APRESENTAÇÃO ROTEIRO GTD - 08 - Centrais Termelétricas

APRESENTAO ROTEIRO GTD 08
(Dezembro 2013 a Maro de 2014)
I.7.11 CENTRAIS TERMELTRICAS

I.7.11.1 Definies e Classificao So denominadas de centrais termeltricas as que produzem eletricidade a partir da
energia qumica ou nuclear de certos elementos denominados combustveis, recebendo a denominao de centrais termeltricas convencionais e centrais termeltricas nucleares, respectivamente; A produo da energia trmica pode se dar pela transformao da energia qumica dos combustveis, atravs do processo da combusto, ou da energia nuclear dos combustveis radioativos, atravs da fisso nuclear; Centrais cuja gerao baseada na combusto so conhecidas como termoeltricas e as outras, comumente so denominadas de centrais nucleares; Centrais eltricas convencionais de combusto externa: So aquelas em que o combustvel no entra em contato com o fludo de trabalho. um processo usado principalmente nas centrais termoeltricas a vapor, onde o combustvel aquece o fludo de trabalho (em geral gua) em uma caldeira at gerar o vapor que, ao se expandir em uma turbina, produzir trabalho mecnico; Centrais eltricas de combusto interna: A combusto se efetua sobre uma mistura de ar e combustvel. Dessa maneira, o fludo de trabalho ser o conjunto de produtos da combusto. Este o processo usado principalmente nas turbinas a gs e nas mquinas trmicas a 1 pisto, como os motores diesel, por exemplo.
I.7.11.1
Definies e Classificao (Continuao)
Os principais ciclos termodinmicos que uma central termeltrica pode operar so: Ciclo Rankine Ciclo Brayton Ciclo Combinado. Ciclo de Motores Um ciclo termodinmico se constitui de uma sequncia de processos aps os quais a matria que o experimentou retorna ao estado inicial; Esses ciclos tm por objetivo representar as transformaes dos fluidos, que so determinadas pela temperatura, presso e volume, sendo que dois destes so escolhidos para serem controlados, dependendo do processo; As plantas em ciclo combinado representam a integrao dos dois ciclos: Rankine da turbina a vapor e Brayton da turbina a gs.
I.7.11.1
O ciclo Rankine descreve a operao de turbinas a vapor comumente encontrados em

estaes de produo de energia. Neste ciclo termodinmico a gua transformada em vapor, e o vapor usado para acionar uma turbina para produzir energia. O ciclo completado em um condensador onde o vapor de exausto resfriado e a gua resultante devolvida a um trocador de calor para iniciar o processo; Existem quatro processos num ciclo Rankine, indicados na Figura 1:
Fase 4-1 Compresso: o fluido bombeado de uma presso baixa para uma presso alta utilizando-se uma bomba. O bombeamento requer algum tipo de energia para se realizar ; Fase 1-2 Transferncia de calor isobrica: o fluido pressurizado entra numa caldeira, onde aquecido a presso constante at se tornar vapor superaquecido; Fase 2-3 Expanso: o vapor superaquecido expande atravs de uma turbina para gerar trabalho. Com esta expanso, tanto a presso quanto a temperatura se reduzem;
Figura 1 - Diagrama esquemtico do ciclo Rankine
Fase 3-4 Transferncia de calor: o vapor ento entra num condensador, onde ele resfriado at a condio de lquido saturado. Este lquido ento 3 retorna bomba e o ciclo se repete.
I.7.11.1
O ciclo Brayton se constitui de quatro etapas: compresso, adio de calor, expanso e rejeio de calor;
Figura 2 - Diagrama esquemtico do ciclo Brayton
Fase 1-2: O ar em condio ambiente passa pelo compressor, onde ocorre compresso adiabtica (no h trocas de calor com o ambiente) e isentrpica (entropia constante), com aumento de temperatura do ar e consequente aumento de entalpia (medida da energia do sistema que est disponvel na forma de calor); Fase 2-3: Uma vez comprimido, o ar direcionado s cmaras, onde mistura-se com o combustvel possibilitando queima e aquecimento, presso constante; Fase 3-4: Ao sair da cmara de combusto, os gases de combusto, alta presso e temperatura, se expandem conforme passam pela turbina, idealmente sem variao de entropia (mede a parte da energia que no pode ser transformada em trabalho). Na medida em que o fluido exerce trabalho sobre as palhetas, reduzem-se a presso e temperatura dos gases, gerando-se potncia mecnica. A potncia extrada atravs do eixo da turbina usada para acionar o compressor e eventualmente para acionar outra mquina; Fase 4-1: a quarta etapa no ocorre fisicamente, se tratando de um ciclo termodinmico aberto. Conceitualmente, esta etapa representa a transferncia de calor do fluido para o ambiente. 4
I.7.11.2 Centrais Diesel

So muito usadas em potncias at 40 MW. No Brasil, seu uso disseminado para alimentao de sistemas isolados, em regies longnquas sem outra fonte de gerao; Apresentam limitaes relacionadas com: potncia, rudo, vibrao. Tem como vantagens, a rpida entrada em carga, fcil operao e fcil plano de manuteno. E, como problemas: a dificuldade de aquisio de peas de reposio e seu transporte (dificuldade acentuada para locais distantes), os altos custos do combustvel. A Figura 3 apresenta o esquema de uma Central Diesel
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Figura 3 - Esquema de uma central a Diesel
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Figura 4 - Usina Trmica de Triunfo
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Figura 5 - Grupo gerador diesel n 2 da UTE de Triunfo
Figura 6 Tanques de armazenamento de leo diesel da UTE de Triunfo
I.7.11.3 Centrais a Vapor Nas centrais termeltricas convencionais, o carvo e o leo so os principais combustveis, sendo o
carvo o mais comum. Nestas centrais o combustvel queimado e o calor liberado na combusto convertido em eletricidade atravs da gerao de vapor, que se expande na turbina a vapor; As turbinas a vapor so mquinas de combusto externa - os gases resultantes da queima do combustvel no entram em contato com o fludo de trabalho que escoa no interior da mquina e realiza os processos de converso da energia do combustvel em potncia de eixo. Devido a isto, apresentam uma flexibilidade em relao ao combustvel a ser utilizado, podendo usar inclusive aqueles que produzem resduos slidos (cinzas) durante a queima; O acionamento da turbina se produz pela expanso do vapor de alta presso procedente de uma caldeira convencional. As paredes da fornalha so recobertas com tubos contendo gua. O calor da combusto evapora a gua produzindo vapor dgua a elevada presso e temperatura. Estes tubos formam o evaporador da caldeira. O vapor produzido na caldeira alimenta a turbina que move o gerador eltrico sncrono de polos lisos; A gerao termeltrica implica necessariamente a rejeio de uma parcela significativa de calor. As usinas trmicas a vapor so em geral localizadas nas proximidades de rios ou lagos devido a grande quantidade de gua natural necessria para condensar o vapor que move a turbina. O consumo de gua de uma central termeltrica a vapor centrado na necessidade da mesma rejeitar calor em nvel reduzido de temperatura; O conjunto turbo-gerador a vapor funciona a velocidades muito mais altas do que nas usinas hidreltricas. Na frequncia de 60 Hz a velocidade varia entre 3600 (2 polos) e 1800 rpm (4 polos). Nos sistemas de 50 Hz as velocidades esto entre 3000 e 1500 rpm. 9
I.7.11.3 Centrais a Vapor
Figura 7 Central Termeltrica a Vapor Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao
Em uma Central Termeltrica a Vapor, o processo de aquecer uma unidade , faz-la funcionar
velocidade adequada, sincroniz-la e carreg-la a seu valor nominal pode levar algumas horas. Contudo, uma vez em operao, so geralmente capazes de reagir a mudanas de cargas da ordem de dezenas de MW por minuto sem sofrer dano; As turbinas a vapor devem operar muito prximas da frequncia nominal. Variaes de frequncia podem provocar vibrao das ps da turbina e causar fadiga do metal e, eventualmente, fissuras. Os limites operacionais esto em torno de 1% para funcionamento contnuo; Quanto maior o desvio da frequncia, mais rpida deve ser a ao corretiva antes que possam ocorrer danos. Os efeitos de frequncias altas e baixas sobre as turbinas so cumulativos. 10
I.7.11.3 Centrais a Vapor
Figura 8 Reao tpica de fisso
Figura 8 - Vista em corte da Central Nuclear Angra 1
A central nuclear mostrada acima composta de um reator nuclear de ciclo indireto refrigerado e moderado com gua leve pressurizada (PWR), utilizando como combustvel pastilhas de xido de urnio ligeiramente enriquecido (3%), envolvidas em tubos de zircaloy - liga de zircnio. O condensador trabalha com gua do mar em circuito aberto. (SOUZA, FUCHS e SANTOS, 1983); 11 Potncia da Usina Nuclear Angra I: 657 MW.
I.7.11.4 Centrais com Turbinas a Gs

As turbinas a gs so mquinas que so acionadas pela expanso dos gases quentes produzidos numa cmara de combusto, segundo um ciclo trmico denominado Brayton; Os combustveis das turbinas a gs podem ser basicamente de dois tipos: Gasosos: gs natural, gases de exausto de processos e combustveis slidos gaseificados (carvo, biomassa, etc.) Lquidos: gs liquefeito de petrleo (GLP), diesel, querosene e em alguns casos, leos combustveis de baixo teor de enxofre. A turbina a gs atinge eficincias termodinmicas bem mais elevadas em comparao s turbinas a vapor (1260C contra 540C); Uma vantagem termodinmica inerente das turbinas a gs aproveitar o calor de escape para produzir vapor numa caldeira de recuperao, que pode ser usada em processos industriais numa configurao de cogerao; Os elementos fundamentais que constituem uma turbina a gs so: Compressor Cmara de combusto; Turbina
As turbinas a gs fazem uso direto dos produtos da combusto. Os gases gerados pela combusto passam diretamente pela turbina, onde se expandem e a energia trmica convertida em energia mecnica rotativa para acionar o eixo do compressor e do gerador eltrico acoplado turbina. Finalmente o gs liberado na atmosfera ou reaproveitado para produo de calor ou frio e/ou energia 12 eltrica.
I.7.11.4 Centrais com Turbinas a Gs As turbinas a gs necessitam da injeo de ar comprimido a alta presso na cmara de combusto ou combustor, obtido atravs de um turbo compressor acionado pelo prprio eixo da turbina. Em seu funcionamento, o ar aspirado da atmosfera, filtrado e comprimido, passando para a cmara de combusto, onde se mistura com o combustvel. Nesta cmara ocorre a reao de combusto, produzindo gases quentes (fluido de trabalho) a alta temperatura e alta presso.
Figura 9 - Central Termeltrica a Gs
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Gerao Termeltrica a Ciclo Combinado

As centrais a ciclo combinado gs/vapor (combinao do ciclo a vapor Rankine com o ciclo a gs Brayton - Figura 10) vm se tornando nos ltimos anos uma alternativa interessante para a gerao de energia eltrica e/ou para a cogerao de calor e potncia; Estas centrais, alm de apresentarem um elevado rendimento termodinmico (cerca de 53%, com expectativa de operarem com 60% no futuro prximo) operando com gs natural, possuem tambm um excelente desempenho ambiental pela menor emisso de compostos poluentes (CO2, SOx e NOx); Uma usina termeltrica a ciclo combinado usa turbinas a gs e a vapor associadas em uma nica planta, ambas gerando energia eltrica a partir da queima do mesmo combustvel.
Legenda:
C : Compressor CC :Cmara de combusto TG :Turbina a gs G :Gerador eltrico TV :Turbina a vapor B :Bomba
Figura 10 - Central Termeltrica de ciclo combinado
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Referncias:
SOUZA, Zulcy de; FUCHS, Rubens Dario; SANTOS, Afonso Henriques Moreira. Centrais hidro e termeltricas. So Paulo: Edgard Blcher, 1983.
REIS, Lineu Blico dos.Gerao de energia eltrica. So Paulo: Tec-Art, 1998. LEO, Ruth P.S. Tecnologias de Gerao de Energia Eltrica: Gerao Termoeltrica. Disponvel em: www.dee.ufc.br/~rleao. Acesso em 02/02/2012.
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O ciclo Rankine descreve a operao de turbinas a vapor comumente encontrados em

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Figura 2 - Diagrama esquemtico do ciclo Brayton

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Figura 6 Tanques de armazenamento de leo diesel da UTE de Triunfo

I.7.11.3 Centrais a Vapor

Figura 7 Central Termeltrica a Vapor Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

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Figura 8 Reao tpica de fisso

Figura 8 - Vista em corte da Central Nuclear Angra 1

I.7.11.4 Centrais com Turbinas a Gs

Figura 9 - Central Termeltrica a Gs

Gerao Termeltrica a Ciclo Combinado

Figura 10 - Central Termeltrica de ciclo combinado

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