PARTE 1
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Capítulo 7
Gestão de Pessoas
7.1. Liderança
A liderança tradicional era pessoal e atribuída a grandes líderes que arrebatavam
seguidores (Jesus Cristo, Martin Luther King, Nelson Mandela etc.). Embora exista líder
informal nas entidades em geral, a liderança no contexto organizacional está mais
relacionada aos diversos escalões de pessoas que comandam outras pessoas (supervisores
gerentes, diretores, alta administração).
A liderança é exercida pelo líder, que deve ser capaz, ter competência (conhecimentos
habilidades e atitudes) para o desempenho da função. Líderes são motivadores
solucionadores de problemas, administradores de conflitos, e o elo entre a alta
administração e as equipes de trabalho. Líder não é aquele que manda (esse, no máximo
é um chefe), mas aquele que exerce influência sobre seus subordinados no sentido de
obter o máximo de colaboração e o mínimo de resistência.
É na situação concreta que o líder demonstra a capacidade de liderar: incentivando
motivando, apontando caminhos, resolvendo problemas, solucionando conflitos etc. O
líder ético é aquele que influencia as pessoas respeitando o seu bem-estar – procura fazer
a coisa certa mesmo em circunstâncias adversas; o não ético é ditador e trata as pessoa
como meros instrumentos – utiliza qualquer meio para alcançar suas metas.
Santiago (2007) indica vários atributos da liderança: confiança (é tida como o principa
atributo; gera expectativa positiva e é baseada na integridade, na lealdade, na
competência, na consistência); inteligência emocional (é a soma de inteligência e
conhecimentos, e compreende a autoconsciência, o autogerenciamento, a
automotivação, a empatia e as habilidades sociais); ética (conduta correta, utilizando seu
carisma de forma construtiva); liderança multicultural (ser flexível quanto às diferentes
culturas e adaptar a liderança às exigências da situação); liderança de equipe
(habilidades para compartilhar informações e autoridade, saber confiar e identificar a
hora certa para intervir ou deixar a equipe agir sozinha); liderança x gestão das pessoas
(habilidade interpessoal, motivação).
Para Drucker (1996), a liderança pode e deve ser aprendida. Esse autor não acredita em
personalidade, estilo ou traços de liderança. Drucker entende que: “líder é alguém que
tem seguidores; que um líder eficaz é alguém cujos seguidores fazem as coisas certas para
o alcance dos resultados; que líderes são visíveis, portanto, servem de exemplo; e que
liderança não quer dizer posição, privilégios, títulos ou dinheiro, mas significa
responsabilidade”.
Drucker (2000) indica as “lições” do líder do futuro: é proativo; tem caráter
honestidade, competência, visão de futuro; tem cabeça nas nuvens e pés no chão; dá
importância ao consenso e aos valores compartilhados; não atua sozinho; seu legado
resulta da vida que levou, de como conduziu sua vida; lidera no interesse de todos.
Para Henry Mintzberg, o líder/gerente desempenha três papéis: interpessoal, o gerente é
o líder, o representante, o elemento de ligação dos relacionamentos; de informação, o
gerente é o monitor, o disseminador, e o porta-voz; de decisão, o gerente é um
empreendedor, um controlador de distúrbios e um negociador.
As principais teorias da liderança são descritas em três abordagens: dos traços – nessa
abordagem a liderança é atribuída a quem detém um conjunto de características
consideradas necessárias para o desempenho do papel de líder, nessa teoria a liderança
não é aprendida; comportamental/funcional – nessa abordagem o líder deveria possuir
estilos de comportamentos que favorecem o exercício da liderança. Esses estilos podem
ser aprendidos através de treinamentos específicos; situacional/contingencial 1 –
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organização do trabalho.
→ Liderança democrática: o líder solicita e aceita a participação da equipe; divide o
poder para tomar decisões; consulta, ouve, orienta e valoriza sua equipe; e faz crítica
e elogios de forma impessoal – facilita o envolvimento, o comprometimento, a
lealdade e a satisfação das necessidades da equipe. A ênfase dessa liderança está tanto
no líder quanto nos liderados.
→ Liderança liberal: o líder tem pouca participação, delega o poder, e permite que a
equipe tome as decisões e se organize para a execução das tarefas/atividades. A
ênfase dessa liderança é nos liderados, que têm total liberdade para agir.
O líder fixa as diretrizes, sem qualquer As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e Há liberdade completa para as decisões grupais
participação do grupo. assistido pelo líder. ou individuais com participação mínima do líder.
O líder determina as providências e as técnicas O grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo, A particpação do líder no debate é limitada,
para a execução das tarefas, cada uma por vez, à solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário, apresenta apenas materiais variados ao grupo,
medida que se tornam necessárias e de modo passando este a sugerir alternativas para o grupo escolher, surgido esclarecendo que poderia fornecer informações
imprevisível para o grupo novas perspectivas com os debates. desde que as pedissem.
Tanto a divisão das tarefas quanto a escolha dos
O líder determina a tarefa que cada um deve A divisão de tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro
companheiros ficam totalmente a cargo do
executar e qual é o seu companheiro de trabalho. tem liberdade de escolher os seus companheiros de trabalho.
grupo. Absoluta falta de participação do líder.
Fonte: Chiavenato, Idalberto. Administração, teoria, processo e prática, 4a ed. Rio de Janeiro, Campus, 2007.
Atenção 1 → Na vida real, o líder não se prende a um único estilo, mas combina vário
estilos de liderança, de acordo com as necessidades.
7.2. Motivação
Falar de motivação é falar dos motivos que levam as pessoas a agir ou se comportar de
determinada maneira, sob o pressuposto que o comportamento das pessoas primeiro
orienta-se para o alcance dos objetivos pessoais.
Motivação é algo capaz de alterar a maneira de agir das pessoas. É uma força interior
capaz de mover indivíduos para determinadas ações; é uma força capaz de aumentar o
nível de esforço ou a carga de trabalho para satisfação de algo.
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fator de motivação. Essa dinâmica ocorre de baixo para cima até chegar ao último níve
(autorrealização).
→ Herzberg
Frederick Herzberg utiliza duas classes de fatores para análise do comportamento das
pessoas no trabalho: os fatores higiênicos/extrínsecos, que impedem que o indivíduo
esteja insatisfeito com o trabalho, mas não contribuem de forma direta para sua satisfação
(salário, condições de trabalho, segurança, status, chefia, relacionamento interpessoal); e
os fatores motivacionais/intrínsecos, que contribuem de forma direta para a satisfação no
trabalho (autorrealização, reconhecimento, crescimento, desenvolvimento).
Para Herzberg, quem motiva o indivíduo com vistas ao alcance de elevados níveis de
satisfação são os fatores motivacionais. Os fatores higiênicos servem apenas para reduzir a
insatisfação. Diz-se que os fatores higiênicos relacionam-se com o contexto/ambiente do
trabalho, e que os fatores motivacionais relacionam-se com o conteúdo do trabalho.
→ Alderfer
A teoria ERG (Existence, Relatedness e Growth), ou teoria das necessidades de Clayton
Alderfer, considera o sistema empírico-empírico para o estudo dos desejos e da satisfação
das necessidades humanas.
Para Alderfer, existe hierarquia de necessidades, distribuídas em três níveis: no primeiro
nível estão as necessidades de existência (fisiológicas, materiais e de segurança); no
segundo nível estão as necessidades de relacionamento (sociais, pertencer a um grupo); e
no terceiro nível estão as necessidades de crescimento (autoestima e autorrealização).
Alderfer vê esses níveis como um “estado do desenvolvimento dos indivíduos”, e afirma
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que, em regra, as necessidades progridem dos níveis mais baixos para os mais altos – ma
admite a inversão dessas prioridades como fator de motivação.
→ McClelland
McClelland destaca três fontes de motivação para o indivíduo: necessidade de
afiliação/associação – compreende o desejo de relacionamentos amigáveis; necessidade
de poder – compreende o desejo de mandar, influenciar, controlar – pessoas e recursos –
para benefício próprio ou de outros; necessidade de realização – compreende o desejo
de superar desafios e alcançar objetivos, através do esforço pessoal.
McClelland afirma que todas as pessoas têm essas necessidades, mas elas apresentam
variações de indivíduo para indivíduo. Afirma ainda que as necessidades “vão surgindo
ao longo da vida” porque os indivíduos estão em constante evolução, e que os indivíduo
podem ser treinados e assim terão níveis mais elevados de necessidades, que poderão ser
usadas como fator de motivação.
→ Teoria X e Teoria Y
Mac Gregor apresentou duas visões que os executivos têm das pessoas, baseadas nas
seguintes premissas:
Teoria X, visão negativa: os funcionários vão evitar o trabalho porque não gostam de
trabalhar (são preguiçosos); como não gostam de trabalhar, devem ser forçados/coagido
a trabalhar para que cumpram as metas; os funcionários não querem assumir
responsabilidades, por isso buscam orientação formal; os funcionários buscam primeiro a
segurança e têm pouca ambição.
Teoria Y, visão positiva: os funcionários acham o trabalho natural; os funcionário
comprometidos com a organização demonstram auto-orientação e autocontrole; os
funcionários médios são capazes de aprender e assumir responsabilidades; qualquer
funcionário pode tomar decisões inovadoras.
Essa teoria é de difícil aplicação pelos gestores, visto que a percepção de injustiça no loca
de trabalho varia de empregado para empregado – além de ser dinâmica, é subjetiva.
→ Reforço
A teoria do reforço defende como ideia central que o comportamento humano se explica
através das consequências previstas para o comportamento. As consequências têm doi
enfoques: positivas, às quais se associam uma recompensa; negativas, às quais se associam
uma punição.
Nessa teoria, o comportamento recompensado é facilmente repetido, ao passo que o
comportamento punido é facilmente abolido – ou seja, o comportamento é repetido ou
não em função das consequências previstas. Assim, o comportamento do indivíduo pode
ser controlado mediante oferta de recompensa para as ações desejadas e de punição/não
recompensa para as ações não desejadas.
→ Objetivos
A teoria da definição de objetivos defende a ideia de que os objetivos têm pape
fundamental no comportamento dos indivíduos. Os empregados são motivados pelo
desejo de alcançar determinados objetivos e usufruir dos benefícios a ele associados, e
para isso despendem os esforços necessários.
Robbins (2010), citando Edwin Locke, entende que a luta por um objetivo é a maior
fonte de motivação para o indivíduo. Para Robbins, existem quatro fatores de influência
comprometimento com o objetivo, no sentido de não diminuí-lo ou abandoná-lo
autoeficácia, confiança e convicção de alcançar o objetivo; características da tarefa
funciona melhor quando são tarefas simples; e cultura, funciona melhor quando o
objetivos e a cultura estão em sintonia.
Essa teoria é vista mais como uma técnica de motivação do que como uma teoria
motivacional.
→ Expectativas
A teoria das expectativas explica a motivação em função das escolhas (objetivos) feitas