Cerficacoes_Internacionais_OISC_CPLP
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Área geográfica de abrangência das Maputo (com possíveis visitas às Áreas de Conservação)
actividades
Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND)
Entidade Contratante em nome da Administração Nacional das Áreas de
Conservação (ANAC)
1. Contexto da Consultoria
ANAC, IP é a entidade responsável pela gestão das Áreas de Conservação (Acs) e pela supervisão do
trabalho das entidades responsáveis pelas Parcerias de Gestão Colaborativa das ACs com a ANAC. Foi
criada em 2011 como Instituto Público e é orientada pelo seu Plano Estratégico 2015-2024. A ANAC tem
agora autonomia financeira, administrativa e patrimonial ao abrigo do Decreto n.o 16/2022 de 29 de Abril,
proporcionando a capacidade de uma melhor gestão da organização em conformidade com o seu mandato.
Actualmente, a rede de áreas de conservação (ACs) que cobrem cerca de 29% da superfície terrestre do
país, é composta por dez parques nacionais, cinco reservas nacionais, três áreas de protecção ambiental,
17 áreas de caça de domínio público do estado ("Coutadas"), mais de 50 fazendas de caça privadas
("Fazendas de Bravio"), dois programas comunitários e seis áreas de conservação comunitária.
Para a administração da Rede Nacional das Áreas de Conservação, a ANAC, possui grande dependência de
financiamento externo de parceiros e agências de desenvolvimento o que constitui um grande desafio
institucional para prover resultados cada mais eficazes na implementação das acções e cumprimento dos
compromissos e metas de conservação nacionais e internacionais.
Em 2022, por forma a fazer face aos desafios do sector e promover maior autonomia, sobretudo,
financeira, o Governo concedeu à ANAC o direito de reter as receitas visando o reinvestimento e
robustecimento no sector. Não obstante o processo contínuo da captação de receitas, a ANAC está ciente
de que o sistema ainda possui oportunidades de melhoria e alargamento das fontes de receitas. Além disso,
não está suficientemente claro se as receitas são totalmente cobradas e se existem mecanismos para
optimizar a sua cobrança e racionalizar as despesas.
Devido à modéstia do orçamento público e das capacidades públicas, como parte da estratégia para
acelerar o desenvolvimento da rede Nacional das Áreas de Conservação, através do mecanismo das
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Parcerias Público Privadas, o Governo transferiu progressivamente a gestão e os custos das áreas de
conservação para os parceiros de gestão colaborativa. Além disso, alguns concessionários de coutadas
(sector privado) aumentaram o seu papel na conservação, através de investimentos cobrindo mais os
custos de gestão (estradas, fiscalização, monitorias de fauna, etc.) assim como de apoio para o
desenvolvimento comunitário. Em 2024, com o intuito de regulamentar as parcerias para fins de
conservação, o Governo aprovou o Decreto n.o 52/2024 de 18 de Julho, que define os princípios e normas
de parceria de gestão colaborativa das áreas de conservação.
Paralelamente, em 2011, esforços conjuntos do Governo de Moçambique, doadores externos e sociedade
civil, em resposta aos comandos da Política e Estratégia de Conservação, ajudaram a estabelecer uma
organização significativa e sustentável para o financiamento da conservação através da criação de uma
fundação moçambicana privada, com estatuto de utilidade publica designada Fundação para a
Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), que em coordenação com a ANAC, complementa o
financiamento do estado e dos parceiros de gestão colaborativa, financiando cerca de 1/3 dos custos
operacionais da maioria das áreas de conservação nacionais. A BIOFUND, com uma subvenção do GEF,
estabeleceu também uma janela dedicada ao reforço da capacidade institucional da ANAC. Esta janela
ainda não foi activada porque os seus mecanismos ainda não foram desenvolvidos e acordados.
Neste contexto, durante 20 anos, tanto a eficácia das parcerias público privadas (de gestão colaborativa
ou concessões) como o uso eficiente das contribuições da BIOFUND (nos últimos 8 anos) para as áreas de
conservação registaram progressos, porém, estes avanços precisam de aprimoramento. Regista-se um
sub-aproveitamento destes apoios, em parte, devido à limitada capacidade da ANAC para facilitar, apoiar
e monitorar estas parcerias e concessões e, desta forma estimular maior eficiência e eficácia do seu capital
humano e meios materiais.
É neste intuito que, para maximizar as oportunidades de geração de receitas e capitalizar as fontes de
receita e financiamento, a ANAC propõe-se a desenvolver os mecanismos necessários para melhorar a
capacidade institucional, visando:
a. Definir, em coordenação com os parceiros da ANAC, as áreas-chave de desempenho para as quais,
na sua opinião, uma melhoria se traduziria num aumento da eficácia e eficiência da gestão das ACs;
b. Medir as receitas actuais da ANAC e as despesas provenientes dessas receitas e, identificar, entre
estas, os fluxos elegíveis para serem canalizados para a Conta de Reforço Institucional da ANAC;
c. Abrir na ANAC uma conta dedicada ao fortalecimento da capacidade institucional da ANAC, com
critérios específicos para o seu uso, incluindo mecanismos de prestação de contas, monitoria com
controlos rigorosos e procedimentos transparentes;
d. Preparar critérios baseados no desempenho institucional para desembolsos de recursos
financeiros da janela dedicada à ANAC na BIOFUND para a Conta de Capacitação Institucional da
ANAC;
e. Avaliar novas fontes alternativas, inovadores e elegíveis para diversificação de receitas e
investimento para geração de renda para o sector.
2. Objectivos
O objetivo desta consultoria é de: i) apoiar a ANAC a identificar e quantificar as fontes de receitas e
despesas correntes da ANAC; ii) identificar as oportunidades de investimento para diversificação das
receitas; e iii) conceber uma Conta de Capacitação Institucional da ANAC dedicada ao reforço institucional
criada com controlos rigorosos e procedimentos transparentes de uso e prestação de contas de acordo
com a legislação vigente e normas especificas dos parceiros.
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3. Responsabilidades Específicas
Para atingir os objectivos pretendidos, o consultor será responsável pelas seguintes actividades:
A. (Parte 1) Fontes de Receitas e despesas correntes da ANAC (neste caso, ANAC significa a sede
da ANAC e as áreas de conservação):
1. Medir as receitas correntes da ANAC de acordo com o estipulado no Decreto n.o 16/2022 de 29 de
Abril. As receitas da ANAC incluem várias taxas de concessão turística e de caça, entradas em áreas
de conservação, várias licenças de uso, tais como licenças de caça, várias taxas por actividades e
serviços prestados pela ANAC. Algumas das receitas são colectadas e depositadas na(s) conta(s)
da ANAC em Maputo e outras são colectadas e depositadas nas contas da ANAC nas áreas de
conservação (ou nas províncias/distritos).
i. Identificar todas as contas actualmente geridas pela ANAC e as que não são geridas pela
ANAC mas que recebem receitas geradas na jurisdição da ANAC;
ii. Identificar todas as fontes actuais de receitas devidas e cobradas pela ANAC e medir o
montante cobrado por todas as contas da ANAC em 2022 e 2023, bem como as receitas
cobradas por contas não ANAC identificadas em (i) acima;
iii. Comparar os montantes devidos e cobrados, provenientes de todas as fontes, com todas as
contas e analisar as causas das eventuais discrepâncias;
iv. Identificar se algumas das receitas actualmente cobradas por contas não ANAC, caso
existam, podem ser redireccionadas para contas geridas pela ANAC;
v. Identificar o potencial aumento das receitas através de uma rápida avaliação comparativa
com receitas semelhantes no país ou na região e com uma análise da forma como esse
aumento, se possível, não diminuiria a competitividade.
2. Medir as despesas correntes a partir dessas receitas:
i. Efectuar uma revisão das despesas em 2022 e 2023 para todas as contas ANAC identificadas;
ii. Efectuar uma análise das despesas com o objectivo específico de identificar as que poderiam
ser reorientadas para os recursos humanos e o reforço das capacidades institucionais.
iii. Listar a contribuição dos projectos na cobertura do deficit das despesas correntes e de
investimento da ANAC.
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C. (Parte 3) Oportunidades de Investimento para diversificação das fontes de receita: avaliar
o mercado de negócios no âmbito da cadeia de valor da economia de vida selvagem e sectores afins
que sejam elegíveis no qual a ANAC possa investir o seu capital para geração de receitas próprias
e garantir a sustentabilidade financeira.
Uma vez que esta consultoria aborda dados e informações sensíveis, e de forma a garantir a sua
conclusão dentro do prazo previsto, a ANAC dentro das normas e procedimentos do funcionalismo
público, irá prestar, em tempo útil, apoio aos consultores da seguinte forma:
4. Resultados Esperados
O consultor deve apresentar os seguintes resultados principais:
• Breve relatório inicial que descreve as primeiras conclusões e a metodologia de trabalho para
alcançar o resultado final (no prazo de 10 dias após a assinatura do contrato);
• Um projecto de (a) um relatório sobre a Parte 1 e a Parte 2 da missão, (b) um manual de
procedimentos para a abertura, gestão e funcionamento da Conta de Reforço Institucional da
ANAC;
• Um relatório final (a) sobre a Parte 1 e a Parte 2 do trabalho, (b) um manual de procedimentos
para a abertura, gestão e funcionamento da Conta de Reforço Institucional da ANAC;
• Uma lista de oportunidades e modelos de investimento em forma de participações sociais e
outras áreas de investimento elegíveis para ANAC;
• Uma apresentação em PowerPoint com um resumo de ambos para assegurar uma compreensão
clara e convincente por parte dos decisores.
5. Qualificações
O consultor deve possuir os seguintes requisitos:
• Pelo menos Licenciatura em finanças, contabilidade pública ou área afim e experiência de pelo
menos 10 anos;
• Pelo menos 5 anos de experiência no domínio da revisão das finanças públicas ou auditoria em
Moçambique;
• Ter conhecimentos sólidos em análise de oportunidades de investimentos;
• Experiência de ter realizado avaliações comparáveis no passado em Moçambique ou em países
equiparáveis;
• O conhecimento profundo da legislação do sector da conservação e do turismo, especialmente
concessão e licenciamento, será considerado uma vantagem.
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6. Fraude e Corrupção
A BIOFUND reforça o seu compromisso com a integridade e a transparência em todas as suas operações.
Tolerância zero à corrupção é um princípio inegociável para nós. Caso seja solicitado ou presenciado
qualquer acto ilícito relacionado com a presente processo de contratação, solicitamos que entre em
contacto imediatamente com o nosso mecanismo de denúncias através dos números do MDR: 800900200
(zona norte), 800900300 (zona centro) e 800900400 (zona sul).
7. Candidaturas
O(a)s Candidato(a)s Interessados e com o perfil exigido deverão enviar as suas Manifestações de Interesse
que deverão consistir nos seguintes documentos: CV (incluído contacto de pelo menos 3 referências
profissionais), portefólio de trabalhos similares realizados, Bilhete de Identidade, cópia dos diplomas ou
certificados dos graus académicos, até às 16h30 horas do dia 10 de Janeiro de 2025 por email para o
endereço: concursos@biofund.org.mz com o assunto “Nº 47/BIOFUND/MOZNORTE/IND/CS/2024 -
Contratação de um Consultor Individual para Revisão das Fontes de Receitas e Despesas da ANAC ”.