Apostila Completa Lazer Educação Física e Desenvolvimento Humano
Apostila Completa Lazer Educação Física e Desenvolvimento Humano
Apostila Completa Lazer Educação Física e Desenvolvimento Humano
DESENVOLVIMENTO HUMANO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
5 DESENVOLVIMENTO HUMANO............................................................................ 29
68
INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
2 A EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPORTÂNCIA
Definir educação física e analisar seu significado não é considerado uma tarefa
fácil. Na academia, existem diferentes conceitos e abordagens de expressão: uma
atividade educacional, recreativa, competitiva ou terapêutica. Em termos
pedagógicos, a educação física é uma disciplina educacional em que o movimento
corporal é utilizado para alcançar um desenvolvimento holístico das habilidades
físicas, afetivas e cognitivas do sujeito. Podemos entender o desenvolvimento da
relação entre pessoas e movimento como um aspecto que define o que entendemos
e valorizamos como educação física. Os primórdios da atividade física remontam as
tempos pré-históricos, quando as pessoas cuidavam do corpo, não pela beleza ou
pelo exercício, mas pela sobrevivência (ROSA, 2018).
O homem primitivo se movia em busca de comida, caminhando, correndo,
escalando árvores, montanhas, nadando, pulando e atirando armas, desenvolvendo
movimentos naturais realizando, assim, uma luta para sobreviver. Movimentos
corporais básicos e naturais que ele repetiu ao longo de sua vida e aperfeiçoou
gradual e inconscientemente.
A prática da educação física surge mais tarde de forma organizada, os chineses
utilizavam essa prática para fins higiênicos e terapêuticos e para preparar seus
soldados para a guerra. No entanto, na índia houve uma relação com aspectos
militares, mas também com aspectos de saúde associados à prática de yoga,
exercícios de ginástica, técnicas de respiração e o desenvolvimento de uma relação
entre corpo e movimento com a própria prática do budismo (ROSA, 2018).
No Japão do século passado, aspectos higiênicos, filosóficos, morais, religiosos
e a preparação de guerreiros eram associados à educação física, estética, etc. Esses
conceitos definem muitos aspectos que ainda definem e influenciam esse campo do
conhecimento, como a relação entre saúde e atividade física. Os objetivos e
significados da educação física variam de acordo com as necessidades de cada
época, cada momento da história que a sociedade e as pessoas que a compõem
passam (ROSA, 2018).
Sem dúvida, os avanços em diversos campos (Fisiologia, Psicologia,
Pedagogia e Tecnologia) tiveram um grande impacto na transformação da educação
física. Segundo Lozada (2017), a educação física se adaptou aos longos dos anos e
a partir de uma função de sobrevivência, os objetivos evoluíram com a implementação
de práticas esportivas e exercícios físicos. Atualmente, a saúde e a educação se
estabelecem como principais atividades relacionadas à área.
Na dimensão escolar, as aulas de Educação Física visam integrar plenamente
o aluno na cultura física do movimento, com ênfase na saúde, adequando o conteúdo
das aulas à individualidade de cada aluno e seu nível de desenvolvimento. Como área
de conhecimento, ela atua no campo área da saúde, visando o desenvolvimento de
práticas físicas para promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação
de doenças específicas (doenças cardiovasculares, diabetes, etc.).
A importância da Educação Física só é extrapolada para aspectos relacionados
aos impactos e efeitos das atividades corporais sobre o comportamento físico dos
sujeitos. Uma ampla gama de elementos influencia esse significado, incluindo saúde,
educação, entre outros (ROSA, 2018).
Em uma sociedade onde o movimento e as relações são cada vez mais
restritos, a educação física ganha ainda mais valor como a oportunidade de
permitir mudanças nas atitudes dos sujeitos em relação ao corpo, à saúde e às
relações com os demais membros da comunidade formada por meio da interação
entre os demais envolvidos em atividades relacionadas.
Compreende-se que a Educação Física, ao longo de sua história de mais
de um século e meio no mundo ocidental, trouxe diversas atividades inserindo, à
atividade física para fins recreativos, expressão de sentimentos, tendências e
emoções e formas de promover, restaurar e manter a saúde.
3 ORIGEM DO LAZER
‘Lazer’ vem do latim licere e significa ‘ser permitido’ - isso nos traz à noção de
liberdade e permissão. Mas quando pensamos no significado do tempo livre, nos
referimos ao tempo livre em que experimentamos uma série de atividades após
cumprir as obrigações do trabalho e da vida. O que se busca nessas
atividades é, principalmente, o prazer e a satisfação. Através deles também podemos
vivenciar tranquilidade, diversão, convívio com amigos e o desejo de aprimorar
nossos conhecimentos (RIBEIRO, 2014).
As publicações sobre o tempo livre com uma interface contemporânea dão-lhe
mais valor e já não o limitam às tarefas aleatórias ou sem sentido. Na transição do
século XX para o século XXI, o lazer foi reconhecido como uma dimensão
cultural que engloba a inclusão social e correlaciona diversão com saúde e melhor
qualidade de vida (ROMÃO, 2020).
Se perguntarmos às pessoas de todas as esferas da vida hoje o que
significa tempo livre, é muito provável que uma grande parte tenha uma opinião
diferente. A palavra e os diversos significados da prática (incluindo diversão, prazer
e recreação) foram integrados tornando-os cada vez mais presentes no cotidiano da
população e indicando uma tendência de valorização como dimensão da vida em
sociedade.
As discussões sobre este tema são constantemente publicadas em jornais e
revistas, não mais como algo "ingênuo" (MELO, 2012), porém, nem sempre foi
assim: Há algumas décadas, a palavra lazer não fazia parte do
discurso atual, embora outras fossem utilizadas para expressar alguns de seus
significados (como distração e diversão). Nas universidades e autoridades, o tema
ficou à margem. O mercado ainda não estava totalmente ciente do potencial de
negócios que o envolve, tampouco sobre a formação de algum profissional específico
para atuar nesta área.
Se seguirmos a história, podemos observar que as sociedades possuem
constantemente diversas formas de entretenimento organizado como parte de seus
costumes, que são tão relevantes em seu cotidiano quanto o trabalho, religião ou
demais atividades sociais. Em outras palavras, não é possível separar a
forma de brincar e se divertir das atividades humanas gerais em algum momento
e lugar específicos.
No entanto, não significa que o lazer que conhecemos hoje sempre existiu: as
maneiras de entretenimento possuem características específicas conforme a época.
Veremos no quadro 1, alguns exemplos de atividades.
“somente o homem que possui tempo livre é livre, já que, para gozar de
liberdade pessoal, um homem deve possuir tempo livre” (MELO, 2012, p.3).
➢ Atividades sociais: São elas que nos motivam a participar pela oportunidade
de nos conectarmos e conhecermos outras pessoas. Podemos considerar
atividades sociais como festas, churrascos, reuniões sociais, ir a
bares, boates, etc. A seguir, na figura 4, vemos um exemplo dessas atividades
(RIBEIRO, 2014).
5 DESENVOLVIMENTO HUMANO
Fonte: shre.ink/1r6B
À medida em que o bebê interage com as pessoas à sua volta e com o meio
que o cerca, seu desenvolvimento integral torna-se saudável. Em relação ao
desenvolvimento motor, os bebês de 0 a 1 ano e 6 meses estão na etapa de
movimento reflexos e rudimentares. Em termos de desenvolvimento cognitivo, esses
bebês estão na fase sensório-motora, as habilidades motoras e cognitivas andam no
mesmo passo e é por meio dos atos motores (movimentos involuntários e voluntários)
que o bebê se descobre e compartilha experiências emocionais e sociais com o
mundo. A partir dessas interações e experiências, todo conhecimento (capacidade
cognitiva) é construído e armazenado para ser repetido e/ou utilizado como base para
novas conquistas (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013; HAYWOOD;
GETCHELL, 2016).
Neste sentido, a escola assume um papel único no desenvolvimento integral
dos bebês, mais precisamente na educação física, uma vez que é uma disciplina
que inclui essencialmente a motricidade. As escolas infantis têm uma certa
autonomia na organização das turmas divididas por faixas etárias, ex: 0 aos 6
meses, e dos 6 meses a 1 ano. Essa classificação leva em consideração as
habilidades motoras de cada faixa etária e as atividades e materiais a serem
utilizados.
Uma vez organizadas as aulas, compete ao profissional organizar
o seu planejamento levando em consideração, antes de tudo, as fases/níveis
motores e cognitivos em que o grupo de alunos se encontra. O conhecimento destes
aspectos é essencial para o planeamento das aulas e avaliações a realizar no
decorrer do ano letivo. Esse planejamento é estruturado em grande parte com base
em diversão e experiências de movimento, e esse princípio deve ser levado em
consideração quando se pensa na organização de estratégias e atividades
educativas para essa faixa etária (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013;
HAYWOOD; GETCHELL, 2016).
7 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
Brincadeiras
Imitação
Rotina
Estabelecer uma rotina nas aulas de educação física para bebês ajudará a
normalizar as expectativas e reduzir os momentos de medo do desconhecido. Nessa
rotina, o momento de receber os alunos, a retirada das roupas e organização dos
mesmos no local designado para tal fim, a formação de uma roda inicial
com atividades que caracterizam o “cumprimento”, a realização de brincadeiras,
o momento de guarda materiais (para bebês maiores) e a formação da roda de
encerramento que caracteriza a “despedida” deve ser considerada. Quando os bebês
começam a se mover (engatinhar ou andar), os limites físicos precisam ser bem
estabelecidos e definidos (GONZALEZ-MENA; EYER, 2014; GONZALEZ-MENA,
2015).
Oportunidades Diversas
Atividade inicial
Desenvolvimento
➢ Atividade 1: Em cima de um banco, deve-se colocar diversos brinquedos
(luminosos e com sons) de preferência espalhados ao longo do banco para que
os alunos andem ao encontro desses objetos;
➢ Atividade 2: Realizar colagem de objetos ou gravuras possuindo diferentes
texturas na altura dos olhos dos alunos, para que se locomovam até a parede
e continuem em pé;
➢ Atividade 3: Andar empurrando uma cadeira ou uma bola terapêutica por uma
curta distância;
➢ Atividade 4: Caminhar minicircuito, pelo qual os alunos precisam andar ou
engatinhar pelo tapetinho sensorial e, ao finalizar, devem subir e descer os
equipamentos espumados (degraus e rampas);
➢ Atividade 5: Brincar com brinquedos de encaixe ou aramados.
Atividade final
Fonte: shre.ink/1CS7
Motricidade espontânea
Motricidade provocada
Motricidade liberada
Motricidade dirigida
➢ Caminhar;
➢ Saltar;
➢ Correr;
➢ Pular, etc.
➢ Arremessar;
➢ Chutar;
➢ Bloquear;
➢ Bater;
➢ Driblar, etc.
➢ Incluir;
➢ Esticar;
➢ Balançar;
➢ Girar;
➢ Rolar;
➢ Iniciar e parar um movimento, etc.
➢ Capacidade cardiorrespiratória;
➢ Força e resistência muscular;
➢ Flexibilidade e composição corporal.
Para maximizar o seu impacto nos sujeitos para apoiar e desenvolver as suas
capacidades motoras, os programas de intervenção motora devem ser organizados
reunindo as informações simples sobre os fatores que ditam o desenvolvimento
humano, caracterizado por fatores hereditários, ambientais e socioculturais.
Assim, com a finalidade de promover esses programas, estas e outras variáveis
de modo detalhado são consideradas para que se possa compreender e agir sobre o
comportamento motor de determinados indivíduos. Do mesmo modo, apesar de
existirem diferentes maneiras de pesquisa e de se obter informações acerca de
alguma pessoa, os estudos de caso explanam instrumentos bem relevantes em uma
abordagem do desenvolvimento motor.
Os estudos de caso visam reunir informações detalhadas e aprofundadas
sobre uma única situação ou fenômeno e são desenvolvidos em diversas áreas do
conhecimento além da Educação Física como, por exemplo, a Antropologia, a
Psicologia, Política, Sociologia, Medicina, patologias relacionadas com a linguagem
e áreas educativas com problemas disciplinares e dificuldades de leitura.
As principais vantagens incluem a profundidade e variedade da recolha de
informação e a flexibilidade dos instrumentos de coleta de dados (entrevistas,
questionários, observações, entre outros) e de avaliação (laudos, exames médicos,
testes psicomotores, etc.). Suas principais desvantagens são a impossibilidade de
generalizar os dados obtidos, pois refletem a compreensão de um único fenômeno
(GONÇALVES, 2018).
Embora estes estudos se relacionem com a ideia de trabalhar com uma única
pessoa, podem ser usados como base para a construção de interpretações de
situações muito semelhantes, como uma escola ou centro comunitário, embora sejam
bastante flexíveis na sua elaboração, deverá apresentar alguns procedimentos
que permitem a sua execução (GONÇALVES, 2018).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PROESP UFRGS. YouTube, [S. l.], 2014. Disponível em: https://shre.ink/1Jp0. Acesso
em: 19 dez. 2022.
SILVA, K. S; et al. Educação física escolar: Guia de Atividade Física para a População
Brasileira. Revista Brasileira Atividade Física da Saúde. 26: e 0219, 2021.