RELATÓRIO FINAL
RELATÓRIO FINAL
RELATÓRIO FINAL
Autores:
Orientador (a):
Malanje
2023
RELATÓRIO REFLEXIVO DE ESTÁGIO PEDAGÓGICO SUPERVISIONADO
Autores:
Orientador (a):
Malanje
2023
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DEDICATÓRIA
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus pelas bênçãos que nos tem concedido e, certamente, continuará a
fazê-lo.
Aos nossos pais e encarregados de educação pela entrega e dedicação que tiveram para
que hoje pudéssemos estar aqui, terminando a nossa formação média.
À direcção e aos professores da escola Magistério das Irmãs de São José de Cluny nº49
por terem nos transmitido conhecimentos durante estes quatro anos de formação.
Aos nossos amigos, colegas e a todos aqueles que indirecta ou directamente nos deram
apoios, encorajamento, incentivo e partilha!
iv
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... iv
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 6
1. PROGRAMAÇÃO DAS ACTIVIDADES ............................................................................ 10
ACTIVIDADE Nº 1: JOGO DA PÁRA .................................................................................... 10
ACTIVIDADE Nº 2: O JOGO DO BALÃO ............................................................................. 11
ACTIVIDADE Nº 3 ................................................................................................................... 12
ACTIVIDADE Nº 4 ................................................................................................................... 13
ACTIVIDADE Nº 5 ................................................................................................................... 14
2. PROBLEMAS IDENTIFICADOS ........................................................................................ 16
2.1. Clima não favorável ........................................................................................................ 16
2.2. Dislexia ........................................................................................................................... 16
2.2.1. Caracterização .............................................................................................................. 17
2.2.2.Intervenção .................................................................................................................... 18
2.3. A Disortografia ............................................................................................................... 19
2.3.1. Caraterização ........................................................................................................... 20
2.3.2. Intervenção .............................................................................................................. 20
2.4. O não acompanhamento familiar .................................................................................... 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
v
INTRODUÇÃO
O Estágio Pedagógico é uma tarefa curricular, que articula a teoria e a prática que aglutina
os aspectos psico-pedagógicos e didácticos de modo que o estudante esteja preparado para a vida
profissional.
Trata-se de uma actividade curricular que tem como objectivo colocar o formando em
contacto directo com a realidade profissional do curso em que está inscrito, proporcionando-lhe
novas aprendizagens, treino e consolidação de aquisições anteriores, troca de experiências com os
colegas em exercício de suas funções docente – educativas, através de uma tutoria e a ligação entre
a teoria e a prática.
Dessa forma, não só se conseguirá adquirir as habilidades para realizar uma função que irá
se ocupar no futuro, mas, simultaneamente, aprender-se-á muitas habilidades “extra profissionais”,
bem como a valorização do currículo.
Com o estágio nós acreditamos que é possível atingir vários objectivos e esperámos atingi-
los ao executarmos as nossas actividades, objectivos como a ampliação dos conhecimentos,
habilidades, competências organizacionais, pedagógicas e profissionais e atitudes a ter em conta
no PEA; ter domínio de estruturar os conteúdos de uma determinada disciplina relacionada com a
vida prática dos alunos; criar o interesse pelo ensino nos alunos; manusear as técnicas e
instrumentos que aperfeiçoam o PEA; criar situações de forma que depois da aula, o professor e os
seus alunos possam reflectir em torno da aula leccionada como forma de descobrir o grau da
assimilação dos conteúdos.
O Estágio Pedagógico duma forma geral, cria condições de modo que o estagiário possa
evidenciar a capacidade de integração de conhecimentos; relacionar os saberes científicos
específicos, psico-pedagógicos e didácticos; descrever de maneira científica, coesa e integral a
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vivência do Estágio Pedagógico; analisar duma forma científica e crítica os aspectos da educação;
sugerir melhorias no Projecto Pedagógico da Escola e culmina com o melhoramento da qualidade
da educação.
Perante estas abordagens, podemos afirmar que, com estas sugestões que o Estágio
Pedagógico avança, o estagiário depois de as colocar na prática terá capacidade de entender o
ensino e a aprendizagem de disciplina/curso que estará a estagiar, como também a capacidade de
observar aulas na mesma disciplina e assimilar os princípios que orientam PEA de uma certa
disciplina.
Ela é composta por um (1) director geral, um (1) pedagógico e um (1), tem um (1)
secretário, vinte e oito (28) professores efectivos, sendo que dez (10) do sexo feminino, e dezoito
(18) do sexo masculino, possui mil e trezentos e vinte e seis (1326) alunos, setecentos e quatorze
(714) do sexo masculino e seiscentos e doze (612) do sexo feminino e uma (2) auxiliares de
limpeza.
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A escola funciona em dois períodos, manhã onde trabalham com a Iniciação a 4ª classe e
a tarde com a 4ª classe a 6ª classe.
Temática/assunto
Durante os primeiros dias do nosso estágio verificou-se através das avaliações diagósticas
por nós feitas que, os alunos da 6ª classe da Escola Primária nº 21 Hoje-ya-Henda apresentavam
fortes dificuldades de aprendizagem.
Depois de se constatar esse problema e se fazer uma reflexão, veio-nos a ideia de escolher
o tema Factores que contribuem negativamente no processo de ensino-aprendizagem dos
alunos da 6ª classe da Escola Primária nº 21 Hojy-ya-Henda e formular o seguinte problema:
Para dar resposta a este problema foi necessário traçar alguns objectivos que serviram como
guias para a elaboração do relatório e desenvolvimento das actividades dentro das práticas
docentes.
Objectivo geral:
Objectivo específico:
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➢ Descrever os factores que contribuem negativamente no processo de ensino-aprendizagem dos
alunos da 6ª classe da Escola Primária nº 21 Hojy-ya-Henda
➢ Desenvolver actividades para responder aos factores que contribuem negativamente no processo
de ensino-aprendizagem dos alunos da 6ª classe da Escola Primária nº 21 Hojy-ya-Henda.
➢ Sugerir metodologias para a resolução dos factores que contribuem negativamente no processo de
ensino-aprendizagem dos alunos da 6ª classe da Escola Primária nº 21 Hojy-ya-Henda.
O presente relatório está estruturado em duas partes, sendo a primeira parte constituída pela
programação das actividades, pelas actividades desenvolvidas durante as aulas e não só, atendendo
a situação problemática encontrada.
A segunda parte cinge-se nos problemas identificados e no referencial teórico apresentado
como suporte às as actividades desenvolvidas.
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1. PROGRAMAÇÃO DAS ACTIVIDADES
Mês Disciplina Actividade
Dia
Setembro Língua Portuguesa Extracurricular (Lúdico)
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Outubro Língua Portuguesa Curricular
05
Novembro Língua Portuguesa Curricular
24
Março Língua Portuguesa Extracurricular
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Abril Estudo do Meio Extracurricular (Visita de campo)
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1.1.Actividades desenvolvidas
De modo a tentarmos reduzir ou até mesmo eliminarmos as dificuldades de aprendizagem
que os alunos da 6ª classe da Escola Primária nº 21 Hojy-ya-Henda apresentam, desenvolvemos
inúmeras actividades ora planificadas e muito bem empregadas como nos mostra os excertos
abaixo.
Objetivos:
1º Momento
Funcionamento do jogo
O jogo consistia em identificar desenhos que eram postos sobre o papelão (PÁRA). Pois,
desta forma, eles conseguiram gravar imagens com os seus próprios nomes e, com base a isso, os
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participantes, em vez, foram pedindo as páras que lhes convinham, sendo vencedor aquele que
calhava com a para pedida.
Nós invertemos, porque, melhor do que desenhos de animais, brinquedos ou objectos, foi a
colocação das letras do abecedário.
2º Momento
Nós (os professores) baralhámos as páras como se fossem cartas e, por conseguinte,
escolheu-se uma menina para pedir uma das páras contendo uma das letras do alfabeto, depois
desta fase, fez-se a distribuição das páras. A pessoa que calhou com a pára pedida ganhou o jogo,
mas só depois de identificar (dizer o nome) a letra que noutro hora foi pedida pela primeira menina.
Este jogo visava desenvolver o cognitivo daquelas crianças que apresentavam inúmeras
dificuldades de aprendizagem como a dislexia, pois ele permite que elas grafem as letras dentro de
si com maior prazer e descontração, o que facilita na aprendizagem da leitura e escrita das palavras,
uma vez que as crianças com dislexia apresentam dificuldades na leitura e escrita das palavras.
1º Momento
Em seguida conversamos com os alunos sobre as actividades que seriam executadas durante
a aula, falando da importância da participação de todos.
2º Momento
Fizemos a distribuição uma ficha e um balão para cada aluno e, feita a distribuição a cada
um, pedimos a estes que colocassem nas fichas os seus nomes e posteriormente para que
colocassem as fichas dentro do balão recebido por cada um, em seguida, orientamo-los a encherem
e amarrarem o referido balão. Quando todos os alunos estavam com os balões cheios e amarrados,
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jogaram para o alto. Cada aluno pegou um balão. Quando todos os alunos estavam com um balão
na mão, formaram um círculo na sala de aula, e então um aluno de cada vez estourou o balão que
pegou, lendo a ficha do colega e apresentando-o para o restante da turma.
Depois disso, pedimos a cada aluno que fosse ao quadro e escrevesse o nome que constava
na ficha e fizesse a divisão silábica da palavra.
O último passo foi a verificação das divisões feitas pelos alunos, a correção dos mesmos, e
a colmatação das inquietações.
ACTIVIDADE Nº 3
Conteúdo: Ortografia
1º Momento
-Quanto à acentuação as palavras podem ser graves, agudas ou esdrúxulas. Respondeu o menino
Daniel.
O professor perguntou se mais alguém tinha ideias relacionadas ao que se falou na aula
passada e, foi quando o menino João Cassule disse que aula passada aprendeu que a palavra só é
aguda quando o acento recai na última sílaba da palavra, grave quando o acento recai na penúltima
sílaba e esdrúxula quando o acento cai na antepenúltima sílaba da palavra.
Visto que os meninos estavam prontos para receberem um novo conteúdo, tratando-se ainda
do mesmo tema, anunciou-se um outro subtema “Da Ideia ao Livro” e, anunciado o subtema, disse
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o professor que teriam ditado. Percebeu-se a tristeza nos rostos dos alunos, pois estes escreviam as
palavras de forma errada e não seguiam as regras ortográficas e mesmo assim o ditado foi aplicado,
pois mais uma vez os professores queriam anotar as trocas de letra a desordem e outros pontos para
ajudar na correção e evitar que os mesmos voltassem a repetir os mesmos erros.
Em seguida ditou-se os primeiros dois parágrafos e fez-se a correção ortográfica, para evitar
que uns rissem dos outros através dos erros cometidos escolheu-se um aluno (Honório) para ir ao
quadro escrever as palavras que uma das suas colegas (Maria Pereira) havia errado, pois este
acertou as mesmas e os professores por sua vez faziam com que a maior parte prestasse atenção às
palavras que o Honório ia escrevendo no quadro.
E depois a maria passou também ao quadro para escrever as palavras que o Honório havia
errado. No final fizemos a correção e demos-lhes um trabalho individual que era de transcrever um
texto em casa.
Sendo assim, como já era de costume trabalhar a fixação diária, fez-se a leitura das sílabas,
estas que estavam em um folheto de formato A3 nas paredes da sala.
ACTIVIDADE Nº 4
Conteúdo: Divisão silábica e translineação
1º Momento
No dia 5 de Outubro lecionou-se uma aula de Língua Portuguesa com o tema Gramática e
o subtema Divisão Silábica e translineação.
Devido as dificuldades que certos meninos apresentavam, era costume ler as sílabas e as
palavras que constavam na parede da sala, isso para melhorar a sua memória visual e auditiva.
Depois de feito a chamada fez-se um questionário com relação à aula passada onde se falou
do livro de pedra, foi então quando uma das alunas (Henriqueta) levantou e disse que na aula
passada havíamos falado do livro de pedra e aprendeu que um menino vivia em uma cabana antiga
e estudava em um livro de pedra e o seu nome era Nanu. Acrescentou também o Mateus Quilengue
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dizendo que o menino não conseguia levar o caderno até à escola e que também escrevia com uma
pedra afiada em outra pedra lisa.
Em seguida perguntou-se aos alunos o que acontece quando uma palavra não cabe no final
da linha, foi quando a menina Lúcia disse que devemos colocar um traço e continuar na linha
seguinte e, contribuiu também o menino João dizendo que o traço se chama hífen e foi ao quadro
para dar um exemplo.
Uma vez que os meninos já estavam preparados para a aula, usamos o método
multissensorial. Os meninos com a disortografia e dislexia foram com que mais trabalhámos nesta
aula uma vez que se constatou que esses aprendiam mais e melhor usando vários sentidos. Sendo
assim, pedíamos aos mesmos para irem ao quadro escrever uma palavra e em seguida escolhíamos
outros para fazerem a divisão silábica e ler a palavra. Os que erravam eram corrigidos
explicávamos-lhes o que fazer para não cometerem os mesmos erros, e que para não errarem na
translineação que é feita no final de uma linha, é só pôr em conta que no final da linha quando o
espaço não caber para uma palavra, deve se colocar algumas sílabas e depois colocar o hífen e dar
continuidade da palavra na linha seguinte, nunca fazendo a separação de uma sílaba.
Deu-se alguns exemplos e orientou-se a cada um para exemplificarem nos seus respectivos
cadernos.
Por fim, escrevemos as palavras ao quadro para que os meninos fizessem a divisão silábica
e depois da correção, deixamos-lhes a tarefa.
ACTIVIDADE Nº 5
Conteúdo: Interação com os pais e encarregados de educação
1º Momento
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No dia 08 de Abril desenvolvemos uma actividade denominada Visita de campo.
Esta actividade extracurricular nos permitiu interagir com os familiares de cada estudante
e procurar saber as razões que os afasta da participação na formação dos seus educandos.
Na sua maior parte selecionamos os pais e encarregados de educação daqueles alunos que
maiores dificuldades de aprendizagem apresentavam, mas também incluímos os pais daqueles que
tinham um bom aproveitamento, para averiguar o que eles faziam de diferente dos outros
encarregados.
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2. PROBLEMAS IDENTIFICADOS
O grande problema identificado durante o nosso périodo de estágio e que mereceu a nossa
atençaõ foi sobre a interferência negativa que alguns factores tinham no processo de ensino-
aprendizagem dos alunos, nestas andanças decidimos trabalhar com essa situação problemática, o
que nos levou a escolher como tema “Factores que Contribuem Negativamente no Processo de
Ensino-Aprendizagem dos Alunos da 6ª Classe da Escola Primária nº 21 Hojy-ya-Henda”, e que
estaremos aqui apresentando alguns referenciais teóricos que o suportam e que estão articulados
as actividades por nós desenvolvidas.
Processo de Ensino-Aprendizagem
Para Botomé (2021) é um sistema de interações comportamentais entre professores e
alunos, pautados na objectividade daquilo que há necessidade que o aluno aprenda.
Podemos ainda conceituar o PEA como o conjunto de actividades pedagógicas que levam
ao aprendizado do aluno.
São muitos os factores que interferem negativamente no processo de ensino-
aprendizagem, factores esses que frustram a actividade docente e os objectivos ora preconizados
pela escola. Durante o nosso período de estágio identificamos vários factores como:
2.2. Dislexia
Segundo Teles (2009) a Dislexia é caracterizada por dificuldades na correção e/ou fluência na
leitura de palavras e por baixa competência leitora e ortográfica.
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Estas dificuldades resultam tipicamente de um défice na componente fonológica da linguagem
que é frequentemente imprevisto em relação a outras capacidades cognitivas e às condições
educativas. Secundariamente podem surgir dificuldades de compreensão leitora, experiência de
leitura reduzida que podem impedir o desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais.
Fonseca (1999) citado por Moura (2011) acrescenta tratar-se de uma “dificuldade duradoura
que surge em "crianças inteligentes, escolarizadas, sem qualquer perturbação sensorial e
psíquica já existente.
De facto, contrariamente ao que alguns julgam, a dislexia não está associada a um baixo nível
intelectual; pelo contrário, um disléxico pode revelar padrões acima da média, para a sua faixa
etária, noutras áreas que não a leitura.
2.2.1. Caracterização
As crianças dislexias demostram insegurança e baixa autoestima, culpabilizando-se e
sentindo-se, muitas vezes, triste. Muitas destas crianças recusam-se a realizar atividades ligadas à
leitura (e, por vezes, à escrita também) com medo de revelarem os erros que cometem.
Estes alunos podem apresentar algumas ou várias das seguintes caraterísticas (Torres &
Fernández, 2001):
Na expressão oral
-Têm dificuldade em selecionar as palavras adequadas para comunicar (tanto a nível oral, como
escrito); Revelam pobreza de vocabulário;
Tal situação foi verificada nos nossos alunos durante a realização do nosso estágio e por
essa razão desenvolvemos a actividade nº 3.
Na leitura/escrita
-Fazem uma soletração defeituosa (leem palavra por palavra, sílaba por sílaba, ou reconhecem
letras isoladamente sem conseguir ler); Na leitura silenciosa, murmuram ou movimentam os lábios;
Confundem/invertem/substituem letras, sílabas ou palavras;
Assim, a dislexia poderá estar associada a cada uma das outras dificuldades específicas
como a Disortografia; há autores que analisam mesmo a dislexia e a disortografia em conjunto,
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pois uma criança com dificuldades ao nível da leitura vai com certeza revelar também problemas
ao nível da escrita.
2.2.2.Intervenção
Nunca é tarde demais para ensinar disléxicos a ler e a processar informações com
mais eficiência. Obviamente, não existe um tratamento padrão adequado a todas as crianças
com dislexia, pelo que o recurso a uma intervenção individualizada deverá ser a
preocupação principal de quem quer ajudar.
Esta poderá ser uma forma de promover um bom relacionamento da criança com os colegas,
por exemplo, e/ou de auxiliar o professor, quando tem uma turma com um grande número de alunos
e, obviamente, lhe é difícil “chegar a todos”.
Um outro aspeto a ter em conta na intervenção com estas crianças é o recurso a uma
terapia multissensorial, isto é, aprender pelo uso de todos os sentidos (Torres & Fernández,
2001).
Esta abordagem de Torres & Fernandes entra em concordância com a actividade nº 5 que
nós desenvolvemos para o ensino da leitura e escrita das palavras.
Pois, os métodos multissensoriais são métodos que combinam a visão, a audição e o tato
para ajudar a criança a ler e a soletrar corretamente as palavras. Assim, a criança começa
por observar o grafema escrito, depois “escreve-o” no ar com o dedo, escutando e articulando a sua
pronúncia; posteriormente, deve cortá-lo, moldá-lo em plasticina/fimo/barro e, de olhos fechados
reconhecê-lo pelo tato.
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A realização destas atividades favorece por isso a criação de imagens visuais, auditivas,
cinestésicas, tácteis e articulatórias que, de modo conjunto, incidem na globalização ou unidade do
processo de leitura a escrita”.
2.3. A Disortografia
Etimologicamente, disortografia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “orto” (correto)
“grafia” (escrita), ou seja, é uma dificuldade manifestada por “um conjunto de erros da
escrita que afetam a palavra, mas não o seu traçado ou grafia” (Torres &
Fernández, 2001, p. 76).
Causas
Citoler (1996) citato por Cruz (2009) apresenta como factor potencialmente justificativo
das dificuldades disortográficas:
Para Torres & Fernández (2001), as causas da disortografia estão relacionadas com aspetos
perceptivos que estão associadas a deficiências na percepção, na memória visual e auditiva, o que
traz consequências na correcta orientação das letras e na discriminação de grafemas com traços
semelhantes, por exemplo.
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Relativamente às de tipo afetivo-emocional, as autoras apontam, entre outras, baixos níveis
de motivação e atenção, que poderão fazer com que a criança cometa erros ortográficos (mesmo
que conheça a ortografia das palavras).
Por último, as causas de tipo pedagógico remetem para métodos de ensino desadequados:
por exemplo, quando o professor se limite à utilização frequente do ditado, que não se ajusta às
necessidades individuais dos alunos e não respeita os seus ritmos de aprendizagem.
2.3.1. Caraterização
Uma criança com disortografia demonstra, geralmente, falta de vontade para escrever e os
seus textos são reduzidos, com uma organização pobre e pontuação inadequada.
A sua escrita evidencia numerosos erros ortográficos de natureza muito diversa (Torres &
Fernández, 2001):
- Ignora as regras de pontuação; Esquece-se de iniciar as frases com letra maiúscula; Desconhece
a forma correta de separação das palavras na mudança de linha, a sua divisão silábica, a utilização
do hífen.
De uma forma geral, a caraterística mais comum nas crianças com disortografia é,
sem dúvida, a ocorrência de erros ortográficos, sejam estes de caráter linguístico-perceptivo,
visoespacial, de conteúdo ou referentes às regras de ortografia.
2.3.2. Intervenção
A intervenção junto de alunos com disortografia não deve obedecer a um único modelo em
concreto, mas sim a uma variedade de técnicas que tenham em conta não apenas a correção dos
erros ortográficos, mas também a percepção auditiva, visual e espáciotemporal, bem como a
memória auditiva e visual.
Torres & Fernández (2001) apresentam como área importante na redução da disortografia:
a intervenção sobre os fatores associados ao fracasso ortográfico.
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Por outro lado, é importante, também, que se diferenciem os erros de ortografia das
falhas na compreensão e, consequentemente, da possibilidade de elaboração de respostas.
No momento da avaliação, é importante dar-lhe mais tempo para responder às questões e/ou
certificar-se de que os enunciados/questões foram compreendidos; privilegiar a expressão oral
também poderá ser uma boa estratégia.
Tal como afirma Micaelo (2005, p. 59) “o trabalho a desenvolver passa, acima de tudo, por
conhecer as características individuais de cada aluno e o seu modo de funcionamento, de forma a
encontrar as respostas pedagógicas adequadas”.
Chechia e Andrade (2002) enfatizam que nas pesquisas sobre a relação escola – família é
reconhecida a importância da participação dos pais na escola. A presença dos pais na vida
acadêmica dos filhos constitui um fator fundamental na melhoria do desempenho escolar.
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Elaborar o Projecto Pedagógico é uma oportunidade para definir o currículo e organizar o
tempo e o espaço de acordo com as necessidades de ensino de cada escola.
Um outro fator que contribui negativamente no PEA é a não qualidade e falta de motivação
do professor.
Pudemos verificar que, para que isso não ocorra é necessário que o professor busque pelas
formações contínuas em cursos e seminários ofertados por diferentes instituições que lhe
possibilitarão a troca de experiências e o estudo de novas metodologias.
Algumas das actividades desenvolvidas foram lúdicas, porque tal como afirma Santos
(2010) “o jogo e as brincadeiras são mais do que um simples divertimento, são elementos
importantes no processo de ensino e aprendizagem, onde o aluno aprende a jogar com as outras
crianças”.
Para Antunes (1998) citado por Santos (2010), as actividades lúdicas influenciam muito
nesse processo (Ensino-aprendizagem), pois são fontes de prazer e descobertas, o que facilita no
desenvolvimento das aprendizagens, pessoal, cultural, social e ainda colabora para uma boa saúde
mental.
Tal situação conseguimos verificar a quanto da realização da primeira actividade que foi o
jogo da Pára. Foi notório ver o quanto os alunos aprendiam ao mesmo tempo que se divertiam,
evitando o desinteresse na actividade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base ao que foi desenvolvido no nosso trabalho e durante o exercício do nosso estágio,
pudemos então concluir que o estágio tem uma grande importância para nós enquanto estudantes
porque nos proporciona portunidades de vivenciar na prática conteúdos acadêmicos, propiciando
desta forma, a aquisição de conhecimentos e atitudes relacionadas com a profissão por nós
escolhida, serviu-nos de guia para a correção das nossas folhas, para o aprendizado de várias
metodologias de ensino e para estabelecer um contrato social com novas pessoas, ele não só nos
ajudou a evoluir como estudantes, mas também como pessoas e profissionais.
Mas nem tudo foi fácil nessa caminhada, pois, deparamo-nos com inúmeras dificuldades
durante a realização do mesmo estágio, dificuldades como, o não acompanhamento constante por
parte dos professores titulares, trabalhar com crianças dislexicas e disortográficas, falta de materiais
didácticos para o desenvolvimento das actividades durante as aulas, autonomia na realização de
tarefas com o professor titular por perto porque representou um grande desafio para nós sobre
tudo no início do estágio, a ausência de recursos na escola, como a energia elétrica, água,
biblioteca, quartos de banho e outras tantas.
Durante o nosso estágio nos deparamos ainda com situações problemáticas que
interferiam negativamente no PEA, nessa prespectiva vale ressaltar que é necessário que se
trabalhe mais para a aprendizagem significativa dos alunos e, para isso, é necessário que se
desenvolva boas políticas educativas, que se ajustam ao contexto educacional dos alunos, que se
crie mais condições nas escolas, que se invista na formação contínua dos professores para que
estes estejam munidos de competências capazes de responder aos problemas pedagógicos que
vão surgindo e que se inclua a comunidade nom processo de formação dos alunos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Antunes, C. (1998). Jogos para a Estimulação de Múltiplas Inteligências. 8ªed. Petrópolis.
Vozes.
Cruz, v. (2009). Dificuldades de aprendizagem específicas. Lisboa. lidel - edições técnicas. Lda.
Freitas, K. S. Sousa, J. V. (2009). Progestão: como articular a gestão pedagógica da escola com
as políticas públicas da educação para melhoria do desempenho escolar? Módulo X. Brasília:
Consed.
Hennigh, K. A. (2003). Compreender a Dislexia: Um guia para pais e professores. Porto: Porto
Editora.
Lück, Heloísa. (2006). As exigências do novo milênio ao ensino brasileiro. Gestão em Rede.
Brasília. Consed.
Micaelo, M. (2005). Os alunos com baixa visão na sala de aula- Necessidades educativas
especiais: dificuldades da criança ou da escola?. Coleção educação hoje. Lisboa. Texto editores.
Moço, Anderson. (2009). Indisciplina: como se resolve? Nova Escola, São Paulo.
Polato, A. Santo Mauro, B. Ratier. (2008) A chave do ensino. Nova Escola, São Paulo.
ACTIDADE Nº 1 ACTIDADE Nº 3
ACTIDADE Nº 3 ACTIDADE Nº 3
ACTIDADE Nº 3 ACTIDADE Nº 2
ACTIDADE Nº 2 ACTIDADE Nº 2
ACTIDADE Nº 3 ACTIDADE Nº 4