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Fonte de fibras

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Fonte de fibras

A bananeira tem sido uma fonte de fibra para tecidos de alta qualidade. No Japão, o
cultivo de banana para vestuário e uso doméstico remonta pelo menos ao século XIII. No
sistema japonês, folhas e brotos são cortados a partir da planta periodicamente para
garantir a suavidade. Brotos colhidos são cozidos em primeiro em soda cáustica para
preparar fibras para fazer fios têxteis. Esses brotos de banana produzem fibras de
diferentes graus de maciez, produzindo fios e tecidos com diferentes qualidades para
usos específicos. Por exemplo, as fibras ultraperiféricas da brotos são mais rudes, sendo
adequados para toalhas de mesa, enquanto as fibras mais suaves da parte interna são
desejáveis para quimonos e hakamas. Este tradicional processo japonês de fazer roupas
requer muitos passos, todos feitos à mão.[16]
No sistema nepalês, ao contrário, o tronco é colhido e pequenos pedaços são submetidos
a um processo de amaciamento, extração de fibras mecânicas, branqueamento e
secagem. A seguir, enviam-se as fibras para o Vale de Katmandu, para uso
em tapetes de seda com textura semelhante. Esses tapetes de fibra de bananeira são
tecidos a mão pelos tradicionais métodos nepaleses e suas vendas são certificadas.

Transporte e comercialização

Transporte de bananas
Apesar de o consumo das bananas ser prático e simples, o seu transporte, contudo, é
delicado e requer cuidados especiais — amadurece rapidamente quando retirada de
seu cacho e amassa com facilidade por ter uma casca não muito resistente. Além disso,
como é uma fruta muito aromática, transfere o seu odor para objetos que com ela entrem
em contato. A maior parte da produção para o mercado interno é constituída por bananas
verdes para cozinhar ou bananas-pão - as variedades utilizadas como fruta são facilmente
danificadas durante o seu transporte, mesmo quando transportadas apenas no seu país
de origem.
As variedades comerciais de sobremesa mais consumidas nas regiões temperadas
(espécies Musa acuminata ou o gênero híbrido Musa X paradisiaca) são importadas em
larga escala dos trópicos. São muito populares também devido ao facto de constituírem
uma fruta não sazonal, que pode ser consumida fresca durante todo o ano. No comércio
global, a variedade de cultivo de maior importância económica é, de longe, a chamada
banana banana-cavendish (banana-caturra, em cultura lusófona), que superou em
popularidade, na década de 1950, a variedade Gros Michel, depois de esta ter sido
dizimada pelo mal-do-panamá, um fungo que atacava raízes das bananeiras.
Despencamento de bananas sendo praticado por mulheres,
no Belize (América Central)
Tal como acontece com outros tipos de fruta, é comum que o mercado internacional seja
monopolizado por pouco mais de uma variedade. Isso não se deve, contudo, ao sabor,
mas às facilidades de transporte e de duração em armazenamento: de facto, as
variedades mais comercializadas raramente são mais saborosas que outras menos
cultivadas por razões económicas. As infrutescências (cachos) são colhidas quando estão
plenamente desenvolvidas, se se destinarem ao mercado interno. Se forem para
exportação, são colhidas ainda verdes e com cerca de 3/4 do tamanho que poderiam
atingir, amadurecendo em armazéns destinados para esse efeito no país onde serão
consumidas.
O momento da colheita exige grandes cuidados de modo a não machucar as bananas
que perdem atractividade e qualidade se apresentarem manchas provocadas pelos
choques. Os cachos são, então, despencados, ou seja, separados nas pencas que os
constituem, rejeitando-se as pencas das extremidades (cerca de 25 por cento da
produção), por serem mais sujeitas aos choques durante o seu transporte, bem como pela
sua forma e tamanho pouco adequado para a comercialização e para um eficaz
acondicionamento. Esses excedentes podem ser utilizados pela indústria transformadora
de alimentos, na produção de "purés", polpas para a confecção de sumos
(fermentados ou não) ou na alimentação de animais. Em muitos casos, os excedentes
são, simplesmente, deitados fora.
As pencas são postas, então, em repouso para que exsudem a seiva em excesso, sendo
depois lavadas e mergulhadas numa solução fungicida que evitará o apodrecimento a
partir dos cortes. As pencas podem ainda ser cortadas em grupos (clusters) mais
pequenos, de modo a aumentar a quantidade de fruta embalada por unidade de volume,
geralmente em caixas de cartão que podem ser envolvidas por sacos de polietileno e que
são embarcadas, salvo raras excepções, nos chamados "barcos fruteiros". Para retardar o
amadurecimento, é necessário renovar o ar no local de transporte, para retirar
o etileno, hormona produzida pelas bananas e que acelera a sua maturação.
Para induzir o amadurecimento das bananas, o ambiente do armazém pode ser
preenchido com etileno. Contudo, se o fruto for comercializado verde, permitindo a
maturação mais lenta, o sabor tornar-se-á mais agradável, e a polpa, mais firme, ainda
que a casca possa ficar manchada de amarelo escura ou castanho. O sabor e a textura
são, assim, afectados pela temperatura em que amadurecem. No transporte, elas são
expostas a uma temperatura de cerca de 12 °C e a uma humidade relativa próxima da
saturação. Em temperaturas mais baixas, contudo, a maturação é definitivamente inibida
e as frutas tornam-se cinzentas.

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