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Aula 8b - Rugosidade

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RUGOSIDADE

SUPERFICIAL
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
Introdução

 As superfícies dos componentes mecânicos devem ser


adequadas ao tipo de função que exercem.

 A importância do estudo do acabamento superficial aumenta à


medida que crescem as exigências do projeto.

 As superfícies dos componentes deslizantes, como o eixo de


um mancal, devem ser lisas para que o atrito seja o menor
possível. Já as exigências de acabamento das superfícies
externas da tampa e da base do mancal são menores.

 Os diferentes processos de fabricação de componentes


mecânicos determinam acabamentos diversos nas suas
superfícies.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
Introdução
 A produção das superfícies mais lisas exige, em geral, custo de
fabricação mais elevado.
 As superfícies, por mais perfeitas que sejam, apresentam
irregularidades. E essas irregularidades compreendem dois
grupos de erros: erros macrogeométricos e erros
microgeométricos.

 Erros macrogeométricos são os erros de forma, verificáveis


por meio de instrumentos convencionais de medição, como
micrômetros, relógios comparadores, projetores de perfil etc.

 Erros microgeométricos são os erros conhecidos como


rugosidade.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
RUGOSIDADE
 É o conjunto de irregularidades, isto é, pequenas
saliências e reentrâncias que caracterizam uma
superfície.

A superfície geométrica é, A superfície real é, resultado do


por definição, perfeita. método empregado na usinagem.

 Essas irregularidades podem ser avaliadas com


aparelhos eletrônicos, a exemplo do rugosímetro.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
RUGOSIDADE
 A rugosidade desempenha um papel importante no
comportamento dos componentes mecânicos. Ela
influi na:
• qualidade de deslizamento;
• resistência ao desgaste;
• possibilidade de ajuste do acoplamento forçado;
• resistência oferecida pela superfície ao
escoamento de fluidos e lubrificantes;
• qualidade de aderência que a estrutura oferece às
camadas protetoras (pintura ou revestimento);
• resistência à corrosão e à fadiga;
• vedação;
• aparência.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
RUGOSIDADE
 A grandeza, a orientação e o grau de irregularidade
da rugosidade podem indicar suas causas que, entre
outras, são:

• imperfeições nos mecanismos das máquinas-


ferramenta;
• vibrações no sistema peça-ferramenta;
• desgaste das ferramentas;
• o próprio método de conformação da peça.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
CONCEITOS BÁSICOS
 Termos e conceitos referentes ao estudo da rugosidade
conforme a norma ABNT NBR ISO 4287:2002 –
Rugosidade das superfícies.

A superfície geométrica é, A superfície real é, resultado do


por definição, perfeita. método empregado na usinagem.

A superfície efetiva é obtida por


instrumentos analisadores de
superfície, como o rugosímetro.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
 Superfície geométrica: Superfície ideal prescrita no projeto, na
qual não existem erros de forma e acabamento. Por exemplo:
superfícies plana, cilíndrica etc., que sejam, por definição,
perfeitas. Na realidade, isso não existe; trata-se apenas de uma
referência.

 Superfície real: Superfície que limita o corpo e o separa do meio


que o envolve. É a superfície que resulta do método empregado na
sua produção. Por exemplo: torneamento, retífica, ataque químico
etc. Superfície que podemos ver e tocar.

 Superfície efetiva: Superfície avaliada pela técnica de medição,


com forma aproximada da superfície real de uma peça. É a
superfície apresentada e analisada pelo aparelho de medição. É
importante esclarecer que existem diferentes sistemas e condições
de medição que apresentam diferentes superfícies efetivas.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
CONCEITOS BÁSICOS
 Termos e conceitos referentes ao estudo da rugosidade
conforme a norma ABNT NBR ISO 4287:2002 –
Rugosidade das superfícies.

Perfil efetivo (obtido sem filtragem)

Perfil de rugosidade (após filtragem)


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
 Perfil geométrico: Interseção da superfície geométrica com um plano
perpendicular. Por exemplo: uma superfície plana perfeita, cortada por um
plano perpendicular, originará um perfil geométrico que será uma linha
reta.

 Perfil real: Intersecção da superfície real com um plano perpendicular.


Neste caso, o plano perpendicular (imaginário) cortará a superfície que
resultou do método de usinagem e originará uma linha irregular.

 Perfil efetivo: Imagem aproximada do perfil real, obtido por um meio de


avaliação ou medição. Por exemplo: o perfil apresentado por um registro
gráfico, sem qualquer filtragem e com as limitações atuais da eletrônica.

 Perfil de rugosidade: Obtido a partir do perfil efetivo, por um


instrumento de avaliação, após filtragem. É o perfil apresentado por um
registro gráfico, depois de uma filtragem para eliminar a ondulação à qual
se sobrepõe geralmente a rugosidade.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
CONCEITOS BÁSICOS
 Tomando-se uma pequena porção da superfície, observam-se
certos elementos que a compõem. A figura representa um perfil
efetivo de uma superfície, e servirá de exemplo para salientar os
elementos que compõem a textura superficial, decompondo o perfil.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
 A - Rugosidade ou textura primária é o conjunto das irregularidades
causadas pelo processo de produção, que são as impressões deixadas
pela ferramenta (fresa, pastilha, rolo laminador etc.).
 B - Ondulação ou textura secundária é o conjunto das irregularidades
causadas por vibrações ou deflexões do sistema de produção ou do
tratamento térmico.
 C - Orientação das irregularidades é a direção geral dos componentes da
textura, e são classificados como:
 orientação ou perfil periódico - quando os sulcos têm direções definidas;
 orientação ou perfil aperiódico - quando os sulcos não têm direções
definidas.
 Passo das irregularidades é a média das distâncias entre as saliências.
D1: passo das irregularidades da textura primária;
D2: passo das irregularidades da textura secundária.
O passo pode ser designado pela frequência das irregularidades.
 E - Altura das irregularidades ou amplitude das irregularidades.
Examinamos somente as irregularidades da textura primária.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
SISTEMAS DE MEDIÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL

 Termos e conceitos referentes ao estudo da rugosidade


conforme a norma ABNT NBR ISO 4287:2002 –
Rugosidade das superfícies e ABNT NBR 8404:1984 –
Indicação do estado de superfícies em desenhos
técnicos - Procedimento.

 São usados dois sistemas básicos de medida: o da


linha média M e o da envolvente E. O sistema da linha
média é o mais utilizado. Alguns países adotam ambos
os sistemas. No Brasil, é adotado o sistema M.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
SISTEMA M
 No sistema da linha média, ou sistema M, todas as
grandezas da medição da rugosidade são definidas a
partir do seguinte conceito de linha média:

A1 + A2 = A3

 Linha média é a linha paralela à direção geral do perfil,


no comprimento da amostragem, de tal modo que a
soma das áreas superiores, compreendidas entre ela e
o perfil efetivo, seja igual à soma das áreas inferiores,
no comprimento da amostragem (le).
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE

 Existem vários parâmetros utilizados para avaliar a


rugosidade de uma superfície, veremos agora os mais
comuns.

 Rugosidade média (Ra)


 Rugosidade máxima (Rmáx ou Ry)
 Rugosidade total (Rt)
 Rugosidade média (Rz)
 Rugosidade média do terceiro pico e vale (R3Z)
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade média (Ra): é a média aritmética dos
valores absolutos das ordenadas de afastamento (yi),
dos pontos do perfil de rugosidade em relação à linha
média, dentro do percurso de medição (lm).

Ra é uma abreviação de (roughness average) e significa rugosidade média


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Essa grandeza pode corresponder à altura de um
retângulo, cuja área é igual à soma absoluta (em
módulo) das áreas delimitadas pelo perfil de rugosidade
e pela linha média, tendo por comprimento o percurso
de medição (lm).

A medida de Ra é expressa em micropolegadas (μin = microinch)


ou em micrómetro (μm = micrômetro)
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 O parâmetro Ra pode ser usado nos seguintes casos:

 Quando for necessário o controle contínuo da


rugosidade nas linhas de produção;
 Em superfícies em que o acabamento apresenta sulcos
de usinagem bem orientados (torneamento, fresagem
etc.);
 Em superfícies de pouca responsabilidade, como no
caso de acabamentos com fins apenas estéticos.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Vantagens do parâmetro Ra:
 É o parâmetro de medição mais utilizado em todo o
mundo.
 É aplicável à maioria dos processos de fabricação.
 Devido a sua grande utilização, quase todos os
equipamentos apresentam esse parâmetro (de forma
analógica ou digital eletrônica).
 Os riscos superficiais inerentes ao processo não
alteram muito seu valor.
 Para a maioria das superfícies, o valor da rugosidade
nesse parâmetro está de acordo com a curva de Gauss,
que caracteriza a distribuição de amplitude.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Desvantagens do parâmetro Ra
 O valor de Ra em um comprimento de amostragem indica a
média da rugosidade. Por isso, se um pico ou vale não típico
aparecer na superfície, o valor da média não sofrerá grande
alteração, ocultando o defeito.
 O valor de Ra não define a forma das irregularidades do
perfil. Dessa forma, poderemos ter um valor de Ra para
superfícies originadas de processos diferentes de usinagem.
 Nenhuma distinção é feita entre picos e vales.
 Para alguns processos de fabricação com frequência muito
alta de vales ou picos, como é o caso dos sinterizados, o
parâmetro não é adequado, já que a distorção provocada
pelo filtro eleva o erro a altos níveis.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE

 Indicação da rugosidade Ra pelos números de classe


 A norma NBR 8404/84 define 12 classes de rugosidade, que
correspondem a determinados desvios médios aritméticos
(Ra) expressos em micrometro (μm), conforme tabela a seguir.

Conforme a norma ABNT NBR


8404:1984 - Indicação do estado
de superfícies em desenhos
técnicos – Procedimento
RUGOSÍMETRO DE LABORATÓRIO
 Aparelhos que permitem a leitura dos parâmetros de
rugosidade e o registro em papel, do perfil efetivo da
superfície e gráfico para análise mais profunda da
textura.
RUGOSÍMETRO PORTÁTIL
 Aparelhos que permitem somente a leitura dos
parâmetros de rugosidade. Estes rugosímetros são
mais utilizados na linha de produção.
RUGOSÍMETRO PORTÁTIL
 Disponível em modelos
Analógico ou digital, é
utilizado para efetuar
medições de rugosidade
superficial criada por
jateamento. O controle
da rugosidade, ajuda a
melhorar a aderência ou
ancoragem da tinta ou
recobrimento sobre a
superfície.

Rugosímetro Analógico 0 a 1000µm


Resolução 1µm
RUGOSÍMETRO PORTÁTIL
 O modelo analógico possui um relógio
comparador com uma agulha com ponta de
metal e uma base de seção circular plana.
Quando apoiado sobre uma placa de vidro ou de
cristal (padrão para ajuste do zero), a agulha
toca o plano da base e o aparelho marca zero.
Ao ser colocado sobre a superfície jateada, sua
base circular é apoiada sobre os picos mais
altos e a agulha desce ao fundo dos vales.
A diferença entre o plano dos picos e os fundos
dos vales é indicada no relógio comparador em
micrometros (analógico ou digital) e representa a
medida do perfil de rugosidade em cada ponto
onde é feita a leitura.
ABNT NBR 15488:2007 - Pintura industrial - Superfície metálica para
aplicação de tinta - Determinação do perfil de rugosidade.
Esta Norma fixa o método para determinação do perfil de rugosidade de
superfícies metálicas submetidas a processo de jateamento abrasivo, como
preparação para pintura industrial, de acordo com a NBR 7348.
RUGOSÍMETRO PORTÁTIL
 Segundo a norma ABNT NBR 15488, cada
região selecionada deve medir 200 mm x 200
mm e devem ser efetuadas cinco medições,
sendo uma no centro geométrico e as demais
em suas diagonais, então efetua-se a média
aritmética dos valores obtidos para se obter o
perfil médio de rugosidade. Deve-se tomar
cuidado ao deslocar o aparelho para não
arrastá-lo e não danificar a agulha. O
aparelho deve ser levantado, mudado de
posição e novamente colocado
cuidadosamente sobre a superfície.
 Também deve-se evitar que sejam feitas medidas sobre superfícies curvas
ou muito danificadas, como no grau D (com pites) da norma
ISO 8501-1:2007, pois as leituras seriam afetadas com grandes erros.
ISO 8501-1:2007 Preparação de substratos de aço antes da aplicação de tintas e produtos relacionados - Avaliação
visual da limpeza da superfície - Parte 1: Graus de ferrugem e graus de preparação de substratos de aço não
revestidos e de substratos de aço após a remoção geral de revestimentos anteriores
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PADRÃO VISUAL E TÁTIL DE RUGOSIDADE
 Usado para comparação visual e tátil das principais rugosidades de
diversos tipos de acabamento de usinagem como torneamento,
fresamento, retífica e lapidação.
 Composto por 27 amostras de rugosidades conhecidas (Ra) em µm
e µin.
RUGOSÍMETRO
 Estrutura do instrumento
Os rugosímetros tem uma estrutura básica, que é composta por
diferentes partes, todas essenciais para a realização das medições.
São elas:
 a - Apalpador
 b - Unidade de acionamento
 c - Amplificador
 d - Registrador

Esquema de funcionamento de um rugosímetro


RUGOSÍMETRO
 Estrutura do instrumento
 Apalpador – conhecido também como “pick-up”, é o dispositivo
que desliza sobre a superfície que será verificada, levando os
sinais da agulha apalpadora até o amplificador;
 Unidade de acionamento – é responsável por deslocar o
apalpador sobre a superfície que está sendo medida. Faz o
movimento em velocidade e direção constante pela distância
desejada;
 Amplificador – contém a parte eletrônica principal, com um
indicador de leitura que recebe os sinais da agulha, ampliando e
calculando em função do parâmetro escolhido;
 Registrador – é um acessório do amplificador, presente no
segundo grande grupo que citamos acima. É responsável por
fornecer a reprodução, em papel, do corte efetivo da superfície,
nos casos em que se tem essa função.
RUGOSÍMETRO
 Funcionamento do rugosímetro
 O processo de medição que define a rugosidade da
superfície, consiste em percorrer a superfície que será
analisada com o apalpador (que carrega a agulha apalpadora),
acompanhado por uma guia (patim) que auxilia ele a se mover
na mesma direção.

 Enquanto o apalpador acompanha a rugosidade, a guia (patim)


acompanha as ondulações da superfície. O movimento da
agulha é transformado em impulsos elétricos e, a partir disso,
é registrado no display (digital ou analógico) e, se for o caso,
também no gráfico.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
CRITÉRIOS PARA AVALIAR A RUGOSIDADE
Comprimento de amostragem (Cut off)
 Toma-se o perfil efetivo de uma superfície num comprimento lm,
comprimento total de avaliação. Chama-se o comprimento le de
comprimento de amostragem (ABNT NBR ISO 4287:2002 ).
 O comprimento de amostragem nos aparelhos eletrônicos,
chamado de cut-off (le), não deve ser confundido com a distância
total (lt) percorrida pelo apalpador sobre a superfície.
 É recomendado pela norma ISO que os rugosímetros devam medir
5 comprimentos de amostragem e devem indicar o valor médio.

Comprimentos para avaliação de rugosidade


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
CRITÉRIOS PARA AVALIAR A RUGOSIDADE
Comprimento de amostragem (Cut off)
 Na medição da rugosidade, são recomendados valores para o
comprimento da amostragem, conforme tabela abaixo.

A distância total (lt) percorrida pelo apalpador sobre a superfície


será igual lt = lv + lm + ln = lv + 5.le + ln
lv = distância para atingir a velocidade de medição
ln = distância para a parada do apalpador
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
CRITÉRIOS PARA AVALIAR A RUGOSIDADE
Comprimento total percorrido pelo apalpador (lt)
 A distância percorrida pelo apalpador deverá ser igual a 5 le mais a
distância para atingir a velocidade de medição lv e para o
percurso final do apalpador (para a parada do apalpador) ln.

lt = lv + lm + ln ; lm = 5. le ; lv = 0,1. lm = 0,5. le e ln = lv

Perfil de rugosidade, linha média e percursos


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
CRITÉRIOS PARA AVALIAR A RUGOSIDADE
Comprimento de amostragem e ondulação
 As ondulações são desvios predominantemente periódicos e que se
situam entre 1000:1 e 100:1 na relação entre distância entre as
rugosidades e a profundidade. Como o perfil apresenta rugosidade
e ondulação, o comprimento de amostragem filtra a ondulação.

Rugosidade e ondulação
A rugosidade H2 é maior, pois le2 incorpora ondulação.
A rugosidade H1 é menor, pois, como o comprimento le1 é menor,
ele filtra a ondulação.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
 REPRESENTAÇÃO DE RUGOSIDADE
A Norma ABNT - NBR 8404 fixa os símbolos e indicações
complementares para a identificação do estado de superfície em
desenhos técnicos.

ABNT NBR 8404:1984 - Indicação do estado de superfícies em


desenhos técnicos - Procedimento
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
 REPRESENTAÇÃO DE RUGOSIDADE
A Norma ABNT - NBR 8404 fixa os símbolos e indicações
complementares para a identificação do estado de superfície em
desenhos técnicos.

ABNT NBR 8404:1984 - Indicação do estado de superfícies em


desenhos técnicos - Procedimento
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
 REPRESENTAÇÃO DE RUGOSIDADE

ABNT NBR 8404:1984 - Indicação do estado de superfícies em


desenhos técnicos - Procedimento
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
 REPRESENTAÇÃO DE RUGOSIDADE
Os símbolos podem ser combinados entre si, ou utilizados em
combinação com os símbolos que tenham a indicação da
característica principal da rugosidade Ra.

ABNT NBR 8404:1984 - Indicação do estado de superfícies em


desenhos técnicos - Procedimento
A direção das
estrias é a direção
predominante das
irregularidades da
superfície, que
geralmente
resultam do
processo de
fabricação
utilizado.
Se for necessário
definir uma
direção das
estrias que não
esteja claramente
definida por um
desses símbolos,
ela deve estar
descrita no
desenho por uma
nota adicional.
Valores de rugosidade e aplicações típicas
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DO ESTADO DE SUPERFÍCIE NO SÍMBOLO
Cada uma das indicações do estado de superfície é disposta em relação
ao símbolo.

a = valor da rugosidade Ra, em μm, ou classe de rugosidade N1 até N12


b = método de fabricação, tratamento ou revestimento;
c = comprimento de amostra, em milímetro (cut off);
d = direção de estrias;
e = sobremetal para usinagem, em mm;
f = outros parâmetros de rugosidade (entre parênteses).

ABNT NBR 8404:1984 - Indicação do estado de superfícies em


desenhos técnicos - Procedimento
EXERCÍCIO
1 - Analise a simbologia com indicação de estado de
superfície e responda o significado indicado em cada um
dos 6 números.
EXERCÍCIO
1 - Analise a simbologia com indicação de estado de
superfície e responda o significado indicado em cada um
dos 6 números.

1) classe de rugosidade máxima: ....N8.................


2) classe de rugosidade mínima: ....N7.................
3) processo de fabricação: ...fresagem.............
4) comprimento da amostra: ...0,030mm................
5) sobremetal para usinagem: ...0,1mm..........
6) direção das estrias: ... paralelas ao plano vertical...........
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS
Os símbolos e inscrições devem estar orientados de maneira que possam
ser lidos tanto com o desenho na posição normal como pelo lado direito.

OBS.: Indicações relativas a rugosidade, aos processos de fabricação ou


ao sobremetal só devem ser feitas quando forem importantes para a
função da peça e tão somente nas superfícies em que forem necessárias.

ABNT NBR 8404:1984 - Indicação do estado de superfícies em


desenhos técnicos - Procedimento
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS

A figura mostra um exemplo de um desenho de fabricação de uma


peça com indicação de rugosidade superficial.

Exemplo de indicação de rugosidade superficial


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS
 No Brasil, até 1984, a NBR6402 indicava o acabamento
superficial por meio de uma simbologia que transmitia apenas
informações qualitativas. Esta simbologia, que hoje se encontra
ultrapassada, não deve ser utilizada em desenhos técnicos
mecânicos. Entretanto, é importante que você a conheça, pois
pode vir a encontrá-la em desenhos mais antigos.
 Veja a seguir, os símbolos de acabamento superficial e seu
significado.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS
Correspondência entre os símbolos de acabamento e classes
de rugosidade
Na prática, foi estabelecida uma correspondência aproximada entre os
antigos símbolos de acabamento de superfícies e os atuais símbolos de
rugosidade.

As classes de N1 a N3 correspondem a graus de rugosidade mais “finos”


que o polido .
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS
Correspondência entre os símbolos de acabamento e classes
de rugosidade
Na prática, foi estabelecida uma correspondência aproximada entre os
antigos símbolos de acabamento de superfícies e os atuais símbolos de
rugosidade.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE TRATAMENTO NOS DESENHOS TÉCNICOS

O processo de tratamento pode vir indicado nos desenhos técnicos


de duas maneiras: a) a indicação é feita sobre a linha horizontal do
símbolo de rugosidade. b) consiste em indicar o tratamento sobre
uma linha de chamada ligada à superfície à qual deve ser aplicado
o tratamento.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS
 O símbolo pode ser ligado à superfície a que se refere por meio
de uma linha de indicação, como no próximo desenho.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS

 Quando todas as superfícies da peça têm o mesmo grau de


rugosidade, a indicação é feita de maneira simplificada.
 Caso se trate de uma peça isolada, a indicação do estado de
rugosidade é representada próxima à vista da peça, como no
desenho mostrado.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS
 Quando um determinado estado de superfície é exigido para a
maioria das superfícies de uma peça, o símbolo de rugosidade
correspondente vem representado uma vez, ao lado superior
direito da peça. Os demais símbolos de rugosidade, que se
referem a superfícies indicadas diretamente no desenho, vêm
após o símbolo principal, entre parênteses. Veja um exemplo.

Neste exemplo, N9 é a classe de rugosidade predominante


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
INDICAÇÕES DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS
 Se a peça faz parte de um conjunto mecânico, ela recebe um
número de referência que a identifica e informa sobre a posição
da peça no conjunto. Nesse caso, a indicação do estado de
superfície vem ao lado do número de referência da peça, como
no próximo desenho.
 Quando a peça leva número de referência, a indicação da
rugosidade geral e das rugosidades específicas vem ao lado do
número de referência, como no desenho abaixo.

Neste exemplo, N9 é a classe de rugosidade predominante


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
A tabela a seguir apresenta a rugosidade superficial de processos
mecânicos (moldagem, conformação e usinagem), relacionando-os com o
grau de qualidade do processo realizado.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
 Os valores da rugosidade em Ra tem relação com a
qualidade da tolerância em IT, como é apresentado na
tabela a seguir.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
Embora a rugosidade superficial não seja igual à qualidade
de trabalho (IT), estas duas grandezas podem ser
relacionadas por meio da tabela a seguir.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES

OUTROS PARÂMETROS DE RUGOSIDADE


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade máxima – Rmáx ou Ry : é o maior valor das
rugosidades parciais Zi dentro do percurso de medição.

Rugosidade máxima Ry definida pela rugosidade parcial Zi


(neste caso Z3)
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade máxima – Rmáx ou Ry
Vantagens do parâmetro Rmáx:
• Informa sobre a máxima deteriorização da superfície vertical da
peça.
• É de fácil obtenção quando o equipamento de medição fornece o
gráfico da superfície.
• Tem grande aplicação na maioria dos países. Fornece informações
complementares ao parâmetro Ra (que dilui o valor dos picos e
vales).
Desvantagens do parâmetro Rmáx:
• Nem todos os equipamentos fornecem este parâmetro e, para
avaliá-lo por meio de um gráfico, é preciso ter certeza de que o
perfil registrado é um perfil de rugosidade.
• Caso seja o perfil efetivo (sem filtragem), deve ser feita uma
filtragem gráfica.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade máxima – Rmáx ou Ry

O parâmetro Ry pode ser empregado nos seguintes casos:


· Superfícies de vedação;
· Assentos de anéis de vedação;
· Superfícies dinamicamente carregadas;
· Tampões em geral;
· Parafusos altamente carregados;
· Superfícies de deslizamento em que o perfil efetivo é periódico.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade total – Rt : Corresponde à distância vertical
entre o pico mais alto e o vale mais profundo no comprimento de
avaliação (lm), independentemente dos valores de rugosidade
parcial (Zi).

Rugosidade total Rt definida pela distância entre o pico mais


alto e o vale mais fundo (neste caso, pico do Z1 e vale do Z3).
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade total – Rt
Vantagens do parâmetro Rt:
• É mais rígido na avaliação que o Ry, pois considera todo o
comprimento de avaliação e não apenas o comprimento de
amostragem (1 valor de cut off). É mais fácil para obter o gráfico
de superfície do que com o parâmetro Ry .
• Tem todas as vantagens indicadas para o Ry.

Desvantagens do parâmetro Rt:


• Em alguns casos, a rigidez de avaliação leva a resultados
enganosos.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade total – Rt
O parâmetro Rt tem o mesmo emprego do Ry, mas com maior
rigidez, pois considera o comprimento de amostra igual ao
comprimento de avaliação.

O parâmetro Ry pode ser empregado nos seguintes casos:


· Superfícies de vedação;
· Assentos de anéis de vedação;
· Superfícies dinamicamente carregadas;
· Tampões em geral;
· Parafusos altamente carregados;
· Superfícies de deslizamento em que o perfil efetivo é periódico.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade média ou Desvio médio – Rz: é a média
aritmética dos cinco valores de rugosidade parcial,
obtidos dentro do percurso de medição.
 A rugosidade parcial – zi : é a soma dos valores
absolutos da altura dos pontos máximos e mínimos do
perfil, dentro do percurso de amostragem.

Rugosidade parcial Zi , Rz e Rmáx


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade média ou Desvio médio – Rz

Emprego do parâmetro Rz
• Superfícies de peças sinterizadas.
• Peças fundidas e porosas em geral.

Vantagens do parâmetro Rz
• Desconsidera picos e vales que não sejam representativos da
superfície.
• Caracteriza muito bem uma superfície que mantém certa
periodicidade do perfil ranhurado.
• De fácil obtenção com equipamento que forneça gráfico.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade média ou Desvio médio – Rz

Desvantagens do parâmetro Rz
• Não possibilita informação sobre forma do perfil nem distância entre
ranhuras.
• Poucos equipamentos fornecem o parâmetro de forma direta.

Determinação do valor de cut-off para a medição de Rz (DIN)


Para medição do parâmetro Rz, existem duas situações diferentes na
seleção do valor de cut-off necessário para efetuar uma medição de
rugosidade: quando o perfil da peça é periódico e quando é
aperiódico. Quando o perfil é periódico o valor do cut-off depende
da distância entre os sulcos deixados pelo avanço da ferramenta no
processo de usinagem.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade média ou Desvio médio – Rz
Determinação do valor de cut-off para a medição de Rz (DIN)

Quando o perfil é periódico o valor do cut-off depende da


distância entre os sulcos deixados pelo avanço da ferramenta no
processo de usinagem, conforme tabela a seguir.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade média ou Desvio médio – Rz
Determinação do valor de cut-off para a medição de Rz (DIN)
Perfis aperiódicos são normalmente resultantes de esmerilhamento,
retificação, fresagens de contorno e frontal sem inclinação,
alargamento, deformação, etc. Para definir o valor aproximado da
rugosidade pode-se usar inicialmente um valor de cut-off também
aproximado (geralmente usa-se o valor 0,8 mm), conforme tabela.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade média do terceiro pico e vale – R3z: é a
média aritmética dos valores de rugosidade parcial
(3Zi), obtidas entre o terceiro pico mais alto e o terceiro
vale mais profundo, correspondentes a cada um dos
cinco módulos (cut off), em sentido paralelo à linha
média.

Rugosidade média do terceiro pico e vale - R3z


RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade média do terceiro pico e vale – R3z

Emprego do parâmetro R3z


• Superfícies de peças sinterizadas.
• Peças fundidas e porosas em geral.

Vantagens do parâmetro R3z


• Desconsidera picos e vales que não sejam representativos da
superfície.
• Caracteriza muito bem uma superfície que mantém certa
periodicidade no perfil ranhurado.
• De fácil obtenção com equipamento que forneça gráfico.
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE
 Rugosidade média do terceiro pico e vale – R3z

Desvantagens do parâmetro R3z


• Não possibilita informação sobre forma do perfil nem sobre distância
entre ranhuras.
• Poucos equipamentos fornecem o parâmetro de forma direta.
BIBLIOGRAFIA
 FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO. Metrologia: profissionalizante de
mecânica. Rio de Janeiro, 2009. 242p., il. (Novo Telecurso).

 NOVASKI, Olívio. Introdução à engenharia de fabricação mecânica.


São Paulo: Blucher, c 1994, reimp. 2012. 119p.

 AGOSTINHO, Oswaldo Luiz; RODRIGUES, Antonio Carlos dos Santos;


LIRANI, João. Princípios de engenharia de fabricação mecânica:
tolerâncias, ajustes, desvios e análise de dimensões. Coordenação de
Rosalvo Tiago Ruffino. São Paulo: Blucher, c 1977, reimp. 2009. 295p.

 SILVA NETO, João Cirilo da. Metrologia e controle


dimensional. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2012. 237p.

 https://www.mitutoyo.com.br/catalogos

 https://www.starrett.com.br/catalogos/

 http://digimess.tempsite.ws/2021/downloads/geral_digimess.pdf

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