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Prezados Alunos

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QUESTÕES

QUESTÃO 1

Joaquim conduzia seu automóvel por avenida movimentada do bairro de Copacabana, no Rio de
Janeiro, em velocidade acima da permitida, após consumir elevada dose de bebida alcoólica. Ao tentar
desviar de outro veículo, Joaquim perdeu o controle e subiu na calçada, vindo a colidir contra um
poste.

Maria, que andava pela calçada, viu o momento em que Joaquim perdeu o controle de seu automóvel
e, para salvar Joana, que estava ao seu lado, empurrou-a, vindo ambas a caírem em cima da vidraça de
uma loja. Na queda, quebraram o vidro e danificaram alguns itens que estavam em exibição na vitrine.

Sobre o caso narrado, responda aos itens a seguir.

A) Maria praticou ato ilícito ao empurrar Joana, quebrando o vidro e danificando os itens da vitrine?
Justifique.

B) Maria, uma vez demandada em Juízo pelo dono da loja para ser indenizado pelos danos sofridos,
poderá provocar intervenção de terceiros? Caso afirmativo, qual a modalidade e em face de quem?
Justifique.

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não
confere pontuação .
RESPOSTA
A) Maria, não praticou ato ilícito.
Conforme o artigo 188, inciso I, do Código Civil, não constitui ato ilícito aquele
praticado em legítima defesa ou em estado de necessidade. No caso, Maria agiu
em estado de necessidade para salvar a vida de Joana, que poderia ser atingida
pelo veículo descontrolado de Joaquim. O estado de necessidade exclui a ilicitude
de seu ato, pois Maria agiu para evitar um dano maior, protegendo um bem
jurídico mais valioso (a vida humana) em detrimento de um bem de menor valor
(a vidraça e os itens da loja).

b) Sim, Maria poderá provocar intervenção de terceiros por meio do


chamamento ao processo (art. 130 do Código de Processo Civil).
Nesse caso, Maria pode chamar Joaquim ao processo, argumentando que ele foi
o causador do dano ao perder o controle do veículo por dirigir em alta velocidade
e sob efeito de álcool. Joaquim, ao atuar como agente originário do evento
danoso, possui responsabilidade direta pelos prejuízos materiais causados à loja.
Assim, Maria busca transferir ou dividir a responsabilidade pela reparação civil,
baseando-se no artigo 186 e no artigo 927 do Código Civil, que tratam da
obrigação de reparar o dano causado por ato ilícito.
QUESTÃO 2

O gado Nelore criado por Duarte vem sofrendo de doença desconhecida. Inocêncio, produtor rural,
comprometeu-se a ajudá-lo, conseguindo que o melhor veterinário da região e também produtor
rural, Matias, concordasse em visitar o rebanho de Duarte em, no máximo, três dias, em virtude da
urgência da situação. Matias aceitou o compromisso, mas não compareceu em razão dos seus próprios
compromissos em sua fazenda, especialmente por causa do recebimento de duas novas máquinas
agrícolas. Na semana seguinte, Matias foi até a fazenda de Duarte e constatou a morte de toda a
criação. Duarte, diante disso, acionou Inocêncio e Matias pleiteando indenização pelos danos sofridos.

Sobre a hipótese narrada, responda aos itens a seguir.

A) O pedido de perdas e danos em face de Inocêncio merece prosperar? Justifique.

(B) Se Matias for condenado, as duas máquinas agrícolas de sua propriedade poderão ser
penhoradas? Justifique.

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não
confere pontuação.

RESPOSTA

A - Não, o pedido de perdas e danos em face de Inocêncio não merece prosperar.


Inocêncio não assumiu qualquer obrigação jurídica vinculante perante Duarte, mas apenas se
comprometeu a intermediar o contato com Matias, que era o veterinário responsável pela análise e
tratamento do rebanho. Esse tipo de compromisso, de natureza informal e não contratual, não gera
responsabilidade civil para Inocêncio, pois não há ato ilícito ou descumprimento de obrigação
jurídica por sua parte (art. 186 do Código Civil). Apenas Matias, que aceitou o compromisso e deixou
de comparecer dentro do prazo combinado, pode ser responsabilizado pelo dano causado.

b) Não, as máquinas agrícolas de Matias não poderão ser penhoradas, salvo exceções específicas.
Conforme o artigo 833, inciso V, do Código de Processo Civil, são impenhoráveis os bens necessários
ou úteis ao exercício da profissão do executado, como é o caso das máquinas agrícolas utilizadas na
produção rural de Matias. Contudo, se for demonstrado que as máquinas não têm vínculo direto
com sua atividade econômica ou são excedentes não essenciais, elas poderão ser penhoradas para
garantir o cumprimento da indenização.
QUESTÃO 3
Iara, atriz famosa por interpretar papéis de protagonista em diversas novelas, descobre que seu nome
e sua imagem vêm sendo utilizados, indevidamente e sem sua autorização, por uma clínica de estética,
em publicidade anunciando seus serviços.

Na publicidade em questão, constava a foto da atriz com uma frase, entre aspas, dizendo que ela só
realizava procedimentos estéticos naquela clínica, por considerá-la a melhor do ramo. Ocorre que a
atriz sequer conhecia a referida clínica e não havia autorizado a utilização de sua imagem.

Com receio de perder nova oportunidade de trabalho, já em fase de negociação de exclusividade, Iara
procura você, como advogado(a), buscando a proibição da utilização de sua imagem pela clínica.

Diante do caso narrado, responda aos itens a seguir.

A) Pode haver a proibição da utilização da imagem da atriz? Justifique.

B) Para requerer a imediata cessação da divulgação da imagem, antes de eventual sentença de


mérito, qual instrumento processual é cabível? Justifique.

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não
confere pontuação.

RESPOSTA

a) Sim, pode haver a proibição da utilização da imagem da atriz.


O uso não autorizado da imagem de Iara configura violação de direito de personalidade,
protegido pelo artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal e pelo artigo 20 do Código Civil. A
imagem é um direito personalíssimo, e sua utilização sem consentimento, especialmente com
fins comerciais, constitui ato ilícito. Além disso, a publicidade cria uma falsa associação entre Iara
e a clínica, podendo prejudicar sua reputação e comprometer oportunidades profissionais. A
clínica, portanto, deve ser proibida de continuar utilizando sua imagem, sob pena de
responsabilidade civil por danos morais e materiais.

b) O instrumento processual cabível é a tutela de urgência de natureza antecipada (art. 300 do Código
de Processo Civil).
Esse instrumento permite que o juiz ordene a cessação imediata da divulgação da imagem da atriz, antes
do julgamento final, desde que estejam presentes os requisitos da probabilidade do direito e do perigo
de dano. No caso, há elementos claros que comprovam a violação do direito de imagem (probabilidade
do direito), e o uso continuado da publicidade pode causar prejuízos irreparáveis à carreira de Iara
(perigo de dano). Assim, é possível requerer a suspensão da publicidade em caráter liminar.
QUESTÃO 4
Antônio, casado com Maria em regime de separação voluntária de bens, desde 2015, celebrou um
contrato de seguro de vida em 2017, renovando-o anualmente. Antônio não indicou os beneficiários
do seguro de vida quando da celebração do contrato, nem em suas consecutivas renovações.

Após seu falecimento, que se deu na vigência do contrato de seguro de vida, sua esposa, Maria,
individualmente, e seus dois filhos de um relacionamento anterior, Caetano e Caio, conjuntamente,
requereram o pagamento integral do capital estipulado no seguro. Maria alega que, na condição de
cônjuge, é, por direito, a beneficiária do seguro. Já os filhos alegam que seu pai, ao optar pelo regime
da separação de bens, indicou a intenção de que Maria não participasse de seu patrimônio; sendo
assim, ela não poderia ser beneficiária, restando tal condição a eles, filhos.

Diante dessa situação, você, na qualidade de advogado(a) do corpo jurídico da seguradora é


consultado sobre os itens a seguir.

A) O argumento apresentado por Caetano e Caio é válido? Justifique e indique a quem deve ser pago
o capital estipulado no contrato.

B) Diante do impasse, qual medida processual a seguradora deve adotar para efetuar o pagamento
do capital segurado de forma segura? Justifique.

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não
confere pontuação.

RESPOSTA
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POSTADO EM 05/11/2024 – 10h35min Atenciosamente

Profa. Elenil

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