Tese-Bernardo-Camargo
Tese-Bernardo-Camargo
Tese-Bernardo-Camargo
Rio de Janeiro
Março de 2019
MICROTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA APLICADA À ENDODONTIA:
OTIMIZAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICOS E APLICAÇÕES PRÁTICAS
Examinada por:
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
iii
“Uma imagem vale mais que mil palavras”
“A picture is worth a thousand words”
iv
AGRADECIMENTO
Desta vez porém, a maior responsável por conseguir finalizar esta etapa foi
minha parceira, esposa e amor: Cassia. Obrigado por me manter sereno e focado no
que realmente importa.
Ao Luiz e Silvia, obrigado por todo carinho e suporte. Sou muito feliz por ter vocês
como família.
À Profa. Dra. Inayá Correa Barbosa Lima pela oportunidade de fazer este
doutorado e ter me encaminhado a inscrição para meu tão sonhado doutorado-
sanduiche na KU Leuven.
Ao Prof. Paul Lambrechts, meu orientador por um ano na KU Leuven, onde cresci
muito profissionalmente e pessoalmente. Sua sabedoria o fez uma referência em minha
vida.
À Prof. Aline Neves, hoje minha amiga e que mudou minha vida ao me
apresentar a KU Leuven.
v
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc)
Março / 2019
vi
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements
for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
March / 2019
This thesis aims to optimize the application of microCT in teeth seeking the best
image quality from the acquisition to thresholding, arguing over the spatial resolution,
contrast and noise. For this, the resulting images of three different micro-tomography
devices were compared qualitatively and quantitatively, with different acquisition energy
powers and arrangements, after the use of different image processing algorithms, as
filters and thresholding methods. It was demonstrated that the simple use of the same
acquisition parameters is not sufficient for the correct interpretation, comparison, and
replication of the results obtained between different devices, requiring an standard
approach. A positive relationship between the decrease of the beam voltage and the
quality and amount of visualized structures was shown. The use of the Unsharp mask
filter significantly improved the segmentation quality of the root canals, in addition to
reducing their variance in relation to the raw image. The best images were provided by
a semi-automatic thresholding method. However, more consistent results were shown
using the automatic method developed by Otsu in three-dimensional space.
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
viii
3.6 Parâmetros estudados .................................................................................... 48
3.6.1 Análise Qualitativa ..................................................................................... 49
4. RESULTADOS ........................................................................................................ 53
5. DISCUSSÃO ........................................................................................................... 89
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................... 102
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 8. Diagrama mostrando uma visão geral dos estudos e suas inter-
relações. ............................................................................................................ 41
x
Figura 14. Imagem do software Isee mostrando a projeção à direita e o quadro
com o cálculo da SNR. Em azul, o valor do tamanho do pixel de aquisição e, logo
abaixo, o valor da SNR. .................................................................................... 51
Figura 19. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial,
para o grupo 1172 utilizando a potência energética de 8 watts ........................ 63
Figura 20. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial,
para o grupo 1172 utilizando a potência energética de 10 watts ...................... 64
Figura 21. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial,
para o grupo 1173_Unsharp e 1173_No_filter, utilizando a potência energética
de 8 watts .......................................................................................................... 64
Figura 22. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial,
para o grupo 1173_ Kuwahara, utilizando a potência energética de 8 watts .... 65
Figura 23. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial,
para o grupo Nanotom_Unsharp, Nanotom_No_filter e Nanotom_Kuwahara,
utilizando a potência energética de 15 watts .................................................... 65
Figura 24. A mesma fatia, em três diferentes energias (40, 55 e 70kV) mostra a
conexão e falta de conexão com o canal principal ............................................ 66
xi
Figura 25. A mesma fatia, em três diferentes energias (40, 55 e 70kV) mostra o
aumento da falta de conexão com o canal principal (espessura da dentina) ... 66
Figura 26. A mesma fatia, em três diferentes energias (40, 55 e 70kV) mostra a
não segmentação de um poro em energias maiores ........................................ 67
Figura 29. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial,
para o grupo 1172_8W, em todos os filtros utilizados. ..................................... 74
Figura 30. Valores de desvio padrão por equipamento (cores), separado por
filtros .................................................................................................................. 77
Figura 35. espectro de raios X com uso de filtro de alumínio de 1mm (ARAUJOl,
2016). ................................................................................................................ 96
xii
LISTA DE TABELAS
xiii
LISTA DE GRÁFICOS
xiv
Gráfico 14. Grupo NanoTom: Média do volume do SCR após filtragem e
segmentação. Eixo X: # 1, 4, 7, 16 e 22 referentes a MM60; # 2, 5, 8, 17, 23,
Otsu 2D; e, # 3, 6, 9, 18, 24, Otsu 3D. .............................................................. 87
xv
LISTA DE SIGLAS
xvi
1. INTRODUÇÃO
1
Esta técnica de ensaio não-destrutivo possibilita o estudo do SCR dentário de
maneira precisa, com a possibilidade de estudo da anatomia interna ser quantificada e
observada sob várias angulações diferentes, com resolução espacial da ordem de
micrômetros (VERMA & LOVE, 2011; SOMMA et al., 2009). Devido ao fato dos dentes
serem compostos por tecidos com diferentes densidades (tecido pulpar, dentina e
esmalte), tornou-se possível o uso da técnica de microCT em odontologia (NIELSEN et
al., 1995) mostrando aumento em popularidade e valor de aplicação nos estudos
científicos odontológicos (GAO et al., 2009) (Figura 1).
2004 15
2003 1
100
2001 7
2000 5
1999 2 50
1998 1
1997 3
1996 2 0
2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995
1995 2
2
Isto posto, algumas considerações a respeito da tecnologia de microCT devem
ser avaliadas quando se propõe sua utilização. Dentre elas, podemos citar seu alto custo
financeiro; a grande quantidade de horas dedicadas ao laboratório (“labor-intensive”)
para aquisição e processamento dos dados; e, principalmente, da necessidade de
conhecimento de conceitos básicos que demandam uma extensa curva de aprendizado,
a fim de que se consiga a expertise necessária à quantificação e interpretação dos
dados de maneira fidedigna (DE-DEUS et al., 2014).
3
considerar qual será a sua aplicação, pois a simples operação do sistema não é
suficiente para se alcançar resultados satisfatórios, assim como permitir a comparação
de resultados e replicação de estudos.
4
1.2 Objetivos
5
No Capítulo 3 serão descritos os materiais e métodos, assim como os
equipamentos utilizados e suas características específicas, que foram comumente
utilizados em todas as quatro hipóteses trabalhadas.
6
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
7
considerado um método pouco eficiente na visualização das variações da morfologia
interna dos canais radiculares (TROPE et al., 1986; ALAVI et al., 2002)
Em consequência destas limitações, existe na literatura endodôntica uma
grande diferença entre os dados (como a incidência de canais nas diferentes raízes) e
as definições provenientes destas técnicas de estudo, não somente entre as diferentes
técnicas, como também entre estudos que utilizaram a mesma técnica (POMERANZ &
FISHELBERG, 1974; WELLER & HARTWELL, 1989; CLEGHORN et al., 2006;
NEAVERTH et al., 1987; CLEGHORN et al., 2006).
A aplicação da TC em Endodontia foi feita primeiramente por TACHIBANA &
MATSUMOTO (1990), onde concluíram que a reconstrução tridimensional era possível,
porém a resolução utilizada na época (0,6 mm) não possibilitava uma análise detalhada
das estruturas da anatomia dentária interna. GAMBILL et al. (1996) avaliaram dois
sistemas de instrumentação endodôntica utilizando um aparelho que oferecia um
tamanho de pixel de 1,5 mm. Este estudo concluiu que o método é passível de repetição
e não invasivo, sendo indicado aos estudos em Endodontia, porém não houve
discussão de parâmetros de aquisição.
A CBCT é usada diariamente na clínica para a imageamento dos maxilares e
dentes, porém sua resolução está em ordem de órgão, não sendo suficiente para revelar
pequenos detalhes da microestrutura óssea ou do SCR. Uma vez que um ganho na
resolução espacial na TC é alcançado ao custo de um aumento da exposição à
radiação, isso limita a possibilidade de geração de imagens de alta qualidade in vivo
(PEYRIN, F. et al., 2014).
Desta forma, a microCT apresenta algumas vantagens em relação à CBCT que
são basicamente advindas da não limitação de dose de radiação durante o
escaneamento, já que se trata de inspeção in vitro. Por conseguinte, fontes de raios X
mais potentes podem ser utilizadas (com maiores energias e consequentemente com
maior poder de penetração), maiores tempos de aquisição, e menores tamanhos focais
que fornecem uma melhor resolução espacial (KETCHAM & CARLSON, 2001; LIMA,
2002; LIMA, 2006).
8
do objeto. Esta aquisição de dados é realizada girando uma fonte de raios-X ao redor
do paciente, ou da amostra, e medindo a atenuação dos raios X quando eles passam
pelo corpo. Quando a fonte de raios X é girada circularmente ao redor da amostra, um
conjunto de radiografias 2D (projeções) em diferentes ângulos de visão é registrado, e
ao final, reconstruido (PEYRIN, F. et al., 2014).
A Tomografia computadorizada de feixe cônico, ou Cone-beam computed
tomography (CBCT), foi elaborada a partir do desenvolvimento de algoritmos
computacionais que permitiram a utilização de dados de projeções bidimensionais
coletados utilizando um feixe de radiação em forma de cone, em um único giro. Desta
forma, é diferente do princípio clássico de aquisição da tomografia espiral que se baseia
em um feixe de aquisição em forma de leque (CAVALCANTI, 2010).
A micro-tomografia computadorizada (microCT) possui o mesmo princípio de
feixe cônico da CBCT, entretanto foi especialmente desenvolvida para a inspeção de
pequenas estruturas, e apresenta algumas adaptações com a finalidade de permitir
uma melhora na resolução espacial. À vista disso, é uma técnica não-destrutiva que
combina o uso dos raios-X obtidos por tubos de alta potência com computadores
adaptados para processar grande volume de informação e produzir imagens com alto
grau de resolução. (LOPES, 1988; LOPES et al., 1997; OLIVEIRA, 2012).
O princípio fundamental por trás da tomografia computadorizada é adquirir
múltiplos conjuntos de visões de um objeto em uma série de orientações angulares. Por
este meio, dados dimensionais adicionais são obtidos em comparação com a radiografia
convencional, na qual há apenas uma projeção (KETCHAM, R.A. et al., 2001). Desta
forma, dentro do aparelho de microCT existem dois componentes principais, em uma
relação simples e direta, posicionados em extremos opostos: o tubo de raios-X e um
detector, permitindo-se assim a colocação de filtros em frente à fonte de raios-X. O corpo
de prova é posicionado entre o tubo e o detector, e pode-se realizar tanto um giro total
de 360˚, quanto somente de 180˚. Grande parte dos equipamentos para investigação in
vitro existentes em laboratório utiliza esta configuração em que somente o objeto gira
em torno de seu eixo z e o conjunto fonte-detector permanece imóvel, permitindo, desta
forma, que as projeções sejam feitas com menos vibrações, além de obter um número
maior de projeções e, consequentemente, uma melhora na resolução (OLIVEIRA,
2012).
A cada passo de rotação (determinado grau de giro) o aparelho adquire uma
ou mais imagens-base, tendo ao final do processo, diversas imagens sob diferentes
ângulos e perspectivas que trazem consigo a informação de um conjunto de medidas
de intensidade de raios-X. Este grau de giro é determinado ao se inserir os parâmetros
de aquisição e, ao término do giro, essa sequência de imagens-base (raw data) é
9
reconstruída em um computador acoplado ao microtomógrafo (COHENCA et al., 2007;
PATEL et al., 2009).
Estas projeções com as informações de medidas de atenuação não fornecem
diretamente a imagem, mas um chamado sinograma. Em seguida, usando um algoritmo
de reconstrução tomográfica, como a Projeção por Retroprojeção (FBP), contando com
uma relação matemática exata que relaciona a imagem ao seu sinograma, obtém-se a
imagem da TC. (PEYRIN, F. et al., 2014) Nesta tecnologia, todos os algoritmos são
computados e somente após toda a aquisição são reformatados em imagens
(VANNIER, 2003).
Para criar uma imagem, o sistema deve segmentar os dados brutos (raw data)
em seções pequenas, sendo a matriz do detector, uma grade utilizada para quebrar os
dados em linhas e colunas de quadrados pequenos. O objeto escaneado se apresenta
em um volume tridimensional (3D) e pode ser reorientado em cortes para criar imagens
digitais bidimensionais, que são chamadas slices ou fatias pois correspondem ao que
seria visto se o objeto fosse fatiado, em determinada espessura, ao longo do plano de
varredura. (KETCHAM, R.A. et al., 2001) Estas fatias não apresentam distorções e são
definidas de acordo com o que se deseja avaliar (SCARFE et al., 2006).
Toda imagem digital é mostrada em forma de uma matriz (N x M), sendo o
elemento de imagem formado pela interseção das linhas e colunas denominado pixel
(forma derivada da expressão “picture element”). Cada quadrado é um elemento de
imagem, um pixel. Quanto maior o número de linhas e colunas, maior será o número
de pixels da imagem e, consequentemente, melhor será a resolução da imagem
naquele aparelho (KETCHAM & CARLSON, 2001).
Da mesma forma que uma imagem bidimensional é dividida em pixels, a
imagem tomográfica (tridimensional) é dividida em voxels. Essencialmente, um voxel é
um pixel tridimensional isotrópico, ou seja, uma figura de lados geométricos iguais,
permitindo assim que um objeto seja medido de maneira precisa em diferentes direções
(COTTON et al., 2007) Cada voxel traz uma informação, representada em uma escala
de cinza, correspondente à atenuação dos raios X, que reflete a proporção de raios
dispersos ou absorvidos à medida que passam pela amostra. Esta atenuação depende
primariamente da energia dos raios X, assim como da densidade e do número atômico
do objeto escaneado (KETCHAM & CARLSON, 2001).
Seu valor representa uma quantidade proporcional à atenuação dos raios X
após interagirem com o objeto e serem registrados pelo detector. Para cada valor do
pixel designa-se um valor de cinza que é proporcional à densidade do material
inspecionado, ponto a ponto, formando-se assim imagens com diferentes tons de cinza,
que por sua vez, correspondem às diferentes densidades dos material.
10
A quantidade de pixels que estão presentes na imagem é determinada pela
matriz utilizada do detector, desta forma, uma aquisição realizada com uma matriz de
detector de 1024x1024 terá 1024 pixels ao longo das linhas e 1024 pixels para as
colunas. Portanto, o tamanho da matriz do detector é um dos fatores que controlam o
tamanho do pixel (ROMANS, 2013). Assim como a matriz do detector, cada pixel da
imagem tem uma largura X e um comprimento Y. O pixel é a menor unidade
bidimensional de uma imagem digital. Tendo em vista que cada pixel representa um
pedaço da imagem, quanto menor o pixel (e, portanto mais pixels de mesmo tamanho),
melhor será a definição da imagem.
11
A melhor maneira de obter informações sobre o que se pode esperar ao
escanear uma amostra é fazer os gráficos dos coeficientes de atenuação linear dos
materiais componentes desta sobre a faixa do espectro de raios X que se pretende
utilizar (KETCHAM & CARLSON, 2001). Entretanto, até o momento, não há na literatura
um trabalho que tenha definido consistentemente esta característica da dentina. O
espectro de energia está intimamente ligado à resolução em densidade e será melhor
debatido, assim como a sua influência neste, posteriormente nesta tese.
A intensidade de raios X, medida em microampère (µA) afeta diretamente a
relação sinal-ruído (SNR) e, portanto, a clareza da imagem. Intensidades mais altas
melhoram as estatísticas de contagem subjacentes, mas geralmente exigem um ponto
focal maior (KETCHAM & CARLSON, 2001) Esta influência na SNR será melhor
debatida posteriormente nesta tese.
2.3 Detector
Os detectores de tomografia computadorizada fazem uso de materiais cintilantes
nos quais os raios X de entrada produzem flashes de luz contados. Os detectores
influenciam a qualidade da imagem através de seu tamanho e quantidade, e através de
sua eficiência na detecção do espectro de energia gerado pela fonte KETCHAM &
CARLSON, 2001). A eficiência e a rapidez com que a conversão é realizada são
características essenciais dos detectores de raios-X. (PAUWELS et al., 2015)
12
uma crescente degradação na qualidade de imagem devido ao surgimento de pixels
queimados (“pixels mortos”) ou com perda de eficiência em sua matriz. Este desgaste
natural aumenta com o tempo de operação do detector (PADGETT & KOTRE, 2004).
13
2.4.1. Resolução espacial
14
muitas vezes e confundido com visibilidade. Pequenos pontos podem ser visíveis ou
não dependendo do equilíbrio entre o tamanho do objeto e seu contraste em relação ao
fundo, que é determinado pela diferença de densidade e o nível de ruído da imagem
(PAUWELS, et al., 2015).
15
O tamanho de pixel é resultante de um cálculo matemático que considera a
distância entre o objeto e a fonte de raios X (Source-object distance - SOD) e, a fonte e
o detector (Object-detector distance - ODD). Alguns sistemas, como o Skyscan 1173,
não permitem a aproximação do detector à fonte, outros, como o 1172 e o NanoTom,
possibilitam esta aproximação, sendo chamados de sistemas de geometria flexível,
como mostra a Figura 2. Esta disposição modifica tanto a resolução espacial, que está
relacionada ao tamanho de pixel, quanto o SNR, por possibilitar uma perda significativa
de fótons coletados por pixel do detector. Esta perda poderia ser compensada com o
aumento do tempo de exposição.
16
intensidade dos raios-X acaba sendo quantificada. Entre “e” e “f” somente
parte dos raios-X serão atenuados. Isto é chamado de intervalo de penumbra
e esta transição do máximo de atenuação para nenhuma atenuação, cria um
borramento na imagem. Em resumo, reduzindo o tamanho do foco reduz-se
A Figura 3 apresenta um esquema didático da formação da penumbra
também a penumbra, assim como o borramento.
geométrica ou borramento, inerentes a sistemas de feixe cônico.
17
ligado ao diâmetro da medida do raio X na fonte e, quanto menor o diâmetro do tubo
de raios-X, menor será a desfocagem geométrica e, portanto, melhor será a qualidade
da imagem.
Para permitir uma alta resolução, o feixe de raios-X em microCT são emitidos
de uma área muito pequena do catodo (chamada de ponto focal) e detectados por uma
câmera de raios X retangular plana (Figura 2). Esta geometria que liga o ponto de
origem ao campo de visão da câmera (Field of view - FOV), por mais que seja chamada
de "feixe cônico" é, na verdade, uma pirâmide e, o caminho dos raios X da fonte para a
câmera é inclinado em um ângulo chamado “ângulo do cone”. Desta forma, é
importante salientar que somente os pixels localizados em uma linha horizontal no
centro do detector receberão fótons ortogonais. Essa linha é chamada de “eixo óptico”
e é mostrada em vermelho na Figura 4. Esta informação é de extrema importância,
interferindo na resolução espacial das partes superior e inferior da imagem, e está
relacionada as maiores limitações desta metodologia.
18
GMBH, 2013).
19
é referido como “Partial Volume Effect” (efeito do volume parcial) ou “Volume
Averaging” (nivelamento de volume) (KETCHAM & CARLSON, 2001; ROMANS, 2013).
Uma vez que nenhum objeto menor que um pixel pode ser apresentado com
precisão devido à média de volume, o tamanho do pixel afeta a resolução espacial.
Desta forma, quando os pixels são menores, é menos provável que eles contenham
diferentes objetos e densidades, portanto, diminuem a probabilidade do Partial Volume
Effect (Efeito de volume parcial), melhorando a resolução espacial. Consequentemente,
nenhum objeto menor do que um pixel pode ser acuradamente exibido devido à média
de volume (e o tamanho da matriz influencia o tamanho do pixel), segue-se que o
tamanho da matriz afeta a resolução espacial (ROMANS, 2013).
Da mesma forma, quanto maior o pixel, mais provável que diferentes objetos
estejam contidos dentro de um mesmo pixel, ou seja, que esse volume seja composto
de um número de substâncias diferentes, então o valor CT resultante representa uma
média de suas propriedades e, o valor deste (grau de cinza atribuido), uma média dos
coeficientes de atenuação dos volumes, resultando em uma imagem menos precisa
(ROMANS, 2013).
20
matriz de pixels, uma representação de um par de linhas requer um mínimo de dois
pixels/voxels, um que representa a linha principal e outro espaço entre duas linhas. Esse
sistema ideal não é a realidade, em um sistema baseado em pixel do mundo real, uma
borda nítida é distribuída em diferentes pixels vizinhos. Esse é um dos efeitos que
explica toda a resolução do sistema de imagens. (BRULLMANN & SCHULZE, 2015)
61
Figura 5. `A esquerda, tabela referente a matriz 1120x1120 relacionando o tamanhado
do pixel com a resolução espacial. `A direita, os resultados em forma de gráfico da RE
em função do tamanho de pixel empregado na aquisição de imagem de microCT do
sistema Skyscan 1173, que por sua vez se modifica devido à magnificação utilizada
(TELES, 2016).
2.4.2. Resolução em Contraste
22
Sabe-se que quando fótons de raios X interagem com um material, a absorção
ou não de parte destes fótons, o quanto de fótons interage com o material depende de
seu coeficiente de atenuação. O coeficiente de atenuação de um material caracteriza a
probabilidade com que ele pode interagir com o fóton de certa característica. Um grande
coeficiente de atenuação significa, na prática, que a radiação será rapidamente
absorvida à medida que ela passa pelo meio, não havendo (ou havendo poucos) fótons
que a atravessaram. Um coeficiente de atenuação baixo significa que a onda é
relativamente absorvida pelo material, sendo calculado seguindo a lei de Beer-Lambert,
como apresentado na Eq. 3 (BUZUG, 2008).
𝐼 = 𝐼0𝑒−𝜇𝜂, (3)
23
estudados na presente tese, são formados por freamento ou Bremsstrahlung. Este
espectro depende fundamentalmente da energia da partícula incidente, a voltagem
aplicada a fonte do equipamento. Como o processo depende da energia e da
intensidade de interação da partícula incidente com o núcleo e de seu ângulo de "saída",
a energia da radiação produzida pode variar de zero a um valor máximo, sendo contínuo
seu espectro em energia. Desta forma, o espectro emitido por uma fonte de raios X
produzido por freamento, o feixe é policromático, contendo vários comprimentos de
onda em uma distribuição mais ou menos assimétrica. (SCHULZE et al., 2011)
24
Para fins práticos, a atenuação do fóton, ou seja, o seu coeficiente de atenuação
de massa, está intimamente ligado à energia do feixe de raios X, sendo um dos mais
importantes fatores que controlam o contraste radiográfico. O valor do coeficiente de
atenuação normalmente diminui de acordo com o aumento da energia do raio, havendo
aumento do contraste em energias menores. Contudo, além da energia do feixe e o
coeficiente de atenuação, existe a influência de outros fatores, como a faixa dinâmica
detectável de valores de exposição do detector, alguns fatores de exposição em si e o
desfoque de bits da imagem reconstruída (SCHULZE et al., 2011; PAUWELS et al.,
2015).
2.4.3. Ruído
O termo é definido, de forma mais simples, como qualquer sinal indesejado que
pode degradar a qualidade da imagem, a incerteza associada ao registro do sinal. É
uma característica inerente ao sistema de aquisição de imagem de microCT por
25
transmissão de raios X. Refere-se então às flutuações aleatórias nos valores dos pixels
advindas do processo de aquisição gerando histogramas com picos em formato de
gaussiana. Embora o ruído não seja tratado como um artefato, é um fator de
deterioração da imagem (RUSS & NEAL, 2017).
26
A forma de se mensurar o quanto a imagem é influenciada pela presença destes
sinais indesejados é feita comparando o nível de ruído com a intensidade de sinal
através do cálculo da relação sinal-ruído (SNR). Quanto maior o valor desta razão,
melhor a qualidade da imagem, ou seja, uma imagem gravada a partir de uma grande
quantidade de fótons é considerada mais precisa e pouco ruidosa, buscando-se assim
uma alta SNR sem aumentar em demasiado o custo laboral (HASEGAWA, 1991).
Entender a visão humana e suas limitações se faz necessário visto que muito
dos algoritmos utilizados no processamento de imagens são de alguma forma baseados
neste entendimento: no que as pessoas veem, no que acham que viram e no que elas
não viram. Ver não é sinônimo de enxergar, como diria Sherlock Holmes (RUSS &
NEAL, 2017).
Independentemente de ser bom ou ruim, é por esta maneira que os cientistas
recebem informações sobre experimentos em microCT e radiologistas emitem seus
laudos. O mecanismo de interpretação de imagens e reconhecimento de padrões
desenvolvido em milhares de anos pelos humanos, e com grande responsabilidade na
perpetuação da espécie, não necessariamente funcionam bem no campo cientifico.
Desta forma, entender os diferentes tipos de informações que podem ser extraídas, o
papel da expectativa e o viés gerado pela nossa visão é necessário para o cientista
confiar em seus resultados (RUSS & NEAL, 2017).
Informações de suporte são necessárias para criar um contexto de entendimento
e foco no que se deve ser estudado, existindo poucos motivos para se esperar que duas
pessoas extraiam a mesma informação de uma figura ou dataset, visto que partem de
conhecimentos, cultura e experiências diferentes. Estudos sugerem que pessoas
ocidentais fixam a atenção em objetos do primeiro plano, coloridos ou brilhosos;
entretanto, asiáticos prestam maior atenção no todo, em detalhes do fundo, notando a
presença do objeto mas não estudando ou memorizando informações do objeto (RUSS
& NEAL, 2017).
O olho humano não mede os graus de cinza, mas sim compara sua diferença,
seu contraste. Em geral, 64 graus de cinza são considerados o máximo discernível pelo
27
olho humano, apesar disso, sistemas de tomografia trabalham normalmente com 256
níveis de cinza (OGE & HUGO, 1999). A resolução de um olho humano sem a ajuda de
lentes é em torno de 100 micrometros quando o contraste é de 100% (entre linhas
brancas e pretas). O processo neural não é linear, logo, linhas pretas em fundo branco
são melhor resolvidas do que o contrário, onde há a sensação da definição da borda ser
menos abrupta. Quando as linhas são largas, menos contraste é necessário entre elas,
como pode ser visto na figura 6. Aumentar o zoom de uma imagem melhora a
visualização de detalhes pequenos em dimensão, porem torna mais difícil a percepção
de contraste, podendo diminuir a habilidade de visualização de detalhes. Na maior parte
de nossas experiências detectamos somente o que é esperado por nós e,
consequentemente, nosso conhecimento prévio influencia nesta percepção (RUSS &
NEAL, 2017).
Diminuição contraste
2.6 Reconstrução
A tarefa de reconstrução 3D, onde se atribui valores de cinza aos pixels, tem o
intuito de recuperar a função de densidade (µ) para o maior número possível de pontos
do objeto usando todo o conjunto de projeções. Isto se dá usando os dados brutos
obtidos durante o escaneamento, ou a “raw data”, sendo basicamente um conjunto de
radiografias bidimensionais realizadas sob diferentes ângulos. Estas projeções com as
informações de medidas de atenuação não fornecem diretamente a imagem, mas um
28
chamado sinograma, onde será aplicado o algoritmo de reconstrução para formação do
volume tridimensional (SCHULZE et al., 2011).
Feldkamp nunca afirmou que seu algoritmo era perfeito, na verdade, ele chamou
de método de feixe cônico “prático”. Este método não é exato como no caso 2D e pode
produzir os chamados artefatos de feixe cônico. Os erros aumentam e estão
relacionados com a divergência do feixe cônico, mas permanecem baixos para ângulos
de cone menores que 10 °, daí, mais uma vez, a influência do tamanho da área focal da
fonte e são mais importantes nas fatias superior e inferior, que às vezes são excluídas
da reconstrução. (PEYRIN et al., 2014) Ou seja, a fraqueza ou “calcanhar de Aquiles”,
ocorre basicamente nas superfícies horizontais paralelas ao eixo óptico da linha média,
onde são reconstruídas incorretamente pois os dados de projeção inclinados não
possuem informações suficientes para uma reconstrução correta e única.
29
linearmente ao coeficiente de atenuação efetivo do material em cada voxel, a
correspondência absoluta é arbitrária (KETCHAM et al., 2001).
30
2.7 Softwares
Geralmente, os sistemas de radiografia computadorizada fornecem programas
próprios de processamento de imagem e, neste sentido, utilizamos os softwares
desenvolvidos pela fabricante de dois dos três tomógrafos utilizados neste trabalho:
Bruker-microCT (Leuven, Bélgica). Durante o processo de reconstrução, alguns autores
descrevem os passos abaixo como pré-processamento de imagens, e têm como
finalidade melhoria de informação visual para a interpretação humana e o
processamento de dados para percepção automática (GONZALEZ & WOODS, 2000).
31
(SCHULZE et al., 2011). Parâmetros como update flat field e random moviment
foram utilizados na aquisição das imagens, não gerando grande artefatos em
anel na imagem final, mesmo assim, um valor apropriado foi determinado para
cada equipamento, baseado na experiência do operador, e buscando-se o
menor nível de influência destes artefatos na imagem reconstruída (SKYSCAN,
2016).
• Beam-hardening correction: Como dito anteriormente, os equipamentos
utilizados nesta tese trabalham com feixe policromático de energia e, estes
interagem de forma diferente com a amostra pois um fóton atravessando o centro
de um objeto interagirá com mais materiais do que os fótons que atravessam a
borda e, portanto, esses chegam aos detectores mais energéticos, fazendo os
objetos sejam reconstruídos artificialmente mais densos nas bordas
(MACHADO, 2015). Um filtro de alumínio de 1mm de espessura foi utilizado na
aquisição para a diminuição deste e, durante a reconstrução, um valor
apropriado foi determinado para cada equipamento. Este valor foi determinado
com a ajuda de uma linha de perfil feita sobre a imagem reconstruída e, baseado
na experiência do operador, buscou-se o perfil do gráfico gerado entre as
imagens dos diferentes equipamentos (SKYSCAN, 2016).
32
densidades serão excluídas na divisão, apresentando os valores extremos (neste caso
0 ou 255), mesmo sendo mais densas que o ar ou menos densas que o material mais
denso, e não serão visualizadas na imagem final.
2.8 Filtros
Após a reconstrução, o objetivo final é segmentar (separar) o volume de
interesse a ser estudado das outras estruturas presentes na amostra. Para isto, é
importante uma boa definição da borda do objeto, porém, a qualidade da imagem final
pode não necessariamente estar pronta para a direta definição deste limiar, sendo
necessária uma melhora nos parâmetros de qualidade de imagem. Desta forma, não é
incomum a necessidade de aperfeiçoamento da imagem para esta segmentação e,
entre as opções de processamento de imagens, a filtragem normalmente é a primeira
etapa.
33
dependendo dos pixels vizinhos. No software CTAn, após a escolha do algoritmo de
filtragem, deve-se definir valores de abrangência de três importantes parâmetros na
utilização dos filtros: Kernel, espaço 2D ou 3D e radius. A definição literária de cada
parâmetro pode ser vista a seguir:
34
aguçam mais por excluir menores áreas, valores altos excluem áreas de menor
contraste. (BRUKER, 2018)
2.9 Segmentação
Todo estudo que utiliza a microCT, e se propõe a quantificar dados,
necessariamente terá de segmentar o objeto a ser estudado e este processo é
extremamente correlacionado com a qualidade da imagem final e a capacidade do
sistema para definir a borda do objeto, ou seja, o limiar entre o objeto e o fundo. O dado
de saída da segmentação é em forma de pixels com valores binários correspondentes
ao preto e ao branco, o que corresponde tanto à fronteira de uma região como a todos
os pontos dentro da mesma, sendo necessário entender e decidir qual será a
representação dos dados, fronteira ou regiões completas.
35
imagem. Basicamente este passo se concentra na definição das bordas e resultará na
extração do objeto de interesse através da análise dos níveis de cinza que o compõem
e da escolha de um nível que os separa em grupos de tons de cinza (SALES, 2010;
RUSS & NEAL, 2017).
Nas imagens endodônticas, este limiar estabelece limites entre a dentina e o SCR
(poro), sendo importantes para a visualização correta das estruturas anatômicas,
volume total, estudos de morfologia interna, quantificação das paredes não tocadas por
instrumentos do tratamento endodôntico, transporte do canal e ação de produtos
químicos.
36
É lícito imaginar a possibilidade de uso de técnicas de cálculo do valor ótimo de
limiar com base nas propriedades estatísticas da imagem (OGÊ & HUGO, 1999). Desta
forma, para se evitar tais erros e permitir a comparação e replicação de resultados, é
desejável usar métodos automáticos baseados em algoritmos matemáticos, evitando ou
minimizando, assim, o viés do operador (GAO et al., 2009).
37
Muitos pesquisadores ainda buscam uma técnica que padronize a escolha de
um TH ótimo para realizar a binarização das imagens, entretanto, até o presente
momento, não existe nenhuma técnica padrão para tal escolha.
- Espaço 3D / 2D: Tal como acontece com a maioria dos plug-ins, o limiar Otsu
pode ser aplicado em espaços 3D ou 2D.
38
Após a escolha do limiar adaptável, deve-se configurar sua ação sobre alguns
parâmetros: executar no espaço 2d ou 3d; escolher um valor de raio de pixel para o
processamento, e, escolher um valor de offset “constante”. Abaixo a definição de cara
parâmetro:
• Raio: define o círculo dentro do qual o limiar é calculado, usando um dos três
métodos (mediana, média, média de min e máx.). A constante aplica um
deslocamento ao contraste de densidade mínima reconhecida pelo limiar.
Aumentar a constante pode remover estruturas associadas ao ruído;
• Espaço: pode ser aplicado em 3D (analisa a esfera em torno de cada voxel) ou
2D (analisa o círculo em torno de cada voxel). O método 3D é mais preciso, mas
leva significativamente mais tempo de processamento;
• Constante: quando um pré-limite é aplicado, então não é necessário definir uma
constante, e o valor constante pode ser deixado em zero. Nesta tese, iremos
trabalhar com um pré-limite, sendo esta escolha explicada abaixo.
39
3. MATERIAIS E MÉTODOS
40
Uma visão geral dos estudos, suas inter-relações e ordem pode ser visualizada
na Fig. 8:
Figura 8. Diagrama mostrando uma visão geral dos estudos e suas inter-relações.
41
o grupo não submetido a filtragem são avaliados para a definição dos filtros mais
apropriados. Esta definição e discussão se encontram no artigo 3.
Finalmente, com a definição das melhores possibilidades de pós-processamento
(Filtros e algoritmos de segmentação mais indicados) este conhecimento é aplicado nos
artigos que trabalharam a resolução espacial (artigo 1) e os parâmetros energéticos
(artigo 2). Neste último, são avaliados e relacionados os resultados do nível de ruído.
3.1 Amostra
Um dente extra-numerário (minisiso) com 19,5 mm de altura foi utilizado como
modelo para os artigos 1, 2, 3 e 4 – Figura 9, sendo extraído por motivação não
relacionada ao estudo e sua utilização foi aprovada pela Comissão de Ética Medica da
KU Leuven (Commission for Medical Ethics of KU Leuven) sob o número de protocolo
S54254.
3.2 Equipamentos
42
da KU Leuven e Laboratório de Instrumentação Nuclear - UFRJ, respectivamente. O
terceiro microtomógrafo é um Phoenix NanoTom desenvolvido pela General Eletric –
GE, também pertencente ao Departamento de metalurgia e Engenharia de materiais da
KU Leuven.
Como os aparelhos de microtomografia por raios X são tipicamente
personalizados, é impossível fornecer uma descrição detalhada de seus princípios e
operações, desta forma a tabela 1 resume as especificações dos principais
componentes de cada aparelho, seguido de textos individualizados para maior
detalhamento. O material apresentado nesta e nas próximas seções é uma combinação
de informações fornecidas pelos fabricantes dos sistemas e literatura disponível.
Para uma visão técnica mais completa da TC, recomenda-se a publicação ASTM
E1441-92a (ASTM, 1992) como um excelente ponto de partida. (KETCHAM et al., 2001)
43
µCT equipment: Skyscan 1172
Geometria adaptável que dá escolhas de resolução variáveis e colocação das
amostras variáveis a partir da fonte: o Skyscan 1172 possui posicionamento de amostra
Description:
com mudança automática e ampliação de amostra variável para digitalização (geometria
adaptativa). Computer
Essa arquitetura
Tomographyde isúltima geração, nainspection
a non-destructive qual tanto a amostra
technique basedquanto a
on differences in
absorption/attenuation of X-Rays through the material. The CT-technique
câmera de raios-x (o detector), podem ser movidas para mais perto ou para longe da provides a 3D-data set of in
the sample. The attenuation of X-Rays depends on the atomic number, density and thickness of the
fonte, conforme necessário,
material and on thenos permite
energy of theencontrar
X-Ray beam.uma ampliação cada
Non-destructive vez of
inspection maior
internal structure,
(resolução) tomodensity analysis, size de
e as necessidades and volumetric
tamanho measurements,
do investigador... areepossible on the 2D as well as the 3D-
da amostra,
images.
respectivamente. Este recurso permite capacidades de alto desempenho pois tem uma
resolução nominal (tamanho
The Skyscan 1172 isde pixel) inferiordesktop
a high-resolution a 1 μm. Nomicro-CT
X-ray entanto,system
esse for
design de
small samples.
Applications:
geometria flexível material
também science,que
permite biology,
um micro-electronics,
usuário reduza …o desempenho do
instrumento para um tamanho de pixel de 25 μm (tendo capacidade de tamanho de pixel
variável entre 1-25 μm). Geometria de aquisição dinâmica variável, onde a amostra e o
detector podem se mover para próximo da fonte de raios-x, o que permite melhorar a
resolução e trabalhar com voltagem de pico menor.
44
intervalo de potência (1W-8W), não ultrapassa 8μm (HAMAMMATSU PHOTONICS,
2012a). Neste contexto, Atila (2015) obteve resultados que indicam que o tamanho focal
máximo medido foi igual a 8,24±1,38 μm na direção horizontal e a 8,12±1,13 μm na
direção vertical, apresentando uma boa concordância com os valores fornecidos pelo
fabricante.
O detector usado é um sensor do tipo flat panel com matriz de 2240 x 2240
pixels, com tamanho de pixel de 50µm e 12bits de range dinâmico, produzido pela
Hamamatsu, modelo C7942SK-05, com material cintilador de Oxisulfeto de Gadolíneo
(GSO) (HAMAMMATSU PHOTONICS, 2012 b). As aquisições das imagens são
realizadas por transmissão de feixes de raios X, este com formato cônico, e o objeto
pode ser rotacionado 180° ou 360° a passos angulares fixos. A cada passo é gerada
uma projeção, sendo a média de diferentes frames, que é salva em um arquivo pré-
determinado.
45
nanoCT® of TSVs in an 3D volume slice of an 3D metrology image of
electronic package. The AlMg5Si7 alloy (Ø 350 µm): an injection molded part
3.4 Aquisição
46
Tabela 2. Vinte e um parâmetros de aquisição diferentes (relação kV/µA) distribuídos
em três diferentes potencias de raios-X.
47
A aquisição de referência foi realizada com os mesmos parâmetros de aquisição
expostos na tabela 3 para as aquisições do grupo NanoTom, porém com uma
magnificação maior, o que proporcionou um tamanho de pixels de 4,5 µm.
3.5 Reconstrução
48
O volume total do canal da referência não foi utilizado para comparação entre
tomógrafos devido à incerteza associada a aquisição não ter sido realizada na mesma
posição das aquisições em 16,50 µm, pela necessidade de maior magnificação. Desta
forma, somente as estruturas visualizadas qualitativamente serviram de referência para
o método de graduação simples.
49
considerada a número 0, e somadas a esta, 245 fatias para completar o volume total.
Este volume foi salvo como um novo dataset.
O próximo passo então foi a utilização dos filtros, o que será explicado com mais
detalhes no artigo 3 da presente tese. Após a filtragem do dataset, a ferramenta "ROI
shrink-wrap" foi utilizada para definir a região de interesse (ROI) de cada fatia,
resultando no volume total do terço apical da raiz. Este ROI é importante para a remoção
do background, através de operações morfológicas, já que sua presença acarretaria
mudanças no histograma, por considerar os níveis de cinza externos à amostra, e
influenciar posteriormente nos resultados da binarização.
Após a utilização dos filtros e remoção do background, cada dataset foi gravado
para posterior segmentação como explicado no artigo 4. Após a binarização, as
amostras foram quantificadas utilizando o programa CTAn v.1.18.4.0 (Bruker microCT,
Bélgica). O volume total do SCR (em mm3) foi utilizado na análise quantitativa, ao
mesmo tempo em que foi renderizado em volume 3D para auxílio na análise qualitativa
50
3.6.2.1 SNR
Este cálculo foi realizado pelo software baseado em valores advindos da seleção
de regiões de interesse retangulares (base 20 x altura 55 pixels), em 30 diferentes
pontos na região de fundo das projeções radiográficas da aquisição, como pode ser
visto na Figura 14.
Figura 14. Imagem do software Isee mostrando a projeção à direita e o quadro com o
cálculo da SNR. Em azul, o valor do tamanho do pixel de aquisição e, logo abaixo, o
valor da SNR.
O ruído de um sinal pode ser definido como as variações aleatórias em seu valor
devido às mais diversas razões, conforme discutido no capítulo de fundamentação
teórica. Neste estudo, utilizando três projeções radiográficas sob a variação da tensão
51
da fonte de raios X nos três diferentes tomógrafos, realizaram-se as investigações de
SNR em dez regiões com área igual a 20x55 pixels, conforme sugerido pela norma EN
14784-1 (EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION, 2005) com auxílio do
programa Isee v. 1.11.1 (German Federal Institute for Materials Research and Testing,
BAM).
52
4. RESULTADOS
53
a) b)
54
para RE e, por si só, não descrevem a performance de um sistema como um todo
(BRUKER, 2017).
55
em dois protocolos diferentes em que se variou a potência utilizada (8 e 10 watts). Para
a potência de 8 watts, foi utilizada a configuração de 70 kV, 114 µA e, para a potência
de 10 watts, a configuração de 100 kV, 100 µA. Em todas as aquisições mantiveram-se
os mesmos parâmetros de aquisição, inclusive o tamanho de pixel, nos três
equipamentos de microtomografia diferentes.
Ao final, tinha-se três diferentes datasets para o grupo de 8 watts: Skyscan 1172
em 8 Watts (1172_8W), Skyscan 1173 (1173) e no Phoenix Nanotom (NanoTom_8W),
e, para o grupo de 10 watts de potência (100kV, 100µA), somente no Skyscan 1172
(1172_10W) e no Phoenix Nanotom (NanoTom_10W), como visto no esquema
apresentado na Figura 16:
8W 10 W
Phoenix NanoTom
General Eletric - GE
56
Tabela 4. Os 27 datasets finais, relativos ao aparelho 1172, 1173 e NanoTom, em 8
watts separados em colunas referentes aos filtros utilizados.
Grupos em 8 Watts
1172_8W + no filter + MM60 1172_8W + Kuwahara + MM60 1172_8W + Unsharp Mask + MM60
1172_8W + no filter + Otsu2D 1172_8W + Kuwahara + Otsu2D 1172_8W + Unsharp Mask + Otsu2D
1172_8W + no filter + Otsu3D 1172_8W + Kuwahara + Otsu3D 1172_8W + Unsharp Mask + Otsu3D
1173 + no filter + MM60 1173 + Kuwahara + MM60 1173 + Unsharp Mask + MM60
1173 + no filter + Otsu2D 1173 + Kuwahara + Otsu2D 1173 + Unsharp Mask + Otsu2D
1173 + no filter + Otsu3D 1173 + Kuwahara + Otsu3D 1173 + Unsharp Mask + Otsu3D
NanoTom + no filter + MM60 NanoTom + Kuwahara + MM60 NanoTom + Unsharp Mask + MM60
NanoTom + no filter + Otsu2D NanoTom + Kuwahara + Otsu2D NanoTom + Unsharp Mask + Otsu2D
NanoTom + no filter + Otsu3D NanoTom + Kuwahara + Otsu3D NanoTom + Unsharp Mask + Otsu3D
Grupos em 10 Watts
1172_10W + no filter + MM60 1172_10W + Kuwahara + MM60 1172_10W + Unsharp Mask + MM60
1172_10W + no filter + Otsu2D 1172_10W + Kuwahara + Otsu2D 1172_10W + Unsharp Mask + Otsu2D
1172_10W + no filter + Otsu3D 1172_10W + Kuwahara + Otsu3D 1172_10W + Unsharp Mask + Otsu3D
NanoTom + no filter + MM60 NanoTom + Kuwahara + MM60 NanoTom + Unsharp Mask + MM60
NanoTom + no filter + Otsu2D NanoTom + Kuwahara + Otsu2D NanoTom + Unsharp Mask + Otsu2D
NanoTom + no filter + Otsu3D NanoTom + Kuwahara + Otsu3D NanoTom + Unsharp Mask + Otsu3D
4.1.2 Resultados
57
Tabela 6. Valores relativos ao volume total do SCR dos grupos 8 Watts e 10 Watts nos
deiferentes filtros e algoritmos de segmentação:
58
Figura 18. Fotografia 2D da renderização 3D dos 18 datasets finais, relativos ao
aparelho 1172 e NanoTom, em 10 watts separados em colunas referentes aos filtros
utilizados
59
4.2 - Artigo 2: A importância dos parâmetros energéticos da aquisição
tomográfica na resolução espacial e sua relação com ruído.
60
Embora não seja tratado como um artefato, o ruído é um fator de deterioração
da imagem (PAUWELS, 2015) e a consciência da influência deste na qualidade dos
resultados, sejam eles qualitativos ou quantitativos, deve sempre ser levada em
consideração na seleção dos melhores parâmetros de aquisição. É possível otimizar a
qualidade da imagem, diminuindo o número ou, em alguns casos, fazendo com que não
haja necessidade de pós-processamento. (BRUKER, 2018)
Para este estudo foi utilizada a amostra padrão desta tese, e a aquisição ocorreu
utilizando dezessete parâmetros diferentes (relação kV/µA) distribuídos em três
diferentes potências de raios-X. Foi possível comparar os mesmos parâmetros em dois
tomógrafos diferentes: Skyscan 1172 and Skyscan 1173, utilizando 8 watts e Skyscan
1172 utilizando 10 watts, e Nanotom, 15 Watts. As diferentes configurações energéticas
para as aquisições estão expostas na Tabela 7:
61
Tabela 7. Configurações de parâmetros utilizados, onde se variou a relação kV/µA na
aquisição
Por não haver normalidade para os valores de SNR, foi utilizado o teste
estatístico Kruskal-Wallis (SPSS statistics 21, IBM Corp. Chicago, IL, USA) com nível
de significância de 95% seguido por Bonferroni post-hoc e correção de Bonferroni para
testes múltiplos.
62
4.2.2 Resultados
Figura 19. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial, para
o grupo 1172 utilizando a potência energética de 8 watts
63
Figura 20. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial, para
o grupo 1172 utilizando a potência energética de 10 watts
Figura 21. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial, para
o grupo 1173_Unsharp e 1173_No_filter, utilizando a potência energética de 8 watts
64
Figura 22. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial, para
o grupo 1173_ Kuwahara, utilizando a potência energética de 8 watts
Figura 23. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial, para
o grupo Nanotom_Unsharp, Nanotom_No_filter e Nanotom_Kuwahara, utilizando a
potência energética de 15 watts
65
As diferenças qualitativas também foram analisadas e verificadas nas fatias
bidimensionais, e podem ser exemplificadas nas Figuras 24, 25 e 26.
Figura 24. A mesma fatia, em três diferentes energias (40, 55 e 70kV) mostra a
conexão e falta de conexão com o canal principal
Figura 25. A mesma fatia, em três diferentes energias (40, 55 e 70kV) mostra o
aumento da falta de conexão com o canal principal (espessura da dentina)
66
Figura 26. A mesma fatia, em três diferentes energias (40, 55 e 70kV) mostra a não
segmentação de um poro em energias maiores
Como pode ser visualizado no gráfico 2, houve uma grande diferenca positiva na
SNR ao se utilizar o NanoTom em 15 Watts. Além disso, percebe-se que os valores
onde se viu perda significativa de estruturas do SCR, 40 e 45 kV para o 1173, foram os
que apresentaram SNR mais baixos, excetuando estas energias, todos apresentaram
valores médios de SNR maiores que 700.
67
Foi observado um aumento gradual da média de SNR, com diferença estatística
significativa entre todas as energias nos tomógrafos 1173 e Nanotom. O mesmo padrão
foi observado, em menor escala e sem diferença estatística significativa entre as duas
últimas energias, no tomógrafo 1172_8W. Já o 1172_10W apresentou aumento da SNR
até a energia de 80kV, havendo decréscimo gradual nas duas energias subsequentes.
68
Figura 27. Valores de volume do SCR referentes as diferentes relações kV/µA em
cores distribuídos entre os tipos de filtros e algoritmos de segmentação utilizados.
69
Gráfico 1. Média da SNR nas quatro diferentes potencias:
c e e
bc de
a ab cd
bc
ab
a
d
b d
ab b
a b ab c
b
a
70
4.3 Artigo 3: O uso de filtros no processamento da imagem tomográfica e sua
influência na visualização e quantificação de estruturas do SCR.
O objetivo deste trabalho foi definir o melhor filtro para trabalhos em Endodontia,
assim como avaliar a influência destes diferentes algoritmos de filtragem (filtros) em
dentes. Os filtros selecionados e utilizados são bem estabelecidos na literatura, não
71
somente a endodôntica, e estão disponíveis no programa de analise CTAn v.1.18.4.0
(Bruker microCT, Bélgica). A hipótese testada é de que não há mudanças qualitativas e
quantitativas significativas com o uso de filtros.
Todos os datasets (imagem bruta) utilizados no "artigo 2" da presente tese foram
submetidos a três diferentes filtros (Unsharp Mask, Kuwahara e Anisotropic Diffusion)
ou a quatro combinações de filtros (Unsharp+Kuwahara, Unsharp+Anisotropic,
Kuwahara+Unsharp e Anisotropic+Unsharp). No total, tinham-se 8 grupos de datasets
por energia ao se somar o dataset sem a utilização de fitros (grupo No_filter), como visto
na Figura 28:
72
Desta forma, cada grupo de filtros apresentou a quantidade de datasets abaixo,
dividida por aparelho:
4.3.2 Resultados
- Nos tomógrafos 1173 e NanoTom, as melhores imagens foram dos grupos MM_60,
seguido por Otsu_3D e Otsu_2D, respectivamente;
- No tomógrafo 1172, as melhores imagens foram dos grupos Otsu_3D, seguido por
Otsu_2D e MM_60, respectivamente;
73
Figura 29. Prancha com imagens 2D do modelo 3D, na mesma posição espacial, para
o grupo 1172_8W, em todos os filtros utilizados.
74
Volume SCR - Comparando diferentes FILTROS
KUWAHARA NO FILTER UNSHARP ANISO
Média 0,32558 0,31632 0,31771 0,32966 0,32273 0,32343 0,31337 0,29660 0,29884 0,31730 0,31684 0,31696
NanoTom
Desv. P 0,00853 0,00111 0,00056 0,00756 0,00042 0,00084 0,01537 0,00181 0,00243 0,00111 0,00116 0,00114
75
de desvio padrão foram divididos em faixas por cores: Abaixo de 0,00200 - azul; de
Tabela 9. Média do volume do SCR, acompanhado pelo desvio padrão, dos quatro
Os valores do desvio padrão para filtro foram plotados e podem ser visualizado
no Figura 30:
76
Figura 30. Valores de desvio padrão por equipamento (cores), separado por filtros
Com ajuda da Figura 30 vê-se que, em todos os tomógrafos, o uso dos filtros
Kuwahara e Unsharp levaram a uma diminuição do desvio padrão em relação ao dataset
bruto (grupo No_filter). Já o filtro Anisotropic diffusion acarretou em um aumento nos
valores do desvio padrão.
Gráfico 4. Análise estatística dos valores relativos ao volume do SCR, distribuido por
filtro/combinacao de filtros, no grupo 1172_8W:
c c c
bc bc
ab
a a
K No U A UA UK AU KU
K No U A UA UK AU KU
77
Gráfico 5. Análise estatística dos valores relativos ao volume do SCR, distribuido por
filtro/combinacao de filtros, no grupo 1172_10W:
b b
b
a a a
c c
K No U A UA UK AU KU
Gráfico 6. Análise estatística dos valores relativos ao volume do SCR, distribuido por
filtro/combinacao de filtros, no grupo 1173:
c c b
c
b bd
a ad
K No U A UA UK AU KU
78
Gráfico 7. Análise estatística dos valores relativos ao volume do SCR, distribuido por
filtro/combinacao de filtros, no grupo NanoTom:
b b
a a
a a
c c
K No U A UA UK AU KU
Os valores do desvio padrão para filtro foram plotados e podem ser visualizado
no gráfico 10:
Gráfico 8. Gráfico em barras, relativas aos valores de desvio padrão apresentados por
diferentes filtros/combinacao de filtros, em diferentes energias e aparelhos. Nota-se a
diminuição do mesmo ao uso dos filtros Kuwahara e Unsharp mask:
79
4.4 Artigo 4: Qual o algoritmo de segmentação ideal para trabalhos na
Endodontia?
80
4.4.1 Materiais e Métodos
4.4.1.1 - 1ª fase:
Três datasets (um de cada tomógrafo), sem a utilização de filtros, foram
submetidos a basicamente todas as opções de algoritmos de segmentação oferecidos
no CTAn (CTAnalyser; versão 1.17.5.0, Bruker, Bélgica), com a exceção do método
global, que foi excluído deste estudo por motivo explicitado na fundamentação teórica
da presente tese. Desta forma, foram testados em todos os algoritmos automáticos e
não-automáticos (todos os diferentes parâmetros foram testados com diferentes valores
em cada algoritmo semiautomático) no software CTAn. No total foram gerados 54
grupos de datasets.
81
Uma visão geral desta fase pode ser visualizada na Figura 31:
4.4.1.2 - 2ª fase
Os datasets resultantes da seleção realizada na fase 1 foram submetidos aos
quatro algoritmos de segmentação selecionados na fase anterior, como visto na Figura
31 Nesta fase, houve a comparação entre datasets provenientes de três diferentes
equipamentos (1172, 1173 e NanoTom), em diferentes potências e parâmetros
energéticos, como abordado no artigo 2 da presente tese. Foram realizadas análises
qualitativas e a quantificação do volume do SCR. Os dados quantitativos foram
analisados e comparados com a análise qualitativa buscando-se a relação entre o
aumento de detalhes qualitativos acompanhados da média do volume total e do desvio
padrão.
Desta forma, cada dataset utilizado foi submetido às três opções de filtro (Sem
filtro, Unsharp e Kuwahara) e, ao final formaram-se doze grupos:
82
• 1172_8W_Unsharp; 1172_8W_No_filter; 1172_8W_Kuwahara;
• 1172_10W_Unsharp; 1172_10W_No_filter; 1172_10W_Kuwahara;
• 1173_Unsharp; 1173_No_filter; 1173_Kuwahara;
• NanoTom_Unsharp; NanoTom_No_filter; NanoTom_Kuwahara.
Em seguida, a binarização foi realizada pelos três algoritmos (Otsu 2D, Otsu 3D
e Mean of Min and Max com pré-thresholding de 60-255 e constant de -100), havendo
ao final, 36 grupos por tomógrafo e energia.
4.4.2 Resultados
4.4.2.1 - 1ª fase
Com base nestes resultados, foram definidos três algoritmos para a segunda
fase deste estudo, onde se objetivou a análise de amostragem maior com datasets
advindos de diferentes equipamentos e parâmetros, sendo eles:
83
- “Otsu 2D”; que apresentou o mesmo volume que Rider-Calwary 2D;
- “Mean of min and máx. ” com os seguintes parâmetros: Pré-thresholding 60 e 70, com
Constante -100 e Espaço 2D; que apresentou o mesmo volume que o “Mean” e “median”
com constantes negativas, independente do espaço.
4.4.2.2. - 2ª fase
Figura 32. Prancha com imagens bidimensionais de modelos 3D gerados pelo grupo
do algoritmo de segmentação "MM+100;70;3D".
Nos tomógrafos 1173 e NanoTom, as melhores imagens foram dos grupos MM_60,
seguido por Otsu_3D e Otsu_2D, respectivamente;
84
No tomógrafo 1172, as melhores imagens foram dos grupos Otsu_3D, seguido por
Otsu_2D e MM_60, respectivamente;
85
Os resultados das análises estatísticas podem ser visualizados nos gráficos 11
a 14:
Unsharp Kuwahara
Kuwahara No_filter Unsharp + +
Kuwahara Unsharp
c c c c
a a
a a a a
a a a
Unsharp Kuwahara
Kuwahara No_filter Unsharp + +
Kuwahara Unsharp
c c c c
a a
a a a a a
a a a
86
Gráfico 11. Grupo 1173: Média do v olume do SCR após filtragem e segmentação. Eixo
X: # 1, 4, 7, 16 e 22 referentes a MM60; # 2, 5, 8, 17, 23, Otsu 2D; e, # 3, 6, 9, 18, 24,
Otsu 3D.
Unsharp Kuwahara
Kuwahara No_filter Unsharp + +
Kuwahara Unsharp
d d
e e e e
c c
a a a a a a
Gráfico 12. Grupo NanoTom: Média do volume do SCR após filtragem e segmentação.
Eixo X: # 1, 4, 7, 16 e 22 referentes a MM60; # 2, 5, 8, 17, 23, Otsu 2D; e, # 3, 6, 9, 18,
24, Otsu 3D.
Unsharp Kuwahara
Kuwahara No_filter Unsharp + +
Kuwahara Unsharp
bc bc
b
c bc
bc b
ac
ac
ac ac ac ac
a
a
87
Gráfico 13. Desvio padrão dos diferentes algorit,os de segmentacao (cores) separados
entre os aparelhos e energias correspondentes.
88
5. DISCUSSÃO
Como dito anteriormente, em três dos cinco mais frequentes temas de aplicação
desta técnica em Endodontia: no estudo da instrumentação dos canais radiculares; na
geração de trincas e fraturas; e no estudo da anatomia interna; temos somente dois
tipos de materiais que compõem o objeto a ser estudado: a dentina e o SCR que, por
apresentar coeficiente de atenuação muito baixo e inferior a dentina, pode ser
considerado poro (vazio). Deve-se portanto ressaltar a importância de se trabalhar com
uma resolução espacial sensível a ponto de permitir sua visualização e,
consequentemente, definir de maneira correta o limite entre a borda da dentina e o
SCR. Este é o fator mais importante na visualização e posterior correta quantificação
do SCR, influenciando nos resultados de trabalhos que utilizam a microCT em dentes.
O primeiro estudo a atentar a esta informação foi PETERS & PAQUÉ (2011),
onde mostraram que o tamanho de pixel utilizado afetou diretamente resultados do
estudo. Para isto, compararam a quantidade de área tocada do canal principal por
diferentes sistemas de instrumentação, em diferentes tamanhos de pixel do mesmo
tomógrafo e mostraram que, quando se utilizou um tamanho de pixel de 20µm,
apresentou-se 25,2% de área do canal não tocada pelo instrumento. Porém, quando se
recalculou a mesma área utilizando pixel de 34 µm, o resultado foi de 38,8% de área
89
não tocada. A resolução espacial propriamente dita, porém, não foi abordada ou
discutida por este artigo.
Como o demostrado acima, fica claro que, mesmo sendo comum, supor que
tamanho de pixel é equivalente à resolução espacial do sistema é um erro, já que o
mesmo dente, com o mesmo tamanho de pixel e parâmetros de aquisição, apresentou
resultados significativamente diferentes, tanto qualitativa quanto quantitativamente.
90
Comprova-se que o tamanho do pixel é um termo puramente geométrico que, apesar
de sua grande influência, torna-se sem sentido na comparação de diferentes sistemas
devido a influência de outros fatores no cálculo da resolução do sistema (CARL ZEISS
MICROSCOPY GMBH, 2013).
91
visualização de lacunas de osteócitos. Segundo o autor, isto era previsível, já que a
imagem de lacunas de osteócitos requer uma resolução espacial melhor que 5 ou 10
μm (PEYRIN, 2014).
92
anatômicas visualizadas. Entretanto, dois operadores ao avaliarem estes dados,
concordaram que houve significativo aumento no tempo necessário para a análise
qualitativa nos datasets advindos do menor tamanho de pixel, juntamente com um
aumento da dificuldade de visualização e avaliação das estruturas. Na literatura, é
sabido que o aumento da resolução espacial coloca uma maior demanda nos algoritmos
de reconstrução e processamento de dados para analisar amostras com campo de visão
significativo (PEYRIN et al., 2014).
93
(BRUKER, 2018). Deve-se ter em mente que, dependendo do que se está a estudar,
esta operação morfológica pode ser válida por simplificar todo o complexo sistema de
canais radiculares aos canais principais, porém, eliminariam pequenos canais não
conectados ao canal principal. Desta forma, deve-se ter uma justificativa para o seu uso
e o conhecimento da influência desta ferramenta no resultado final. Além de ser
importante ressaltar que estas pequenas estruturas, ou poros, não conectados ao canal
principal, poderiam ser visualizados em resoluções melhores, podendo representar
estruturas anatômicas que justificariam o fracasso da terapia Endodôntica.
Além da RE, a presente tese mostrou que a presença destas estruturas tem
sua incidência relacionada a definição da borda da dentina de forma mais fidedigna
possível, sendo necessário um bom contraste entre os dois materiais e nível de ruído
mínimo para que seja permitida esta definição. Desta forma, no artigo 2, abordou-se a
influência do contraste na imagem final, ao se compararem aquisições com diferentes
energias de feixe. Deve-se destacar que as características energéticas do feixe são o
94
único fator, passível de ser controlado pelo operador, que influenciam no cálculo do
coeficiente de atenuação e, consequentemente, no contraste.
Desta forma, podemos verificar que menores energias do feixe de raios-X (kV)
estão relacionadas a um melhor contraste e maior incidência destas pequenas
estruturas. Isto ficou evidente nos grupos 1172_8W, 1173 e NanoTom em que as
melhores imagens foram visualizadas na energia mais baixa, seguindo-se em ordem
crescente de energias. Entretanto, para o grupo 1172_10W, a melhor imagem foi na
seguinte ordem de energia: 90kV, 80kV, 100kV, 50kV, 60kV, 70kV; não havendo um
motivo muito claro para este resultado. Outro fator positivo para o uso de energias
menores é a possibilidade de se trabalhar, dependendo do tomógrafo, com um tamanho
focal menor e, consequentemente, uma melhor resolução espacial.
Dito isto, deve-se perguntar: teria o aumento de volume em 70kV relação com
os raios X característicos do anodo (tungstênio) como mostra a figura 35? Por ser
somente visualizado em aquisições com potência de 8 Watts, estaria estes picos
relacionados ao valor do SNR, já que os menores valores de SNR foram vistos nas
menores potências? Trabalhos futuros são necessários para uma melhor avaliação e
resposta.
95
Distribuição de Energia - Filtro de Alumínio (1
mm)
1,20E+07
50 kV 60 kV 70 kV 80 kV 90 kV 100 kV
1,00E+07
Contagens keV.cm².mAs/m
8,00E+06
6,00E+06
4,00E+06
2,00E+06
0,00E+00
0 20 40 60 80 100
Energia keV
Figura 35. espectro de raios X com uso de filtro de alumínio de 1mm (ARAUJOl,
2016).
96
Deste modo, uma consideração se faz necessária ao se analisarem os
resultados do grupo 1172_10W: as aquisições deste grupo foram as que mais
demandaram tempo, cerca de 4 horas cada e, devido a isto, foram necessários dois
dias, o que pode ter gerado mudança de posição da amostra além de aumentar a
incidência dos ruídos inerentes ao sistema, como explicado na fundamentação teórica
da presente tese.
97
comparação entre diferentes estudos, como exige o método científico, ocorre com maior
confiança, pois o menor desvio padrão torna o conjunto dos resultados mais
homogêneo.
98
apresentaram melhores imagens qualitativas, 1173 e NanoTom, as melhores
segmentações ocorreram no grupo em que se utilizou um algoritmo semiautomático
(MM_60), seguido pelos algoritmos automáticos Otsu_3D e Otsu_2D, respectivamente.
O valor de desvio padrão do MM60 porém, foi muito superior ao Otsu 2D e 3D. Já no
tomógrafo 1172, que apresentou imagens piores qualitativamente, as melhores
segmentações foram com o uso dos algoritmos automáticos, grupos Otsu_3D e
Otsu_2D, seguido por e MM_60, respectivamente. Estes resultados sugerem que,
quando apresentada uma imagem de qualidade boa, o operador pode agregar benefício
a segmentação.
Cabe aqui uma reflexão: o que é mais importante neste tipo de trabalho, a maior
visualização de estruturas ao “preço” da inclusão da possibilidade de viés do operador,
ou sua capacidade de replicação e comparação de resultados dos métodos
automáticos, como exige o método científico? Independentemente do supracitado,
entretanto, um importante resultado é que os grupos Otsu_3D apresentaram melhores
imagens em todos os tomógrafos em comparação com Otsu_2D (espaço 3D em
comparação com o espaço 2D).
99
6. CONCLUSÃO
100
métodos semiautomáticos, pode ser benéfica quando se trabalha com
imagens de qualidade ótima.
101
BIBLIOGRAFIA
AHMAD, A.M., ALISON, J.E., QUALTROUGH, B.C.H.D., DAVID C., WATTS, 2009, "A
Microcomputed Tomography Scanning Study of Root Canal Space: Changes after the
Ultrasonic Removal of Fractured Files", Journal of Endodontics, v. 35, n. 1.
ALAVI, A.M., OPASANON, A., NG, Y.L., GULABIVALA K., 2002, Root and canal
morphology of Thai maxillary molars. International Endodontics Journal v.35: pp. 478-
485.
ANTUNES, S.H., RÔÇAS, I.N., ALVES, F.R.F., SIQUEIRA, JR.J.F, 2015, "Total and
specific bacterial levels in the apical root canal system of teeth with post-treatment apical
periodontitis". Journal of Endodontics v. 41:1037-1042.
ASHRAF, E., MAREN, H-J., 2014, "Apical Constriction: Location and Dimensions in
Molars— A Micro–Computed Tomography Study", Journal of Endodontics, v.40: 8; pp.
1095-1099.
BABA, R., KONNO, Y., UEDA, K., IKEDA, S., 2002, "Comparison of flat-panel detector
and image-intensifier detector for cone-beam CT", Computerized medical imaging and
graphics, v.26, pp. 153-158.
BERKAN, C., REINHILDE, J., VASCONCELOS, K.V., HUANG, Y., NICOLIELO, L.F.P.,
ORHAN, K., 2017, "Assessment of Volumetric Distortion Artifact in Filled Root Canals
Using Different Cone-beam Computed Tomographic Devices", Journal of Endodontics,
v.43, pp.1517-1521.
102
BOUXSEIN, M.L., BOYD, S.K., CHRISTIANSEN, B.A., GULDBERG, R.E., JEPSEN,
K.J., MÜLLER, R., 2010, "Guidelines for assessment of bone microstructure in rodents
using micro–computed tomography", Journal of Bone and Mineral Research, v. 25, pp.
1468-1486.
BRUKER MICROCT, 2017, "MicroCT 3D registration after tooth root canal procedure:
removed volume, drill debris and touched/untouched surfaces", Method note MN110.
BRULLMANN, D., SCHULZE, R.K.W., 2015, "Spatial resolution in CBCT machines for
dental/maxillofacial applications-what do we know today?" Dento maxillo facial radiology,
v.44: 1; pp.20140204.
BUZUG, T. M., 2008. “Computed Tomography: From Photon Statistics to Modern Cone-
Beam CT”. Verlag Berlin Heidelberg, Springer.
CESAREO, R., 2000. X-ray physics: Interaction with matter, production, detection. La
Rivista del Nuovo Cimento, v. 23, pp. 1-231.
CLEGHORN, B.M., CHRISTIE, W.H., DONG, C.C.S., 2006, Root and root canal
morphology of the human permanent maxillary first molar: a literature review. Journal of
Endodontics v. 32: 813-821.
COHENCA, N., SIMON, J.H., ROGES, R., MORAG, Y., MALFAZ, J.M., 2007, Clinical
indications for digital imaging in dento-alveolar trauma - Part 1: traumatic injuries. Dent
Traumatol v. 23: pp. 95–104.
103
COTTON, T.P., GEISLER, T.M., HOLDEN, D.T., SCHWARTZ, S.A., SCHINDLER,
W.G., 2007, Endodontic aplications of cone-beam volumetric tomography. Journal of
Endodontics v.33, pp. 1121-1132.
DAVIS, G.R., EVERSHED, ANTHONY N.Z., MILLS, D., 2013, "Quantitative high contrast
X-ray microtomography for dental research", Journal of Dentistry, v.41, pp.475-482.
DAVIS, S.R., BRAYTON, S.M., GOLDMAN, M., 1972, The morphology of the prepared
root canal: A study utilizing injectable silicone. Oral Surgery, Oral Medicine and Oral
Pathology v. 33: pp. 101-110.
DE-DEUS, G., SILVA, E., MARINS, J., SOUZA, E., NEVES, A., 2014, “Lack of causal
relationship between dentinal microcracks and root canal preparation with reciprocation
systems”. Journal of Endododontics, v.40, pp. 1447-1450.
ELAYOUTI, A., HULBER-J, M., JUDENHOFER, M.S., CONNERT, T., MANNHEIM, J.G.,
LOST C., PICHLER, B.J., VON OHLE, C., 2014, "Apical constriction: Location and
dimensions in molars - A micro-computed tomography study", Journal of Endodontics,
v. 40, pp. 1095-1099.
ESPOSITO, S.A., HUYBRECHTS, B., SLAGMOLEN, P., COTTI, E., COUCKE, W.,
PAUWELS, R., LAMBRECHTS, P., JACOBS, R., 2013, "A Novel Method to Estimate the
Volume of Bone Defects Using Cone-Beam Computed Tomography: An In VitroStudy”,
Journal of Endodontics, v.39, pp.1111-1115.
104
computed tomography protocols in the identification of mesiobuccal canals of maxillary
first molars: a tomographic and ex vivo study", Journal of Endodontics, v.43, n.5, pp.
810-815.
GAMBILL, J.M., ALDER, M., DEL RIO, C.E., 1996, Comparison of nickel-titanium and
stainless steel hand-file instrumentation using computed tomography. Journal of
Endodontics v. 22: pp. 369-375.
GAO, Y., PETERS, O.A., HONGKUN, W., ZHOU, X., 2009, “An application framework
of three-dimensional reconstruction and measurement for endodontic research”. Journal
of Endodontics, v. 35, pp. 269-274.
GEKELMAN, D., RAMAMURTHY, R., MIRFARSI, S., PAQUÉ, F., PETERS, O.A., 2009,
“Rotary nickel-titanium GT and protaper files for root canal shaping by novice operators:
a radiographic and micro-tomography evaluation”. Journal of Endodontics, v. 35, pp.
1584-1588.
GREEN, D., 1960, Stereomicroscopic study of 700 root apices of maxillary and
mandibular posterior teeth. Oral Surg Oral Med Oral Pathol v. 13: pp. 728-733.
GU, L., WEI, X., LING, J., HUANG, X., 2009, "A Microcomputed Tomographic Study of
Canal Isthmuses in the Mesial Root of Mandibular First Molars in a Chinese Population",
Journal of Endodontics, v. 35: 3; pp. 353-356.
GU, Y-C., 2011, "A Micro–Computed Tomographic Analysis of Maxillary lateral incisors
with radicular grooves", Journal of Endodontics, v. 37, pp. 789-792.
GU, Y-C., ZHANG, Y-P., LIAO, Z-G., FEI, X-D., 2013, "A Micro–Computed Tomographic
Analysis of Wall Thickness of C-shaped Canals in Mandibular First Premolars", Journal
of Endodontics, v. 39: 8; pp. 973-976.
GUI, J., ZOU, J., RONG, J., HU, Z., ZHANG, Q., ZHENG, H., XIA, D., 2012,
"Investigation of the effect of tube voltage and imaging geometry on phase contrast
imaging for a micro-CT system", Nuclear Instruments and Methods in Physics Research
A, v. 669, pp.97-102.
HASEGAWA, B. H., 1991. The physics of X-ray imaging. Madison, Medical Physics
Publishing.
HESS, W., 1925, Anatomy of root canals of the teeth of the permanent dentition. Willian
Wood & Co: New York, EUA. Apud: DE DEUS, Q.D., 1992, Topografia da cavidade
pulpar e periápice. In: De Deus QD. Endodontia. 5a ed., Rio de Janeiro: MEDSI, 11-64.
105
INGLE, J.I., Beveridge, E.E., 1976, “Endodontics”. 2ª Ed., Philadelphia: Lea & Febiger.
745p.
JUDY, P. F., 1976, “The line spread function and modulation transfer of a computed
tomographic scanner”, Medical Physics, v. 3, n. 4, pp. 233-236.
JUN, L.I., LING, L.I., YIHUAI, P.A.N., 2013, "Anatomic Study of the Buccal Root with
Furcation Groove and Associated Root Canal Shape in Maxillary First Premolars by
Using Micro–Computed Tomography", Journal of Endodontics, v. 39: 2; pp. 265-268.
KETCHAM, R.A., CARLSON, W.D., 2001, " Acquisition, optimization and interpretation
of X-ray computed tomographic imagery: applications to the geosciences", Computers &
Geosciences, v. 27, pp. 381-400.
KIM, Y., CHANG, S.W., LEE, J.K., CHEN, I.P., KAUFMAN, B., JIANG, J., CHA, B.Y.,
2013, "A micro-computed tomography study of canal configuration of multiple-canalled
mesibuccal root of maxillary first molar". Clin Oral Invest 17:1541-1546.
LI, J., LI, L., PAN, Y., 2013, "Anatomic Study of the Buccal Root with Furcation Groove
and Associated Root Canal Shape in Maxillary First Premolars by Using Micro–
Computed Tomography", Journal of Endodontics, v. 39, pp. 265-268.
LIMA, I., 2006, Caracterização de estruturas internas ósseas através das técnicas de
microtomografia computadorizada tridimensional e fluorescência de raios X. Tese de
Doutorado. Programa de Engenharia Nuclear, UFRJ/COPPE.
LOPES, R.T., RODRIGUES, J.L., DE ASSIS, J.T., DE JESUS, E.F., DE OLIVEIRA, L.F.,
1997, “Evaluation of a microtomography system with an x-ray microfocus tube”, Appl
Radiat Isot v. 48, pp. 1437-1442.
LUND, H., GRÖNDAHL, K., GRÖNDAHL, H-G., 2009, "Accuracy and precision of linear
measurements in cone beam computed tomography Accuitomo tomograms obtained
106
with different reconstruction techniques", Dento maxillo facial radiology, v.38, pp. 379-
86
MACHADO, A.C., OLIVEIRA, T.J.I., CRUZ, F.B., LOPES, R.T., LIMA, I., 2014, “Porous
media investigation before and after hydrochloric acid injection on a pre-salt carbonate
coauinas sample”, Applied Radiation and Isotopes, v.110, pp.160-163.
MANNOCCI, F., PERU, M., SHERRIFF, M., COOK, R., PIIT FORD, T., 2005, “The
isthmuses of mesial root of mandibular molars: a micro-computed tomographic study”.
Int Endod J v. 38, pp. 558-563.
NABEL, E., HEIDT, H., STADE, J., 1986, Comparison of microfocus x-rays units. Brit J
Nondestr Test v. 28: pp. 133-153.
NEAVERTH, E.J., KOTLER, L.M., KALTENBACH, R.F., 1987, Clinical investigation (in
vivo) of endodontically treated maxillary first molars. Journal of Endodontics v. 13: pp.
506-512.
NIELSEN, R.B., ALYSSIN, A.M., PETERS, D.D., CARNES, D.L., LANDCASTER, J.L.,
1995, “Microcomputer tomography: an advanced system for detailed endodontic
research”. Journal of Endodontics, v. 21, pp. 561-568.
OGÊ, M.F., HUGO, V.N., 1999, "Processamento Digital de Imagens", Rio de Janeiro:
Brasport, 1999. ISBN 8574520098.
107
OLIVEIRA, M.F.S., 2012, “Avaliação de meios geológicos porosos por técnicas atômicas
e nucleares”. Tese (doutorado) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Nuclear,
COPPE, UFRJ. 149p.
PADGETT, R., KOTRE. C. J., 2004, “Assessment of the effects of pixel loss on image
quality in direct digital radiography”, Physics In Medicine and Biology, v. 49, pp. 977-
986.
PAQUÉ, F., BOESSLER, C., ZEHNDER, M., 2011, "Accumulated hard tissue debris
levels in mesial roots of mandibular molars after sequential irrigation steps", International
Endodontic Journal, v. 44, pp. 148–153.
PAQUÉ, F., GANAHL, D., PETERS, A.O., 2009, “Effects of root canal preparation on
apical geometry assessed by micro-computed tomography”. Journal of Endodontics, v.
35, pp. 1056-1059.
PAQUÉ, F., RECHENBERG, D., ZEHNDER M., 2012, “Reduction of hard-tissue debris
accumulation during rotary root canal instrumentation by etidronic acid in sodium
hypochlorite irrigant”. Journal of Endodontics, v. 38, pp. 692-695.
PAQUÉ, F., ZEHNER, M., MARENDING, M., 2010, “Apical fit of initial k-files in maxillary
molars assessed by micro-computed tomograpy”. International Endodontic Journal v. 43,
pp. 328-335.
PARK, J., LEE, J., HA, B., CHOI, J., PRINPANAYAGAM, H., 2009, “Three-dimensional
analysis of maxillary first molar mesiobuccal root canal configuration and curvature using
micro-computed tomography”. Oral surgery, oral medicine, oral pathology, oral
radiology, and endodontics, v. 108, pp. 437-442.
PATEL, S., DAWOOD, A., WHAITES, E., 2009, New dimensions in endodontic imaging:
part 1. Conventional and alternative radiographic systems. Int Endod J 42: 447– 462.
PAUWELS, R., SILKOSESSAK, O., JACOBS, R., BOGAERTS, R., BOSMANS, H.,
PANMEKIATE, S., 2014, "A pragmatic approach to determine the optimal kVp in cone
108
beam CT: balancing contrast-to-noise ratio and radiation dose", Dento maxillo facial
radiology, v. 43, pp. 2014-0059.
PETERS, O.A., LAIB, A., GÖHRING, T.N., BARBAKOW, F., 2001, Changes in root canal
geometry after preparation assessed by high-resolution computed tomography. J Endod
27: 1-6.
PETERS, O.A., LAIB, A., RÜEGSEGGER, P., BARBAKOW, F., 2000, “Three
dimensional analysis of root canal geometry by high-resolution computed tomography”.
J Dent Res 79:1405-1409.
PETERS, O.A., PAQUÉ, F., 2011, “Root canal preparation of maxillary molars with the
self-adjusting file: a micro-computed tomography study”, Journal of Endodontics, v. 37,
pp. 53-57.
PEYRIN, F., DONG, P., PACUREANU, A., LANGER, M., 2014, "Micro- and Nano-CT for
the study of bone ultrastructure", Curr Osteoporos Rep, v. 12, pp. 465-474.
RHODES, J.S., FORD, T.R., LYNCH, J.Á., LIEPINS, P.J., CURTIS, R.V., 2000, “A
comparison of two nickel-titanium instrumentation techniques in the teeth using
microcomputed tomography”, International Endodontic Journal, v. 33, pp. 279-285.
ROBINSON, J.P., LUMLEY, P.J., CLARIDGE, E., COOPER, P.R., GROVER, L.M.,
WILLIAMS, R.L., WALMSLEY, A. D., 2012, "An analytical Micro CT methodology for
quantifying inorganic dentine debris following internal tooth preparation", Journal of
Dentistry v. 40, pp. 999–1005.
RUSS, J.C., NEAL F.B., 2017, "The Image Processing Handbook" 7th, CRC Press, Inc.
Boca Raton, FL, USA ©2015, ISBN:149874026X 9781498740265.
SALMON, P.L., BUELENS, E., SASOV, A.Y., 2003, "Performance of in vivo micro-CT
analysis of mouse lumbar vertebral and knee trabecular bone architecture", J Bone Miner
Res, v. 18, s.2, pp. 256.
SCARFE, W.C., FARMAN, A.G., SUKOVIC, P., 2006, Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice. J Can Dent Assoc 72: 75–80.
109
SCHULZE, R., HEIL, U., GROSS, D., BRUELLMANN, D.D., DRANISCHNIKOW, E.,
SCHWANECKE, U., SCHOEMER, E., 2011, "Artefacts in CBCT: a review", Dento
maxillo facial radiology, v. 40, pp.265-73.
SKIDMORE, A.E., BJORNDAL, A.M., 1971, Root canal morphology of the human
mandibular first molar. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 32: 778-784.
SOMMA, F., LEONI, D., PLOTINO, G., GRANDE, N.M., PLASSCHAERT, A., 2009,
“Root canal morphology of the mesiobuccal root of maxillary first molars: a micro-
computed tomographis analysis”, International Endodontic Journal, v. 42, pp. 165-174.
TROPE, M., ELFENBEIN, L., TRONSTAD, L., 1986, Mandibular premolars with more
than one root canal in different race groups. J Endod 12: 343-345.
VERMA, P., LOVE, R.M., 2011, "A Micro CT study of the mesiobuccal root canal
morphology of the maxillary first molar tooth", International Endodontic Journal, v. 44,
pp. 210–217.
110
VIDAL, F., ASSIS, J.T., LOPES, R.T., LIMA, I., 2014, "2D/3D quantification of bone
morphometric parameter changes using X-ray microtomography with different pixel
sizes", Radiaton Physics and Chemistry, v.95, pp. 227-229.
VILLORIA, E.M., LENZI, A.R., SOARES, R.V., SOUKI, B.Q., SIGURDSSON, A.,
MARQUES, A.P., FIDEL, S.R., 2017, "Post-processing open-source software for the
CBCT monitoring of periapical lesions healing following endodontic treatment: technical
report of two cases", Dentomaxillofacial Radiology, v. 46, 20160293.
WELLER, R.N., HARTWELL, G.R., 1989, The impact of improved access and searching
techniques on detection of the mesiolingual canal in maxillary molars. J Endod 15: 82-
83.
WILDENSCHILD, D., SHEPPARD, A. P., 2013, “X-ray imaging and analysis techniques
for quantifying pore-scale structureand processes in subsurface porous medium
systems”, Advances in Water Resources, v.51, pp. 217-246.
ZASLANSKY, P., FRATZL, P., RACK, A., WU, M-K., WESSELINK, P.R., SHEMESH, H.,
2011, Identification of root filling interfaces by microscopy and tomography methods”,
International Endodontic Journal, v.44, pp.395-401.
ZASLANSKY, P., ZABLER, S., FRATZL, P., 2010, "3D variations in human crown dentin
tubule orientation: A phase-contrast microtomography study", Dental Materials, v.26, pp.
e1-e10.
ZHANG, D., CHEN, J., LAN, G., LI, M., AN, J., WEN, X., LIU, L., DENG, M., 2017, "The
root canal morphology in mandibular first premolars: a comparative evaluation of cone-
beam computed tomography and micro-computed tomography", Clinical Oral
Investigations, v.21, pp.1007-1012
111
ANEXOS
113
Análise estatística SNR grupo
1173_8W. Energias:
1 – 40 kV / 200 µA
2 – 45 kV / 183 µA
3 – 50 kV / 160 µA
4 – 55 kV / 145 µA
5 – 60 kV / 133 µA
6 – 65 kV / 123 µA
7 - 70 kV / 114 µA
114
Análise estatística SNR grupo
NanoTom_15W. Energias:
1 – 50 kV / 300 µA
2 – 60 kV / 250 µA
3 – 70 kV / 214 µA
4 – 80 kV / 188 µA
5 – 90 kV / 167 µA
6 – 100 kV / 100 µA
115
Análise estatística SNR grupo
Energia 70 kV / 114 µA.
Aparelhos:
1 – 1172
2 – 1173
3 – NanoTom
116
Anexo 3 : Artigos publicados
Bone
journal homepage: www.elsevier.com/locate/bone
a
Division of Graduate Periodontics, School of Dentistry, Federal University of Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-971, Brazil
b
Laboratory of Nutritional Biochemistry and Food, Chemistry Institute, Federal University of Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-909, Brazil
c
Division of Endocrinology, School of Medicine, Federal University of Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-913, Brazil
d
Department of Nuclear Engineering (COPPE), School of Engineering, Federal University of Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-972, Brazil
e
Department of Oral Pathology, Oral Radiology and Oral Diagnosis, School of Dentistry, Federal University of Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-971, Brazil
f
Department of Surgery, School of Medicine, Federal University of Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-913, Brazil
A R TIC L E INFO A B S TR A C T
Keywords: Background: It has been shown that the oral aminobisphosphonate sodium alendronate (ALN) therapy reduces
Osteoporosis the risk of main fractures in osteoporotic women, but its effect on the jaw bones is poorly known. Here, we
Bisphosphonate hypothesized that ALN affects the newly formed alveolar bone, particularly the quality of the type I collagen
Type I collagen cross-linking.
Pentosidine
Methods: Osteoporosis was induced by ovariectomy (OVX) in 6-month old rabbits. Six weeks following surgery,
Rabbits
HPLC
eight animals were treated by oral gavage with ALN (OVX + ALN) and ten received placebo (OVX + Pbo).
Another six rabbits which were sham operated also received placebo (SHAM + Pbo). One month following the
beginning of treatment, the upper and lower left first premolars were removed. Six weeks later, the upper and
the lower right first premolars were also extracted. One month after the second extraction, biopsies were col-
lected from the maxillary extraction sites and collagen crosslinks were analyzed in the newly formed bone tissue
by HPLC. Also, at this time, mandibular bone segments were subjected to μCT.
Results: Animals treated with ALN achieved a roughly 2-time greater bone volume fraction value at a late
healing period than animals in the other groups (p < 0.05). Collagen mean results were 2- to 4-times superior in
the OVX + ALN group than in the control groups (p < 0.05).
ALN-treated animals presented higher amounts of the non-enzymatic collagen cross-link pentosidine (PEN)
than the sham-operated rabbits (p < 0.05), whereas the OVX + Pbo group presented the highest amount of PEN
(p < 0.05).
Conclusion: Alendronate increases bone volume and collagen accumulation, but does not fully rescue the non-
osteoporotic alveolar tissue quality as is evident from the increased quantity of pentosidine.
⁎
Corresponding author.
E-mail address: eduardoferes@odonto.ufrj.br (E.J. Feres-Filho).
https://doi.org/10.1016/j.bone.2018.09.022
Received 22 April 2018; Received in revised form 23 September 2018; Accepted 24 September 2018
117
d e n t a l m a t e r i a l s 3 4 ( 2 0 1 8 ) 1410–1423
ScienceDirect
Base of Basic Science of Stomatology (Hubei-MOST) & Key Laboratory of Oral Biomedicine,Wuhan,PR China
c Federal University of Rio de Janeiro,Nuclear Engineering Program,Rio de Janeiro,Brazil
d Laboratory for Pathology,UZ Leuven & Department of Imaging and Pathology,Translational Cell and Tissue
Research,KU Leuven,Leuven,Belgium
e Laboratory Animal Center,KU Leuven,Leuven,Belgium
a r t i c l e i n f o a b s t r a c t
∗
Corresponding author at: KU Leuven (University of Leuven), Department of Oral Health Sciences, BIOMAT, Kapucijnenvoer 7, blok a —
box 7001, BE-3000 Leuven, Belgium.
E-mail address: bart.vanmeerbeek@kuleuven.be (B. Van Meerbeek).
1
Equal first-author contribution.
https://doi.org/10.1016/j.dental.2018.06.016
0109-5641/© 2018 The Academy of Dental Materials. Published by Elsevier Inc. All rights reserved.
118
Basic Research—Technology
Abstract
Introduction: The aim of this study was to make a 3-
dimensional comparison of the canal transportation
and changes in apical geometry using micro–computed
C leaning and shaping the root canal system are essential to achieving clinical success
in endodontic treatment (1). Mechanical preparation should maintain the original
pathway and anatomy of the root canal (2). Mainly because of its anatomic complexity,
tomographic imaging after canal preparation with K3 the apical third is the region most susceptible to accidents such as apical transportation,
(SybronEndo, Orange, CA) and K3XF (SybronEndo) file ledge formation, and perforations during instrumentation (3, 4). The cross-sectional
systems. Methods: Twenty-eight mandibular molars geometry, mechanical properties, and the size of the endodontic instrument are impor-
were randomly divided into 2 groups according to the tant factors that contribute to transportation of the root canal (5–7).
rotary system used in instrumentation: K3 or K3XF. The introduction of endodontic files made of nickel-titanium (NiTi) alloy signifi-
The specimens were scanned by micro–computed tomo- cantly increased the quality of canal preparation and reduced the number of sessions
graphic imaging before and after instrumentation. Im- and the risk of errors during endodontic treatment (8, 9). NiTi instruments show
ages before and after instrumentation from each greater flexibility, which allows a safer and more precise preparation, when
group were compared with regard to canal volume, sur- compared with traditional stainless steel instruments (10).
face area, and structure model index (SMI) (paired t test, To improve the mechanical properties of NiTi endodontic instruments, advances
P < .05). After instrumentation, the canals from each in the production process have been proposed, such as heat treatment of the alloy
group were compared regarding the changes in volume, before or after the manufacturing process (11–13). The aim of this treatment is to
surface area, SMI, and canal transportation in the last 4 modify the phase transition temperatures of the alloy to reduce the stress level on
apical mm (t test, P < .05). Results: Instrumentation the superelastic plateau (8, 9, 12). As a result, the heat treatment allows the
with the 2 rotary systems significantly changed the canal manufacture of more flexible and resistant instruments, which generate lower stress
volume, surface area, and SMI (P < .05). There were no levels during canal preparation (14, 15).
significant differences between instrument types con- With the advancements in the thermomechanical process developed in recent
cerning these parameters (P > .05). There were no sig- years, different types of heat treatment have been used for manufacturing endodontic
nificant differences between the 2 groups with regard to files (14), leading to alloys such as R-phase alloy of K3XF (SybronEndo, Orange,
canal transportation in the last 4 apical mm (P > .05). CA) and Twisted Files (SybronEndo); the CM Wire of HyFlex CM Instruments (Coltene
Conclusions: Both rotary systems showed adequate ca- Whaledent, Cuyahoga Falls, OH) and Typhoon Infinite Flex NiTi files (Clinician’s Choice
nal preparations with reduced values of canal transpor- Dental Products, New Milford, CT); and the M-Wire alloy of WaveOne (Dentsply Mail-
tation. Heat treatment did not influence changes in root lefer, Ballaigues, Switzerland), Vortex (Dentsply Tulsa Dental, Tulsa, OK), Reciproc
canal geometry in the apical region. (J Endod (VDW, Munich, Germany), ProTaper Next (Dentsply Tulsa Dental), and ProFile GT Se-
2015;41:2031–2035) ries X files (Dentsply Tulsa Dental).
Several studies have investigated the ability of different endodontic NiTi instrument
Key Words systems to maintain the original canal pathway during root canal preparation (5, 6,16–
Canal transportation, heat treatment, micro–computed 22). However, there is no consensus on the ability to maintain a centralized preparation
tomography, nickel-titanium instrument when heat-treated files are compared with conventional NiTi instruments (6, 23). These
studies often compare instruments with different geometries, dimensions, kinematics,
and file sequences, which makes it difficult to evaluate the real influence of the alloy on
the centering ability during canal preparation.
From the *Department of Dental Clinic and †Nuclear Instrumentation Laboratory, Federal University of Rio de Janeiro, Centro de Tecnologia, Ilha da Cidade Uni-
versit!aria, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil.
Address requests for reprints to Dr Heloisa Gusman, Rua Prof Rodolpho Paulo Rocco 325/2! Andar, Ilha da Cidade Universit!aria, Rio de Janeiro 21941-913, Brazil.
E-mail address: heloisagusman@gmail.com
0099-2399/$ - see front matter
Copyright ª 2015 American Association of Endodontists.
http://dx.doi.org/10.1016/j.joen.2015.09.001
JOE — Volume 41, Number 12, December 2015 Heat Treatment and NiTi Rotary Instruments 2031
119
The Influence of Dentin Age and the Presence of Cracks in
Removal of the Root Filling Material
Lilian Rachel de Lima Aboud a, Ricardo Tadeu Lopes b, Bernardo Camargo dos Santos b, Thaís
Maria Pires dos Santos b, Leonardo Aboud Costa Viana a, Miriam F Zaccaro Scelza a*
a Department of Endodontics, Fluminense Federal University (UFF), Brazil; b Department of Nuclear Energy, Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), Brazil
ARTICLE INFO ABSTRACT
Article Type: Original Article Introduction: This study evaluated the removal of the filling material during endodontic
retreatment considering the presence of cracks and the dentin age. Methods and Materials: A total
Received: 19 Jan 2018 of 20 freshly extracted single-rooted teeth were categorized into the following two groups according
Revised: 04 May 2018 to the age of the patients: Group Young (Y; aged 18-30 years) and Group Old (O; aged ≥60 years).
Accepted: 16 May 2018 Each tooth specimen was scanned by microcomputed tomography (micro-CT) subsequently after
Doi: 10.22037/iej.v13i3.20291 endodontic retreatment with the Reciproc instruments (REC). The images were analyzed for
differences in the volume of dentin cracks and the presence of the filling material in the middle
*Corresponding author: Miriam and apical thirds of the teeth among the groups, according to the dentin age. Results: The micro-
F Zaccaro Scelza, Department of CT images showed that after retreatment, there were more cracks in the old root dentin than those
Endodontics, Fluminense in the young root dentin, although the difference was not statistically significant (P>0.05). The
Federal University (UFF), greatest reduction in the filling material was achieved when the old root dentin with cracks was
retreated when compared with that of the young root dentin with cracks, but the difference was
Brazil, Zipe cod 2402140. not statistically significant (P>0.05). Conclusion: The dentinal age and the presence of cracks were
Tel: +55-21 999840270 not found to be relevant factors for the removal of the filling material.
E-mail: scelza@terra.com.br Keywords: Dentin; Microcomputed Tomography; Retreatment
Introduction structure [7, 8]. The use of reciprocating instruments has been
considered as the most rapid method for removing gutta-percha
120
Brazilian Dental Journal (2018) 29(6): 1-6
ISSN 0103-6440
http://dx.doi.org/10.1590/0103-6440201802134
In order to evaluate the volume of dentinal cracks taking into account the age of the
dentin and the type of file system used for endodontic procedures, forty freshly extracted
single-rooted lower incisive teeth presenting similar root volume, were divided into two
groups according to the age of the patient: Group Young (18 - 30 years old) and Group
Old (60 years old or more). Each specimen was scanned by microcomputed tomography
(micro-CT) in three stages: (i) before any treatment, (ii) after endodontic treatment with
Reciproc files (REC), and (iii) after subsequent endodontic retreatment. Each group was
subdivided into two subgroups, according to the retreatment technique used: retreatment
with REC or with ProTaper Universal Retreatment (PUR) files. For each subgroup, the
images were analyzed for differences in the volume of dentinal cracks in the middle and
apical thirds of the teeth , according to the dentin age. In both stages (before and after
instrumentation), the micro-CT images of the old root dentin presented with higher volume
of cracks than those of the young root dentin, statistical significance notwithstanding
(p>0.01). The use of REC files appeared to have no statistically significant differences Key Words: dentinal age,
in the generation of cracks in any type of root dentin when compared with PUR files dentinal volume cracks,
(p>0.01). When retreated with PUR, the old root dentin presented with a significantly microcomputed tomography,
higher volume of cracks (p<0.01) when compared with the old root dentin initially. reciprocating files, rotary files
121
Anexo 5 : Certificado KU Leuven relativo ao Doutorado-sanduíche:
122
123
Anexo 4 : Relatório Orientador no Exterior (Doutorado-sanduíche):
124
125