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Política macroeconômica

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Política macroeconômica

Prof.ª Mariana Stussi Neves

Descrição Compreender as políticas fiscal e monetária e seus impactos no equilíbrio nos mercados
monetário e de bens e serviços e, ainda, como interagem com a demanda agregada. Entender a
diferença entre curto e longo prazos na economia e como as curvas da demanda agregada
reagem de forma distintas em cada um desses horizontes de tempo.
Propósito O estudo do funcionamento da economia como um todo, através da análise macroeconômica,
permite compreender o comportamento de variáveis essenciais para o bem-estar social, como
desemprego, inflação e crescimento econômico, além de equipar o aluno para analisar políticas
que buscam afetar essas variáveis.

Objetivos

Módulo 1 Módulo 2

Curvas de oferta e demanda Os diferentes equilíbrios na economia


Construir as curvas de oferta e demanda agregada para Identificar os diferentes equilíbrios na economia e entender o
diferentes horizontes de tempo. impacto de alterações nas políticas fiscal e monetária.
meeting_room Introdução
Por que às vezes é difícil conseguir emprego? Por que os telejornais passam
tanto tempo falando da taxa de juros definida pelo Banco Central? Como lidar
com um aumento generalizado de preços na economia?

Essas questões dizem respeito à política macroeconômica, um conjunto de


ferramentas central em qualquer sociedade moderna. Estudaremos inicialmente
os fundamentos teóricos da Macroeconomia, o que nos permitirá discutir o
impacto dessas políticas.
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1 - Curvas de oferta e demanda


Ao final deste módulo, você será capaz de construir as curvas de oferta e demanda agregada para diferentes
horizontes de tempo.

Produto Interno Bruto


Você já deve ter ouvido falar em crises econômicas, recessões e períodos de
crescimento. Em períodos de crise, é frequente ver nos jornais e na televisão
economistas dando entrevistas, tentando explicar as razões para o desempenho ruim
da economia e fazendo previsões de cenários futuros.

Em geral, o crescimento da economia é medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) de um


país. O crescimento é mais alto em uns anos do que outros, e, quando a economia sai
do trilho, o crescimento passa a ser negativo, ou seja, há redução do PIB. Flutuações
no PIB estão muito associadas a flutuações no emprego.

Exemplo

Quando passamos por uma recessão, a economia passa por um período de produção decrescente e
desemprego crescente.

O Brasil passou por uma forte recessão entre 2014 e 2016.


Os componentes do PIB e a lei de Okun
Como você deve ter aprendido, o PIB mede a soma de todos os bens e serviços finais
produzidos na economia durante determinado período de tempo. A próxima imagem
mostra o crescimento do PIB real do Brasil desde 1997.

Taxa de crescimento do PIB real.

Não é preciso ser economista para perceber que o crescimento econômico não é
estável e que, às vezes, é negativo, como foi durante a recessão de 2014-16 e os
impactos da covid-19. Mas, como se define uma recessão? Há definições distintas,
como:
Existe uma regra técnica que define recessão a partir do momento
em que o PIB de um país cai por dois trimestres consecutivos.

Já o Codace considera que existe recessão quando é observada uma queda


generalizada no nível de atividade econômica, independentemente de haver dois
trimestres negativos de PIB. A explicação para isso é que muitas vezes o PIB é
afetado por algum setor específico, e não reflete a dinâmica da economia como um
todo. Assim como o PIB reflete a dinâmica de diferentes setores da economia, ele
também é uma soma de seus diversos componentes, refletindo-os, portanto. Ele é
composto por quatro componentes de despesa:

Codace
Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas, é uma organização independente criada
com a finalidade de determinar a referência cronológica para os ciclos econômicos brasileiros.

1.
Consumo

2.
Investimento

3.
Compras do Governo
4.
Exportações Líquidas

Nesses componentes, os ciclos econômicos também acabam se tornando aparentes,


sendo alguns mais voláteis que outros, tal qual o investimento. Ademais, os ciclos são
visíveis nos dados que descrevem as condições do mercado de trabalho.

A imagem, a seguir, mostra a taxa de desemprego desde 2012.

Taxa de desocupação, jan-fev-mar 2012 - dez-jan-fev 2024.

O desemprego cresceu durante a recessão de 2014-16 e após a covid-19. Ao olhar


para outros indicadores de mercado de trabalho, vamos notar trajetórias semelhantes.
Quando há declínio na atividade econômica, torna-se mais difícil encontrar uma vaga
de emprego.
Se há mais desempregados em períodos de crise e recessão, e
são justamente os trabalhadores empregados que contribuem
para a produção de bens e serviços, aumentos na taxa de
desemprego devem estar relacionados a declínios no PIB real.

Essa relação negativa entre produto e desemprego é chamada pelos economistas de


Lei de Okun. Essa lei torna evidente que os determinantes do ciclo econômico de curto
prazo são diferentes dos determinantes de longo prazo. Quando trabalhou no Comitê
de Conselheiros Econômicos do presidente John Kennedy (1968-1969), o economista
norte-americano Arthur Okun (1928-1980), ex-professor de Yale e ex-membro do
Instituto Brookings em Washington D.C., propôs uma teoria que relaciona
inversamente o PIB e o desemprego. Sua evidência foi a de que, nos EUA, para um
aumento de 1% na taxa de desemprego, comparativamente à sua taxa natural, o
produto crescia 2%, comparativamente ao seu PIB potencial.

Essa teoria propõe, então, que haja uma relação inversamente proporcional entre o
hiato de produto (PIB efetivo, menos o PIB potencial) e o hiato da taxa de desemprego
[taxa de desemprego efetiva (u), menos a taxa de desemprego natural, (u N )]. Em
termos matemáticos, sendo α uma constante positiva, essa teoria pode ser expressa
da seguinte forma:

h t = −α × (u t − u N
t )
Em outras palavras, no curto prazo, quando a economia está aquecida (hiato do
produto é positivo), as firmas contratam mais e a taxa de desemprego efetiva diminui
(hiato da taxa de desemprego é negativo). Quando está desaquecida, por sua vez,
ocorre o inverso.

video_library Produto Interno Bruto


Neste vídeo, vamos explorar como o PIB mede a produção econômica de um país,
examinar os diferentes critérios para definir uma recessão, e entender a relação entre
a taxa de desemprego e o crescimento econômico.

Horizontes de tempo na macroeconomia


Como mencionado, na macroeconomia existem diferentes determinantes a depender
do horizonte temporal em análise e, consequentemente, diferentes modelos. Mas, por
que modelos de longo prazo e curto prazo não podem ser iguais? A maioria dos
economistas entende que a principal diferença entre o curto e o longo prazo está na
forma como os preços se comportam.

Longo prazo Curto prazo

No longo prazo, os preços são No curto prazo, os preços são


flexíveis e reagem a mudanças close mais rígidos e permanecem
na oferta e na demanda. “fixos" em um nível
determinado por algum tempo.

Como os preços se comportam de forma diferente no curto e no longo prazo, eles


também reagem de maneira diferente a mudanças econômicas, sejam elas choques
externos ou alterações na política econômica.

Veja um exemplo de como o preço se comporta no curto prazo:


1 - Agropecuária 2 - Restaurantes
Ocorre uma mudança inesperada na Os restaurantes não aumentam
produção agropecuária (uma quebra de imediatamente o preço de suas
safra). refeições.

3 - Empresas 4 - Mercados
As empresas não alteram os salários de Os mercados não mudam as etiquetas
seus funcionários de pronto. de seus produtos.
A maior parte dos preços demora um certo período de tempo para se alterar. No longo
prazo, no entanto, esses preços se ajustam lentamente, respondendo a essas
alterações de política econômica ou a choques. A rigidez temporária dos preços
sugere que o impacto no curto prazo decorrente de uma variação na oferta monetária
difere do impacto no longo prazo.

Desse modo, um modelo que deseje capturar a dinâmica dos preços no curto prazo
deve levar em consideração essa rigidez. Veremos mais adiante que variáveis reais
como produto e emprego sofrerão algum ajuste no curto prazo, uma vez que os
preços não se adequam rapidamente. Isso significa que as variáveis nominais poderão
influenciar as variáveis reais enquanto durar o período no qual os preços se
mantiverem rígidos.

video_library Horizontes de tempo na macroeconomia


Nesse vídeo, vamos falar sobre as características e diferenças entre o curto e o longo
prazo na macroeconomia.
Demanda agregada
Na Teoria Macroeconômica Clássica, supõe-se que os preços se ajustam para garantir
que a quantidade demandada de produto seja igual à quantidade ofertada. A oferta de
bens e serviços, por sua vez, depende da capacidade de produção da economia e está
atrelada às ofertas de capital e de mão de obra, além da tecnologia disponível para a
produção.

Quando os preços são rígidos, no entanto, esse ajuste de preço não pode ser
realizado. Assim, o produto depende também da demanda por bens e serviços. Já a
demanda depende de uma série de fatores, como:
Consumidores Investidores
Confiança dos consumidores em relação Percepção dos investidores a respeito de
ao cenário econômico. lucratividade.

Fiscal Monetária
Política fiscal. Política monetária.

Para melhor compreender como esses fatores influenciam a demanda, vamos


introduzir o conceito de demanda agregada. Demanda agregada (DA) é a relação entre
a quantidade de produto demandada e o nível de preços agregado da economia. O
nível de preços, por sua vez, é uma medida de preços globais de um conjunto
determinado de bens e serviços — nesse caso, da economia como um todo.

Resumindo

Assim, a demanda agregada aponta para a quantidade de bens e serviços que as pessoas desejam adquirir
para cada nível de preços.

A chamada Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) sustenta que:

MV=PY

M = Oferta monetária
V = Velocidade da Moeda
P = Nível de preços
Y = Montante do produto

A oferta monetária é o valor total de dinheiro disponível em uma economia em um


determinado período do tempo. A velocidade da moeda é simplesmente a frequência
média com que uma unidade de moeda (por exemplo, um real) troca de mãos em uma
transação econômica.

Supondo que a velocidade da moeda seja constante, essa equação diz que a oferta
monetária determina o valor nominal do produto PY. Partindo do pressuposto de que a
quantidade de moeda ofertada M é fixada pelo Banco Central, então a equação
quantitativa enuncia uma relação negativa entre preços P e quantidade de produto Y.
De outra maneira:


MV = P Y

As barras sobre as variáveis indicam que elas assumem valores fixos. Para manter o
lado esquerdo da equação constante, P e Y precisam ter uma relação negativa entre
si: Se o preço aumenta, o produto diminui. A próxima imagem mostra um gráfico para
combinações de P e Y que satisfazem essa equação para uma dada velocidade da
moeda V e oferta monetária:

Combinações de P e Y.
A curva com inclinação negativa é conhecida como curva de demanda agregada.
Assim, a oferta monetária M e a velocidade da moeda V determinam o valor nominal
do produto PY. Como PY é uma constante, quando P aumentar, Y deve diminuir, e vice-
versa.

A intuição econômica por trás dessa igualdade é que, uma vez determinada a oferta
monetária, ela estabelece o valor de todas as transações da economia em moeda
corrente.

Se o nível de preços aumenta, todas as transações exigirão uma


quantidade maior de moeda corrente para ocorrer, de modo que o
número de transações caia e, por consequência, a quantidade de
bens e serviços adquirida também.

Também podemos analisar a inclinação negativa da curva de demanda agregada sob


outra ótica: quanto maior o montante do produto, maior o número de transações
realizadas pelas pessoas, assim a necessidade de moeda corrente passa a ser mais
alta. Em outras palavras, há uma demanda por encaixes monetários reais, M/P, mais
alta.

Encaixes monetários reais é o nome dado ao termo correspondente à razão de


quantidade de moeda M sobre o nível de preços P.
Por que é importante dividir a quantidade de moeda M pelo nível de
preços P?

Resposta
Porque não faz diferença ter o dobro do dinheiro se os preços forem duas vezes maiores. O que interessa é o
poder de compra da moeda, e não só o número impresso em uma cédula.

Uma vez que a oferta monetária M é constante, um encaixe real mais alto significa um
nível de preços mais baixo. Analogamente, uma demanda por encaixes reais mais
baixos por conta de menos transações implica um nível de preços mais alto.

Deslocamentos na demanda agregada


Até aqui, consideramos a oferta monetária M como dada. O que aconteceria se o
Banco Central decidisse alterar a oferta monetária? Certamente, as combinações
possíveis de P e Y se alterariam, de modo que a curva de demanda agregada se
deslocaria.

Suponha que o Banco Central aumente a oferta monetária. Pela equação quantitativa
da moeda, um aumento de M deve provocar um aumento proporcional do valor
nominal do produto PY.

Comentário
Para qualquer nível de preços, o montante de produto passa a ser maior, assim como para qualquer
montante de produto, o nível de preços passa a ser mais alto.

Dessa forma, há um deslocamento da curva de demanda agregada para a direita e


para cima, ou para fora. O painel (a) da figura mostra essa dinâmica.

Deslocamentos da DA por um aumento em M.

Do mesmo modo, o mecanismo contrário também ocorre. Se o Banco Central decide


reduzir a oferta monetária, o montante de produto para qualquer nível de preços passa
a ser menor e, para qualquer montante de produto, o nível de preços se torna mais
baixo. Nesse caso, a curva de demanda agregada se desloca para baixo e para a
esquerda, ou para dentro. O painel (b) da figura exibe esse deslocamento.
Deslocamentos da DA por uma redução em M.

Embora seja responsável por alguns dos deslocamentos da demanda agregada, a


oferta de moeda não é o único fator que pode causar esse efeito. Mudanças na
velocidade da moeda, por exemplo, também podem deslocar a demanda agregada, na
mesma lógica da equação quantitativa da moeda. Contudo, é importante ter em mente
que a TQM é uma simplificação da teoria para se compreender a curva de demanda
agregada.

Como veremos em outro módulo, oscilações na oferta monetária ou na velocidade da


moeda não são a única fonte de oscilação na demanda agregada. A realidade é bem
maisagregada complexa.
video_library Demanda agregada
Neste vídeo, vamos entender como a demanda agregada, influenciada por
consumidores, investidores, políticas fiscais e monetárias, determina a quantidade de
bens e serviços desejados em diferentes níveis de preços.

Oferta agregada

Curto e Longo Prazo


No curto prazo, em que há a existência de contratos e preços rígidos, a demanda
poderá afetar o produto. Como a oferta é totalmente elástica (horizontal), um aumento
da demanda alterará apenas a quantidade produzida, mantendo-se constante o preço.

Oferta e demanda agregada no curto prazo.

Considerando que, no curto prazo, as empresas não operam a pleno emprego, ou seja,
há disponibilidade de fatores produtivos, o produto é capaz de aumentar caso haja
aumento da demanda agregada. Essa teoria era definida por Keynes, que afirmava que
o que iria determinar a oferta por bens e serviços era a demanda agregada.

Segundo Blanchard (2017), essa mudança na demanda poderia ser provocada por
mudanças na confiança do consumidor, por exemplo. Por isso, diz que a teoria de
Keynes é uma teoria de curto prazo. Quando a curva de oferta é horizontal ou
totalmente elástica, diz-se que se trata da curva de oferta Keynesiana – caso extremo.
É possível se deparar com uma curva de oferta assim crescente, em que uma
elevação da demanda agregada provoca elevação tanto da quantidade quanto dos
preços. Ela pode ser considerada também uma curva de oferta de curto prazo
Keynesiana, denominada curva de oferta Keynesiana básica.

Veja o que Froyen diz sobre o tema!

No curto prazo, a curva de oferta agregada Keynesiana tem inclinação positiva.


Poder-se-ia esperar que níveis de produto muito inferiores ao da plena capacidade,
a curva de oferta agregada fosse pouquíssima inclinada, e que ela fosse se
tornando mais inclinada à medida que se aproximasse do produto em pleno
emprego (...). Movimentando-se a função demanda agregada move-se a
economia ao longo da função oferta com inclinação positiva, causando variação
no produto. No sistema Keynesiano, o nível de demanda é um fator importante na
determinação dos níveis de produção e emprego.

(Froyen, 2010)

A teoria macroeconômica elementar, portanto, é fundamentalmente de curto prazo.


No longo prazo, em que há a existência de contratos que podem ser ajustados e os
preços podem ser alterados, o produto será função do estoque de fatores de
produção, ou seja, a demanda não será mais capaz de alterar o nível de renda e
produto da economia. Assim, a oferta será função do estoque de fatores produtivos, e
não mais da demanda. A oferta será totalmente inelástica (vertical).

Oferta e demanda agregada no longo prazo.

Considerando que, no longo prazo, as empresas operam no pleno emprego, ou seja,


todos os fatores de produção são plenamente utilizados, a elevação da demanda
agregada não será capaz de elevar a quantidade produzida, forçando uma elevação de
preços. Portanto, a curva de oferta é inelástica aos preços (vertical) e apenas
mudanças em fatores ligados à oferta seriam capazes de alterar a quantidade de
produto da economia. Essa curva representa a oferta para os clássicos.

Conclui-se que:
Curto prazo, em macroeconomia, é o período em que os preços são rígidos e
nem todos os fatores de produção podem ser ajustados.
Longo prazo, em macroeconomia, é quando os preços são flexíveis e todos os
fatores de produção podem ser ajustados para alcançar o pleno emprego.

Note que o nível de preços P não entra na função de produção, ou seja, não é um
insumo: consequentemente, não afeta o montante de produto Y. Essa função deriva do
modelo clássico, que descreve como a economia se comporta no longo prazo. De
acordo com esse modelo, o produto não depende do nível de preços.

Sozinha, a curva de demanda agregada não diz em que ponto a economia se encontra,
isto é, qual o nível de preços vigente e o montante de produto correspondente. Ela
mostra apenas uma relação entre essas duas variáveis. Todavia, existe outra curva
que também apresenta uma relação entre P e Y que cruza a curva de demanda
agregada: a chamada curva de oferta agregada.

Essas curvas determinam de forma conjunta o nível de preços P e a quantidade de


produto Y da economia, e a interseção entre elas indica em que ponto a economia
está.

A oferta agregada (OA) é a relação entre a quantidade de bens e serviços ofertada e o


nível de preços da economia.

Atenção!
Dado que os bens e serviços ofertados têm preços flexíveis no longo prazo e preços rígidos no curto prazo, a
oferta agregada depende do horizonte de tempo que está sendo analisado.
Desse modo, pode-se dizer que existem duas curvas de oferta agregada: a oferta
agregada de longo prazo (OALP) e a oferta agregada de curto prazo (OACP).

Como explicado, no longo prazo, a capacidade de oferta de bens e serviços da


economia depende dos montantes fixos de capital e mão de obra e da tecnologia
disponível para a produção. Formalmente:

¯ L)
Y = f(K, ¯

Essa equação indica que o produto Y é uma função do montante fixo de capital K
¯e
do montante fixo de trabalho L
¯ . Como ambos os insumos são fixos, o produto
também será fixo.

Relembrando
A barra superior indica que a variável assume um valor fixo.

Note que o nível de preços P não entra na função de produção, ou seja, não é um
insumo: consequentemente, não afeta o montante de produto Y. Essa função deriva
do modelo clássico, que descreve como a economia se comporta no longo prazo. De
acordo com esse modelo, o produto não depende do nível de preços.

Se o produto é fixo no longo prazo e não depende do nível de preços, a curva de oferta
agregada será uma linha reta vertical cujo intercepto no eixo do produto é o montante
de produto fixo Y¯ .
A imagem, a seguir, mostra a curva de oferta agregada do longo prazo (OALP)
cruzando a curva de demanda agregada (DA).

Oferta agregada de longo prazo (OALP) e Demanda agregada (DA).

Dado que a curva de oferta agregada do longo prazo é uma linha vertical, então um
deslocamento da curva de demanda agregada não afetará a quantidade de produto Y,
mas apenas o nível de preços P.

Se a oferta monetária aumenta, por exemplo, e a curva de DA se desloca para fora,


como mostra a imagem a seguir, o que ocorre?
Oferta agregada de longo prazo (OALP) e deslocamento da Demanda
agregada (DA).

O ponto de cruzamento das duas curvas muda do ponto A para o ponto B,


aumentando o nível de preços. Desse modo, oscilações na demanda agregada afetam
apenas os preços no longo prazo.

A oferta agregada de longo prazo vertical satisfaz a chamada dicotomia clássica, de


acordo com a qual variáveis nominais não afetam variáveis reais, afinal, o nível de
produto não depende da oferta monetária. O nível do produto no longo prazo Y¯ é
chamado de nível natural do produto ou nível do produto de pleno emprego, que é o
ponto da economia no qual a taxa de desemprego está em seu nível natural, ou, de
outro modo, os recursos da economia estão plenamente empregados.
No entanto, esse é o caso apenas do longo prazo. No curto prazo, o modelo clássico
não se aplica. Como há rigidez de preços no curto prazo, a curva de oferta agregada
de curto prazo não é vertical.

Vamos tomar como exemplo o caso extremo: todos os preços são fixos no curto
prazo e vamos supor a seguinte situação:

flag 1

É muito caro para os restaurantes trocarem seus menus.

flag 2

As empresas não possuem capital para alterar os salários de seus empregados.


flag 3

É muito custoso para os mercados mudarem suas etiquetas.

Posto isso, todos os preços estão fixados em valores predeterminados. A esses


preços, os produtores ofertam a quantidade que os consumidores estiverem
dispostos a comprar, e utilizam a quantidade exata de capital e mão de obra para
produzir aquela quantidade.

Obviamente, isso é apenas uma simplificação e não representa a realidade em toda a


sua complexidade. Mas, por ora, vamos analisar este modelo: se o nível de preços é
completamente rígido, isso significa que ele não muda. Assim, a curva de oferta
agregada do curto prazo é uma reta horizontal. O gráfico da próxima imagem mostra
esse caso.
Oferta agregada de curto prazo (OACP) e Demanda agregada (DA).

No curto prazo, um deslocamento para fora da curva de demanda agregada


ocasionado por uma ampliação da oferta monetária deslocada não altera o nível de
preços, como ilustra a imagem a seguir. A economia passa do ponto inicial A para o
novo ponto de equilíbrio B, alterando o nível de produto de Y1 para Y2, elevando-o a um
nível constante de preços. Dessa forma, um aumento na demanda agregada eleva o
produto no curto prazo, dado que os preços não se ajustam instantaneamente.

Agora, veja outro exemplo, na próxima imagem, depois de um movimento positivo


repentino na demanda agregada.
Oferta agregada de curto prazo, (OACP) e deslocamento da Demanda
agregada (DA).

Nesse cenário, a economia passa por um período de aquecimento.

flag 1

Produtores ficam amarrados a preços demasiadamente baixos para seu nível elevado de
produção.
flag 2

Com a demanda elevada por seus produtos, as empresas vendem uma alta quantidade
de bens e serviços, o que gera um aumento de sua produção.

flag 3

Com isso, as empresas utilizam mais capital e contratam mais trabalhadores.

Como sabemos, a economia não se resume a um momento estático no curto prazo.


Veremos a seguir o que ocorre depois de um deslocamento repentino da demanda
agregada.

Atenção!

Devemos frisar que os casos ilustrados aqui são dois casos extremos e que a realidade da economia é um
tanto mais complexa do que isso.

Utilizamos esses dois casos extremos como pontos de partida para fundamentar o
restante da teoria. Como veremos mais adiante, num intervalo de tempo em que
alguns preços são flexíveis e outros rígidos, a curva de oferta agregada será uma
mistura das duas apresentadas até então. Ou seja, será uma curva positivamente
inclinada.

A transição do curto prazo para o longo prazo


Até agora, vimos como a economia e os preços se comportam no curto prazo e no
longo prazo. Mas, como a economia faz a transição do curto prazo para o longo
prazo? Suponha que a economia esteja inicialmente num equilíbrio de longo prazo. O
equilíbrio de longo prazo ocorre quando a curva de demanda agregada intercepta a
curva de oferta agregada de longo prazo, ilustrado pelo ponto E na imagem a seguir.
O equilíbrio de longo prazo.

A imagem anterior mostra três curvas: a curva de demanda agregada, a curva de


oferta agregada de curto prazo e a oferta agregada de longo prazo.

A curva de oferta agregada de curto prazo também cruza o ponto


de equilíbrio, porque, dado que no longo prazo os preços se
ajustam para alcançar o equilíbrio, quando a economia está no
equilíbrio de longo prazo, ela também está em um equilíbrio de
curto prazo.

Vamos continuar com o exemplo de um aumento na demanda agregada induzido por


uma expansão da oferta monetária, como mostra na próxima imagem. Haverá um
deslocamento para a direita da curva de demanda agregada. No curto prazo, os
preços são rígidos, de modo que a produção aumenta e a economia se move do ponto
E para o ponto E’.
Uma expansão da DA e a transição para um novo equilíbrio.

Veja a seguinte situação:

flag 1

Produção e emprego aumentam e passam a ficar acima de seus níveis naturais, o que
significa que a economia está aquecida.

flag 2

A d d i id d l d b i
As empresas passam a vender e a produzir uma quantidade alta de bens e serviços e,
para isso, utilizam mais capital e contratam mais trabalhadores.

flag 3

A alta da atividade econômica pressiona os preços para cima, deslocando a economia


gradativamente para cima, ao longo da curva de demanda agregada.

flag 4

Com maiores preços, a quantidade demandada por bens e serviços diminui, até o ponto
E’’, que é o novo equilíbrio de longo prazo.

Nesse novo equilíbrio, a produção e o emprego voltam aos seus níveis naturais, mas
os preços se encontram num nível mais elevado do que no antigo equilíbrio de longo
prazo, representado pelo ponto E. Assim, uma oscilação da demanda agregada afeta o
nível de produção no curto prazo, mas esse efeito é mitigado conforme o tempo passa
e as empresas ajustam seus preços.

video_library Oferta agregada


Neste vídeo, vamos entender como a oferta agregada, tanto no curto quanto no longo
prazo, interage com a demanda agregada para determinar os níveis de preços e
produção na economia.

Choques Econômicos
Política de estabilização
Vimos o exemplo de quando oscilações na economia são decorrentes de mudanças
na demanda agregada. Oscilações derivadas de mudanças na oferta agregada
também são possíveis. Vamos conhecer esses tipos de “choques”.

Choques econômicos expand_more

Eventos exógenos que deslocam essas curvas são chamados pelos


economistas de choques econômicos.

Choque de demanda expand_more

Se um evento desloca a curva de demanda agregada, ele recebe o nome de


choque de demanda.

Choque de oferta expand_more


Caso desloque a curva de oferta agregada, é chamado de choque de oferta.

Esses choques tiram a economia do equilíbrio, pois afastam o produto e o emprego de


seus níveis naturais, e o modelo de oferta e demanda agregadas busca explicar como
esses choques fazem a economia oscilar.

Os choques também podem ser de dois tipos, veja no próximo recurso.

Endógenos Exógenos

Dizemos que choques são Quando há alterações em


endógenos quando há variáveis tidas como fixas ou
alterações em uma variável close determinadas fora do modelo,
explicada pelo modelo. chamamos de choques
exógenos.

O modelo também nos permite avaliar como a política macroeconômica pode reagir a
esses choques. Ações realizadas pelas autoridades voltadas para amenizar os efeitos
negativos de oscilações econômicas de curto prazo recebem o nome de políticas de
estabilização. As políticas de estabilização atuam no sentido de atenuar o ciclo
econômico, a fim de manter o produto e o emprego o mais próximo possível de suas
taxas naturais.

Choques na demanda agregada


O que aconteceria se o choque na demanda agregada fosse provocado por uma
redução na oferta monetária? O cenário seria o inverso do que vimos na figura. A
diminuição na oferta de moeda deslocará a curva de demanda agregada para a
esquerda, como visto anteriormente.

A rigidez dos preços no curto prazo faz com que a economia se mova do equilíbrio de
curto prazo no ponto E para o ponto E’, como mostra na próxima imagem. Nesse
ponto, a produção e o emprego estão abaixo de seus níveis naturais, e a economia se
encontra em recessão.
Uma redução da DA e a transição para um novo equilíbrio.

Em resposta à diminuição da demanda, os preços e os salários caem. Essa


diminuição dos preços faz com que a economia se mova para baixo, deslizando ao
longo da curva de demanda agregada, até o ponto E’’, o novo equilíbrio de longo prazo.
Neste novo equilíbrio, produção e emprego voltam às suas taxas naturais, mas os
preços se encontram abaixo do nível inicial.

Até aqui, trabalhamos com choques de demanda ocasionados por uma alteração na
oferta monetária M. Lembre-se de que definimos a curva de demanda agregada como
uma relação entre o nível de preços P e produto Y, que mantinha constante o lado
esquerdo da equação quantitativa da moeda, MV. Nesse sentido, choques na
demanda agregada também podem ser ocasionados por uma alteração na velocidade
da moeda V.
Considere, então, um novo exemplo de
choque na demanda agregada: a
introdução de aplicativos de banco e
compras online nos smartphones e sua
rápida disseminação, possibilitando a
realização de transações em qualquer
momento do tempo de qualquer lugar,
sem a necessidade de deslocamento
físico.

Dado que constituem um meio mais rápido de realizar compras e transações do que o
uso prévio de dinheiro físico em lojas físicas, as inovações tecnológicas reduzem a
quantidade de moeda que as pessoas escolhem reter em mãos. Com isso, a redução
da demanda por moeda equivale a um aumento na velocidade da moeda.

Resumindo

Se cada pessoa reduz a quantidade de moeda que tem em mãos, isso implica que cada unidade de moeda
passa de mão para mão de forma mais rápida, de modo que a velocidade de moeda V aumenta.

Mantida constante a oferta de moeda, o aumento na velocidade acarreta um


deslocamento para fora na curva de demanda agregada.

No curto prazo, o aumento da demanda faz com que o nível de produto da economia
aumente, aquecendo a economia. Para o nível de preços do equilíbrio inicial E, as
empresas vendem uma quantidade maior de bens e serviços, o que as leva a
contratarem mais trabalhadores e utilizarem uma quantidade maior de capital.

Com o passar do tempo, o nível elevado da demanda agregada empurra os preços


para cima, de modo a se ajustarem gradativamente. A quantidade demandada de
produto diminui à medida que os preços aumentam, e, aos poucos, a economia vai
retornando ao nível natural de emprego e produção. Durante toda a transição para o
novo equilíbrio E’’, o produto da economia permanece acima de sua taxa natural.

Isso levanta uma questão:

É possível que o Banco Central faça algo para conter esse hiper
crescimento da economia e manter o produto mais próximo de
suas taxas naturais, evitando ocasionar um aumento elevado do
nível de preços? Em outras palavras, o Banco Central pode atuar
para reduzir o nível de atividade econômica e impedir inflação
alta?

Resposta

Sim, é possível que o Banco Central possa atuar para reduzir o nível de atividade econômica e impedir
inflação alta.

As autoridades monetárias podem reduzir a oferta monetária compensando o efeito


do aumento da velocidade da moeda na curva de demanda agregada. Desse modo, é
possível que o Banco Central mitigue ou até elimine os impactos de choques na
demanda agregada sobre o produto e o emprego. Isso é possível porque o Banco
Central tem controle, ainda que parcial, sobre a oferta monetária - o que é assunto de
outros temas.

Choques na oferta agregada


Analisamos os eventos exógenos que podem causar choques na demanda agregada.
A oferta agregada, contudo, também pode sofrer choques e causar oscilações na
economia. Choques de oferta alteram o custo da produção de bens e serviços e, como
consequência, geram alterações nos preços dos bens e serviços ofertados pelas
empresas.

Como afetam diretamente o nível de preços, choques de oferta também são


conhecidos como choques de preços. Veja alguns exemplos:

1.
Eventos climáticos adversos que destroem colheitas, como secas,
tempestades etc. A diminuição da oferta desses alimentos aumenta seu
preço;

2.
Alterações nas leis de proteção ambiental: Mudanças nas exigências de
emissão de agentes poluentes, desmatamento permitido, entre outros.
Mudanças no sentido do relaxamento dessas leis diminuem os custos das
empresas, enquanto o endurecimento dessas leis representa um aumento
dos custos das empresas, que podem repassá-los ao menos parcialmente
para os consumidores por meio de preços mais altos;

3.
Pressão sindicalista por salários mais altos. Se atendida, haverá um
aumento dos salários e também nos preços dos bens e serviços produzidos
por empregados sindicalizados;

4.
Atuação de cartéis internacionais. Por exemplo, o aumento do preço do
petróleo na década de 1970 pela OPEP representou um choque de oferta.

Os choques também podem ocorrer de outras maneiras, como:

Choques adversos de oferta expand_more

Eventos que elevam os preços são choques adversos de oferta.

Choques favoráveis de oferta expand_more

Eventos que diminuem os custos e preços, tal qual a dissolução de um cartel


internacional de petróleo, por exemplo, são choques favoráveis de oferta.

Um choque adverso de oferta impulsiona a oferta agregada de curto prazo para cima.
Se a demanda agregada permanece constante, a economia diminui sua produção e
aumenta o nível de preços, movendo-se do ponto A para o ponto B, como mostra a
imagem a seguir.

Choque adverso na oferta.

No ponto B, o nível de preços está alto e a produção e o emprego estão abaixo de seu
nível natural: Fenômeno conhecido como estagflação.

Ao se deparar com um choque adverso de oferta, a autoridade formuladora de política


econômica, como o Banco Central, pode escolher entre duas alternativas:
Estagflação
Dado que combina estagnação da produção com inflação (aumento generalizado nos preços).

Primeira opção
Não fazer nada, mantendo constante a demanda agregada, e deixar a economia
realizar o processo de ajuste sozinha. Veja as vantagens e desvantagens:

Vantagem Desvantagem

Como a produção e o emprego O problema é que esse


estão abaixo de suas taxas processo de ajuste apresenta
naturais, a tendência dos um custo em forma de
preços é cair, retornando ao close recessão, com várias pessoas
nível de preços anterior enfrentando desemprego e
naturalmente. Assim, a baixa produção.
economia sai do ponto B e
volta ao ponto A.
Segunda opção

Acomodar o choque na oferta. O Banco Central pode fazer isso impulsionando a


demanda agregada por meio do aumento da oferta monetária.

A vantagem é que isso acelera o processo de ajuste e conduz a economia de forma


mais rápida em direção ao nível natural de produto e emprego. O diagrama, a seguir,
ilustra esse mecanismo.

Acomodação de um choque adverso na oferta.

Se um aumento na demanda agregada coincide com o choque na oferta agregada, a


economia salta do ponto A para o ponto C imediatamente.
A desvantagem é que o nível de preços se torna permanentemente mais alto. Não há
uma forma de ajustar a demanda agregada de modo a manter o produto e o emprego
em seu nível natural e o nível de preços estável.

video_library Choques econômicos


Neste vídeo, vamos explorar os choques econômicos, que são eventos que deslocam
as curvas de oferta ou demanda agregada, analisando os diferentes tipos de choques.

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Sobre a demanda agregada, assinale a alternativa falsa:

A demanda agregada é a relação entre a quantidade de produto


A
demandada e o nível de preços agregado da economia.

A demanda agregada pode ser entendida como a relação expressa


B no lado direito da equação quantitativa da moeda, mantendo fixos os
termos do lado esquerdo.

O nível de preços e o nível de produto apresentam uma relação


C
positiva entre si.

D A demanda agregada é negativamente inclinada.


A demanda agregada é afetada pelas políticas fiscal e monetária.
E

Parabéns! A alternativa C está correta.

a) Verdadeiro. A demanda agregada é construída a fim de ser uma representação


dessa relação.

b) Verdadeiro. A equação quantitativa da moeda MV = PY revela uma relação entre


preço e produto do lado direito da igualdade, se mantido fixo o lado esquerdo.

c) Falso. Como visto na seção de Demanda Agregada, a Teoria Quantitativa da


Moeda sustenta que MV = PY. Considerando fixas a oferta monetária e a velocidade
da moeda, os termos M e V do lado esquerdo da equação são constantes. Assim,
para manter a igualdade valendo, uma variação positiva em P deve implicar uma
variação negativa em Y, e vice-versa.

d) Verdadeiro. Para manter a igualdade, o nível de preços P e a quantidade do


produto Y devem ter uma relação negativa entre si, de modo que a curva de
demanda agregada também seja negativamente inclinada. Quando desenhamos
demanda agregada como a relação negativa entre nível de preços e produto, a curva
será negativamente inclinada.

e) Verdadeiro. A demanda agregada depende se uma série de fatores, como a


confiança dos consumidores, a percepção dos investidores quanto ao cenário
econômicos, da política fiscal e da política monetária.

Questão 2

Sobre a oferta agregada, assinale a alternativa falsa:

A oferta agregada é a relação entre a quantidade de bens e serviços


A
ofertada e o nível de preços da economia

A oferta agregada de longo prazo é uma curva com inclinação


B
positiva.

A oferta agregada de longo prazo depende dos montantes fixos de


C
capital e mão de obra e da tecnologia disponível para produção.

D A oferta agregada de longo prazo satisfaz o modelo clássico.


E A oferta agregada de curto prazo é uma curva horizontal.

Parabéns! A alternativa B está correta.

a) Verdadeiro. A oferta agregada é construída para que seja uma representação


dessa relação.

b) Falso. Como vimos na parte de oferta agregada de longo prazo, a curva de oferta
agregada no longo prazo é uma linha reta vertical. O motivo para isso é que no longo
prazo os preços são flexíveis, e a economia fica em torno do produto de pleno
emprego.

c) Verdadeiro. No longo prazo, o nível de produto é determinado pela capacidade de


oferta de bens e serviços da economia, que depende dos insumos disponíveis para a
produção nessa economia.

d) Verdadeiro. O modelo clássico assume que o produto não depende do nível de


preços, e a oferta agregada de longo prazo, vertical, exibe exatamente essa relação.
Uma alteração no nível de preços via demanda agregada no longo prazo não afeta o
nível de produto.

e) Verdadeiro. Como vimos na parte de oferta agregada de curto prazo, a curva de


oferta agregada no curto prazo é uma linha reta horizontal.
2 - Os diferentes equilíbrios na economia
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os diferentes equilíbrios na economia e entender o impacto
de alterações nas políticas fiscal e monetária.
Introdução ao Modelo IS-LM
Até aqui, estudamos a curva de demanda agregada como a relação entre o nível de
preços e o produto, mantido constante do lado esquerdo da equação quantitativa da
moeda. Vimos também que variações na velocidade da moeda e na oferta monetária
deslocam a curva de demanda agregada. Neste módulo, vamos aprofundar o
aprendizado sobre a curva de demanda agregada. O modelo que vai servir de alicerce
para a curva de demanda agregada é conhecido como IS-LM.

No modelo de demanda agregada desenvolvido anteriormente, não demos atenção


para uma variável importante da economia: a taxa de juros. Conheça agora sobre as
curvas IS e LM:

Curva IS

A taxa de juros afeta o mercado de bens e serviços, por meio do investimento e da poupança. Este
mercado é representado pela curva IS.

Curva LM
A taxa de juros afeta o mercado de moeda, influenciando a oferta e demanda por moeda. Este
mercado é representado pela curva LM.

Dado que ela afeta tanto o investimento quanto a demanda por moeda, a taxa de juros
é a variável que conecta as duas partes do modelo IS-LM. Neste módulo, vamos
examinar com mais atenção esses dois mercados.

A cruz keynesiana
Antes de entrar no modelo IS-LM, contudo, vamos começar com um modelo básico,
chamado de a cruz keynesiana. Em sua obra intitulada A Teoria Geral do Emprego, dos
Juros e da Moeda, John Maynard Keynes propôs que, no curto prazo, a economia era
determinada pelo planejamento dos gastos, por parte dos domicílios, empresas e
governo.

A intuição por trás dessa teoria é que, se as pessoas desejassem gastar mais, maior
seria a quantidade de bens e serviços que as empresas conseguiriam vender e, assim,
optariam por produzir mais bens e serviços e contratariam mais trabalhadores. Nesse
sentido, Keynes acreditava que o problema durante as recessões era o gasto
insuficiente.

Para compreender essa teoria, façamos uma distinção conceitual. Há dois tipos de
gastos na economia:
Gasto planejado Gasto efetivo

Correspondente ao montante Correspondente ao montante


que os domicílios, empresas e close que os domicílios, empresas e
governo gostariam de gastar governo efetivamente gastam
com bens e serviços. com bens e serviços.

Essa distinção sugere que nem sempre o gasto planejado e o gasto efetivo serão
iguais. A razão para isso é que, no caso de as vendas não corresponderem às
expectativas das empresas, as firmas poderiam ter um investimento não planejado em
estoques. Se as vendas superam o montante planejado, os estoques diminuem, caso
contrário, os estoques se acumulam.

O que determina o gasto planejado?


Supondo uma economia fechada, isto é, uma economia que não realiza exportações
nem importações, o gasto planejado, YP , será determinado assim:

YP = C + I + G
C - Consumo
I - Investimento planejado
G - Compras do governo

O consumo C, por sua vez, será uma função da renda disponível, que é simplesmente
a diferença entre a renda total (Y) e os tributos pagos ao governo (T). Então,
escrevemos:

C = c(Y − T )

Para simplificar, consideraremos que o investimento I, os dispêndios do governo G e


os impostos T são exógenos. Isso significa que a política fiscal (dada pelos gastos do
governo e pelos tributos) é fixa.

Logo:

I = I¯

¯
G=G

T = T¯

Juntando as equações acima, temos que:


¯
Y P = c(Y − T¯) + I¯ + G

Essa equação revela que o gasto planejado Yp é uma função da renda, Y, do


investimento, I¯, e da política fiscal, representada por G
¯ e T¯. Dado que as demais
variáveis estão fixas, temos uma relação entre o gasto planejado e a renda. Essa
relação é positiva, uma vez que uma renda mais alta provoca um maior consumo e,
por consequência, um maior gasto planejado.

A próxima imagem mostra a curva de gasto planejado. A inclinação da curva é


chamada de propensão marginal a consumir (PMgC). Isso significa pensar: quanto
você consumiria a mais se ganhasse um real adicional? Ou, o quanto o gasto
planejado aumenta com uma unidade a mais de renda?

Como visto, nem sempre o gasto efetivo e o gasto planejado são iguais. Quando isso
ocorre, no entanto, dizemos que a economia se encontra em equilíbrio.
O gasto planejado YP.

Lembre-se que o produto, ou PIB, é igual ao total da renda, mas também pode ser
interpretado como o gasto total com bens e serviços. A condição de equilíbrio pode
ser expressa então da seguinte maneira:

Gasto Efetivo = Gasto Planejado

Ou seja:

Y = YP
Representamos essa igualdade por uma reta de 45o no painel (b) da imagem a seguir.
Essa reta passa por todos os pontos no qual a igualdade é válida e os eixos do gráfico
são iguais. O equilíbrio dessa economia está no ponto em que as duas retas se
cruzam, representado pelo ponto A no gráfico. O produto de equilíbrio está sinalizado
por Y*.

A cruz keynesiana.

Entretanto, quando o gasto efetivo e o planejado não são iguais, como se alcança o
equilíbrio?

Vamos analisar primeiro o caso, em que o gasto efetivo Y supera o gasto planejado YP
(ou seja, Y > YP), e, portanto, estamos à direita do produto de equilíbrio Y*. Nessa
situação, os produtores produziram (Y) efetivamente mais do que os gastos
planejados (YP). Então, a produção que não foi vendida gera um aumento não
planejado de estoques. Devido a isso, as empresas decidem cortar a produção e
diminuir o número de trabalhadores, o que acarreta a diminuição do PIB, deslocando o
produto pouco a pouco para a esquerda.

Esse processo de redução da renda continua até que a renda se iguale ao nível de
equilíbrio. Analogamente, se Y < YP, estamos à esquerda do produto de equilíbrio Y*:
As vendas são maiores do que o esperado, os estoques ficam abaixo do desejado, e
as firmas aumentam a produção até alcançar Y*. A próxima imagem mostra esses
dois casos, indicados por um box cinza.

O ajuste na cruz keynesiana.


video_library Introdução ao modelo IS-LM
Neste vídeo, introduzimos o modelo IS-LM e a cruz keynesiana, explicando a curva de
demanda agregada e os gastos efetivos e planejados.

Multiplicador keynesiano

O multiplicador de gastos
O que ocorre se uma das variáveis exógenas muda? Vamos supor que o governo
deseje aumentar seus gastos G. Como isso afeta a economia?
Como os dispêndios do governo são um dos componentes do gasto planejado, um
aumento nos gastos do governo leva a um maior gasto planejado para qualquer nível
de renda. Vamos denotar a variação nos gastos do governo por ΔG (a letra grega Δ
(delta) é frequentemente usada para denotar variação).

A curva de gasto planejado se desloca então para cima em ΔG. O diagrama da


próxima imagem mostra esse movimento. O equilíbrio da economia salta do ponto A
para o ponto B.

Um aumento nos gastos do governo.

O gráfico mostra que um aumento nos gastos do governo resulta num aumento de
ainda maior magnitude da renda. Isso significa que ΔY>ΔG, e, portanto, ΔY/ΔG>1. A
razão ΔY/ΔG é chamada de multiplicador dos gastos do governo. Esse multiplicador
informa o quanto o produto ou a renda aumentam em virtude de um aumento de uma
unidade monetária nos gastos do governo.

Atenção!

O fato de ΔY ser maior que ΔG implica que o multiplicador dos gastos do governo é maior do que 1: um real a
mais gasto pelo governo gera um aumento de renda superior a um real.

A razão para esse efeito multiplicador está no componente do consumo, que depende
positivamente da renda: C=c(Y-T). Assim, uma renda maior provoca um consumo mais
elevado. Isso gera um efeito espiral na renda: O aumento nos gastos do governo faz a
renda crescer, o que, por sua vez, causa um aumento do consumo, que gera um
aumento ainda maior da renda, que faz crescer novamente o consumo, e assim por
diante.

Qual a magnitude do multiplicador? Podemos responder a essa pergunta


algebricamente, indicando por t1, t2, t3 etc. os diferentes momentos no aumento do
consumo:

Uma mudança inicial nos gastos do governo =

ΔG

Aumento do consumo em t1 =
P MgC × ΔG

Aumento do consumo em t2 =

P MgC 2 × ΔG

Aumento do consumo em t3 =

P MgC 3 × ΔG

Logo:

ΔY = (1 + P MgC + P MgC 2 + P MgC 3 + …) × ΔG

No primeiro momento, o consumo aumenta ΔG multiplicado pela PMgC. No segundo


momento, o consumo aumenta a renda que foi aumentada no primeiro momento, ou
seja, PMgC x (PMgC x ΔG), e assim sucessivamente.

Dica

Para calcular o multiplicador dos gastos do governo, basta dividir os dois lados da equação por ΔG.

O primeiro termo do lado esquerdo é uma série geométrica infinita e pode ser
substituído por 1/(1-PMgC). Assim:
ΔY /ΔG = 1/(1 − P MgC)

Essa é a equação do multiplicador dos gastos do governo.

O multiplicador de impostos
Um processo similar ocorre quando há uma alteração nos impostos cobrados pelo
governo. Quando o governo decide reduzir os impostos em ΔT, a renda disponível Y - T
aumenta imediatamente em ΔT, o que gera, portanto, um aumento do consumo em
PMgC×ΔT.

O gasto planejado se torna maior para qualquer nível de renda Y. O painel (b) da figura
mostra o deslocamento para cima do gasto planejado, causado por um aumento no
consumo da magnitude de PMgC×ΔT. Novamente, o equilíbrio salta do ponto A para o
ponto B. Assim como o aumento nos gastos do governo gera um efeito multiplicador
sobre a renda, o mesmo ocorre com a diminuição dos impostos.
Uma redução nos impostos.

Novamente, o aumento na renda gerado por um aumento no consumo vai resultar em


um aumento ainda maior do consumo, que aumentará a renda ainda mais, e assim
sucessivamente. A diferença é que agora a variação inicial não é mais da ordem de
ΔG, e sim de PMgC×ΔT.

Observe a diferença:

Um aumento no gasto público tem impacto imediato sobre o gasto total.

Uma diminuição dos impostos se transforma em renda dos consumidores,


que transformam apenas uma parte dessa renda em consumo.
Ou seja, apenas PMgC×ΔT se transformam em consumo no primeiro instante. Assim
como antes, a mudança inicial nos gastos é multiplicada por 1/(1-PMgC). O efeito na
renda pode ser expresso por:

ΔY /ΔT = −P M g C/ (1 − P M g C)

A diferença é que, para a conta anterior, está no denominador do lado esquerdo da


igualdade. Em vez de 1, temos o PMgC, pois o termo de impostos T na equação do
gasto planejado aparece multiplicado por c, que é a propensão marginal a consumir. O
sinal negativo do lado esquerdo da equação indica que o consumo se movimenta na
direção contrária aos impostos (maiores impostos, menos consumo, e vice-versa).

Resumindo
Essa expressão recebe o nome de multiplicador gerado por impostos e indica o montante em que a renda
varia em resposta a uma variação de uma unidade monetária nos impostos.

video_library Multiplicador keynesiano


Neste vídeo, vamos explorar como um aumento nos gastos do governo afeta a
economia através do efeito multiplicador, mostrando que um incremento inicial nos
gastos leva a um aumento na renda total.
Curva IS
Usamos a cruz keynesiana para mostrar como a economia se comporta quando o
governo decide alterar a política fiscal, isto é, modificar seu nível de gastos ou
impostos cobrados. Além disso, vimos que o fato de o consumo ser positivamente
relacionado com a renda gera um efeito multiplicador quando esta aumenta. Todavia,
o modelo da cruz keynesiana supõe que o nível de investimento planejado, I, é fixo. O
componente do investimento, no entanto, depende da taxa de juros, r. Escrevemos:

I = I(r)

A taxa de juros r mede o custo dos recursos para financiar o investimento. Para que
um investimento seja lucrativo, o seu retorno deve superar seu custo, ou seja, os
pagamentos pelos empréstimos realizados para financiar projetos de investimento,
que são determinados pela taxa de juros. Se a taxa de juros aumenta, a quantidade de
projetos de investimentos que é lucrativa diminui, assim como o investimento.

Dessa forma, o investimento é negativamente relacionado com a taxa de juros. A


imagem a seguir mostra essa relação, ilustrando a curva da função investimento.

A função investimento.

E o que acontece com o produto se a taxa de juros se altera? Vamos supor um


aumento na taxa de juros, de r1 para r2. Dado que o investimento é negativamente
relacionado com a taxa de juros, uma taxa de juros maior implica uma redução no
nível de investimento, de I(r1) para I(r2), como mostra a próxima imagem.
A cruz keynesiana.

A função do gasto planejado é uma soma do investimento com os componentes de


consumo e gastos do governo. Essa diminuição do gasto planejado, por sua vez,
diminui o produto de Y1 para Y2. Consequentemente, uma elevação na taxa de juros
resulta numa redução da renda, tudo mais constante.

A curva IS sintetiza a interação entre a taxa de juros e o nível de renda do mercado de


bens e serviços. Ela está representada no diagrama da imagem a seguir. A curva IS
combina a relação entre r e I, expressa pela função investimento, e a relação entre I e
Y, implícita na cruz keynesiana.
A curva IS.

Cada ponto na curva IS representa um equilíbrio no mercado de bens, e a curva


explicita a relação entre a taxa de juros e o nível de renda de equilíbrio. Visto que um
aumento na taxa de juros provoca uma queda no investimento planejado, que, por sua
vez, gera uma diminuição da renda, a curva IS tem inclinação negativa.

Política fiscal na curva IS


Aprendemos com a cruz keynesiana que, além do investimento, o nível de equilíbrio da
renda depende também da política fiscal, isto é, dos gastos do governo G e dos
impostos T. A curva IS mostra o nível de renda para qualquer taxa de juros
determinada, variando o nível de investimento, que traz o equilíbrio no mercado de
bens. No entanto, ela é construída para uma determinada política fiscal.
Quando há variações na política fiscal, a curva IS se desloca.

Vimos que um aumento dos gastos do governo desloca a curva de gasto planejado na
cruz keynesiana. Esse aumento no nível de dispêndios também deslocará a curva IS. A
próxima imagem utiliza a cruz keynesiana para mostrar como um aumento da ordem
de ΔG nas compras do governo desloca a curva IS.

Contudo, essa figura é referente ao equilíbrio de uma determinada taxa de juros r̄ , e,


portanto, para um determinado nível de investimento. Assim, um aumento nos gastos
do governo desloca a curva IS para fora.
A cruz keynesiana | A curva IS.
É possível replicar o mecanismo para outras mudanças na política fiscal do governo.
Fizemos anteriormente a análise, via cruz keynesiana, do que ocorre com a renda no
caso de uma diminuição nos impostos. Novamente, a curva de gasto planejado se
desloca para cima e aumenta a renda. Do mesmo modo, uma diminuição nos
impostos resultará no deslocamento para fora da curva IS.

Por outro lado, uma redução nos dispêndios do governo ou um aumento nos impostos
reduz a renda, deslocando a curva IS para dentro.

O mercado monetário e a preferência pela


liquidez
Mostramos o que acontece com a renda no mercado de bens e serviços quando há
alterações no nível de investimento e na política fiscal, ilustrado pela curva IS. O
próximo passo é mostrar o que acontece no mercado de encaixes monetários. A curva
LM representa graficamente a relação entre a taxa de juros e o nível de renda nesse
mercado. Para entender essa relação, vamos retomar a teoria de Keynes.

Ainda em sua obra A Teoria Geral, Keynes desenvolveu uma teoria para explicar como
a taxa de juros se comporta no curto prazo, à qual deu o nome de teoria da preferência
pela liquidez. Esse nome vem da hipótese de que a taxa de juros se ajusta para
equilibrar a oferta e a demanda por moeda corrente, o ativo mais líquido da economia.
A liquidez de um ativo considera a facilidade com a qual ele pode ser convertido em
dinheiro. Por exemplo:

Poupança
close Imóvel

A poupança tem alta liquidez, Um imóvel tem baixa liquidez,


pois é fácil resgatar o dinheiro pois não se converte em
da conta. dinheiro facilmente.

Retomando o exemplo de uma economia fechada, denotamos por M a oferta


monetária e P o nível de preços dessa economia. Logo, M/P é a oferta de encaixes
monetários reais. A teoria da preferência pela liquidez começa supondo que a oferta
por encaixes monetários reais é fixa:

(M/P ) s = M/
¯ P¯
O Banco Central ou alguma autoridade monetária determina de maneira exógena a
oferta monetária. Tomaremos o nível de preços P também como variável exógena,
utilizando o modelo IS-LM para explicar o comportamento da economia no curto
prazo, em que o nível de preços é fixo. A combinação de ambos esses pressupostos
implica que a oferta de encaixes monetários reais é fixa e, portanto, independe da taxa
de juros.

Graficamente, se representarmos esse mercado como função da taxa de juros e dos


encaixes monetários reais, a curva de oferta de encaixes monetários reais será uma
reta vertical, como mostra o diagrama na imagem a seguir.
A teoria da preferência pela liquidez. A cruz keynesiana | A curva IS.
A demanda por encaixes reais, por sua vez, não é fixa. A teoria de Keynes presume que
o montante de moeda corrente que as pessoas optam por ter disponível é
determinado pela taxa de juros. O motivo por trás dessa hipótese é que a taxa de juros
seria o custo de oportunidade de reter moeda.

Em outras palavras, quando se opta por ter moeda em mãos, o


indivíduo está deixando de manter o dinheiro sob outras formas
que rendem juros, como títulos ou depósitos bancários.

Nesse sentido, quando a taxa de juros sobe, aumenta o custo de oportunidade de se


manter moeda corrente, e, portanto, as pessoas diminuem a parcela da renda que
mantêm sob a forma de moeda corrente. Formalmente, podemos definir a demanda
por encaixes monetários reais como:

(M/P ) d = L(r)

A função L(r) mostra que a quantidade de encaixes monetários reais demandada


depende da taxa de juros r. Como explicamos, dado que a quantidade demandada de
moeda corrente é menor a taxas de juros mais altas, a curva de demanda possui
inclinação negativa, também presente na próxima imagem.
A teoria da preferência pela liquidez | Um aumento na oferta monetária.

Segundo a teoria da preferência pela liquidez, oferta e demanda por encaixes


monetários reais determinam conjuntamente a taxa de juros no mercado de moeda.
No equilíbrio, oferta e demanda por encaixes monetários reais são iguais. Assim, a
taxa de juros se ajusta a fim de equilibrar o mercado monetário.

Esse ajuste ocorre, porque, caso o mercado monetário esteja fora do equilíbrio, os
indivíduos ajustam suas carteiras de ativos e acabam por alterar a taxa de juros no
processo.

Se a taxa de juros está abaixo do nível de equilíbrio, a demanda por


encaixes monetários reais excede a oferta.

Nesse cenário, seu João da padaria prefere manter mais dinheiro no caixa do que no
banco, as pessoas tentam vender títulos e retirar dinheiro de suas contas bancárias, e
os bancos reagem aumentando as taxas de juros que oferecem para tentar atrair
recursos que agora estão mais escassos.

A taxa de juros alcança então um nível de


equilíbrio no qual os indivíduos estão
satisfeitos com as carteiras de ativos
não monetários e monetários.

De maneira similar, se a taxa de juros


está acima do nível de equilíbrio, a oferta
por encaixes monetários reais excede a
demanda, e os indivíduos que detêm o
excedente da oferta monetária buscam
trocar uma parte da moeda corrente, que
não rende juros, por títulos ou depósitos
bancários que rendam juros.

Nesse caso, seu João da padaria


preferirá deixar o dinheiro rendendo no
banco do que no caixa de seu
estabelecimento.

As entidades emissoras de títulos, como


os bancos, respondem ao excesso de
oferta monetária reduzindo suas taxas de
juros.
Uma vez que a taxa de juros se ajusta para responder a desequilíbrios no mercado
monetário, é apenas lógico assumir que ela reage a mudanças na oferta de moeda.

Caso o Banco Central decida, por exemplo, aumentar a oferta


monetária M repentinamente, o que ocorreria com a taxa de juros?

Resposta
Um aumento em M faz subir, por sua vez, a razão de encaixes monetários reais M/P, dado que P é fixo. A
oferta de encaixes monetários se desloca para a direita, e a taxa de juros de equilíbrio cai de r1 para r2.

Um nível mais baixo da taxa de juros faz com que os indivíduos dessa economia
fiquem satisfeitos em reter uma parcela maior de encaixes monetários reais. Com
mais moeda em circulação, seu João não se importa em deixar mais dinheiro no caixa
da padaria. A imagem a seguir mostra esse movimento.
Um aumento na oferta monetária.

Caso o Banco Central tivesse repentinamente reduzido a oferta monetária, o


movimento seria contrário. A oferta de encaixes monetários reais se deslocaria para a
esquerda e a taxa de juros subiria.

video_library Curva IS
Neste vídeo, vamos falar sobre a relação entre política fiscal, taxa de juros e nível de
renda na economia por meio do modelo da cruz keynesiana, introduzindo a curva IS.
Curva LM
Agora que vimos como a teoria da preferência pela liquidez explica os determinantes
da taxa de juros, podemos construir a curva LM. Precisamos traçar a relação entre a
taxa de juros r e o nível de renda Y. Como uma mudança no nível de renda afeta o
mercado de encaixes monetários reais? Quando a renda é elevada, gasta-se mais, e os
indivíduos realizam um número maior de transações que demandam moeda. Assim,
uma maior renda implica mais demanda por moeda.

Nesse sentido, pode-se dizer que o nível de renda afeta positivamente a demanda por
encaixes monetários reais. Como a demanda por moeda é negativamente relacionada
com a taxa de juros, podemos sintetizar essa relação pela expressão:

(M/P ) d = L(r, Y )
Mas, o que acontece com a taxa de juros quando o nível de renda se altera? Quando a
renda aumenta, por exemplo, a curva de demanda por moeda se desloca para a direita.
Esse deslocamento acarreta um aumento da taxa de juros para equilibrar o mercado
monetário, de r1 para r2, mantida fixa a oferta de encaixes monetários reais.

Assim, de acordo com a teoria da preferência pela liquidez, uma renda mais alta
resulta numa taxa de juros mais alta. A próxima imagem mostra essa relação, com o
ajuste no mercado de encaixes monetários reais ilustrado no painel (a) e a curva LM
no painel (b).

Mercado de encaixes monetários reais | A curva LM.

Política monetária e a curva LM


Como vimos, a curva LM mostra a taxa de juros que equilibra o mercado de encaixes
monetários reais para qualquer nível de renda. No entanto, a taxa de juros de equilíbrio
depende também do nível da oferta de encaixes monetários reais, M/P, que
consideramos como fixa. Assim, curva LM é desenhada para uma determinada oferta
de encaixes monetários reais. Se o Banco Central decide alterar a oferta monetária, a
curva LM se desloca.

Exemplo
Se a autoridade monetária aumenta subitamente a oferta monetária, de M' para M'', a oferta de encaixes
monetários reais também aumenta na mesma proporção, dado que P é fixo. Mantendo a renda constante e,
consequentemente, a curva de demanda por moeda também constante, um aumento na oferta monetária faz
com que a taxa de juros de equilíbrio do mercado monetário diminua.

Desse modo, um aumento na oferta monetária desloca para baixo (ou para a direita) a
curva LM. A imagem a seguir mostra esse deslocamento. O gráfico (a) mostra o que
ocorre no mercado monetário quando o Banco Central aumenta a oferta monetária.

(a) Um aumento na oferta monetária | (b) A curva LM.


video_library Curva LM
Neste vídeo, vamos falar sobre a curva LM, mostrando como ela relaciona a taxa de
juros e o nível de renda na economia, e como a política monetária pode deslocá-la.

Modelo IS-LM
Examinamos como cada curva se comporta separadamente e como respondem a
alterações nas políticas fiscal e monetária. A combinação das duas curvas determina
o nível da renda e taxa de juros na economia. Se há um deslocamento em uma das
duas curvas, há uma oscilação na renda nacional e o equilíbrio de curto prazo se
modifica.
A da próxima imagem mostra um possível equilíbrio de curto prazo da economia. O
ponto no qual as duas curvas se interceptam indicado pela letra E é o equilíbrio inicial,
correspondente à renda nacional Y1 e à taxa de juros r1.

O modelo IS-LM.

Exemplo
Suponha que o governo decida realizar uma política fiscal contracionista, isto é, visa a melhorar o resultado
das contas públicas ao diminuir seus gastos ou aumentar os impostos. Por ora, vamos considerar uma
redução nos dispêndios (G). Como vimos acima, esse tipo de política desloca a curva IS para dentro, sem
alterar a curva LM.

Uma vez que a renda diminui, pela teoria da preferência da liquidez, sabemos que a
quantidade de moeda demandada também diminui, pois o número de transações
diminui. Como a oferta monetária não se modificou, a menor demanda por moeda faz
cair a taxa de juros de equilíbrio para r2.

A diminuição da taxa de juros, no entanto, afeta o mercado de bens por meio do


investimento. Como o nível de investimento é sensível à taxa de juros, a queda na taxa
de juros aumenta os planos de investimento das empresas. Por conseguinte, a
redução da renda, em resposta a uma contração fiscal, é menor no modelo IS-LM do
que na cruz keynesiana, em que supomos que o nível de investimento é fixo. Podemos
ver esse deslocamento no diagrama da imagem a seguir.

Uma política fiscal contracionista.

Vamos examinar agora os efeitos de uma política monetária. Considere que o Banco
Central decida reduzir a oferta monetária repentinamente. Relembrando o que
estudamos aqui, uma diminuição em M resulta numa queda nos encaixes monetários
reais M/P, dado que os preços são rígidos no curto prazo.

A diminuição na oferta de encaixes monetários reais acarreta uma taxa de juros mais
alta, segundo a teoria da preferência pela liquidez. Com isso, a curva LM se desloca
para cima, como mostra a próxima imagem. No novo equilíbrio, a taxa de juros é maior
e o nível de renda diminui.

Uma diminuição da oferta monetária.

Mas, o que aconteceria se o governo mudasse a política fiscal e a política monetária


simultaneamente, ou em um curto intervalo de tempo? Vamos retomar o exemplo de
uma política fiscal contracionista.

Sabemos que, no novo equilíbrio, o produto diminui e a taxa de juros também. Mas
esse é o resultado apenas se o Banco Central não fizer nada. É possível que o Banco
Central decida reagir a esse aumento para atingir algum objetivo específico na
economia.

Comentário
Se o Banco Central deseja manter constante a taxa de juros, ele precisa responder com uma política que
aumente a taxa de juros. Como vimos, esse é o caso de uma política de redução da oferta monetária. A
figura mostra uma possibilidade de resposta do Banco Central à contração fiscal.

Num primeiro momento, a curva passa do ponto A para o ponto B na próxima imagem,
reduzindo a renda e a taxa de juros. Com a reação do Banco Central, a taxa de juros
sobe, mas o produto cai ainda mais, e o novo equilíbrio passa a ser o ponto C.

É possível ainda que o Banco Central saiba antecipadamente da decisão do governo


de aumentar os gastos e realize a redução da oferta monetária simultaneamente.
Nesse caso, o equilíbrio salta do ponto A para o ponto C, sem alterar a taxa de juros.
Contudo, este é apenas um dos resultados possíveis.
Política monetária como resposta à política fiscal: Banco Central mantém a taxa de
juros.

Outra possibilidade é o Banco Central manter constante o produto. Nesse caso, ele
precisaria realizar uma política fiscal no sentido contrário: para responder a uma
diminuição no nível do produto, ele deve realizar uma política que desloque a LM para
a direita (para baixo), a fim de empurrar o nível de renda para cima. Assim, a resposta
do Banco Central deve ser no sentido de um aumento na oferta monetária.

A imagem, a seguir, mostra como seria essa resposta. O nível de renda de equilíbrio se
manteria, mas a taxa de juros cairia tanto em resposta à política fiscal quanto à
política monetária.
Política monetária como resposta à política fiscal: Banco Central mantém o nível de
renda.

Em ambos os casos, o ajuste na oferta monetária que o Banco Central fez foi
exatamente o suficiente para manter ou a taxa de juros constante, ou o nível de renda
constante.

Muitas vezes, na realidade, o Banco Central não saberá a magnitude exata do


deslocamento da IS e, consequentemente, não saberá o tamanho preciso do ajuste
que deve realizar, apenas o seu sentido. Nessas situações, podemos afirmar com
certeza o que ocorre com a variável que o Banco Central ignora, isto é, a que ele não
quer manter constante, mas o resultado sobre a variável que ele pretende manter pode
ser ambíguo.
No primeiro caso, sabemos que o produto cai com certeza em consequência de uma
contração fiscal e uma diminuição na oferta monetária. No entanto, se o Banco Central
errar a mão na política monetária, o resultado sobre a taxa de juros será ambíguo. É
possível que a taxa de juros do novo equilíbrio seja um pouco mais alta do que a
inicial, caso o Banco Central diminua demais a oferta monetária, ou que a taxa de
juros seja um pouco mais baixa, caso ele não diminua o suficiente a oferta monetária.
No segundo caso, sabemos que a taxa de juros com certeza cai em virtude de uma
contração fiscal acompanhada de uma expansão monetária, mas o efeito sobre o
produto pode ser ambíguo se o Banco Central não for preciso.

É possível que a taxa de juros do novo equilíbrio seja um pouco mais alta do que a
inicial, caso o Banco Central diminua demais a oferta monetária, ou que a taxa de
juros seja um pouco mais baixa, caso ele não diminua o suficiente a oferta monetária.
No segundo caso, sabemos que a taxa de juros com certeza cai em virtude de uma
contração fiscal acompanhada de uma expansão monetária, mas o efeito sobre o
produto pode ser ambíguo se o Banco Central não for preciso.

IS-LM
O modelo IS-LM serviu para explicar o equilíbrio no curto prazo quando o nível de
preços é fixo. Para compreender como o modelo IS-LM se encaixa no modelo de
oferta e demanda agregada visto no início da aula, permitiremos que o nível de preços
se modifique.
Como visto anteriormente, a demanda agregada expressa uma relação entre o nível de
preços e o nível da renda nacional. Utilizamos a teoria quantitativa da moeda para
derivar essa relação. Agora, utilizaremos o modelo IS-LM.

Sabemos que a relação entre renda e nível de preços ilustrada pela curva de demanda
agregada é uma relação negativa. Para entender por que o produto aumenta à medida
que o nível de preços diminui, vamos examinar o que acontece no modelo IS-LM
quando o nível de preços se altera.

Relembrando
Recorde que no modelo IS-LM, a variável de nível de preços estava presente, de maneira implícita, na curva
de oferta de encaixes monetários reais M/P. Naquele momento, consideramos o nível de preços P fixo. Se o
nível de preços aumenta, todavia, a oferta de encaixes monetários diminui.

Essa redução na oferta de encaixes monetários reais desloca a curva LM para cima, o
que acarreta um aumento da taxa de juros de equilíbrio e a redução do nível de renda,
como mostra o painel (a) da próxima imagem.

O nível de preços sobe de P1 para P2 e a renda cai de Y1 para Y2. O painel (b) mostra
a curva de demanda agregada, que ilustra graficamente a relação negativa entre renda
nacional e nível de preços.
Uma diminuição da oferta monetária | A curva de demanda agregada.

No debate abaixo sobre como o controle de preços pode ser uma ferramenta para
combater a inflação, exploraremos os prós e contras, analisando suas implicações nas
políticas econômicas e no cotidiano das pessoas. Será uma oportunidade única para
ampliar o seu entendimento sobre os desafios enfrentados na gestão da inflação e
para refletir sobre alternativas viáveis para promover a estabilidade econômica. Venha
fazer parte dessa discussão e contribuir com suas ideias e perspectivas!
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inflação”.

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Continuar

video_library O modelo IS-LM


Neste vídeo, vamos explorar o modelo IS-LM, que analisa as interações entre política
fiscal e monetária, revelando como ajustes nessas políticas impactam a renda
nacional e a taxa de juros na economia.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Sobre a cruz keynesiana, assinale a alternativa incorreta:


O gasto planejado corresponde ao montante que domicílios,
A
empresas e governo gostariam de gastar com bens e serviços.

Quando gasto planejado e gasto efetivo se igualam, diz-se que a


B
economia está em equilíbrio.

O gasto planejado é uma função da renda, do investimento e da


C
política monetária.

A relação entre gasto planejado e renda é positiva devido ao


D
componente de consumo que varia positivamente com a renda.

Quando gasto planejado é maior que gasto efetivo, há acumulação


E
não planejada de estoques.

Parabéns! A alternativa C está correta.

a) Verdadeiro. Aquela é a definição de gasto planejado.


b) Verdadeiro. Aquela é a definição de equilíbrio na cruz keynesiana.

c) Falso. O gasto planejado é uma função da renda, do investimento e da política


fiscal, ou seja, dos gastos do governo e impostos, como se explica na parte de cruz
keynesiana. A política monetária não é analisada na cruz keynesiana.

d) Verdadeiro. Um aumento na renda provoca um maior consumo, o qual provoca,


por sua vez, um maior gasto planejado. Assim, a relação entre gasto planejado e
renda é positiva devido ao consumo. A inclinação da curva de gasto planejado é
dada de acordo com a propensão marginal a consumir.

e) Verdadeiro. Quando o gasto efetivo é inferior ao gasto planejado, ocorrerá um


aumento não planejado nos estoques. Estaremos à direita do produto de equilíbrio.

Questão 2

Sobre as curvas IS-LM, é falso afirmar que:

A curva IS mostra os diferentes pontos de equilíbrio no mercado de


A
bens e serviços.

B
A curva LM mostra os diferentes pontos de equilíbrio no mercado de
encaixes monetários reais.

C A cruz keynesiana serve como alicerce para construir a curva IS.

A curva LM é desenhada para uma determinada demanda por


D
encaixes monetários reais.

A curva LM mostra a relação entre o nível de renda e a taxa de juros


E
para uma determinada oferta de encaixes monetários reais.

Parabéns! A alternativa D está correta.

a) Verdadeiro. A curva IS é construída de modo que cada ponto na curva IS


representa um equilíbrio no mercado de bens, para um dado nível de gastos do
governo e a curva explicita a relação entre a taxa de juros e o nível de renda de
equilíbrio.

b) Verdadeiro. A curva LM é construída de modo que cada ponto na curva LM


representa um equilíbrio no mercado monetário, para um dado nível de encaixes
monetários reais e a curva explicita a relação entre a taxa de juros e o nível de renda
de equilíbrio.
c) Verdadeiro. A curva IS mostra os diferentes pontos de equilíbrio da cruz
keynesiana quando se muda o nível de investimento e se desloca a curva de gasto
planejado, sintetizando a relação entre nível de renda e taxa de juros.

d) Falso. Como vimos na parte de política monetária e a curva LM, a curva LM é


desenhada para uma determinada oferta de encaixes monetários reais. Assim, se há
uma alteração na oferta monetária, a curva LM se desloca, isto é, há um novo
desenho de uma outra curva LM para aquele nível de oferta monetária. Por outro
lado, para um determinado nível fixo de oferta monetária, há uma determinada curva
LM que sintetiza a relação entre os níveis de renda e taxa de juros que equilibram
aquele mercado. Assim, se há uma alteração na demanda por encaixes monetários
reais no mercado monetário, e essa alteração na demanda afeta a taxa de juros, isso
não desloca a oferta, apenas fará com que deslizemos ao longo da curva LM para
um outro ponto que represente este novo equilíbrio correspondente a essa nova taxa
de juros.

e) Verdadeiro. A curva LM é construída de modo que cada ponto na curva LM


representa um equilíbrio no mercado monetário, para um dado nível de encaixes
monetários reais e a curva explicita a relação entre a taxa de juros e o nível de renda
de equilíbrio.
Considerações finais
Construímos neste conteúdo o modelo de oferta e demanda agregada, uma das
ferramentas mais importantes para a análise do comportamento da economia. Com
esse instrumento, podemos avaliar o impacto de diversas políticas econômicas - em
particular, a política monetária e a política fiscal - para lidar com os choques que
atingem a economia.

Leia agora as manchetes de Economia dos jornais: Você encontrará chamadas como
“Banco Central diminui a taxa de juros para enfrentar recessão”, ou “Economistas
debatem o efeito de um aumento de gastos públicos”. Tente entender essas
manchetes a partir do instrumental desenvolvido aqui!

headset Podcast
Agora, a(o) especialista encerra o tema, fazendo um breve resumo dos principais
tópicos que foram abordados ao longo dos módulos.
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Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, sugerimos que leia:

BACHA, E. A crise fiscal e monetária brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização


Brasileira, 2016.

BOLLE, M. B. de. Como matar a borboleta azul ‒ Uma crônica da era Dilma. Rio de
Janeiro: Intrínseca, 2016.

Referências
BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2017.

FROYEN, Richard T. Macroeconomia: teorias e aplicações. São Paulo: Editora Saraiva,


2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Nacional por Amostra de


Domicílios Contínua ‒ PNAD Contínua. Consultado na Internet em: 14 jul. 2020.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produto interno bruto (PIB)


real. Frequência: Trimestral. Consultado na Internet em: 14 jul. 2020.

KEYNES, J. M. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. In: Os Economistas.


São Paulo: Abril Cultural, 1983.

MANKIW, N. G. Macroeconomia. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

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