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TECNOLOGIA_DESDOBRAMENTOS

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Mateus Souza da Silva - msouzadasilva43@gmail.com - IP: 192.140.30.

35 1 I Página
SUMÁRIO
REVOLUÇÃO TECNÓLOGICA E SEUS DESDOBRAMENTOS ................................................ 3

Mateus Souza da Silva - msouzadasilva43@gmail.com - IP: 192.140.30.35 2 I Página


1. REVOLUÇÃO TECNÓLOGICA E SEUS DESDOBRAMENTOS
Nossa existência contemporânea pode ser dividida em algumas eras, geralmente separada
por revoluções tecnológicas que mudam nossa forma de viver.
Ao longo da história, as pessoas sempre foram dependentes da tecnologia. É claro que a
tecnologia de cada época pode não ter a mesma forma e tamanho de hoje, mas, para a época, era
certamente algo para as pessoas olharem.
As pessoas sempre usavam a tecnologia que tinham disponível para ajudar a tornar suas vidas
mais fáceis e, ao mesmo tempo, tentavam aperfeiçoá-la e levá-la ao próximo nível. Foi assim que
o conceito da revolução industrial começou. No momento, estamos passando pela quarta revolução
industrial, também conhecida como Indústria 4.0.
Aqui estão algumas informações nas três revoluções industriais anteriores, levando até a que
vivemos hoje!
A Primeira Revolução Industrial corresponde à primeira fase da Revolução Industrial,
período caracterizado pelo grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Europa e que,
posteriormente, espalhou-se pelo mundo, provocando inúmeras e profundas transformações
econômicas e sociais. A Primeira Revolução Industrial iniciou-se por volta de 1760, marcando a
transição de um sistema feudal para o sistema capitalista, e durou até meados de 1850, quando,
então, iniciou-se a segunda fase da Revolução Industrial.
A Revolução Industrial foi dividida em três fases, baseadas nos avanços tecnológicos alcançados
e suas consequentes transformações. São elas:
→ Primeira Revolução Industrial: de 1760 até meados de 1850;
→ Segunda Revolução Industrial: entre 1850 e meados de 1945;
→ Terceira Revolução Industrial: meados de 1950 até os dias atuais.
Para saber mais sobre a Revolução Industrial, como antecedentes históricos, o pioneirismo inglês,
entre outras informações, clique aqui: Revolução Industrial.

Características da Primeira Revolução Industrial


A Primeira Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, em meados do século XVIII, significou um
período de grandes mudanças. Essas mudanças, ao longo dessa fase, estavam limitadas ao
domínio inglês. Contudo, ao longo do desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramentos de
técnicas, essas transformações espalharam-se pelo mundo todo, sendo, portanto, fundamental
para entender a atual configuração da sociedade.
A principal característica dessa fase é a mudança do processo produtivo. Anteriormente, o trabalho
era feito por artesãos, mulheres, homens e crianças, que o desenvolvia em suas casas ou em
oficinas. Com a Revolução Industrial, esse trabalho passou a ser desenvolvido em fábricas com
a utilização de máquinas. Antes, a execução de trabalho que era feita manualmente demandava
muito tempo, visto que os trabalhadores precisavam realizar todas as etapas do sistema produtivo.
Com o avanço tecnológico, foi possível desenvolver máquinas capazes de aperfeiçoar o tempo,
possibilitar a produção em maior escala e, consequentemente, o aumento dos lucros. Nesse
período, passa a existir o que conhecemos por “divisão do trabalho”. Cada trabalhador passa,
então, a exercer apenas uma etapa da produção e não todas as etapas (da matéria-prima à
comercialização), como eram feito anteriormente.

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Surge também o trabalho assalariado, ou seja, o trabalhador que antes controlava o processo
produtivo passa a ser um funcionário que recebe uma remuneração pela sua produção. Sendo
assim, a mão de obra passa a ser vendida, significando o surgimento de novas relações de
trabalho.

Primeira Revolução Industrial na Inglaterra – Pioneirismo Inglês


A Inglaterra foi à pioneira da Revolução Industrial. Mas qual o motivo para isso? O país foi o pioneiro
por diversos fatores. Primeiramente, é preciso mencionar o surgimento de uma classe social no
território inglês: a burguesia, promovida pela Revolução Inglesa. Os burgueses detinham o capital
necessário para investir e, portanto, passaram a financiar a indústria, adquirindo propriedades
rurais, matéria-prima e possibilitando a modernização dos meios de produção.
Geograficamente, a Inglaterra era também privilegiada, sendo, dessa forma, um dos fatores mais
decisivos para que o país progredisse nesse período. A Inglaterra possuía acesso ao comércio
marítimo, facilitando a exploração de novos mercados e aumentando a zona de livre comércio. Ao
tornar-se uma grande potência marítima, o país acabou acumulando capital que passou a ser
investido nas fábricas.
Outros fatores que também fizeram com que a Revolução Industrial fosse iniciada na Inglaterra
foram:
• A abundância de recursos naturais, como o ferro, lã, carvão.
• A política dos cercamentos, que mudou a configuração das áreas rurais, introduzindo cercas
para a criação pecuária e para a produção de matéria-prima. Essa política provocou um
intenso êxodo rural, visto que exigia dos pequenos proprietários títulos das propriedades.
Muitos não possuíam e acabavam sendo expulsos de suas terras. A política de cercamentos
foi responsável também pela grande disponibilidade de mão de obra e sua consequente
desvalorização.
• As políticas econômicas liberais adotadas passaram a possibilitar o progresso tecnológico e o
aumento da produtividade.
Indústrias da Primeira Revolução Industrial
A principal indústria no período da Primeira Revolução Industrial era têxtil. Nesse período, surgiram
diversas indústrias de tecidos de algodão que utilizavam o tear mecanizado. A produção desses
tecidos era destinada à exportação, sendo um dos maiores impulsionadores da economia inglesa.
O desenvolvimento tecnológico alcançado nesse momento possibilitou que novas técnicas e
maquinários fossem introduzidos na produção têxtil. Assim, foram criadas máquinas,
como Spinning Jenny, Spinning frame, Spinning mule e water frame, capazes de tecer fios e
aumentar a produção que antes era feita manualmente.

Consequências
A Primeira Revolução Industrial provocou intensas transformações no sistema produtivo. Surgiram
as indústrias e um novo modo de produção: a manufatura deu lugar à maquino fatura. Houve
aumento da mão de obra e sua consequente desvalorização. Novas relações de trabalho de
surgiram mediante a existência de duas classes: a burguesia e o proletariado. Os trabalhadores

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passaram a exercer funções específicas. Os salários recebidos eram baixos e as cargas horárias
extenuantes.
A Inglaterra industrializou-se em um primeiro momento e posteriormente outras nações. A
máquina introduzida nas fábricas possibilitaram o aumento da produção em menos tempo, aumento
dos lucros e o desenvolvimento da economia. Nessa fase, foram utilizadas as máquinas de fiar nas
indústrias têxteis; o tear mecanizado para a produção de tecidos e a máquina a vapor utilizado nas
indústrias têxteis, nas usinas de carvão e de ferro, nos meios de transporte, como o navio a vapor
e a locomotiva.

A primeira revolução industrial - 1765


A primeira revolução industrial seguiu o período da protoindustrialização. Começou no final do
século XVIII até o início do século XIX. As maiores mudanças ocorreram nas indústrias na forma
de mecanização. A mecanização foi à razão pela qual a agricultura começou a ser substituída pela
indústria como a espinha dorsal da economia social.
Na época, as pessoas testemunharam a extração maciça de carvão, juntamente com a invenção
muito importante do motor a vapor, que foi a razão da criação de um novo tipo de energia que mais
tarde ajudou a acelerar a fabricação de ferrovias, acelerando a economia.

A segunda revolução industrial - 1870


Após a primeira Revolução Industrial, quase um século depois, vemos o mundo passar pela
segunda. Tudo começou no final do século 19, com enormes avanços tecnológicos no campo das
indústrias que ajudaram o surgimento de uma nova fonte de energia. Eletricidade, gás e petróleo.
O resultado dessa revolução foi à criação do motor de combustão interna que começou a atingir
todo o seu potencial. Outros pontos importantes da segunda revolução industrial foram o

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desenvolvimento da demanda de aço, a síntese química e os métodos de comunicação, como o
telégrafo e o telefone.
Finalmente, as invenções do automóvel e do avião no final do século XX são a razão pela qual, até
hoje, a Segunda Revolução Industrial é considerada a mais importante!

A Terceira Revolução Industrial - 1969


Outro século se passa e testemunhamos a Terceira Revolução Industrial. Na segunda metade do
século XX, vemos o surgimento de mais uma fonte de energia inexplorada na época. Energia
nuclear!

A terceira revolução provocou o surgimento de eletrônicos, telecomunicações e, claro,


computadores. Por meio das novas tecnologias, a terceira revolução industrial abriu as portas para
expedições espaciais, pesquisas e biotecnologia.
No mundo das indústrias, duas grandes invenções, Controladores Lógicos Programáveis (PLCs) e
Robôs ajudaram a criar uma era de automação de alto nível.

Indústria 4.0
Para muitas pessoas, a Indústria 4.0 é a quarta Revolução Industrial, embora exista uma grande
parcela de pessoas que ainda discordam. Se encarássemos a Indústria 4.0 como uma revolução,
teríamos que admitir que seja uma revolução acontecendo agora. Estamos experimentando todos
os dias e sua magnitude ainda é desconhecida.
A Indústria 4.0 começou no início do terceiro milênio, com a única coisa que todo mundo usa todos
os dias. A Internet. Podemos ver a transição da primeira revolução industrial que se enraizou no
fenômeno tecnológico até a Indústria 4.0, que desenvolve mundos de realidade virtual, nos
permitindo dobrar as leis da física.
As quatro revoluções industriais moldam o mundo. As economias mundiais são baseadas nelas.
Existem programas e projetos sendo implementados em todo o mundo, com foco em ajudar as
pessoas a tirar proveito das maravilhas da quarta revolução durante o dia a dia.

Sistemas de produção
Os sistemas de produção referem-se ao modo como empresas e fábricas adotam estratégias
para aumentar os lucros.
Os sistemas de produção, ou modalidades produtivas, são estratégias tomadas no âmbito da
administração de empresas para organizar a produção ou prestação de serviços. A aplicação de
um modelo ou outro em massa pela sociedade resulta em efeitos diretamente sentidos na
economia, na sociedade e também no espaço geográfico.
Os principais tipos de produção, que se aplicaram completamente nas cadeias produtivas
industriais, mas que podem ser vistos em outras esferas da economia (e até fora dela),
são: taylorismo, fordismo e toyotismo.
Taylorismo: também conhecido como Administração Científica, o Taylorismo é um sistema de
administração de empresas muito aplicado à indústria e que foi elaborado por Frederick W. Taylor
(1856-1915). As premissas desse sistema são: a máxima produtividade através de padrões

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repetitivos dos trabalhadores e das máquinas, uma ampla divisão de tarefas, funções repetitivas e
otimização do trabalho para a aplicação de um sistema de produção em massa.

Linha de produção têxtil taylorista


Fordismo: elaborado por Henry Ford (1863-1947), é frequentemente entendido como uma
aplicação do Taylorismo ao sistema de produção fabril das empresas Ford. Apesar de manter as
premissas de Taylor para a produção em massa — esforço repetitivo, distribuição de tarefas e
alienação do trabalho —, o Fordismo apresentava as suas especificidades. A principal delas foi à
inserção da esteira na cadeia produtiva, permitindo com que o produto em fase de confecção
chegasse mais rapidamente ao trabalhador, possibilitando o aumento da produtividade. As
chamadas “linhas de montagem” são a principal herança do fordismo nos dias atuais.

Linha de produção fordista, sem necessidade de locomoção do trabalhador.


Com a difusão dos sistemas de produção em massa, sobretudo no início do século XX, a sociedade
industrial passou a acumular uma grande quantidade de produtos em seus estoques, com a

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intenção de que as mercadorias ficassem mais baratas e, assim, mais acessíveis. Por outro lado,
essa produção fordista/taylorista foi um dos fatores que desencadearam a crise econômica que
culminou na quebra da Bolsa de Nova York em 1929, que foi notadamente uma crise de
superprodução.
O fordismo foi um modelo de produção industrial utilizado amplamente nos Estados Unidos e
revolucionou a produção de automóveis, sendo adaptado para outras indústrias ao longo dos anos.
Como o nome já diz, foi um modelo criado pelo idealizador das indústrias Ford, Henry Ford.
Ford aperfeiçoou uma prática que já existia na Europa, desenvolvida por Frederick Taylor, e a
adaptou para suas indústrias automobilísticas. Com as adaptações, como a linha de montagem e
a padronização dos produtos fabricados, a produtividade era alta, e o tempo de produção, muito
baixo, o que resultou em um modelo de sucesso no início de sua implementação.

Origem do fordismo
No fim do século XIX, a Segunda Revolução Industrial aumentou, de forma considerável, a
produção de mercadorias e, consequentemente, o número de indústrias pelo mundo. A partir
desse momento, inovações foram criadas para dar conta de tal demanda, a fim de aumentar ainda
mais as produções em um menor espaço de tempo.
O primeiro a produzir um modelo de produção industrial que atingisse esses objetivos
foi Frederick Taylor, que desenvolveu um sistema que baseava a produção no tempo de
movimento dos trabalhadores, o taylorismo. Taylor elaborou um mecanismo que adaptava o
trabalhador ao ritmo da máquina, assim, menos interrupções aconteciam, havia menos
desperdício e mais produtividade.
Entretanto, no século seguinte, em 1909, o empresário Henry Ford melhorou as ideias de Taylor e
as adaptou para a indústria automotiva, a Ford Motor Company, localizada em Detroit, nos
Estados Unidos da América. Suas ideias revolucionaram a forma como a indústria, de forma geral,
produzia suas mercadorias.

Antes de Ford, com as ideias de Taylor, as fábricas adaptavam as máquinas aos funcionários,
mas isso não fazia com que a produção fosse tão alta como os industriais imaginavam. Ford,
notando essa questão, introduziu várias técnicas para proporcionar uma produção rápida e barata.

Características do fordismo
Ao adaptar as ideias de Taylor, Ford retirou da fabricação todos os componentes que pudessem
ser artesanais, implementando, assim, uma total automatização dos processos industriais. Para
isso, algumas características precisam ser explicadas a fim de melhorar o entendimento desse
modelo.
• Padronização da produção: Henry Ford estabeleceu padrões nos seus automóveis, os
modelos T, introduzindo máquinas que cortavam todos os componentes do veículo e os
moldavam, diminuindo possíveis erros humanos.
• Esteira rolante e linha de montagem: entre as principais inovações de Ford, uma das mais
significativas em relação à produção foi à linha de montagem, vinda com uma esteira rolante
que levava o produto a ser trabalhado para o operário. Desse modo, o operário ficava parado

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em sua posição, esperando sua demanda. Com isso, os trabalhadores ficavam submissos a
movimentos mecanizados e relativamente simples. Era essa esteira que controlava o tempo
de produção na indústria. O trabalhador ficava parado enquanto o automóvel se deslocava
até o final da produção, o acabamento.

Linha de montagem em uma fábrica russa. Esse modelo de produção foi criado nas indústrias
Ford.[1]

• Diminuição do tempo de produção: ao padronizar os modelos e designar movimentos


repetitivos aos seus funcionários, o modelo fordista reduziu amplamente o tempo de produção
de um automóvel. Na época, estima-se que, antes de Ford, um veículo demorava, em média,
500 minutos para ficar pronto. Nas fábricas Ford, esse tempo caiu para 2 minutos.
• Divisão rígida de tarefas: no processo da esteira, cada trabalhador realizava uma função
específica, o que aumentava a produtividade e diminuía os custos.
• Barateamento dos produtos e produção em massa: com todas as características acima
citadas, os veículos da Ford puderam ser comercializados com preços acessíveis, pois os
custos eram baixos. Assim, a alta produtividade com a linha de montagem (esteira) e funções
específicas para cada trabalhador popularizaram os veículos, tornando comum a aquisição do
modelo T.

Declínio do fordismo
A produção fordista foi um sucesso e, em pouco mais de duas décadas, o modelo T era o
mais comum nos Estados Unidos, sendo exportado para a Europa, principalmente após a Primeira
Guerra Mundial.

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Entretanto, o modelo de Ford acumulava grandes estoques, em razão da produção barata e em
massa. Esse quesito trouxe um acúmulo de mercadorias, e houve uma crise da superprodução.
Essa superprodução ocorreu porque grande parte dos produtos estadunidenses era vendida para
a Europa após a Primeira Guerra Mundial (1914-18). Entretanto, no decorrer da década de 1920,
a Europa começou a se reestruturar, comprando menos dos Estados Unidos. No entanto, as
indústrias estadunidenses continuavam na produção acelerada, o que fez aumentar os estoques,
pois as vendas já não eram como antes.
Essas situações, somadas a outros fatores, desencadearam uma crise econômica sem
precedentes, a crise de 1929.

Toyotismo: também chamado de sistema de produção flexível, o toyotismo foi criado na


década de 1970 por Taiichi Ohno (1912) e Eiji Toyoda (1913-2013) e diretamente aplicado nas
linhas de produção da Toyota. Diante do panorama da crise do petróleo de 1970, das
peculiaridades da economia japonesa e das limitações do fordismo, o toyotismo foi
elaborado com base nas seguintes premissas:
a) produção flexível e não mais em massa, mas variando de acordo com a procura;
b) maior rapidez no processo produtivo (Just in time);
c) o mesmo trabalhador realiza múltiplas funções;
d) não necessidade de estocagem;
e) produtos não necessariamente padronizados.

No toyotismo, ocorreu uma flexibilização do trabalho.


Com o avanço do toyotismo pelo mundo ao final do século XX e o fortalecimento do sistema
neoliberal, houve diretas consequências, como a desregulamentação progressiva do trabalho, o
enfraquecimento dos sindicatos, a tecnologização da produção e o consequente deslocamento dos
trabalhadores para o setor terciário.
Como podemos notar, as diferentes estratégias de produção reverberam em transformações
fortemente sentidas pelas sociedades, sobretudo no que diz respeito aos padrões de consumo e
de trabalho. Com isso, nota-se que compreender esses sistemas de produção é também conhecer

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melhor alguns dos aspectos que produzem e transformam as relações sociais e a dinâmica do
espaço geográfico econômico.

Fordismo e toyotismo
Com a crise de superprodução ocorrida em meados dos anos 1930-40, outro modelo de
produção industrial surgiu para amenizar a crise e como alternativa aos modelos que não traziam
grandes benefícios aos trabalhadores.
Enquanto no taylorismo o trabalhador era adequado à máquina, tendo sua produção cronometrada
e programada para agir de modo repetitivo, o fordismo fez o contrário, adaptando as máquinas ao
trabalhador, com a inovação da esteira rolante, do trabalho especializado. Entretanto, nos dois
modelos, o trabalhador era pouco valorizado, recebia baixos salários e, devido aos movimentos
repetitivos, tinha sua saúde prejudicada.
Com isso, o empresário japonês Eiji Toyoda, fundador da empresa automobilística Toyota,
visitou as fábricas da Ford nos anos 1950 e ficou impressionado com as enormes instalações.
Essas grandes instalações eram necessárias devido aos grandes estoques e à produção em larga
escala.
Ao voltar para o Japão, Eiji Toyoda decidiu adaptar o modelo fordista à realidade social e
geográfica do Japão, um país com limites físicos, como um relevo montanhoso, e territorial, por ser
um país de pequena extensão, além de estar localizado próximo ao encontro de placas tectônicas.
Assim nascia o modelo industrial que ganhou força nos anos 1970 em diante, o toyotismo.

Robotização e tecnologia, algumas das inovações do toyotismo.


Esse modelo apresentava algumas características peculiares, como a produção adaptada à
venda direta, o que foi chamado de Just in time. Essa expressão pode ser traduzida, de
forma literal, como “na hora”, o que significa que a produção da fábrica seria adequada às
demandas do mercado. Assim, não haveria a necessidade de grandes estoques, muito
menos de espaços grandiosos para o armazenamento da mercadoria.
Outra característica desse modelo foi o alto emprego de tecnologia e conhecimento por parte dos
operários. Para colocar em prática o Just in time, os japoneses desenvolveram técnicas que

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alteraram o ritmo das máquinas durante a produção de um veículo, o que demandou alto emprego
tecnológico e flexibilização das funções do operariado.
Com o passar dos anos, o toyotismo deixou de ser um modelo único da Toyota, sendo empregado
em outras indústrias automotivas e, posteriormente, em outros segmentos. A ascensão desse
modelo coincidiu com as novas tecnologias surgidas durante a Terceira Revolução Industrial.
Vamos entender as principais diferenças entre o fordismo e o toyotismo.
Modelo de Ritmo de
Divisão de tarefas Controle de qualidade
produção produção

Linha de
Trabalho em série e Feito no final da produção, no
Fordismo montagem e
especializado. último estágio da esteira.
esteiras rolantes.

Alto controle de qualidade,


Venda imediato, Pouca divisão de tarefas,
em todas as fases do
Toyotismo sem desperdício, e o trabalhador conhecem
processo, com tecnologia e
o Just in time. as etapas da produção.
conhecimento.

está ocorrendo com mais frequência do que há 60 anos. Os cientistas alertam que as ondas de
calor podem se tornar mais frequentes e severas à medida que o aquecimento global se intensifica.
Esse aumento nas ondas de calor cria sérios riscos à saúde e pode levar à exaustão por insolação
e agravar outras condições médicas existentes

Consequências Para A Saúde Humana

Problemas respiratórias podem ser intensificados com o aquecimento global.


A mudança climática tem implicações significativas para a nossa saúde.

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O aumento da temperatura no planeta acarreta algumas consequências, como o aumento da
poluição do ar que gera, por exemplo, alergias respiratórias e dermatológicas e a disseminação de
doenças transmitidas por insetos.

Destruição De Ecossistemas Marinhos

Os ecossistemas marinhos também sofrem com o aquecimento global.


Maiores concentrações de CO2 na atmosfera, devido à queima de combustíveis fósseis, estão
tornando os oceanos mais quentes e mais ácidos.
Esses dois fatores ameaçam a sobrevivência da vida marinha. Corais, moluscos e fito plâncton,
que são a base da cadeia alimentar, estão particularmente em risco.
A camada de ozônio e o aquecimento global
A camada de ozônio estratosférica absorve a radiação ultravioleta (UV), impedindo que os raios UV
perigosos atinjam a superfície da Terra e prejudiquem os organismos vivos. Os raios UV não podem
ser vistos ou sentidos, mas são muito poderosos e modificam a estrutura química das moléculas.
Essa mesma radiação desempenha um pequeno papel no aquecimento global porque sua
quantidade não é suficiente para causar o excesso de calor retido na atmosfera.
Mas o esgotamento do ozônio também é preocupante, porque afeta diretamente a saúde dos seres
humanos e outros organismos vivos.

A Destruição De Ozônio E O Aquecimento Global


O aquecimento global é causado principalmente pela emissão excessiva de dióxido de
carbono na atmosfera, como dito anteriormente.
O dióxido de carbono se espalha ao redor do planeta como um cobertor e é um dos principais
gases responsáveis pela absorção da radiação infravermelha (sentida como calor), que
compreende a maior parte da energia solar.

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A deterioração do ozônio ocorre quando os clorofluorcarbonos (CFCs) são liberados na
atmosfera. O ozônio fica na atmosfera superior e absorve os raios ultravioletas, outro tipo de energia
solar que é prejudicial para os seres humanos, animais e plantas.

Os CFCs causam reações químicas que quebram as moléculas de ozônio, reduzindo a


capacidade de absorção de radiação ultravioleta do ozônio.
Como evitar o aquecimento global?

Para evitar o avanço do aquecimento global é preciso diminuir e controlar as atividades que
o causam: emissões de gases, poluição e desmatamentos.
Há grandes movimentações em torno da prevenção e estagnação do aquecimento global. Alguns
tratados mundiais foram estabelecidos para que a poluição ocasionada pela humanidade seja
diminuída e para que ocorra uma conscientização sobre o assunto.

Um dos acordos mais conhecidos é o Protocolo de Montreal, com 32 anos em vigor, e que
tem por objetivo a união dos países em prol da eliminação de 31 substâncias que destroem a
camada de ozônio.

Todo esse movimento foi iniciado quando especialistas alertaram as grandes autoridades
políticas quanto aos riscos que o meio ambiente e,
consequentemente, a humanidade sofrerá devido ao aumento da temperatura do planeta.

Fase do Planejamento – Década de 80


• Inclusão do planejamento ambiental ao planejamento estratégico das empresas.
1980 – Neste ano, a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) lançou o
documento “Estratégia Mundial para a Conservação (EMC)”. O objetivo era contribuir para a
formulação de políticas de desenvolvimento sustentado. Este documento, que pontua e aprofunda
de modo pioneiro as questões ambientais de base, alerta a opinião pública mundial para o perigo
das pressões exercidas sobre os sistemas biológicos da Terra e propõe práticas de
desenvolvimento ecologicamente sadias como medidas para aliviá-las.
1980/81 – No Brasil, criação da Política Nacional do Meio Ambiente, que menciona o Estudo do
Impacto Ambiental.
1985 – A partir deste ano, no Brasil, a política oficial de meio ambiente é executada pelo Sisnama
(Sistema Nacional de Meio Ambiente); Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) e, em nível
técnico, pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais), além de
instituições estatais subordinadas.
1986 – A resolução número 1/86, do Conama, Brasil, torna obrigatória a Análise de Impactos
Ambientais, para atividades específicas, objetivando atender determinação do órgão de controle
ambiental.
1987 – Aprovado e divulgado pela ONU o relatório “Nosso Futuro Comum”. O documento, que
relaciona 109 recomendações destinadas a concretizar os propósitos emanados de Estocolmo
(1972), foi elaborado por um órgão assessor, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

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Desenvolvimento (WCED), presidida pela então Primeira Ministra da Noruega, Harlem Brundtland.
De forma sintética, sua principal conclusão é ” que o comportamento da economia internacional faz
prever que as futuras gerações não terão acesso aos recursos necessários para sua
sobrevivência”.
1988 – A revista Time publica uma matéria, onde destaca “o ano em que a Terra falou”. Em 1988,
foram vários os casos de seca, ondas de calor, fogo em florestas, enchentes e furacões violentos
que aterrorizaram os povos de várias partes do mundo.
1989 – Assembléia Geral das Nações Unidas pede a elaboração de um documento com o fim de
definir estratégias que permitissem interromper e reverter os efeitos da degradação ambiental.

A Conferência Eco-92 ou Rio-92 foi à primeira Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro no ano de 1992. A
Conferência teve desdobramentos importantes dos pontos de vista científico, diplomático,
político e na área ambiental, além de ceder espaço a debates e contribuições para o modelo
de desenvolvimento ambientalmente sustentável.

Antecedentes históricos da Conferência


A questão da proteção ambiental nem sempre possuiu os parâmetros de preservação
quais conhecemos atualmente. Até o início da década de 1970, o pensamento global era de
que o meio ambiente seria uma fonte inesgotável de recursos e, consequentemente, que
as ações de aproveitamento da natureza seriam infinitas.

Neste mesmo século, diante do fenômeno da globalização e de


seu ideal desenvolvimento econômico como uma meta a ser alcançada por toda a
humanidade, as questões ambientais começaram a ser observadas de forma gradativa.

Os países industrializados começaram a perceber o impacto negativo das suas


tecnologias ao meio ambiente: rios poluídos, florestas sendo destruídas pela chuva ácida,
poluições atmosféricas nas grandes cidades, secas em lagos e rios e, assim, muitos
passaram a questionar a visão de que os recursos não seriam ilimitados – e sim, limitados.
Nesses países, como resposta à destruição ambiental, movimentos de proteção ambiental
começaram a se articular questionando o modelo de sociedade industrial.
Alguns debates e estudos também passaram a identificar problemas como a poluição
atmosférica e a sua relação com as atividades econômicas desenvolvidas a partir deste
período. Um desses exemplos é o relatório “Limites do Crescimento”, preparado pelo Clube
de Roma. O Clube é, na verdade, um grupo de pessoas ilustres que se reúnem para debater
um vasto conjunto de assuntos relacionados a política, a economia internacional e,
sobretudo, ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, fundado em 1966 pelo
industrial italiano Aurelio Peccei e pelo cientista escocês Alexander King.

O relatório foi marcado como um dos primeiros estudos científicos a respeito


da preservação ambiental, e que relacionava quatro grandes questões que deveriam ser

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solucionadas para que se alcançasse a sustentabilidade: o controle do crescimento
populacional, o controle do crescimento industrial, a insuficiência da produção de alimentos,
e o esgotamento dos recursos naturais.

Assim, a ideia de preservar o meio ambiente ganhou aos poucos força e os problemas
ambientais ganharam atenção mundial, intensificando o movimento ecologista. Mas vale
lembrar que até a década de 70 a proteção ambiental era praticamente escassa. O meio
ambiente era visto como um instrumento a disposição de desejos antropocêntricos, ou seja,
somente para satisfação das necessidades e dos interesses humanos.

Assim, foi somente em 1972, diante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Humano também chamada de Conferência de Estocolmo, por ter sido realizada em
Estocolmo na Suécia, que houve de fato mudanças.

A conferência contou com a presença de 113 países, diversas Organizações


Internacionais, ONGs, observadores e jornalistas inclinados a identificar, proteger,
conservar, valorizar e transmitir às gerações futuras a importância do patrimônio cultural e
natural.
Tida como o marco inicial da luta acerca das questões ambientais, a Declaração da
Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente contém 19 princípios que
representaram um Manifesto Ambiental para nossos tempos com as bases para a nova
agenda ambiental do Sistema das Nações Unidas.

A partir desse momento, ficou compreendido que a exploração dos recursos da


natureza e comportamentos “parasitários” do homem em relação ao seu habitat acabaria
ocasionando um esgotamento ambiental. Assim, segundo a declaração, houve o consenso
global de que:
“o homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que o cerca, o qual lhe dá
sustento material e lhe oferece oportunidade para desenvolver-se intelectual, moral, social
e espiritualmente. Em larga e tortuosa evolução da raça humana neste planeta chegou -se a
uma etapa em que, graças à rápida aceleração da ciência e da tecnologia, o homem adquiriu
o poder de transformar, de inúmeras maneiras e em uma escala sem precedentes, tudo que
o cerca. Os dois aspectos do meio ambiente humano, o natural e o artificial, são essenciais
para o bem-estar do homem e para o gozo dos direitos humanos fundamentais, inclusive o
direito à vida mesma”.

Nessa convenção houve outras grandes contribuições dentro da Declaração como,


por exemplo, a criação dos princípios para questões ambientais internacionais, incluindo
direitos humanos, gestão de recursos naturais, prevenção da poluição e à elaboração
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

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Outro avanço nesta questão foi à publicação de um relatório sobre as necessidades
presentes e futuras ambientais, em abril de 1987, pela médica Gro Harlem Brundtland,
mestre em saúde pública e ex-Primeira Ministra da Noruega. O relatório – “Nosso Futuro
Comum” – ficou conhecido também como a Comissão Brundtland e trazia consigo os
conceitos de desenvolvimento sustentável.

A partir disso, foi evidenciada a importância em organizar um plano de


desenvolvimento sustentável que garantisse as futuras gerações suas necessidades básicas
(ar, água e fonte de alimentos) bem como a responsabilidade em relação aos recursos
ecológicos, padrões de consumo e os riscos causados os sistemas naturais que sustentam
a vida na Terra.

As amplas recomendações feitas pela Comissão levaram à realização de uma nova


Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento realizado em
1992 no Brasil.

A ECO-92
Realizada na cidade do Rio de Janeiro, a Eco-92 aconteceu 20 anos após a primeira
conferência do tipo (em Estocolmo) e, desta vez, devido ao ambiente político internacional
favorável e as recomendações feitas pela Comissão Brundtland, foi considerada um
verdadeiro sucesso.

A Conferência contou com a presença de 178 chefes de governo e foi marcada pelo
fortalecimento da atuação de representantes da sociedade civil, da efetiva participação das
ONGs e de movimentos sociais no Fórum Global.

O objetivo principal da Conferência estava na ideia de que se todos os países


buscassem o mesmo padrão de desenvolvimento dos países ricos (e tidos como
desenvolvidos) não haveria recursos naturais para todos sem que ocorressem graves e
irreversíveis danos ao meio ambiente.
Os países reconheceram, portanto, o conceito de desenvolvimento sustentável e começaram
a moldar ações com o objetivo de proteger o meio ambiente e reconhecer que
as responsabilidades pela preservação do meio ambiente, pela construção de um convívio
equilibrado com o planeta e pela criação de práticas sustentáveis são essenciais.

Dos esforços de duas décadas de trabalhos da ONU sobre o assunto nasceram no


Rio-92 duas convenções: uma sobre biodiversidade e outra sobre mudanças climáticas.
Assim, foi acordado que os países em desenvolvimento receberiam apoio financeiro e
tecnológico para alcançarem modelos de desenvolvimento sustentáveis. A partir do principal
documento do encontro, a Agenda 21, foram estabelecidas algumas políticas e ações de
responsabilidade ambiental, como por exemplo:

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• Mudanças necessárias aos padrões de consumo (especialmente em relação aos
combustíveis fósseis como petróleo e carvão mineral);
• A proteção dos recursos naturais; e,
• O desenvolvimento de tecnologias capazes de reforçar a gestão ambiental dos países;
• Direcionamento para atividades que protejam e renovem os recursos ambientais, no qual
o crescimento e o desenvolvimento dependem.
• Estabelecimento de áreas de ação: proteção da atmosfera; combate ao desmatamento,
a perda de solo e a desertificação; prevenção a poluição da água e do ar; detenção da
destruição das populações de peixes; e, promoção de uma gestão segura de resíduos
tóxicos;
Mas a Agenda 21 foi além das questões ambientais. Nesse documento houve uma
preocupação direta em abordar os padrões de desenvolvimento que causam danos ao meio
ambiente que precisavam ser combatidos, como:
• A pobreza e a dívida externa dos países em desenvolvimento;
• Os padrões insustentáveis de produção e consumo;
• As pressões demográficas e a estrutura da economia internacional;
A agenda ainda incentivou que o papel desempenhado por grandes grupos como mulheres,
organizações sindicais, agricultores, crianças e jovens, povos indígenas, comunidade
científica, autoridades locais, empresas, indústrias e ONGs fossem fortalecidos e
respeitados para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Para assegurar o total apoio aos objetivos da Agenda 21, a Assembleia Geral estabeleceu
a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável e posteriormente, adotou a Convenção da
ONU sobre a Diversidade Biológica e da Convenção da ONU de Combate à Desertificação.
De maneira geral, a Agenda 21 cedeu contribuições a diferentes bases geográficas
conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Pode-se
dizer, então, que o slogan de “pensar globalmente, agir localmente” comum nas políticas de
implantação do desenvolvimento sustentável realmente adequar-se a experiência vivida na
Conferência Rio-92.

Por que a Conferência foi importante?


A Conferência realizada no Brasil colocou o assunto ambiental na agenda pública de
uma maneira inovadora, sendo um importante passo e marco de como a humanidade encara
sua relação com o planeta.

Foi nesse momento que a comunidade política internacional admitiu claramente que
era preciso conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a utilização dos recursos da
natureza. Inúmeras propostas passaram a ser discutidas para que o progresso e o
desenvolvimento acontecessem em harmonia com a natureza, garantindo a qualidade de
vida tanto para a geração atual quanto para as futuras no planeta.

Pode-se dizer que foi somente na Rio-92 que o assunto sobre a união entre meio
ambiente e desenvolvimento realmente avançou. Afinal, os chefes de governo e comissões

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diplomáticas assumiram o compromisso de que temos de juntar os componentes
econômicos, ambientais e sociais ao debate e considerá-los como essenciais a agenda de
todos os países, pois se isso não for feito, não há como se garantir a sustentabilidade do
desenvolvimento.
A sua importância também possui relação com a criação da Comissão de
Desenvolvimento Sustentável (CDS) que é vinculada ao Conselho Econômico e Social das
Nações Unidas (Ecosoc). A CDS tem como finalidade, além de cooperar com os países para
que sejam atingidos os objetivos do Rio-92, a responsabilidade pela organização das
conferências da ONU que se realizaram desde então.
Por fim, mesmo que conferência não tenha estipulado prazos para a concretização das
metas discutidas, a participação das ONGs, associações de moradores, sindicatos
na cobrança de atitudes e posturas por parte dos governantes foi um grande legado para as
convenções seguintes.

A Rio +20
Realizada nos dias 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro,
a Rio+20 ficou assim conhecida, pois marcaram os vinte anos de realização da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio -92).
O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento
sustentável, por meio da avaliação do progresso, das lacunas na implementação das
decisões adotadas e do tratamento de temas novos e emergentes.

A Rio +20 teve dois temas principais: a economia verde no contexto do


desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o
desenvolvimento sustentável.

IPCC
O que é?
O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, IPCC, foi criado pelo Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) e pela Organização Meteorológica
Mundial (OMM) em 1988 com o objetivo de fornecer aos formuladores de políticas avaliações
científicos regulares sobre a mudança do clima, suas implicações e possíveis riscos futuros, bem
como para propor opções de adaptação e mitigação. Atualmente, o IPCC possui 195 países
membros, entre eles o Brasil.

Por meio de suas avaliações, o IPCC determina o estado do conhecimento sobre a mudança
do clima, identifica onde há consenso na comunidade científica, e em que áreas mais pesquisas
são necessárias. Os relatórios resultantes da avaliação do IPCC devem ser neutros, relevantes
para a política, e não devem ser prescritivos. Além disso, as avaliações constituem insumos
fundamentais para as negociações internacionais que visam o enfrentamento da mudança do
clima.

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Os Relatórios de Avaliação do IPCC consistem nas contribuições de três Grupos de Trabalho
e em um Relatório de Síntese que integra essas contribuições e quaisquer relatórios especiais
preparados durante o mesmo ciclo de avaliação. Os Relatórios Especiais do IPCC tratam de
questões específicas acordadas entre os países membros, e os Relatórios de Metodologia
fornecem diretrizes práticas para a preparação de inventários de gases de efeito estufa.

Grupos de Trabalho e Força-Tarefa


As avaliações e relatórios especiais do IPCC são preparados por três Grupos de Trabalho, cada
um olhando para um aspecto diferente da ciência relacionada à da mudança do clima:
• Grupo de Trabalho I (Base da Ciência Física),
• Grupo de Trabalho II (Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade) e
• Grupo de Trabalho III (Mitigação da Mudança do Clima).
O IPCC também possui uma Força-Tarefa sobre Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa,
cujo principal objetivo é desenvolver e refinar a metodologia para o cálculo e relatório de emissões
e remoções nacionais de gases de efeito estufa.

Os Grupos de Trabalho e a Força-Tarefa lidam com a preparação de relatórios, selecionando e


gerenciando os especialistas que neles trabalham neles como autores.
Tudo isso é apoiado por Unidades de Suporte Técnico que orientam a produção de relatórios de
avaliação do IPCC e outros produtos.

Trabalhar como Autor Colaborador


Os Autores Líderes Coordenadores e o Autor Líder podem alistar outros especialistas como
Autores Colaboradores para ajudar no seu trabalho. Os Autores Colaboradores, que numeram
muitas centenas, fornecem conhecimento ou experiência específica em uma determinada área e
ajudam a garantir que toda a gama de pontos de vista mantidos na comunidade científica seja
refletida no relatório.
Se você estiver interessado em se tornar um autor colaborador do IPCC, entre em contato
com a Unidade de Suporte Técnico (TSU) relevante do IPCC para obter mais informações.

Trabalhar como Cientista de Capítulo


Os cientistas de capítulo fornecem suporte técnico e logístico às equipes de autores. Isso
inclui apoio com verificação cruzada entre as descobertas apresentadas em diferentes partes do
relatório, verificação adicional de fatos e gerenciamento de referência. Os cientistas de capítulo são
recrutados diretamente pelos Autores Líderes Coordenadores (CLAs) de um capítulo específico ou
por meio de uma chamada lançada pela Unidade de Suporte Técnico. Tornar-se um cientista de
capítulo é uma oportunidade para os pesquisadores de início de carreira obter informações
importantes sobre o que significa trabalhar na interface ciência-política, trabalhar em primeira mão
com os principais especialistas internacionais e criar uma rede global de contatos de pesquisa.

Trabalhar como Revisor Especialista


O IPCC está comprometido com a elaboração de relatórios que avaliam o estado atual do
conhecimento da ciência relacionada às mudanças climáticas que almejam os mais altos padrões

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de excelência científica, equilíbrio e clareza. Para isso, cada relatório passa por dois períodos de
revisão: uma Revisão de Especialistas da Primeira Minuta e uma Revisão de Governo e
Especialistas da Segunda Minuta. Esse processo de revisão inclui ampla participação, com
centenas de revisores comentando a precisão e a integridade da avaliação científica contida nas
minutas. Um revisor especialista pode escolher comentar uma seção do relatório, um capítulo
completo ou o relatório como um todo.
No início de cada período de revisão, o IPCC emite um comunicado de imprensa com
detalhes da duração do período de revisão e de como participar. Os revisores especialistas devem
fornecer uma autodeclaração de conhecimento. Se estiver interessado em revisar os relatórios do
IPCC, procure esses anúncios no site do IPCC e nas mídias sociais.

Contribua com a literatura


Os relatórios do IPCC são avaliações da literatura publicada. Contribuir para o corpo da literatura
publicada por meio de artigos revisados por pares em revistas científicas e publicações técnicas
fornece a base essencial para a avaliação. Para que um artigo seja considerado em um relatório
específico, ele deve ter sido aceito para publicação ou sido publicado até uma determinada data.
Essas datas são anunciadas no site do IPCC

Sexto Ciclo de Avaliação


Para o sexto ciclo de avaliação, Autores Líderes Coordenadores (CLAs), Autores Líderes (LAs),
Autores Colaboradores (CAs) e Editores de Revisão (REs) já foram selecionados. Entretanto, os
especialistas brasileiros ainda têm a oportunidade de participar como Revisores Especialistas,
Cientista de Capítulo ou ainda encaminhar artigos revisados por especialistas em revistas
científicas e publicações técnicas.

Segundo o IPCC, os períodos de revisão das minutas dos relatórios são as seguintes:
• Grupo de Trabalho I:
o Revisão de Especialista da Primeira Minuta: 29/04 a 23/06/2019
o Prazo para submissão de literatura científica: 31/12/2019
o Revisão de Governo e de Especialista da Segunda Minuta: 02/03 a 05/06/2020 (prazo
alterado devido à pandemia de COVID-19)
o Revisão de Governo da Minuta do Sumário para Tomadores de Decisão: 07/12/2020 a
31/01/2021 (sujeito à alteração)
• Grupo de Trabalho II:
o Revisão de Especialista da Primeira Minuta: 18/10 a 13/12/2019
o Prazo para submissão de literatura científica: 01/11/2020 (prazo alterado devido à
pandemia de COVID-19)
o Revisão de Governo e de Especialista da Segunda Minuta: 04/12/2020 a
29/01/2021 (prazo alterado devido à pandemia de COVID-19)
o Revisão de Governo da Minuta do Sumário para Tomadores de Decisão: 28/05 a
23/07/2021 (sujeito à alteração)
• Grupo de Trabalho III:

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oRevisão de Especialista da Primeira Minuta: 13/01 a 15/03/2020
oPrazo para submissão de literatura científica: 14/12/2020 (prazo alterado devido à
pandemia de COVID-19)
o Revisão de Governo e de Especialista da Segunda Minuta: 18/01/2020 a
14/03/2021 (prazo alterado devido à pandemia de COVID-19)
o Revisão de Governo da Minuta do Sumário para Tomadores de Decisão: 03/05 a
28/06/2021 (sujeito à alteração)
Protocolo de Kyoto
O Protocolo de Kyoto representa um acordo internacional, elaborado em 1997, em meio a
discussões a respeito dos problemas ambientais associados às atividades humanas.
Protocolo de Kyoto é um acordo mundial resultante da Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre a Mudança do Clima. Foi elaborado durante a Conferência das Partes III, e seu principal
objetivo é propor metas, especialmente aos países desenvolvidos, a fim de conter as emissões de
gases de efeito estufa.

Onde e quando foi assinado?


O Protocolo de Kyoto foi elaborado e assinado no ano de 1997, no Japão, na cidade de
Kyoto, que deu o seu nome. A elaboração desse acordo aconteceu por meio da Conferência das
Partes III (órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima).
O objetivo da Conferência das Partes era reunir os países a fim de promover uma revisão dos
compromissos estabelecidos na convenção. A partir dela, foi criado o Protocolo de Kyoto, um dos
principais acordos mundiais relacionados à diminuição da emissão de gases à
atmosfera. Participaram cerca de 140 representantes de diversos países.
A ratificação do protocolo foi feita por 55 países, em 15 de março de 1999. Esses países
representam juntos cerca de 60% das emissões de gases de efeito estufa mundiais. O tratado
entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2004, após a ratificação da Rússia.
Países que fazem parte do Protocolo de Kyoto
O Protocolo de Kyoto foi assinado por mais de 175 países. Guatemala, Bolívia, Honduras,
Uruguai, Barbados, Noruega, Alemanha, França, Brasil, Itália, Portugal, entre outros, assinaram e
ratificaram o acordo.
O Cazaquistão assinou, porém não ratificou. Há também países — como Afeganistão,
Chade, Iraque, São Tomé e Príncipe, Sérvia, Vaticano e Taiwan — que não assinaram e não
ratificaram o protocolo.
Por que o Protocolo de Kyoto foi elaborado?

O Protocolo de Kyoto foi elaborado com o objetivo de propor metas e obrigações aos países,
tendo em vista reduzir as emissões de gases de efeito estufa à atmosfera e,
consequentemente, diminuir os impactos negativos dessas emissões provocados no meio
ambiente. Os compromissos estabelecidos pelo protocolo deveriam ser cumpridos no período de
2008 a 2012. O segundo momento dos compromissos é referente ao período de 2013 a 2020, com
metas de redução dos gases de efeito estufa em até 18% abaixo do nível registrado em 1990.

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Metas Para Os Países

Países industrializados ou desenvolvidos

Os países industrializados deveriam reduzir, em 5,2%, suas emissões de gases de efeito estufa,
especialmente o dióxido de carbono, baseados nos níveis de emissão registrados em 1990. Para
o Japão e a União Europeia, ficaram estabelecidas reduções de 7% a 8%, respectivamente.

Países em desenvolvimento
Os países em desenvolvimento, c
omo China, Brasil e Índia, não receberam metas e obrigações para reduzir suas emissões. Sendo
assim, os esforços são medidas "voluntárias" de cada país.
O Protocolo propõe algumas ações, especialmente aos países desenvolvidos, a fim de que os
objetivos sejam alcançados. São elas:
• Reforma do setor energético e do setor de transporte;
• Uso de fontes renováveis de energia;
• Redução das emissões de metano;
• Combate ao desmatamento;
• Proteção das florestas.
• Promoção de formas sustentáveis de agricultura;
• Cooperação entre os países em relação ao compartilhamento de informações sobre novas
tecnologias.

Créditos de Carbono
A partir do Protocolo de Kyoto, criou-se o que ficou conhecido como Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo. O MDL é uma flexibilização dentro do protocolo que prevê as reduções
das emissões de gases de efeito estufa de forma certificada. O que isso quer dizer?
O Protocolo de Kyoto permitiu que os países tivessem algumas alternativas para atingir as metas
de redução de emissões, podendo então ser feitas por meio de negociações. O Crédito de Carbono,
ou a Redução Certificada de Emissões, é adquirido por países que alcançam metas de redução,
obtendo então o direito de comercializá-los com os demais países que ainda não cumpriram suas
metas. O Crédito de Carbono é gerado a cada tonelada de carbono não liberado à atmosfera.
Países que ultrapassem as emissões e não alcancem as metas podem estabelecer projetos que
proporcionem benefícios reais e em longo prazo a respeito da redução das emissões em países
em desenvolvimento. Assim, esses países, apesar de não terem atingido suas metas, acabam
conseguindo reduzir a emissão de gases auxiliando os demais países. Essa redução então é
convertida em Créditos de Carbono

Estados Unidos e Protocolo de Kyoto

Os Estados Unidos é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, sendo responsável por
cerca de 50% das emissões de dióxido de carbono. Na contramão do mundo, o país recusou-se a

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ratificar o Protocolo de Kyoto e, segundo o presidente à época, George W. Bush, as metas
estabelecidas pelo protocolo possivelmente prejudicariam a economia do país. Bush também
questionou o fato de não haver metas para os países em desenvolvimento.
Uma parte dos norte-americanos é cética em relação às mudanças climáticas associadas às
atividades humanas. Muitos acreditam que essas mudanças são parte do ciclo normal da Terra e
não se associam a atividades antrópicas. Donald Trump, atual presidente do país, já deu
declarações que demonstram seu ceticismo em relação às teorias, como a do aquecimento global.

Protocolo de Kyoto e Acordo de Paris


O Acordo de Paris entrou em vigor vinte anos após a criação do Protocolo de Kyoto. Esse acordo
também prevê metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, assim, diminuir os
problemas climáticos agravados por essas emissões.
Muitos especialistas e até mesmo os próprios governos de alguns países não acreditavam na
eficiência do Protocolo de Kyoto, visto que ele previa metas apenas aos países desenvolvidos, não
obrigando países em desenvolvimento a reduzir as emissões de gás carbônico. O Acordo de Paris
traz uma proposta diferente, impondo metas a todas as nações com um rigor muito maior que o
imposto pelo protocolo.
Os Estados Unidos antes haviam ratificado o Acordo de Paris. Contudo, o atual presidente do país,
Donald Trump, também decidiu deixá-lo por não acreditar que as emissões estejam diretamente
ligadas a questões como aquecimento global.
Brasil e o Protocolo de Kyoto
Por ser um país em desenvolvimento, o Brasil não recebeu obrigações sobre compromissos e
prazos relacionados às emissões de gases de efeito estufa. Acredita-se que países em
desenvolvimento, como Brasil, China e México, possuem prioridades nos setores sociais, além de
não serem os maiores responsáveis, separadamente, pelas emissões.

A redução do desmatamento é uma das maiores prioridades do Brasil dentro do Protocolo de


Kyoto, mesmo que não haja obrigações perante as reduções de emissões. O país possui 16% das
florestas mundiais, e promover práticas de manejo florestal sustentáveis, bem como protegê-las,
contribui significativamente para o ciclo do carbono e para o controle do efeito estufa.
Outra meta desejada para o país, conhecida com Contribuição Nacionalmente Determinada, prevê
que o Brasil reduza, em até 37%, as emissões de gases de efeito estufa até 2025. Até 2030, a meta
desejada é reduzir tais emissões em até 43%.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, as emissões, no Brasil, entre os anos de 2016 e 2017,
reduziram-se em 2,6 bilhões de toneladas, e isso só foi possível devido às áreas de conservação
que preservam as florestas.

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