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Perguntas de Macro

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1.

​ Exponha os principais dilemas enfrentados pelos responsáveis pela condução da


política económica de um país, para o efeito construa a uma resposta onde deve
abordar os seguintes aspetos:
a.​ Qual a diferença fundamental entre a macroeconomia e a microeconomia?
A principal diferença reside na problemática associada aos critérios de agregação exigidos pela
macroeconomia (agentes económicos agregados por setores e operações económicas
agregadas em bens e serviços, rendimento e financeiras).

b.​ Assinale os tipos de variáveis macroeconómicas existentes e apresente


algum exemplo para cada variável.
Oferta e procura agregadas (PIB+ Importações = Consumo + Investimento + Exportações), ou
VAB = Produção – Consumos Intermédios ou Rendimentos = Salários + Lucros + Rendas
+Juros

c.​ Qual a diferença entre o PIB potencial e o PIB real?


O PIB potencial corresponde ao PIB estimado em função do aproveitamento eficiente dos
recursos (sem a existência de desemprego de recursos) o PIB real corresponde ao PIB efetivo
apurado num dado ano numa economia.

d.​ Por que razão existem diferentes formas de medir o PIB?


Existem três formas de determinar o PIB (produto, rendimentos e despesa), embora sejam
óticas equivalentes em termos de valor apurado do PIB, cada uma delas evidência uma
abordagem específica seja pelo lado da oferta de bens e serviços, (riqueza produzida), seja
pela repartição dos rendimentos, ou pelo lado da procura de bens e serviços.

e.​ Qual a diferença e importância em distinguir consumos finais de consumos


intermédios?
Os consumos intermédios correspondem aos consumos produtivos, a produção existente numa
economia resulta dos consumos intermédios mais o valor acrescentado em cada nível
produtivo, mas para obtermos o valor do PIB (produto) devemos retirar os consumos
intermédios, para evitarmos a dupla contabilização dos recursos empregues. (VAB = Produção
– Consumos Intermédios).

2.​ Exponha os principais dilemas enfrentados pelos responsáveis pela condução da


política económica de um país, para o efeito construa a uma resposta onde deve
abordar os seguintes aspetos:
a.​ Qual a razão para se utilizar o critério da agregação das operações e dos
agentes económicos?
A análise económica do conjunto da sociedade pressupõe a criação de um sistema
contabilístico denominado por Contabilidade Nacional. O sistema contabilístico nacional resulta
da agregação dos “agentes económicos” e da agregação das “operações económicas”
realizadas entre eles. A agregação dos agentes económicos segue um critério institucional,
agrupando os agentes económicos de acordo com a sua natureza sócio jurídica. Os agentes
económicos são agrupados de acordo com as semelhanças que apresentam no seu
comportamento económico. Tais como: famílias, empresas, administrações públicas,
instituições financeiras. Por outro lado, é necessário agrupar as operações económicas que
são estabelecidas entre os agentes económicos. Conjugando os “agentes económicos” com as
“operações económicas” é possível representar o funcionamento global da economia através
de um “circuito ou quadro macroeconómico”.

b.​ Quais os principais instrumentos da política macroeconómica?


Com vista a atingir os objetivos de política macroeconómica, (que não devem ser confundidos
com os instrumentos), os responsáveis pela condução das políticas podem controlar
determinados instrumentos de ação. Os principais instrumentos podem ser englobados em
duas grandes categorias: a política monetária e a política fiscal. Os primeiros são instrumentos
baseados no controlo da oferta monetária capazes de incidir sobre a formação das taxas de
juro, os segundos referem-se à utilização dos gastos públicos e dos impostos que se
encontram inscritos no orçamento geral do Estado.

c.​ A análise macroeconómica centra-se no curto ou no longo prazo?


O fator tempo tem uma grande importância na análise macroeconómica e os instrumentos
utilizados estão centrados na resolução de problemas conjunturais, como forma de atenuar os
efeitos depressivos sobre um crescimento económico, sempre numa lógica de curto-prazo.

d.​ Indique as várias componentes da procura agregada que permitem


calcular o PIB.
O VAB nacional é a riqueza criada num ano numa dada economia, sendo o consumo usado
como intermédio (CI) e para a satisfação de necessidades individuais e coletivas, trata-se do
consumo final (CF), e para não confundir a riqueza criada com a riqueza acumulada, a
contabilidade nacional tem o cuidado de evitar a dupla contabilização com o objetivo de apenas
contabilizar a riqueza criada, ou seja, o Valor Acrescentado à economia num dado ano (VAB =
Produção – CI). Na lógica das aplicações ou da despesa o PIB = CF + Investimento +
Exportações – Importações, ou seja, para além dos consumos finais teremos o consumo de
bens duradouros enquanto formação bruta de capital fixo, aos quais se acrescentam os bens e
serviços provenientes do exterior e deduzem-se os consumos de bens e serviços enviados
para o exterior

e.​ Os principais problemas da macroeconomia são o desemprego e a


inflação, explique o significado de taxa de desemprego e de taxa de
inflação.
O objetivo pleno emprego é um dos mais importantes da política macroeconómica, quando
não é atingido gera-se desemprego, que pode ser medido pela taxa de desemprego (número
de 6 desempregados/população ativa) x 100. O outro grande objetivo da política
macroeconómica consiste na estabilidade preços, que pode ser medido através do cálculo da
taxa de inflação, onde se refletem as variações do nível de preços de um ano em relação ao
outro ((IPC ano1 – IPC ano 0) /IPC ano0) x100
f.​ Por que razão os dados do PIB são deflacionados?
O PIB nominal dá-nos uma imagem um pouco distorcida da realidade. Em termos nominais o
crescimento é afetado pela evolução dos preços o que pode mascarar o verdadeiro sentido do
crescimento real. Para evitar esta situação opta-se por calcular o PIB em termos constantes o
que significa fixar os preços. O PIB passa assim a ser calculado com preços reportados a um
ano base. O ano base é o momento onde os preços são fixados. No ano base o PIB nominal
coincide com o PIB real, daí para a frente o PIB deixa de ser influenciado pelos preços, pois
estes tornam-se fixos, o resultado desta correção é conseguirmos obter o PIB real, ou seja,
termos uma visão não distorcida da realidade económica de um país.

3.​ A análise macroeconómica pode ser realizada segundo duas perspetivas


baseando-se no modelo clássico e keynesiano. Responda às seguintes questões
partindo desta dicotomia de análise:
a.​ Quais são as características fundamentais dos modelos clássico e
keynesiano?
Na perspetiva clássica ou liberal o funcionamento da economia resulta da compreensão do
modelo de concorrência perfeita. Não havendo restrições ao funcionamento dos mercados, ou
seja, não há restrições aos preços (mercado de bens e serviços) e não há restrições aos
salários (mercado de trabalho). Por si só os mercados conseguem ajustar-se porque não
existem barreiras que impeçam esse ajustamento, a solução de equilíbrio (pleno emprego de
recursos) acabará por surgir no longo prazo. Para os clássicos os mercados a funcionarem
livremente acabam por corrigir os problemas quer ao nível dos preços (inflação) quer ao nível
do emprego. Mas, este raciocínio nem sempre funciona, porque na Grande de Depressão do
início dos anos 30 do século XX, a crise instalada na economia norte americana e europeia não
se enquadra na perspetiva clássica. As razões são várias, porém o novo enquadramento
económico pressuponha a existência de simultânea de restrições para as famílias (quebra de
rendimentos) e restrições para as empresas (sobreprodução= Oferta de bens e serviços não
absorvida pelo mercado).

b.​ Explique as diferenças entre os clássicos e os keynesianos face ao


mercado de trabalho.
Na perspetiva liberal a solução para o problema do desemprego não passa pela intervenção do
governo porque o problema da crise é gerada pela insuficiência da oferta interna. Ou seja,
basta que os salários reais se reduzam para que a atividade produtiva se possa expandir e
dessa forma a oferta interna (PIB) cresce. Para os keynesianos o desemprego resulta de uma
insuficiência da procura interna. Ou seja, o problema pode ser resolvido através do incremento
da procura interna (C+G+I), passando pela expansão dos Gastos Públicos.

c.​ Compare o efeito de uma expansão fiscal no modelo keynesiano e no


modelo clássico.
Segundo a “Teoria Keynesiana” existem restrições importantes no mercado de trabalho e no
mercado de bens e serviços que importa considerar (o desemprego é involuntário e ao
contrário dos economistas clássicos não pode ser corrigido de forma espontânea, porque
mesmo que os salários baixem as empresas não contratam mais trabalhadores, e como
resultado há uma diminuição dos rendimentos disponíveis para consumo (ou poupança), logo
as famílias não vão comprar o excedente de produção e por essa via as empresas não vão
retomar a sua atividade. Assim, a economia encontra-se bloqueada e incapaz de por si só sair
dessa situação. O remédio passa pela intervenção do Estado através do aumento dos gastos
públicos via expansão fiscal, algo que não faria sentido no modelo clássico.

d.​ Segundo, o modelo clássico, quais são os mecanismos que conduzem ao


equilíbrio no longo-prazo?
Na perspetiva clássica ou liberal o funcionamento da economia resulta da compreensão do
modelo de concorrência perfeita. Não havendo restrições ao funcionamento dos mercados, ou
seja, não há restrições aos preços (mercado de bens e serviços) e não há restrições aos
salários (mercado de trabalho). Por si só os mercados conseguem ajustar-se porque não
existem barreiras que impeçam esse ajustamento, a solução de equilíbrio (pleno emprego de
recursos) acabará por surgir no longo prazo. Para os clássicos os mercados a funcionarem
livremente acabam por corrigir os problemas quer ao nível dos preços (inflação) quer ao nível
do emprego.

e.​ Qual a razão para Keynes considerar que o desemprego era involuntário?
Para a Teoria Keynesiana existem restrições importantes no mercado de trabalho e no mercado
de bens e serviços que importa considerar. O desemprego é involuntário e ao contrário dos
economistas clássicos não pode ser corrigido de forma espontânea, porque mesmo que os
salários baixem as empresas não contratam mais trabalhadores, (não devemos esquecer que
as empresas já produzem mais do que aquilo que conseguem vender =acumulação de stocks =
Oferta>Procura). O problema do desemprego também gera uma diminuição dos rendimentos
disponíveis para consumo (ou poupança), logo as famílias não vão comprar o excedente de
produção e por essa via as empresas não vão retomar a sua atividade. A economia
encontra-se bloqueada e incapaz de por si só sair dessa situação. O remédio passa pela
intervenção do Estado através do aumento dos gastos públicos. O desemprego será desta
forma absorvido através de uma política macroeconómica de estímulo da procura interna
através do aumento dos gastos públicos.

f.​ Quais são os meios de financiamento da intervenção do Governo na


economia?
Nas finanças públicas o meio de financiamento é por excelência a cobrança de impostos.
Embora o Estado possa ter outras formas de financiamento, (resultantes de alguns atos de
troca), estes são pouco ou nada expressivos. Mas, no funcionamento da política orçamental
existe (teoricamente) três formas através das quais o Estado pode obter recursos para a
financiar a sua atividade, os impostos, o endividamento e a emissão de moeda. A solução de
financiamento através de emissão de moeda, no caso de um país isolado, é possível, mas não
é desejável. No caso da UEM com o Euro essa solução como se antevê 7 é mesmo impossível,
porque a condução da política monetária é uma competência do BCE. Não sendo possível o
financiamento do défice através da emissão de moeda resta a emissão de dívida pública.

4.​ O dinheiro tem um papel fundamental no funcionamento das economias atuais.


Responda às seguintes questões levando em conta que o excesso ou escassez
de dinheiro podem interferir negativamente no funcionamento de uma economia:
a.​ Qual a diferença entre o dinheiro legal e o dinheiro bancário?
A distinção entre “dinheiro legal” e “dinheiro bancário”. O primeiro corresponde às notas e
moedas emitidas pelo banco central e o segundo corresponde aos depósitos existentes nos
bancos e que são geralmente aceites como meio de pagamento.

b.​ Em que consiste a oferta monetária e quais os fatores que a determinam?


A quantidade de dinheiro em circulação corresponde à oferta monetária. Existem vários
agregados que cumulativamente compreendem a totalidade do dinheiro em circulação:
●​ M1: Notas e moedas e depósitos à ordem;
●​ M2: incluí o M1 mais os depósitos a prazo até 2 anos e depósitos disponíveis até 3
meses;
●​ M3: incluí o M2 mais todos os outros instrumentos financeiros que gerem valores de
rendimento fixo emitidos pelas instituições monetárias.

c.​ Quais são as variáveis que interferem na procura de dinheiro para


transações e como as afetam?
A função do dinheiro como meio de pagamento serve para os agentes económicos fazerem
face às transações diárias que acompanham a atividade económica. Assim, quanto maior o
ritmo da atividade económica maior será a procura de dinheiro para transações. Mas, se as
taxas de juro subirem a quantidade de dinheiro procurada vai diminuir.

d.​ Qual a consequência gerada sobre a procura de dinheiro se aumentar a


taxa de juro?
A procura de dinheiro serve também como ativo (depósitos) sendo visto pelos agentes
económicos como uma reserva de valor. Assim, quanto mais elevada a taxa de juro maior será
a procura de dinheiro para investir (imobilizar) em certificados ou outros produtos financeiros ou
de investimento que estejam indexados às taxas juro.

e.​ Em situações de inflação o que acontece ao poder de compra do dinheiro?


Perante situações inflacionárias todos os agentes económicos que detenham rendimentos fixos
não vão conseguir manter o seu poder de compra, ou seja, a consequência da inflação é a
diminuição do poder de compra.

f.​ Se os bancos forem obrigados a manter 100% dos depósitos como


reservas podem criar dinheiro bancário?
Mantendo os bancos 100% dos depósitos como reservas não será possível criar dinheiro
bancário.

g.​ Em que circunstâncias os agentes económicos atuam com “ilusão


monetária”?
Existe ilusão monetária quando a oferta de dinheiro não acompanha e excede o crescimento
natural da economia, a consequência deste desajuste será a criação de tensões inflacionistas,
a ilusão consiste em deter grandes quantidades de dinheiro, mas sem capacidade aquisitiva
aquando da conversão em bens e serviços.

h.​ Se as taxas de juro subirem e todo o resto se mantiver constante, o custo


de oportunidade de manter o dinheiro em caixa aumenta, diminui ou
permanece constante?
O custo de oportunidade de manter o dinheiro corresponde aos juros perdidos para manter o
dinheiro disponível ou em estado líquido, assim se as taxas de juro aumentarem também
aumenta o custo de oportunidade do dinheiro mantido em caixa.

i.​ Qual a consequência gerada sobre a procura de dinheiro se baixar a taxa


de juro?
Baixando a taxa de juro haverá um aumento da procura de dinheiro para efeitos de
transações.

j.​ O Banco Central pode controlar de forma precisa a oferta de moeda?


O BCE controla a oferta monetária de forma indireta através da fixação das taxas de juro, por
essa razão não consegue ser totalmente preciso na determinação da oferta monetária em
circulação, daí que a inflação esteja sujeita a oscilações constantes.

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