Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

PETIÇÃO INICIAL ROSILENE SEVERINA DA SILVA

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 6

AO DOUTO JUÍZO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE FEIRA NOVA/PE

ROSILENE SEVERINA DA SILVA, brasileira, solteira,


portadora da cédula de identidade RG de nº 6.662.612 SSP/PE, inscrita no
CPF/MF sob o nº 075.503.864-98, residente e domiciliada na Rua Padre
Cícero, Nº 03, Feira Nova/PE, CEP: 55.715-000, pobre na forma da lei
(declaração anexa), por seu advogado, mandato incluso, vem propor a
presente

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL c/c


PARTILHA DE BENS

em face de JOSENILDO JÚLIO DOS SANTOS, brasileiro,


residente e domiciliado na Rua José Barbosa de Souza Nº 10 em Feira
Nova/PE, com fundamento nos fatos e no direito que a seguir articula:

1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A autora requer a CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS JUSTIÇA
GRATUITA, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela
Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes, por não poder arcar com as
despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de sua
subsistência e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência
anexa.

2 DOS FATOS

A autora e o réu viveram em união estável por 15 anos, ou


seja, desde setembro de 2008, época em que iniciaram o relacionamento
afetivo e foram viver juntos, permanecendo essa união até setembro de
2023.

As partes mantiveram um relacionamento baseado na


convivência pública, contínuo e duradouro e estabelecido com o objetivo de
constituição de família.

Inclusive, desta união estável adveio duas filhas, ARIANE


JÚLIA DA SILVA SANTOS, nascida em 22/11/2010 (13 anos) e AYLA JAMILLY
DA SILVA SANTOS, nascida em 04/07/2012 (11 anos), conforme certidões de
nascimento anexas.

Na constância desta união estável, as partes adquiriram os


seguintes bens – todos os documentos dos imóveis abaixo estão com
JOSENILDO JÚLIO DOS SANTOS

1. 01 garagem na Rua José Barbosa;

2. 01 terreno na Vila de Sergio Rua Padre Cícero ;

3. 2 veículos: 01 Van branca e 01 Kombi branca.

Por fim, tendo se tornado insuportável à vida em comum do


casal, a autora vem requerer, primeiramente, o reconhecimento da união
estável para surtir seus efeitos de direito, juntamente com a dissolução da
união estável e a consequente partilha dos bens adquiridos durante esta
união.
3 DO DIREITO

Douto Juízo, é induvidoso, pela legislação aplicável à espécie


e mesmo pela pacífica jurisprudência, que a “união estável”, com todos os
seus reflexos, patrimoniais inclusive, goza de proteção legal e pode ser
reconhecida e dissolvida judicialmente.

Em conformidade com o Código Civil o patrimônio adquirido


na constância da união estável, independentemente de ter sido adquirido
em nome de um ou de outro, ao fim da vida em comum, deve ser
partilhado, senão vejamos:

Art. 1.723 . É reconhecida como entidade familiar a união


estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
com o objetivo de constituição de família.

Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os


companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que
couber, o regime da comunhão parcial de bens.

Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se


os bens que sobrevierem ao casal, na constância do
casamento, com as exceções dos artigos seguintes.

Art. 1.660. Entram na comunhão:

I - os bens adquiridos na constância do casamento por título


oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;

A nossa jurisprudência também é absolutamente pacífica


sobre o tema:

Processo: REsp. 178262 / DF. Recurso Especial:


1998/0043746-0

Relator(a): Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO (280)


Relator(a) p/ Acórdão: Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES
DIREITO (1108). Órgão Julgador: T3 - TERCEIRA TURMA.
Data do Julgamento: 19/05/2005. Data da Publicação/Fonte:
DJ 29.08.2005 p. 326. Ementa: União estável. Dissolução.
Interesse de agir. Partilha do patrimônio comum. Ajuste
consensual.
1. A união estável autoriza os parceiros a procurar,
amigavelmente, o Poder Judiciário para fazer a respectiva
dissolução.

Constituição Federal, nossa lei maior, determina a proteção


do Estado à união estável entre homem e mulher, como no caso vertente, já
que os mesmos viveram more uxório por aproximadamente 23 anos,
matéria pacificada e cristalizada pela Súmula nº 380, do Colendo Supremo
Tribunal Federal, in verbis:

“Comprovada a existência de sociedade de fato, é


cabível sua dissolução judicial, com a partilha do
patrimônio adquirido pelo esforço comum”.

Do mesmo modo, sobre a matéria, prescreve o art. 5.º da Lei


n.º 9.278/96, que:

“Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por


ambos os conviventes, na constância da união estável
e a título oneroso, são considerados frutos do
trabalho e da colaboração comum, passando a
pertencer a ambos, em condomínio e em partes
iguais, salvo estipulação contrária em contrato
escrito”.

Destarte, conforme consta, a “união estável” de


companheiros, comprovada pela convivência prolongada sob o mesmo teto
como se casados fossem, é um fato jurídico incontroverso irradiador de
direitos e obrigações, legalmente protegido pelo estado.

O direito à partilha dos bens adquiridos na constância da


união estável, da mesma forma, é matéria absolutamente incontroversa e
passível de ser definida pela via judicial. Desse modo, a legislação pátria
autoriza a Autora a buscar prestação jurisdicional para obter a declaração
de reconhecimento e dissolução da união estável havida entre ela e o Réu,
bem como, o amparo judicial para obter a partilha dos bens adquiridos na
constância da união.

Portanto, a pretensão da Requerente resta plenamente


justificada devendo, por isso, ser devidamente acolhida, eis que presentes
os pressupostos que evidenciam não só a relação more uxório, mas também
a efetiva contribuição na formação do patrimônio comum.

4 DOS ALIMENTOS ÀS FILHAS MENORES

Após a separação, a autora é quem mantém a guarda das


filhas menores, ARIANE JÚLIA DA SILVA SANTOS e AYLA JAMILLY DA SILVA
SANTOS.

Assim, a autora vem requerer, em nome das filhas menores,


o arbitramento da obrigação do réu de pagar os alimentos de que as suas
filhas necessitam para viver de modo digno e atender às suas necessidades
básicas, tais como educação, saúde e lazer. Inclusive, trata-se de obrigação
decorrente do próprio poder familiar.

Portanto, requer o arbitramento do pagamento de alimentos


no valor correspondente a 30% do salário mínimo vigente.

5 DOS PEDIDOS

Ante o exposto, em conformidade com a legislação acima


descrita, requer ao Douto Juízo:

1 O deferimento dos benefícios da justiça gratuita nos


termos do art. 98 e seguintes do CPC;

2 A citação do réu, no endereço que consta do preâmbulo


desta peça, para, querendo, apresentar defesa, no prazo legal, sob pena de
revelia;
3 Seja processado o presente feito e, ao final, julgada
procedente a presente ação para:

3.1 Declarar a existência da “união estável” havida entre a


Autora e o Réu, produzindo efeitos durante o lapso de tempo de 15 (quinze)
anos;

3.2 Decretar a dissolução da “união estável”, com a


consequente partilha dos bens adquiridos na constância da união estável,
em partes iguais para a Autora e o Réu;

3.3 Condenar o réu ao pagamento de prestações mensais


no importe de 30% do valor do salário mínimo vigente, à título de alimentos
às filhas menores ARIANE JÚLIA DA SILVA SANTOS e AYLA JAMILLY DA SILVA
SANTOS;

4 A intimação do Representante do Ministério Público


para, querendo, atuar no processo, em todos os seus atos;

5 Condenar o Réu ao pagamento dos ônus processuais,


conforme se apurar e a suportar os honorários advocatícios que vierem a
ser arbitrados.

Protesta a Autora pela produção de provas em direito


admitidas, especialmente depoimento pessoal do Requerido, oitiva de
testemunhas e juntada de documentos, se necessários para contrapor
eventual alegação do Requerido.

Para efeitos meramente fiscais, atribui à causa o valor de R$.


1.000,00 (mil reais).

Nestes termos,
Pede deferimento.
Feira Nova, junho de 2024.

ROMEU BARBOSA FILHO


OAB/PE 39.638

Você também pode gostar