POLÍTICAS-PÚBLICAS-E-A-QUESTÃO-SOCIAL-1
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POLÍTICAS-PÚBLICAS-E-A-QUESTÃO-SOCIAL-1
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Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3
A QUESTÃO SOCIAL............................................................................................. 5
OS DIREITOS SOCIAIS ....................................................................................... 10
POLÍTICA E GASTO SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO ............................................ 12
DESENVOLVIMENTO E O PENSAMENTO ECONÔMICO-SOCIAL ................... 15
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 17
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 20
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NOSSA HISTÓRIA
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INTRODUÇÃO
A quem cabe a gestão das políticas públicas? Quem deve se responsabilizar por
propor, implementar, gerir e avaliar ações que visam substanciar direitos que todos
nós consideramos essenciais, como o acesso à educação, a saúde, a moradia, ao
trabalho, à seguridade e mesmo princípios fundamentais como o direito a uma vida
digna?
Esta pergunta não tem uma resposta simples. Não apenas depende de quais
pressupostos cada uma parte para respondê-la, como da dinâmica de luta de projetos
diversos a respeito de como deve ser organizada a sociedade, que envolve questões
políticas e compreensões culturais diversas.
Uma das respostas, aquela que corresponde aos defensores e apologistas da forma
atual de ordenamento social em que vivemos - a sociedade capitalista -, é que as
diferentes demandas sociais devem ser garantidas pelo mesmo mecanismo que
oferece bens e serviços aos indivíduos, isto é, o mercado. Segundo esta visão liberal,
na livre concorrência os capitalistas oferecem bens e serviços como mercadorias em
busca do lucro, mas ao fazer isso oferecem empregos e distribuem salários que
permitem aos trabalhadores o acesso ás mercadorias e, desta forma, tudo ocorreria
da melhor forma, no melhor dos mundos, como diria um personagem de Voltaire.
O fato é que este modelo acabou gerando um esgotamento do Estado, uma vez que
a esperada diminuição da questão social pelo desenvolvimento do mercado (o mito
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liberal ainda sobrevive aqui) não se verificou, pelo contrário, o desenvolvimento
capitalista aprofundou as desigualdades e a concentração da riqueza. A grande crise
dos anos 80 e a reestruturação produtiva empreendida pelo capital no período,
colocaram a “questão social” em um novo patamar explosivo que exigia soluções.
Por fim, mais uma vez, caímos na armadilha: o chamado “terceiro setor” desenvolve
ações com verbas do Estado e este depende da arrecadação de impostos que
dependem do bom andamento da economia capitalista. A base do consenso é que
deveríamos todos nos unir para fazer a economia crescer, para depois buscar a
satisfação de nossas necessidades.
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A QUESTÃO SOCIAL
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necessária à acumulação capitalista, ou seja, à produção capitalista, operar, de forma
simultânea, produzindo riqueza e pobreza de forma polarizada. Portanto, sobre as
relações entre crescimento econômico, pobreza e desigualdade, pode-se afirmar que
estão longe de justificar o discurso segundo o qual somente o crescimento econômico
pode permitir a redução da pobreza, ou seja, a diminuição da desigualdade.
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e da cidadania, relacionada à proteção social, estava abalado no capitalismo central
e comprometido na periferia do capital, onde não se realizou efetivamente. As elites
político-econômicas, então, começaram a questionar e responsabilizar pela crise a
atuação regulatória do Estado de Bem-Estar Social, especialmente naqueles setores
que não revertiam diretamente em favor de seus interesses. E aí se incluíam as
políticas sociais (BEHRING, 2009).
No Brasil, em comparação com outras partes do mundo, houve uma chegada tardia
do neoliberalismo, que tem relação com a força do processo de redemocratização e
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saída da ditadura militar. O conceito de Seguridade Social inscrito na Constituição de
1988 representa um ensaio do Brasil a uma política de Bem estar social, apesar de
suas restrições a apenas três políticas e da tensão entre universalidade e
seletividade, que está presente em seus princípios. Contudo, no país, logo após a
constituinte de 1988, o neoliberalismo começou a sua expansão propositiva na
década de 1990 (DRAIBE 1993).
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Segundo Netto (2007), na atual fase do capital, não estamos diante de uma “nova”
questão social, mas sim compreendemos que estamos confrontados com novas
expressões da questão social. A “velha” questão social ainda não foi resolvida e,
então, com a complexidade da dinâmica capitalista, também temos novas
problemáticas e complexificação de situações, que antes não eram socialmente
reconhecidas como significativas (violência urbana, migrações involuntárias, conflitos
étnicos e culturais, opressão/exploração nas relações de gênero etc). Portanto, esta
questão social exponenciada comprova a permanência da pobreza e da
desigualdade, permanência essa que tem desafiado todo o empenho de técnicos e
profissionais que se comprometeram com políticas de erradicação da pobreza e
redução das desigualdades.
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OS DIREITOS SOCIAIS
A referida política foi implementada no país tendo por base reguladora o Sistema
Único de Assistência Social - SUAS, concebido como modelo de gestão
descentralizado e participativo, o qual estabelece como elementos imprescindíveis à
execução da política os seguintes eixos estruturantes: “a matricialidade sociofamiliar;
a descentralização político-administrativa e territorialização; novas bases para a
relação entre Estado e sociedade civil; financiamento; controle social; participação
popular do cidadão usuário; política de recursos humanos e um sistema de
informação monitoramento e avaliação”. São eixos que demonstram o estatuto de
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política pública com claro comprometimento do Estado no sentido de assegurar a
infraestrutura necessária para a sua implementação.
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POLÍTICA E GASTO SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO
Para tanto, a Constituição combinou medidas que garantiam uma série de direitos
sociais, ampliando o acesso da população a determinados bens e serviços públicos
e garantindo a regularidade do valor dos benefícios. No Capítulo dos Direitos
Individuais e Coletivos, o Art. 6o estabeleceu como direitos a “educação, a saúde, o
trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados”.
A moradia foi reconhecida como direito social pela Emenda Constitucional n o 26, de
14 de fevereiro de 2000, mas ainda carece de regulamentação para afirmar-se nesse
patamar. A Constituição estabeleceu ainda, no Art. 7 o (inciso IV), o salário mínimo,
fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as necessidades vitais dos
trabalhadores. Mais importante foi o estabelecimento do princípio da vinculação entre
salário mínimo e o piso dos benefícios previdenciários e assistenciais permanentes.
No caso da Previdência Social, o 5 o do Art. 201 estabelece que “nenhum benefício
que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá
valor mensal inferior ao salário mínimo”. No caso da Assistência Social, o Inciso V, do
Art. 203 estabelece “a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção ou tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei”.
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Na parte da sustentabilidade de recursos, a Constituição criou principalmente o
Orçamento da Seguridade Social, que deveria primar pela diversidade das bases de
financiamento, passando a contar com uma série de contribuições sociais. O Art. 195
da CF dispõe que o financiamento será oriundo de toda a sociedade, de forma direta
e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios, e de contribuições arrecadadas dos
empregadores, trabalhadores e sobre as receitas de concursos de prognósticos.
Reconheceu a importância da área de educação, ao aumentar a vinculação de
recursos federais para esta política3 e ao manter a contribuição social do salário
educação.
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Se, por um lado, a Constituição fez com clareza a distribuição das receitas entre os
entes federados, por outro lado não tratou adequadamente da distribuição de
responsabilidades relativas aos encargos sociais entre esses mesmos entes,
submetendo à legislação ordinária os pontos mais polêmicos. Este processo gerou
desequilíbrios e controvérsias que iriam perdurar durante toda a década de 1990.
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DESENVOLVIMENTO E O PENSAMENTO ECONÔMICO-SOCIAL
O estudo da questão do desenvolvimento assume, no caso brasileiro, dimensões
históricas bastante particulares e específicas. Sempre associado à idéia de
modernidade e de mudança o desenvolvimento aparece, de um lado, como elemento
central do discurso republicano, estruturando uma determinada concepção ideal de
nação a ser perseguida; de outro lado, como mote elementar do discurso econômico-
científico à guisa de uma perspectiva evolutiva.
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O desenvolvimento como meta denunciaria assim a situação inversa vivenciada: o
subdesenvolvimento. Subdesenvolvimento que esteve sempre associado à presença
de um segmento não-moderno – em geral designado de setor de subsistência ou
setor informal – em convivência com um segmento moderno, percebido como
capitalista ou setor de mercado (Singer, 1977). O grosso da produção intelectual e/ou
acadêmica brasileira dos anos 1950 a 1970 também parece ter aderido à perspectiva
dualista. Inspirados no trabalho pioneiro de Lewis (1954), autores importantes como
o próprio Singer, além de Celso Furtado, Milton Santos, entre outros, reafirmaram a
centralidade da análise dual na construção de uma teoria do desenvolvimento e da
mudança social.3 É portanto nesse contexto que ao binômio progresso-
desenvolvimento tem sido contraposto o lado arcaico-atrasado da sociedade
brasileira. O setor não-moderno não é associado apenas à baixa densidade de
capital, baixa produtividade ou reduzido dinamismo, mas é também portador de
alguns signos historicamente vistos como pecha. O ideário do Brasil não-moderno é
permeado de exemplos e/ou figuras emblemáticas, caso do caboclo rural e do mestiço
urbano, ambos tidos como indolentes e despreparados para o trabalho, legatários do
caráter negativo atribuído desde há muito ao negro.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos diante de um contexto em que, se a educação em saúde não puder formar
profissionais críticos (intelectuais orgânicos para os interesses da população
trabalhadora ao invés do Complexo Médico Industrial), com certeza o campo do
trabalho e da formação será cada vez mais apropriado pelos interesses do capital,
sem a resistência teórica e política dos trabalhadores da saúde.
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recortam as expressões da “questão social” que podem se tornar matéria da atividade
profissional. Assim, as exigências impostas pelos distintos empregadores também
incidem nas requisições feitas ao profissional e estabelecem limites e possibilidades
à realização dos propósitos profissionais.
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público e não pela rede privada ou pública terceirizada, o caminho de fortalecimento
do SUS será mais dificultoso.
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REFERÊNCIAS
http://portal.metodista.br/gestaodecidades/publicacoes/artigos/questao-social-
politicas-publicas-e-a-questao-da-gestao
http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170608151415.pdf
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2011/CdVjornada/JORNADA_EIXO_2011/
MESAS_TEMATICAS/SERVICO_SOCIAL_QUESTAO_SOCIAL_E_POLITICAS_PU
BLICAS_NO_BRASIL_E_NA_COLOMBIA.pdf
https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/Cap_6-10.pdf
https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/Cap_9-10.pdf
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