º O Sistema Penitenciário do Estado do
I - comunicar o fato ao gestor do contrato e Ceará tem como finalidade a vigilância, custódia e
requerer a substituição do equipamento, no prazo
assistência aos presos e às pessoas sujeitas a VI - Casas do Albergado;
medidas de segurança, assegurando-lhes a VII - Cadeias Públicas.
preservação da integridade física e moral, a § 1º Os estabelecimentos prisionais buscarão não
promoção de medidas de integração e exceder a sua capacidade populacional máxima
reintegração sócio-educativas, conjugadas ao projetada.
trabalho produtivo. § 2º A fim de garantir que o aprisionamento ocorra
§ 1º Configura-se, ainda, como finalidade do em estabelecimento próximo ao contato familiar,
sistema penitenciário estadual, a fiscalização e deverá ser priorizada a construção de unidades
assistência ao egresso, garantindo lhes a prisionais regionais.
promoção de medidas de integração e Art. 7º Os estabelecimentos prisionais destinam-
reintegração sócio-educativas. se ao condenado, ao submetido à medida de
Art. 3º O Sistema Penitenciário, pelas suas segurança, ao preso provisório e ao egresso.
características especiais, fundamenta-se na Art. 8º Em todos os estabelecimentos prisionais
hierarquia funcional, disciplina e, sobretudo, na será obrigatoriamente observada a separação
defesa dos direitos e garantias individuais da entre presos provisórios e condenados, bem como
pessoa humana, organizado em Coordenadoria a distinção por sexo, delito, faixa etária e
do Sistema Penal - COSIPE, vinculado ao Poder antecedentes criminais, para orientar a prisão
Executivo como Órgão de Administração da cautelar, a execução da pena e a medida de
Execução Penal. segurança.
Art. 4º A Coordenadoria do Sistema Penal é § 1º Nos estabelecimentos prisionais será
órgão subordinado diretamente ao Secretário da observada a proporção de, no mínimo, 01 (um)
Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, agente penitenciário para cada 25 (vinte e
organizada em carreira, com ingresso de seus cinco) internos por plantão, sendo vedada a
integrantes na classe inicial, mediante Concurso existência de unidade prisional com menos de 2
Público de provas e títulos, chefiada pelo (dois) agentes por plantão.
Coordenador Geral, nomeado pelo Governador § 2º Nos estabelecimentos prisionais fica
do Estado do Ceará, preferencialmente entre os estabelecida a proporção de profissionais da
membros da Instituição. equipe técnica por 500 (quinhentos) detentos,
Parágrafo único. A nomeação do Coordenador obedecendo-se o seguinte:
do Sistema Penal deverá obedecer aos mesmos Médico Clínico - 1; Enfermeiro - 1; Auxiliar de
critérios previstos para a dos Diretores das Enfermagem - 1; Odontólogo - 1; Auxiliar de
Unidades Prisionais, constantes do artigo 75 da Consultório Dentário - 1; Psicólogo - 1; Assistente
Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais). Social - 1; Advogado auxiliar da direção - 1;
Art. 5º A Coordenadoria de Inclusão Social do Estagiário de Direito - 2; Terapeuta Ocupacional -
Preso e do Egresso é órgão subordinado 1.
diretamente ao Secretário da Justiça e § 3º O acesso à justiça integral e gratuito será
Cidadania do Estado do Ceará, tendo como assegurado aos internos através da Defensoria
missão promover a inclusão social do preso e do Pública, instituição autônoma, que disporá de
egresso, através do Núcleo Educacional e de espaço físico adequado para exercer suas
Capacitação Profissionalizante – NECAP, do funções.
Núcleo de Empreendedorismo e Economia Art. 9º O Centro de Triagem e Observação
Solidária – NEES, do Núcleo de Arte e Eventos – Criminológica, situado na região metropolitana de
NAE e do Núcleo de Gestão de Assistidos e Fortaleza, concentrará o recebimento de presos
Egressos. oriundos da Secretaria de Segurança Pública e
Art. 6º O Sistema Penitenciário do Estado do Defesa Social e das comarcas do interior.
Ceará é constituído pelas seguintes Unidades: § 1º O Centro de Triagem e Observação
I - Centro de Triagem e Observação Criminológica; Criminológica será responsável pela identificação
II - Unidades Prisionais e Casas de Privação e realização dos exames gerais de admissão dos
Provisória de Liberdade; internos, sendo dotado de equipe técnica que
III - Penitenciárias; promoverá atendimento social, psicológico,
IV - Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares; médico, odontológico e jurídico, cujos resultados e
V - Complexo Hospitalar (Hospital Geral e desdobramentos serão encaminhados à Comissão
Sanatório Penal e Hospital de Custódia e de Avaliação de Transferências e Gestão de
Tratamento Psiquiátrico); Vagas – CATVA que deliberará a unidade prisional
destinatária para recebimento do preso e, dos provisórios.
posteriormente, às Comissões Técnicas de Art. 12. Os Estabelecimentos Agrícolas,
Classificação das unidades de recebimento. Industriais ou Mistos destinam-se aos condenados
Art. 10. As Penitenciárias destinam-se aos e condenadas ao cumprimento da pena em
condenados ao cumprimento da pena de reclusão, regime semi-aberto, caracterizando-se pelas
em regime fechado, caracterizando se pelas seguintes condições:
seguintes condições: I - locais para:
I - Segurança externa, através de muralha, com a) trabalho interno agropecuário;
passadiço e guaritas de responsabilidade dos b) trabalho interno industrial;
Agentes Penitenciários do quadro efetivo da c) trabalho de manutenção e conservação intra e
Secretaria da Justiça e Cidadania. extra-muros, na circunscrição da Unidade
II - Segurança interna realizada por equipe de respectiva;
Agentes Penitenciários do quadro efetivo da II - acomodação em alojamento ou cela individual
Secretaria da Justiça e Cidadania que preserve os ou coletiva;
direitos do preso, mantenha a Segurança, a ordem III - trabalho externo na forma da Lei;
e a disciplina da Unidade; IV - locais internos e externos para atividades
III - Acomodação do preso preferencialmente em sócio-educativas e culturais, esportes, prática
cela individual; religiosa e visita conforme dispõe a Lei.
IV - Locais de trabalho, atividades sócio- Art. 13. O Hospital Geral e Sanatório Penal
educativas e culturais, esportes, prática religiosa e destina-se ao tratamento do preso, em regime de
visitas; internamento, das enfermidades infecto-
V - Trabalho externo, conforme previsto no art.36 contagiosas, dos pós-operatórios, das
da Lei de Execução Penal (LEP). convalescenças e de exames laboratoriais.
§ 1º Os estabelecimentos destinados a mulheres § 1º O preso acometido de enfermidades,
terão estrutura adequada às suas especificidades conforme artigo acima, deverá permanecer
e os responsáveis pela segurança interna serão, internado o tempo necessário à sua reabilitação,
obrigatoriamente, agentes penitenciários do sexo tendo retorno imediato à sua Unidade Prisional de
feminino, exceto em eventos críticos ou festivos, origem logo após emissão de laudo médico
garantindo-se, ainda, a obrigatoriedade de autorizando sua alta.
existência de uma creche para a acomodação dos § 2º Os presos ou internados que apresentarem
recém-nascidos das internas neles recolhidos, nos quadro de sorologia positiva HIV, receberão
06 (seis) primeiros meses de vida, prorrogável tratamento individualizado, a critério médico.
por igual período, se necessário § 3º Aos presos ou internados que apresentarem
§ 2º Nas Comarcas onde não existam quadro de dependência química em substâncias
penitenciárias, suas finalidades serão, entorpecentes será garantido tratamento
excepcionalmente, atribuídas às Cadeias individualizado adequado às suas necessidades,
Públicas locais, observadas as normas deste adotando-se políticas públicas voltadas para esta
Regimento no que forem aplicáveis, bem como as finalidade, nos termos da lei 11.343/2006, bem
restrições legais ou decisões judiciais. como serão incluídos nas atividades do Programa
§ 3º Haverá em cada estabelecimento de regime de Ações Continuadas de Assistência aos
fechado uma Comissão Técnica de Drogadictos – PACAD da Sejus.
Classificação, que proporá o tratamento § 4º Na unidade de que trata o caput deste artigo
adequado para cada preso ou internado, além de deverão existir leitos destinados ao tratamento de
acompanhar o programa de individualização da mulheres presas.
pena. § 5º O estabelecimento citado no caput deverá
Art. 11. As Casas de Privação Provisória de funcionar com equipes multidisciplinares em
Liberdade destinam-se aos presos provisórios, regime de plantão.
devendo apresentar estrutura adequada que § 6º A Secretaria da Justiça e Cidadania seguirá
garanta o exercício dos direitos elencados no as recomendações das portarias interministeriais
presente Regimento e demais legislações. do Ministério da Saúde e Ministérios da Justiça em
§ 1º Excepcionalmente, visando garantir a relação ao tema saúde, na execução de vagas e
integridade física e mental do interno, estas atendimentos para os presos em casos de exames
unidades poderão abrigar presos condenados, que e tratamentos de alta complexidade.
deverão permanecer em acomodações separadas § 7º Nas unidades prisionais femininas deverão
existir estruturas específicas para a assistência III - uso de uniforme fornecido pelo
integral à saúde da mulher, em atenção às suas Estabelecimento Prisional em quantidade de 03
peculiaridades. (três) mudas;
Art. 14. O Hospital de Custódia e Tratamento IV - oferecimento de oportunidade de educação,
Psiquiátrico destina-se ao cumprimento das trabalho e lazer nos termos da legislação
medidas de segurança e ao tratamento pertinente;
psiquiátrico separadamente, devendo adequar-se V - visita e atendimento médico e odontológico,
às normas aplicáveis ao tratamento das sendo facultado ao preso optar por profissional
respectivas insanidades. particular às suas expenças;
§ 1º O preso comprovadamente portador de VI - Acesso aos meios de comunicação externos,
doença mental deverá ser imediatamente autorizados por lei.
encaminhado ao estabelecimento adequado para § 3º Nas Cadeias Públicas no interior do Estado as
seu tratamento, lá não podendo permanecer além prefeituras municipais oferecerão aos presos e
do tempo necessário ao seu pronto presas os serviços essenciais, conforme
restabelecimento, atestado pelo serviço médico determinação do Ministério da Saúde e Ministério
local. da Justiça.
§ 2º Em nenhuma hipótese será admitido o Art. 17. Nas Unidades elencadas no artigo 6º
ingresso ou permanência de pessoas que não deste Regimento, respeitadas suas
apresentem quadro patológico característico da especificidades, deverão ainda ser respeitadas as
destinação do respectivo estabelecimento. seguintes determinações:
§ 3º Na unidade de que trata o caput deste artigo I - Segurança externa, através de muralha com
deverão existir estruturas específicas para a passadiço e guaritas de responsabilidade dos
assistência à saúde mental da mulher, em atenção Agentes Penitenciários do quadro efetivo da
às suas peculiaridades. Secretaria da Justiça e Cidadania, submetidos a
Art. 15. A Casa do Albergado destina-se ao uma capacitação específica para tal finalidade.
cumprimento da pena privativa de liberdade em II - Segurança interna realizada por equipe de
regime aberto e da pena restritiva de direitos Agentes Penitenciários do quadro efetivo da
consistente em limitação de fim de semana, Secretaria da Justiça e Cidadania que preserve os
acolhendo pessoas do sexo masculino e feminino, direitos do preso, mantenha a Segurança, a ordem
garantindo-se a separação adequada com vistas à e a disciplina da Unidade.
individualização das penas. § 1º Nas situações de conflito mais graves a
§ 1º O prédio deverá situar-se em centro urbano, manutenção ou restabelecimento da ordem será
separado dos demais estabelecimentos, e promovida por grupo especial de agentes
caracterizar-se-á pela ausência de obstáculos penitenciários com treinamento e equipamentos
físicos contra a fuga. específicos.
§ 2º A Casa do Albergado, além de dispor de local § 2º Em caso de necessidade de intervenção da
adequado para cursos e palestras, realizará Polícia Militar, em caráter urgente, em qualquer
encaminhamentos dos internos à rede de das unidades referidas no caput deste artigo, sua
assistência social, de saúde e educação. permanência no interior das mesmas se dará pelo
Art. 16. A Cadeia Pública destina-se tempo estritamente necessário ao
prioritariamente ao recolhimento de presos e restabelecimento da ordem e da segurança
presas provisórios. interna, não podendo ultrapassar 90 (noventa)
§ 1º Nas Comarcas onde não existam dias, salvo decisão fundamentada da autoridade
penitenciárias, suas finalidades serão, judiciária competente.
excepcionalmente, atribuídas às Cadeias Públicas
locais, observadas as normas deste Regimento TÍTULO III
Geral no que forem aplicáveis e as restrições DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS
legais ou de decisões judiciais, bem como a UNIDADES
capacidade populacional máxima da Unidade
respectiva. Art. 18. As Unidades Prisionais do Estado do
§ 2º Ao preso provisório será assegurado regime Ceará serão dirigidas por um(a) Diretor(a), que
especial no qual se observará: será assessorado pelo(a) Diretor(a) Adjunto(a),
I - separação dos presos condenados; pelo Gerente Administrativo, pelo Chefe de
II - utilização de pertences pessoais permitidos; Segurança e Disciplina e pelo Chefe de Equipe
dos Agentes Penitenciários, sendo ainda Comissão de Avaliação de Transferências e
integradas pelo Conselho Disciplinar e pela Gestão de Vagas – CATVA, que deliberará a
Comissão Técnica de Classificação. unidade prisional destinatária para recebimento do
Art. 19. A (o) Diretor(a) da Unidade Prisional, preso. Definida a unidade, deverá ser comunicada
compete: a transferência ao Juízo responsável pela prisão,
I - Dirigir, coordenar e orientar os trabalhos ao Ministério Público, à Defensoria Publica, ao
técnicos, administrativos, operacionais, laborais, Conselho Penitenciário, no prazo de 24 (vinte e
educativos, religiosos, esportivos e culturais da quatro) horas, nos casos expressos neste
Unidade respectiva; Regimento;
II - Adotar medidas necessárias à preservação dos XVII - mostrar aos visitantes as dependências do
Direitos e Garantias Individuais dos presos; estabelecimento nas visitas coletivas, de caráter
III - Visitar os presos nas dependências do cultural ou cientifico, devidamente autorizadas
Estabelecimento, anotando suas reclamações e pela COSIPE, esclarecendo-lhes, quando se fizer
pedidos, procurando solucioná-los de modo necessário, os objetivos da execução penal;
adequado, no âmbito de sua competência ou XVIII - Dar ciência à família do preso, em caso de
encaminhá-los ao órgão competente, observando grave enfermidade, morte ou transferência deste,
as normas de segurança; comunicando ao preso, de igual modo, a doença
IV - Dar cumprimento as determinações judiciais e ou morte de pessoa de sua família e concedendo
prestar aos Juízes, Tribunais, Ministério Público, lhe, se for o caso, permissão para sair;
Defensoria Pública e Conselho Penitenciário as IX - Atribuir, em solenidades especiais, prêmios e
informações que lhe forem solicitadas, relativas recompensas aos presos de exemplar
aos condenados e aos presos provisórios; comportamento e àqueles que pratiquem atos
V - Assegurar o normal funcionamento da meritórios;
Unidade, observando e fazendo observar as X - Realizar outras atividades dentro de sua área
normas da Lei de Execução Penal e do presente de competência.
Regimento Geral; Art. 20. O(a) ocupante do cargo de diretor(a) de
VI - Presidir a Comissão Técnica de Classificação; Unidade Prisional, escolhido preferencialmente
VII - Elaborar o plano de segurança interna do entre os servidores de carreira da Secretaria de
Estabelecimento em conjunto com o Chefe de Justiça e Cidadania, com atenção à sua vocação
Segurança e disciplina; e preparação profissional específica, deverá
VIII - Conceder audiência ao interno quando satisfazer os seguintes requisitos:
solicitada; I - ser portador(a) de diploma de nível superior em
IX - Comparecer nas sessões do Conselho Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou
Penitenciário, quando convocado; Pedagogia, ou Serviços Sociais;
X - Elaborar o plano operativo anual da Unidade e II - possuir experiência administrativa na área;
Administrar o Estabelecimento traçando diretrizes, III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão
orientando e controlando a execução das para o desempenho da função.
atividades sob sua responsabilidade; Parágrafo Único. O cargo de Diretor do Hospital
XI - Realizar mensalmente reuniões com os Geral e Sanatório Penal e do Hospital de Custódia
servidores da Unidade para estudos conjuntos de e Tratamento Psiquiátrico deverá ser ocupado por
problemas afetos à mesma; profissional da área de saúde, preferencialmente
XII - Promover mensalmente reunião com os pertencente ao quadro de servidores estáveis da
representantes dos internos, realizando o Secretaria da Justiça e Cidadania.
Parlamento Carcerário; Art. 21. A (o) Diretor(a) Adjunto, compete:
XIII - Propor ao Núcleo de Segurança e Disciplina I - Assessorar diretamente o(a) Diretor(a) da
– NUSED, vinculado à COSIPE, a mudança de Unidade Prisional no desempenho de suas
lotação dos servidores da Unidade; atribuições;
XIV - executar as determinações do Coordenador II - Substituir, em seus afastamentos, ausências e
da COSIPE; impedimentos legais, o(a) Diretor(a) da Unidade
XV - autorizar visitas extraordinárias aos presos, Prisional, independente de designação especifica,
em casos especiais, nos termos deste Regimento; salvo se por prazo superior a 30 (trinta) dias;
XVI - Autorizar remoção do preso para III - Autorizar a expedição de certidões relativas
Estabelecimento Penal diverso em caráter urgente aos assuntos da Unidade;
e excepcional, comunicando imediatamente ‘a IV - Acompanhar a execução do plano de férias
dos servidores da Unidade; XIV - organizar a prestação de contas dos
V - Exercer outras atividades que lhes sejam suprimentos de fundos destinados ao
determinadas pelo(a) Diretor(a) da Unidade. estabelecimento;
§ 1º A substituição prevista neste artigo, por XV - efetuar o controle diário das folhas e cartões
período igual ou superior a 30 (trinta) dias, de registro de comparecimento do pessoal em
propiciará ao substituto os direitos e vantagens do exercício na Unidade;
cargo de Diretor(a) da Unidade. XVI - preparar dentro dos prazos estipulados os
§ 2º O cargo de Diretor-Adjunto deverá, documentos de controle de comparecimento e de
preferencialmente, ser ocupado por servidor alterações relativos ao pessoal, encaminhandoos
estável de carreira da Secretaria de Justiça e á COSIPE.
Cidadania. Parágrafo Único. O cargo de Gerente
Art. 22. Ao Gerente Administrativo compete Administrativo deverá ser ocupado por servidor
organizar, controlar e executar as atividades de de carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania.
apoio necessárias ao bom funcionamento Art. 23. Ao Chefe de Segurança e Disciplina
operacional do Estabelecimento, inclusive a compete gerenciar o setor de Segurança e
manutenção preventiva e corretiva, competindo- Disciplina, elaborando o plano de segurança
lhe: interna do Estabelecimento, visando proteger a
I - receber, controlar e distribuir gêneros vida e a incolumidade física dos servidores de
alimentícios, os destinados ao consumo do carreira, terceirizados e presos e a garantia das
Estabelecimento; instalações físicas, bem como promover o
II - supervisionar os serviços de copa e de conjunto de medidas que assegurem o
cozinha; cumprimento da disciplina prisional e organizar,
III - requisitar o material de expediente e controlar e orientar os Agentes Penitenciários no
providenciar a redistribuição junto aos demais exercício de suas atribuições, competindo-lhe:
serviços do Estabelecimento; I - orientar os presos quanto aos seus direitos,
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade deveres e normas de conduta a serem
todos os pertences do preso, de uso não observados, quando de sua chegada à Unidade;
permitido, fornecendo a estes comprovantes de II - realizar reuniões com os presos para preleções
recebimento; instrutivas e disciplinares;
V - manter em bom estado de funcionamento as III - propor a concessão ou suspensão de
instalações elétricas, telefônicas, hidrosanitárias e recompensas aos presos;
de climatização do prédio requisitando, com IV - fazer constar no prontuário disciplinar dos
antecedência o material que for necessário para presos as ocorrências e alterações havidas com
este fim; estes;
VI - elabora o relatório anual das atividades V - controlar a movimentação de presos quando
inerentes ao serviço; das transferências para outras celas;
VII - efetuar o balancete mensal do estoque de VI - manter atualizada a relação geral dos presos,
mercadoria existente; seus locais de recolhimento noturno, de trabalho
VIII - proceder á identificação de todo o material e/ou permanência obrigatória;
permanente em uso na unidade; VII - opinar quanto aos horários de visitas, rancho,
IX - adotar as medidas de segurança contra repouso noturno, alvorada e atendimento aos
incêndio nas dependências do estabelecimento presos;
especialmente na área de prontuário e VIII - encaminhar ao Conselho disciplinar as faltas
almoxarifado; disciplinares, praticadas por presos para
X - providenciar a manutenção preventiva e conhecimento e julgamento;
corretiva de máquinas, equipamentos e móveis em IX - promover vistorias nos presos e buscas nas
uso na unidade; dependências do estabelecimento, de caráter
XI - zelar pela conservação e limpeza do prédio; preventivo ou sempre que houver fundadas
XII - controlar a manutenção de primeiro escalão, suspeitas de porte ou uso indevido de armas,
de responsabilidade dos motoristas nas viaturas aparelhos celulares ou de objetos que possam ser
da unidade; utilizados para prática de crimes ou falta
XIII - executar e controlar os serviços de disciplinares;
reprodução xerográfica ou similar de documentos, X - manter atualizados registros e alterações
publicações e impressos de interesse de Unidade; relativas aos agentes penitenciários;
XI - elaborar a escala do plantão e organizar a fazendo cumprir as normas e regulamentos do
composição das equipes; estabelecimento;
XII - zelar pelo bom funcionamento dos VIII - Elaborar relatório circunstanciado ao final de
equipamentos e implementos necessários á seu plantão, registrando todas as ocorrências
execução dos serviços de segurança interna; havidas;
XIII - promover mensalmente em caráter ordinário, Parágrafo Único. O cargo de Chefe de Equipe
reuniões com os agentes prisionais e dos Agentes Penitenciários deverá ser ocupado
extraordinariamente quando necessário; preferencialmente por agente penitenciário
XIV - propor ao diretor a lista de nomes para estável da Secretaria de Justiça e Cidadania.
escolha e designados dos chefes de equipes; Art. 25. O Conselho Disciplinar, órgão colegiado
XV - assegurar o respeito aos visitantes enquanto formado pelo Diretor Adjunto, pelo Chefe de
permanecerem nas dependências da Unidade; Segurança e Disciplina, por um Assistente Social,
XVII - manter em arquivo o registro das pessoas um Psicólogo e por um agente penitenciário de
que visitam a Unidade; notória experiência, tem por finalidade:
XVIII - comunicar, diariamente, ao diretor c/ou I - Conhecer, analisar, processar e julgar as faltas
substituto as alterações constantes no relatório de disciplinares cometidas pelos internos, aplicando a
serviço diário; sanção disciplinar adequada à falta cometida,
XIX - manter informado o diretor sobre quaisquer assegurados o contraditório e a ampla defesa, por
alterações havidas na unidade; Defensor Público ou Advogado constituído pelo
XX - colaborar nas realizações de eventos de interno.
caráter sócio cultural, esportivo e cívico do II - Conhecer os resultados de eventuais exames
estabelecimento. criminológicos e acompanhar o perfil
Parágrafo Único. O cargo de Chefe de comportamental do preso.
Segurança e Disciplina deverá ser ocupado Art. 26. O Conselho Disciplinar, que será presidido
preferencialmente por agente penitenciário pelo Diretor Adjunto e nas suas faltas ou
estável da Secretaria de Justiça e Cidadania. impedimentos, pelo Chefe de Segurança e
Art. 24. Ao Chefe de Equipe dos Agentes Disciplina, reunir-se-á tantas vezes quantas
Penitenciários compete: necessárias para deliberar sobre as tarefas a seu
I - Conferir o relatório da equipe anterior; cargo.
II - Conferir o material de segurança sob sua § 1º Em caso de empate será considerado
responsabilidade, bem como a frequência dos vencedor o voto favorável ao preso.
membros de sua equipe, distribuindo as tarefas § 2º As decisões do Conselho de Disciplina serão
relativas ao funcionamento da unidade entre os sempre coletivas e lançadas por escrito, sendo
presentes; tomadas por maioria simples, observado quorum
III - Dar encaminhamento e supervisionar a mínimo de 03 (três) membros para deliberação.
execução das determinações da Direção e do Art. 27. A Comissão Técnica de Classificação,
Chefe de segurança e disciplina; órgão colegiado, deverá ser composta pelo(a)
IV - Comunicar imediatamente qualquer ocorrência Diretor(a) do Estabelecimento, que a presidirá,
que comprometa a ordem, a segurança e a dois agentes penitenciários, com larga experiência
disciplina da unidade à Direção e ao Chefe de no penitenciarismo, um Psiquiatra, um Psicólogo,
Segurança e Disciplina, relatando, em seguida, de um Assistente Social, e tem por finalidade
forma circunstanciada, por escrito; aquilatar a personalidade do condenado, para
V - Em caso de emergência que comprometa a determinar o tratamento adequado, competindo-
integridade física do preso, autorizar transferência lhe:
de alojamento no interior da unidade, diante da I - Fixar o programa reeducativo;
ausência de seu superior hierárquico; II - Acompanhar a execução das penas privativas
VI - Em caso de emergência que comprometa a de liberdade;
integridade física do preso, autorizar a saída III - Classificar o condenado segundo seus
temporária do mesmo para atendimento médico, antecedentes e personalidade, para orientar a
mediante escolta, diante da ausência de seu individualização da execução penal;
superior hierárquico; IV - Propor as conversões e as regressões, bem
VII - Exercer a vigilância, em conjunto com os como as progressões;
agentes penitenciários de plantão, cumprindo e V - Informar, caso seja solicitado, através de
parecer técnico, o perfil criminológico do
condenado para fins de benefício; TÍTULO V
VI - Zelar pelo cumprimento dos deveres dos DO INGRESSO, TRANSFERENCIA E SAÍDA DO
presidiários e assegurar a proteção dos seus PRESO
direitos, cuja suspensão ou restrição competirá a CAPÍTULO I
Direção da Unidade ou ao Juiz das Execuções DO INGRESSO
Criminais.
Art. 28. A Comissão Técnica de Classificação, Art. 32. O ingresso do preso condenado deverá
para obtenção de dados reveladores da se dar mediante apresentação da guia de
personalidade dos presos, poderá: recolhimento, expedida pela autoridade judiciária
I - Entrevistar pessoas; competente, observando-se o disposto nos
II - Requisitar de órgãos públicos ou privados arts.105 a 107 da Lei 7210/ 84 (Lei de Execuções
dados e informações referentes ao preso; Penais).
III - Realizar outras diligências e exames. Art. 33. O ingresso do preso provisório se dará
através da apresentação dos seguintes
TÍTULO IV documentos:
DAS FASES DA EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA I - guia de recolhimento expedida pela autoridade
DA PENA policial ou judiciária competente;
II - comprovação de que o mesmo foi submetido a
Art. 29. As fases da execução administrativa da exame de corpo de delito;
pena serão realizadas através de estágios, III - comprovante de identificação do preso junto à
respeitados os requisitos legais, a estrutura física Delegacia de Capturas;
e os recursos materiais de cada unidade prisional. IV - Informação sobre os antecedentes criminais
I - Primeira Fase - procedimentos de inclusão e do preso, com cópia do auto de prisão em
observação por prazo não superior a 60 flagrante ou do mandado de prisão judicial.
(sessenta) dias, realizado pelo Centro de Triagem Parágrafo Único. Toda entrada, transferência ou
e Observação Criminológica, e complementados saída de preso de unidade deverá ser comunicada
pela Comissão Técnica de Classificação da pela Direção a todos os juízos onde o mesmo
unidade recebedora; responda a procedimento criminal.
II - Segunda Fase - desenvolvimento do processo Art. 34. Na ocasião do ingresso no Sistema
da execução da pena compreendendo as várias Penitenciário, o preso se submeterá a revista
técnicas promocionais e de evolução pessoal e de seus pertences, devendo, logo
sócioeducativas. após, ser submetido a higienização corpórea e
Parágrafo único. A Secretaria da Justiça e substituição de seu vestuário pelo uniforme
Cidadania elaborará Protocolo de Procedimentos padrão adotado.
Operacionais de Segurança Penitenciária, Art. 35. No ingresso, o preso terá aberto, em seu
abrangendo, entre outras atividades e técnicas, nome, um prontuário, devidamente numerado em
uso de algemas; recebimento de presos; padrão ordem seriada, onde serão anotados, dentre
de vistorias e de revista pessoal; manuseio de outros, seus dados de identificação e qualificação,
equipamentos de segurança; controle de acesso de forma completa, dia e hora da chegada,
de pessoas, veículos e materiais; emprego de situação de saúde física e mental, aptidão
armas letais e não-letais; uso progressivo e profissional e alcunhas.
proporcional da força, observando-se § 1º No prontuário ficarão arquivados todos os
procedimentos específicos nos estabelecimentos documentos relativos ao preso, inclusive certidão
prisionais femininos. atualizada de antecedentes criminais do juízo
Art. 30. À Comissão Técnica de Classificação, local, bem como do seu domicílio de origem;
caberá avaliar a terapêutica penal em relação ao § 2º A fotografia do preso será parte integrante do
preso sentenciado, propondo as promoções prontuário.
subsequentes. § 3º Após a abertura do prontuário, o preso
Art. 31. As perícias criminológicas, eventualmente receberá instruções a serem cumpridas, sobre as
requisitadas, deverão ser realizadas pela equipe normas do estabelecimento, sendo cientificado
técnica do Centro de Triagem e Observação dos direitos e deveres prescritos no presente
Criminológica ou pela Comissão Técnica de Regimento, e da possibilidade de acesso ao
Classificação da unidade, observando em cada mesmo sempre que desejar.
caso o que for mais adequado. § 4º Em todas as dependências e acomodações
das unidades prisionais deverão afixar-se os administração penitenciária;
direitos e deveres dos presos, permanecendo o III - a requerimento do interessado;
presente regimento acessível a todos sempre que IV - por determinação do Secretário de Justiça e
desejarem consultar. Cidadania, mediante Relatório de Inteligência
§ 5º Os analfabetos serão instruídos oralmente. Prisional
Art. 36. Os pertences trazidos com o preso cuja § 1º A Comissão de Avaliação de Transferências e
posse não for permitida serão inventariados e Gestão de Vagas – CATVA será formada por
colocados em depósito apropriado no Setor da equipe multidisciplinar e administrará o ingresso,
Gerência Administrativa da Unidade Prisional, reingresso e a transferência de presos nas
mediante contra recibo, sendo entregues unidades do sistema penitenciário estadual,
posteriormente aos seus familiares, ou a pessoa indicando a unidade para onde o interno será
por ele indicada. encaminhado, devendo ser presidida pelo
§ 1º Os objetos de valor e jóias serão recolhidos Coordenador Adjunto da COSIPE, que executará,
ao Setor de Pecúlio, bem como importâncias em privativamente, as atribuições previstas no inciso II
dinheiro serão depositadas em conta corrente do do Art.16 do Decreto nº27.385 de 02.03.2004.
pecúlio disponível, com preenchimento dos § 2º A Comissão de Avaliação de Transferências e
respectivos recibos. Gestão de Vagas - CATVA será o órgão
Art. 37. O preso será submetido a exames clínicos competente para a liberação de vagas para presos
pelo Serviço de Saúde, devendo ser examinado provisórios e condenados em presídios, casas de
por médico, que fornecerá atestado sobre as privação provisórias de liberdade, penitenciárias,
condições físicas apresentadas quando de sua Casa do Albergado, Hospital de Custódia e
chegada, e relacionará a necessidade de ingestão Manicômio Judiciário do Estado do Ceará,
de medicamentos eventualmente trazidos pelo vinculados a Comarca de Fortaleza, obedecendo
preso, sob prescrição médica, bem como de os procedimentos contidos em Portaria específica,
dieta diferenciada. observando as avaliações realizadas pelo Centro
Art. 38. Quando da impossibilidade de cumprir de Triagem e Observação Criminológica.
todas as exigências enumeradas nos dispositivos § 3º Nos estabelecimentos prisionais não
anteriores, na data da inclusão, as mesmas alcançados pelas atribuições da Comissão de
poderão ocorrer nos três dias úteis Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas -
subsequentes. CATVA, a regulamentação permanecerá
Art. 39. O preso que adentrar pela primeira vez na determinada pelo presente Regimento.
Unidade cumprirá um período inicial considerado
de adaptação e observação, nunca superior a 60 SEÇÃO I
(sessenta) dias, durante o qual será observado POR ORDEM JUDICIAL
seu comportamento no Centro de Triagem e
Observação Criminológica e posteriormente, pela Art. 43. A transferência provisória ou definitiva do
Comissão Técnica de Classificação da unidade preso de uma unidade prisional para outra, por
recebedora. ordem judicial, dar-se-á nas seguintes
Art. 40. Nos (10) dez primeiros dias do estágio de circunstâncias:
adaptação o preso não poderá receber visitas de I - por sentença de progressão ou regressão de
familiares e amigos, podendo somente receber regime;
seu advogado ou Defensor Público. II - para apresentação judicial dentro e fora da
Art. 41. Durante o período de adaptação o preso Comarca;
será classificado quanto ao grau de III - para tratamento psiquiátrico, desde que haja
periculosidade, comportamento e antecedentes. indicação médica;
IV - em qualquer circunstância, mais adequada ao
CAPÍTULO II cumprimento da sentença, em outro Estado da
DA TRANSFERÊNCIA Federação, a juízo da autoridade judiciária
competente.
Art. 42. A transferência do preso de uma unidade
prisional para outra, dar-se-á, nas seguintes
condições:
I - por ordem judicial;
II - por interesse técnico-administrativo da
SEÇÃO II anexada Certidão Carcerária contendo a data de
POR INTERESSE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO entrada do preso, o tempo de recolhimento e o
DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA seu comportamento carcerário, e encaminhará à
CATVA para deliberação.
Art. 44. O preso será transferido por interesse Art. 46. O pedido conterá:
técnico-administrativo da administração I - petição assinada pelo requerente ou termo de
penitenciária nas seguintes circunstâncias: declaração, onde justifique os motivos da
I - por solicitação do diretor da unidade, conforme pretensão;
indicação da Comissão Técnica de Classificação e II - qualificação e extrato da situação processual
demais áreas de avaliação; do sentenciado;
II - no caso de doença, que exija tratamento III - informações detalhadas das condições de
hospitalar do preso, quando a unidade prisional saúde, trabalho, instrução e conduta prisional;
não dispuser de infra-estrutura adequada, IV- manifestação do diretor da unidade prisional,
devendo a solicitação ser feita pela autoridade sobre a conveniência ou não da transferência.
médica, ratificada pelo diretor da unidade; Art. 47. Quando ocorrer transferência temporária
III - por interesse da Administração, com vistas a de presos entre as unidades prisionais, deverá
preservação da segurança e disciplina. haver acompanhamento de informações
IV - para preservação da segurança pessoal do referentes à disciplina, saúde, execução da pena e
interno; visitas dos mesmos, a fim de orientar
V - a preservação de condições pessoais procedimento na unidade de destino.
favoráveis à individualização da execução penal; § 1º No caso de remoção definitiva, além das
VI - a preservação de laços afetivos entre o providências do caput deste artigo, o preso deverá
condenado e seus parentes; ser acompanhado de seu prontuário e pertences
VII - para o exercício de atividades educacionais pessoais.
e/ou laborativas.
§ 1º Compete à Coordenadoria do Sistema Penal, SEÇÃO IV
nas unidades não alcançados pelas atribuições da POR DETERMINAÇÃO DO SECRETÁRIO DE
Comissão de Avaliação de Transferências e JUSTIÇA E CIDADANIA, MEDIANTE
Gestão de Vagas, em caráter excepcional, e RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA PRISIONAL
devidamente justificada, determinar a
transferência do preso, de uma a outra unidade Art. 48. A - Emergencialmente, a transferência se
prisional. dará por determinação do Secretário de Justiça e
§ 2º A transferência de preso condenado ou Cidadania, através da COINT ou COSIPE.
provisório será, no prazo improrrogável de 24 Parágrafo único. No prazo de 72 (setenta e duas)
(vinte e quatro) horas, comunicada, horas haverá formalização da transferência
respectivamente, ao juízo das execuções penais emergencial à Comissão de Avaliação de
ou ao juízo responsável pelo processo. Transferências e Gestão de Vagas - CATVA, em
relação aos estabelecimentos prisionais
SEÇÃO III submetidos à sua atuação.
A REQUERIMENTO DO INTERESSADO
CAPÍTULO III
Art. 45. Fora das hipóteses que dependam de DA SAÍDA
decisão judicial, o preso, seus familiares ou seu
procurador poderão requerer sua transferência, ao Art. 49. A saída do preso da Unidade Prisional
diretor do estabelecimento respectivo, para dar-se-á, nos seguintes casos:
unidade prisional do mesmo regime quando: I - pelo término do cumprimento da pena,
I - conveniente, por ser na região de residência devidamente reconhecido por sentença do Juízo
ou domicílio da família, devidamente comprovado; das Execuções Criminais e Corregedor dos
II - necessária a adoção de Medida Preventiva de Presídios;
Segurança Pessoal, e a unidade prisional não II - em virtude de algum beneficio legal que lhe
dispuser de recurso para administrá-la. tenha sido concedido, sempre por ordem escrita
Parágrafo único. O diretor do estabelecimento da Autoridade Judiciária competente.
ouvirá a manifestação da Chefia de Segurança e III - para atendimento de requisições
Disciplina e do Serviço Social, devendo ser administrativas ou policiais, mediante escolta e
autorização escrita do Juiz das Execuções ou dependentes, profissionais médicos e
Criminais e Corregedor dos Presídios; odontológicos de confiança pessoal, a fim de
IV - para atendimento de requisições judiciais, orientar e acompanhar o tratamento que se faça
mediante escolta; necessário, observadas as normas legais e
V - em caráter excepcional, mediante autorização regulamentares vigentes;
da Direção do Estabelecimento Prisional, nos V - frequência às atividades desportivas, de lazer
casos e na forma estabelecidos nos artigos 120 e e culturais condicionadas à programação da
121 da Lei de Execuções Penais. Unidade, dentro das condições de segurança e
Parágrafo único. Nas saídas previstas nos disciplina, obedecendo-se os a seguinte regra: a)
incisos I e II, será disponibilizado ao preso: a prática de esportes deverá ser realizada em
I. a entrevista de desligamento realizada local adequado, pelo período de 02:00 horas, pelo
preferencialmente por psicólogo ou assistente menos uma vez por semana, sem prejuízo das
social, quando receberá aconselhamento e atividades educacionais e laborativas da Unidade;
orientação, além do encaminhamento para a VI - contato com o mundo exterior e acesso aos
Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do meios de comunicação social, por meio de:
Egresso – CISPE, rede sócio-assistencial, de a) correspondência escrita com familiares e outras
saúde e de educação; pessoas, podendo ser suspenso ou restringido tal
II. orientação, preferencialmente pelo Defensor direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no
Público lotado na unidade, sobre as condições caso de cometimento de falta grave;
jurídicas às quais ficará submetido; b) leitura de livros, jornais, revistas e demais
III. vestimentas e condições de transporte para o periódicos, desde que não contenham incitamento
retorno à sua residência de forma digna, desde à subversão da ordem ou preconceito de religião,
que localizada no Estado do Ceará ou, em raça ou classe social e não comprometam a moral
situações excepcionais, a critério da Secretaria da e os bons costumes;
Justiça e Cidadania. c) programação da Rádio Livre;
d) acesso coletivo a programa de televisão;
TÍTULO VI e) acesso a sessões cinematográficas, teatrais,
DOS DIREITOS, DOS DEVERES, DOS BENS, artísticas e socioculturais, de acordo com a
REGALIAS E RECOMPENSAS programação da Unidade respectiva.
CAPÍTULO I VII - acomodação em celas ou alojamentos
DOS DIREITOS coletivos ou individuais, dentro das exigências
legais, havendo trocas de roupas de uso pessoal,
Art. 50. São direitos comuns aos presos, além de cama, banho e material de higiene, fornecidos
dos já previstos pela Constituição Federal, Pactos pela Unidade Prisional ou outros setores
Internacionais, Legislação Penal e Processual devidamente autorizados;
Brasileira, Lei de Execuções Penais e demais VIII - solicitar à Diretoria mudança de cela ou
Leis, os seguintes: pavilhão, que poderá ser autorizada após
I - preservação da individualidade, observando-se: avaliação dos motivos e da capacidade estrutural
a) chamamento nominal; da Unidade;
b) uso de número somente para qualificação em IX - peticionar à Direção do Estabelecimento e
documento da administração penal. demais autoridades;
II - atendimento pela Diretoria do Estabelecimento X - receber visitas do cônjuge, da companheira, de
e/ou demais funcionários; parentes e amigos em dias determinados,
III - prática religiosa; podendo ser suspenso ou restringido tal direito por
IV- tratamento médico-hospitalar, psiquiátrico, ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de
psicológico e odontológico gratuito, com os cometimento de falta grave;
recursos humanos e materiais postos a sua XI - proteção contra qualquer forma de
disposição pela Unidade onde se acha recolhido, sensacionalismo;
sendo-lhes garantidos: XII - receber atestado anual de pena a cumprir;
a) obtenção de assistência médica pela rede XIII - assistência jurídica integral desde sua
Municipal, Estadual e Federal, quando esgotados inserção no Sistema Penitenciário, prestada por
ou inexistentes os recursos institucionais, de advogado constituído ou pela Defensoria Pública;
acordo com a disponibilidade dessas redes; XIV - entrevista reservada com seu advogado
b) a faculdade de contratar, através de familiares constituído ou Defensor Público, no parlatório,
individualmente, nos dias úteis e no horário de III - informar-se das normas a serem observadas
expediente da Unidade. na Unidade Prisional, respeitando-as;
XV - à presa, em caso de gravidez, são IV - acatar as determinações legais solicitadas por
asseguradas: qualquer funcionário no desempenho de suas
a) assistência pré-natal; funções;
b) alimentação apropriada desde a confirmação da V - manter comportamento adequado em todo o
gravidez até o fim da amamentação; decurso da execução da pena, progressiva ou
c) internação, com direito a parto em hospital não;
adequado, por meio de escolta; VI - submeter-se à sanção disciplinar imposta;
d) condições para que possa permanecer com seu VII - Conduta oposta aos movimentos individuais e
filho pelo período mínimo de 120 dias após o coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou a
nascimento, prorrogável por igual período, em disciplina;
local adequado, mesmo que haja restrição de VIII - zelar pelos bens patrimoniais e materiais que
amamentação; lhe forem destinados, direta ou indiretamente;
e) condições para que possa permanecer com seu IX - ressarcir o Estado e terceiros pelos danos
filho pelo período mínimo de 180 dias após o materiais a que der causa, de forma culposa ou
nascimento, prorrogável por igual período, após dolosa;
avaliação médica e de assistente social, em local X - zelar pelo asseio pessoal e assepsia da cela,
adequado, quando estiver amamentando; alojamento, corredores e sanitários;
XVI - reabilitação das faltas disciplinares; XI - submeter-se às normas contidas neste
XVII - Em caso de falecimento, doenças, acidentes Regimento Geral, referentes às visitas, orientando-
graves ou transferência do preso para outro as nesse sentido;
estabelecimento, o Diretor comunicará XII - submeter-se às normas, contidas neste
imediatamente ao cônjuge ou, se for o caso, a Regimento Geral, que disciplinam a concessão de
parente próximo ou a pessoa previamente saídas externas previstas em lei:
indicada; XIII - submeter-se às normas contidas neste
XVIII - O preso será informado, imediatamente, do Regimento Geral, que disciplinam o atendimento
falecimento ou de doença grave do cônjuge, nas áreas de:
companheira, ascendente, descendente ou irmão, a) saúde;
podendo ser permitida a visita a estes, sob b) assistência jurídica;
custódia; c) psicológica;
XIX - Em caso de deslocamento do preso, por d) serviço social;
qualquer motivo, deve-se evitar sua exposição ao e) diretoria;
público, assim como resguardá-lo de insultos e da f) serviços administrativos em geral;
curiosidade geral. g) atividades escolares, desportivas, religiosas, de
XX - igualdade de tratamento, exceto quanto à trabalho e de lazer;
individualização da pena. h) assistência religiosa;
§ 1º Os direitos previstos neste Regimento não XIV - devolver ao setor competente, quando de
excluem outros decorrentes dos princípios por ele sua saída ou da eventual transferência, os objetos
adotados. fornecidos pela unidade e destinados ao uso
§ 2º Nos casos de prisão de natureza civil, o preso próprio;
deverá permanecer em recinto separado dos XV - abster-se de desviar, para uso próprio ou de
demais, aplicando-se, no que couber, as normas terceiros, materiais dos diversos setores da
destinadas aos presos provisórios. Unidade Prisional;
XVI - abster-se de negociar objetos de sua
CAPÍTULO II propriedade, de terceiros ou do patrimônio do
DOS DEVERES DOS PRESOS Estado;
XVII - abster-se da confecção e posse indevida de
Art. 51. São deveres dos presos, além dos instrumentos capazes de ofender a integridade
previstos na legislação pátria: física de outrem, bem como daqueles que possam
I - respeito às autoridades constituídas, contribuir para ameaçar, ou obstruir a segurança
funcionários e companheiros presos; das pessoas e da Unidade Prisional;
II - comportamento disciplinado e cumprimento fiel XVIII - abster-se de uso e consumo de bebida
da sentença; alcoólica ou de substância que possa causar
embriaguez ou dependência física, psíquica ou II - Em se tratando de bens de consumo e
química; patrimoniais trazidos por presos acompanhados
XIX - abster-se de transitar ou permanecer em ou não de funcionário, quando das saídas
locais não autorizados pela Direção da Unidade. externas autorizadas, serão analisados. No caso
XX - abster-se de dificultar ou impedir a vigilância; de não se comprovar a origem será lavrado
XXI - abster-se de quaisquer práticas que possam comunicado do evento, sem prejuízo de outras
causar transtornos aos demais presos, bem como medidas cabíveis;
prejudicar o controle de segurança, a organização III - Quando do ingresso de bens e valores através
e a disciplina; de familiares e afins, serão depositados no setor
XXII - acatar a ordem de contagem da população competente, mediante inventário e contrarecibo:
carcerária, respondendo ao sinal convencionado a) o saldo em dinheiro e os bens existentes serão
da autoridade competente para o controle da devolvidos no momento em que o preso seja
segurança e disciplina; libertado;
XXIII - abster-se de utilizar quaisquer objetos, para b) no caso de transferência do preso, os valores e
fins de decoração ou proteção de vigias, portas, bens serão encaminhados à unidade de destino.
janelas e paredes, que possam prejudicar o Art. 53. Em caso de falecimento do preso, os
controle da vigilância; valores e bens a este pertencentes, devidamente
XXIV - abster-se de utilizar sua cela como cozinha; inventariados, serão entregues aos familiares,
XXV - submeter-se à requisição das autoridades atendidas as disposições legais pertinentes.
judiciais, policiais e administrativas;
XXVI - submeter-se à requisição dos profissionais CAPÍTULO IV
de qualquer área técnica para exames ou DAS RECOMPENSAS E REGALIAS
entrevistas; SEÇÃO I
XXVII - submeter-se às condições estabelecidas DAS RECOMPENSAS
para uso de aparelho de rádio e/ou aparelho de
TV; Art. 54. As recompensas têm em vista o bom
XXVIII - submeter-se às condições de uso da comportamento reconhecido em favor do preso
biblioteca do estabelecimento, caso haja, e de sentenciado ou do preso provisório, de sua
livros de sua propriedade; colaboração com a disciplina e de sua dedicação
XXIX - submeter-se às condições estabelecidas ao trabalho.
para as práticas desportivas e de lazer; Art. 55.São recompensas:
XXX - submeter-se às condições impostas para I - o elogio;
quaisquer modalidades de transferências e II - a concessão de regalias.
remoção de ordem judicial, técnico-administrativa Art. 56. Será considerado para efeito de elogio a
e a seu requerimento; prática de ato de excepcional relevância
XXXI - submeter-se aos controles de segurança humanitária ou do interesse do bem comum, por
impostos pelos Agentes Penitenciários ou outros portaria do diretor da unidade prisional, devendo
agentes públicos incumbidos de efetuar a escolta constar do prontuário do condenado.
externa.
SEÇÃO II
CAPÍTULO III DAS REGALIAS
DOS BENS E VALORES PESSOAIS
Art. 57. Constituem regalias, concedidas aos
Art. 52. A entrada de bens de qualquer natureza presos em geral, dentro da Unidade Prisional:
obedecerá aos seguintes critérios: I - visitas íntimas;
I - em se tratando daqueles permitidos, os II - assistir coletivamente sessões de cinema,
mesmos deverão ser revistados e devidamente teatro, shows e outras atividades sócio-culturais,
registrados em documento específico: fora do horário normal em épocas especiais;
a) a entrada de bens perecíveis, em espécie e III - assistir coletivamente sessões de jogos
manufaturados, terá sua quantidade devidamente esportivos em épocas especiais, fora do horário
regulada; normal;
b) os bens não perecíveis serão analisados pela IV - participar de atividades coletivas, além da
unidade prisional quanto à sua necessidade, escola e trabalho, em horário pré-estabelecido de
conveniência e quantidade; acordo com a Unidade do Sistema e Direção;
V - participar em exposições de trabalho, pintura e IV - suspensão ou restrição de direitos,
outros, que digam respeito às suas atividades; observadas as condições previstas no incisos XIII
VI - visitas extraordinárias devidamente e XIV do artigo 50 do presente regimento;
autorizadas pela direção se comprovada sua V - isolamento em local adequado;
necessidade e relevância VI - inclusão no regime disciplinar diferenciado,
Art.58. Poderão ser acrescidas outras regalias de mediante decisão fundamentada do juízo
forma progressiva, acompanhando as diversas competente.
fases e regimes de cumprimento da pena; § 1º Advertência verbal é a punição de caráter
Art.59. O preso no regime semi-aberto poderá ter educativo, aplicado às infrações de natureza
outras regalias, a critério da direção da unidade leve, e se couber as de natureza média;
visando sua reintegração social; § 2º Repreensão é a sanção disciplinar na forma
Art.60. As regalias poderão ser suspensas ou escrita, revestida de maior rigor no aspecto
restringidas, por cometimento de falta disciplinar educativo, aplicável em casos de infração de
de qualquer natureza ou por ato motivado da natureza média, bem como os reincidentes de
direção da Unidade Prisional. natureza leve.
Art. 66. Às faltas leves e médias, poderão ser
TÍTULO VII aplicadas as sanções previstas nos incisos I, II, III
DA DISCIPLINA E DAS FALTAS do artigo anterior.
DISCIPLINARES Art. 67. Às faltas graves, aplicam-se as sanções
Capítulo I previstas nos incisos IV e V do artigo 65 deste
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Regimento Geral, não podendo qualquer delas
exceder a 30 (trinta) dias.
Art. 61. No aspecto administrativo-disciplinar, este § 1º O isolamento será sempre comunicado ao
Regimento aplica-se aos presos de ambos os Juízo da Execução.
sexos recolhidos na mesma ou em Unidades § 2º A autoridade administrativa poderá decretar o
Prisionais diversas. isolamento preventivo do faltoso pelo prazo
Art. 62. Todos os presos da Unidade Prisional máximo de 10 (dez) dias, no interesse da
serão cientificados das normas disciplinares, no disciplina e da averiguação do fato.
momento de seu ingresso na mesma. § 3º O tempo de isolamento preventivo será
Art. 63. As normas deste Regimento serão computado no período de cumprimento da sanção
aplicadas aos presos, quer dentro do disciplinar.
estabelecimento prisional e sua extensão, quer Art. 68. Aplica-se o Regime Disciplinar
quando estiverem em trânsito ou em execução de Diferenciado, na hipótese de falta grave
serviço externo. consistente na prática de crime doloso que
ocasione subversão da ordem ou disciplina
CAPÍTULO II interna, e tem as seguintes características:
DA DISCIPLINA I - duração máxima de trezentos e sessenta dias,
sem prejuízo de repetição da sanção por nova
Art. 64. A ordem e a disciplina serão mantidas falta grave de mesma espécie, até o limite de um
com firmeza, sem constrangimento, sem impor sexto da pena aplicada;
maiores restrições que as necessárias para II - recolhimento em cela individual;
manter a segurança e a boa organização da vida III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar
em comum, visando o retorno satisfatório do preso os filhos menores de quatorze anos, com duração
a sociedade. de duas horas;
Parágrafo único. A disciplina, a hierarquia, a IV - o preso terá direito à saída da cela por duas
fraternidade e a civilidade são requisitos horas diárias para banho de sol.
importantes para o aprimoramento físico, mental e § 1º O regime disciplinar diferenciado também
espiritual na busca da construção de um futuro poderá abrigar presos provisórios ou condenados
melhor para o preso. que apresentem alto risco para a ordem e a
Art. 65. Os atos de indisciplina serão passíveis segurança do Presídio ou da sociedade.
das seguintes penalidades: § 2º Estará igualmente sujeito ao regime
I - advertência verbal; disciplinar diferenciado o preso provisório ou
II - repreensão; condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas
III - suspensão ou restrição de regalias; de envolvimento ou participação, a qualquer título,
em organizações criminosas, quadrilha ou bando. outro preso;
§ 3º A inclusão de preso no regime disciplinar XII - usar material de serviço para finalidade
diferenciado deverá ser requerida, apos diversa da qual foi prevista;
deliberação da comissão disciplinar, por meio de XIII - deixar de freqüentar, sem justificativa, as
parecer circunstanciado, pelo Diretor da Unidade aulas do curso em que esteja matrículado;
ao Juízo competente, sendo imprescindível a XIV - sujar pisos, paredes ou danificar objetos que
decisão fundamentada da autoridade judiciária devam ser conservados;
para a imposição de tal sanção. XV - portar ou manter na cela ou alojamento,
Art. 69. A suspensão e restrição de regalias material de jogos não permitidos;
poderão ser aplicadas isoladas ou XVI - remeter correspondência, sem registro
cumulativamente, na prática de faltas de qualquer regular pelo setor competente;
natureza. XVII - desobedecer aos horários regulamentares;
Art. 70. Pune-se a tentativa com a sanção XVIII - descumprir as prescrições médicas;
correspondente à falta consumada. XIX - lavar ou secar roupa em locais não
permitidos;
CAPÍTULO III XX - fazer refeições em local e horário não
DAS FALTAS DISCIPLINARES permitidos;
XXI - conversar através de janelas, guichê da cela
Art. 71. As faltas disciplinares segundo sua ou de setor de trabalho ou em local não
natureza classificam se em: apropriado;
I - leves; XXII - mostrar displicência no cumprimento do
II - médias; sinal convencional de recolhimento ou formação;
III - graves. XXIII - fumar em local ou horário não permitido.
Parágrafo único. O disposto neste capítulo XXIV - proferir palavras de baixo calão ou faltar
aplica-se, no que couber, ao preso provisório. com preceitos de educação;
XXV - dirigir-se, referir-se ou responder a qualquer
SEÇÃO I pessoa de modo desrespeitoso;
DAS FALTAS DISCIPLINARES DE NATUREZA XXVI - tocar instrumentos musicais fora dos locais
LEVE e horários permitidos pela autoridade competente
Art. 109. Aos presos é assegurada assistência Art. 112. A assistência educacional compreenderá
jurídica integral desde sua inserção no Sistema a instrução escolar, englobando o ensino
Prisional, prestada por advogado constituído ou fundamental e médio, bem como a formação
pela Defensoria Pública Estadual; profissional do preso.
Parágrafo único. Em todos os estabelecimentos Parágrafo Único. A Sejus poderá firmar termo de
penais, haverá local apropriado destinado ao cooperação com entidade pública ou particular
atendimento pelo Defensor Público. para a promoção de educação superior aos
Art. 110. Aos presos que declarem não possuir internos.
advogado constituído, será prestada assistência Art. 113. Quando do ingresso a Unidade Prisional,
jurídica por meio de Defensor Público do Estado, será feita a pesquisa referente à formação escolar,
lotado na unidade respectiva, em Núcleo na fase de triagem.
Especializado da Defensoria Pública ou no Juízo Art. 114. O ensino fundamental e médio será
das Execuções Criminais sob cuja jurisdição esta obrigatório, integrando-se no sistema escolar
se encontre. público, a ser ministrado pela Secretaria de
Art. 111. Ao Defensor Público responsável pela Educação do Estado.
Unidade respectiva, compete: Parágrafo Único. Somente serão dispensados
I - manter o preso informado de sua situação do ensino fundamental, os presos que
jurídico penal; preencherem os seguintes requisitos:
II - requerer e acompanhar os benefícios penais I - apresentação do Certificado de Conclusão de
incidentes na execução, aos quais seu assistido ensino fundamental, médio ou superior;
fizer jus; II - incapacidade devidamente comprovada e
III - manter contato com o Juízo das Execuções, atestada por responsável.
Tribunais, Conselho Penitenciário e Direção do Art. 115. As atividades educacionais podem ser
Estabelecimento, no sentido de velar pela situação objeto de ação integrada e conveniada com outras
do preso; entidades públicas, mistas e particulares, que se
IV - providenciar o recebimento de qualquer disponham a instalar escolas, oficinas
benefício extrapenal a que o preso tiver direito; profissionalizantes na Unidade Prisional com
aprovação do Projeto pela Coordenadoria do entidades públicas ou privadas nas tarefas de
Sistema Penal. atendimento social.
Art. 116. O ensino educacional será feito por Art. 122. Incumbe ao serviço de Assistência
profissionais da educação utilizando serviço de Social, entre outras atribuições:
monitores aptos e treinados, com materiais I - Fornecer o diagnóstico Social do interno;
oferecidos pelo Poder Público. II - Prestar Assistência Social ao interno e à sua
Art. 117. Os presos que tiverem frequência e família;
aprovação de acordo com as normas III - Prestar assistência ao interno em caso de
estabelecidas pelo art.126 e §§da Lei de hospitalização ou transferência da Unidade por
Execução Penal, terão direito à remição de pena, motivo de saúde;
após análise e avaliação pelo juízo da execução IV - Entrar em contato com a família do interno
penal competente. para realização de entrevistas ou para
Art. 118. O ensino profissionalizante poderá ser esclarecimento;
ministrado em nível de iniciação ou de V - Promover, quando necessário, o registro civil
aperfeiçoamento técnico, atendendo-se as do interno e de seus filhos, expedição de
características da população urbana e rural, documento de identidade e carteira profissional;
segundo aptidões individuais e demanda do VI - Proceder aos encaminhamentos à rede de
mercado. assistência social, de saúde e educação
Art. 119. A Unidade prisional disporá de uma VII - Integrar a equipe de Saúde nos termos do
biblioteca para uso geral dos presos, que será Plano Estadual de Saúde no Sistema
provida de livros instrutivos, recreativos e Penitenciário;
didáticos, jornais, revistas e outros periódicos e o VIII - Facilitar o acesso da comunicação entre
acesso ao preso dar-se-á: preso, instituição e família;
I - para uso na própria biblioteca; e IX - Fomentar debates e ações que reafirmem a
II - para uso na própria cela, mediante autorização real função social da pena entre os servidores do
da direção da unidade. sistema penal;
§ 1º A Sejus deverá desenvolver juntamente com X - Buscar junto às redes sociais de apoio,
a Secretaria de Educação do Estado projeto de benefícios que possam resgatar a cidadania dos
remição de pena pela leitura, como forma de presos e presas, egressos e familiares;
estimular e valorizar a participação dos internos XI - Integrar a Comissão Técnica de Classificação;
em atividades educacionais e culturais, XII - Realizar outras atividades dentro de sua área
colaborando para a sua reinserção social. de competência.
Art. 120. Os livros deverão ser cadastrados,
utilizando-se fichas para consultas no local e nas SEÇÃO VI
retiradas para leitura em cela. DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
§ 1º Qualquer dano ou desvio deverá ser
ressarcido pelo seu causador e devidamente Art. 123. A assistência religiosa, respeitada a
punido na forma deste Regimento Geral. liberdade constitucional de culto, a legislação
§ 2º Durante o cumprimento de sanção disciplinar, vigente e com as cautelas cabíveis, será prestada
poderão ser retirados os livros pertencentes à ao preso, sendo-lhe assegurada a participação
biblioteca, que se encontrarem na posse do nos eventos organizados na Unidade, bem como a
infrator. posse de livros de instrução religiosa.
§ 3º Quando das saídas sob quaisquer Parágrafo Único. À pessoa presa será
modalidades, o preso deverá devolver os livros assegurado o direito à expressão de sua
sob seu poder. consciência, filosofia ou prática de sua religião de
forma individual ou coletiva, devendo ser
SEÇÃO V respeitada a sua vontade de participação, ou
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL abstenção de participação de atividades de cunho
religioso.
Art. 121. A assistência social tem por finalidade o Art. 124. É assegurado a todas as religiões
amparo ao preso e à sua família, visando prepará- professadas no interior da Unidade Prisional,
lo para o retorno à liberdade, e será exercida por através de seus diversos representantes, direito a
profissional habilitado. realização de cultos em dia e hora pré-
Parágrafo único. É facultado o auxílio de determinados pela Direção, desde que não
coloquem em risco a vida e a integridade dos SEÇÃO VII
participantes, vedado o proselitismo religioso e DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA
qualquer forma de discriminação ou
estigmatização. Art. 128. A assistência psicológica será prestada
§ 1º Caso o estabelecimento prisional não tenha por profissionais habilitados, por intermédio de
local adequado para a prática religiosa, as programas envolvendo o reeducando, a Instituição
atividades deverão se realizar no pátio, nas e familiares, nos processos de ressocialização e
galerias ou nas celas, em horários específicos. reintegração social.
§ 2º Para atuar no estabelecimento prisional o § 1º Incumbe ao serviço de Assistência
líder ou grupo religioso fará pedido ao Diretor, Psicológica, entre outras atribuições:
por escrito, e deverá ser cadastrado na I - realizar atendimentos iniciais por meio da
Coordenadoria do Sistema Penal, que entrevista de anamnese;
normatizará o procedimento de cadastro e II - realizar, periodicamente, acolhimento de
fornecerá a respectiva carteira de acesso, válida internos recém chegados, em caráter
em todas as unidades prisionais, condicionada a interdisciplinar;
prévio agendamento e respeitando as normas de III - identificar demandas de acompanhamento
segurança prisional. psicológico;
Art. 125. Nenhum religioso poderá iniciar seu IV - acompanhar internos em condições de crises
trabalho sem antes ser advertido e instruído dos depressivas e outros transtornos mentais;
problemas prisionais e devidamente cientificado V - contribuir com as ações de promoção da saúde
de que deverá desenvolvê-lo em harmonia com as mental, notadamente com a assistência aos
normas do estabelecimento. dependentes químicos, participando para a
§ 1º A suspensão do ingresso de representantes proposição e a execução de atividades voltadas à
religiosos só poderá acontecer por determinação redução de danos e agravos à saúde.
da Direção do estabelecimento ou outra VI - desenvolver atividades de grupos focais,
autoridade superior, por motivos justificados e trabalhando temas pertinentes ao contexto
registrada por escrito, dando-se ciência aos prisional, com viés multidisciplinar;
interessados com antecedência razoável. VII - proceder aos encaminhamentos à rede de
§ 2º Após procedida a suspensão do ingresso de assistência social, de saúde e educação;
representantes religiosos, a decisão sobre a VIII - participar da articulação de parcerias para a
extensão a outras unidades prisionais ficará a realização de atividades de promoção da saúde
critério da Coordenadoria do Sistema Penal. mental, prevenção da dependência química,
Art. 126. Na realização de eventos internos orientação e assistência aos familiares de presos
dever-se-á dar preferência às atividades e egressos.
ecumênicas. IX - destinar, nas unidades femininas, atenção
Parágrafo único. Além dos cultos coletivos, a especial às internas gestantes, em estado
assistência religiosa poderá ser oferecida puerperal e às crianças da creche, principalmente
individualmente a quem a solicitar, em horário e no período de separação entre mãe e filho, assim
local previamente agendados e autorizados pela como contribuir para o fortalecimento dos vínculos
Direção do estabelecimento, sendo garantida a da família que irá abrigar a criança
privacidade durante o atendimento religioso § 2º Os exames criminológicos e demais perícias
pessoal, sem prejuízo da observância das normas técnicas não poderão ser realizados pelos
de segurança prisional. psicólogos que realizam a assistência aos presos.
Art. 127. De modo algum serão permitidos cultos
ou atividades religiosas que possam causar TÍTULO X
transtornos aos demais internos e servidores DO CONTATO EXTERNO
penitenciários, ou que venham perturbar as Capítulo I
manifestações religiosas de outras denominações. DA CORRESPONDÊNCIA ESCRITA
Parágrafo único. A assistência religiosa não será
instrumentalizada para fins de disciplina, Art. 129. A correspondência escrita entre o preso,
correcionais ou para estabelecer qualquer tipo de seus familiares e afins será feita pelas vias
regalia, benefício ou privilégio, e será garantida regulamentares.
mesmo à pessoa presa submetida a sanção Art. 130.É livre a correspondência, condicionada
disciplinar. a sua expedição e recepção, às normas de
segurança e disciplina da unidade prisional. de fone de ouvido.
Art. 131. Os materiais recebidos por via postal § 6º A Administração não se responsabilizará pelo
deverão ser vistoriados em local apropriado, na mau uso, extravio ou desaparecimento do
presença do preso, observadas as normas de aparelho, nem por danos causados pelo usuário
segurança e disciplina da unidade prisional. ou por outro preso.
Parágrafo Único. Ao Diretor Adjunto da Unidade § 7º Caso haja necessidade de conserto do
caberá a vistoria mencionada neste artigo. aparelho, o mesmo será feito com recurso próprio
do preso ou de seus visitantes.
CAPÍTULO II § 8º É proibida qualquer espécie de conserto de
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO aparelho de rádio nas dependências internas do
estabelecimento, salvo em local determinado e
Art. 132. O preso terá acesso à leitura de jornais, com a devida autorização.
revistas, periódicos e outros meios de Art. 135.O acesso à televisão pelo preso, qualquer
comunicação adquiridos às expensas próprias ou que seja o regime de cumprimento de pena,
por visitas, desde que submetidos previamente a ocorrerá sob duas modalidades:
apreciação da direção da unidade prisional, que I - 01 (um) aparelho coletivo de propriedade da
avaliará a sua contribuição ao processo unidade prisional;
educacional e ressocializador, bem como a não II - 01 (um) aparelho de uso particular em cada
infringência às normas de segurança. cela ou alojamento, mediante prévia autorização
Art. 133. A Rádio Livre, radiadora com estúdio na por escrito da direção da unidade, comprovada a
Sejus e transmissão para todas as unidades propriedade do mesmo por documento idôneo.
prisionais por meio de equipamentos técnicos de Art. 136. O aparelho de uso coletivo deverá ser
caixas de som, será responsável pela transmissão franqueado aos presos, através de programação
de programação voltada para os internos, de institucional previamente divulgada, nos seguintes
cunho cultural, educacional, informativo, esportivo, locais:
social, religioso e de entretenimento, operada por I - em sala de aula, para fins didáticos e sócio-
profissional de comunicação, promovendo, ainda, culturais;
a interação entre os internos e seus familiares, II - em ambientes coletivos, em horários
bem como aproximando a comunidade carcerária estabelecidos formalmente, sem prejuízo das
e a administração penitenciária. atividades de trabalho, escola, esportes e outras
Art. 134. O uso do aparelho de rádio difusão prioridades.
poderá ser permitido, mediante autorização por Parágrafo único. O controle do aparelho e da
escrito expedida pela Direção da Unidade programação compete à área de segurança e
Prisional, observadas as peculiaridades de cada disciplina.
estabelecimento e comprovada a propriedade do Art. 137. Não se permitirá mais de um aparelho de
mesmo por documento idôneo, nos locais onde televisão em cada cela, independente da
não houver transmissão da rádio livre. quantidade de presos.
§ 1º É permitido ao interessado adquirir seu Art. 138. O uso dos meios de comunicação
aparelho, com recursos de pecúlio ou de seus permitidos por este Regimento Geral poderá ser
visitantes. suspenso ou restringido por ato devidamente
§ 2º O aparelho deverá ser de porte pequeno, a motivado, ficando seu restabelecimento a critério
critério da unidade prisional, que deverá atentar da direção da unidade.
para a facilitação de sua revista.
§ 3º O aparelho de rádio será registrado em livro CAPÍTULO III
próprio, a cargo da Direção da Unidade, devendo DAS VISITAS
constar desse registro todos os dados que
possibilitem sua perfeita identificação e controle. Art. 139. As visitas ao preso se classificam sob
§ 4º O aparelho de rádio não identificado será duas categorias: as comuns e as conjugais
apreendido pelos agentes da área de segurança e (chamadas visitas íntimas).
disciplina, que procederá às averiguações de sua
origem, sem prejuízo da sanção disciplinar. SEÇÃO I
§ 5º O portador do rádio deverá utilizá-lo em sua DAS VISITAS COMUNS
própria cela em volume compatível com a
tranquilidade dos demais presos, permitido o uso Art.140. Os (as) presos (as) poderão receber
visitas de cônjuges, companheiras (os) ou decotadas e transparentes;
parentes, em dias determinados, desde que Art. 144. Cartas, bilhetes ou qualquer outro meio
registrado no rol de visitas do Estabelecimento de comunicação escrita, deverão ser entregues
Prisional e devidamente autorizadas pela direção, aos plantonistas da revista ou ao chefe de equipe
e se darão na forma especificada na Portaria que fará o encaminhamento ao preso.
Nº692/2013 da Sejus, ou outra portaria que venha Art. 145. As visitas comuns deverão ocorrer
a substituí-la, expedida pelo mesmo órgão. preferencialmente, as quartas-feiras e/ou
Parágrafo único. O cadastramento no rol de domingos das 08:00 horas às 16:00 horas,
visitas será lavrado no prazo de até 10 (dez) dias encerrandose o acesso ao interior da Unidade
da apresentação dos documentos elencados na Prisional às 14:00 horas, em período não superior
referida portaria, devendo as hipóteses de a 08 (oito) horas, não devendo coincidir com o dia
indeferimento serem devidamente motivadas. destinado às visitas íntimas.
Art. 141. As visitas serão limitadas ao número de § 1º A critério da Coordenação do Sistema Penal
02 (dois) visitantes por dia de visita, a fim de ou da Direção da Unidade Prisional, poderá ser
proporcionar adequadas condições de revista, suspensa ou reduzida a visita em caso de risco
preservando as condições de segurança na iminente à segurança e disciplina.
Unidade Prisional. Quanto à visitação de filhos e § 2º Em caso excepcional, a administração poderá
netos menores de idade, no dia destinado a essas autorizar visita extraordinária, devendo fixar o
visitas, não há limite de quantidade. tempo de sua duração.
§ 1º Os cadastros de visita deverão ser § 3º O preso recolhido ao pavilhão hospitalar ou
preferencialmente biométricos, sendo renovados a enfermaria e impossibilitado de se locomover, ou
cada 02 (dois) anos e acompanharão o preso em em tratamento psiquiátrico, poderá receber visita
caso de mudança de unidade. no próprio local, a critério da autoridade médica.
§ 2º Em não havendo cônjuge, companheira (o), Art. 146. Antes e depois das visitas os presos
ascendentes e descendentes de primeiro ou poderão ser submetidos à revista.
segundo grau e colaterais de primeiro grau ou § 1º Os visitantes deverão ser revistados antes de
parentes habilitados para a visita, poderá o(a) adentrarem na unidade.
preso(a) cadastrar até 02 (dois) amigos (as). § 2º A revista pessoal (eletrônica, mecânica ou
Art. 142. A entrada de menores nas unidades manual) será realizada com respeito à dignidade
prisionais só será permitida aos filhos e netos humana, sendo vedada qualquer forma de
do(a) preso(a), acompanhados pelo responsável desnudamento, tratamento desumano ou
legal e, na falta deste, por aquele que for degradante.
designado para sua guarda e responsabilidade, § 3º A revista pessoal deverá ocorrer mediante
pela autoridade judicial competente, devendo uso de equipamentos eletrônicos detectores de
apresentar carteira de identidade ou certidão de metais, bodyscanners, aparelhos de raio-X ou
nascimento. similares, ou ainda manualmente, preservando-se
§ 1º A entrada do(a) companheiro(a) menor de a integridade física, psicológica e moral da pessoa
idade se dará mediante autorização do juízo das revistada.
execuções, salvo se já possuírem prole em § 4º Onde houver bodyscanners obrigatoriamente
comum, quando deverá ser apresentada certidão este será o meio utilizado para a revista eletrônica.
de nascimento do(s) filho(s). § 5º Considera-se revista manual toda inspeção
Art. 143. Não será permitida a visita a pessoa que: realizada mediante contato físico da mão do
I - não esteja autorizado pela direção; agente público competente sobre a roupa da
II - não apresente documento de identificação; pessoa revistada, sendo vedados o desnudamento
III - apresentar sintomas de embriagues ou total ou parcial, o toque nas partes íntimas, o uso
conduta alterada que levem a presunção de de espelhos, o uso de cães farejadores, bem
consumo de drogas e/ou entorpecentes; como a introdução de quaisquer objetos nas
IV - estiver com gesso, curativos ou ataduras; cavidades corporais da pessoa revistada.
V - chegar na Unidade Prisional no dia e hora, não § 6º A retirada de calçados, casacos, jaquetas e
estabelecido para visita; similares, bem como de acessórios, não
VI - do sexo masculino que estiver trajando caracteriza desnudamento.
bermuda, calção e/ou camiseta sem mangas; § 7º A revista manual será realizada por servidor
VII - do sexo feminino que estiverem trajando mini- habilitado e sempre do mesmo sexo da pessoa
saias, miniblusas, roupas excessivamente curtas, revistada.
§ 8º A revista pessoal em crianças ou local próprio, em condições dignas e que
adolescentes deve garantir o respeito ao princípio possibilitem a vigilância pelo corpo de segurança.
da proteção integral da criança e do adolescente, Parágrafo único. As unidades prisionais disporão
sendo vedada sua realização sem a presença e o de espaços lúdicos para acolher filhos e netos de
acompanhamento de um responsável legal. presos (as) por ocasião das visitas.
§ 9º A realização de revista manual ocorrerá nas Art. 152. O visitante, familiar ou não, poderá ter
seguintes hipóteses: seu ingresso suspenso pelo prazo de até 60
I - o estado de saúde impeça que a pessoa a ser (sessenta) dias, por decisão motivada da direção
revistada se submeta a determinados da unidade, quando:
equipamentos de revista eletrônica, mediante I - da visita resulte qualquer fato danoso à
comprovação de laudo médico expedido em até segurança e disciplina da unidade, que envolva o
sessenta dias antes da visita, exceto quando visitante ou o preso;
atestar enfermidade permanente; II - houver aplicação de sanção disciplinar
II - quando não existir equipamento eletrônico ou suspendendo o direito a receber visita;
este não estiver funcionando; Parágrafo Único. O visitante, familiar ou não, terá
III - após a realização da revista eletrônica, seu cadastro cancelado se praticar qualquer ato
subsistir fundada suspeita de porte ou posse de tipificado como crime doloso, sendo possível a
objetos, produtos ou substâncias, cuja entrada recuperação do cadastro, por decisão da Direção
seja proibida. da Unidade, ouvidos os Setores de Segurança e
Art. 147. Os valores e objetos considerados Disciplina e de Serviço Social, a partir de 6 (seis)
inadequados, encontrados em poder do visitante, meses após a prática do ato.
serão guardados em local apropriado e restituídos Art.153. O preso que cometer falta disciplinar
ao término da visita. média ou grave poderá ter restringido ou suspenso
Parágrafo Único. Caso a posse constitua delito o direito a visita por até 30 (trinta) dias.
penal deverão ser tomadas as providências legais
cabíveis. SEÇÃO II
Art. 148. As pessoas idosas, gestantes e DA VISITA ÍNTIMA
deficientes físicos, terão prioridade nos
procedimentos adotados para a realização da Art. 154. A visita íntima constitui um direito e tem
visita. por finalidade fortalecer as relações afetivas e
Art. 149. O visitante que estiver com maquiagem, familiares, devendo ser requerida pelo preso
peruca e outros complementos que possam interessado ao Diretor da Unidade.
dificultar a sua identificação ou revista, poderá ser Parágrafo Único. A orientação sexual dos
impedido de ter acesso à unidade prisional, como internos e dos visitantes deverá ser respeitada,
medida de segurança. não devendo haver qualquer tipo de
Art. 150. Roupas íntimas, agasalhos e material discriminação.
higiênico não fornecidos pelo Sistema Prisional, Art.155. A visita íntima poderá ser suspensa ou
bem como, bens de consumo, perecíveis ou não, restringida pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta
permitidos e trazidos pelos visitantes nos dias disciplinar média ou grave cometida pelo
regulamentares de visita, serão entregues no setor reeducando, bem como por atos do(a)
da revista, para que seja realizado um minucioso companheiro(a) que causar problemas de ordem
exame na presença do portador, após o que será moral ou de risco para a segurança ou disciplina.
permitida a entrada no estabelecimento. Art.156. Os serviços de Saúde e de Assistência
§ 1º A Coordenadoria do Sistema Penal deverá Social do Sistema Penitenciário deverão planejar
formular anualmente relação dos bens de um programa preventivo para a população
consumo, perecíveis ou não, que poderão ser prisional, nos aspectos sanitário e social,
admitidos no interior das unidades, da qual se respectivamente, sendo assegurada a distribuição
dará ampla publicidade; gratuita de preservativos ao preso, quando da
§ 2º As visitas não poderão ingressar nas realização da visita íntima.
unidades prisionais levando qualquer pertence que Parágrafo único. O serviço de Saúde e a
não seja autorizado pela administração, devendo Comissão Técnica de Classificação de cada
ser vedados apenas aqueles que atentem contra a unidade prisional desenvolverão os programas
segurança e disciplina do estabelecimento. propostos.
Art. 151. As visitas comuns serão realizadas em
Art. 157. Ao preso será facultado receber para dignidade humana, com finalidade educativa,
visita íntima cônjuge ou companheiro(a) ou pessoa produtiva e reintegradora.
designada pelo mesmo, comprovadas as Parágrafo Único. Aplicam-se à organização e aos
seguintes condições: métodos de trabalho as precauções relativas à
I - se cônjuge, comprovar-se-á com a competente segurança e à higiene.
Certidão de Casamento; Art. 163. As modalidades de trabalho classificam-
II - se companheiro(a), comprovar-se-á com o se em interno e externo.
Registro de Nascimento dos filhos em nome de § 1º O trabalho interno tem caráter obrigatório,
ambos ou declaração de união estável assinada respeitadas as aptidões e a capacidade do preso,
por duas testemunhas, com firma reconhecida; observando-se:
III - nos demais casos, mediante declaração a) Na atribuição do trabalho, poderão ser levadas
expressa do(a) preso(a), com a apresentação dos em consideração a habilitação, a condição pessoal
documentos exigidos para as visitas comuns, e e as necessidades futuras do interno.
avaliação do Serviço Social. b) Os maiores de 60 (sessenta) anos terão
§ 1º o preso poderá receber a visita íntima de ocupação adequada à sua idade.
menor de 18 (dezoito) anos, quando: c) Os doentes ou portadores de necessidades
a) legalmente casados; especiais, declarados tais pelo órgão competente,
b) nos demais casos, mediante autorização do terão ocupação compatível com seu estado físico
juízo das execuções, salvo se já possuírem prole e mental.
em comum, quando deverá ser apresentada § 2º A jornada de trabalho não poderá ser inferior
certidão de nascimento do(s) filho(s); a 06 (seis) nem superior a 08 (oito) horas, com
c) houver prova de emancipação civil do(a) descanso aos domingos e feriados, salvo
visitante. exceções legais.
§ 2º Somente será autorizado o registro de um(a) Art. 164. Conforme o disposto no artigo 126 da
visitante, ficando vedadas as substituições, salvo Lei de Execução Penal, o detento poderá remir
se ocorrer separação ou divórcio, no decurso do parte do tempo de condenação, à razão de um
cumprimento de pena, obedecido o prazo mínimo dia de pena por três trabalhados.
de 6 (seis) meses, com investigação do Serviço § 1º Também se considera, para efeitos de
Social e decisão da Direção da Unidade Prisional. remição, a frequência regular aos cursos de
Art. 158. Comprovadas as relações previstas nos Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante,
artigos anteriores, para a concessão de visita bem como a produção intelectual e produção de
íntima, deverão ainda as partes: artesanato.
a) Apresentar atestado de aptidão, do ponto de § 2º Deverá existir uma ficha de frequência, a
vista de saúde, através de exames laboratoriais qual registrará os dias trabalhados, devendo ser
tanto para o(a) preso(a) como para o(a) assinada diariamente pelo preso(a) e rubricada no
companheiro(a); final do mês pela autoridade administrativa
b) Submeter-se aos exames periódicos, a critério competente.
das respectivas unidades. § 3º A contagem do tempo de remição se dará na
Art. 159. A periodicidade da visita exclusivamente forma do art.126 da Lei de Execução Penal.
íntima será mensal, obedecidos os critérios § 4º Para fins de cumulação dos casos de
estabelecidos neste Regimento Geral. remição, as horas diárias de trabalho e de estudo
Art. 160. O controle da visita íntima, relativamente serão definidas de forma a se compatibilizarem.
às condições de acesso, trânsito interno e § 5º O preso impossibilitado, por acidente, de
segurança do(a) preso(a) e de seu cônjuge ou prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará
companheiro(a), compete aos integrantes da área a beneficiar-se com a remição.
de segurança e disciplina. § 6º O condenado que cumpre pena em regime
Art. 161. A visita deverá submeter-se às normas aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
de segurança do estabelecimento. condicional poderão remir, pela frequência a curso
de ensino regular ou de educação profissional,
TÍTULO XI parte do tempo de execução da pena ou do
DO TRABALHO, DA REMIÇÃO E DO PECÚLIO período de prova.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses
Art. 162. A unidade prisional manterá o trabalho de prisão cautelar.
do reeducando como dever social e condição de Art. 165. O Setor de Segurança e Disciplina
informará à Unidade de Produção e II - Manter comportamento disciplinado, seja na
comercialização sobre eventuais impedimentos da unidade prisional, seja na empresa a qual presta
atividade do trabalho do preso trabalhador e seus serviços;
motivos. III - Cumprir horário, em jornada estabelecida no
Parágrafo Único. No caso de saída do preso da respectivo contrato de trabalho;
unidade prisional será comunicada IV - Retornar à unidade prisional quando de
imediatamente para a Unidade de Produção e eventual dispensa portando documento hábil do
Comercialização para as providências cabíveis. empregador;
V - Ter justificado ao empregador, mediante
CAPÍTULO I documento hábil, a falta por motivo de saúde;
DO TRABALHO INTERNO VI - Cumprir rigorosamente o horário da jornada
de trabalho estabelecidos pela unidade prisional e
Art. 166. O trabalho interno será desenvolvido empresa.
através de qualquer atividade regulamentada, que Art. 174. A unidade prisional deverá manter o
tenha por objetivo o aprendizado, a formação de controle e fiscalização através de instrumentos
hábitos sadios de trabalho, o espírito de próprios, junto à empresa e ao reeducando, para
cooperação e a socialização do preso. que o mesmo possa cumprir as exigências do
Art. 167. Considera-se trabalho interno aquele artigo anterior.
realizado nos limites do estabelecimento,
destinado a atender às necessidades peculiares Capítulo III
da unidade. DO PECÚLIO
Art. 168. Será atribuído horário especial de
trabalho aos internos designados para os serviços Art. 175. O trabalho do(a) preso(a) será
de conservação, subsistência e manutenção da remunerado, obedecendo critérios de
Unidade. produtividade, não podendo ser inferior a 3/4 três
Art. 169. Compete à unidade prisional propiciar quartos) do salário mínimo.
condições de aprendizado aos presos sem Art. 176. O produto da remuneração será
experiência profissional na área solicitada. depositado em conta bancária, em Banco Oficial
Art. 170. Para a prestação do trabalho interno, ou Privado, conveniado com o Estado.
dar-se-á sempre preferência aos presos que Art. 177. Quanto aos valores do trabalho do preso,
tenham índice superior de aproveitamento e maior seu pecúlio e deduções previdenciárias, observar-
tempo de cumprimento de pena. se-á o disposto na Portaria 217/2014 da Sejus.
Art. 178. Toda importância em dinheiro que for
CAPÍTULO II apreendida indevidamente com o reeducando e
DO TRABALHO EXTERNO cuja procedência não for esclarecida reverterá ao
Estado, por processo administrativo em que se
Art. 171. O trabalho externo, executado fora dos obedeça ao devido processo legal.
limites do estabelecimento, será admissível aos Parágrafo Único. Se a origem e propriedade
presos em regime fechado, quando obedecidas as forem legítimas, a importância será depositada no
condições legais, e aos presos em cumprimento pecúlio reserva do reeducando, sem prejuízo das
de pena em regime semiaberto e aberto. sanções disciplinares previstas.
Art. 172. O cometimento de falta disciplinar de Art. 179. Na ocorrência do falecimento do
natureza grave implicará na revogação imediata reeducando, o saldo será entregue a familiares,
da autorização de trabalho externo, sem prejuízo atendidas as disposições pertinentes.
da sanção disciplinar correspondente, apurada
através de procedimento disciplinar. TÍTULO XII
Art. 173. O preso em cumprimento de pena em DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
regime semiaberto, poderá obter autorização para
desenvolver trabalho externo, junto às empresas Art. 180. O abuso de poder exercido contra o
públicas ou privadas, observadas as seguintes interno será punido administrativamente, sem
condições: prejuízo da apuração da responsabilidade penal e
I - Submeter-se à observação criminológica civil.
realizada no período de 30 (trinta) dias de sua Art. 181. Cada unidade prisional adotará,
inclusão, sem qualquer impedimento; atendendo suas peculiaridades, horário próprio
para tranca e destranca das celas. paritária por membros das instituições com
Art. 182. A cada mês do ano civil os atuação direta no sistema prisional.
Administradores das unidades prisionais, após Parágrafo único. Sem prejuízo da citada revisão,
consulta às equipes técnicas das unidades, serão promovidos encontros anuais de servidores
elaborarão relatório circunstanciado das atividades e gestores para discussão, proposição e avaliação
e funcionamento da respectiva unidade, das políticas públicas para o sistema penitenciário.
encaminhando-o ao Coordenador do Sistema Art.188. Este Regimento entrará em vigor na data
Penal do Estado, para as providências que de sua publicação, revogadas as disposições em
entender cabíveis. contrário.
Art. 183. Os funcionários da Unidade Prisional
cuidarão para que sejam observados e FUNCIONAMENTO DA UNIDADE PRISIONAL
respeitados os direitos e deveres dos detentos DE SEGURANÇA MÁXIMA – UPSM
respondendo, nos termos da legislação própria, (LEI Nº 18.428/2023)
pelos resultados adversos a que derem causa, por
ação ou omissão. CAPÍTULO I
§ 1º No exercício de suas funções, os funcionários DA DISPOSIÇÃO INICIAL
não deverão compactuar com os presos nem
praticar atos que possam atentar contra a Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o funcionamento e os
segurança, ordem ou disciplina, mantendo diálogo procedimentos a serem adotados na Unidade
com os detentos dentro dos limites funcionais; Prisional de Segurança Máxima – UPSM,
§ 2º Os agentes prisionais levarão ao vinculada à Secretaria da Administração
conhecimento da autoridade competente as Penitenciária e Ressocialização – SAP, observado
reivindicações dos presos objetivando uma o disposto na Lei Federal n.º 11.671, de 8 de maio
solução adequada, bem como as ações ou de 2008, notadamente no art. 11-B, bem como, de
omissões dos mesmos, que possam comprometer forma subsidiária, a Lei Federal n.º 7.210, de 11
a boa ordem na Unidade Prisional. de julho de 1984
Art. 184. Ocorrendo óbito, fuga e evasão, a Parágrafo único. Esta Lei aplica-se também a
direção do Estabelecimento comunicará todo e qualquer espaço em qualquer unidade
imediatamente ao Juiz da Execução, a prisional que opere como de segurança máxima
Coordenadoria do Sistema Prisional e também em caráter temporário ou permanente.
solicitará a presença da Polícia Judiciária.
Parágrafo Único. Falecendo o interno, os valores CAPÍTULO II
e bens devidamente inventariados, serão DA DESTINAÇÃO
entregues aos familiares.
Art. 185. Em caso de danos ao Estabelecimento Art. 2º A UPSM é destinada à custódia provisória
a Diretoria oferecerá a Coordenadoria do Sistema ou execução de pena privativa de liberdade e à
Penitenciário relatório circunstanciado objetivando ressocialização de presos do sexo masculino
avaliar os prejuízos e elucidar as irregularidades, cujo histórico e circunstâncias do caso concreto
encaminhando os resultados a quem de direito. recomendem a providência, observadas as
Parágrafo Único. Cabe ao reeducando ressarcir o disposições desta Lei.
Estado pelos danos causados, ao patrimônio físico
e material da Unidade Prisional. CAPÍTULO III
Art. 186. Os casos omissos poderão ser DO PROCEDIMENTO DE INCLUSÃO,
resolvidos pelo diretor da Unidade, em conjunto TRANSFERÊNCIA E EXCLUSÃO
com a Coordenadoria do Sistema Penitenciário,
com o conhecimento da Secretária da Justiça e Art. 3º Serão transferidos para a UPSM presos,
Cidadania, observadas as respectivas condenados definitivamente ou provisoriamente,
competências. cujo comportamento justifique a medida, seja para
Art. 187. A revisão do Regimento Geral dos a garantia da segurança pública, seja para a do
Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará próprio preso.
será realizada a cada 4 (quatro) anos, contados a Parágrafo único. Não é permitida a inclusão de
partir de sua publicação, por Comissão Especial a presos em regime semiaberto na UPSM, salvo no
ser designada pelo(a) Secretário(a) da Justiça e caso de autorização judicial ou quando aplicável o
Cidadania, composta preferencialmente de forma
regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. de 2011, do CNPCP;
52 da Lei Federal n.º 7.210, de 1984. IV - monitoramento de todos os meios de
Art. 4º Os pedidos de inclusão, transferência e comunicação, inclusive de correspondência
exclusão de apenados para a UPSM serão escrita;
realizados pela via judicial, nos termos da V - participação nas atividades de educação e
Resolução n.º 404, de 2 de agosto de 2021, do capacitação, que compreenderão a instrução
Conselho Nacional de Justiça, e alterações escolar e a formação profissional do preso, bem
posteriores. como o direito de participação no projeto Livro
Art. 5º Para a inclusão ou transferência, o preso Aberto;
deverá, pelo menos, alternativamente: VI - trabalhos oferecidos pela SAP, na medida de
I - ter desempenhado função de liderança ou suas aptidões e capacidades;
participado, de forma relevante, em organização VII - assistência religiosa, com liberdade de culto,
criminosa; permitindo-se-lhes a participação nos serviços
II - ter praticado crime que coloque em risco a sua organizados na UPSM, bem como a posse de
integridade física no ambiente prisional de origem; livros de instrução religiosa;
III - ser membro de quadrilha ou bando envolvido VIII - assistência material ao preso, que consistirá
na prática reiterada de crimes com violência ou no fornecimento de alimentação, vestuário e
grave ameaça; instalações higiênicas;
IV - ser réu colaborador ou delator premiado, IX - assistência à saúde do preso, que terá caráter
desde que essa condição represente risco à sua preventivo e curativo e compreenderá atendimento
integridade física no ambiente prisional de origem; médico, farmacêutico, odontológico e psicológico;
V - estar envolvido em incidentes de fuga, de X - assistência jurídica destinada aos presos sem
violência ou de grave indisciplina no sistema recursos financeiros para constituir advogado,
prisional de origem; prestada pela Defensoria Pública do Estado do
VI - estar submetido ao Regime Disciplinar Ceará;
Diferenciado – RDD, enquanto perdurar a decisão XI - assistência social, que tem por finalidade
de inclusão no referido regime; ou amparar o preso e prepará-lo para o retorno à
VII - ser indicado pela SAP ou por outros órgãos liberdade;
do Sistema de Justiça para inclusão ou XII - o período de permanência será de até 3 (três)
transferência, nos casos em que devidamente anos, renovável por iguais períodos, desde que
motivada a providência como forma de assegurar motivadamente, observados os requisitos da
a ordem e a disciplina nos termos de portaria da transferência, e se persistirem os motivos que a
referida Secretaria, a ser expedida no prazo de 30 determinaram.
(trinta) dias a contar da publicação desta Lei. Parágrafo único. Os presos na UPSM terão
Art. 6º A inclusão na UPSM no atendimento do direito a banho de sol de até 2 (duas) horas
interesse da segurança pública será para custódia diárias, em grupos de, no mínimo, 2 (duas)
provisória ou pena privativa de liberdade, pessoas, desde que não haja contato com presos
observadas as seguintes condições: do mesmo grupo criminoso.
I - recolhimento em cela coletiva ou individual ou, Art. 7º A efetiva inclusão do preso na UPSM
nos termos da Resolução n.º 9, de 18 de concretizar-se-á somente após a conferência dos
novembro de 2011, e suas posteriores seus dados de identificação com o
atualizações, do Conselho Nacional de Polícia ofício/instrumento oficial de apresentação.
Criminal e Penitenciária – CNPCP; Art. 8º Na inclusão, serão observados os
II - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por procedimentos e será analisada a seguinte
vez, a serem realizadas em instalações equipadas documentação:
para impedir o contato físico e a passagem de I - certificação das condições físicas e mentais do
objetos, por pessoa da família, ou no caso de preso, mediante Exame de Corpo de Delito;
terceiro, autorizado judicialmente, com duração de II - prontuário penitenciário e os seus pertences
2 (duas) horas, sem prejuízo do estabelecimento pessoais;
de condições mais favoráveis em portaria da SAP, III - prestação de informações ao preso sobre as
preservada a segurança penitenciária; normativas, bem como sobre seus direitos e
III - banho de sol diário, podendo haver atividade deveres legais;
física assistida, em pátio de sol ou solário, assim IV - comunicação ao juízo competente, realizada
definidos na Resolução n.º 9, de 18 de novembro pela Direção da UPSM, nos termos da Resolução
n.º 404 de 02/08/2021, alterada pela Resolução n.º ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DOS
434, de 28 de outubro de 2021, do CNJ. ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA
V - comunicação à família do preso, ou pessoa por PÚBLICA; CRIA A POLÍTICA NACIONAL DE
ele indicada, efetuada pelo setor de assistência SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
social da Unidade, a fim de que sejam repassadas (PNSPDS); INSTITUI O SISTEMA ÚNICO DE
todas as informações referentes à sua nova SEGURANÇA PÚBLICA (SUSP)
lotação carcerária. (LEI Nº 13.675/2018)
CAPÍTULO IV CAPÍTULO I
DA MONITORAÇÃO DA UNIDADE PRISIONAL DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 9º A UPSM deverá dispor de monitoramento Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de
de áudio e vídeo nas áreas comuns, para fins de Segurança Pública (Susp) e cria a Política
preservação da ordem interna e da segurança Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
pública, vedado seu uso nas celas e no (PNSPDS), com a finalidade de preservação da
atendimento advocatício, salvo expressa ordem pública e da incolumidade das pessoas e
autorização judicial em contrário. do patrimônio, por meio de atuação conjunta,
Art. 10. As gravações das visitas não poderão ser coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de
utilizadas como meio de prova de infrações penais segurança pública e defesa social da União, dos
pretéritas ao ingresso do preso no Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em
estabelecimento. articulação com a sociedade.
Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e
CAPÍTULO V responsabilidade de todos, compreendendo a
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS União, os Estados, o Distrito Federal e os
Munícipios, no âmbito das competências e
Art. 11. No período compreendido entre as 22 atribuições legais de cada um.
(vinte e duas) horas e as 6 (seis) horas, se a
natureza do serviço e o nível de segurança CAPÍTULO II
empregado permitirem, será concedido aos DA POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA
policiais penais revezamento para repouso, a ser PÚBLICA E DEFESA SOCIAL (PNSPDS)
distribuído de acordo com o efetivo disponível no SEÇÃO I
plantão, devendo permanecer em vigilância a DA COMPETÊNCIA PARA ESTABELECIMENTO
quantidade suficiente para cobrir os postos de DAS POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E
serviço de vigilância de forma ininterrupta. DEFESA SOCIAL
Art. 12. O Grupo de Ações Penitenciárias – GAP
deverá, durante 24 (vinte e quatro) horas por Art. 3º Compete à UNIÃO estabelecer a Política
dia, ocupar as guaritas e conceder absoluta Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
prioridade de atendimento e atuação na UPSM. (PNSPDS) e aos Estados, ao Distrito Federal e
Art. 13. O atendimento pelo advogado na UPSM aos Municípios estabelecer suas respectivas
dar-se-á segundo as disposições da Lei Federal políticas, observadas as diretrizes da política
n.º 8.906, de 4 de julho de 1994, da Lei Federal n.º nacional, especialmente para análise e
7.210, de 1984, e das demais legislações enfrentamento dos riscos à harmonia da
aplicáveis, preservada a segurança pública e convivência social, com destaque às situações de
penitenciária. emergência e aos crimes interestaduais e
Art. 14. Decreto do Poder Executivo editará transnacionais.
normas complementares que se fizerem
necessárias ao funcionamento da UPSM, SEÇÃO II
observado o disposto nesta Lei. DOS PRINCÍPIOS
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação. Art. 4º São princípios da PNSPDS:
Art. 16. Revogam-se as disposições em contrário. I - respeito ao ordenamento jurídico e aos direitos
e garantias individuais e coletivos;
II - proteção, valorização e reconhecimento dos
profissionais de segurança pública; em consonância com a matriz curricular nacional;
III - proteção dos direitos humanos, respeito aos VII - fortalecimento das instituições de segurança
direitos fundamentais e promoção da cidadania e pública por meio de investimentos e do
da dignidade da pessoa humana; desenvolvimento de projetos estruturantes e de
IV - eficiência na prevenção e no controle das inovação tecnológica;
infrações penais; VIII - sistematização e compartilhamento das
V - eficiência na repressão e na apuração das informações de segurança pública, prisionais e
infrações penais; sobre drogas, em âmbito nacional;
VI - eficiência na prevenção e na redução de IX - atuação com base em pesquisas, estudos e
riscos em situações de emergência e desastres diagnósticos em áreas de interesse da segurança
que afetam a vida, o patrimônio e o meio pública;
ambiente; X - atendimento prioritário, qualificado e
VII - participação e controle social; humanizado às pessoas em situação de
VIII - resolução pacífica de conflitos; vulnerabilidade;
IX - uso comedido e proporcional da força; XI - padronização de estruturas, de capacitação,
X - proteção da vida, do patrimônio e do meio de tecnologia e de equipamentos de interesse da
ambiente; segurança pública;
XI - publicidade das informações não sigilosas; XII - ênfase nas ações de policiamento de
XII - promoção da produção de conhecimento proximidade, com foco na resolução de
sobre segurança pública; problemas;
XIII - otimização dos recursos materiais, humanos XIII - modernização do sistema e da legislação de
e financeiros das instituições; acordo com a evolução social;
XIV - simplicidade, informalidade, economia XIV - participação social nas questões de
procedimental e celeridade no serviço prestado à segurança pública;
sociedade; XV - integração entre os Poderes Legislativo,
XV - relação harmônica e colaborativa entre os Executivo e Judiciário no aprimoramento e na
Poderes; aplicação da legislação penal;
XVI - transparência, responsabilização e prestação XVI - colaboração do Poder Judiciário, do
de contas. Ministério Público e da Defensoria Pública na
elaboração de estratégias e metas para alcançar
SEÇÃO III os objetivos desta Política;
DAS DIRETRIZES XVII - fomento de políticas públicas voltadas à
reinserção social dos egressos do sistema
Art. 5º São diretrizes da PNSPDS: prisional;
I - atendimento imediato ao cidadão; XIX - incentivo ao desenvolvimento de programas
II - planejamento estratégico e sistêmico; e projetos com foco na promoção da cultura de
III - fortalecimento das ações de prevenção e paz, na segurança comunitária e na integração
resolução pacífica de conflitos, priorizando das políticas de segurança com as políticas
políticas de redução da letalidade violenta, com sociais existentes em outros órgãos e entidades
ênfase para os grupos vulneráveis; não pertencentes ao sistema de segurança
IV - atuação integrada entre a União, os Estados, pública;
o Distrito Federal e os Municípios em ações de XX - distribuição do efetivo de acordo com critérios
segurança pública e políticas transversais para a técnicos;
preservação da vida, do meio ambiente e da XXI - deontologia policial e de bombeiro militar
dignidade da pessoa humana; comuns, respeitados os regimes jurídicos e as
V - coordenação, cooperação e colaboração dos peculiaridades de cada instituição;
órgãos e instituições de segurança pública nas XXII - unidade de registro de ocorrência policial;
fases de planejamento, execução, monitoramento XXIII - uso de sistema integrado de informações e
e avaliação das ações, respeitando-se as dados eletrônicos;
respectivas atribuições legais e promovendo-se a XXV - incentivo à designação de servidores da
racionalização de meios com base nas melhores carreira para os cargos de chefia, levando em
práticas; consideração a graduação, a capacitação, o
VI - formação e capacitação continuada e mérito e a experiência do servidor na atividade
qualificada dos profissionais de segurança pública, policial específica;
XXVI - celebração de termo de parceria e XVI - fomentar estudos, pesquisas e publicações
protocolos com agências de vigilância privada, sobre a política de enfrentamento às drogas e de
respeitada a lei de licitações. redução de danos relacionados aos seus usuários
e aos grupos sociais com os quais convivem;
SEÇÃO IV XVII - fomentar ações permanentes para o
DOS OBJETIVOS combate ao crime organizado e à corrupção;
XVIII - estabelecer mecanismos de monitoramento
Art. 6º São objetivos da PNSPDS: e de avaliação das ações implementadas;
I - fomentar a integração em ações estratégicas e XIX - promover uma relação colaborativa entre os
operacionais, em atividades de inteligência de órgãos de segurança pública e os integrantes do
segurança pública e em gerenciamento de crises e sistema judiciário para a construção das
incidentes; estratégias e o desenvolvimento das ações
II - apoiar as ações de manutenção da ordem necessárias ao alcance das metas estabelecidas;
pública e da incolumidade das pessoas, do XX - estimular a concessão de medidas protetivas
patrimônio, do meio ambiente e de bens e direitos; em favor de pessoas em situação de
III - incentivar medidas para a modernização de vulnerabilidade;
equipamentos, da investigação e da perícia e para XXI - estimular a criação de mecanismos de
a padronização de tecnologia dos órgãos e das proteção dos agentes públicos que compõem o
instituições de segurança pública; sistema nacional de segurança pública e de seus
IV - estimular e apoiar a realização de ações de familiares;
prevenção à violência e à criminalidade, com XXII - estimular e incentivar a elaboração, a
prioridade para aquelas relacionadas à letalidade execução e o monitoramento de ações nas áreas
da população jovem negra, das mulheres e de de valorização profissional, de saúde, de
outros grupos vulneráveis; qualidade de vida e de segurança dos servidores
V - promover a participação social nos Conselhos que compõem o sistema nacional de segurança
de segurança pública; pública;
VI - estimular a produção e a publicação de XXIII - priorizar políticas de redução da letalidade
estudos e diagnósticos para a formulação e a violenta;
avaliação de políticas públicas; XXIV - fortalecer os mecanismos de investigação
VII - promover a interoperabilidade dos sistemas de crimes hediondos e de homicídios;
de segurança pública; XXV - fortalecer as ações de fiscalização de armas
VIII - incentivar e ampliar as ações de prevenção, de fogo e munições, com vistas à redução da
controle e fiscalização para a repressão aos violência armada;
crimes transfronteiriços; XXVI - fortalecer as ações de prevenção e
IX - estimular o intercâmbio de informações de repressão aos crimes cibernéticos.
inteligência de segurança pública com instituições Parágrafo único. Os objetivos estabelecidos
estrangeiras congêneres; direcionarão a formulação do Plano Nacional de
X - integrar e compartilhar as informações de Segurança Pública e Defesa Social, documento
segurança pública, prisionais e sobre drogas; que estabelecerá as estratégias, as metas, os
XI - estimular a padronização da formação, da indicadores e as ações para o alcance desses
capacitação e da qualificação dos profissionais de objetivos.
segurança pública, respeitadas as especificidades
e as diversidades regionais, em consonância com SEÇÃO V
esta Política, nos âmbitos federal, estadual, DAS ESTRATÉGIAS
distrital e municipal;
XII - fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e Art. 7º A PNSPDS será implementada por
do cumprimento de medidas restritivas de direito e estratégias que garantam integração, coordenação
de penas alternativas à prisão; e cooperação federativa, interoperabilidade,
XIII - fomentar o aperfeiçoamento dos regimes de liderança situacional, modernização da gestão das
cumprimento de pena restritiva de liberdade em instituições de segurança pública, valorização e
relação à gravidade dos crimes cometidos; proteção dos profissionais, complementaridade,
XV - racionalizar e humanizar o sistema dotação de recursos humanos, diagnóstico dos
penitenciário e outros ambientes de problemas a serem enfrentados, excelência
encarceramento; técnica, avaliação continuada dos resultados e
garantia da regularidade orçamentária para central o Ministério Extraordinário da
execução de planos e programas de segurança Segurança Pública e é integrado pelos órgãos de
pública. que trata o art. 144 da Constituição Federal , pelos
agentes penitenciários, pelas guardas municipais
SEÇÃO VI e pelos demais integrantes estratégicos e
DOS MEIOS E INSTRUMENTOS operacionais, que atuarão nos limites de suas
competências, de forma cooperativa, sistêmica e
Art. 8º São meios e instrumentos para a harmônica.
implementação da PNSPDS: § 1º São integrantes estratégicos do Susp:
I - os planos de segurança pública e defesa social; I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os
II - o Sistema Nacional de Informações e de Municípios, por intermédio dos respectivos
Gestão de Segurança Pública e Defesa Social, Poderes Executivos;
que inclui: II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa
a) o Sistema Nacional de Acompanhamento e Social dos três entes federados.
Avaliação das Políticas de Segurança Pública e § 2º São integrantes operacionais do Susp:
Defesa Social (Sinaped); I - polícia federal;
b) o Sistema Nacional de Informações de II - polícia rodoviária federal;
Segurança Pública, Prisionais e de IV - polícias civis;
Rastreabilidade de Armas e Munições, e sobre V - polícias militares;
Material Genético, Digitais e Drogas (Sinesp); VI - corpos de bombeiros militares;
b) o Sistema Nacional de Informações de VII - guardas municipais;
Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade VIII - órgãos do sistema penitenciário;
de Armas e Munições, de Material Genético, de X - institutos oficiais de criminalística, medicina
Digitais e de Drogas (Sinesp); legal e identificação;
c) o Sistema Integrado de Educação e Valorização XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública
Profissional (Sievap); (Senasp);
d) a Rede Nacional de Altos Estudos em XII - secretarias estaduais de segurança pública
Segurança Pública (Renaesp); ou congêneres;
e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa
para Profissionais de Segurança Pública (Pró- Civil (Sedec);
Vida); XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas
IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de (Senad);
Homicídios de Jovens; XV - agentes de trânsito;
V - os mecanismos formados por órgãos de XVI - guarda portuária.
prevenção e controle de atos ilícitos contra a § 4º Os sistemas estaduais, distrital e municipais
Administração Pública e referentes a ocultação ou serão responsáveis pela implementação dos
dissimulação de bens, direitos e valores. respectivos programas, ações e projetos de
VI - o Plano Nacional de Prevenção e segurança pública, com liberdade de organização
Enfrentamento à Violência contra a Mulher, nas e funcionamento, respeitado o disposto nesta Lei.
ações pertinentes às políticas de segurança,
implementadas em conjunto com os órgãos e SEÇÃO II
instâncias estaduais, municipais e do Distrito DO FUNCIONAMENTO
Federal responsáveis pela rede de prevenção e de
atendimento das mulheres em situação de Art. 10. A integração e a coordenação dos órgãos
violência. integrantes do Susp dar-se-ão nos limites das
respectivas competências, por meio de:
CAPÍTULO III I - operações com planejamento e execução
DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA integrados;
PÚBLICA II - estratégias comuns para atuação na prevenção
SEÇÃO I e no controle qualificado de infrações penais;
DA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA III - aceitação mútua de registro de ocorrência
policial;
Art. 9º É instituído o Sistema Único de IV - compartilhamento de informações, inclusive
Segurança Pública (Susp), que tem como órgão com o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin);
V - intercâmbio de conhecimentos técnicos e II - as atividades periciais serão aferidas mediante
científicos; critérios técnicos emitidos pelo órgão
VI - integração das informações e dos dados de responsável pela coordenação das perícias
segurança pública por meio do Sinesp. oficiais, considerando os laudos periciais e o
§ 1º O Susp será coordenado pelo Ministério resultado na produção qualificada das provas
Extraordinário da Segurança Pública. relevantes à instrução criminal;
§ 2º As operações combinadas, planejadas e III - as atividades de polícia ostensiva e de
desencadeadas em equipe poderão ser preservação da ordem pública serão aferidas,
ostensivas, investigativas, de inteligência ou entre outros fatores, pela maior ou menor
mistas, e contar com a participação de órgãos incidência de infrações penais e
integrantes do Susp e, nos limites de suas administrativas em determinada área, seguindo
competências, com o Sisbin e outros órgãos dos os parâmetros do Sinesp;
sistemas federal, estadual, distrital ou municipal, IV - as atividades dos corpos de bombeiros
não necessariamente vinculados diretamente aos militares serão aferidas, entre outros fatores, pelas
órgãos de segurança pública e defesa social, ações de prevenção, preparação para
especialmente quando se tratar de enfrentamento emergências e desastres, índices de tempo de
a organizações criminosas. resposta aos desastres e de recuperação de
§ 3º O planejamento e a coordenação das locais atingidos, considerando-se áreas
operações referidas no § 2º deste artigo serão determinadas;
exercidos conjuntamente pelos participantes. V - a eficiência do sistema prisional será aferida
§ 4º O compartilhamento de informações será feito com base nos seguintes fatores, entre outros:
preferencialmente por meio eletrônico, com a) o número de vagas ofertadas no sistema;
acesso recíproco aos bancos de dados, nos b) a relação existente entre o número de presos e
termos estabelecidos pelo Ministério a quantidade de vagas ofertadas;
Extraordinário da Segurança Pública. c) o índice de reiteração criminal dos egressos;
§ 5º O intercâmbio de conhecimentos técnicos e d) a quantidade de presos condenados atendidos
científicos para qualificação dos profissionais de de acordo com os parâmetros estabelecidos pelos
segurança pública e defesa social dar-se-á, entre incisos do caput deste artigo, com observância de
outras formas, pela reciprocidade na abertura de critérios objetivos e transparentes.
vagas nos cursos de especialização, § 1º A aferição considerará aspectos relativos à
aperfeiçoamento e estudos estratégicos, estrutura de trabalho físico e de equipamentos,
respeitadas as peculiaridades e o regime jurídico bem como de efetivo.
de cada instituição, e observada, sempre que § 2º A aferição de que trata o inciso I do caput
possível, a matriz curricular nacional. deste artigo deverá distinguir as autorias definidas
Art. 11. O Ministério Extraordinário da Segurança em razão de prisão em flagrante das autorias
Pública fixará, anualmente, metas de excelência resultantes de diligências investigatórias.
no âmbito das respectivas competências, Art. 13. O Ministério Extraordinário da Segurança
visando à prevenção e à repressão das infrações Pública, responsável pela gestão do Susp, deverá
penais e administrativas e à prevenção dos orientar e acompanhar as atividades dos órgãos
desastres, e utilizará indicadores públicos que integrados ao Sistema, além de promover as
demonstrem de forma objetiva os resultados seguintes ações:
pretendidos. I - apoiar os programas de aparelhamento e
Art. 12. A aferição anual de metas deverá modernização dos órgãos de segurança pública e
observar os seguintes parâmetros: defesa social do País;
i - as atividades de polícia judiciária e de apuração II - implementar, manter e expandir, observadas as
das infrações penais serão aferidas, entre outros restrições previstas em lei quanto a sigilo, o
fatores, pelos índices de elucidação dos Sistema Nacional de Informações e de Gestão de
delitos, a partir dos registros de ocorrências Segurança Pública e Defesa Social;
policiais, especialmente os de crimes dolosos com III - efetivar o intercâmbio de experiências técnicas
resultado em morte e de roubo, pela identificação, e operacionais entre os órgãos policiais federais,
prisão dos autores e cumprimento de mandados estaduais, distrital e as guardas municipais;
de prisão de condenados a crimes com penas de IV - valorizar a autonomia técnica, científica e
reclusão, e pela recuperação do produto de crime funcional dos institutos oficiais de criminalística,
em determinada circunscrição; medicina legal e identificação, garantindo-lhes
condições plenas para o exercício de suas eficiência e resistência, observadas as normas de
funções; licitação e contratos.
V - promover a qualificação profissional dos
integrantes da segurança pública e defesa social, CAPÍTULO IV
especialmente nas dimensões operacional, ética e DOS CONSELHOS DE SEGURANÇA PÚBLICA
técnico-científica; E DEFESA SOCIAL
VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e SEÇÃO I
consolidar dados e informações estatísticas sobre DA COMPOSIÇÃO
criminalidade e vitimização;
VII - coordenar as atividades de inteligência da Art. 19. A estrutura formal do Susp dar-se-á pela
segurança pública e defesa social integradas ao formação de Conselhos permanentes a serem
Sisbin; criados na forma do art. 21 desta Lei.
VIII - desenvolver a doutrina de inteligência Art. 20. Serão criados Conselhos de Segurança
policial. Pública e Defesa Social, no âmbito da União, dos
Art. 14. É de responsabilidade do Ministério Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
Extraordinário da Segurança Pública: mediante proposta dos chefes dos Poderes
I - disponibilizar sistema padronizado, Executivos, encaminhadas aos respectivos
inf-ormatizado e seguro que permita o intercâmbio Poderes Legislativos.
de informações entre os integrantes do Susp; § 1º O Conselho Nacional de Segurança Pública e
II - apoiar e avaliar periodicamente a infraestrutura Defesa Social, com atribuições, funcionamento e
tecnológica e a segurança dos processos, das composição estabelecidos em regulamento, terá a
redes e dos sistemas; participação de representantes da União, dos
III - estabelecer cronograma para adequação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
integrantes do Susp às normas e aos § 2º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa
procedimentos de funcionamento do Sistema. Social congregarão representantes com poder de
Art. 15. A União poderá apoiar os Estados, o decisão dentro de suas estruturas
Distrito Federal e os Municípios, quando não governamentais e terão natureza de colegiado,
dispuserem de condições técnicas e operacionais com competência consultiva, sugestiva e de
necessárias à implementação do Susp. acompanhamento social das atividades de
Art. 16. Os órgãos integrantes do Susp poderão segurança pública e defesa social, respeitadas as
atuar em vias urbanas, rodovias, terminais instâncias decisórias e as normas de organização
rodoviários, ferrovias e hidrovias federais, da Administração Pública.
estaduais, distrital ou municipais, portos e § 3º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa
aeroportos, no âmbito das respectivas Social exercerão o acompanhamento das
competências, em efetiva integração com o órgão instituições referidas no § 2º do art. 9º desta Lei e
cujo local de atuação esteja sob sua circunscrição, poderão recomendar providências legais às
ressalvado o sigilo das investigações policiais. autoridades competentes.
Art. 17. Regulamento disciplinará os critérios de § 4º O acompanhamento de que trata o § 3º deste
aplicação de recursos do Fundo Nacional de artigo considerará, entre outros, os seguintes
Segurança Pública (FNSP) e do Fundo aspectos:
Penitenciário Nacional (Funpen), respeitando-se I - as condições de trabalho, a valorização e o
a atribuição constitucional dos órgãos que respeito pela integridade física e moral dos seus
integram o Susp, os aspectos geográficos, integrantes;
populacionais e socioeconômicos dos entes II - o atingimento das metas previstas nesta Lei;
federados, bem como o estabelecimento de metas III - o resultado célere na apuração das denúncias
e resultados a serem alcançados. em tramitação nas respectivas corregedorias;
Parágrafo único. Entre os critérios de aplicação IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do
dos recursos do FNSP serão incluídos metas e órgão pela população por ele atendida.
resultados relativos à prevenção e ao combate à § 5º Caberá aos Conselhos propor diretrizes para
violência contra a mulher. as políticas públicas de segurança pública e
Art. 18. As aquisições de bens e serviços para os defesa social, com vistas à prevenção e à
órgãos integrantes do Susp terão por objetivo a repressão da violência e da criminalidade.
eficácia de suas atividades e obedecerão a § 6º A organização, o funcionamento e as demais
critérios técnicos de qualidade, modernidade, competências dos Conselhos serão
regulamentados por ato do Poder Executivo, nos articular as ações do poder público, com a
limites estabelecidos por esta Lei. finalidade de:
§ 7º Os Conselhos Estaduais, Distrital e I - promover a melhora da qualidade da gestão
Municipais de Segurança Pública e Defesa Social, das políticas sobre segurança pública e defesa
que contarão também com representantes da social;
sociedade civil organizada e de representantes II - contribuir para a organização dos Conselhos
dos trabalhadores, poderão ser descentralizados de Segurança Pública e Defesa Social;
ou congregados por região para melhor atuação e III - assegurar a produção de conhecimento no
intercâmbio comunitário. tema, a definição de metas e a avaliação dos
resultados das políticas de segurança pública e
SEÇÃO II defesa social;
DOS CONSELHEIROS IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de
segurança interna nas divisas, fronteiras, portos e
Art. 21. Os Conselhos serão compostos por: aeroportos.
I - representantes de cada órgão ou entidade § 1º As políticas públicas de segurança não se
integrante do Susp; restringem aos integrantes do Susp, pois devem
II - representante do Poder Judiciário; considerar um contexto social amplo, com
III - representante do Ministério Público; abrangência de outras áreas do serviço público,
IV - representante da Ordem dos Advogados do como educação, saúde, lazer e cultura,
Brasil (OAB); respeitadas as atribuições e as finalidades de
V - representante da Defensoria Pública; cada área do serviço público.
VI - representantes de entidades e organizações § 2º O Plano de que trata o caput deste artigo terá
da sociedade cuja finalidade esteja relacionada duração de 10 (dez) anos a contar de sua
com políticas de segurança pública e defesa publicação.
social; § 3º As ações de prevenção à criminalidade
VII - representantes de entidades de profissionais devem ser consideradas prioritárias na elaboração
de segurança pública. do Plano de que trata o caput deste artigo.
§ 1º Os representantes das entidades e § 4º A União, por intermédio do Ministério
organizações referidas nos incisos VI e VII do Extraordinário da Segurança Pública, deverá
caput deste artigo serão eleitos por meio de elaborar os objetivos, as ações estratégicas, as
processo aberto a todas as entidades e metas, as prioridades, os indicadores e as formas
organizações cuja finalidade seja relacionada com de financiamento e gestão das Políticas de
as políticas de segurança pública, conforme Segurança Pública e Defesa Social.
convocação pública e critérios objetivos § 5º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
previamente definidos pelos Conselhos. deverão, com base no Plano Nacional de
§ 2º Cada conselheiro terá 1 (um) suplente, que Segurança Pública e Defesa Social, elaborar e
substituirá o titular em sua ausência. implantar seus planos correspondentes em até 2
§ 3º Os mandatos eletivos dos membros referidos (dois) anos a partir da publicação do documento
nos incisos VI e VII do caput deste artigo e a nacional, sob pena de não poderem receber
designação dos demais membros terão a duração recursos da União para a execução de programas
de 2 (dois) anos, permitida apenas uma ou ações de segurança pública e defesa social.
recondução ou reeleição. § 6º O poder público deverá dar ampla divulgação
§ 4º Na ausência de representantes dos órgãos ou ao conteúdo das Políticas e dos Planos de
entidades referidos no caput deste artigo, aplica- segurança pública e defesa social.
se o disposto no § 7º do art. 20 desta Lei. Art. 23. A União, em articulação com os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, realizará
CAPÍTULO V avaliações anuais sobre a implementação do
DA FORMULAÇÃO DOS PLANOS DE SEGURANÇA Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa
PÚBLICA E DEFESA SOCIAL Social, com o objetivo de verificar o cumprimento
SEÇÃO I
das metas estabelecidas e elaborar
DOS PLANOS
recomendações aos gestores e operadores das
políticas públicas.
Art. 22. A União instituirá Plano Nacional de
Parágrafo único. A primeira avaliação do Plano
Segurança Pública e Defesa Social, destinado a
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
realizar-se-á no segundo ano de vigência desta XII - fomentar estudos de planejamento urbano
Lei, cabendo ao Poder Legislativo Federal para que medidas de prevenção da criminalidade
acompanhá-la. façam parte do plano diretor das cidades, de forma
a estimular, entre outras ações, o reforço na
SEÇÃO II iluminação pública e a verificação de pessoas e de
DAS DIRETRIZES GERAIS famílias em situação de risco social e criminal.