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P2 - Fisiologia Vegetal

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Relações hídricas: Importância e potencial hídrico (Teórica 8)

1. Por que as plantas demandam tanta água, como por exemplo, uma tonelada de água, em média, para produzir um
kg de trigo?
Isso é consequência da abertura estomática, que tem como objetivo a absorção de CO2, embora tenha benefícios
secundários, como o resfriamento da planta, que consiste em uma consequência da intensa evaporação e da perda de
água para a atmosfera, que ocorre quando os estômatos se abrem. Ou seja, a planta não transpira para se resfriar, ela
transpira porquê está com os estômatos abertos para absorver CO2.

2. Quais são as formas de reduzir os gastos com água para as plantas?


.Logicamente, as plantas desenvolveram defesas contra a seca, e uma das mais eficientes é o metabolismo CAM, que
perde até vinte vezes menos água para absorver a mesma quantidade de gás carbônico que as C3 e C4, por abrirem
seus estômatos a noite;
.Sistemas de irrigação mais eficientes podem poupar água, a irrigação por gotejamento por exemplo, que aplica água
de forma localizada, reduzindo as perdas;
.Uso de plantas adaptadas a ambientes áridos, como xerófitas, para jardinagem representa uma economia enorme da
água, em comparação ao uso de mesófilas;
.Os quebra-ventos são também uma forma de economizar água na agricultura, pois reduzem a transpiração das
plantas. Árvores e cercas vivas podem ser usadas como quebra-ventos e ainda contribuirão para a biodiversidade, e
também para a menor contaminação por doenças disseminada pelo vento.

3. O movimento da água nos tecidos vegetais é passivo ou ativo?


Todo movimento da água no sistema solo-planta-atmosfera (SSPA) é espontâneo. A entrada da água da folha para a
atmosfera, e qualquer outro movimento no SSPA é espontâneo, sem gasto de energia metabólica da planta, ou seja, o
transporte é passivo. O gasto de energia nestes movimentos é a energia da própria água.

4. Como ocorre a osmose?


A osmose é um caso especial de difusão no qual a água se movimenta através de uma membrana semi-permeável, de
uma região de maior potencial hídrico (maior concentração de água) para outra de menor potencial hídrico (menor
concentração de água).

5. Quais as diferenças entre a difusão e fluxo de massa e como os dois processos podem estar relacionados?
A difusão pode ser definida como o movimento líquido de moléculas e íons de uma região com elevada energia livre
para uma região com energia livre mais baixa.
Fluxo de massa é o movimento total da água (ou outros líquidos) que ocorre em resposta a diferenças de energia
potencial da água (potencial hídrico= ψ). ).
FLUXO EM MASSA: uma coluna compacta de água se move devido à coesão entre suas moléculas.

6. Como ocorre o turgor celular em plantas e qual é a sua importância?


Com a entrada de água na célula guarda, a membrana plasmática é empurrada contra a parede celular e a parede
empurra de volta, pela terceira Lei de Newton. Essas ação e reação fazem com que a célula vegetal tenha turgor que é
fundamental para vários processos fisiológicos, tais como a abertura estomática, o movimento da seiva do floema, o
crescimento da célula e também movimentos tais como do pulvino motor.

7. Como o turgor atua na abertura estomática?


Células-guarda absorvendo íons, reduzindo assim a concentração da água, o que faz a água entrar nessas células
causando aumento do turgor celular que leva à abertura estomática. Quando as células-guarda perdem os solutos,
perdem também água, fechando o poro estomático.
Vale ressaltar que os solutos não afetam a energia da água por causa de cargas que possam ter. Eles apenas atuam
pela redução da concentração da água. Assim, a água da célula adjacente vai se difundir para a célula-guarda e vai
aumentar a pressão na célula-guarda, o que faz esta célula se curvar, abrindo o poro estomático.

8. As plantas transpiram para se resfriarem?


Não. O resfriamento é um benefício secundário, consequência da abertura estomática, que tem como objetivo a
absorção de CO2.

9. O potencial hídrico é uma medida de quê?


O potencial hídrico é uma medida da energia da água, ou seja, da sua capacidade de realizar trabalho ou movimento, e
não de quantidade da água. As medidas de quantidade de água (umidade gravimétrica ou volumétrica do solo,
umidade do ar, teor de água das folhas ou de sementes, conteúdo relativo de água etc) não permitem estimar a
tendência de movimento da água, mas o potencial da água sim.

10. Qual é a importância de se conhecer o conceito de potencial hídrico?


Os valores de potencial hídrico, também chamado de potencial total da água, permitem prever a tendência de
movimento espontâneo da água no sistema solo-planta-atmosfera (SSPA), o que é muito importante, pois, TODO
MOVIMENTO DA ÁGUA NO SSPA É ESPONTÂNEO!!!!

11. Quais são os fatores que afetam o potencial hídrico? Esses fatores atuam isolados ou combinados?
Altura, pressão e concentração de água. Atuam combinados na maioria das vezes.

12. A água tende a se movimentar para o local de maior ou menor potencial hídrico?
A água tende a se movimentos do local de maior potencial hídrico para o local de menor concentração de ÁGUA, com
menor potencial hídrico.

Relações hídricas: o contínuo solo-planta-atmosfera (Teórica 9)

Bloco 1

1. Por que é possível a manutenção do contínuo Solo-Planta-Atmosfera?

2. Discorra sobre os componentes do potencial hídrico que comandam o movimento de água entre o solo e a raiz.
No solo a água se movimenta pela variação de dois componentes do potencial hídrico: o potencial de pressão e o
potencial gravitacional. Solos úmidos apresentam valor de potencial hídrico próximo de zero. Conforme a umidade do
solo vai diminuindo (menos água disponível) o potencial de pressão torna-se mais negativo. A pressão no solo
inundado é positiva e pode ser medida pela altura da coluna de água acima do ponto considerado. Quando o solo não
está saturado de água, a pressão será negativa, e é chamada de pressão matricial ou tensão da água. É importante
destacar que o potencial de pressão negativo dos solos está atrelado às propriedades físicas da água, ou seja: a água
possui uma alta tensão superficial, a qual tenderá a minimizar as interaces ar-água; contudo, a força de adesão fará
com que a água tenda a se prender nas partículas de solo.

3. Discorra sobre os componentes do potencial hídrico que comandam o movimento de água entre duas células
adjacentes em um tecido vivo.
Os pelos da raiz fazem contato íntimo com as partículas do solo e amplificam bastante a área de superfície utilizada
para a absorção de água pela planta. O solo é uma mistura de partículas (areia:argila:silte e material orgânico), água,
solutos dissolvidos e ar. A água é adsorvida pela planta, a solução do solo recua para pequenos compartimentos,
canais e fissuras entre as
partículas do solo. Nas interfaces ar-água, esse recuo faz a superfície da solução do solo desenvolver um menisco
côncavo (interfaces curvas entre ar e água, marcadas na figura por setas), desenvolvendo uma tensão (pressão
negativa) na solução por meio da tensão superficial. Esse processo é a capilaridade que ocorre nos solos. À medida
que mais água é removida da superfície solo a curvatura dos meniscos ar-água aumenta, gerando tensões maiores
(pressões mais negativas).

Bloco 2

1. Em que situações o potencial osmótico influencia no movimento de água? Explique.


O potencial osmótico só influencia p movimento de água entre dois pontos quando os solutos estão impedidos de se
movimentar. Caso contrário, os solutos é que irão se movimentar. Quando consideramos dois pontos no solo ou no
floema das plantas, os solutos não influenciam o movimento da água. Em ambos os casos, o potencial osmótico não
influenciará o movimento da água, pois, não há uma barreira ao movimento dos íons, como, por exemplo, uma
membrana plasmática.
Todavia, quando consideramos dois pontos separados por uma membrana, tal como um ponto no solo e outro dentro
de uma célula viva da raiz, o potencial osmótico é crucial para o movimento de água. Uma planta em solo salino
poderá perder água para o solo, mesmo que este esteja inundado, desde que o potencial osmótico do mesmo esteja
mais negativo que o potencial hídrico da raiz.

2. Quais as propriedades da água são fundamentais para que ocorra a ascensão pelo xilema?
Adesão, coesão e tensão superficial.
3. O que é Teoria da Coesão-Tensão e qual sua relação com a movimentação da água nas plantas?
Segundo a teoria da coesão-tensão, as moléculas de água são transportadas nos organismos vegetais através de
finíssimos capilares condutores de seiva bruta (xilema), mantendo-se unidas por forças de coesão, formando uma
coluna líquida contínua das raízes até as folhas.
As tensões que são geradas no xilema e são necessárias para puxar a água do solo são decorrentes da transpiração
foliar. Falando um pouco mais detalhadamente, a evaporação da água da superfície das paredes celulares dentro das
folhas ocasiona uma diminuição do potencial matricial gerando assim o gradiente de potencial hídrico que proporciona
um fluxo de água em direção aos sítios de evaporação. Com a intensificação da evaporação da água da parede, a
interface ar-água, ou seja, os meniscos ficam cada vez mais curvos dentro dos capilares mais finos e a tensão
superficial nessa região forma progressivamente uma pressão mais negativa, que tende a deslocar cada vez mais
líquido para essa região.

Bloco 3

1. Por que algumas plantas conseguem ascender a água no xilema sem interferência da transpiração?
Devido à pressão positiva da raiz, gerada pela baixa velocidade da transpiração. Elevado potencial hídrico do solo e da
atmosfera.

2. Como ocorre o embolismo e quais as alternativas que as plantas possuem para evitar maiores perdas no transporte
xilemático?
A água no xilema contém gases como o CO2, O2 e N, os quais ficam sujeitos a se separarem da solução quando a
coluna de água está sob tensão. Além disso, com o aumento da tensão há uma tendência do ar ser puxado pelos
microporos das paredes celulares. Esses dois fatos proporcionaram a formação de bolhas microscópicas nos elementos
traqueais do xilema que é denominado de cavitação, que pode coalescer e expandir rapidamente ocasionando a
embolia (obstrução do conduto do xilema). Quando ocorre cavitação, a coluna de água do xilema pode se romper,
impedindo que aquele vaso tracione a coluna abaixo dele.
A forma mais simples de evitar ocorrência de cavitação é fechar os estômatos para que a tensão não aumente nos
xilemas.
Um sistema de poros laterais entre as células do xilema permite que a água faça um contorno pela célula que sofreu
embolismo.
Novos xilemas podem ser gerados para substituir os que foram inutilizados pela cavitação. A pressão positiva da raiz
também pode dissolver as bolhas.

3. Qual a relação da abertura estomática com a movimentação de água das folhas para a atmosfera?
Para que ocorra a abertura dos estômatos é necessário que haja uma diminuição do potencial osmótico e potencial
hídrico dentro das células-guardas, que culminará na absorção de água por estas células deixando-as túrgidas e
ocasionando assim a abertura dos poros estomáticos.
O sol aquece o ar, reduzindo a umidade relativa e o potencial hídrico na atmosfera; os estômatos se abrem e o vapor
de água sai por eles (transpiração); a água líquida da folha evapora e sai da folha;

SEGUNDA AVALIAÇÃO

1. Marque V ou F nas afirmativas abaixo:


(V) Raízes, folhas jovens e ramos em desenvolvimento são os principais drenos durante o estágio vegetativo das
plantas.
(V) As concentrações de sacarose detectadas na seiva do floema podem variar de 0,3 a 0,9M.
(F) As células companheiras perderam organelas importantes tais como núcleo, mitocôndrias, complexo de golgi,
sendo as responsáveis pela translocação ao longo do floema.
(F) O transporte no floema é unidirecional e dependente da gravidade.

2. Explique por que o quebra vento pode reduzir a chance do estresse hídrico vegetal.
Os quebra-ventos são também uma forma de economizar água na agricultura, pois reduzem a transpiração das
plantas. Árvores e cercas vivas podem ser usadas como quebra-ventos e ainda contribuirão para a biodiversidade e
também para a menor contaminação por doenças disseminadas pelo vento.

3. Explique como se forma a força que faz a água subir em todas as plantas superiores.
O sol aquece o ar, reduzindo a umidade relativa e o potencial hídrico na atmosfera; os estômatos se abrem e o vapor
de água sai por eles (transpiração); a água líquida da folha evapora e sai da folha; com a evaporação, os meniscos nas
paredes das células vegetais da folha vão se retraindo para as partes mais finas dos poros destas paredes e quanto
menor é o raio do capilar, mas fortemente a água é retida, e esses capilares retiram água de dentro do xilema
causando aumento da tensão dentro do xilema; esta tensão puxa a água do xilema para cima; a coluna da água no
xilema suporta esta tração por causa das forças de coesão e adesão; a tensão é transferida à raiz e juntamente com a
osmose aumenta a tendência de entrada de água nas raízes.

Questões Antigas

1. Explique a importância da coesão na Teoria de Dixon.


Força de coesão – efeito que provoca a união das moléculas de água mantendo-as unidas. A união destas moléculas
deve-se há sua polaridade que produz ligações de hidrogênio entre as moléculas. Estas ligações são extremamente
fortes, o que favorece a sua forte união.
Devido à coesão entre moléculas de água, e à sua adesão às paredes celulares dos vasos xilêmicos, forma-se uma
coluna contínua que transmite a tensão desde as células do mesófilo até às raízes. A combinação das três forças –
tensão, coesão e adesão, permite manter a corrente de transpiração, responsável pela geração de um défice hídrico ao
nível da raiz e consequente absorção de água.

2. Explique porque as plantas transpiram, explicando também as principais vantagens e desvantagens deste processo.
A transpiração é o processo pelo qual a planta expele as quantidades de água excedentes, sendo também
fundamental, pois é através da transpiração que a seiva bruta é levada para as folhas através do xilema.
A transpiração é benéfica para a manutenção da temperatura da instalação e manutenção das plantas em condições
de frio/quente. A taxa de transpiração das plantas e número de estômatos é proporcional entre si.
A vantagem é que, por ser um processo difusional, a transpiração é importante no movimento de nutrientes e água
do solo para chegar até as raízes e da água e gases no interior da planta. A difusão é que possibilita o suprimento de
CO2 para a fotossíntese. A desvantagem é que se não houver um gradiente favorável de potencial hídrico entre o solo
e as raízes, as plantas terão dificuldades de balancear a água perdida na transpiração, levando ao murchamento.

3. Explique como ocorre a cavitação, incluindo na sua resposta os fatores ambientais que favorecem estes fenômenos.
A água no xilema contém gases como o CO2, O2 e N, os quais ficam sujeitos a se separarem da solução quando a
coluna de água está sob tensão. Além disso, com o aumento da tensão há uma tendência do ar ser puxado pelos
microporos das paredes celulares. Esses dois fatos proporcionaram a formação de bolhas microscópicas nos elementos
traqueais do xilema que é denominado de cavitação, que pode coalescer e expandir rapidamente ocasionando a
embolia (obstrução do conduto do xilema).
A cavitação está ligada com o aumento da transpiração, portanto condições ambientais de baixa umidade do ar e alta
intensidade luminosa favorecem a cavitação.

4. Explique a interferência da luz na transpiração das plantas.


A luz influencia na transpiração de plantas, pois os estômatos são muito sensíveis à luz (se abrem) e por que esta
fornece a energia necessária para a evaporação da água. A luz interfere no movimento estomático pela intensidade,
comprimento de onda e fotoperíodo.

5. Caracterize em ordem crescente os tipos fotossintéticos quanto à eficiência do uso da água e explique.
C3 – apresenta baixa eficiência no uso da água, pois precisa ficar com os estômatos abertos por mais tempo, além
disso, ocorre durante o dia, estando sujeita as variáveis ambientais como temperatura e umidade relativa, sendo assim
essa planta transpira mais.

C4 – apresenta maior eficiência que as C3, pois os estômatos ficam abertos por menos tempo, isso ocorre por causa da
eficiência da PEPcase na captação de CO2.

CAM – é a mais eficiente, pois vão ficar com os estômatos abertos apenas durante a noite, quando as temperaturas
são mais baixas e assim as plantas transpiram menos. Além disso, a eficiência da PEPcase faz com que se abra menos
os estômatos.

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