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Supremo Tribunal Federal

Coordenadoria de Análise de Jurisprudência


DJe nº 27 de 10/02/2015, p. 38.
1

16/10/2014 PLENÁRIO

PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 88 DISTRITO FEDERAL

PROPOSTA

O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (PRESIDENTE): Trata-se


de proposta apresentada pelo Ministro Gilmar Mendes para que seja
convertido em súmula vinculante o Enunciado 339 da Súmula deste
Tribunal, que assim dispõe:

“Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,


aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
isonomia”.

Submetida à Presidência no âmbito de uma proposição única de


conversão de 22 súmulas convencionais em súmulas vinculantes, foi esta
proposta originalmente autuada, em reunião com as demais, como PSV
70/DF.

Em 24/4/2012, foi publicado no Diário da Justiça Eletrônico o edital


para ciência e manifestação de interessados (documentos eletrônicos 3 e
4).

Decorrido o prazo previsto no art. 354-B do RISTF sem o


pronunciamento de eventuais interessados, veio aos autos, em sequência,
o parecer da Procuradoria Geral da República.

A peça ministerial, subscrita pelo então Procurador-Geral Roberto


Monteiro Gurgel Santos, opinou, preliminarmente, pelo desdobramento
do processo, “de forma a possibilitar o exame individualizado de cada súmula”.

Além disso, manifestou-se o Parquet federal pela presença de todos


os pressupostos formais de adequação da proposta e pela conversão da
súmula convencional ora em exame em vinculante, visto que a aprovação

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 7101072.
Supremo Tribunal Federal
Proposta

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PSV 88 / DF

desta proposta “confere força normativa à Constituição e prestigia a pacífica


jurisprudência des[t]a Corte” (documento eletrônico 5).

O então Presidente desta Casa, Ministro Joaquim Barbosa, após


manifestar-se pela adequação formal da proposta, determinou, em
acatamento ao parecer ministerial, o desdobramento da PSV 70/DF “em
tantas propostas quantos forem os assuntos nel[a] tratados” (documento
eletrônico 6).

Reautuada esta específica proposição como PSV 88/DF, foi juntado


aos autos o repertório de jurisprudência desta Corte a respeito do tema
nela versado (documentos eletrônicos 9 e 11).

Oficiados, na sequência, os integrantes da Comissão de


Jurisprudência para a manifestação prevista no art. 354-C do RISTF,
asseverou o Presidente da referida Comissão Permanente, Ministro
Gilmar Mendes, que esta proposta está amparada em minucioso estudo
da Secretaria de Documentação e atende a todos os requisitos formais.
Manifestou-se Sua Excelência, ademais, “pela admissibilidade e conveniência
da edição do referido verbete vinculante, dado que espelha jurisprudência pacífica
e atual desta Suprema Corte (art. 354-C, RISTF)”.

O Ministro Dias Toffoli, também membro da Comissão, pronunciou-


se, por sua vez, “pelo sobrestamento da presente proposta até a conclusão do
julgamento do (…) RE nº 592.317/RJ”.

Foram expedidos, por fim, ofícios submetendo esta proposta de


edição aos demais Ministros (parte final do art. 354-C do RISTF).

Após, os autos vieram conclusos à Presidência.

Bem examinados os autos, entendo que esta proposta de edição de


súmula vinculante preenche todos os requisitos para sua aprovação.

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Proposta

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PSV 88 / DF

Com efeito, a vedação ao reajuste de vencimentos de servidores


públicos, a título de isonomia salarial, por meio de decisões judiciais é
entendimento há muito consolidado por este Plenário em verbete não
vinculante, que vem sendo aplicado, segundo informa a Secretaria de
Documentação, em inúmeros julgados do Pleno e das Turmas desta Casa.

Cito, a título de exemplo, os seguintes acórdãos que bem


demonstram essa utilização sistemática do verbete sumular ora em
exame:

“Servidor público. Isonomia. Artigo 39, § 1º, da Constituição


Federal. Súmula 339 do STF.
- Esta Corte, como demonstram os precedentes invocados no
parecer da Procuradoria-Geral da República, tem entendido que
continua em vigor, em face da atual Constituição, a súmula
339 ('Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de servidores públicos, sob fundamento de
isonomia'), porquanto o § 1º do artigo 39 da Carta Magna é
preceito dirigido ao legislador, a quem compete concretizar o
princípio da isonomia, considerando especificamente os casos
de atribuições iguais ou assemelhadas, não cabendo ao Poder
Judiciário substituir-se ao legislador. Contra lei que viola o
princípio da isonomia é cabível, no âmbito do controle concentrado,
ação direta de inconstitucionalidade por omissão, que, se procedente,
dará margem a que dessa declaração seja dada ciência ao Poder
Legislativo para que aplique, por lei, o referido princípio
constitucional; já na esfera do controle difuso, vício dessa natureza só
pode conduzir à declaração de inconstitucionalidade da norma que
infringiu esse princípio, o que, eliminando o benefício dado a um cargo
quando deveria abranger também outros com atribuições iguais ou
assemelhadas, impede a sua extensão a estes.
Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido.
Recurso extraordinário conhecido e provido” (RE 173.252/SP,
Rel. Min. Moreira Alves, Plenário – grifos meus).

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Proposta

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PSV 88 / DF

“MANDADO DE SEGURANÇA - REAJUSTE DE


VENCIMENTOS CONCEDIDO AOS SERVIDORES MILITARES
- PRETENDIDA EXTENSÃO JURISDICIONAL DESSE
REAJUSTE A SERVIDORES CIVIS - PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE E ATIVIDADE ESTATAL – SUBSISTÊNCIA DA
SÚMULA 339/STF - REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES
PÚBLICOS E PRINCÍPIO DA RESERVA DE LEI FORMAL -
INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO PARCIAL DA
LEI - EXCLUSÃO DE BENEFÍCIO E OFENSA AO PRINCÍPIO
DA ISONOMIA - DOUTRINA - INADEQUAÇÃO DO
MANDADO DE SEGURANÇA - RECURSO ORDINÁRIO NÃO
PROVIDO.
- Não se conhece de mandado de segurança, quando este é
impetrado em face de autoridade estatal que nenhum poder de decisão
detém sobre a matéria objeto da controvérsia mandamental.
O impetrante é carecedor do writ constitucional se as medidas
postuladas em sede de mandado de segurança revelam-se estranhas à
esfera de atribuições da autoridade impetrada.
- O Poder Judiciário, que não dispõe de função legislativa,
não pode conceder a servidores civis, sob fundamento de
isonomia, extensão de vantagens pecuniárias que foram
exclusivamente outorgadas por lei aos servidores militares.
A Súmula 339 do Supremo Tribunal Federal - que
consagra, na jurisprudência desta Corte, uma específica
projeção do princípio da separação de poderes - foi recebida
pela Carta Política de 1988. Reveste-se, em consequência, de
plena eficácia e de integral aplicabilidade sob a vigente ordem
constitucional.
- O mandado de segurança não se qualifica como instrumento
processualmente adequado à arguição da inconstitucionalidade da lei,
por omissão parcial, quando, resultando esta da exclusão
discriminatória de benefício de natureza pecuniária, vem o ato
normativo estatal a ofender o princípio da isonomia.
A extensão jurisdicional, em favor dos servidores
preteridos, do benefício pecuniário que lhes foi indevidamente

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Proposta

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PSV 88 / DF

negado pelo legislador encontra obstáculo no princípio da


separação de poderes. A disciplina jurídica da remuneração
devida aos agentes públicos em geral está sujeita ao princípio
da reserva legal absoluta. Esse postulado constitucional submete ao
domínio normativo da lei formal a veiculação das regras pertinentes ao
instituto do estipêndio funcional.
O princípio da divisão funcional do poder impede que,
estando em plena vigência o ato legislativo, venham os
Tribunais a ampliar-lhe o conteúdo normativo e a estender a
sua eficácia jurídica a situações subjetivas nele não previstas,
ainda que a pretexto de tornar efetiva a cláusula isonômica
inscrita na Constituição” (RMS 21.662/DF, Rel. Min. Celso de
Mello, Primeira Turma – grifos meus).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR
PÚBLICO. VANTAGEM PECUNIÁRIA INDIVIDUAL.
REAJUSTE. LEI 10.698/2003. INTERPRETAÇÃO DA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA.
IMPOSSILIDADE DE AUMENTO DE VENCIMENTOS DE
SERVIDORES PÚBLICOS PELO PODER JUDICIÁRIO SOB
O FUNDAMENTO DA ISONOMIA (SÚMULA 339 DO STF).
AGRAVO IMPROVIDO.
I - É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise
implica rever a interpretação de norma infraconstitucional que
fundamenta a decisão a quo. A afronta à Constituição, se ocorrente,
seria apenas indireta. Precedentes.
II - O acórdão recorrido está em harmonia com a
jurisprudência predominante deste Tribunal firmada no sentido
de que não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos, sob
o fundamento da isonomia (Súmula 339 do STF). Precedentes.
III - Agravo regimental improvido” (RE 711.344-AgR/PB, de
minha relatoria, Segunda Turma – grifos meus).

Recentemente a orientação jurisprudencial condensada na Súmula

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Supremo Tribunal Federal
Proposta

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PSV 88 / DF

339-STF ganhou ainda mais força, após o julgamento de mérito, sob a


sistemática da repercussão geral, do RE 592.317/RJ, Rel. Min. Gilmar
Mendes, ocasião em que este Plenário, reafirmando o referido enunciado,
asseverou “que a jurisprudência do STF seria pacífica no sentido de que o
aumento de vencimentos de servidores dependeria de lei e não poderia ser
efetuado apenas com base no princípio da isonomia” (Informativo STF 756).

Naquela assentada, realizada em 28/8/2014, destaquei, ao presidir a


sessão de julgamento, que havia, segundo informações prestadas pelos
tribunais de origem, 1.142 processos sobrestados relativos a esse
específico tema aguardando a resolução da controvérsia sob a sistemática
da repercussão geral. O Relator do feito, Ministro Gilmar Mendes, por
sua vez, reiterou a necessidade de que a Súmula 339 desta Corte fosse
logo convertida em súmula vinculante.

Percebe-se, assim, que o tema albergado pelo enunciado sob


encaminhamento revela-se atual e dotado de potencial efeito de
multiplicação, porquanto tem se mostrado cada vez mais frequente a
necessidade de rememorar às diferentes instâncias judiciais que não cabe
ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento da isonomia.

Isso posto, voto pela aprovação do verbete vinculante com a seguinte


redação:

“Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,


aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
isonomia”.

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Supremo Tribunal Federal
Esclarecimento

16/10/2014 PLENÁRIO

PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 88 DISTRITO FEDERAL

ESCLARECIMENTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhor Presidente,
nós estamos dando efeito vinculante à Súmula que já existe? Dotando de
efeitos vinculantes ....
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(PRESIDENTE) - Exatamente, por causa dos casos recorrentes que temos
tido. Esta é uma Súmula normal, sem efeito vinculante, que estamos
trazendo, inclusive, em função de pronunciamentos posteriores e
reiterados à edição desta Súmula, e também já na vigência da Emenda
Constitucional 45, em que nós reiteramos esse entendimento. E, para que
não se generalizem aumentos de vencimentos com fundamento em
decisões judiciais, seria importante que reafirmássemos essa tese.

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Voto - MIN. ROBERTO BARROSO

16/10/2014 PLENÁRIO

PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 88 DISTRITO FEDERAL

VOTO
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Senhor
Presidente, eu acompanho Vossa Excelência e vou fazer só um exercício
de vidência. Vai chover reclamação. Mas eu acompanho a súmula.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu também acho.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(PRESIDENTE E RELATOR) - Bom, mas nós temos instrumentos para
isso.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas vai chover mesmo.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Pelo menos, em
algum lugar, vai chover.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(PRESIDENTE E RELATOR) - Espero que chova na Cantareira, em São
Paulo.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Como é que ficou, Presidente,
a redação final?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Então, a 339 é
convertida em súmula vinculante, extingue-se.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(PRESIDENTE E RELATOR) - Bom, ficou assim: não cabe ao Poder
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos, sob fundamento de isonomia.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Porque essa era a
Súmula 339, normal. Nós estamos, neste caso, dotando de efeito
vinculante, convertendo na Súmula 37, que é decorrente da conversão da
Súmula 339, que deixa de existir, para a súmula vinculante.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(PRESIDENTE E RELATOR) - Exato. Isso está inclusive na nossa
proposta de súmula, em que eu até faço menção a uma fala do Ministro
Gilmar Mendes, que reiterou a necessidade de que a Súmula 339 desta
Corte fosse logo convertida em súmula vinculante. Então, nós estamos

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Supremo Tribunal Federal
Voto - MIN. ROBERTO BARROSO

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PSV 88 / DF

fazendo pela primeira vez o exercício, que me parece muito salutar, de


pinçarmos, nas súmulas comuns, aquilo que interessa, aquilo que é
relevante, e transformarmos em vinculante. E, nesse sentindo, eu peço a
colaboração dos Colegas: se identificarem algum tema que possa ser
transformado em uma súmula vinculante, nós traremos o mais rápido
possível ao Plenário, respeitada toda a tramitação regimental.

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Supremo Tribunal Federal
Antecipação ao Voto

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16/10/2014 PLENÁRIO

PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 88 DISTRITO FEDERAL

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, apenas


para consignar que trouxe manifestações escritas. Evitei a leitura delas
para otimizar o tempo. Farei juntada aos processos respectivos dos
verbetes.

O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI


(PRESIDENTE E RELATOR) - Eu agradeço a Vossa Excelência, porque
isso só enriquece a discussão sobre a proposta desta Súmula Vinculante
88.
Então, fica consignado em ata que o Ministro Marco Aurélio fará
juntar voto escrito.

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Supremo Tribunal Federal
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO

11

16/10/2014 PLENÁRIO

PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 88 DISTRITO FEDERAL

VOTO

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O Constituinte


originário trouxe à balha a impossibilidade de vinculação e equiparação
de quaisquer espécies remuneratórias para efeito de remuneração no
serviço público – inciso XIII do artigo 37 da Carta de 1988. Essa cláusula
mitiga o princípio do tratamento igualitário. O verbete em questão está
assim redigido: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob
fundamento de isonomia.”
A isonomia nada mais representa do que a equiparação de
vencimentos.
Ante o contexto normativo-constitucional, voto no sentido de
transformar-se, em vinculante, o Verbete nº 339 da Súmula do Tribunal.

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Supremo Tribunal Federal
Extrato de Ata - 16/10/2014

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PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA

PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 88


PROCED. : DISTRITO FEDERAL
PROPTE.(S) : SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Decisão: O Tribunal, por unanimidade, aprovou a proposta de


edição da Súmula vinculante nº 37, nos seguintes termos: “Não cabe
ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia”.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Plenário, 16.10.2014.

Presidência do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes


à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio,
Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber,
Teori Zavascki e Roberto Barroso.

Procurador-Geral da República, Dr. Rodrigo Janot Monteiro de


Barros.

p/ Fabiane Pereira de Oliveira Duarte


Assessora-Chefe do Plenário

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 7098749

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