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Financial Statements and Analysis

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS


CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
Disciplina: Administração Financeira Orçamentária II
Período letivo: 5º (2024.2)

Financial Statements and Analysis

Prof. Fagunes Ferreira de Moura


Brief contents
1 Brazilian Financial Statements 6
2 Using Financial Ratios 39
References 85

2
CONTENTS: FIRST UNIT
1 Brazilian Financial Statements 6
1.1 Definição 6
1.2 Base jurídica 7
1.3 Algumas considerações acerca da Lei nº 6.404/76 8
1.4 Alguns pressupostos da contabilidade financeira 10
1.5 Apresentação das demonstrações contábeis 12
1.5.1 Balanço patrimonial: a posição patrimonial e financeira 12
1.5.1.1 Exemplo do balanço patrimonial 14
1.5.2 Demonstração do resultado do exercício: a performance
financeira 15
1.5.2.1 Exemplo da demonstração do resultado do exercício 18

3
CONTENTS: FIRST UNIT
1.5.3 Demonstração das mutações do patrimônio líquido 19
1.5.3.1 Exemplo da demonstração das mutações do patrimônio
líquido 21
1.5.4 Demonstração dos fluxos de caixa 22
1.5.4.1 Exemplo da demonstração dos fluxos de caixa 24
1.5.5 Demonstração do valor adicionado 25
1.5.5.1 Exemplo da demonstração do valor adicionado 27
1.6 Obrigatoriedade de publicação 28
1.7 Complemento às demonstrações contábeis 29
1.7.1 Notas explicativas às demonstrações contábeis 29
1.7.2 Relatório dos auditores independentes 30
1.7.3 Relatório da administração 32
4
CONTENTS: FIRST UNIT
1.8 Usuários das demonstrações contábeis 33
1.8.1 Para o administrador interno da empresa 33
1.8.2 Para o analista externo 34

5
1 Brazilian Financial Statements
1.1 Definição:
 Demonstrações Contábeis (ou financeiras) equivalem a um
conjunto de informações apuradas e divulgadas pelas empresas,
revelando os vários resultados de seu desempenho em um
exercício social. Através das demonstrações, é possível obter
conclusões sobre a efetiva situação da empresa.

Assaf Neto e Lima (2019, p. 204, grifo nosso); Lei nº 6.404/76. 6


1 Brazilian Financial Statements
1.2 Base jurídica:
 Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976: dispõe sobre as
Sociedades por Ações;
 Complementos: Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007 e Lei
nº 11.941, de 27 de maio de 2009.

Assaf Neto e Lima (2019, p. 204, grifo nosso); Lei nº 6.404/76. 7


1 Brazilian Financial Statements
1.3 Algumas considerações acerca da Lei nº 6.404/76:
 Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as
seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com
clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações
ocorridas no exercício:
a) Balanço patrimonial;
b) Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (atual
Demonstração das mutações do patrimônio líquido);
c) Demonstração do resultado do exercício; e
d) Demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei
nº 11.638, de 2007);

Lei nº 6.404/76 (grifo nosso) 8


1 Brazilian Financial Statements
e) Se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
(Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007).

Salotti et al. (2019, p. 6, grifo nos autores) 9


1 Brazilian Financial Statements
1.4 Alguns pressupostos da contabilidade financeira:
 [...] tem como objetivo prover informações para os usuários
externos de maneira geral, ou seja, não busca atender um
usuário em específico, mas a maior gama possível de
usuários. Considerando a gama de usuários externos e seus
diversos objetivos, a contabilidade ganha caráter mais formal,
devendo haver um padrão geral para o processo contábil (de
reconhecer, mensurar e evidenciar)”. Esses padrões são os
chamados ‘Princípios Contábeis Geralmente Aceitos” ou sua
expressão em inglês ‘Generally Accepted Accounting Principles
(GAAP)’ [...].

Salotti et al. (2019, p. 6, grifo nos autores) 10


1 Brazilian Financial Statements
 No Brasil, desde de 2010, o ‘padrão’, as ‘normas’ ou os
‘princípios’ da contabilidade financeira seguem a prática
internacional comum a grande parte dos países: a chamada
International Financial Reporting Standards (IFRS), ou
simplesmente ‘padrões internacionais de contabilidade’.
 A entidade responsável pela coordenação e elaboração desses
padrões contábeis em um patamar global é o International
Accounting Standard Board (IASB), como sede em Londres
(Inglaterra).

Salotti et al. (2019, p. 6, grifo nos autores) 11


1 Brazilian Financial Statements
1.5 Apresentação das demonstrações contábeis:
1.5.1 Balanço patrimonial: a posição patrimonial e financeira:
 É uma demonstração que evidencia a posição patrimonial e
financeira da entidade em determinada data. Entende-se por
posição patrimonial e financeira o montante de recursos
econômicos controlados pelas entidades (ativos), o montante
das obrigações para com terceiros (passivos) e o valor residual
dos acionistas (patrimônio).
 Assim, por meio do balanço patrimonial, um usuário pode
identificar, por exemplo:

Salotti et al. (2019, p. 18, grifo nos autores) 12


1 Brazilian Financial Statements
 Assim, por meio do balanço patrimonial, um usuário pode
identificar, por exemplo:
a) Como está estruturado o patrimônio da entidade;
b) Se esta possui recursos suficientes para saldar suas dívidas;
c) Se há recursos econômicos para gerar benefícios futuros;
d) Se está alocando adequadamente seus recursos nos
diversos itens patrimoniais;
e) Se está captando recursos de maneira adequada.

Salotti et al. (2019, p. 18) 13


1 Brazilian Financial Statements
1.5.1.1 Exemplo do balanço patrimonial:

Assaf Neto e Lima (2019, p. 204) 14


1 Brazilian Financial Statements
1.5.2 Demonstração do resultado do exercício: a performance
financeira:
 A demonstração de resultado é um relatório que evidencia,
sumariamente, o resultado das operações realizadas pela
organização ao longo de um período de tempo, podendo ser
lucro ou prejuízo, se organização com fins de lucro; déficit ou
superávit, se for uma organização sem fins lucrativos.
 Diferentemente do balanço patrimonial, que é um relatório
estático (de fim de período), a demonstração de resultado
abrange um período de tempo e, por essa razão, é considerada
uma demonstração dinâmica.

Salotti et al. (2019, p. 19, grifo nosso) 15


1 Brazilian Financial Statements
 A demonstração do resultado é composta por receitas (o que a
entidade ganha) e despesas (o que a entidade consome),
mostrando o desempenho obtido em determinado período.
Logo, ajuda a explicar mudanças ocorridas no balanço
patrimonial, especialmente no que diz respeito às variações do
patrimônio líquido.
 A demonstração do resultado é composta por receitas (o que a
entidade ganha) e despesas (o que a entidade consome),
mostrando o desempenho obtido em determinado período.
Logo, ajuda a explicar mudanças ocorridas no balanço
patrimonial, especialmente no que diz respeito às variações do
patrimônio líquido.

Salotti et al. (2019, p. 19, grifo nosso) 16


1 Brazilian Financial Statements
 Assim, por meio da demonstração de resultado um usuário pode
identificar, por exemplo:
a) Se a entidade vem gerando resultado positivo ou negativo;
b) Qual a natureza dos ingressos de recursos na entidade
(receitas);
c) Qual o peso de cada categoria de custo e despesa nas
receitas;
d) Diferentes níveis de resultados (bruto, operacional,
líquido);
e) Se tem capacidade de gerar lucros em períodos futuros.

Salotti et al. (2019, p. 19) 17


1 Brazilian Financial Statements
1.5.2.1 Exemplo da demonstração do resultado do exercício:

Assaf Neto e Lima (2019, p. 211) 18


1 Brazilian Financial Statements
1.5.3 Demonstração das mutações do patrimônio líquido:
 A demonstração das mutações do patrimônio líquido, como o
próprio nome indica, evidencia as principais ocorrências num
intervalo de tempo no grupo ‘patrimônio líquido’ do balanço
patrimonial.
 Portanto, enquanto o balanço patrimonial retrata os saldos
finais do patrimônio líquido em dois diferentes momentos, essa
demonstração explica os eventos que levaram à modificação do
saldo nesses dois diferentes instantes de tempo.

Salotti et al. (2019, p. 19, grifo nosso) 19


1 Brazilian Financial Statements
 Por meio da demonstração das mutações do patrimônio líquido,
um usuário pode identificar, por exemplo:
a) Quanto do crescimento (ou decrescimento) do patrimônio
líquido veio do resultado (demonstração de resultado);
b) Políticas de constituição de reservas utilizadas pela
organização;
c) Políticas de aumento (ou redução) de capital social e
distribuição de dividendos;
d) Comportamento dos prejuízos acumulados quando
existentes.

Salotti et al. (2019, p. 19) 20


1 Brazilian Financial Statements
1.5.3.1 Exemplo da demonstração das mutações do patrimônio
líquido:

Assaf Neto e Lima (2019, p. 210) 21


1 Brazilian Financial Statements
1.5.4 Demonstração dos fluxos de caixa:
 A demonstração dos fluxos de caixa (DFC) evidencia as
movimentações ocorridas em um importante recurso da
organização: o caixa e os recursos equivalentes a caixa.
 Por meio dessa demonstração, espelham-se, resumidamente, as
entradas e as saídas de caixa derivadas das atividades
operacionais, das atividades de financiamento e das atividades
de investimento ao longo de um período.
 Portanto, ela permite aos usuários obterem informações úteis
sobre as origens e as alocações de caixa ao longo do período.

Salotti et al. (2019, p. 19, grifo nosso) 22


1 Brazilian Financial Statements
 Por meio da DFC, um usuário pode identificar, por exemplo:
a) Se a entidade está gerando caixa com as suas atividades
operacionais;
b) Se a entidade está consumindo mais caixa em vez de gerar
caixa;
c) Se há indícios de comprometimento de caixa no futuro;
d) Se a geração de caixa é consistente ao longo do tempo.

Salotti et al. (2019, p. 19) 23


1 Brazilian Financial Statements
1.5.4.1 Exemplo da demonstração dos fluxos de caixa:

Assaf Neto e Lima (2019, p. 214) 24


1 Brazilian Financial Statements
1.5.5 Demonstração do valor adicionado:
 A demonstração do valor adicionado (DVA) retrata o montante
de valor adicionado aos insumos adquiridos (riqueza gerada), ao
longo de um período de tempo, bem como a forma como a
sociedade distribui esse valor entre seus principais
stakeholders: funcionários, governo, credores (terceiros) e
acionistas/investidores.
 Assim, a demonstração do valor adicionado está estruturada em
duas partes: (i) a formação e composição do valor adicionado e
(ii) a forma de distribuição desse valor adicionado.

Salotti et al. (2019, p. 20, grifo nosso) 25


1 Brazilian Financial Statements
 Por meio da DVA, um usuário pode identificar, por exemplo:
a) Como a organização forma sua riqueza;
b) Como a entidade distribui a riqueza gerada;
c) Quem são os principais destinatários da riqueza gerada
pela entidade.

Salotti et al. (2019, p. 20) 26


1 Brazilian Financial Statements
1.5.5.1 Exemplo demonstração do valor adicionado:

Assaf Neto (2014, p. 116) 27


1 Brazilian Financial Statements
1.6 Obrigatoriedade de publicação:
 Segundo as premissas da contabilidade financeira, a elaboração
de demonstrações financeiras se aplica a todos os tipos de
entidades, tanto aquelas constituídas sob a forma de quotas de
responsabilidade limitada (empresas ‘limitadas’) quanto as
sociedades por ações (S. A.) e demais entidades (clubes de
futebol, fundações, ONGs etc.).
 Em relação às entidades constituídas por quotas de
responsabilidade limitada (Ltda.), apesar de ser necessária a
elaboração das demonstrações financeiras, não há necessidade
de divulgação ou publicação de tais demonstrações, uma vez
que, em tais empresas, os sócios normalmente têm acesso
integral às informações gerenciais.

Salotti et al. (2019, p. 20, grifo nosso) 28


1 Brazilian Financial Statements
1.7 Complemento às demonstrações contábeis:
 Além das demonstrações descritas anteriormente, entidades
podem preparar e divulgar outras demonstrações e material
explicativo, bem como quadros e informações suplementares
com o objetivo de melhorar o entendimento da situação
financeira, econômica e patrimonial da entidade. Exemplos:
1.7.1 Notas explicativas às demonstrações contábeis:
 São parte integrante das demonstrações financeiras e devem
complementar e detalhar as informações contidas no balanço
patrimonial, na demonstração do resultado e demais
demonstrações.

Salotti et al. (2019, p. 20, grifo nosso) 29


1 Brazilian Financial Statements
 Além disso, as notas explicativas representam informações
sobre como foram preparadas as demonstrações (critérios
contábeis) e outras informações exigidas que não estejam
apresentadas nas demonstrações contábeis.
1.7.2 Relatório dos auditores independentes:
 O relatório (também denominado parecer) dos auditores
independentes desempenha papel fundamental no processo de
divulgação das informações contábeis das entidades, pois nele
os auditores emitem opinião sobre a conformidade ou não das
demonstrações aos princípios ou práticas contábeis aceitas e
vigentes no país, em aspectos relevantes.

Salotti et al. (2019, p. 20; 21, grifo nosso) 30


1 Brazilian Financial Statements
 Nessa opinião, os auditores independentes devem dizer se as
demonstrações contábeis representam, adequadamente, em
todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira,
o resultados das operações, as mutações do seu patrimônio
líquido e as demais demonstrações, de acordo com um
determinado padrão ou GAAP.
 Deve-se destacar, no entanto, que a opinião do auditor, contida
em seu relatório, não versa sobre a viabilidade futura da
entidade nem a eficiência ou eficácia com a qual a administração
conduziu os negócios da entidade, mas tão somente sobre a
fidedignidade dos números, de acordo com um determinado
padrão contábil.

Salotti et al. (2019, p. 20, grifo nosso) 31


1 Brazilian Financial Statements
1.7.3 Relatório da administração:
 [...] é um meio mais direto e flexível de comunicação entre os
administradores e os investidores (acionistas). Como se trata de
um relatório menos padronizado, cada entidade aborda uma
abordagem diferenciada.
 Em alguns casos e/ou entidades pode haver necessidades
adicionais de publicação ou divulgação de informações,
especialmente em entidades reguladoras, como os bancos, as
empresas seguradoras, de previdência e capitalização, as
empresas de energia elétrica e telecomunicações etc. [...]

Salotti et al. (2019, p. 21, grifo nosso) 32


1 Brazilian Financial Statements
1.8 Usuários das demonstrações contábeis:
 A análise das demonstrações financeiras constitui um dos
estudos mais importantes das Finanças Corporativas,
despertando enorme interesse tanto para os administradores
internos da empresa como para os diversos segmentos de
analistas externos.
1.8.1 Para o administrador interno da empresa:
 A análise visa basicamente a uma avaliação de seu desempenho
geral, notadamente como forma de identificar os resultados
(consequências) retrospectivos e prospectivos das diversas
decisões financeiras tomadas.

Assaf Neto e Lima (2019, p. 231, grifo nosso) 33


1 Brazilian Financial Statements
1.8.2 Para o analista externo:
 [...] apresenta objetivos mais específicos com relação à avaliação
do desempenho da empresa, os quais variam segundo sua
posição, de credor – liquidez e capacidade de pagamento – ou de
investidor – retorno do investimento e criação de valor.

Assaf Neto e Lima (2019, p. 231, grifo nosso) 34


1 Brazilian Financial Statements

Assaf Neto e Lima (2019, p. 231, grifo nosso) 35


CONTENTS: SECOND UNIT
2 Using financial ratios 39
2.1 Precauções com a utilização de índices financeiros 39
2.2 Tipos de comparações de índices financeiros 40
2.2.1 Análise em corte transversal 41
2.2.2 Análise de séries temporais 43
2.3 Categorias de índices financeiros 45
2.3.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ 49
2.3.1.1 Índice de liquidez corrente 49
2.3.1.2 Índice de liquidez seca 51
2.3.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE 53
2.3.2.1 Giro de estoques 54
2.3.2.2 Prazo médio de recebimento 55
36
CONTENTS: SECOND UNIT
2.3.2.3 Prazo médio de pagamento 57
2.3.2.4 Giro do ativo total 59
2.3.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO 60
2.3.3.1 Índice de endividamento geral 61
2.3.3.2 Índice de cobertura de juros 63
2.3.3.3 Índice de cobertura de pagamentos fixos 64
2.3.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE 66
2.3.4.1 Margem de lucro bruto 67
2.3.4.2 Margem de lucro operacional 68
2.3.4.3 Margem de lucro líquido 69
2.3.4.4 Lucro por ação (LPA) 70
2.3.4.5 Retorno do ativo total (ROA) 71
37
CONTENTS: SECOND UNIT
2.3.4.6 Retorno do capital próprio (ROE) 72
2.3.5 ÍNDICES DE VALOR DE MERCADO 73
2.3.5.1 Índice preço/lucro (P/L) 74
2.3.5.2 Índice preço/valor patrimonial (P/V) 76
2.4 Uma análise de índices completa 78
2.4.1 Resumo de todos os índices 78
2.4.2 Sistema DuPont de análise 81

38
2 Using Financial Ratios
2.1 Precauções com a utilização de índices financeiros:
 [...] um simples índice, isolado de outros complementares ou que
ilustram a causa de seu comportamento, não fornece elementos
suficientes para uma conclusão mais definitiva.
 Um índice isolado dificilmente contribui com informações
relevantes para o analista.
 Ressalta-se também que, mesmo que se tenha mensurado um
conjunto de índices complementares, é necessário efetuar uma
comparação temporal e setorial.

Assaf Neto e Lima (2019) 39


2 Using Financial Ratios
2.2 Tipos de comparações de índices financeiros:
 A análise de índices envolve métodos de cálculo e
interpretação de índices financeiros visando analisar e
acompanhar o desempenho da empresa. Os elementos básicos
dessa análise são a demonstração de resultados e o balanço
patrimonial da empresa.
 A análise de índices não inclui somente o cálculo de
determinado índice. Mais importante do que isso é a
interpretação do valor desse índice. Uma base relevante de
comparação é necessária para responder a perguntas como: ‘É
muito alto ou muito baixo? e ‘Esse número é bom ou ruim?’
 Podem ser feitas comparações de índices de dois tipos: em corte
transversal e de séries temporais.

Gitman (2004, p. 42, grifo no autor, grifo nosso) 40


2 Using Financial Ratios
2.2.1 Análise em corte transversal:
 [...] envolve a comparação de índices financeiros de diferentes
empresas na mesma data. Os analistas geralmente se interessam
no desempenho de uma empresa em relação a outras de seu
setor.

Gitman (2004, p. 42) 41


2 Using Financial Ratios

Gitman (2004, p. 43) 42


2 Using Financial Ratios
2.2.2 Análise de séries temporais:
 [...] avalia o desempenho com o passar do tempo.
 A comparação entre desempenho corrente e desempenho
passado, utilizando índices financeiros, permite aos acionistas
avaliar o progresso alcançado pela empresa.
 O surgimento de tendências poder ser detectado comparando-se
o desempenho de vários anos.
 Além disso, pode-se considerar a análise combinada: o enfoque
que mais se aproxima da análise de índices combina as análises
em corte transversal e de séries temporais.
 Uma visão combinada permite avaliar a tendência do
comportamento de um índice em relação à tendência observada
no setor.

Gitman (2004, p. 44, grifo no autor, grifo nosso) 43


2 Using Financial Ratios

Gitman (2004, p. 44) 44


2 Using Financial Ratios
2.3 Categorias de índices financeiros:
 Os índices financeiros podem ser divididos, por uma questão de
conveniência, em cinco categorias básicas: liquidez, atividade,
endividamento, rentabilidade e valor de mercado.
 Basicamente, os índices de LIQUIDEZ, ATIVIDADE e
ENDIVIDAMENTO medem risco; os de RENTABILIDADE
medem retorno; os de VALOR DE MERCADO capturam tanto
risco como retorno.
 Para a análise dos índices financeiros, considerar-se-á
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e o Balanço
Patrimonial (BP) da Bartlett Company para os exercícios de
2003 e 2002, apresentadas nas Tabelas 2.1 e 2.2,
respectivamente, para demonstrar os cálculos dos índices.

Gitman (2004, p. 45, grifo nosso) 45


2 Using Financial Ratios

Gitman (2004, p. 37) 46


2 Using Financial Ratios

Gitman (2004, p. 39) 47


2 Using Financial Ratios

Gitman (2004, p. 39) 48


2 Using Financial Ratios
2.3.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ:
 A liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de
cumprir as obrigações de curto prazo à medida que vencem.
Corresponde à solvência da posição financeira geral da empresa
– a facilidade com que pode pagar suas contas.
2.3.1.1 Índice de liquidez corrente:
 [...] mede a capacidade da empresa de saldar suas obrigações de
curto prazo.

Gitman (2004, p. 46, grifo nosso) 49


2 Using Financial Ratios

 Em geral, quando mais alto o valor do índice de liquidez


corrente, mais a empresa é considerada líquida.

Gitman (2004, p. 46, grifo nosso) 50


2 Using Financial Ratios
2.3.1.2 Índice de liquidez seca:
 É semelhante ao índice de liquidez corrente, exceto pelo fato de
que exclui os estoques, geralmente os ativos circulantes menos
líquidos de todos.

Gitman (2004, p. 46, grifo nosso) 51


2 Using Financial Ratios

 Um índice de liquidez seca de pelo ao menos 1 é ocasionalmente


recomendado, mas, tal como no caso do índice de liquidez
corrente, o valor considerado aceitado depende muito do setor”
(GITMAN, 2004, p. 46, grifo no autor).

Gitman (2004, p. 46, grifo nosso) 52


2 Using Financial Ratios
2.3.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE:
 Medem a velocidade com que as várias contas são convertidas
em vendas ou caixa – entradas ou saídas.
 No que se refere a contas de ativo ou passivo circulante, as
medidas de liquidez são geralmente inadequadas, porque as
diferenças na composição dos ativos e passivos circulantes de
uma empresa podem afetar significativamente sua liquidez
‘verdadeira’.
 Assim, é importante ir além das medidas de liquidez geral e
aferir a atividade (liquidez) de contas específicas.

Gitman (2004, p. 47, grifo no autor, grifo nosso) 53


2 Using Financial Ratios
2.3.2.1 Giro de estoques:
 Mede a atividade ou liquidez do estoque de uma empresa.

 O giro resultante só tem algum significado quando comprado


com ao de outras empresas pertencentes ao mesmo setor ou
então ao valor passado do giro de estoque da própria empresa.

Gitman (2004, p. 47, grifo nosso) 54


2 Using Financial Ratios
2.3.2.2 Prazo médio de recebimento:
 Ou idade média das contas a receber, é útil na avalição das
políticas de crédito e cobrança.

Gitman (2004, p. 47; 48, grifo nosso) 55


2 Using Financial Ratios
 O prazo médio de recebimento só tem utilidade quando
comparado aos prazos de concessão de crédito pela empresa.

Gitman (2004, p. 47; 48) 56


2 Using Financial Ratios
2.3.2.3 Prazo médio de pagamento:
 Ou idade média das contas a pagar, é calculado da mesma
maneira que o prazo médio de recebimento.
 A dificuldade no cálculo desse índice resulta da necessidade de
conhecer o valor das compras anuais, que não é divulgado nas
demonstrações financeiras publicadas.
 Normalmente, as compras são estimadas como uma proporção
dos custos dos produtos vendidos.
 OBS.: No exemplo em análise, da Bartlett Company, as compras a
pagar são estimadas em 70% de seu custo dos produtos
vendidos em 2003.

Gitman (2004, p. 48, grifo nosso) 57


2 Using Financial Ratios

 Esse número só tem significado em relação aos prazos médios


oferecidos à empresa.

Gitman (2004, p. 48) 58


2 Using Financial Ratios
2.3.2.4 Giro do ativo total:
 Indica a eficiência com que a empresa usa seus ativos para gerar
vendas.

 Em geral, quanto mais alto o giro do ativo total de uma empresa,


mais eficientemente seus ativos estão sendo usados.

Gitman (2004, p. 48; 49, grifo nosso) 59


2 Using Financial Ratios
2.3.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO:
 O índice de endividamento de uma empresa indica o volume
de dinheiro de terceiros usado para gerar lucros.
 [...] Em geral, quanto mais capital de terceiros é usado por uma
empresa em relação a seus ativos totais, maior sua
alavancagem financeira, isto é, a ampliação do risco e do
retorno introduzida pelo uso de financiamento a custo fixo,
como o obtido com a emissão de títulos de dívida e ações
preferenciais.

Gitman (2004, p. 49, grifo no autor, grifo nosso) 60


2 Using Financial Ratios
2.3.3.1 Índice de endividamento geral:
 Mede a proporção dos ativos totais financiada pelos credores da
empresa.
 Quanto mais alto o valor desse índice, maior o volume relativo
de capital de outros investidores usado para gerar lucros na
empresa.

Gitman (2004, p. 50; 51, grifo no autor, grifo nosso) 61


2 Using Financial Ratios

 Quanto mais alto o valor desse índice, maior o grau de


endividamento da empresa e mais elevado o seu grau de
alavancagem financeira.

Gitman (2004, p. 50; 51, grifo no autor, grifo nosso) 62


2 Using Financial Ratios
2.3.3.2 Índice de cobertura de juros:
 Mede a capacidade de efetuar os pagamentos de juros previstos
em contratos.
 Quanto mais alto o valor desse índice, maior a capacidade de
pagamento de juros da empresa.

 Um valor igual a pelo menos 3 – e preferivelmente mais próximo


de 5 – é geralmente recomendado.
Gitman (2004, p. 51, grifo no autor, grifo nosso) 63
2 Using Financial Ratios
2.3.3.3 Índice de cobertura de pagamentos fixos:
 [...] mede a capacidade da empresa de saldar todas as suas
obrigações fixas, tais como o pagamento de juros e amortização,
o pagamento de aluguéis e os dividendos de preferenciais.
 Assim como ocorre com o índice de cobertura de juros, quanto
mais alto o valor do índice de cobertura de pagamentos fixos,
melhor.

Gitman (2004, p. 51, grifo no autor, grifo nosso) 64


2 Using Financial Ratios

 [...] Quanto mais baixo o valor desse índice, maior o risco tanto para
credores como para acionistas; quanto mais elevado o seu valor,
menor o risco [...]
Gitman (2004, p. 51; 52, grifo no autor, grifo nosso) 65
2 Using Financial Ratios
2.3.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE:
 Existem inúmeras medições da rentabilidade.
 Como grupo, essas medições permitem ao analista avaliar os
lucros da empresa em relação a certo nível de vendas, a certo
nível de ativos ou ao volume de capital investido pelos
proprietários [...]

Gitman (2004, p. 52, grifo nosso) 66


2 Using Financial Ratios
2.3.4.1 Margem de lucro bruto:
 Mede a proporção de cada unidade monetária de vendas que
resta após o pagamento do custo dos produtos vendidos.

 Quanto mais alta essa margem, melhor (ou seja, menor o custo
relativo dos produtos vendidos) [...]

Gitman (2004, p. 50; 51, grifo no autor, grifo nosso) 67


2 Using Financial Ratios
2.3.4.2 Margem de lucro operacional:
 Mede a proporção de cada unidade monetária de receita de
vendas que permanece após a dedução de todos os custos e
despesas, não incluindo juros, impostos e dividendos de ações
preferenciais.

 Uma margem de lucro operacional elevada tem preferência [...]

Gitman (2004, p. 53, grifo no autor, grifo nosso) 68


2 Using Financial Ratios
2.3.4.3 Margem de lucro líquido:
 Mede a proporção de cada unidade monetária de receita de
vendas restante após a dedução de todos os custos e despesas,
incluindo juros, impostos e dividendos de ações preferenciais.

 Quanto mais alta a margem de lucro líquido, melhor [...]

Gitman (2004, p. 53, grifo no autor, grifo nosso) 69


2 Using Financial Ratios
2.3.4.4 lucro por ação (LPA):
 Geralmente é importante para os investidores atuais e
potenciais e para a administração.
 [...] o LPA representa o número de unidades monetárias de lucro
obtido no período para cada ação ordinária.

Gitman (2004, p. 54; 55, grifo no autor, grifo nosso) 70


2 Using Financial Ratios
2.3.4.5 Return on total assets (ROA) ou Retorno do ativo total:
 Frequentemente chamado de retorno do investimento (return on
investment – ROI), mede a eficácia geral da administração de
uma empresa em termos de geração de lucros com os próprios
ativos disponíveis. Quanto mais alto for, melhor.

 Esse valor indica que a empresa obteve 6,1 centavos por dólar
de investimento em ativos.
Gitman (2004, p. 55, grifo no autor, grifo nosso) 71
2 Using Financial Ratios
2.3.4.6 Return on common equity (ROE) ou Retorno do capital
próprio:
 [...] mede o retorno obtido no investimento do capital dos
acionistas ordinários da empresa. Em geral, quanto mais alto o
ROE, melhor para os acionistas.

 Esse valor indica que a empresa obteve lucro de 12,6 centavos


para cada dólar de capital dos acionistas ordinários.
Gitman (2004, p. 55, grifo no autor, grifo nosso) 72
2 Using Financial Ratios
2.3.5 ÍNDICES DE VALOR DE MERCADO:
 Relacionam o valor de mercado da empresa, medido pelo preço
corrente da ação, a certos valores contábeis.
 Esses índices mostram quão bem os investidores acham que a
empresa está funcionando, em termos de risco e retorno.
 Eles tendem a refletir, em termos relativos, a avaliação de todos
os aspectos do desempenho passado e do esperado para o futuro
pelos acionistas.

Gitman (2004, p. 56, grifo nosso) 73


2 Using Financial Ratios
2.3.5.1 Índice preço/lucro (P/L):
 É comumente utilizado para medir a opinião dos investidores
quanto ao valor da ação.
 Esse índice representa o montante que os investidores estão
dispostos a pagar por dólar de lucro da empresa.
 [...] Quanto mais alto o P/L, maior a confiança.
 OBS.: Considere a cotação de $ 32,25 da ação ordinária da
Bartlett Company no final do exercício de 2003.

Gitman (2004, p. 56, grifo nosso) 74


2 Using Financial Ratios

 Esse valor indica que os investidores estavam pagando $ 11,10


por $ 1 de lucro.

Gitman (2004, p. 56, grifo nosso) 75


2 Using Financial Ratios
2.3.5.2 Índice preço/valor patrimonial (P/V):
 Oferece uma ideia de como os investidores veem o desempenho
da empresa.
 Ele relaciona o valor de mercado das ações dela a seu valor
contábil.
 Para calcular esse índice, é preciso primeiro encontrar o valor
patrimonial da ação ordinária.

Gitman (2004, p. 56, grifo no autor, grifo nosso) 76


2 Using Financial Ratios

 [...] significa que os investidores estão pagando atualmente $


1,40 para cada $ 1 de valor patrimonial da ação da empresa.

Gitman (2004, p. 56, grifo nosso) 77


2 Using Financial Ratios
2.4 Uma análise de índices completa:
2.4.1 Resumo de todos os índices:
 Podemos usar os índices da Bartlett Company para realizar uma
análise de índices completa, usando tanto o enfoque da
ANÁLISE EM CORTE TRANSVERSAL como o de ANÁLISE DE
SÉRIES TEMPORAIS.
 [...] podemos discutir os cinco aspectos básicos do desempenho
da Bartlett: liquidez, atividade, endividamento, rentabilidade
e valor de mercado.

Gitman (2004, p. 57, grifo nosso) 78


2 Using Financial Ratios

Gitman (2004, p. 58; 59) 79


2 Using Financial Ratios

Gitman (2004, p. 58; 59) 80


2 Using Financial Ratios
2.4.2 Sistema DuPont de análise:
 É utilizado para dissecar as demonstrações financeiras da
empresa e avaliar sua situação financeira.
 Ele funde a demonstração de resultado e o balanço patrimonial
em duas medidas sintéticas de rentabilidade: retorno do ativo
total (ROA) e retorno o capital próprio (ROE).

Gitman (2004, p. 60, grifo nosso) 81


2 Using Financial Ratios
 Primeira etapa do Sistema DuPont:

 Segunda etapa do Sistema DuPont:

Gitman (2004, p. 60; 62, grifo nosso) 82


2 Using Financial Ratios

Gitman (2004, p. 61) 83


2 Using Financial Ratios
 A vantagem do Sistema DuPont reside em permitir à empresa
decompor o retorno do capital próprio em rentabilidade das
vendas (margem de lucro líquido), eficiência na utilização de
ativos (giro do ativo total) e uso do capital de terceiros
(multiplicador de alavancagem financeira).
 O retorno total para os proprietários da empresa, portanto, pode
ser analisado nessas dimensões importantes.

Gitman (2004, p. 62, grifo nosso) 84


References
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2019.

ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo:


Atlas, 2014.

BRASIL. Presidência da República. Lei nº 6.404, de 15 de


dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São


Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.

SALOTTI, B. M.; LIMA, G. A. S. F.; MURCIA, F. D. R.; MALACRIDA, M. J.


C.; PIMENTEL, R. C. Contabilidade financeira. São Paulo: Atlas,
2019.
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