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ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO

AULA 2

Profª Aline Pires


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, começaremos a aprofundar e detalhar algumas questões


relacionadas ao atendimento publicitário. Abordaremos os fluxos de
comunicação pertinentes ao processo de atendimento, especialmente no que diz
respeito a objetivos e procedimentos propostos pela agência, em sintonia com
os objetivos do cliente.
O objetivo desta aula é permitir que você aprenda mais sobre a
comunicação integrada e a sua relação com o atendimento: como atender e
entender seu cliente, desenvolver seu briefing; como se reunir e contatar seu
cliente de maneira assertiva. Por fim, veremos algumas diretrizes para vencer
uma concorrência entre agências.
Novamente a aula está estruturada em cinco temas:

• Comunicação Integrada de marketing e o atendimento;


• Entender o cliente para atender ao cliente (cultura organizacional,
processos, planejamento estratégico, tático e operacional);
• Definição e desenvolvimento do briefing;
• Reuniões e contatos com o cliente;
• Diretrizes para as concorrências de contas publicitárias.

CONTEXTUALIZANDO

O mercado publicitário está cada vez mais competitivo. São muitas


agências, muitas vertentes da comunicação, muita gente. Mas também há
muitos clientes, muitas marcas e muito trabalho a ser feito. Isso posto, a pergunta
que fazemos agora é: como se destacar em meio a tantas opções? O que fará
com que o cliente escolha a agência X em vez da agência Y para atendê-lo? Por
que ele escolherá você para fazer o atendimento dele? Vamos refletir e
responder a essas questões.

TEMA 1 – COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING E O ATENDIMENTO

A comunicação integrada de marketing e sua relação com o atendimento


consistem no fato de que este deverá conhecer e dominar sua composição para
poder atuar, de modo a compreender o que é necessário propor para seu cliente.
É preciso entender o negócio do cliente, como e em que canais ele se comunica
e em quais pode vir a se comunicar; saber qual é a visão, a missão e os valores
da marca que está sendo atendida por ele. Basicamente seriam dois momentos
cruciais: o primeiro, de entender o presente, o que e como acontece em termos
de comunicação com determinado cliente. Depois, num segundo momento,
poder sugerir o futuro, o que deverá ser feito também em termos de comunicação
para esse mesmo cliente.
A comunicação integrada provém de uma visão ampla originada
internamente na gestão das empresas e organizações, uma vez que essas não
trabalham suas estratégias apenas visando os consumidores finais. Ao mesmo
tempo, empresas e organizações comunicam para colaboradores, para as
comunidades em seu entorno, para a sociedade e, por último, mas não menos
importante, para seus consumidores.
A agência contribui positivamente para as empresas e organizações e
seus respectivos departamentos de marketing, demonstrando como se pode e
como se devem abordar as diferentes áreas da comunicação. Desde a gestão
do mercado à definição de diretrizes empresariais, a comunicação integrada
busca sistematizar o desenvolvimento de ações, de modo que se estabeleça
uma política entre todas as instâncias comunicativas de uma empresa ou
organização.
Para Kotler (2000), “a ampla gama de ferramentas de comunicação,
mensagens e públicos torna obrigatório que as empresas se encaminhem para
uma comunicação integrada de marketing”.
Vejamos alguns tipos de comunicação e públicos:

• Comunicação institucional: trata da identidade e imagem corporativa


das empresas e organizações. Segundo Lupetti (2012), trata-se de como
a organização é vista pelos diferentes públicos com os quais se relaciona
e como estrategicamente se coordena com base em seu posicionamento
institucional, com a definição da missão, visão e valores;
• Comunicação interna ou administrativa: que compreende os assuntos
relacionados aos fluxos de comunicação cotidianos de uma organização,
visando o público interno, como colaboradores, por exemplo;
• Comunicação mercadológica: aquela que divulga, promove e estimula
a promoção dos produtos e serviços da organização.

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Todas essas vertentes da comunicação compõem a comunicação
organizacional ou comunicação corporativa de uma empresa.
As agências de propaganda atuam mais fortemente no âmbito da
comunicação mercadológica fazendo uso da comunicação integrada de
marketing.
Essa análise, por sua vez, não determina que um cliente não possa
solicitar a uma agência uma campanha institucional que tenha como objetivo,
por exemplo, reforçar um posicionamento de marca. Ou ainda, que não possa
demandar uma campanha interna, em que os funcionários precisem ser
criativamente comunicados sobre algo. Na maioria das vezes, agências são
contratadas para dar resultados tangíveis, expressivos, derivados de um objetivo
específico e direto como aumentar em x por cento a quantidade vendida do
produto y. Então, entendemos que boa parte do tempo de trabalho do
profissional de atendimento, alocado em agência de publicidade e propaganda,
será exclusivamente voltada a promover e estimular a promoção dos produtos e
serviços da marca/cliente/anunciante.
Para uma boa e positiva comunicação mercadológica, temos a
comunicação integrada de marketing, que nos oferece inúmeras ferramentas
como a propaganda, a promoção de vendas, os eventos, a venda pessoal, o
marketing direto, o merchandising. Algumas vezes, podemos encontrar essa
forma de comunicação também denominada como mix de comunicação de
marketing.

1.1 Propaganda

Para Kotler (2000), propaganda é qualquer forma paga de apresentação


e promoção não – pessoais de ideias, mercadorias ou serviços por um
anunciante identificado.
Para Las Casas (2005), a propaganda é de extrema importância para a
comunicação integrada de marketing, pois, por meio dela, a empresa pode criar
lealdade à marca, estimular demanda, lançar novos produtos e criar uma
imagem de credibilidade, entre outros.
A propaganda pode ser transmitida por meio das mídias, que podem ser:
televisão, rádio, jornal, cinema, outdoor, revista ou outra que impacte um grande
público ao qual se destina, o público-alvo da campanha. São necessários

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estudos e pesquisas para a definição das mídias que irão veicular uma
campanha. Essa área ou função é denominada mídia em agência.

1.2 Promoção de vendas

Torna-se cada vez mais necessária a promoção de vendas. Se olharmos


para o varejo, é ela quem decide que produto vai ou não para a casa do
consumidor. Quando o consumidor chega a um supermercado e se depara com
duas ou mais marcas de um mesmo produto, fatores como a forma como ele
está disposto na prateleira, o destaque para o seu preço e até se ele vem
acompanhado de um brinde (ou não) são fatores decisivos para que ele seja
escolhido (ou não) por esse consumidor.
Segundo Sant`Anna (1998), “no varejo, pela própria natureza do negócio,
tudo é promoção de vendas, desde que haja orientação adequada para atingir o
fim desejado: vender mais e melhor”.
A promoção de vendas amplia a ação da propaganda e pode ter como
objetivos:

• Acelerar as vendas;
• Ampliar o número de vendas;
• Impedir o avanço da concorrência;
• Lançar e divulgar um novo produto;
• Reativar um produto em declínio.

Pode ainda se basear em um calendário promocional, o que chamamos


de sazonalidade. Dia das mães, Dia dos pais, Dia dos namorados, Natal são
datas e momentos oportunos para a promoção de vendas.
Promoção de vendas é algo bastante abrangente. Em seu campo de
atuação, estão as promoções comerciais, que consistem em vale-brindes,
sorteios, concursos e operações assemelhadas.
Brindes, amostras, ações de compre e ganhe também fazem parte da
promoção de vendas. Para ilustrar, podemos citar as promoções realizadas
pelos shoppings centers, que oferecem prêmios como veículos automotivos com
direito a um cupom a cada x reais em compras. Essas ações exigem autorização
junto a um órgão responsável.

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1.3 Eventos

Os eventos podem abranger feiras, congressos, seminários, convenções,


workshops, mostras, exposições, shows, palestras, simpósios, encontros, entre
outros. Podem ser de pequeno, médio ou grande porte, permanentes ou de
oportunidade. Podem ser gastronômicos, educativos ou sociais, abertos ou
fechados. Podem ser o resultado de estratégias de patrocínio, nas quais as
marcas investem para agregar valor ou para gerar visibilidade de marca perante
públicos de interesse.
São oportunidades que conferem uma exposição, muitas vezes positiva,
aos anunciantes. Ainda, podemos lembrar que o mercado de eventos oferece
ocasiões e sugere “assunto” de cobertura para a imprensa, além de proporcionar
visibilidade às marcas, o que podemos chamar de “mídia espontânea”.
Os eventos possibilitam interações positivas, experiências de uma marca
com seus diferentes públicos.

1.4 Venda pessoal

Venda pessoal ou força de vendas é a comunicação direta entre o


vendedor de um produto e o seu possível comprador. Quando dizemos em
comunicação que faremos uma ação voltada para a força de vendas, estamos
dizendo que vamos comunicar aos vendedores algo novo, e como eles devem
informar essas novidades aos consumidores. Veja que a relação se dá entre
vendedor e consumidor. Acontece aqui a interação pessoal (cara a cara) com o
objetivo de explanar todos os benefícios de um determinado produto ou serviço.

1.5 Marketing direto

Marketing direto é algo estritamente focado, aplicado quando já se sabe


o que o consumidor espera de um determinado produto ou serviço, ou seja,
quando já existe uma relação prévia com esses clientes. Pode ser por meio de
um catálogo, um e-mail, ações de telemarketing, convites especiais para eventos
da marca, pesquisa de satisfação. São mensagens específicas e
individualizadas com o intuito de ouvir o consumidor/cliente.

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1.6 Merchandising

Sant’Anna (1998) destaca que o merchandising pode acontecer na


indústria, ser promocional ou social.
O merchandising na indústria se dá na “gestão do processo produtivo,
levando ao fato de que o produto esteja no ponto-de-venda no momento certo e
com todas as características exigidas pelo consumidor” (Sant’Anna, 1998, p. 27).
O promocional também está ligado “às ações no ponto-de-venda com o intuito
de ampliar a venda por meio da melhor exposição [...] para que seja apresentada
ao consumidor da melhor maneira possível” e visa o planejamento promocional
do produto antes mesmo de ser lançado no mercado 10 (Sant’Anna, 1998, p.
30). O do tipo social é quando se promove uma atividade social, por exemplo,
uma marca de pneus a promover uma melhor cultura de trânsito.
Segundo Lupetti (2012, p. 21), o merchandising trabalha “um conjunto de
ações que visa construir um cenário favorável à compra de um produto ou
serviço”. Abrange as táticas nas quais o produto aparece ou é demonstrado em
um filme, programa televisivo ou narrativa audiovisual. As ações de
merchandising podem ser desenvolvidas para patrocínio de uma personalidade,
como atletas, formadores de opinião e influenciadores digitais.
Para concluir este tema, podemos dizer que mais uma vez o profissional
de atendimento é visto como de extrema importância para a concretização de
um processo de comunicação. Ele deverá ser um amplo conhecedor das
ferramentas que preenchem a comunicação integrada de marketing, saber a
hora certa de aplicar cada uma delas e mostrar sua versatilidade e
adaptabilidade conforme demanda e necessidade do seu
cliente/marca/anunciante.

TEMA 2 – ENTENDER O CLIENTE PARA ATENDER AO CLIENTE (CULTURA


ORGANIZACIONAL, PROCESSOS, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E
OPERACIONAL)

Vimos anteriormente sobre a necessidade de atender bem um cliente. O


significado prático de “atender” está relacionado a expectativas e realizações.
Agora partimos para o “entender”, compreender, perceber, captar, reter. É
preciso entender para atender. Para que o atendimento possa conduzir a conta

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de um cliente dentro da agência da qual faz parte, é importante que conheça a
cultura da organização atendida.

2.1 Cultura organizacional e processos

A cultura organizacional é a essência da empresa transmitida através da


forma como ela gerencia seu negócio e de como ela executa seus processos de
trabalho. É o resultado de tudo em que uma organização acredita e tudo aquilo
que valoriza, ou seja, sua filosofia, podemos assim dizer, sua identidade, sua
crença.
É formada da mentalidade e da visão dos seus empreendedores, do que
a faz exclusiva, do seu diferencial. É composta essencialmente do que a
empresa comunica e das formas como comunica. Localização, identidade visual,
cores aplicadas, slogans, missão, visão e valores são a própria cultura
organizacional.
Conhece aquela expressão “vestir a camisa” da empresa? Nada mais é
do que um colaborador que se identifica com a cultura da empresa na qual está
inserido e ali quer permanecer. Ao mesmo tempo em que um outro colaborador
que não se “encaixa” nessa mesma cultura é demitido. Essas demissões
ocorrem porque a marca precisa manter sua filosofia, e quem não concorda
precisa estar fora.
Já ouvimos falar de ótimas empresas, como a Google, por exemplo, que
é “descolada”, fornece ambientes de trabalho aconchegantes, permite que seus
funcionários fiquem à vontade, enfim, esse comportamento faz parte da cultura
organizacional.
Mas o que isso tem a ver com o atendimento publicitário? Para poder
entender e atender uma determinada conta, você precisará ter na ponta da
língua a cultura organizacional da marca para a qual está atuando e deverá
ofertar algo que vá ao encontro da crença e da filosofia de vida dela, e cada
marca tem a sua.

2.2 Planejamento estratégico, tático e operacional

O planejamento estratégico define os objetivos empresariais em todas as


áreas, os quais se tornam metas para os departamentos, que elaboram o

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planejamento em nível tático (gerentes, supervisores). Essas metas determinam
o plano de ação, executado pelo nível operacional (Paixão, 2011, p. 33).
Os objetivos estratégicos de uma organização são elaborados e
planejados com base na presidência e nas diretorias. São definidos com base
em oportunidades ou problemas e necessidades. Já a gerência irá trabalhar os
objetivos táticos (que são as ações para executar as metas traçadas pela
estratégia). Os coordenadores irão gerenciar os objetivos operacionais das
ações e táticas. Já o Atendimento irá atuar com estes diferentes objetivos, a
depender da campanha ou ação planejada. O organograma representado a
seguir ilustra um modelo de como isso ocorre hierarquicamente em uma
empresa.

Figura 1 – Organograma de planejamento estratégico, tático e operacional

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para Kotler (2000, p. 86),

o planejamento estratégico orientado para o mercado é o processo


gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável entre objetivos,
habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de um
mercado em contínua mudança.

O marketing tem um papel fundamental no planejamento estratégico, pois


é dessa área da empresa que partirá a demanda da contratação de uma agência

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de propaganda. O atendimento irá relacionar-se diretamente com gerentes de
marketing, detentores da estratégia de comunicação da marca.
Avalie que é uma tarefa que demanda diferentes modos de pensar,
diferentes olhares específicos para então poder propor um projeto ou
planejamento, eis o desafio do atendimento publicitário: cada planejamento,
cada estratégia e ação de cada campanha sugerida pelo atendimento e sua
equipe será único, exclusivo, voltado ora sob um objetivo e para um público, ora
sob outro objetivo e para outro público.
Com base nas informações apresentadas pelo cliente é que o
atendimento poderá concluir seu levantamento de informações. Concentrar uma
demanda de trabalho a ser realizada, respeitando e mantendo a estratégia
previamente pensada e inserida no planejamento estratégico do cliente, da sua
organização.

TEMA 3 – DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO BRIEFING

Como já sabemos, o cliente anunciante confia o briefing ao atendimento


publicitário, que, por sua vez, o direciona aos departamentos da agência.
Algumas vezes, as informações contidas em um briefing podem exigir contratos
de sigilo, pois são estratégicas.
O briefing deve ser informativo e ainda deve instruir ou propor, esclarecer,
sintetizar ou resumir um conjunto de informações que estão sendo levantadas e
analisadas. De acordo com Sant’Anna, Rocha Jr. e Garcia (2011, p. 111), o
briefing será utilizado principalmente nas seguintes situações:

• O documento mais importante, inicial do processo de planejamento,


completo;
• Como documento informativo de atualizações e implementação de
estratégias já previstas ou mudanças e novidades ao processo já iniciado;
• Instrumento interno da agência, atualizado de acordo com demandas que
vão sendo direcionadas à mídia, à criação, ao digital, promoção etc.

Encontraremos diversos modelos de briefing. As agências o moldam


conforme suas próprias avaliações. Um briefing deve se alinhar às práticas
mercadológicas e aos objetivos dos clientes anunciantes e suas realidades. O
tipo de negócio (serviços e varejo, indústria, relacionamento com o consumidor)
e suas práticas irão influenciar a definição das ações planejadas com base em

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um briefing, que, por sua vez, não pode apenas resumir ou sintetizar, mas ser
elaborado baseado em um questionamento assertivo, para que a agência se
envolva em todo o processo, de modo que todos façam parte da caminhada,
compreendendo quais os objetivos e com que metas precisam trabalhar.

Saiba mais

Podemos começar a responder: o que o cliente vende? Para quem


vende? Como vende? Que desejo satisfaz? Quais são as vantagens e as
desvantagens do produto ou serviço dele? Vejamos um modelo de briefing:
Briefing
1. Identificação
• Cliente;
• Responsável;
• Responsável pelo atendimento;
• Data;
• trabalho nº.
2. Anunciante
• Indicação do nome do produto, serviço, marca, empresa;
• Categoria (tipo de produto ou serviço – ramo de atividade ou negócio);
• Local, forma e frequência de uso do produto, serviço ou marca;
• Embalagens (tipo de material, peso, conteúdo, formatos etc.);
• Preços praticados (revendedor/consumidor);
• Onde o produto pode ser encontrado (distribuição/pontos de venda);
• Imagem do produto/serviço no mercado;
• Pontos positivos (vantagens);
• Pontos negativos (desvantagens);
• Principais características diferenciadoras da concorrência;
• Propagandas e campanhas anteriores.
3. Público-alvo
• Perfil do consumidor (sexo, idade, profissão, classe social, escolaridade
etc.);
• Hábitos e atitudes dos consumidores em relação ao produto
(periodicidade de compra, quantidade comprada, preferência por
sabores etc.);

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• Razões de compra do produto (racional/emocional).
4. Concorrência
• Principais concorrentes;
• Preços praticados, distribuição (pontos de venda), promoções etc.;
• Pontos positivos (vantagens);
• Pontos negativos (desvantagens);
• Propaganda utilizada.
5. Objetivos
Relacionar todos os objetivos que o cliente pretende atingir com a
propaganda. Ex.: lançar um produto no mercado, destacar o novo sabor
morango do produto, criar uma imagem institucional para a empresa, aumentar
as vendas do produto.
6. Verba disponível
Mencionar a verba que o anunciante dispõe para investir
Após a definição de briefing, junto ao orientador, a verba disponível não
poderá ser modificada.
7. Pedido de trabalho
Descrever o trabalho a ser realizado pela agência.
8. Prazos para a realização do trabalho
Estipular o prazo em que o trabalho deverá ser realizado.
9. Outras informações
Toda e qualquer informação que, de uma forma ou de outra, possam
ajudar o trabalho de pesquisa, criação, planejamento e mídia.
Ex.: pontos a serem ressaltados ou evitados nas peças publicitárias.
Fotos de embalagens, gráficos, mapas etc.

Avalie a amplitude de um briefing. Deve ser amplo, porém não extenso.


Claro, preciso, conciso. É o que chamamos de “acertar o alvo”. Veja como, mais
uma vez, passamos a compreender o quão protagonista é a função de
atendimento e a correlação deste com as demais funções de uma agência de
propaganda.

TEMA 4 – REUNIÕES E CONTATOS COM O CLIENTE

Já sabemos quais são as funções do atendimento. Eis aqui uma que é


primordial: reunir-se com o cliente. Essas reuniões podem acontecer em lugares

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formais, como a empresa do cliente e a sede da agência, ou ainda em
oportunidades menos formais, como em um café ou almoço.
Reuniões são momentos memoráveis em que se discutem as mais
variadas ideias, em que são feitos muitos brainstormings, e o que mais se ouve
quando o cliente tem pressa é: “preciso disso a toque de caixa”, ou seja, na
maioria das vezes. É nessa hora que o atendimento anota tudo, pergunta tudo,
e se “vende” para o cliente. Precisam ser extremamente assertivo.

Saiba mais

Brainstorming significa tempestade de ideias. Trata-se de uma expressão


inglesa formada pela junção das palavras brain, que significa cérebro e storm,
que significa tempestade. É utilizada em várias empresas como uma técnica
para resolver problemas específicos, para desenvolver novas ideias ou projetos,
para juntar informação e para estimular o pensamento criativo.

Fonte: Brainstorming..., S.d.

Objetivos e metas serão discutidos e avaliados. Previamente, o


atendimento pode perguntar aos participantes envolvidos no processo o que é
mais importante, antes de fechar a pauta e a agenda. Isso se imaginarmos que
essa reunião é com um cliente que já possui um job na casa.
É interessante observar o dia a dia de uma agência. Quando uma reunião
é agendada para ser realizada ali, o funcionamento se dá, por exemplo, em
nossa casa. O dia em que o cliente vai à agência é um dia especial, como aquele
em que recebemos uma visita em nossa casa. Tudo precisa estar perfeito.
Imagine se essa reunião for uma reunião de apresentação de uma campanha...
Podemos relacioná-la com um dia em que alguém vai se casar, pois são
momentos decisivos na rotina da agência.
Para o atendimento, é importante lembrar que essas reuniões possuem
rituais de hierarquia e comportamento e que são baseados no bom senso,
podendo ser moldados de acordo com aquilo que se sabe sobre o cliente. Uma
reunião dessas pode ser mais “pesada” que outra, mas serão momento únicos.
Se a reunião se der na sede do cliente, a primeira pergunta que vai ouvir
ao retornar para a agência é: “foi boa a reunião?”. Acostume-se desde já.

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TEMA 5 – DIRETRIZES PARA AS CONCORRÊNCIAS DE CONTAS
PUBLICITÁRIAS

Conquistar uma nova conta ou um grande anunciante é, sem dúvida, o


ápice em uma agência de propaganda. Mais ainda se isso vier por meio de uma
concorrência acirrada. As concorrências nascem de licitações de projetos de
comunicação. Geralmente são disputadas por um número pequeno de agências
e possuem grandes verbas. Quando são públicas, as concorrências e licitações
têm data e hora marcada e são formalizadas por meio de propostas sigilosas.
As concorrências, na maioria das vezes, são abertas por empresas de
grande porte, que possuem mais recursos para fazer o trabalho e por um valor
melhor. Como se preparar para participar de uma concorrência? O primeiro
passo é ter certeza de que as equipes da agência dão conta de gerenciar a
demanda. Grandes agências têm equipes completas e as ferramentas mais
recentes. Se o porte da sua agência ainda estiver crescendo, talvez tenha que
se comprometer a funcionar 24 horas por dia para dar conta do deadline (ou seja,
o último prazo para a realização de algo).
Comentando sobre a possibilidade de uma organização que esteja
escolhendo ou à procura dos serviços de uma agência, Sant’Anna, Rocha Jr. e
Garcia (2011, p. 327) perguntam se a agência possui uma compreensão real da
cultura do negócio. Compreensão aqui utilizada no sentido de entendimento
intelectual de todos os desafios que a nova conta apresentará (de todas as
informações que temos visto, o atendimento precisa identificar, analisar,
pesquisar e planejar para agregar valores).
Basicamente, quem não gosta de vencer? E não há uma regra geral. Ás
vezes o que vence é a ideia. Concorrências são abertas e projetos quase inteiros
são entregues na tentativa de vencer uma concorrência. Algumas vezes, as
agências recebem convites para participação, com prazos e definições, briefings
previamente elaborados pelo próprio “suposto” cliente. Outras vezes, saem em
editais quando são públicas. Enfim, concorrência é algo corriqueiro na rotina de
agência de publicidade e propaganda.

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TROCANDO IDEIAS

Saiba mais

1. Nesta aula, citamos a expressão promoções. Para refletir sobre o que


caracteriza e garante o sucesso de uma promoção voltada para os ouvintes de
rádio, em termos de sua criação e desenvolvimento, acesse o link a seguir e leia
a entrevista da Professora Aline Pires para o blog da AERP – Associação das
Emissoras de Rádio do Estado do Paraná, em parceria com a ABERT –
Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV.
CRIATIVIDADE e simplicidade: segredos para uma promoção de sucesso
no rádio. AERP, 21 nov. 2018. Disponível em:
<https://aerp.org.br/novo/ead/criatividade-e-simplicidade-segredos-para-uma-
promocao-de-sucesso-no-radio/>. Acesso em: 15 maio 2019.
2. Citamos também a cultura organizacional de uma empresa, visão,
missão, valores. Avalie esses pontos divulgados nos sites das grandes
empresas e compreenda mais a respeito
Acesse o link a seguir e leia como a empresa Lego fez ajustes
significativos de retomada de uma cultura organizacional:
COMO a LEGO se reergueu restaurando a mentalidade do seu fundador.
Endeavor Brasil, 18 jun. 2015. Disponível em:
<https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/lego-mentalidade-fundador/>.
Acesso em: 15 maio 2019.

Depois de ler, converse com seus colegas. Qual é a importância de uma


cultura organizacional? Troque ideias, dê sua opinião e veja o que seus colegas
têm a dizer. Você pode ainda escolher missões, visões e valores de uma
empresa e encontrar exemplos para postar.

NA PRÁTICA

Nesta aula, você viu algumas ferramentas que compõem a comunicação


integrada de marketing. Imagine que você é o atendimento e que seu cliente do
segmento de varejo lhe solicitou uma promoção de vendas. Defina qual
modalidade irá sugerir. Sem dúvida, o objetivo dele é vender mais. Faça um
esboço de suas ideias. Baseie-se também na sua experiência como consumidor.

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Como gostaria de ser impactado? Que prêmios e brindes gostaria de ganhar ao
comprar um produto? Pratique.

FINALIZANDO

Chegamos ao fim desta aula. Vimos pontos cruciais de uma organização,


como a cultura organizacional e o planejamento estratégico. Entendemos mais
sobre o mix de comunicação integrada de marketing, desenvolvemos um
briefing, passamos por reuniões com o cliente e finalizamos em uma
concorrência. Enfim, a compreensão da propaganda e do atendimento
publicitário vai se tornando mais clara em sua mente. Veja como é necessário o
olhar para as questões teóricas e técnicas. Agora você já sabe que o que
determina se um atendimento é bom ou não é todo o conhecimento e a
experiência que ele possui, aliados à forma prática sobre como e quando aplicar
tudo isso.

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REFERÊNCIAS

BRAINSTORMING. Significado, S.d. Disponível em:


<https://www.significados.com.br/?s=brainstorming>. Acesso em: 15 maio 2019.

KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall,


2000.

LAS CASAS, A.L. Administração de vendas. São Paulo: Atlas, 2005.


LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica:
procedimentos e técnicas. São Paulo: Thomson, 2012.

MARTIN, V. Manual prático de eventos. São Paulo: Atlas, 2008.

PAIXÃO, M. V. Pesquisa e planejamento de marketing e propaganda.


Curitiba: Ibpex, 2011.

SANT'ANNA, A. Propaganda: teoria, técnica e prática. 7. ed. São Paulo:


Pioneira Thompson Learning, 1998.

SANT'ANNA, A.; ROCHA JÚNIOR, I.; GARCIA, L. F. D. Propaganda: teoria,


técnica e prática. 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

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