Exemplos prticos de violaes dos direitos humanos:

A verdade que todos os dias nos deparamos com violaes sistemticas desde os mais nfimos atos at atos de gigantescas propores como atos de genocdio. Como seria impossvel explanar cada um deles, optamos por analisar dois exemplos bastantes claros e conhecidos globalmente por incorrerem contra os direitos humanos e que so o massacre praticado pelos alemes na 2Guerra Mundial e a priso de Guantnamo.

A Alemanha Nazi na 2Guerra Mundial:

O regime nazi pode ser considerado como um dos maiores inimigos dos direitos humanos desde sempre pois caraterizou-se por: ser altamente repressivo e controlador com a ao da Gestapo, da Censura, da Juventude Hitleriana, de milcias armadas e da criao campos de concentrao e de extermnio de forma a intimidar e silenciar os opositores; por ser dirigista e defensor da autarcia econmica, isto de uma economia de guerra em que a indstria do armamento assumia uma posio de destaque, contrria liberalizao da economia; por defender o Partido nico, ou seja, s era permitido o Partido Nazi estando todos os outros partidos proibidos o que viola claramente o direito de livre orientao politica; totalitarista pois havia uma primazia do Estado sobre o indivduo, uma negao dos direitos individuais e dos direitos humanos, uma desvalorizao da democracia e do parlamentarismo que valoriza o indivduo; militarista pela demonstrao de fora militar, salientando a importncia que era dada ao culto da fora e da violncia contra aqueles que se opunham ao regime e por ultimo e no menos importante o regime era nacionalista, racista e imperialista porque considerava que havia raas superiores e raas inferiores e a raa superior, os Arianos cujo representa era o povo alemo devia dominar o mundo. Entre as raas inferiores a raa considerada a mais perigosa era a raa judaica. Este violento antissemitismo levou tentativa de extermnio de extermnio do povo judaico. Os judeus foram perseguidos e sofreram genocdio. Como os Alemes se consideravam um povo superior deviam dispor de um espao vital, territrios considerados necessrios para o bem-estar e o crescimento do povo alemo e por isso tinham o direito de conquistar territrios aos povos superiores. Esta teoria racista levou invaso da Polnia em Setembro de 1939 e interveno dos Aliados em defesa da soberania poltica, iniciando-se assim a 2Guerra Mundial. Durante a guerra Hitler e os seus seguidores puseram fim vida de cerca de 50 milhes de pessoas nomeadamente de cerca de 6 milhes de judeus, nos chamados campos de concentrao fora os milhes de soldados que morreram nas trincheiras.

Finda a guerra e a fim de estabelecer a nova ordem mundial, todos os dirigentes nazis que cometeram crimes de guerra foram julgados num tribunal internacional em Nuremberga chegando mesmo alguns deles a ser condenados morte. Com vista ainda a preservar a paz e resolver de forma pacfica os conflitos entre as naes, foi criada em 1945 a ONU (Organizao das Naes Unidas). O genocdio praticado atenta contra um vasto leque de artigos da Declarao Universal dos Direitos do Homem, mas pelo facto de esta ter sido redigida posteriormente optamos por no enunciar quais os princpios abrangidos. Todavia, certamente que esse ato atentou contra a igualdade e a fraternidade dois princpios basilares das democracias modernas.

No caso da priso de Guantnamo, torturas existem ou no passam de meras especulaes:

Parecia uma utopia, mas o fecho da priso de alta segurana americana situada na base naval de Guantnamo, em Cuba, afigurava-se real aquando das promessas do ento candidato Presidncia da terra do Uncle Sam: Barack Obama. O candidato prometeu, os americanos votaram, e ele venceu. No entanto, as vrias vidas encarceradas sob condies desumanas, culpadas ou no, continuaram a definhar, e a utopia voltou a tornar-se uma constante.

No dia 20 de Maio de 2009, o Senado norte-americano chumbou o pedido feito pela Casa Branca, 80 milhes de dlares que Obama pediu para pagar as operaes de encerramento da priso. Apesar da polmica interna e das dificuldades em obter o dinheiro, Obama reafirmou a promessa do fecho at Janeiro de 2010.

Posso dizer, sem exceo ou equvoco, que os Estados Unidos no vo torturar.

Cedida aos EUA no inicio do sculo XX, a base naval de Guantnamo tida por muitos como punio por uma vida criminosa, ou, talvez, como um encarceramento sem explicao. Para a maioria dos reclusos um inferno de torturas e , ainda considerada, para alguns como prova vlida que se faz justia. Bush encarou-a como uma "arma com grades para condenar a ameaa terrorista", e para Obama significa mais um captulo que ter de acabar no livro da administrao Bush. Porm, para a grande pluralidade de pessoas um modelo contra a democracia e os direitos humanos. Tudo sob a atenta vigilncia deste lugar, que quebra dia aps dia com tudo o estabelecido na Conveno de Genebra sobre as leis de proteo de prisioneiros.

Esperamos que a humanidade no se esquea deste hediondo exemplo de "se fazer justia", e que no adote uma posio similar de certos islamitas fundamentalistas que querem apagar o genocdio de judeus, na Segunda Guerra Mundial, da histria.

Mas, sem qualquer dvida, o fecho da priso de Guantnamo torna-se essencial e imediato. Aspiro que estes sejam os ltimos suspiros de uma das prises mais conhecidas por suas formas de implementar justia e pelos nomes, os rostos e as lgrimas daqueles que deixaram nos seus cadveres grande parte das suas vidas como culpados da "guerra do terror" e mrtires do outro lado da justia. A verdade que s estes conhecem a verdade dos seus delitos. As alegadas condies de tortura atentam contra o artigo 5 segundo o qual ningum pode ser submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruis, desumanos ou degradantes, contra o artigo 2 que diz que todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declarao, sem distino alguma, nomeadamente () de religio (), de origem nacional ou social () ou de qualquer outra situao e ainda contra o artigo 11 segundo o qual toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente at que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo pblico em que todas as garantias necessrias de defesa lhe sejam asseguradas

Exemplos de referncia na luta pelos Direitos Humanos:

O papel de Aung Sann Suu Kyi na democrao da Birmnia: Aung San Suu Kyi nascida a 16 de junho de 1845 em Rangum, uma poltica da oposio birmanesa, galardoada com o Prmio Nobel da Paz e secretria geral da Liga Nacional para a Democracia. Aos 19 anos, vai estudar para o Reino Unido em 1988, regressa Birmnia por questes familiares. Mal sabia que no voltaria a sair do pas nem a ver o marido. A junta militar tinha acabado de tomar o poder e os habitantes pedem reformas. Suu Kyi entra para a poltica e funda a LND. presa de forma arbitrria, propem-lhe a liberdade em troca do exlio, mas ela recusa. O seu encarceramento atenta simultaneamente contra os artigos 2,13 e 20 que defendem respetivamente que todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades
proclamados na presente Declarao, sem distino alguma nomeadamente () de opinio poltica

() ou qualquer outra situao, que ningum pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado e que toda a pessoa tem direito liberdade de reunio e de associao pacficas.

O partido ganha as eleies em 1990, mas a junta anula os resultados, o que provoca uma forte contestao internacional e lhe d o Prmio Nobel da Paz. Esta deciso por parte da junta militar atenta contra o artigo 21 que afirma que toda a
pessoa tem o direito de tomar parte na direo dos negcios pblicos do seu pas, quer diretamente, quer por intermdio de representantes livremente escolhidos e que a vontade do povo o fundamento da autoridade dos poderes pblicos

Cinco anos depois, a junta aceita libert-la, mas procura por todos os meios faz-la partir. Ela no v os filhos nem o marido h cinco anos. Mas aceita o sacrifcio. Escolhe ficar no pas, sabendo que, se sai, no vai poder voltar. Aung San Suu Kyi volta a ser presa, libertada e presa de novo em 2003, quando a coluna em que viaja atacada por um grupo paramilitar. Fica durante sete anos em priso domiciliria, apesar de todas as presses internacionais. San Suu Kyi foi libertada em novembro de 2010 e j viu algumas mudanas, mas sabe que o caminho longo. Aos 67 anos, a infatigvel defensora dos direitos humanos na Birmnia, percorre o pas inteiro numa campanha pela Liga Nacional para a Democracia (LND) que a levou j a encontrar pessoas dos quatro cantos do pas, com vista a umas eleies que Suu Kyi considera imperfeitas mas necessrias. Um destino extraordinrio que chegou a Hollywood, com o filme The Lady, de Luc Besson, em que Michelle Yeoh interpreta o papel desta mulher altrusta que sacrificou a vida a uma causa: a democracia na Birmnia.

Os seres humanos em todo o mundo precisam de liberdade e segurana para que possam ser capazes de realizar as suas potencialidades em pleno - Aung San Suu Kyi

O papel de Ramos-Rorta na independncia de Timor-Leste: Jos Manuel Ramos-Horta nasceu em Dli no dia 26 de Dezembro de 1949. um poltico e jurista timorense, presidente no seu pas de 2007 a 2012. Foi previamente o Ministro de Negcios Estrangeiros de Timor-Leste desde a independncia em 2002. Antes disto foi o porta-voz da resistncia timorense no exlio durante a ocupao indonsia entre 1975 e 1999. Deixou Timor-Leste apenas trs dias antes da invaso

indonsia, em viagem at Nova Iorque para apresentar s Naes Unidas o caso timorense. A expe a violncia perpetrada pela Indonsia na ocupao do territrio, tornando-se o representante permanente da Frente Revolucionrio de Timor-Leste Independente na ONU nos anos seguintes. A invaso de Timor Leste pela Indonsia e a negao do direito autodeterminao do povo timorense atenta contra o Art. 1 do Captulo que diz que o objetivo da Carta das Naes Unidas :
"Desenvolver relaes amistosas entre as naes, baseadas no respeito do princpio da igualdade de direitos e autodeterminao dos povos, e tomar outras medidas apropriadas para reforar a paz universal" e ainda que "Todos os povos tm o direito de autodeterminao. Em virtude desse direito, determinam livremente a sua condio poltica e perseguem livremente o seu desenvolvimento econmico, social e cultural ". Atenta ainda contra o artigo 15 da Declarao Universal dos Direitos do Homem, que dita que toda a pessoa tem direito a uma nacionalidade e que ningum deve ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade, nem ver negado o direito de mudar de nacionalidade."

Em Dezembro de 1996, Jos Ramos-Horta partilhou o Nobel da Paz com o compatriota bispo Carlos Filipe Ximenes Belo. O Comit Nobel laureou-os pelo contnuo esforo para terminar com a opresso vigente em Timor-Leste, esperando que o prmio despolete o encontro de uma soluo diplomtica para o conflito em Timor-Leste com base no direito dos povos autodeterminao.

Seria um esforo incompreensvel tentar identificar cada indivduo que afirma ter sido um sobrevivente de vitimizao durante este perodo de 24 anos. - Jos Ramos-Horta